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Profa. MSc Adreanne Oliveira FARMACODINÂMICA VIAS DE SINALIZAÇÃO UNAMA CURSO DE FARMÁCIA FARMACOLOGIA BÁSICA Alvos Farmacológicos de ação dos fármacos Os principais alvos para a ação farmacológica nas células de mamíferos são as proteínas, envolvidas na sinalização celular e transdução de sinais. Receptores Canais iônicos Enzimas Moléculas transportadoras Tipos de interação fármaco receptor A interação pode ser direta ou indireta. Direta – bloqueio físico do canal. Ex: acetilcolina e receptores nicotínicos. Ligação a sítios acessórios do canal alterando sua função. Ex: benzodiazepínicos e canais GABAa que são receptores regulados por ligante. VIAS DE SINALIZAÇÃO Receptores Formam ou funcionam como elementos sensores no sistema de comunicação que coordena a função das células. Os mensageiros químicos são principalmente os hormônios ou substâncias neurotransmissoras (Ach). Induzem muitos tipos diferentes de efeitos celulares podendo seu tempo de ação variar desde os muito rápidos, como os envolvidos na transmissão nervosa, como por horas ou dias, como os dos hormônios tireoidianos. Tipos de Receptores Os receptores podem ser agrupados em quatro grupos principais: 1- Canais iônicos regulados por ligantes; 2 - Acoplados a proteína G; 3 - Ligados à quinase e receptores relacionados; 4 - Nucleares Alvos Farmacológicos 1. Receptores ligados a canais iônicos regulados por ligante São denominados de receptores ionotrópicos. São receptores sobre os quais atuam neurotransmissores rápidos. São proteínas transmembrana que formam um canal hidrofílico que permite a passagem de íons pelo seu interior. Tempo de resposta em milissegundos. Exemplo: Receptor Nicotínico de ACh, GABAa, Glicina, Glutamato, Cainato, NMDA. Canais Iônicos O sinal químico liga-se a um local específico do receptor, promovendo a abertura de um canal iônico, com afinidade para determinados íons 1. Receptores ligados a canais iônicos regulados por ligante Incorporam um sítio de ligação (receptor) de ligante, geralmente no sítio extracelular que regula sua abertura e fechamento Estão ligados diretamente a canais iônicos (canais iônicos regulados por ligante) e só se abrem quando o receptor estiver ocupado por um agonista. Ex: Acetilcolina e receptores nicotínicos. Receptor Nicotínico Agonista Receptor Nicotínico Mudanças conforma- cionais Hiperpolarização ou Despolarização da membrana efeitos celulares. 1.1. Canais Iônicos regulados por Voltagem 1.1. Canais Iônicos regulados por Voltagem Um estímulo pré-sináptico produz um potencial de ação que se move ao longo do axônio. A abertura de um canal de Na+ dependente de voltagem permite que o Na+ entre e induza à abertura de outros canais adjacentes. Quando a onda de despolarização alcança a extremidade do axônio, os canais de Ca2+ se abrem para a entrada deste íon. A Ach se liga a um receptor no neurônio pós-sinaptico, induzindo à abertura do canal iônico dependente de ligante. O Na+ e o Ca2+ extracelulares entram através deste canal, despolarizando a célula pós-sináptica. Despolarização Hiperpolarização O [Ca2+] desencadeia a liberação do neurotransmissor (Ach) dentro da fenda pré- sináptica. Fármacos que atuam em Canais iônicos regulados por voltagem 2. Receptores Acoplados a Proteína G Interação Indireta Denominados de metabotrópicos ou receptores que atravessam sete vezes a membrana. Ligados ao metabolismo Transmissão mais lenta que os ligados a canais. Tempo de resposta em segundos. Proteína G A proteína G consistem de 3 subunidades α, β e γ Constituem a maior família, incluindo: – receptores para hormônios – neurotransmissores lentos (adrenérgicos, muscarínicos e para quimiocinas). citocinas 2. Receptores Acoplados a Proteína G A ligação do agonista ↑ a afinidade do complexo αβγ pelo receptor. Os nucleotídeos de guanina ligam-se a subunidade α, que possui atividade enzimática catalisando a conversão de GDP em GTP. A associação do receptor ao complexo provoca a dissociação do GDP por GTP, que por sua vez libera a porção α-GTP que é a porção ativa da proteína G. Essa parte ativa pode se ligar a várias enzimas e canais. ● O processo se conclui com a hidrólise do GTP em GDP através da GTPase da subunidade α. ● O α-GDP formado dissocia-se do efetor (uma enzima por exemplo) e une-se novamente ao βγ fechando o ciclo. 2. Receptores Acoplados a Proteína G: Tipos de Proteína G Ações Pt Gs (estimulatória de AMPc) Ativa AC (Adenilato cilcase) e abre canais de Ca2+ Pt Gi (inibitória de AMPc) Inibe AC (Adenilato ciclase) e ativa e abre canais de k+. Pt Gq (estimula Fosfolipase C) Ativa IP3 e DAG e ↑ Ca2+ citoplasmático. A proteína G possui 3 classes Gs, Gi e Gq especificas para cada receptor e que produzem efeitos diferentes. Proteína Gs (estimula AC/AMPc) Sistema da Adenilato ciclase (AC)/AMPc: ● AC: é uma enzima responsável pela formação do AMPc. Papel da 3, 5-Adenosina-monofosfato cíclico funciona como segundo mensageiro na transdução de sinais. O AMPc é um nucleotídeo sintetizado no interior da célula a partir de ATP sob ação da enzima adenilato ciclase. O AMPc ativa as proteínas quinases (fosforilação) Proteína Gs (estimula AC/AMPc) Agonista liga-se receptor sai GDP e entra GTP no complexo αβγ. O Complexo é desfeito forma complexo α-GTP que ativa adenilato ciclase( AC) e converte o ATP em AMPc AMPc ativa a Pt quinase diversos efeitos por várias celulas abertura de canais de Ca 2+ , estimulação para a síntese de pts. Mudanças Conformacionais GDP AGONIST A GTP GDP GTP ADENILATO CICLASE ADENILATO CICLASE GTP GS (+) PKA FOSFORILAÇÃO PROTEÍNA AMPc ATP R AGONISTA Proteina Gs * Estimulação de AC/AMPc (adenosina monofosfato cíclico) cAMPC – catalisa fosforilização de serina – a qual pode ativar ou inibir a enzima alvo ou canais VIAS DE SINALIZAÇÃO Ex: PROTEÍNA Gs receptores β2fígado. Aumento da lipólise através da ativação da Lipase. Redução da síntese de glicogênio através inativação da glicogênio sintetase. Ex: PROTEÍNA Gi ACh em receptores muscarínicos receptores M2 no músculo cardíaco - inibição cardíaca. Pt Gi (inibitória de AMPc) Agonista liga-se receptor sai GDP e entra GTP no complexo αβγ. O Complexo é desfeito forma complexo α GTP que inibe adenilato ciclase e não converte o ATP em AMPc AMPc não ativa a Pt quinase não háverá diversos efeitos por várias células não haverá abertura de canais de Ca 2+ e vai abrir canais de cloro (Cl-). Mudanças Conformacionais VIAS DE SINALIZAÇÃO Inibe AC Não haverá fosorilação de pt quinase e Não haverá abertura de canais de Ca2+, mas abrirá canais de Cl- Pt Gq (ativa fosfolipase C) Sistema Fosfolipase C/Fosfato de Inositol. A ativação da proteína G é semelhante ao processo anterior. Fosfolipase C é uma enzima responsável pela formação de Inositol trifosfato (IP3) e DAD (2° mensageiros). Ao formar o α-GTP esse complexo ativa a Fosfolipase C que transforma (cliva) o Fosfatidil Inositol difosfato (PiP2) em Diacilglicerol (DAG) e Trifosfato de Inositol (IP3) que atuam como segundo mensageiro. O IP3 é hidrofílico e se dispersa pelo citosol e interage com receptores de IP3. Esta interação libera Ca+2 das reservas intracelulares, por ex: reticulo endoplasmáticoe mitocôndrias e ativa a resposta celular. O cálcio liberado tem como resposta a contração muscular e aumento da contração do miocárdio. O DAG é hidrofóbico e se mantem associado a membrana onde ele ativa a proteína quinase C (PKC), que é capaz de Fosforilar diversas pts e ativa a resposta celular. Pt Gq (ativa fosfolipase C) Pt Gq (estimula Fosfolipase C) Agonista liga-se receptor sai GDP e entra GTP no complexo αβγ. O Complexo é desfeito forma complexo α GTP que ativa Fosfolipase C, e que por sua vez vai na membrana e transforma (cliva) PIP2 sofre fosforilação IP3 e DAG. DAG se mantem na membrana ativa PKC fosforila outras pts ativa resposta celular. O IP3 receptor e ativa canais de Ca2+ (ret. Endoplasm) libera Ca2+ ativa PKC contração muscular. Mudanças Conformacionais VIAS DE SINALIZAÇÃO Fosfatidil Inositol (PiP2) A fosfolipase C vai na membrana e transforma os fosfolipideos de membrana em DAG (diacilglicerol) e inositol. Sofre várias fosforilações seguidas até formar o inositol trifosfato (IP3) Liga ao receptor ativa canais de Ca2+ do retículo endoplasmático com a abertura dos mesmos. Há um influxo de Ca2+ do retículo p o citoplasma, podendo o Ca2+ ativar a pt quinase c/ o DAG ou participar do processo de contração muscular. Receptores conhecidos como catalíticos com atividade intrínseca ligados a enzimas. Possuem inúmeras funções celulares. Quando ativados desencadeiam cascatas de fosforilação. Enzimas: Tirosina-quinase Medeia as ações de: – Fatores de crescimento – Citocinas – Hormônios: ação da insulina – Fatores tróficos 3. Receptores ligados a quinase VIAS DE SINALIZAÇÃO Os receptores inativos encontram-se separados. Após a ligação do agonista ocorre a formação de um dímero. Ocorre a ativação do domínio tirosina quinase possibilitando a autofosforilação cruzada. Após a autofosforilação o receptor liga-se a proteínas SH2. 3. Receptores ligados a quinase 2 sistemas são possíveis: Sistemas RAS/RAF Sistema JAK/STAT Sistema RAS/RAF: Após a fase de autofosforilação ocorre a ligação com a proteína Grb-2 que possuí o domínio SH2. A proteína RAS é ativada, ocorrendo a permuta do GDP para GTP. 3. Receptores ligados a quinase Ativa-se a primeira proteína quinase RAF dando prosseguimento a uma cascata de fosforilação. A cascata termina com a MAP - quinase que promove a expressão gênica. Exemplo: divisão celular, insulina. Mutações nessa cascata podem levar ao câncer. MECANISMO DE AÇÃO DA PT QUINASE –RAS/RAF Sistema JAK/STAT Ocorre a formação do dímero de receptores. Após o dímero se formar ocorre a fosforilação do radical tirosina quinase JAK. A JAK liga-se a uma proteína de domínio SH2 a STAT que também sofre fosforilação e forma um dímero. A STAT migra até o núcleo e liga-se ao DNA e outros genes regulando a expressão gênica. Exemplo: indução de citocinas inflamatórias, mediadores inflamatórios. 3. Receptores ligados a quinase MECANISMO DE AÇÃO DA PT QUINASE – JAK/STAT RESUMO PARA RELEMBRAR São conhecidos como receptores intracelulares. Localizam-se principalmente no núcleo, estando alguns também localizados no citosol. Características dos hormônios esteróides, tireóides, vitamina D etc. O hormônio (esteróide) entra na célula e liga-se a seu receptor. Esses ligantes são ativados por compostos extremamente lipofílicos. Atuam diretamente no DNA da célula. Ativam fatores de transcrição genéticos. 4. Receptores que regulam a transcrição gênica. (Nucleares) Após a ligação do esteróide esse receptor forma-se um dímero ativo que entra no núcleo e liga-se a uma região específica do DNA. Ligado ao DNA esse hormônio estimula ou inibe a transcrição gênica produzindo um efeito que depende do ligante. Exemplo: glicocorticóides inibem a expressão gênica da COX inibindo os efeitos da inflamação. 4. Receptores que regulam a transcrição gênica. (Nucleares) Receptores Esteróides Agonistas Atravessa a parede celular e no citoplasma se lia a pt HSP ocorrem mudanças conformacionais Complexo é desfeito e forma uma dobradura com exposição dos dedos de Zn que vão dimerizar e migrar p o núcleo. Núcleo Vão ativar pts coativadoras e a RNA polimerase iniciando a transcrição, tradução e síntese de pts. O processo tb pode acontecer direto no núcleo e evitar a etapa de migração. Receptores Esteróides Antagonistas Receptores Esteróides Antagonistas O mecanismo é parecido com o anterior, no entanto, o complexo forma uma dobradura errada comprometendo a exposição dos dedos de Zn que vão dimerizar e migrar para o núcleo. No núcleo haverá ativação das pts co-repressoras fazendo com que ocorra a desacetilação das histonas de DNA. RESUMO VIAS DE SINALIZAÇÃO
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