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Atlas Hematologia Clinica

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APOSTILA
HEMATOLOGIAHEMATOLOGIA
https://www.unovacursos.com.br/admin/cursos/curso/133
 
HEMATOLOGIA BÁSICA 
 
Na área médica, a Hematologia estuda e realiza o tratamento tanto de doenças 
sanguíneas quanto dos órgãos produtores das células do sangue. 
Visto que o sangue está presente em todo o corpo, a Hematologia 
consequentemente possui correlação com outras disciplinas da área da saúde, 
como a Gastroenterologia por exemplo, que é a área que trata distúrbios do trato 
Gastrointestinal, incluindo o fígado, que produz grande parte dos componentes 
plasmáticos (exemplo: fatores de coagulação). 
Sendo assim, o profissional Hematologista atua em situações relacionadas a 
distúrbios na medula óssea, no timo, no baço e no fígado. 
HEMATOPOESE – FORMAÇÃO E FUNÇÃO DAS CÉLULAS DO SANGUE 
O sangue é um dos tecidos do nosso corpo humano, e é constituído por uma 
parte sólida e por uma parte líquida, onde 90% da parte líquida (denominada 
como plasma) são formados por água, e o restante é formado por proteínas, sais 
minerais e enzimas. Os componentes da parte sólida são as plaquetas, as 
hemácias e os leucócitos. O tecido hematopoiético atua em funções essenciais: 
- Levar oxigênio aos tecidos e órgãos do corpo; 
- Transportar hormônios; 
- Eliminar substâncias tóxicas; 
- Transportar nutrientes; 
- Regular a coagulação do sangue; 
- Defender o organismo de agentes patogênicos. 
A produção de células sanguíneas é estimulada por fatores de crescimento, como 
a eritropoetina, a Interleucina 3 (IL-3) e os hormônios andrógenos e tireoidianos. 
A eritropoetina (EPO) é um hormônio glicoproteico sintetizado nos rins e no 
fígado, que controla a produção de eritrócitos, que é a eritropoese. 
 
 
https://www.tuasaude.com/hemostasia/ 
Pode ocorrer deficiência na produção de eritropoetina em quadros de 
insuficiência renal crônica, anemia, neoplasias, Aids e doenças autoimunes. 
Existe uma parcela de eritroblastos que não se desenvolve totalmente e é 
destruída pela medula óssea. Essa parcela representa o processo conhecido como 
eritropoese ineficaz. A hemoglobina produzida nessas células não entra na 
circulação, no entanto, o catabolismo das mesmas produz bilirrubina. 
A eritropoese apresenta três fases: 
1ª fase: vinculação da célula pluripotente à diferenciação eritróide; 
2ª fase: eritropoetina independente ou precoce; 
3ª fase: eritropoetina dependente ou tardia. 
Em um adulto sadio, a produção diária de hemácias está em torno de 200 bilhões 
de hemácias / dia. Ao mesmo tempo em que ocorre essa produção, ocorre 
também a eliminação de hemácias velhas, fazendo com que a massa total 
eritrocitária apresente um valor constante no organismo humano. Essa proporção 
entre produção e destruição eritrocitárias corresponde a 0,83% do total da massa 
eritrocitária. Esse mecanismo, em pessoas saudáveis, ocorre na medula óssea 
(MO). 
A eritropoiese (que é a produção de eritrócitos / hemácias) pode ser realizada 
fora da medula óssea, após os períodos embrionário e fetal, quando existe uma 
das duas situações a seguir: intenso estímulo proliferativo (anemia hemolítica, por 
exemplo) ou proliferação neoplásica da linhagem mieloide. 
Num quadro de anemia hemolítica, a eritropoetina se encontra em níveis 
aumentados, promovendo substituição da medula gordurosa pela medula ativa 
até mesmo nos ossos longos, e a síntese eritrocitária intramedular se eleva em até 
7 vezes acima dos valores normais. Se esse estímulo não cessar, pode surgir 
tecido eritróide no fígado, no baço e em outros órgãos. Pacientes com talassemias 
podem apresentar massas paravertebrais de tecido eritróide que podem provocar 
compressão de alguns órgãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDULA ÓSSEA 
Parte interna dos ossos, que contem as células-tronco hematopoéticas. Tais 
células sintetizam os elementos do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). 
A célula que dá origem às demais que formam o sangue se chama célula 
progenitora, que também é conhecida como stem cell, célula pluripotente e célula 
totipotente. 
A célula progenitora não apresenta grandes quantidades no sangue, porém, em 
maior quantidade na medula óssea. Essas células pluripotentes passam pelo 
processo de auto renovação e se distinguem, logo a seguir, em várias fases de 
maturação, antes que entrem na circulação sanguínea. 
A hematopoese é, então, a formação das células que constituem o sangue. 
 
https://ameo.org.br/o-que-e-medula-ossea/ 
Cada célula do sangue, quando madura, apresenta características, e uma 
característica que as células da série vermelha possuem em comum é a vida 
média, que é de 90 a 120 dias. 
Quando a pessoa nasce, a sua medula óssea se torna a única produtora de células 
hematopoéticas. Essa realidade só muda em algumas doenças, como por exemplo 
quando ocorre metaplasia e expansão desse tecido hematopoético para órgãos 
como fígado e baço. 
A hematopoese é observada em todos os ossos e na medula óssea nos primeiros 
anos de vida de uma pessoa. Ao chegar próximo da puberdade, começa a 
acontecer uma troca da medula vermelha, que é a medula hematopoética, pelo 
tecido gorduroso (medula amarela). Essa mudança acontece com maior 
intensidade nos ossos longos, fazendo com que o tecido hematopoético fique 
restrito às epífises e aos ossos chatos (crânio, costelas, esterno, vértebras e pélvis). 
A eritropoetina auxilia na maturação das células sanguíneas e na apoptose dos 
precursores da linhagem eritroide (que dá origem à série vermelha). 
Já a linfopoese tem sua regulação através de interleucinas 6 e 7, que atuam na 
proliferação dos precursores de linfócitos B. As interleucinas 2 e 3 apresentam 
importante atuação na proliferação dos precursores de linfócitos T, e a 
diferenciação dos linfócitos T ocorre no timo. 
A megacariocitopoese tem sua regulação através de fatores que trabalham nos 
precursores imaturos das outras linhagens: interleucinas 3, 6, GM-CSF e ligante Kit. 
A combinação entre esses fatores interfere diretamente na quantidade de 
precursores que atuam na maturação dos megacariócitos. 
A trombopoetina (TPO) é sintetizada no fígado e é o fator que modula a 
produção das plaquetas. 
 
Reticulócitos: o eritroblasto ortocromático perde o seu núcleo e passa a ser um 
reticulócito, que é uma célula sem núcleo, mas que apresenta resquícios de 
ribossomos com RNAm, mitocôndrias e retículo endoplasmático. O resquício de 
mitocôndria proporciona ao reticulócito a capacidade de realizar respiração 
aeróbica. É nessa fase que ocorre síntese de hemoglobina, entre 10 e 20%. 
O reticulócito novo fica entre 1 e 3 dias na medula óssea, e depois é liberado para 
a circulação sanguínea. Passadas as primeiras 24 a 48 horas na circulação, o 
reticulócito perde todas as suas organelas, deixa de ter organelas e passa a ter 
coloração citoplasmática idêntica à de uma hemácia madura. A partir desse 
momento, não pode mais realizar síntese de proteínas e nem metabolismo 
aeróbico. Na fase de maturação, o reticulócito deixa de ter vesículas com lipídios 
em seu interior, bem como perde também o receptor de transferrina. Esse 
processo é conhecido como exocitose. 
A contagem de reticulócitos no sangue periférico é uma ferramenta importante 
para analisar a habilidade funcional da medula óssea em quadros de anemia. Caso 
seja observado um aumento de reticulócitos, pode-se constatar que essa 
proliferação é uma compensação iniciada pela medula óssea. Se for constatada 
uma diminuição, mesmo o paciente estando em quadro anêmico, pode-se dizer 
que a medula está em atividade hipoproliferativa, por isso a anemia se instala, 
visto que há menor produção eritrocitária. 
A porcentagem de reticulócitos pode estar aumentada em pacientes anêmicos 
porque a medula óssea libera tais células na circulação sanguínea de forma 
precoce, fazendo com que a proporção de células maduras seja temporariamente 
alterada no exame. Quando liberado precocemente na corrente sanguínea, o 
reticulócito necessitade um a três dias a mais para tornar-se uma célula madura 
Na imagem abaixo podemos ver as fases de maturação da célula sanguínea da 
série vermelha. 
 
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/05/para-responder.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEUCÓCITOS: OS GLÓBULOS BRANCOS 
São as células do sangue que fazem parte da série branca e que são responsáveis 
por defender o corpo de agentes causadores de doenças. São produzidas pela 
medula óssea e pelos linfonodos e são formados por monócitos, linfócitos, 
eosinófilos, neutrófilos e basófilos. 
Basófilos: combatem reações alérgicas e bactérias; promovem a liberação de 
histamina e heparina, e a histamina provoca vasodilatação, pois através da 
vasodilatação mais células de defesa migram para o local onde está ocorrendo a 
agressão. Assim, a eliminação do agente patogênico ocorre com maior rapidez. 
Durante quadros de alergia ou de inflamação prolongada (rinite, asma, urticária...) 
os basófilos apresentam tamanho maior que o natural. Estão presentes no sangue 
em pequenas concentrações (0-200/mm3 em homens e mulheres), representando 
entre 0 e 2% dos leucócitos totais. 
 
https://www.tuasaude.com/basofilos/ 
 
Valores de referência dos basófilos em um leucograma: 
Parâmetros Valores de referência 
Leucócitos 4500 - 11000/mm³ 
Neutrófilos 40 a 80% 
Eosinófilos 0 a 5% 
Basófilos 0 a 2% 
Linfócitos 20 a 50% 
Monócitos 0 a 12% 
 
Valores aumentados nos basófilos são conhecidos como basofilia, e em geral 
podem indicar inflamação, como por exemplo nos quadros de asma, colite 
ulcerativa, anemia hemolítica, rinite, sinusite, leucemia, artrite, insuficiência renal 
crônica, e também em casos de esplenectomia ou no pós-quimioterapia. 
Valores diminuídos de basófilos são conhecidos como basopenia, e podem 
ocorrer por conta de uma produção menor de glóbulos brancos. Em casos assim, 
em um leucograma é possível detectar 20 basófilos por litro de sangue. 
A basopenia pode ser provocada pelo uso de medicamentos imunodepressores 
do sistema imune (antibióticos e corticoides por exemplo) ou em quadros de 
hipertireoidismo, momentos de estresse, ovulação, síndrome de Cushing ou 
durante a gravidez. 
 
Eosinófilos: combatem reações alérgicas e infecções causadas por parasitas. 
São originadas pela diferenciação do mieloblasto e se apresentam em 
concentrações menores que as outras células da série branca. 
Valores aumentados de eosinófilos podem ocorrer em infecções por fungos, 
bactérias ou por vírus, ou por reações alérgicas. 
 
 
https://www.tuasaude.com/eosinofilos/ 
Em seus valores de referência, os eosinófilos apresentam o valor absoluto e o 
valor relativo. 
• Valor absoluto: 40 a 500 células/ µL de sangue: contagem total de 
eosinófilos no sangue; 
• Valor relativo: 1 a 5%: porcentagem de eosinófilos em relação às demais 
células do leucograma. 
É importante sempre ter em mente que os valores, seja na série branca quanto na 
série vermelha, podem apresentar discretas alterações. Tais alterações ocorrem 
porque cada laboratório possui suas máquinas, e cada máquina apresenta seus 
valores de referência e sua calibração. 
Eosinófilos com valores aumentados podem indicar alergias (rinite alérgica, 
urticária, asma), dermatites, parasitoses causadas por vermes, infecções fúngicas, 
febre tifoide, viroses, tuberculose, doenças hematológicas, reações alérgicas a 
remédios (antibióticos, anti-hipertensivos). 
Se a eosinofilia não tiver origem, a mesma recebe o nome de eosinofilia 
idiopática. Já a hipereosinofilia ocorre em doenças autoimunes ou em doenças 
genéticas. 
 
https://www.tuasaude.com/neutrofilos-segmentados/ 
Eosinófilos com valores diminuídos (eosinopenia) podem ser detectados em 
imunodepressão, meningite, pneumonia, gravidez, câncer, doenças autoimunes e 
doenças da medula óssea. 
 
Linfócitos: presentes no sistema linfático e no sangue; apresentam 2 tipos: células 
B e células T, que combatem células cancerígenas e vírus. 
Os linfócitos T se dividem em: 
Linfócitos T citotóxicos: atuam na destruição de células com anomalias ou que são 
atingidas por bactérias ou vírus. 
Linfócitos T CD4: primeira linha de linfócitos a ser afetada em algumas viroses. 
Linfócitos T CD8: diminuem a ação dos outros linfócitos. 
Os linfócitos representam entre 20 e 50% (1000 – 3900/mm³) da contagem relativa 
em um leucograma. Quando seu valor está acima do normal (linfocitose), indica 
um processo infeccioso, que pode ser causado por alergias, obesidade, diabetes, 
câncer, hepatite viral, infecções agudas, hipertireoidismo, intoxicação por metais 
pesados, anemia perniciosa, malária, tuberculose, gravidez, deficiências (de cálcio, 
vitaminas C e D). 
Caso o seu valor esteja abaixo do normal (linfopenia), o paciente pode estar com 
algum problema relacionado à medula óssea, como em leucemias ou na anemia 
aplástica. A linfopenia também pode ocorrer em doenças autoimunes (lúpus 
eritematoso sistêmico), tratamentos a base de medicamentos imunossupressores, 
quimioterapia, radioterapia, Aids, doenças raras de origem genética, obesidade, 
pós-operatório, COVID-19 e estresse. 
 
Monócitos: fagocitam o agente invasor, e levam parte desse agente ao linfócito T, 
para promover maior produção de células de defesa. São produzidos pela medula 
óssea e permanecem em circulação por poucas horas, depois migram para outros 
tecidos e passam pela fase da diferenciação, onde passam a se chamar de 
macrófagos. Essas células apresentam nomes diferentes, sempre relacionados aos 
tecidos nos quais se encontram. Por exemplo: quando estão na epiderme, se 
chamam células de Langerhans; quando estão no fígado, se chamam células de 
Kupffer; quando estão no sistema nervoso, se chamam micróglias. 
Se no exame de sangue os monócitos aparecem em valores altos, temos uma 
alteração denominada monocitose, que indica infecções crônicas, como em 
doenças autoimunes, leucemia mielomonocítica, linfoma de Hodgkin, mieloma 
múltiplo, presença de protozoários no organismo, colite ulcerativa. 
No entanto, se no exame de sangue os monócitos estiverem em valores baixos, 
temos a condição chamada de monocitopenia, fazendo com que o sistema imune 
fique vulnerável. A monocitopenia ocorre em quimioterapia, radioterapia, 
antibioticoterapia, infecções sanguíneas, problemas na medula óssea, leucemia, 
anemia aplástica, uso de corticoides, infecção por HPV. 
 
Neutrófilos: atacam pequenas inflamações e infecções derivadas de fungos ou 
bactérias. Essas células envolvem o agente invasor (fagocitose), tornando-o 
incapaz de prosseguir danificando o organismo. São produzidos pela medula 
óssea e têm no mieloblasto o seu precursor. O mieloblasto tem núcleo grande, se 
diferencia em promielócito e depois em mielócito. 
Bastonetes e metamielócitos são formas de maturação não proliferativa, que 
resultam no neutrófilo segmentado, que é a forma madura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLAQUETAS: A SÉRIE PLAQUETÁRIA 
As plaquetas também são chamadas de trombócitos, e possuem a função de 
estancar / cessar um sangramento através da produção de coágulos no local da 
injúria. Existe no sangue a proporção de 150.000 plaquetas para cada milímetro 
cúbico de sangue. 
Diante de uma lesão em um determinado tecido, plaquetas se deslocam para o 
local da lesão para que cessem o sangramento. Essas plaquetas aderem no vaso 
lesado com o auxílio do fator de von Willebrand. O formato das plaquetas é 
alterado, e substâncias do plasma atraem mais plaquetas para o local da injúria a 
fim de formar um tampão plaquetário primário. 
Desta forma é possível ver a importância da coagulação no processo de 
hemostasia. 
O valor normal das plaquetas numa amostra de sangue está entre 150.000 e 
450.000/mm³. 
Quadros de hemorragia podem ocorrer pela produção deficiente de plaquetas 
(trombocitopenia), e quando o contrário ocorre, ou seja, quando há a produção 
excessiva dessas células (trombocitose), há o risco real de formação de trombos,que são agrupamentos de plaquetas numa quantidade acima do normal, 
provocando entupimento da veia ou da artéria, e essa obstrução pode provocar 
tanto uma embolia pulmonar, um infarto agudo do miocárdio, quanto um 
acidente vascular cerebral. Mulheres que usam anticoncepcionais precisam 
realizar coagulograma, para avaliar o risco de trombose ou de AVC. Pacientes que 
utilizam heparina ou varfarina também precisam fazer o exame, para avaliar o 
risco de hemorragias. 
 
https://www.greelane.com/pt/ci%c3%aancia-tecnologia-matem%c3%a1tica/ci%c3%aancia/role-of-
platelets-373385/ 
Diante da necessidade de averiguar se a produção plaquetária está em valores 
normais, é solicitado o exame chamado de coagulograma, que também é 
solicitado antes de cirurgias, a fim de avaliar se há o risco de hemorragias durante 
a cirurgia. 
Este exame avalia o tempo de sangramento, o tempo de protrombina, o tempo 
de tromboplastina parcial ativado, a quantidade de plaquetas e o tempo de 
trombina, e deve ser realizado com jejum de 2 a 4 horas. O tempo de 
sangramento (TS) é um dos processos de coagulação que é analisado neste 
exame, onde o profissional que realiza a coleta da amostra utiliza uma agulha 
descartável e fura a orelha do paciente (de acordo com a técnica de Duke), e 
conta o tempo que leva para aquele sangramento parar. O sangramento é 
observado a cada 30 segundos com o uso de um papel filtro, que deve absorver o 
sangue. O final do teste se dá quando o sangue para de fluir. Este tempo deve ser 
anotado na ficha do paciente e este dado deve ser acrescentado aos demais 
resultados que serão feitos posteriormente, com a amostra de sangue coletada. É 
esperado que o tempo de sangramento seja entre 1 e 3 minutos. Se o tempo de 
sangramento for superior a este, é muito provável que o paciente possua a 
doença de von Willebrand, ou que remédios de seu uso estejam interferindo no 
tempo normal de coagulação, ou então que esteja ocorrendo no organismo um 
problema conhecido como trombocitopenia. O resultado do TS avalia a 
hemostasia do paciente e também possibilita detectar a presença ou a ausência 
do fator de von Willebrand. 
Fator de von Willebrand é uma proteína que deve estar presente nas fases da 
coagulação, auxiliando no processo de agregação de plaquetas no local onde há 
rompimento de vasos sanguíneos. Este fator é encontrado no plasma, nas paredes 
dos vasos sanguíneos e nas plaquetas. 
É preciso saber se o paciente usa remédios que podem interferir na coagulação. 
Caso o paciente use tais remédios, os nomes dos mesmos devem ser anotados na 
ficha do paciente, e o profissional responsável pela análise do sangue deve estar 
ciente, pois esses medicamentos podem interferir no resultado do exame. 
Também é importante que o paciente seja orientado a suspender o uso desses 
medicamentos antes da coleta da amostra. 
 
O tempo de Protrombina (TP) é analisado através da atividade da protrombina, 
que também é conhecida como Fator II da coagulação, como podemos ver na 
imagem a seguir. 
 
A função do Fator II da coagulação é converter o fibrinogênio em fibrina e assim 
formar o tampão plaquetário, seja ele o tampão secundário ou o definitivo. 
Durante o exame se observa o funcionamento da via extrínseca da coagulação, a 
ativação dos fatores VII, X e II (que é a protrombina), a conversão do fibrinogênio 
em fibrina, e por último a cessação do sangramento. Todo esse processo deve 
acontecer entre 10 e 14 segundos. 
Deficiência de vitamina K, anticoagulantes, deficiência do fator VII e doenças 
hepáticas podem provocar TP alargado, ou seja, o Tempo de Protrombina é maior 
que o normal. TP diminuído pode acontecer em pacientes que fazem 
suplementação de vitamina K ou em mulheres que usam anticoncepcionais. 
O exame chamado de TTPA (Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado) possibilita 
observar se os fatores da coagulação da via intrínseca estão presentes ou 
ausentes. O sangue coletado é colocado em contato com reagentes, e o tempo 
que este sangue leva para coagular é calculado de forma automatizada. Em 
pacientes saudáveis, o TTPA leva entre 21 e 32 segundos. 
Pacientes que usam anticoagulantes, ou que são portadores de hemofilia, 
apresentam TTPA maior que o normal. 
O tempo de Trombina (TT) é o tempo necessário para formar coágulo quando a 
trombina é adicionada. Essa adição é necessária para ativar o fibrinogênio, que 
será convertido em fibrina. Em condições normais, o coágulo se forma entre 14 e 
21 segundos. 
O uso de anticoagulantes faz com que o TT apresente tempo prolongado. 
Através do teste de agregação plaquetária (TAP) pode-se averiguar a habilidade e 
o grau de agregação das plaquetas, e este exame também avalia a hemostasia 
primária. 
A dosagem do fibrinogênio é um exame importante para analisar se há 
quantidade suficiente / necessária de fibrinogênio para produzir a fibrina. 
 
Hemostasia: é uma resposta natural do organismo a fim de evitar ou de cessar um 
sangramento ou uma hemorragia, obstruindo a lesão vascular e preservando a 
fluidez sanguínea e a integridade dos vasos. Na hemostasia ocorrem processos 
que preservam a fluidez sem a formação de coágulos e sem quadros de 
hemorragia. A hemostasia possui três fases, e todas elas ocorrem de forma 
coordenada e simultânea. 
 
 
 
Agora que vimos todas as séries componentes do nosso sangue, podemos 
entender a imagem abaixo, que mostra todas as fases de maturação das células 
sanguíneas. 
 
http://wwwsintesebio.blogspot.com/2014/09/revisando-hemograma.html 
HEMOGRAMA 
Hemograma é o exame de sangue que analisa todas as células sanguíneas, da 
série vermelha, da série branca e as plaquetas. 
 
 
ERITROGRAMA: SÉRIE VERMELHA 
A parte do hemograma que analisa a série vermelha (ou seja, das hemácias) é o 
eritrograma, que mostra a quantidade, o tamanho e a qualidade das células desta 
série, de forma a trazer informações necessárias sobre essas células e se há algum 
desequilíbrio nos valores de referência das mesmas. Tais valores são conhecidos 
como índices hematimétricos e são constituídos por HCM, VCM, CHCM e RDW. 
Não é preciso fazer jejum antes da coleta, no entanto é orientado ao paciente que 
o mesmo não realize atividades físicas nas 24 horas anteriores ao exame, e 
permanecer 48 horas sem ingerir álcool, para não alterar os resultados. 
O hemograma ajuda a diagnosticar inúmeras doenças, ajuda também a observar 
a evolução ou a regressão de doenças, auxilia no acompanhamento de 
tratamentos medicamentosos e também tem valor preditivo em diversas 
situações. 
A análise da amostra é realizada em equipamento específico para citometria de 
fluxo, que classifica, avalia e contabiliza as células da série vermelha, baseando-se 
em critérios previamente estabelecidos e aprovados. 
Além da análise automatizada, é realizada a análise microscópica: a contagem 
diferencial em um esfregaço de sangue. Essa contagem se ocupa em diferenciar 
leucócitos e hemácias, e detecta células liberadas na corrente sanguínea antes da 
maturação, aspecto muito característico em leucemias, por exemplo. 
No momento da interpretação, compara-se os valores das células do paciente 
com os valores de referência, correlacionando os valores encontrados com os 
sintomas relatados durante o atendimento médico. 
 
http://analisesclinicascom.blogspot.com/2018/09/como-preparar-um-bom-esfregaco.html 
No eritrograma (série vermelha) existem índices que devem ser analisados, como 
veremos a seguir. 
Hematócrito (Ht): é a porcentagem do volume ocupado pelas hemácias, dentro 
do volume total do sangue. Hematócrito alto indica choque hipovolêmico, 
policitemia ou desidratação. Hematócrito baixo indica hipovolemia, anemia, 
deficiência de Ferro, doença renal, deficiência de proteínas, septicemia. 
Hemoglobina (Hb): faz parte do eritrócito e transporta o oxigênio. Hemoglobina 
alta indica doenças pulmonares, altitudes elevadas, Policitemias, insuficiência 
cardíaca. Hemoglobina baixa indica doença hepática, talassemias, gestação,desnutrição, lúpus, anemia megaloblástica, anemia ferropriva. 
Volume Corpuscular Médio (VCM): analisa o tamanho dos eritrócitos. VCM alto 
indica anemia, alterações na medula óssea, alcoolismo, deficiência de vitamina B12 
ou de ácido fólico. VCM baixo indica talassemias, anemia ferropriva, anemia de 
origem genética, dentre outras doenças. 
Hemoglobina Corpuscular Média (HCM): mostra a concentração total de 
hemoglobina, por analogia entre o tamanho e a coloração do eritrócito. HCM alto 
pode indicar alcoolismo, alterações na tireoide e uso de alguns medicamentos. 
HCM baixo pode indicar doenças crônicas, anemia ferropriva e talassemia. 
Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM): mostra a 
concentração que existe da hemoglobina em cada eritrócito (lembrando que 
eritrócito é o mesmo que hemácia). CHCM alto indica problemas na tireoide e 
alcoolismo. CHCM baixo indica talassemias, anemia ferropriva, anemia por 
deficiência de ácido fólico ou vitamina B12. 
Amplitude de glóbulos vermelhos (RDW): mostra a porcentagem existente na 
variação de tamanho entre os eritrócitos na amostra. Sendo assim, se existem 
eritrócitos de tamanhos variados na amostra, o RDW aponta essa variação, que 
pode indicar anemia ferropriva ou anemia por deficiência de vitaminas. 
 
 
 
 
 
LEUCOGRAMA – SÉRIE BRANCA 
O leucograma é a parte do hemograma que analisa os leucócitos, também 
conhecidos como a série branca do sangue, responsável pela defesa do 
organismo diante de inflamações e outros tipos de ataques à integridade 
corporal. Quando os leucócitos se encontram em valores acima do normal, temos 
um quadro de leucocitose, causado por infecções, leucemias, tumores ósseos, 
exercícios físicos feitos de forma extenuante, gravidez, parto, estresse emocional, 
dentre outras situações. No entanto, se os leucócitos estiverem em valores abaixo 
do normal, temos o quadro conhecido como leucopenia, que pode ser provocada 
por quimioterapia, bloqueadores hormonais, imunoterapia, dentre outras 
condições. 
A série branca é constituída por eosinófilos, neutrófilos, linfócitos, basófilos e 
monócitos. 
Neutrófilos: fagocitam microrganismos invasores e combatem infecções; valores 
altos indicam gota, câncer, infecções, trauma e estresse; valores baixos indicam 
anemia falciforme, púrpura trombocitopênica, deficiência de vitamina B. 
Eosinófilos: ativadas em quadros de alergias ou em infecções por parasitas; 
valores altos indicam alergia, linfoma de Hodgkin, anemia, verminose; valores 
baixos indicam infecção (viral/bacteriana), estresse, betabloqueadores. 
Basófilos: ativadas em inflamações crônicas ou alergias crônicas; valores altos 
indicam esplenectomia, catapora, sarampo, linfoma de Hodgkin; valores baixos 
indicam gravidez, hipertireoidismo, infecção aguda, choque anafilático. Abaixo 
temos a imagem de um basófilo. Aumento de 600x. 
 
 
Linfócitos: combatem tumores, vírus e produzem anticorpos; valores altos indicam 
caxumba, mononucleose, sarampo, infecções agudas; valores baixos indicam 
desnutrição, infecção. 
Monócitos: valores altos indicam leucemia monocítica, colite ulcerativa crônica, 
verminose por protozoários; valores baixos indicam anemia aplástica. 
 
 
 
 
 
 
PLAQUETOMETRIA: SÉRIE PLAQUETÁRIA 
Ainda no hemograma temos a série plaquetária, que analisa características 
quantitativas e qualitativas das plaquetas. Na série plaquetária são analisados os 
seguintes aspectos: 
Volume Plaquetário Médio (VPM): é a média do volume das plaquetas. Quando 
comparado à Série Vermelha, o VPM é comparado ao VCM (volume corpuscular 
médio). 
Plaquetócrito (PCT): ao determinar o VPM e a contagem absoluta de plaquetas na 
amostra, temos o Plaquetócrito, que equivale ao hematócrito que vimos na Série 
Vermelha. 
Platelet Distribution Width (PDW): é uma sigla na língua inglesa que se refere à 
amplitude de distribuição volumétrica das plaquetas na amostra, ou seja, é a 
diferença entre o maior e o menor tamanho das plaquetas presentes na amostra, 
assim como vemos o RDW na Série Vermelha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
https://www.rededorsaoluiz.com.br/especialidades/hematologia 
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=32370 
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Paulo: Atheneu, 2004. 
LORENZI, T.F. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. 4 ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
LORENZI, T.F. Atlas de Hematologia: Clínica Hematológica Ilustrada. 1 ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
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2009. 
BAIN, B.J., Células Sanguíneas - um Guia Prático. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
CARVALHO, W.F., Técnicas Médicas de Hematologia e Imuno-hematologia. 8 ed. 
Belo Horizonte: Coopmed, 2008. 
HENRY, J.B. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 21 ed. 
São Paulo: Manole, 2013. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANÁLISES CLÍNICAS. Alterações laboratoriais em 
pacientes com Covid-19. Disponível em: 
<https://www.sbac.org.br/blog/2020/03/26/alteracoes-laboratoriais-em-
pacientes-com-covid19/> 
MALE, David; BROSTOFF, Jonathan; ROTH, David B.; ROITT, Ivan M. Imunologia. 
8.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 3-17.

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