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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Xavier Roegiers 
 
 
 
 
 
Abordagem por competências 
e a pedagogia da integração 
explicadas aos professores 
 
 
 
Com a amável autorização da 
 2 
 
 
 
 
As interrogações que lhe aparecem … 
 
 
 
 
 
 
 
1. O que é a abordagem por competências? 4 
2. O que significa ser competente? 7 
3. O que é a pedagogia da integração? 10 
4. Uma situação complexa? 13 
5. A pedagogia da integração: que mudanças para o professor? 16 
6. A pedagogia por objectivos deverá ser rejeitada? 18 
7. Nas minhas práticas de aula, 
 o que devo mudar prioritariamente? 20 
8. Como avaliar as competências dos alunos? 24 
9. Como remediar as dificuldades dos alunos? 28 
Conclusão 30 
Léxico 31 
 3 
 
Introdução 
 
A escola é a alavanca mais importante para fazer progredir um 
país. Por isso ela deve estar atenta às necessidades da sociedade. 
Muitas vezes porém, jovens que frequentaram a escola durante 
vários anos mostram-se incapazes de se servir dos 
conhecimentos escolares na vida de todos os dias. 
 
Esta é a razão pela qual os responsáveis dos sistemas educativos 
julgam necessário mudar os programas da escola de base e pôr 
em prática uma nova abordagem: a pedagogia da integração, 
também chamada “abordagem por competências” (APC). 
 
Esta reforma diz respeito aos alunos, mas também aos 
professores, aos inspectores e aos editores dos manuais 
escolares. 
Há já manuais escolares elaborados e conteúdos programáticos 
organizados de acordo com a pedagogia da integração. 
Para permitir que os professores se possam apoiar nestes 
materiais, o presente guia explica o que muda nesta reforma. 
Com a ajuda de exemplos concretos este guia vai permitir aos 
professores compreender os desafios e as práticas ligadas à 
pedagogia da integração. Sobretudo, visa mostrar que a reforma 
não alterará as práticas na sala de aula, e que instalar a 
pedagogia da integração é fazer evoluir progressivamente a sua 
maneira de ensinar. 
Na parte final da guia, os professores encontram um léxico que 
explicita certos termos próprios da pedagogia da integração. 
 
 4 
 
1. O que é a abordagem por 
competências? 
 
Aqui temos um pequeno teste que um professor poderia propor aos alunos, para 
verificar se conseguem exprimir-se correctamente numa situação de comunicação: 
 
Completa o diálogo, escrevendo a primeira frase 
Katou: … 
Abdou: Corto-a porque preciso de lenha para preparar a comida. 
Katou: Mas ela não te fez nada. Pelo contrário, serve para evitar a seca e ajuda a 
fixar o solo! 
Fonte: Sidi, Página 52 
Aqui estão três trabalhos de alunos. Avalie essas provas. 
 
Katou: Porque é que tu cortar a árvore? 
Abdou: Corto-a porque preciso de lenha para preparar a comida. 
Katou: Mas ela não te fez nada. Pelo contrário, serve para evitar a seca e ajuda a 
fixar o solo! Katou: Tu precisas de lenha para preparar a comida. 
Abdou: Corto-a porque preciso de lenha para preparar a 
comida. 
Katou: Mas ela não te fez nada. Pelo contrário, serve para 
evitar a seca e ajuda a fixar o solo! 
 Katou: … 
 Abdou: Corto-a porque preciso de lenha para preparar a comida. 
 Katou: Mas ela não te fez nada. Pelo contrário, serve para evitar a 
 seca e ajuda a fixar o solo! 
Katou pensa que se deve proteger as árvores. Ela pergunta a Abdou: “Porque é que 
cortas a árvore?” 
 
Quais os critérios de avaliação destes trabalhos? 
 
� Critério 1: respeito pela instrução*1 
Os alunos 1 e 2 respeitaram a instrução. 
O aluno 3 não respeitou a instrução: não completou as reticências, mas 
escreveu duas linhas no fim da folha. 
� Critério 2: respeito ao sentido do diálogo 
Os alunos 1 e 3 fizeram uma boa pergunta, respeitando a coerência do 
diálogo. 
O aluno 2 não compreendeu que era necessário fazer uma pergunta. 
 
1 * As palavras a cor estão definidas no léxico, página 31 
Trabalho do aluno 1 
Trabalho do aluno 2 
Trabalho do aluno 3 
 5 
 
� Critério 3: domínio da língua 
O aluno 1 não domina bem a língua. Os alunos 2 e 3 construíram 
correctamente a sua resposta. 
 
Na sua opinião, quais são os alunos competentes? 
 
Relativamente ao que é esperado (exprimir-se de forma apropriada nesta 
situação de comunicação) os critérios 2 e 3 são os mais importantes a 
respeitar. Neste sentido o aluno 3 é competente por formular 
correctamente a questão apropriada ao diálogo. 
O aluno 1 construiu uma questão adaptada, mas não domina bem a 
língua. 
O aluno 2 tem um bom domínio da língua, mas não formulou a questão 
adequada. Parece que ele tem dificuldade em compreender o seu 
interlocutor (Abdou). 
Por razões diferentes, os alunos 1 e 2 arriscam-se a não poder reagir de 
forma adequada nas interacções sociais da vida corrente. 
 
Se não valorizou o aluno 3, sabe porquê? 
 
Talvez porque, para si, respeitar o que é indicado na instrução seja mais 
importante do que o conteúdo da resposta. 
Mas se tivesse de confiar uma tarefa de comunicação a um dos três 
alunos, não é verdade que escolheria o aluno 3? 
 
Caso de escola 
 
 
A menina é competente para fazer um bolo? 
 6 
Construir competências nas aulas de … 
 
… Língua 
Por exemplo, para que um aluno 
seja competente para pedir 
informações por escrito, numa 
situação de comunicação: 
� Ele deve conhecer o estatuto 
da pessoa a quem escreve, o 
vocabulário adequado, o 
formato de uma carta, as 
fórmulas de cortesia, as regras 
de ortografia … para isso ele 
deve adquirir saberes; 
� Deve poder conjugar um 
verbo, concordar uma forma 
verbal com o seu sujeito, utilizar 
todos estes saberes em contexto 
para exprimir de maneira clara e 
precisa o seu pedido … para 
isso ele deve adquirir saber-
fazer; 
� Enfim, deve ser cortês e 
respeitoso por escrito, reler 
espontaneamente o que escreve 
… para isso ele deve adquirir 
saber-ser 
 
… Matemática 
Por exemplo, para que um aluno 
seja competente para resolver 
uma situação problema que faça 
apelo às quatro operações com 
números de 0 a 1000: 
� Ele deve conhecer o 
vocabulário do enunciado do 
problema, a tabuada da adição, 
da multiplicação … para isso 
ele deve adquirir saberes; 
� Deve poder adicionar, 
subtrair, multiplicar, dividir os 
números, poder utilizar as 
técnicas de cálculo mental e de 
cálculo escrito … para isso ele 
deve adquirir o saber-fazer; 
� Deve poder ser metódico, 
cuidadoso, perguntar-se se 
escolheu a boa operação, tomar 
a iniciativa de verificar a sua 
resposta …para isso ele deve 
adquirir o saber-se 
 
Portanto, a abordagem por competências na aula é: 
 
� Primeiro definir duas ou três competências que cada aluno deve ter 
desenvolvido no final do ano, em cada disciplina; 
� Em função destas competências, definir o que o aluno deve adquirir (saberes, 
saber-fazer, saber-ser). Para o professor isso deverá constituir os objectivos das 
suas aulas e das suas actividades; 
� Depois mostrar aos alunos para que servem estes saberes. Por exemplo, não se 
estuda gramática pelo simples prazer de estudar gramática, mas porque a gramática 
serve para aprender a ler e a escrever. Isso contribui para motivar o aluno. 
� Por fim, colocar o aluno perante situações complexas que apelem para o que foi 
aprendido. Tais situações deverão estar próximas das da vida quotidiana. 
 7 
2. O que quer dizer “ser competente”? 
 
 
 
Que indícios permitem pensar que este mecânico é capaz de reparar o carro? 
 
Porque é que o mecânico é competente? 
 
� Possui saberes (conhecimentos) de mecânica. Conhece os nomes das 
peças auto, a estrutura de um motor … 
� Possui saber-fazer. Sabe como utilizar as ferramentas. Sabe mudar um 
pneu, substituir os travões. 
� Possui o saber-ser profissional. Os clientes estão satisfeitos: é 
simpático, rápido e eficaz. 
� Mas sobretudo, ele foi confrontado com múltiplas situações e sabe 
como reagir. Já mobilizou todos os seus saberes para resolver um 
problema real (reparar um carro). É sobretudo porque podem ter 
confiança nele em todas as situações que os seus clienteso recomendam 
a outros interessados. 
Por isso, o mecânico é competente no seu ofício. Foi eleito “o melhor 
mecânico do ano”. 
 
O que é uma competência? 
 
É o que permite a cada um realizar correctamente uma tarefa complexa. 
Não se deve confundir competência com “performance” ou competição. 
Ser “performante”, é ser o melhor, entrar em competição com os outros, 
com o risco de esmagar os concorrentes. Ser competente não constitui 
uma ameaça para os outros. Pelo contrário, as competências de todos 
criam as forças de um grupo, de uma aldeia, de um bairro … 
 8 
 
As competências dos habitantes de uma aldeia podem ser 
complementares. Por exemplo a padeira é competente para fazer pão, 
mas não sabe controlar os problemas do trânsito. Neste caso é o polícia 
de trânsito que é competente. A secretária é competente para tratar de 
questões administrativas, enquanto que o patrão é competente para gerir 
uma equipa de trabalho… 
 
Caso de escola 
 
 
Na sua opinião, qual dos professores é competente para preparar os 
alunos para enfrentarem a vida quotidiana? 
 
Que competências levar os alunos a adquirir ? 
 
Tal como os professores do caso acima, deve-se ensinar o que está 
indicado nos programas oficiais. Estas indicações definem 
competências, que reagrupam as principais exigências dos programas, 
em cada ano e em cada disciplina. 
É o que se chama as competências de base. 
Para conseguir desenvolver essas competências de base, elas são 
subdivididas em objectivos. Os objectivos estão associados aos 
conteúdos dos programas. 
Na pedagogia da integração, é importante que todos os alunos adquiram 
essas competências de base.
 9 
 
Um exemplo de competência de base em português 
 
Competência de base: “ A partir de um suporte escrito, apoiando-se no 
material linguístico adquirido nas aulas da disciplina de Português, o 
aluno deve poder produzir, numa situação de comunicação, um texto 
coerente e correcto de seis frases pelo menos, para pedir informações.” 
 
Objectivos: 
O aluno deve ser capaz de: 
� Compreender um pequeno 
texto escrito; 
� Redigir uma frase afirmativa; 
� Redigir uma frase 
interrogativa; 
� Pedir informações. 
 
Conteúdos : 
� A pontuação; o parágrafo; os 
conectores enumerativos 
(primeiro, depois …), de 
reformulação (quer dizer …) 
� Os tipos de frase; as 
construções sintácticas; 
expressões de cortesia 
 
Todos estes objectivos, conteúdos, saberes (conhecimentos), saber-fazer, 
saber-ser são ferramentas ao serviço da competência escrita (escrever 
para pedir informações). São chamados recursos. 
O aluno que não domina estes recursos não pode tornar-se competente. 
 
� É preciso procurar desenvolver nos alunos competências gerais, úteis 
nas diferentes situações da vida corrente. 
Exemplos: ser capaz de procurar informação, saber respeitar o seu 
ambiente …. 
Estas competências favorecem o estabelecimento de relações entre as 
aprendizagens e as diferentes disciplinas. 
São as chamadas competências transversais. 
Num programa apontam-se estas competências transversais como pontos 
de referência. Não se avaliam enquanto tais, mas avaliam-se através das 
competências de base. 
 
 
Portanto ser competente é …. 
…. Saber-fazer face aos problemas do quotidiano. 
Para isso, o professor deve fornecer aos alunos as ferramentas, chamadas 
“recursos”. 
Ele também deve mostrar-lhes como utilizar esses recursos para resolver 
uma situação - problema. 
 10 
 
3. O que é a pedagogia da integração? 
 
Hoje, foi o último dia de escola. 
 
Julga que este rapaz sabe semear feijão? 
 
O que significa “integrar”? 
 
Durante muito tempo a escola pensou que para fazer com que um aluno 
tivesse êxito na vida, bastava proporcionar-lhe saberes e saber-fazer. 
Mas, é como se nos dessem uma enxada, uma pá, que nos explicassem a 
germinação do feijão e as técnicas de rega, e se pensasse que graças a 
tudo isso, sem ter posto os pés num campo, fôssemos capazes de o 
cultivar. 
Integrar saberes e saber-fazer é utilizá-los de forma concreta em 
situações da vida corrente. 
O aluno deve ser capaz de transferir as suas aprendizagens do contexto 
escolar para um contexto do quotidiano. 
É indispensável passar da teoria à prática. 
 
 
 
Para ensinarmos aos alunos a integrar os seus conhecimentos, 
apresentamos situações complexas, chamadas situações de integração, e 
convidamo-los a tentar resolvê-las. 
 11 
 
Qual a diferença entre integração e revisão? 
 
Não se deve confundir integração com revisão. 
Uma revisão é a repetição das aprendizagens normalmente adquiridas 
anteriormente. Durante uma revisão, é o professor que volta a dar e 
explica de novo as lições. 
A integração é a resolução de situações-problema novas por cada um 
dos alunos. São sobretudo, os alunos que trabalham. 
 
Alguns alunos sabem as matérias das lições, mas não conseguem utilizar 
os seus conhecimentos para resolver uma situação-problema. É por esta 
razão que o professor lhes deve ensinar a “integrar”os seus saberes, o 
saber-fazer e o saber-ser. 
A revisão permite refrescar os conhecimentos dos alunos, enquanto que 
a integração permite-lhes utilizar e pôr em prática os seus 
conhecimentos. 
Se o aluno não aprende a integrar, ele não poderá relacionar os 
diferentes saberes/conhecimentos entre si. Não poderá ir mais longe do 
que restituir conhecimentos, ou resolver exercícios escolares. Não será 
capaz de enfrentar situações novas na vida ou no prosseguimento dos 
estudos. 
 
Como planificar actividades de integração? 
 
O aluno integrará melhor os seus saberes se for regularmente 
confrontado com situações-problema (actividades de integração). Para 
tal, o professor pode planificar as suas aulas de todo o ano lectivo e aí 
inserir cinco ou seis momentos reservados à integração das 
aprendizagens. 
 
1. Prever o período de avaliação final, no fim do ano escolar. 
 
2. Reservar um período no fim do ano para os alunos resolverem 
situações - problema. Estas situações-problema devem mobilizar nos 
alunos as competências de base (CB) definidas no currículo nacional. 
Estas competências de base devem permitir aos alunos atingir o 
objectivo de integração do ano lectivo. 
 12 
Os programas distinguem dois tipos de objectivos de integração: o que 
encerra um ciclo de estudos (em geral, de dois anos) e que se chama 
“Objectivo Terminal de Integração” (OTI); o que encerra um ano escolar 
e que se chama “Objectivo Intermediário de Integração” (OII). 
 
3. Prever no início do ano um período de revisão das competências de 
base do ano anterior. 
Este período permitirá ao professor remediar as principais lacunas dos 
alunos. 
 
4. Repartir ao longo do ano, de maneira regular, as aprendizagens em 
cinco ou seis patamares (também chamados “sequências”). 
Estas aprendizagens são definidas em termos de saberes, saber-fazer e 
saber-ser. 
 
5. Prever no fim de cada patamar (cerca de cinco semanas) um período 
para as actividades de integração e avaliações formativas. Chama-se a 
este período “módulo de integração” ou “semana de integração”. 
 
 
 
Portanto, a pedagogia da integração é …. 
 
…. a colocação em prática de uma abordagem que constrói as 
aprendizagens etapa por etapa para permitir aos alunos fazer face a 
qualquer situação da vida corrente. 
 
� Só há integração se o aluno possuir os diferentes recursos: saberes, 
saber-fazer e saber-ser. 
� Só há integração se o aluno reinveste os conhecimentos adquiridos 
num contexto novo (uma nova situação-problema). Esta situação é muito 
mais complexa e rica do que uma ficha na aula ou um exercício: a 
situação-problema faz apelo a vários saberes/conhecimentos e ao saber-
fazer. 
� Só há integração se o aluno se implica pessoalmente na resolução da 
situação-problema. Deve ser o próprio aluno a encontrar os saberes e o 
saber-fazer, os quais devem ser mobilizados e articulados para resolver a 
situação-problema. 
Ninguém pode integrar no lugar do outro. 
 
 13 
 
4. Uma situação complexa? 
 
Observe as três actividades. Quais são as que mobilizamvários saberes, o saber-
fazer e o saber-ser? Qual deles é um simples exercício escolar? 
 
Público : CE 2 
1. Actividade 
 
Progressão: 
Esta actividade inscreve-
se numa lição sobre o 
respeito pelo meio 
ambiente, em Educação 
Moral e Cívica. Os 
alunos estudaram 
anteriormente problemas 
do ambiente e as 
soluções possíveis. 
 
 
Fonte : Campeões em Educação Moral e Cívica (2004) CE2, EDICEF, p.15) 
 
 
2. Actividade 
Público: CE 2 
Progressão: 
Esta actividade inscreve-se no final de 
um patamar de Português onde se 
trabalhou a competência: “Explicar 
uma receita de cozinha ou um jogo, 
oralmente ou por escrito”. Os alunos 
fizeram anteriormente exercícios de 
gramática, vocabulário, conjugação, 
ortografia, expressão oral e escrita. 
Estes exercícios permitiram-lhes 
adquirir instrumentos (recursos) para 
desenvolver a competência visada. 
 
 
Fonte: Novos Campeões em Francês (2006) CE2, EDICEF / CLE, p.117) 
 14 
 
3. Actividade Público: CM 2 
 
Progressão: a propor depois de uma lição sobre o nome predicativo do 
sujeito em Português 
 
Forma todas as frases possíveis com um elemento de cada coluna: 
 
Exemplo: Este homem é doente / corajoso 
 
Princípio da frase Fim da frase 
 
Este homem é …. ducadas 
Este homem parecia … bons 
Este homem parece … bela 
As meninas são … doente 
A minha irmã está cada vez mais …. corajoso 
 
 
Horizontes de África, EDICEF 
 
Resposta: 
Só a actividade 3 não é uma situação complexa: só mobiliza um tipo de 
saber (a concordância do nome predicativo do sujeito). É uma aplicação 
de aula que não se inscreve numa situação da vida quotidiana. 
 
Quais são as propriedades de uma situação complexa? 
 
� É uma situação-problema que exige que o aluno articule vários 
saberes e sabres-fazer para a resolver. Pode fazer apelo a outras 
disciplinas e às “competências para a vida”. 
Exemplo: Na actividade 1 da página 13 a competência para a vida é a 
educação ambiental. A actividade mobiliza saberes e o saber-fazer das 
disciplinas de Português (preparar as perguntas, fazer um relato) , de 
Educação Cívica (interrogar um representante da Câmara Municipal), de 
Desenho (imaginar e ilustrar um cartaz), de Ciências (conhecer as 
soluções existentes para proteger o ambiente) … 
 
� É uma situação próxima dos centros de interesse dos alunos. Ela 
deve ser viva para motivar os alunos. Podem integrar-se na situação 
ilustrações, documentos autênticos …. 
 15 
 
� É uma situação em que os alunos não estão passivos. Não estão a 
receber mais saberes da parte do professor. Tornam-se actores na 
resolução de problemas. São eles que trazem as soluções. 
 
� É uma situação que pode inicialmente ser tratada em grupos de três 
ou quatro alunos, mas que em seguida deve ser resolvida 
individualmente. 
Numa situação-problema da vida corrente, o professor ou os alunos mais 
fortes não estarão presentes para ajudar os menos fortes. 
Lembrem-se: ninguém pode integrar os saberes no lugar do outro. Por 
esta razão, as instruções de uma actividade de integração devem ser 
sempre formuladas o mais simplesmente possível. 
 
Quando propor situações complexas aos alunos? 
 
Para permitir ao aluno integrar os seus novos conhecimentos, é desejável 
confrontá-lo regularmente ao longo do ano, com situações complexas. 
Em geral, o professor aborda novos saberes e veicula o saber-fazer (com 
aprendizagens pontuais) durante cinco semanas de aprendizagem. 
 
Na sexta semana (semana de integração) o professor apresenta um 
trabalho sobre situações complexas: deixa de abordar noções novas e 
propõe aos alunos várias situações complexas a resolver, em todas as 
disciplinas. Cada situação faz apelo a várias noções vistas ao longo das 
semanas anteriores de aprendizagem. 
 
Portanto, uma situação complexa é …. 
…. a que permite pôr em prática aprendizagens, verificar se o aluno 
adquiriu novos saberes e se os sabe utilizar em situações diversas. 
 
Para ser eficaz o professor deve dar algumas explicações breves, mas 
sobretudo fazer trabalhar os alunos. A eficácia de uma aprendizagem 
está ligada a duas coisas: 
� às ocasiões que o aluno tem para discutir com os outros colegas de 
modo a comparar o que ele compreendeu (trabalho de grupo, trabalho 
em atelier); 
� e sobretudo ao tempo que o aluno tem para trabalhar sozinho. Um 
professor que faz os alunos trabalharem frequentemente na sua ardósia 
compreendeu isso perfeitamente. 
 16 
 
5. A pedagogia da integração: que mudanças 
para o professor? 
 
Aqui temos dois planos de uma aula de Português: 
 
 
Abordagem tradicional 
 
 
Lição 1 : o imperativo 
 
1. Exploração: “Eu descubro” 
O professor dá aos alunos algumas instruções do tipo “Peguem nos vossos lápis”, 
“Levantem-se”, “Ana, vai para o pé da porta”, “José, fecha o teu caderno”, 
“Vamos para fora” … 
 
2. Sistematização: “Tema da lição” 
O professor escreve no quadro os verbos utilizados na fase de exploração (peguem, 
levantem-se, vai, fecha, vamos …). Ele agrupa-os de acordo a pessoa em que estão 
conjugados. 
Destaca as semelhanças entre as formas e deduz uma regra : “Emprega-se o 
imperativo para dar uma ordem, um conselho … 
O verbo não está conjugado com um pronome pessoal e possui apenas duas formas 
… Excepto para os verbos ter e ser, estas formas são as do presente do indicativo 
(mas sem -s na 2ª pessoa do singular para os verbos do 1º grupo e para o verbo ir) 
…” 
 
3. Aplicação: “Eu exercito-me” 
O professor dá aos alunos exercícios sobre formas verbais a conjugar, por 
exemplo: 
“Põe os verbos no imperativo: 
Tu andas devagar. Nós escutamos o professor…” 
etc. 
 
No final do trimestre, revisão: as principais formas do imperativo, e as outras 
lições estudadas. 
 
 17 
Abordagem por competências 
 
Competência a atingir: “Ser capaz de produzir um texto prescritivo e um texto 
narrativo de uma dezena de linhas, em situação de comunicação.” 
 
Lição 1: o imperativo 
1. Exploração 
2. Sistematização] aprendizagens pontuais como na abordagem tradicional 
3. Aplicação 
4. Actividade de integração parcial: saber utilizar o imperativo 
Para conservar a sala limpa as crianças são convidadas a redigir, cada uma, 
conselhos do tipo “Não deitem papéis no chão”, “Não brinquem nas poças de 
água”, “Limpem os pés antes de entrar” … 
 
Lição 2 : o pretérito perfeito composto (as mesmas etapas da lição 1) 
Depois de 5 semanas, situações de integração: o aluno é convidado a escrever um 
texto narrativo acerca de um acontecimento passado, incluindo uma parte 
prescritiva (necessidade de utilização do imperativo). 
O professor deve ter determinado e preparado o número de situações que vai 
apresentar aos alunos para cada competência. Por exemplo, ele pode dar três 
situações complexas por competência, sendo uma para se treinar a integrar, uma 
para a avaliação formativa e outra para a remediação. 
Exemplo de situação de integração: 
Tu foste passar uns dias em casa da tua tia. Uma semana mais tarde ela escreve-te 
esta carta. 
3 de Setembro de 2006 
Querido sobrinho 
Espero que tenhas feito uma boa viagem de regresso. A que horas chegaste à estação do 
autocarro? O que fizeste depois para ir até casa? Os teus irmãos e irmãs ficaram 
contentes com a bicicleta que levaste? 
Se te escrevo hoje é porque o filtro de água deixou de funcionar. Disseste−me que na 
escola aprendeste como purificar a água. Podes dizer−me como fazer, de maneira 
económica? 
Um abraço e espero ver−te em breve, de novo, na minha casa. 
 
Tua tia. 
 
Em 10 linhas, escreve também uma carta à tua tia: 
 
1. Responde a cada uma das perguntas que ela te faz a propósito do teu regresso. 
2. Explica-lhe o que deve fazer para purificar a água. Utiliza um dos métodosde 
purificação da água que aprendeste nas aulas. 
3. Termina a carta de forma pessoal. 
 18 
 
 
 
6. Devemos pôr de parte a pedagogia por 
objectivos? 
 
 
 
 
 
De entre os quatro professores, quais são os que compreenderam o que 
é a pedagogia por objectivos (PPO)? 
 
 
Em que ponto se está relativamente à pedagogia por 
objectivos? 
 
A pedagogia por objectivos consiste em desdobrar as aprendizagens 
complexas em objectivos distintos a serem atingidos pelos alunos. Ela 
permite responder à seguinte questão: “O que é que o aluno deve saber, 
ou deve saber fazer no fim de uma determinada lição?” 
 19 
 
 
O professor pode verificar se o objectivo da sua lição foi atingido ou 
não, através de pequenas avaliações realizadas ao longo da aula ou no 
fim desta. É o que exprimem os professores 1 e 2. 
Por exemplo aprender a calcular uma distância real a partir de um mapa 
rodoviário, decompõe-se em vários objectivos específicos: comparar 
fracções cujo denominador é cem, calcular uma proporção, medir um 
comprimento com uma régua graduada, etc. 
A pedagogia por objectivos teve o imenso mérito de, pela primeira vez, 
colocar o aluno no centro das preocupações dos programas escolares. 
Em vez de dar ao professor uma lista de conteúdos a transmitir aos 
alunos, os programas passam a listar os objectivos a serem atingidos 
pelos alunos. 
 
Contudo a PPO tem as suas limitações: os objectivos são numerosos e 
parcelados. O aluno aprende saberes fragmentados, sem mesmo chegar a 
compreender o seu sentido. 
A pedagogia da integração permite criar relações entre os diversos 
objectivos. Ela permite dar um sentido às aprendizagens. 
Na resolução de uma situação-problema, se os alunos são competentes, 
os objectivos são atingidos. 
 
 
 
Portanto, a pedagogia por objectivos é …. 
 
…. uma pedagogia na qual se baseia a pedagogia da integração 
A reforma educativa apoia-se sobre os avanços da PPO. 
 
� Os professores que já praticam a PPO vão continuar a apoiar-se 
nesta pedagogia para pôr em prática a pedagogia da integração. 
� Os professores que não praticam a PPO deverão aprender a 
organizar os conteúdos das suas aulas em função de objectivos precisos 
a serem atingidos pelos alunos. Isso vai permitir-lhes mais facilmente 
pôr em prática a pedagogia da integração. 
 20 
7. O que devo mudar prioritariamente nas 
minhas práticas de aula? 
 
Como tornar a minha pedagogia activa? 
 
Na pedagogia da integração, a prioridade recai sobre os módulos de 
integração: na sua resolução os alunos estão muito activos, pois 
trabalham frequentes vezes sozinhos. Mas a pedagogia da integração 
visa também tornar os alunos mais activos durante as aprendizagens 
pontuais. 
Tornar os alunos mais activos não significa criar balbúrdia, nem deixar o 
professor ser ultrapassado pela situação. Isso quer dizer solicitá-los 
mais, fazê-los participar na aula para que construam as suas 
aprendizagens. 
Para tornar os alunos mais activos, o professor deve escolher bem as 
situações didácticas. 
Por exemplo: o professor propõe aos alunos que procurem como fabricar 
uma caixa a partir de uma folha de cartolina para os levar a descobrir o 
padrão de um paralelepípedo da calçada. Aqui, os alunos estão activos 
na descoberta da noção (o paralelepípedo) e não passivos. 
 
 
 
Para fazer descobrir a utilidade e as formas do imperativo, o professor 
poderia realizar a situação didáctica seguinte: constituir grupos de 
alunos e pedir-lhes para produzirem instruções para indicarem o 
caminho a alguém. De seguida, comparar as produções dos diferentes 
grupos, comentá-las e corrigi-las. Durante a correcção a turma inteira 
pode intervir: em conjunto, os alunos constroem, em conjunto, os seus 
saberes. 
 21 
 
 
Durante a apresentação de uma noção nova, há duas maneiras diferentes 
de tornar os alunos activos: 
 
� fazer participar os alunos utilizando o Processo La Martinière: Cada 
aluno escreve a sua resposta na ardósia ou no caderno, e mostra-a ao 
professor. Assim, este pode ver erros individuais, remediar e corrigi-los. 
 
� fazer trabalhar os alunos em pequenos grupos (4 no máximo) e 
circular entre os grupos para ajudar os alunos. Por cada grupo, um 
representante dará a resposta no momento da correcção, que deverá ser 
feita com o conjunto da turma. 
 
 
 
 
Situação didáctica ou situação de integração? 
 
Não se deve confundir uma situação didáctica com uma situação de 
integração. 
 
� Uma situação didáctica permite introduzir um novo saber ou um 
novo saber-fazer. É uma situação em que o aluno manipula, procura, 
descobre, pratica para melhor compreender: ele constrói o seu saber. 
� Uma situação de integração permite exercer a competência. Permite 
também verificar se os alunos integraram os recursos adquiridos 
recentemente e se novos objectivos foram atingidos. Ela é realizada 
depois de um conjunto de lições. Permite ao professor diagnosticar o que 
foi ou não adquirido pelos alunos. Permite ao aluno ver se está capaz de 
enfrentar um problema da vida corrente. 
 
 Em que ordem o professor pode mudar as suas práticas de aula? É mais 
fácil para ele e mais eficaz realizar primeiro actividades de integração, 
conservando a sua prática habitual das aprendizagens pontuais. Depois 
de dois ou três anos de prática das situações de integração, pode 
progressivamente introduzir as situações didácticas. 
 22 
Que procedimento deve seguir o professor? 
 
Conforme as possibilidades o professor pode escolher entre dois 
processos: 
 
� Introduzir uma semana de integração no final de cada patamar, e 
continuar as aprendizagens como fazia antes; 
� Adoptar o processo seguinte: prática (situações didácticas) – teoria 
(tema da aula) – prática (actividades de integração). (Ver página 17) 
 
O professor começa as aprendizagens por uma situação didáctica, em 
que os alunos estão activos, ocupados numa pequena pesquisa. 
 
Passa em seguida à sistematização dos conhecimentos: estrutura os 
novos conhecimentos, estabelece relações com as aquisições anteriores. 
No fim da lição, pode propor uma actividade de integração, durante a 
qual cada aluno mobiliza as suas novas aquisições e toma consciência de 
que as pode aproveitar numa situação concreta. 
Ao longo da semana de integração, outras situações de integração serão 
apresentadas aos alunos para mobilizar um conjunto de novas 
aquisições. 
Este segundo processo permite tornar as aprendizagens mais vivas e 
mais activas. 
Nos dois processos, o professor deve procurar tanto quanto possível, 
fazer todos os alunos trabalharem individualmente. 
 
 
 23 
 
Que competências adquirir para praticar a pedagogia da 
integração? 
 
 
 
No próximo ano lectivo, estes quatro professores vão aplicar a 
pedagogia da integração. 
 
 
Portanto, o que é prioritário é: 
 
� Introduzir cinco ou seis semanas de integração no ano a fim de 
ensinar os alunos a resolver situações complexas (em pequenos grupos e 
sozinhos), avaliá-los e remediar as suas dificuldades; 
 
� Fazer trabalhar os alunos individualmente, na ardósia e no caderno, 
durante as aprendizagens pontuais; 
 
� Se possível, introduzir situações didácticas próximas das suas 
preocupações, para os tornar mais activos. 
 
 24 
 
8. Como avaliar as competências dos 
alunos? 
 
Temos aqui a resposta de um aluno à situação de integração da 
página …proposta durante uma avaliação. 
 
Competência visada: “Ser capaz de produzir um texto prescritivo e um texto 
narrativo de uma dezena de linhas em situação de comunicação.” 
 
Instruções: Em 10 linhas, escreve uma carta à tua tia: 
1 Responde a cada uma das perguntas que ela te faz acerca do teu regresso. 
2 Explica-lhe o que ela deve fazer para purificar a água. Utiliza um dos métodos 
de purificação da água que aprendeste nas aulas. 
3 Termina a carta de forma pessoal 
. 
Como classificaria este trabalho numa escala de 0 a 10? 
 
18 de Setembro de 2006 
Bom dia querida tia, 
Como estás? Eu chegar bem a minha casa, às dezoras. 
Encontrei o meu amigo na estaçãodo autocarro. 
Os meu irmãos e irmãs ficar contente com a bicicleta eles agradece−te. 
Reparas−te o teu filtro de água? Na escola aprendi a purificar a água assim. 
Arranja água. Pões a numa panela e deixa fervere durante 15 minutos. 
Mandote um abraço e espero ver−te em brev 
 
Teu sobrinho 
 
 
Que método para avaliar? 
 
A pedagogia da integração tem como 
finalidade fazer os alunos adquirirem 
novas competências, e valorizar as 
competências adquiridas. 
Por esta razão, o professor não deve olhar 
unicamente para os aspectos negativos da 
produção de um aluno. 
Este professor deve mudar as suas 
práticas de avaliação quando adoptar a 
pedagogia da integração. 
 25 
 
A pedagogia da integração tem como 
finalidade ajudar cada aluno, 
individualmente. Avaliar um aluno é 
dar-lhe a possibilidade de melhorar. 
Por esta razão cada trabalho de um 
aluno é independente dos outros. Esta 
professora não deve compará-los entre 
si. Ela deve mudar as suas práticas de 
avaliação quando adoptar a pedagogia 
da integração. 
Para permanecer objectivo e não se 
enganar sobre aquilo que avalia, o 
professor deve servir-se de critérios de correcção. Isso permite-lhe ter 
vários olhares sobre um mesmo trabalho, e determinar os erros, mas 
também o que está correcto. 
 
Quais são os critérios de avaliação? 
 
Em geral, o professor pode fixar dois ou três critérios mínimos. São os 
critérios essenciais para determinar se um aluno é competente ou não. 
Pode acrescentar um critério de aperfeiçoamento. 
C1: Pertinência da produção. 
Este critério serve para verificar se o aluno respeita os constrangimentos 
da actividade (se se serve dos documentos suporte, se responde a todas 
as perguntas …) 
C2: Coerência do texto 
Este critério permite avaliar se o aluno produziu um escrito com sentido: 
o texto produzido está construído de maneira a dar sentido às frases? 
C3: Correcção da língua. 
Este critério permite avaliar a sintaxe (construção das frases), a 
ortografia e o domínio das formas verbais utilizadas. 
C4: Originalidade da produção. 
Trata-se de um critério de “aperfeiçoamento.” Este critério é facultativo. 
Em Matemática adopta-se muitas vezes três critérios mínimos: 
C1: Interpretação correcta do enunciado (o aluno escolheu as boas 
operações?) 
C2: Utilização correcta das ferramentas matemáticas (as técnicas de 
cálculo estão afinadas?) 
C3: Coerência da resposta (boa ordem de grandeza, boa unidade de 
medida). 
 26 
 
Caso de escola 
Aqui temos uma grelha de correcção completa. 
 
Avalie de novo o trabalho da página 24 
 C1: 
Pertinência da 
produção 
C2: 
Coerência do 
texto 
C3: 
Correcção 
da língua 
C4: 
Originalidad
e 
da produção 
 
 
 
Instrução1 
O aluno recebe o 
ponto 
se responde pelo 
menos 
 a duas questões 
da carta. 
 
/1 
O aluno recebe o 
ponto se as 
respostas que dá 
fazem sentido. 
 
 
 
/1 
O aluno recebe 
o ponto se dois 
 terços 
dos verbos 
no pretérito 
perfeito estão 
correctos. 
/1 
 
 
 
Instrução2 
O aluno recebe o 
ponto se os 
conselhos são 
bons, e utiliza 
formas do 
imperativo. 
 
/1 
O aluno recebe o 
ponto se as 
instruções dadas 
estão articuladas 
entre si. 
 
 /1 
O aluno recebe o 
ponto se dois 
terços dos verbos 
no imperativo 
estão escritos 
correctamente. 
/1 
 
 
 
Instrução3 
O aluno recebe o 
ponto se termina 
a carta de forma 
pessoal. 
 
/1 
 O aluno recebe o 
ponto se o fim da 
carta está bem 
articulado com o 
resto. 
 
/1 
O aluno recebe o 
ponto se dois 
terços das frases 
estão bem 
estruturadas. 
(S+V+C) 
/1 
 
 
 
 
 
 
 
 
O aluno 
recebe 
o ponto se 
introduziu na 
carta um 
elemento que 
não era 
pedido nas 
instruções 
(vocabulário, 
ideia …) 
 
 
/1 
Total /3 /3 /3 /1 
 
Os elementos deste quadro são chamados indicadores. Estes precisam os 
critérios. Quando são formulados, permitem não sancionar duas vezes o 
mesmo erro num trabalho. É preferível ter três instruções numa situação-
problema para verificar cada critério, no mínimo três vezes. Em geral 
uma ou duas instruções não são suficientes para garantir que o aluno 
domina verdadeiramente um critério. 
 
Atenção: as instruções devem ser independentes e ter o mesmo nível 
de complexidade. Não se trata de uma instrução dividida 
em três partes. 
 27 
 
Como classificar com uma grelha de avaliação? 
 
Pode-se classificar o trabalho desta maneira: 
 
 C1 C2 C3 C4 
Instrução 1 0/1 1/1 1/1 
Instrução 2 1/1 1/1 0/1 
Instrução 3 0/1 1/1 1/1 
 
0/1 
Total 1/3 3/3 2/3 0/1 
 
Por exemplo, para a instrução 1 e 
C1 o aluno só respondeu à 
terceira pergunta da tia. Recebe 
0/1 ponto. 
Para a instrução 1 e C3, o aluno 
escreveu correctamente três 
formas verbaiss sobre cinco (3/5 
está próximo de 2/3). Recebe 1/1. 
 
N.B: Vemos que os critérios C2 e C3 estão bem dominados pelo aluno, 
mas que deve reforçar o C1. 
 
Quando prever uma avaliação? 
 
� A avaliação formativa faz-se durante as semanas de integração, 
durante dois dias depois das actividades de integração. 
� A avaliação certificativa determina a passagem do aluno ao nível 
superior e faz-se no fim do ano ou do ciclo. 
 
Que formato adoptar? 
 
O professor deve poder construir uma prova de avaliação (situação-
problema) adaptada à competência visada. 
Para a avaliação, é importante precisar na instrução da situação-
problema que se trata de uma situação para avaliação, indicar o tempo 
de que o aluno dispõe e o material que ele pode utilizar. Pode também 
indicar o quadro dos critérios utilizados para a correcção e a sua relação 
com cada instrução. 
 
Portanto avaliar com uma grelha de correcção 
permite: 
 
� Determinar se um aluno adquiriu ou não a competência; 
� Valorizar o que o aluno conhece e diagnosticar as suas fraquezas. O 
professor poderá assim remediar exactamente as lacunas do aluno. 
 28 
9. Como remediar as dificuldades dos 
alunos? 
 
O que é a remediação? 
 
A remediação é a superação dos alunos que têm dificuldades nas 
aprendizagens. Estabelece-se a partir de um diagnóstico que o professor 
realiza face aos resultados da avaliação. Pode efectuar-se: 
� Colectivamente, se o professor detecta algumas lacunas comuns a 
uma maioria de alunos; 
� Em pequenos grupos, se o professor nota que alguns alunos têm 
dificuldades similares; 
� Individualmente, se o professor tem a possibilidade de pôr cada 
aluno a trabalhar em separado. 
Vários tipos de remediação podem ser combinados. Por exemplo, uma 
remediação pode fazer-se colectivamente durante 30 minutos, e depois 
em pequenos grupos durante 45 minutos. 
 
Como organizar uma remediação a partir da 
correcção dos trabalhos dos alunos? 
 
A organização da remediação faz-se a partir da observação do quadro 
dos resultados de cada aluno, para cada um dos critérios mínimos. 
 
Exemplo: Após a avaliação relativa à situação de integração da página 
17 o professor agrupou os resultados dos alunos, por critério: 
 C1 C2 C3 
Aluno 1 3/3 1/3 2/3 
Aluno 2 1/3 3/3 2/3 
Aluno 3 2/3 2/3 0/3 
Aluno 4 3/3 0/3 2/3 
Aluno 5 2/3 3/3 0/3 
Aluno 6 1/3 2/3 2/3 
Aluno 7 1/3 3/3 2/3 
Aluno 8 2/3 1/3 2/3 
Aluno 9 3/3 3/3 1/3 
Aluno 10 3/3 3/3 0/3 
A partir deste quadro, ele diagnosticou as 
fraquezas dos seus alunos por critério. 
Decidiu agrupar os alunos que têm 1/3 ou 
0/3 num mesmo critério. Como 
prioridade para remediação focalizou os 
alunos que têm uma nota inferior a 1/3 
por critério. 
Assim, formou três grupos: 
� Um primeiro grupo com os alunos 2, 6 
e 7 para trabalhar o critério 1; 
� Um segundo grupo com os alunos 1, 4 e 
8 para trabalhar o critério 2; 
� Um terceiro grupo com os alunos 3, 5, 9 
e 10 para trabalhar o critério 3. 
 29 
 
O que propor como actividades de remediação a cada 
um destes grupos? 
 
O professor pode servir-se de exercícios e de actividades dos manuais 
escolares,ou de fichas sobre “temas de aula” para explicar de novo o 
assunto, de maneira diferente. 
 
� Ao primeiro grupo, o professor pode propor actividades, em que os 
alunos trabalhem a ligação entre a instrução e o documento suporte: 
reformular a instrução, destacar as passagens referidas no suporte, etc. 
� Ao segundo grupo, o professor pode propor exercícios que levam a 
trabalhar a coerência do texto. Exemplo: pôr em ordem um parágrafo a 
partir de frases desordenadas ; acrescentar palavras de ligação entre as 
frases de um parágrafo, etc. 
� Para o terceiro grupo, o professor verifica se é o imperativo ou o 
pretérito perfeito que causa mais problemas, e pode então propor 
exercícios suplementares adaptados. 
 
A fim de verificar se os alunos aproveitaram bem da remediação, o 
professor pode propor aos alunos uma nova situação – problema 
referente à mesma competência: nem mais fácil, nem mais difícil que a 
precedente. 
 
É preciso remediar todas as dificuldades? 
 
Não é preciso remediar todas as dificuldades dos alunos. Isso seria 
demasiado moroso e pesado para o professor. Basta identificar uma ou 
duas dificuldades frequentes e importantes, e basear a remediação sobre 
essas dificuldades. 
No exemplo junto, vê-se que o critério 3, C3 é o menos dominado por 
todos. Na falta de uma remediação por grupos, o professor pode 
trabalhar colectivamente esse critério. 
 
Portanto, a remediação é : 
� Uma etapa importante na pedagogia da integração. Ela permite ao aluno voltar 
àquilo que não compreendeu e adquirir as competências que não adquiriu; 
� Uma questão de prioridades para o professor: em função dos meios e do tempo 
de que dispõe, o professor escolhe aquilo que quer remediar e a maneira como quer 
remediar. 
 30 
 
Conclusão 
 
Hoje, raros são aqueles que contestam o papel das situações complexas 
nas aprendizagens. 
Numerosos sistemas educativos avaliam as competências dos seus 
alunos propondo-lhes a resolução de situações - problemas. 
 
Esta abordagem por competências sustenta a pedagogia da integração, 
que é, em muitos aspectos, inovadora: 
 
� Permite aos alunos estabelecer ligações entre as aprendizagens e as 
diferentes disciplinas estudadas, e reinvestir as aprendizagens na vida 
quotidiana; 
 
� Permite ao professor praticar uma pedagogia que torna os alunos 
activos, valoriza as suas aquisições e as suas competências e remedeia as 
lacunas de cada aluno. 
 
A reforma não deve inquietar os professores. A pedagogia da integração 
apoia-se nas competências que os professores já possuem. 
Concretamente, retoma a pedagogia por objectivos. 
 
Além do mais, manuais concebidos recentemente poderão guiar o 
professor na condução da sua aula. 
 
A pedagogia da integração vai instalar-se progressivamente nas aulas. 
Para isso, o professor deve planificar bem e construir as suas lições a 
partir de objectivos precisos que permitam aos alunos adquirir os 
recursos necessários para desenvolver as competências. 
Inserir na planificação das aulas uma semana de integração, em cada 
cinco ou seis semanas, permitirá aos alunos desenvolver as suas 
competências, reinvestindo os recursos recentemente adquiridos. 
 
É assim que com a ajuda das famílias, o sistema educativo dotará os 
jovens cidadãos de comportamentos e aptidões sobre os quais se apoiará 
a sociedade de amanhã. 
 
 31 
 
Léxico 
 
Competência: Aptidão para poder resolver problemas, graças à mobilização 
conjunta de vários saberes, saberes-fazer e saberes-ser. 
Instrução: Enunciado oral ou escrito que leva o aluno a executar uma tarefa. 
Critério: Referência que determina a qualidade que se espera na produção 
de um aluno. É a partir do conjunto de critérios que se atribui 
uma nota. 
Avaliação Apreciação do nível dos saberes e do saber-fazer de um aluno e 
Formativa: Do seu grau de competência. Serve de apoio para diagnosticar as 
fraquezas e remediar as lacunas. 
Indicadores: Indícios que precisam os critérios de correcção de uma avaliação. 
São específicos a cada situação e permitem corrigir a produção 
do aluno de forma objectiva. 
Integração: Processo que permite mobilizar vários recursos para resolver uma 
situação complexa da vida quotidiana. Este procedimento permite 
ver se um aluno é competente. 
Patamar: Período de ensino que dura cerca de seis semanas. Encerra por 
meio de uma semana de integração. 
Pertinência: Adequação de uma produção ao que é pedido e aos suportes 
propostos. 
Remediação: Reajustamento das aprendizagens em função das lacunas que o 
professor diagnosticou após uma avaliação formativa. 
Recursos: Conjunto de saberes, saber-fazer e saber-ser que constituem os 
ingredientes de uma competência. 
Saber: Conhecimento específico sobre um assunto determinado. 
Saber-ser: Atitude adaptada a uma situação determinada. 
Saber-fazer: Aplicação de um procedimento, de uma regra, de uma técnica. 
Situação de Também se chama “situação complexa”. Problema ligado à 
Integração: vida corrente, complexo e significativo para o aluno. Esta 
situação deve obrigar o aluno a mobilizar os seus saberes, o 
saber-fazer e o saber-ser. Serve para exercer ou para avaliar uma 
competência.

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