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CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA - RESUMO

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As noções introdutórias acerca dos Crimes contra a Administração Pública são 
estudadas na Parte Especial do Código Penal (CP), mais precisamente no título XI. 
Vamos começar estudando os principais delitos que afetam a Administração em geral. 
Inicialmente, vale apontar o artigo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que faz breve 
exposição sobre os conceitos de "corrupção", "improbidade administrativa" e "crimes 
contra a administração pública": 
Na expressão popular, corrupção é uma palavra utilizada para designar qualquer ato 
que traga prejuízos à Administração Pública. No entanto, os conceitos de corrupção, 
improbidade administrativa e crimes contra a administração pública são diferentes e, 
se mal empregados, podem levar a conclusões equivocadas. 
 
O principal motivo da confusão se dá porque um mesmo cidadão pode ser punido nos 
termos da lei penal, incidindo também sanções disciplinares e perante a justiça cível. 
Por exemplo, em uma condenação de um servidor público por fraude em licitação, ele 
provavelmente responderá administrativamente, em um processo interno do órgão a 
que pertence; na esfera criminal, por crime contra a administração pública; e também 
por improbidade administrativa, na esfera cível. 
Conforme o destaque, a diferenciação é necessária diante da confusão muitas vezes 
ocorrida na prática, em que se usa a palavra "corrupção" com significado técnico 
equivocado. 
Ainda em caráter de introdução, lembre-se que se o crime for cometido por indivíduo 
ocupante de cargo em comissão, função de direção ou assessoramento de órgão da 
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação 
instituída pelo poder público, sua pena aumentará em um terço, nos termos do art. 327, 
§ 2º do CP. 
CP 
 
Art. 327. [...] § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes 
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de 
direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia 
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
Vistos tais aspectos iniciais, vamos começar a apresentação dos crimes contra a 
administração pública. 
Crimes contra a Administração Pública praticados por 
funcionário público (arts. 312 a 327, CP) 
Alguns crimes contra a Administração Pública são praticados por funcionários públicos. 
São os que serão vistos neste capítulo. 
Antes de adentrar os ilícitos, importante mencionar o elástico conceito de funcionário 
público trazido pelo art. 327 do CP: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/62434-entenda-os-conceitos-de-improbidade-administrativa-crimes-contra-a-administracao-publica-e-corrupcao
CP 
 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
O conceito é "ampliativo" por ser mais abrangente que o trazido pelo Direito 
Administrativo (o qual identifica a mesma figura como agente público). Para o Direito 
Penal, assim, o que importa é o exercício da função pública, independentemente da 
condição pessoal do sujeito que praticou o ato ilícito. 
Deve-se observar, ainda, que muitos dos crimes aqui retratados são crimes de mão 
própria, ou seja, cometidos por pessoa expressamente definida, qual seja, o funcionário 
público. Além disso, poucos são os que aceitam condutas culposas. 
Vamos conhecê-los. 
Peculato 
O conceito inicial de peculato aparece no art. 312 do CP: 
CP 
 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem 
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em 
proveito próprio ou alheio: 
 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
O peculato doloso ocorre quando o funcionário público (1) se apropria ou (2) desvia a 
coisa que, em razão da função pública por ele exercida, está em seu poder. Tais 
modalidades são conhecidas pelos termos (1) peculato-apropriação e (2) peculato-
desvio. 
Exemplo 1: se um funcionário público leva para casa um carro do governo, que utiliza 
para o desempenho de suas funções, e não o devolve à repartição, pratica o peculato-
apropriação. 
Exemplo 2: se um funcionário público utiliza uma verba pública originariamente 
destinada à construção de uma escola para adquirir um imóvel para si, pratica o 
peculato-desvio. 
Além dessas facetas, outra modalidade de peculato doloso é o peculato-furto, previsto 
no §1° do art. 312 do Código Penal: 
CP 
 
Art. 312. [...] 
 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do 
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito 
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de 
funcionário. 
Exemplo clássico de peculato-furto é o do funcionário público que subtrai o notebook 
usado por um colega da repartição em que trabalha. 
As últimas modalidades dolosas do tipo são o peculato mediante erro de outrem, ou 
peculato-estelionato (art. 313 do CP), e o peculato via inserção de dados falsos em 
sistema de informações, ou peculato-eletrônico (art. 313-A do CP). 
CP 
 
Peculato mediante erro de outrem 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, 
recebeu por erro de outrem: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
CP 
 
Inserção de dados falsos em sistema de informações 
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, 
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos 
de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou 
para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Exemplo 1: funcionário público que recebe de um terceiro valores que deviam ter sido 
depositados e se apropria da quantia comete o crime de peculato-estelionato. 
Exemplo 2: funcionário público que altera no sistema informatizado da previdência a 
informação de falecimento de aposentado para passar a receber ele próprio os proventos 
mensais pratica o crime de peculato-eletrônico. 
O peculato possui uma modalidade culposa, prevista no §2° do art. 312 do CP. 
CP 
 
Art. 312. [...] 
 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Exemplo: funcionário público, ao sair da repartição, não verifica e deixa a porta aberta, 
permitindo que um estranho entre na repartição e leve todo o material que nela se 
encontra. 
Por fim, importante observar que o chamado “peculato de uso”, que ocorre quando um 
funcionário público se apropria, desvia ou subtrai bem da Administração e o devolve no 
exato estado em que o encontrou, não é crime. No entanto, configura ato de 
improbidade administrativa, em virtude do enriquecimento ilícito que a prática pode 
proporcionar. 
Exemplo: um funcionário público que usa o veículo da repartição em que trabalha para 
ir com amigos para festa particular e depois o devolve nas exatas condições em que 
encontrou, pratica o peculato de uso, que não é crime, mas importa em ato de 
improbidade administrativa. 
Modificação ou alteração não autorizada de sistemas de informações 
A definição desse crime é dada no art. 313-B do CP: 
CP 
 
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de 
informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei 
nº 9.983, de 2000) 
 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
O crime em destaque não é modalidade de peculato. E diferente do peculato-eletrônico, 
que que se consuma com a inserção de dados falsos ou a alteração ou exclusão de dados 
verdadeiros,esse se aperfeiçoa com a modificação ou alteração do programa ou 
sistema de informática. 
A infração tratada não depende da ocorrência de dano à Administração. Mas caso haja, 
aplica-se o aumento de pena previsto no parágrafo único do seu artigo: 
CP 
 
Art. 313-B. [...] 
 
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação 
ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. 
Observe que, se o agente modifica ou altera o programa ou sistema de informática com 
autorização do funcionário público competente, ainda que cometa algum erro, do ponto 
de vista do crime tratado, a conduta é atípica. 
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 
Trata-se de infração penal prevista no art. 314 do CP: 
CP 
 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão 
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
Na rotina prática da Administração Pública, existem procedimentos legais para descarte 
de documentos oficiais, por exemplo. Nesse caso, não há cometimento de ilicitude. No 
entanto, quando a prática é feita sem observância das regras administrativas, há prática 
do crime em estudo. 
Atente para o fato de que, se o servidor some com documento de que tem a guarda para 
que ele não sirva de prova de fato jurídico relevante, o crime cometido será o do art. 305 
do CP, que é infração contra a fé pública. 
CP 
 
Supressão de documento 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em 
prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de 
um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. 
Se, no entanto, o servidor desaparece com o documento ou livro devido ao seu valor, 
em virtude de ser um documento histórico, por exemplo, o crime cometido é o de furto 
(art. 155, CP). Ocorrendo abuso de confiança, aplica-se ainda a qualificadora do tipo. 
CP 
 
Furto 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. [...] 
 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: [...] 
 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas 
Esse tipo penal está previsto no art. 315 do CP: 
CP 
 
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: 
 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Nesse delito, o agente público utiliza verbas arrecadadas, por exemplo, por meio de 
multas e tributos, e dá a elas destino distinto do indicado na lei orçamentária, a uma área 
pública diferente da legalmente especificada. Logo, o desvio não pode ser em favor dele 
ou de terceiro, sob pena de caracterizar outra infração. 
Note também que o emprego irregular é de verba ou de renda, não de dinheiro. Isso é 
assim porque o desvio de dinheiro constitui o crime de peculato. 
Nesse crime, não é qualquer funcionário público que será punido, mas apenas os que 
administram as verbas ou rendas públicas, como Presidente, Ministros, Governados, 
Secretários, etc. 
Importante atentar para o fato de que, se o ilícito for cometido por prefeito, a conduta 
praticada será a do art. 1°, III, do Decreto-Lei n° 201/67, e não o CP, em virtude da 
especialidade da norma. 
Decreto-Lei n° 201/67 
 
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento 
do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: 
[...] 
 
III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas; [...] 
 
§1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, 
com a pena de reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de 
três meses a três anos. 
 
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a 
perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou 
função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano 
causado ao patrimônio público ou particular. 
Concussão 
O conceito de concussão aparece no art. 316 do CP: 
CP 
 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
Pela leitura atenta, o funcionário público deve fazer exigência da vantagem indevida, 
utilizando-se de sua figura pública como um meio de coação. Em razão dessa que 
ocorre o abuso. 
A apresentação acima é importante para que não se confunda a concussão com a 
corrupção passiva. Nessa modalidade, como será visto, o agente público não exige, mas 
solicita vantagem indevida. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0201.htm
Trata-se de infração que não admite modalidade culposa e se consuma no momento da 
exigência; logo, ela dispensa que seja efetivamente dada qualquer vantagem. Caso isso 
ocorra, haverá apenas exaurimento do crime. 
Excesso de Exação 
O conceito de excesso de exação aparece no §1° do art. 316 do CP: 
CP 
 
Art. 316. [...] 
 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber 
indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei 
não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) 
 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 
27.12.1990) 
No excesso de exação, ou (1) o sujeito não almeja a vantagem para si próprio ou para 
um terceiro, mas para os cofres públicos ou (2) se utiliza de um modo de cobrança que 
foge da legalidade. 
Corrupção Passiva 
O conceito de corrupção passiva aparece no art. 317 do CP: 
CP 
 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem: 
 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Na modalidade passiva de corrupção, o funcionário público corrompido atua solicitando 
ou recebendo vantagem. Essa infração também é conhecida como suborno. 
 
Para o crime de corrupção, o legislador criou dois tipos distintos para cada uma das 
condutas (ativa e passiva). Ou seja, apesar de se ter agentes concorrendo para o mesmo 
resultado, eles responderão por crimes diversos. Notável, portanto, que a infração sob 
exame é uma exceção à teoria monista, adotada no art. 29 do CP, que estabelece como 
regra geral o concurso de pessoas. Confira: 
CP 
 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
A corrupção passiva possui uma modalidade privilegiada, prevista no §2° do art. 317 
do CP: 
CP 
 
Art. 317. [...] 
 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração 
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Facilitação de Contrabando e Descaminho 
A conduta tem previsão no art. 318 do CP: 
CP 
 
Facilitação de contrabando ou descaminho 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou 
descaminho (art. 334): 
 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Esse tipo tem por finalidade punir o funcionário público que, infringindo dever que lhe 
é imposto, facilita a realização do contrabando ou do descaminho (que são crimes 
praticados por particulares). 
Um exemplo de cometimento do delito ocorre quando um agente público de alfândega 
não realiza diligentemente a fiscalizaçãoque lhe cabe, facilitando, assim, o contrabando 
ou o descaminho. 
Do mesmo modo que a corrupção, esse crime é uma exceção à teoria monista adotada 
no art. 29 do CP. 
Prevaricação 
O conceito de prevaricação aparece no art. 319 do CP: 
CP 
 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Nesse crime, busca-se tutelar a Administração Pública e seu adequado funcionamento. 
Em segundo plano, quer-se a proteção dos interesses particulares ocasionalmente 
ofendidos. Quando há a prática da infração, é violado o princípio da impessoalidade. 
Na prevaricação, o agente viola dever funcional para satisfazer interesse pessoal. Ou 
seja, o ato do funcionário irá contra a disposição legal. Ainda, o interesse visado não 
pode ser pecuniário, já que, se for, o crime será de corrupção passiva. 
A prevaricação imprópria está definida no art. 319-A do CP: 
CP 
 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever 
de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 
11.466, de 2007). 
 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
A proteção aqui visa, além da Administração Pública, a segurança interna dos presídios. 
A prática da infração, pela leitura do artigo, ocorre por omissão. 
Importante atentar para o fato de que o nome "prevaricação imprópria" foi dado pela 
doutrina, nada dispondo a lei nesse sentido. 
Condescendência criminosa 
Crime tipificado no art. 320 do CP: 
CP 
 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que 
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o 
fato ao conhecimento da autoridade competente: 
 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
Aqui, o infrator é o superior hierárquico do funcionário público que cometeu a infração. 
Caso o superior deixe de responsabilizar o subordinado por outra razão, como por ter 
recebido alguma vantagem pecuniária ou para satisfazer interesse pessoal, a conduta 
será de corrupção ou prevaricação, respectivamente. 
Advocacia Administrativa 
Prevista no art. 321 do CP: 
CP 
 
Advocacia administrativa 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
A tipificação dessa conduta tem por objetivo impedir que funcionários públicos se 
utilizem do cargo, como meio facilitador, para patrocinar interesse privado. Entretanto, 
segundo a doutrina, caso o servidor defenda interesse próprio, e não alheio, não ocorre o 
tipo descrito. 
Violência Arbitrária 
Tipo descrito no art. 322 do CP: 
CP 
 
Violência arbitrária 
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: 
 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. 
Quando da promulgação da Lei n° 4.898/65, muitos entenderam que esse artigo foi 
revogado de maneira tácita. No entanto, os Tribunais Superiores vêm reconhecendo a 
vigência do dispositivo. 
Obviamente, a violência praticada deve ser injustificada. Assim, se um policial encontra 
resistência para efetivar uma prisão e utiliza de violência proporcional para algemar o 
agente, não há prática da conduta descrita. 
Abandono de função 
O crime é definido no art. 323 do CP: 
CP 
 
Abandono de função 
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: 
 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4898.htm
O sujeito ativo da conduta é o funcionário público que, sem justo motivo devidamente 
comprovado, pratica o abandono do cargo. Não se admite no tipo a equiparação do art. 
327 do CP. 
Importante atentar para o fato de que, independente de haver ou não dano para a 
Administração, a conduta se consuma com o abandono. Logo, o tipo se trata de crime 
de perigo. 
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou Prolongado 
Conduta descrita no art. 324 do CP: 
CP 
 
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado 
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, 
ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi 
exonerado, removido, substituído ou suspenso: 
 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
O crime descrito possui duas modalidades distintas. Na primeira, o funcionário público 
se antecipou no exercício da função pública sem observar as exigências da lei (como 
deixando de tomar posse, por exemplo). Na segunda, o agente foi exonerado, removido, 
substituído ou suspenso e continua exercendo a função que antes lhe cabia. 
Violação de Sigilo Funcional 
O CP tipifica o crime em seu art. 325: 
CP 
 
Violação de sigilo funcional 
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em 
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
 
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou 
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou 
banco de dados da Administração Pública; 
 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
 
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: 
 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Esse crime possui algumas ações hábeis a caracterizá-lo. A primeira é "revelar segredo" 
profissional, que nessa condição deve permanecer, a terceiro. A segunda é facilitar a 
revelação do segredo de algum modo. 
Nesse passo, até mesmo o servidor aposentado pode cometer essa conduta, caso revele 
algo que sabe em virtude de seu cargo enquanto estava em serviço nele. 
Pela leitura do caput do art. 325, basta a conduta, independente de prejuízo, para que 
fique caracterizado o delito em análise. No entanto, se houver exaurimento, resultando 
dano à Administração Pública, aplica-se o §2° acima transcrito, que é uma qualificadora 
do tipo. 
Violação do Sigilo de Proposta de Concorrência 
Esse tipo era previsto no art. 326 do CP: 
CP 
 
Violação do sigilo de proposta de concorrência 
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a 
terceiro o ensejo de devassá-lo: 
 
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. 
No entanto, com o advento da Lei n° 8.666/93, foi tacitamente revogado por seu art. 94. 
CP 
 
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou 
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. 
Principais Crimes Praticados por Particular 
Além dos crimes praticados pelos servidores contra a Administração Pública, existem 
também s realizados por particulares contra ela. 
Usurpação de Função Pública 
Começando pelo crime previsto no art. 328 do CP: 
CP 
 
Usurpação de função pública 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666compilado.htm
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.Corrupção Ativa 
Nos termos do art. 333 do CP, a corrupção ativa se mostra presente presente quando o 
particular oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, para determiná-
lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
Descaminho 
Inicialmente, importante destacar que o descaminho, não é um crime contra a 
Administração Pública, mas contra a ordem tributária, apesar de não estar na Lei n° 
8.137/90. Ele possui previsão expressa no art. 334 do CP: 
CP 
 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela 
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014) 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
Pelo fato de ser um crime contra a ordem tributária, é aplicável a ele o princípio da 
insignificância. Assim, em virtude do entendimento jurisprudencial, e no âmbito 
federal, a ele não se reconhece tipicidade material quando o valor iludido for inferior a 
R$ 20.000,00. 
Contrabando 
O contrabando é crime contra a Administração Pública. 
Correlato ao descaminho, o contrabando, tipificado no art. 334-A do CP, em regra 
ocorre quando particular importa ou exporta mercadoria proibida: 
CP 
 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014) 
Observação importante 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8137.htm
Dada a grandiosidade do tema, recomenda-se ao aluno a leitura de todos os capítulos 
que tratam sobre os crimes contra a Administração Pública, os quais seguem dispostos 
no CP até o art. 359-H.

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