ruminante certo

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1) Cite características terapêuticas das drogas citadas abaixo (classe farmacológica, indicações, posologias diferentes se houveram, espectro de ação, etc.)
a) Penicilina G Procaina: 
Ação/ indicação: Antibiótico bactericida (beta- lactâmico) contra infecções por Gram-positivos.
Contraindicações; não usar em cobras, aves, tartarugas, usar com cautela em portadores de desequilíbrios eletrolíticos, doença renal e insuficiência cardíaca congestiva. 
Efeitos adversos: reações de hipersensibilidade e, em doses elevadas e tratamentos prolongados, neurotoxicidade.
Interações e incompatidades: aminoglicosídeos (S), antibióticos bacteriostáticos (a1), cefalotina (IQ), heparina (IQ), hidrolisados de proteínas (IQ), lincomicina (IQ), oxitetraciclina (IQ), pentobarbital (IQ), soluções polivitamínicas (IQ), tretaciclina (IQ), vitaminas do complexo B (IQ) e vitamina C (IQ).
Interferência em exames: ácido úrico (FP) e glicosúria (FP)
Exigência para prescrição: Receituário profissional em duas vias para apresentações comercias humanas.
Estabilidade após reconstituição: Vários meses sob refrigeração.
Doses: CAM/GER/HAM/RAT:22.000 UI/kg/q 24h/ SC, IM;
CAN/QUE/FEL/RUM/SUI: 20.000 UI/kg/q 24h/ IM;
b) Oxitetraciclina: 
Ação/ Indicações: Antibiótico (tetraciclina) predominante bacteriostático contra infecções por bactérias (amplo espectro), clamídias e rickétsias.
Contraindicações e precauções: Não usar em herbívoros adultos através da via oral e em gestantes, lactantes ou animais em crescimento; usar com cautela em cobaios e portadores de insuficiência hepática ou renal (ajustar a dose), evitando o uso concomitante de outras substâncias hepato ou nefrotóxinas.
Efeitos adversos: produtos cujo o veículo é o propilenoglicol podem determinar, se rapidamente administrados pela via EV, hemólise intravascular e efeito cardiodepressor. Injeções EV rápidas podem quebrar cálcio e determinar arritmias e colapso cardíaco. Em carnívoros, pode haver anorexia, náusea, vômito, diarreia e, em gatos quando da administração oral, cólica, febre, perda de pelos e depressão. Equídeos muito estressados podem apresentar diarreia aguda e há suspeitas da possibilidade de formação de urólitos em cães. Superinfecções, fotossensibilização, hepatotoxidade e discrasias sanguíneas são outros achados mais raros que podem decorrer da administração de tetraciclinas em todas as espécies. Em filhotes de todas as espécies, pode haver deposição irreversível nos ossos e esmalte dentário.
Interferências em exames: Glicose urinário (FP)
Observação: Fármaco muito sensível á umidade e a luz, podendo ter sua toxicidade aumentada quando deteriorado ou vencido; quando usado em terapêutica massal, a água deve ser renovada a cada 12 horas e mantida fora da luz solar direta.
Doses: CAN/EQUI/FEL/RUM/SUI: 10-20 mg/kg/q 8 -12h/ EV, IM, VO (não usar via oral em herbívoros adultos). Se for usada a forma de depósito (LA), fazer aplicações IM intervaladas em 48 horas 
c) Flunexina Meglumine:
Ação / Indicações: Anti-inflamatório não-esteroidal, analgésico antiespasmódico e antitérmico. As indicações dos fabricantes incluem ainda o tratamento de diarreias, choque, mamite entre outras. 
Contraindicações e precauções: Usar com cautela em gestantes e portadores de ulcerações gastrointestinais e doenças hematológicas, hepáticas ou renais. O uso na cólica equina pode mascarar os sintomas, determinando falar avaliações sobre o quadro clínico.
Efeitos adversos: Alterações hematológicas, vômito, diarreia, ulcerações gastrointestinais e insuficiência renal, principalmente em carnívoros.
Doses:
 RUM: 1, 1-2, 2 mg/kg/q 12 -24 h/ EV, IM, SC
d) Xilasina:
Ação/ Indicações; Análogo da clonidina, sedativo, analgésico e emético.
Contraindicações e precauções: Não usar em animais com arritmias ventriculares ou que receberam epinefrina, usar com extrema cautela em pacientes muito debilitados ou portadores de disfunções cardíaca e respiratórias, choque, hipotensão, desordens convulsivas e insuficiência hepática ou renal severas. Usar com cuidado em equídeos portadores de laminite e impactação intestinal. Evitar a administração na última fase da gravidez, pois principalmente em ruminantes pode haver descardeamento no parto. O uso em camundongos ou ratos é desaconselhado por alguns autores. 
Efeitos adversos: Emese, tremores musculares, bradicardia, sudorese (equídeos), sialorreia, atonia timpanismo (ruminantes), doses elevadas determinam depressão, respiratória que podem levar óbito.
Exigência para prescrição: Receituário profissional em duas vias
Doses: BOV: 0,05- 0,15 mg/kg/EV ou 0,1 -0,3 mg/kg/IM
CAP/OVI: 0,05 – 0,1mg/kg/EV ou 0,1 – 0,2 mg/kg/IM (espécie muito sensível)
 
2) Durante os processos que levam a desidratação, explique os 3 tipos de desidratação que podem acometer os animais e cite enfermidades ou situações que possam causa-los;
a) Desidratação Isotônica: Ocorre quando a perda de água acompanha a perda de eletrólitos. 
Causam: sudorese excessiva em equinos, vômito, diarreia aguda, choque hipovolêmico, febre, ferimentos abertos e hemorragia.
 
b) Desidratação Hipertônica:
Ocorre quando há perda de água e pouca perda de eletrólitos. 
Causam: respiração ofegante, restrição de água. Nesses casos a concentração de sódio tende a aumentar.
Aumento nas perdas insensíveis (calor excessivo ou exercício intenso), salivação excessiva, febre intensa, diabetes insípido, privação hídrica
c) Desidratação Hipotônica:
Ocorre em casos onde há perda excessiva de sódio com consequente queda na osmolaridade do plasma: administração equivocada de diuréticos e insuficiência adrenocortical com diminuição da produção de aldosteron.
Causam: Uso excessivo de diuréticos, diarreias intensas, reposições de perdas isotônicas sem sódio→ desidratação e hiponatremia graves.
3) Cite os principais sinais clínicos e diferencie os tratamentos de Indigestão simples (timpanismo gasoso) e Indigestão secundária (timpanismo espumoso).
 Indigestão simples/ timpanismo gasoso
Timpanismo primário, é decorrente do aumento na tensão superficial do líquido ruminal ou de sua viscosidade e da estabilidade de bolhas gasosas, que não se coalescem e ficam
presas à ingesta na forma de espuma. As bolhas persistem por longos períodos dispersos na ingesta e apesar dos
movimentos contínuos do conteúdo ruminal, estas não se desfazem, impossibilitando sua eliminação. Essencialmente nutricional.
 Sinais clínicos 
· Tentativa de deglutir
· Disfagia, sialorréia
· Timpanismo crescente 
· Desconforto
· Gasoso tem uma severa distensão abdominal principalmente dorsal área esquerda
 Tratamento
· Fazer uma sondagem para aliviar o timpanismo 
· Remover a causa
· Manual (orofarinagem)
· Esofagotomia
· Ruminotomia
· Cuidado na sondagem!!! -Em caso de emergência sempre trocaterizar primeiro 
· Retirada do corpo estranho (sonda deThygessen)
 Indigestão secundária/ timpanismo espumoso
O timpanismo espumoso é o resultado da produção elevada de uma espuma estável que retém os gases da fermentação no rúmen, condição em que a coalescência das pequenas bolhas de gás é inibida. O conteúdo ruminal misturado aos gases apresenta-se com aspecto de espuma, porém algum gás livre pode estar presente. A eructação é induzida pelo estímulo provocado por certa quantidade de gás livre presente na região do cárdia. Todavia, se o conteúdo ruminal com espuma está presente, o animal fica incapacitado de eructar e a pressão intrarruminal aumenta (RADOSTITS et al., 2007). O timpanismo espumoso (TE) em bovinos desenvolve-se mais lentamente do que o gasoso e invariavelmente torna-se crônico e recorrente. Em animais mantidos confinados, sua prevalência é maior do que a forma gasosa, mas o índice de mortalidade é baixo (NAGARRAJA et al., 1998). A significância do impacto econômico desse tipo de distúrbio digestivo deve-se ao decréscimo da produtividade dos animais, consequente ao consumoreduzido de alimento, em virtude da distensão ruminal que ocorre e dos gastos com o tratamento (WHITLOCK, 1980; GARRY, 1990).
· Súbita disponibilidade de forragem verde em especial leguminosas (Alfafa, Trifolium) 
· Alta concentração de grãos → Produção intensiva 
· Mucopolissacarídeo de bactérias? (Citoplasma ou membranas) → Morte de bactérias
· Semelhantes a timpanismo gasoso, porém: 
· Consegue-se realizar a passagem da sonda, que não produz alívio no animal 
· Trocaterização não alivia os sinais.
 Sinais clínicos 
· O timpanismo espumoso os sinais clínicos são semelhantes ao gasoso, porém consegue-se realizar passagem de sonda, nisso não produz alivio ao animal. “ Trocaterização não alivia os sinais”
 Tratamento: 
· Transfaunação
· Ruminotomia/ ruminostomia, limpar o conteúdo e fazer bicarbonato (controlar acidose)
· Sorbitol (sedacol diminui a tensão)
 
4) Um touro adulto de 650 kg ao ser transportado chegou á propriedade com queixas de apatia e anorexia e salivando em excesso (ptialismo). Os sinais clínicos que o animal apresentava eram: elevado tempo de turgor cutâneo, mucosas pegajosas a secas pouco avermelhadas, retração do globo ocular marcada, taquicardia, TPC 4 segundos, hematócrito 50% e proteínas plasmáticas de 9g/dl. Durante o exame clínico foi observada a presença de um corpo estranho na cavidade oral que quando retirado parou de perde saliva. Defina o procedimento de hidratação deste animal calculando volume nas primeiras 24 h e características que esta solução deve ter citado os motivos.
 Reposição 
 650 x 10 = 6500 6500/100 = 65L
 65 L nas primeiras 24 horas, para reidratar, visto que o animal estava em quadro de desidratação profunda, possivelmente 9-10%. Opta-se por utilizar o ringer com lactato, pois este fluidoterapico é capaz de restabelecer a hidratação, e ainda possui eletrólitos que são utilizados para fisiologia do animal. A solução ringer com lactato possui osmolaridade semelhante ao plasma sanguíneo, possui em formulação cloreto, potássio e cálcio, e lactato de sódio, trata e previne a acidose metabólica, e ele e levemente hipotônico em relação ao plasma.