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Maria Eduarda Rossi - Universidade São Judas Tadeu - Medicina Veterinária
Cardiopatias e fluidoterapia
As cardiopatias são doenças cardíacas que afetam animais domésticos e selvagens, podendo
ter origem congênita ou adquirida. Essas condições representam um desa�o clínico
signi�cativo para os médicos veterinários devido à sua complexidade diagnóstica e
tratamento.
As cardiopatias são alterações estruturais ou funcionais do coração que afetam sua capacidade
de bombear sangue e�cientemente para todo o organismo. Essas condições podem resultar de
defeitos congênitos, doenças valvulares, miocardiopatias, arritmias cardíacas, entre outros. A
ocorrência de cardiopatias em animais tem aumentado ao longo dos anos, possivelmente
devido a fatores genéticos, ambientais e uma maior conscientização dos proprietários sobre a
saúde cardiovascular de seus animais de estimação.
Causas e fatores de risco: Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento de
cardiopatias em animais, incluindo predisposição genética, idade, sexo, obesidade, doenças
infecciosas, dieta inadequada e exposição a substâncias tóxicas. Algumas raças especí�cas
também apresentam maior suscetibilidade a certas cardiopatias, como a cardiomiopatia
dilatada em cães da raça Doberman Pinscher e a estenose aórtica em gatos Maine Coon.
Sinais clínicos e diagnóstico: Os sinais clínicos das cardiopatias em animais podem variar
dependendo da gravidade e do tipo de doença cardíaca. Os sintomas mais comuns incluem
tosse, di�culdade respiratória, letargia, intolerância ao exercício, ascite (acúmulo de líquido
na cavidade abdominal) e desmaios. O diagnóstico preciso é fundamental e envolve uma
combinação de histórico clínico detalhado, exame físico, exames laboratoriais, radiogra�as,
eletrocardiograma (ECG) e ecocardiogra�a. A ecocardiogra�a é considerada o método de
imagem padrão-ouro para avaliação estrutural e funcional do coração.
Tratamento e manejo:As cardiopatias em animais são condições clínicas complexas que
requerem uma abordagem terapêutica multidisciplinar. O objetivo principal do tratamento é
minimizar os sintomas, melhorar a função cardíaca e prevenir ou retardar a progressão da
doença. O manejo adequado envolve uma combinação de intervenções farmacológicas,
cuidados de suporte, modi�cações na dieta e monitoramento regular para ajuste
individualizado do tratamento.
- Opções Terapêuticas: O tratamento farmacológico é uma das principais abordagens
no manejo das cardiopatias em animais. Diversas classes de medicamentos são
utilizadas, dependendo da causa subjacente e dos sintomas apresentados. Os
diuréticos, como furosemida, são frequentemente prescritos para reduzir a retenção
Maria Eduarda Rossi - Universidade São Judas Tadeu - Medicina Veterinária
de líquidos e aliviar a congestão pulmonar. Os inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECAs) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) são
comumente empregados para melhorar a função cardíaca, reduzir a hipertensão e
retardar a progressão da doença. Beta-bloqueadores podem ser úteis para controlar
arritmias e reduzir a demanda cardíaca. Além disso, outros medicamentos, como
vasodilatadores, antiarrítmicos e agentes inotrópicos, podem ser utilizados conforme a
necessidade clínica.
- Cuidados de Suporte: Além do tratamento farmacológico, medidas de suporte
desempenham um papel fundamental no manejo das cardiopatias em animais. Estas
incluem o controle do peso corporal através de dieta adequada e exercício controlado,
a restrição de sódio na alimentação, a redução do estresse e a eliminação de fatores
desencadeantes, como infecções respiratórias. Em casos mais graves, intervenções
cirúrgicas, como correção de defeitos congênitos ou substituição valvular, podem ser
consideradas.
- Monitoramento e Acompanhamento: O acompanhamento regular do paciente é
crucial para avaliar a resposta ao tratamento, ajustar a terapia e monitorar a
progressão da doença. Exames clínicos periódicos, radiogra�as torácicas,
ecocardiogra�a e eletrocardiograma são realizados para avaliar a função cardíaca,
identi�car alterações e ajustar a terapia conforme necessário.
Endocardiose:
A endocardiose, também conhecida como doença valvular degenerativa, é uma doença
cardíaca adquirida que afeta as válvulas cardíacas, principalmente a válvula mitral em cães.
Essa condição resulta em alterações degenerativas nas valvas, levando à regurgitação de
sangue, sobrecarga cardíaca e consequente comprometimento da função cardíaca. A
endocardiose é considerada uma das principais causas de insu�ciência cardíaca em cães.
Etiologia e Fatores de Risco: A etiologia exata da endocardiose ainda não está completamente
elucidada, mas acredita-se que fatores genéticos, idade avançada, predisposição racial e
exposição a fatores ambientais desempenham um papel importante no seu desenvolvimento.
Raças como o Cavalier King Charles Spaniel, Doberman Pinscher e Poodle estão mais
suscetíveis à endocardiose. Além disso, a idade é um fator de risco signi�cativo, com a doença
geralmente se manifestando em cães idosos.
Características Clínicas e Diagnóstico: Os sinais clínicos da endocardiose podem variar de
acordo com a gravidade da doença. Os sintomas iniciais podem incluir tosse leve, intolerância
ao exercício e respiração ofegante após atividade física. Conforme a doença progride, os cães
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podem apresentar fadiga, perda de peso, ascite e até mesmo episódios de desmaio. O
diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico, auscultação cardíaca, radiogra�as
torácicas, ecocardiogra�a e, em alguns casos, eletrocardiograma. A ecocardiogra�a é o método
mais con�ável para avaliar a função valvular, determinar a gravidade da regurgitação e
monitorar a progressão da doença.
Opções Terapêuticas: O tratamento da endocardiose em animais visa principalmente ao
controle dos sintomas e à redução da progressão da doença. O tratamento farmacológico é o
principal pilar terapêutico e inclui o uso de medicamentos como diuréticos, inibidores da
enzima conversora de angiotensina (IECAs), beta-bloqueadores e vasodilatadores. Esses
medicamentos ajudam a reduzir a congestão pulmonar, melhorar a função cardíaca e reduzir a
carga de trabalho.
Estratégia de manejo e cuidados paliativos: A endocardiose é uma doença cardíaca comum em
cães, que pode levar a insu�ciência cardíaca e diminuição da qualidade de vida. A terapia
medicamentosa é o principal pilar terapêutico, no entanto, as estratégias de manejo e
cuidados paliativos podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
A endocardiose é uma doença valvular cardíaca adquirida comum em cães, que pode levar a
insu�ciência cardíaca congestiva e redução da qualidade de vida. O tratamento farmacológico
é o principal pilar terapêutico para controlar a progressão da doença e reduzir os sintomas.
No entanto, as estratégias de manejo e cuidados paliativos são importantes para melhorar a
qualidade de vida dos pacientes afetados.
Dieta: A dieta é uma parte importante do manejo de pacientes com endocardiose. Uma dieta
com baixo teor de sódio pode ajudar a reduzir a retenção de líquidos e a congestão pulmonar.
Além disso, uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode ajudar a manter a saúde geral do
paciente e apoiar a função cardíaca.
Exercício: O exercício físico é importante para a saúde geral dos pacientes com endocardiose,
mas deve ser limitado e ajustado de acordo com a gravidade da doença. O exercício moderado
pode ajudar a melhorar a função cardíaca, mas o excesso de atividade física pode levar a
fadiga, dispneia e até mesmo desmaios.
Monitoramento: O monitoramento frequente é essencial para avaliar a progressão da doença
e ajustar a terapia medicamentosa. A auscultação cardíaca e o exame físico regular podem
ajudar a detectar sinais precoces de descompensação cardíaca. Além disso, a ecocardiogra�a
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regular pode ajudar a avaliara função valvular e a determinar a e�cácia da terapia
medicamentosa.
Bem-estar emocional: A endocardiose pode ter um impacto signi�cativo no bem-estar
emocional dos pacientes e de seus tutores. Os tutores devem ser educados sobre a natureza da
doença, as opções terapêuticas e a importância do monitoramento frequente. Além disso, os
pacientes devem receber amor e atenção adicionais para reduzir o estresse e melhorar sua
qualidade de vida.
Endocardiose valvar
A endocardiose valvar é uma doença cardíaca crônica comum em cães, caracterizada pelo
espessamento progressivo das válvulas cardíacas, especialmente as válvulas mitral e tricúspide.
É uma das principais doenças cardíacas em cães de pequeno porte, afetando principalmente
cães idosos. A patogênese da endocardiose valvar ainda não está completamente
compreendida, mas uma predisposição genética parece desempenhar um papel importante no
desenvolvimento da doença.
A endocardiose valvar ocorre devido à degeneração do tecido valvar, resultando em disfunção
valvar e regurgitação de sangue. O acúmulo de glicosaminoglicanos e proteoglicanos na
matriz extracelular valvar leva à perda de elasticidade e à formação de lesões �brosas.
Consequentemente, as válvulas tornam-se espessadas, encurtadas e menos �exíveis,
comprometendo a sua capacidade de vedação adequada e permitindo o re�uxo de sangue.
Os sinais clínicos da endocardiose valvar podem variar dependendo da gravidade da
regurgitação e do grau de comprometimento cardíaco. Os cães afetados podem apresentar
sinais de insu�ciência cardíaca congestiva, como tosse, di�culdade respiratória, intolerância
ao exercício, fadiga e ascite. O diagnóstico é baseado na avaliação clínica, exame físico,
radiogra�a torácica, ecocardiogra�a e, em alguns casos, em análises laboratoriais.
O tratamento da endocardiose valvar visa principalmente aliviar os sinais clínicos e retardar a
progressão da doença. A terapia medicamentosa é frequentemente indicada e pode incluir
diuréticos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA), betabloqueadores e
digitálicos. Esses medicamentos visam reduzir a sobrecarga de �uidos, melhorar a função
cardíaca e controlar os sintomas. Em casos mais graves, a cirurgia cardíaca pode ser
considerada como uma opção terapêutica.
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Embora o prognóstico da endocardiose valvar seja geralmente reservado, com a progressão da
doença, o manejo adequado pode melhorar a qualidade de vida dos cães afetados. É
importante monitorar regularmente os cães com endocardiose valvar para avaliar a progressão
da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.
- Porque a endocardiose é mais comum na mitral ?
A endocardiose valvar é uma condição cardíaca comum em cães, que afeta
principalmente as válvulas mitral e tricúspide. No entanto, é interessante observar
que a endocardiose é menos frequente na válvula tricúspide e rara nas válvulas
semilunares (pulmonares e aórticas). Essa distribuição desigual da endocardiose valvar
pode ser atribuída a diferentes fatores.
- Diferenças anatômicas e hemodinâmicas:
A anatomia e a função das válvulas cardíacas podem in�uenciar a ocorrência de
endocardiose. As válvulas mitral e aórtica estão sujeitas a maior pressão sanguínea e a
maior carga de trabalho em comparação com as válvulas tricúspide e pulmonar. A
válvula mitral, em particular, é exposta a altas pressões e forças cíclicas durante a
sístole ventricular esquerda. Essa maior pressão e estresse mecânico podem levar a um
desgaste mais rápido do tecido valvar e, consequentemente, ao desenvolvimento de
endocardiose.
Por outro lado, as válvulas tricúspide, pulmonares e aórticas estão menos expostas a
essas pressões e forças mecânicas intensas. Isso pode resultar em menor estresse e,
portanto, em menor incidência de degeneração valvar. Além disso, as válvulas
semilunares (pulmonares e aórticas) têm uma estrutura diferente das válvulas
atrioventriculares (mitral e tricúspide), o que pode afetar a forma como a doença se
desenvolve.
- Fatores genéticos e predisposição racial:
A endocardiose valvar em cães é frequentemente associada a fatores genéticos e
predisposição racial. Algumas raças, como o Cavalier King Charles Spaniel, o
Dachshund e o Poodle, têm uma predisposição genética maior para desenvolver
endocardiose valvar, principalmente na válvula mitral. Essa predisposição genética
pode explicar a maior frequência da doença na válvula mitral em comparação com
outras válvulas cardíacas.
No entanto, a relação entre fatores genéticos e a ocorrência de endocardiose em
válvulas especí�cas ainda não está totalmente esclarecida. Mais estudos são necessários
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para entender melhor os mecanismos genéticos envolvidos na patogênese da
endocardiose valvar e sua distribuição variada nas diferentes válvulas cardíacas.
Macroscopia: A endocardiose é uma doença cardíaca caracterizada pelo espessamento e
degeneração das válvulas cardíacas. A macroscopia, ou seja, a observação visual das válvulas
afetadas, fornece informações importantes sobre as características e extensão das alterações
causadas pela endocardiose.
Ao examinar as válvulas afetadas pela endocardiose, observa-se uma série de alterações
macroscópicas. A primeira é o espessamento das válvulas. As válvulas mitral e tricúspide, as
mais comumente afetadas pela endocardiose, apresentam-se espessadas e rígidas. Isso ocorre
devido à deposição de material anormal, como glicosaminoglicanos e proteoglicanos, na
matriz extracelular das válvulas. O espessamento leva a uma perda de �exibilidade e
elasticidade das válvulas, afetando sua capacidade de funcionar corretamente.
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Além disso, podem ser observadas áreas de calci�cação nas válvulas afetadas. Essas
calci�cações ocorrem devido ao acúmulo de sais de cálcio nas áreas degeneradas das válvulas.
A presença de calci�cações é um indicativo de dano estrutural signi�cativo nas válvulas e
pode agravar a disfunção valvar.
Outra alteração macroscópica observada é a presença de lesões �brosas. Essas lesões são o
resultado da degeneração e �brose do tecido valvar. À medida que a doença progride, as lesões
�brosas se acumulam, resultando em válvulas mais rígidas e menos funcionais.
A regurgitação valvar, ou seja, o re�uxo de sangue devido à incapacidade das válvulas de vedar
adequadamente, também pode ser observada macroscopicamente. Durante o exame, é possível
notar a regurgitação através das válvulas afetadas, o que indica a disfunção valvar resultante
da endocardiose.
A extensão das alterações macroscópicas varia de acordo com o estágio da doença e a duração
da sua progressão. Em estágios iniciais, as alterações podem ser sutis, com apenas um leve
espessamento das válvulas. À medida que a doença progride, as alterações se tornam mais
pronunciadas, com espessamento acentuado, rigidez, calci�cações e lesões �brosas.
Ecocardiograma: O ecocardiograma é uma ferramenta fundamental na avaliação do
sistema cardiovascular em medicina veterinária. Trata-se de um exame de imagem não
invasivo que utiliza ultrassom para visualizar as estruturas cardíacas, avaliar a função cardíaca
e diagnosticar diversas doenças cardíacas.
Durante o ecocardiograma, o veterinário utiliza um transdutor de ultrassom colocado sobre a
parede torácica do paciente para obter imagens em tempo real do coração. Essas imagens são
obtidas a partir de diferentes posições e ângulos, permitindo uma visualização detalhada das
estruturas cardíacas, como as câmaras cardíacas, as válvulas, as paredes do coração e os grandes
vasos sanguíneos.
Existem diferentes modalidades de ecocardiograma utilizadas na prática veterinária. O
ecocardiograma modo B (bidimensional) é a técnica mais comumente utilizada e fornece
imagens em duas dimensões do coração, permitindo a visualização das câmaras cardíacas em
tempo real. Isso auxilia na avaliação da anatomia cardíaca,identi�cação de massas, derrames
pericárdicos e avaliação da função ventricular.
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Além disso, o ecocardiograma modo M (unidimensional) é uma técnica que permite a
visualização do movimento das estruturas cardíacas ao longo do tempo. É particularmente
útil para avaliar o movimento das paredes cardíacas, o �uxo sanguíneo através das válvulas
cardíacas e a função das estruturas valvares.
Outra modalidade importante é o Doppler, que avalia o �uxo sanguíneo e a velocidade do
sangue nas diferentes câmaras cardíacas e vasos sanguíneos. O Doppler permite a detecção de
�uxos turbulentos, como regurgitação ou estenose valvar, e é útil na avaliação das pressões e
das forças hemodinâmicas no coração.
O ecocardiograma também desempenha um papel importante no diagnóstico de doenças
cardíacas em animais de estimação. Ele permite a identi�cação de diversas condições, como
cardiomiopatias, doenças valvares, defeitos congênitos, pericardite, entre outras. Além disso,
o ecocardiograma auxilia na determinação da gravidade das doenças cardíacas e na
monitorização da resposta ao tratamento.
Eletrocardiograma: O eletrocardiograma (ECG) é uma ferramenta fundamental na
avaliação do sistema cardiovascular em medicina veterinária. É um exame não invasivo que
registra a atividade elétrica do coração, fornecendo informações sobre o ritmo cardíaco, a
condução elétrica e a função elétrica do coração.
Durante o procedimento de ECG, eletrodos são colocados na superfície do tórax do animal,
geralmente em pontos especí�cos, como as patas e a região esternal. Esses eletrodos captam as
variações elétricas do coração e geram um traçado grá�co que representa a atividade elétrica
cardíaca ao longo do tempo.
O ECG é composto por várias ondas e segmentos que re�etem diferentes eventos elétricos
cardíacos. As principais componentes de um ECG veterinário incluem:
- Onda P: representa a despolarização atrial, indicando a contração dos átrios.
- Complexo QRS: representa a despolarização ventricular, indicando a contração dos
ventrículos. É composto pelas ondas Q, R e S.
- Segmento ST: é uma linha reta que conecta o �nal do complexo QRS com o início da
onda T. O segmento ST é importante para avaliar a presença de isquemia miocárdica
ou lesões.
- Onda T: representa a repolarização ventricular, indicando o relaxamento dos
ventrículos.
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- Intervalo PR: é a medida do tempo entre o início da onda P e o início do complexo
QRS, re�etindo o tempo de condução do estímulo elétrico do átrio para o ventrículo.
Além dessas características básicas, o ECG pode fornecer informações adicionais, como a
frequência cardíaca, a presença de arritmias, bloqueios cardíacos, alterações na condução
elétrica e outros distúrbios do ritmo cardíaco.
O ECG é usado em uma variedade de situações clínicas. É uma ferramenta de triagem comum
em exames de rotina e pré-anestésicos, permitindo a detecção de anormalidades cardíacas
antes de procedimentos cirúrgicos. Também é usado no diagnóstico e monitoramento de
doenças cardíacas, como arritmias, doenças valvares, doenças do músculo cardíaco
(cardiomiopatias) e distúrbios do ritmo cardíaco.
No entanto, é importante observar que o ECG tem suas limitações. Embora forneça
informações valiosas sobre a atividade elétrica do coração, ele não é capaz de fornecer
informações detalhadas sobre a anatomia cardíaca ou a função mecânica do coração. Portanto,
em casos de suspeita de doença cardíaca estrutural, outros exames complementares, como o
ecocardiograma, são necessários para uma avaliação mais completa.
Diferença entre eletrocardiograma e ecocardiograma:
O ecocardiograma e o eletrocardiograma são dois exames complementares amplamente
utilizados na avaliação do sistema cardiovascular em medicina veterinária. Embora ambos
sejam importantes para o diagnóstico e monitoramento de doenças cardíacas, eles têm
propósitos e informações diferentes.
O ecocardiograma é um exame de imagem não invasivo que utiliza ultrassom para visualizar
as estruturas cardíacas em tempo real. Ele fornece informações sobre a anatomia cardíaca, a
função cardíaca, o �uxo sanguíneo e a detecção de alterações estruturais. Durante o
ecocardiograma, são obtidas imagens bidimensionais (modo B) e unidimensionais (modo M)
das estruturas cardíacas, permitindo a avaliação detalhada das câmaras cardíacas, das válvulas,
das paredes do coração e dos grandes vasos sanguíneos. Além disso, a modalidade Doppler do
ecocardiograma é usada para avaliar o �uxo sanguíneo e a velocidade do sangue nas diferentes
estruturas cardíacas. O ecocardiograma é particularmente útil para diagnosticar e monitorar
doenças cardíacas, como cardiomiopatias, doenças valvares, defeitos congênitos, pericardite,
entre outras. Ele fornece informações sobre a função cardíaca, a integridade estrutural e a
hemodinâmica do coração.
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Por outro lado, o eletrocardiograma (ECG) registra a atividade elétrica do coração,
fornecendo informações sobre o ritmo cardíaco, a condução elétrica e a função elétrica do
coração. O ECG é um exame rápido e não invasivo que utiliza eletrodos colocados na
superfície do tórax para captar as variações elétricas geradas pelo coração. Ele registra as
ondas elétricas geradas durante a despolarização e repolarização das câmaras cardíacas. O
ECG é usado principalmente para avaliar o ritmo cardíaco e a detecção de arritmias, bem
como para identi�car bloqueios cardíacos, alterações na condução elétrica e outros distúrbios
do ritmo cardíaco. Ele fornece informações sobre a atividade elétrica do coração e é útil para
diagnosticar e monitorar arritmias cardíacas, isquemia miocárdica, pericardite e outras
condições relacionadas à condução elétrica do coração.
Enquanto o ecocardiograma é um exame de imagem que fornece informações sobre a
anatomia e função cardíaca, o eletrocardiograma registra a atividade elétrica do coração e é
usado principalmente para avaliar o ritmo cardíaco e a condução elétrica. Ambos os exames
são complementares e desempenham um papel fundamental no diagnóstico e monitoramento
de doenças cardíacas em medicina veterinária. A escolha entre eles depende da informação
especí�ca que se deseja obter para cada caso clínico.
Degeneração mixomatosa valvar mitral:
A degeneração mixomatosa valvar mitral (DMVM) é uma das doenças cardíacas mais comuns
em cães, especialmente em determinadas raças, como o Cavalier King Charles Spaniel.
Também conhecida como doença valvar mitral (DVM), é caracterizada por alterações
degenerativas e progressivas na válvula mitral, resultando em disfunção valvar e regurgitação
mitral.
A DMVM ocorre devido a uma deterioração do tecido valvar, resultando em espessamento e
deformação das cúspides da válvula mitral. Esse processo é causado por uma desordem na
matriz extracelular, levando à deposição de glicosaminoglicanos e proteoglicanos anormais.
Essas alterações na matriz extracelular levam ao enfraquecimento e alongamento das cúspides
valvares, tornando-as menos capazes de selar adequadamente durante a contração ventricular.
No início da doença, a DMVM pode ser assintomática, mas com a progressão da degeneração
valvar, os sinais clínicos começam a se manifestar. Os sintomas mais comuns incluem tosse,
intolerância ao exercício, di�culdade respiratória, acumulação de líquido nos pulmões (edema
pulmonar) e intolerância ao estresse. Além disso, a presença de sopro cardíaco é um achado
característico durante o exame físico.
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O diagnóstico da DMVM é baseado em uma combinação de histórico clínico, exame físico e
exames complementares. O exame mais importante para con�rmar o diagnóstico e avaliar a
gravidade da doença é o ecocardiograma. O ecocardiograma permite visualizar as estruturas
cardíacas em tempo real e avaliar a função valvar, a dilataçãodas cavidades cardíacas, o grau de
regurgitação mitral e a função cardíaca global. Além disso, o ecocardiograma também pode
identi�car complicações associadas à DMVM, como a dilatação atrial esquerda e a formação
de coágulos sanguíneos no átrio esquerdo (tromboembolismo).
O tratamento da DMVM visa controlar os sintomas, retardar a progressão da doença e
melhorar a qualidade de vida do animal. A terapia medicamentosa é a abordagem principal e
pode incluir medicamentos como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA),
diuréticos e digitálicos para melhorar a função cardíaca e reduzir a retenção de líquidos. Além
disso, é importante monitorar regularmente o animal, ajustar a terapia conforme necessário e
realizar exames de acompanhamento, incluindo ecocardiogramas periódicos, para avaliar a
progressão da doença.
Em casos avançados, quando a terapia medicamentosa não é su�ciente para controlar os
sintomas, pode ser necessário considerar a cirurgia de reparação ou substituição valvar. No
entanto, a disponibilidade e a viabilidade da cirurgia dependem de vários fatores, como a
gravidade da doença, o estado de saúde geral do animal e a disponibilidade de recursos
especializados.
Ecocardiograma: O ecocardiograma é realizado utilizando um transdutor de ultrassom, que
emite ondas sonoras de alta frequência que são re�etidas pelas estruturas cardíacas. Essas
ondas sonoras são captadas pelo transdutor e convertidas em imagens em tempo real do
coração. O ecocardiograma fornece informações precisas sobre a anatomia cardíaca, a função
valvar, a função ventricular e a hemodinâmica.
No caso da DMVM, o ecocardiograma é particularmente útil na avaliação da função valvar
mitral e na quanti�cação da regurgitação mitral. O ecocardiograma permite visualizar as
cúspides valvares, avaliar sua espessura, mobilidade e integridade estrutural. Além disso, o
�uxo de sangue através da válvula mitral é avaliado usando a técnica de Doppler. O Doppler
colorido permite a visualização da direção e velocidade do �uxo sanguíneo, enquanto o
Doppler pulsado permite a medição quantitativa do �uxo sanguíneo regurgitante.
Através do ecocardiograma, é possível quanti�car a gravidade da regurgitação mitral. A
regurgitação mitral é medida em termos de fração de regurgitação, que é calculada
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comparando-se o �uxo regurgitante com o �uxo anterógrado. Além disso, o ecocardiograma
também pode fornecer informações sobre a dilatação do átrio esquerdo, que é
frequentemente observada em cães com DMVM avançada.
O ecocardiograma também desempenha um papel importante na avaliação da função
ventricular global. A função ventricular pode ser avaliada através da fração de ejeção, que é a
porcentagem de sangue ejetado do ventrículo a cada contração. Alterações na função
ventricular podem indicar a progressão da doença e a necessidade de ajustar o manejo clínico.
Além disso, o ecocardiograma permite a detecção de complicações associadas à DMVM, como
a formação de coágulos sanguíneos no átrio esquerdo (tromboembolismo). A presença de
coágulos sanguíneos pode ser visualizada no ecocardiograma e auxilia no planejamento do
tratamento, como a terapia anticoagulante.
Eletrocardiograma: O eletrocardiograma (ECG) é uma ferramenta importante para avaliar a
atividade elétrica do coração em cães com DMVM, auxiliando no diagnóstico,
monitoramento e manejo dessa condição.
O ECG registra a atividade elétrica do coração por meio de eletrodos posicionados na
superfície do corpo do animal. Ele mede as variações de potencial elétrico geradas durante a
despolarização e repolarização das câmaras cardíacas, permitindo a análise do ritmo cardíaco,
condução elétrica e identi�cação de anormalidades.
Em cães com DMVM, o ECG pode revelar diferentes alterações, dependendo do estágio da
doença e das complicações associadas. No início da doença, quando a degeneração valvar é
leve, as alterações no ECG podem ser mínimas ou ausentes. À medida que a doença progride e
ocorre disfunção ventricular, podem surgir anormalidades no ritmo cardíaco e na condução
elétrica.
Um achado comum em cães com DMVM é a presença de um complexo QRS alargado,
indicando um retardo na condução elétrica ventricular. Isso pode estar associado à dilatação
atrial esquerda e ao aumento da pressão no átrio esquerdo. Além disso, pode ocorrer um
aumento no tempo de condução atrioventricular (intervalo PR prolongado) devido a
alterações na condução elétrica entre o átrio e o ventrículo.
Arritmias cardíacas também podem ocorrer em cães com DMVM. A �brilação atrial é uma
arritmia comum nesses pacientes e pode ser detectada no ECG como uma ausência de ondas P
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regulares e uma atividade atrial caótica e irregular. A presença de arritmias pode indicar um
estágio mais avançado da doença e está associada a um pior prognóstico.
Além disso, o ECG também pode ajudar a identi�car outras condições cardíacas que podem
estar presentes em conjunto com a DMVM, como bloqueio atrioventricular de primeiro,
segundo ou terceiro grau, taquicardias ventriculares, entre outros.
É importante ressaltar que o ECG não fornece informações diretas sobre a função valvar ou a
gravidade da regurgitação mitral em cães com DMVM. Para avaliar esses aspectos, é
necessária a realização de um ecocardiograma, que é o exame de escolha para a avaliação
estrutural e funcional do coração.
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Terapia dos D´s:
A gestão adequada de pacientes com cardiopatias requer uma abordagem abrangente, que
inclui descanso adequado, dieta especí�ca, uso de diuréticos e dilatadores. Essas intervenções
têm como objetivo controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e reduzir a progressão
da doença cardíaca.
O descanso é uma recomendação fundamental no manejo de pacientes com cardiopatias,
independentemente da causa subjacente. O repouso permite reduzir a demanda cardíaca e
minimizar o estresse no coração. Em cães e gatos com cardiopatias, é importante evitar
exercícios intensos e atividades que possam aumentar a frequência cardíaca e a pressão
arterial. O descanso adequado ajuda a preservar a função cardíaca e reduzir o risco de
complicações, como a sobrecarga de �uidos nos pulmões.
A dieta desempenha um papel importante no manejo de pacientes com cardiopatias. Alguns
pacientes podem se bene�ciar de uma dieta com restrição de sódio, uma vez que o sódio está
relacionado à retenção de líquidos e à sobrecarga cardíaca. A restrição de sódio pode ajudar a
controlar a pressão arterial e reduzir a formação de edema. Além disso, dietas com teor
adequado de ômega-3, antioxidantes e outros nutrientes especí�cos podem ter efeitos
bené�cos na saúde cardiovascular, reduzindo a in�amação e melhorando a função endotelial.
Os diuréticos são frequentemente prescritos em pacientes com cardiopatias para ajudar a
controlar a retenção de líquidos e reduzir a congestão pulmonar. Os diuréticos atuam
aumentando a produção de urina e reduzindo o volume sanguíneo, aliviando assim a pressão
sobre o coração. Os diuréticos mais comumente utilizados incluem furosemida e
espironolactona. No entanto, a dosagem e o acompanhamento adequados são essenciais, uma
vez que o uso prolongado de diuréticos pode levar à perda excessiva de eletrólitos e
desequilíbrios hidroeletrolíticos.
Os dilatadores, como os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) e os
bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs), também são utilizados no manejo de
cardiopatias em animais de companhia. Esses medicamentos atuam inibindo o sistema
renina-angiotensina-aldosterona, que está envolvido na regulação da pressão arterial e da
retenção de líquidos. Os IECAs e os BRAs podem ajudar a reduzir a pressão arterial,
melhorar o débito cardíaco e retardar a progressão da doença cardíaca.
Propostas terapêuticas para pacientes com ICC:
A insu�ciência cardíaca congestiva (ICC) éuma condição crônica e progressiva que afeta cães
e gatos, resultando em disfunção cardíaca e incapacidade do coração de bombear sangue de
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forma e�caz. O manejo terapêutico da ICC em pacientes veterinários visa melhorar a
qualidade de vida, controlar os sintomas e retardar a progressão da doença.
A proposta terapêutica para pacientes com ICC envolve uma abordagem multimodal, que
inclui intervenções farmacológicas e não farmacológicas. Os objetivos do tratamento incluem
a redução da sobrecarga de �uidos, a melhoria da função cardíaca e o controle dos sintomas
clínicos.
- Dieta: Uma dieta adequada desempenha um papel importante no manejo da ICC.
Recomenda-se uma dieta com restrição de sódio para reduzir a retenção de líquidos e
controlar a pressão arterial. Além disso, uma dieta rica em ácidos graxos ômega-3 e
antioxidantes pode ajudar a melhorar a função cardíaca e reduzir a in�amação.
- Exercício e descanso: O exercício deve ser ajustado para cada paciente com ICC,
considerando a gravidade da doença. O repouso adequado é essencial para reduzir a
demanda cardíaca e minimizar o estresse no coração.
- Medicamentos: Vários medicamentos são utilizados no tratamento da ICC em animais
de companhia. Os mais comumente prescritos incluem:
- Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs) e bloqueadores dos receptores de
angiotensina (BRAs): Esses medicamentos ajudam a dilatar os vasos sanguíneos, reduzir a
sobrecarga de �uidos e melhorar a função cardíaca.
- Diuréticos: Os diuréticos são utilizados para controlar a retenção de líquidos e reduzir a
congestão pulmonar. A furosemida é frequentemente prescrita em casos de ICC.
- Digitálicos: Os digitálicos podem ser usados para melhorar a contratilidade cardíaca e
controlar a frequência cardíaca em pacientes com ICC.
- Beta-bloqueadores: Em certos casos selecionados, os beta-bloqueadores podem ser prescritos
para reduzir a frequência cardíaca e melhorar a função cardíaca.
- Outros medicamentos: Dependendo das características individuais do paciente,
outros medicamentos, como espironolactona, pimobendan, entre outros, podem ser
considerados.
- Monitoramento e ajustes terapêuticos: O acompanhamento regular com um médico
veterinário é essencial no manejo da ICC. Exames clínicos, testes laboratoriais e
exames de imagem, como radiogra�as torácicas e ecocardiogramas, podem ser
realizados para avaliar a progressão da doença e ajustar a terapia conforme necessário.
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ICC: A insu�ciência cardíaca congestiva (ICC) é uma doença cardíaca comum em cães e
gatos, caracterizada por uma disfunção no bombeamento do coração, resultando em uma
diminuição do débito cardíaco e acumulação de �uidos nos tecidos. A ICC pode ser causada
por uma variedade de condições cardíacas subjacentes, como doença valvar, cardiomiopatias,
doença arterial coronariana, entre outras.
A �siopatologia da ICC envolve uma redução da função cardíaca, resultando em uma
diminuição do débito cardíaco e uma série de compensações neuro-hormonais que tentam
manter a função cardíaca e o �uxo sanguíneo. Essas compensações incluem a ativação do
sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), liberação de hormônio antidiurético
(ADH) e estímulo simpático. No entanto, esses mecanismos compensatórios podem levar a
uma maior retenção de líquidos e sobrecarga de �uidos nos tecidos.
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Os sinais clínicos da ICC podem variar dependendo da gravidade da doença e dos órgãos
afetados. Os sintomas mais comuns incluem di�culdade respiratória, tosse, fadiga, letargia,
diminuição do apetite, perda de peso e acúmulo de �uido nos tecidos, como edema periférico.
A gravidade dos sintomas pode ser avaliada utilizando-se classi�cações, como a classe
funcional da New York Heart Association (NYHA) em cães, que categoriza os pacientes de
acordo com a capacidade de exercício.
O diagnóstico da ICC é baseado em uma combinação de histórico clínico, exame físico,
exames laboratoriais e exames de imagem. O exame físico pode revelar sons cardíacos
anormais, ritmos irregulares, sopro cardíaco, edema e sinais de congestão pulmonar. Exames
laboratoriais, como hemograma completo, bioquímica sanguínea e análise de gases
sanguíneos, podem fornecer informações sobre a função renal, função hepática, eletrólitos e
gases sanguíneos. Exames de imagem, como radiogra�as torácicas e ecocardiograma, são
cruciais para avaliar a estrutura cardíaca, a função ventricular, a presença de dilatação atrial
e/ou ventricular, a função valvar e a presença de efusão pericárdica.
O tratamento da ICC tem como objetivo principal melhorar a qualidade de vida do paciente,
aliviar os sintomas e prolongar a sobrevida. A terapia pode incluir uma combinação de
intervenções farmacológicas e não farmacológicas. As intervenções farmacológicas podem
envolver o uso de medicamentos como inibidores da enzima conversora de angiotensina
(IECAs), diuréticos, beta-bloqueadores, espironolactona, digitálicos e vasodilatadores, como o
pimobendan.
Miocardiopatias:
As miocardiopatias são um grupo de doenças cardíacas que afetam o músculo cardíaco,
levando a alterações na sua estrutura e função. Essas condições são comuns em cães e gatos e
podem ser classi�cadas em diferentes tipos, incluindo miocardiopatia dilatada (MCD),
miocardiopatia hipertró�ca (MCH) e miocardiopatia restritiva (MCR). Miocardiopatia
Dilatada (MCD):
A MCD é caracterizada pelo aumento das câmaras cardíacas, dilatação ventricular e disfunção
sistólica. Essa condição pode ser idiopática (sem causa conhecida) ou secundária a fatores
genéticos, in�amatórios, tóxicos ou nutricionais. Em cães, a MCD é mais comum em raças
grandes, como Doberman Pinscher, Boxer e Cocker Spaniel, enquanto em gatos, a MCD é
frequentemente associada à cardiomiopatia felina.
Os sinais clínicos da MCD podem incluir tosse, di�culdade respiratória, fadiga, letargia,
perda de peso, ascite e edema periférico. O diagnóstico é realizado através de exame físico,
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exames laboratoriais, como hemograma completo e bioquímica sanguínea, radiogra�as
torácicas, eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma.
O tratamento da MCD envolve uma abordagem multimodal. Os objetivos são controlar os
sintomas, melhorar a função cardíaca e retardar a progressão da doença. Isso pode ser
alcançado com o uso de medicamentos como diuréticos, inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECAs), betabloqueadores e vasodilatadores, como o pimobendan. Em casos
graves, pode ser necessária a terapia de suporte, como drenagem torácica para alívio da efusão
pleural.
- Miocardiopatia Hipertró�ca (MCH):
A MCH é caracterizada pelo espessamento assimétrico do septo interventricular e/ou da
parede ventricular, resultando em obstrução ao �uxo sanguíneo. Essa condição é mais comum
em gatos, especialmente em raças como Maine Coon e Ragdoll, mas também pode ocorrer em
cães de raças especí�cas.
Os sinais clínicos da MCH podem variar desde assintomáticos até sinais de ICC, como tosse,
di�culdade respiratória e síncope. O diagnóstico é realizado por meio de exame físico,
auscultação cardíaca, exames laboratoriais, ECG e ecocardiograma.
O tratamento da MCH visa reduzir a obstrução ao �uxo sanguíneo, melhorar a função
cardíaca e controlar os sintomas. Os betabloqueadores são frequentemente utilizados para
reduzir a frequência cardíaca e melhorar o enchimento diastólico. Em alguns casos, a terapia
de suporte, como a remoção cirúrgica da obstrução (miectomia septal) ou a dilatação do trato
de saída do ventrículo esquerdo com balão, pode ser considerada.
- Miocardiopatia Restritiva (MCR):
A MCR é caracterizada pela rigidez do miocárdio, levando a uma diminuição da
complacência ventricular e preenchimento diastólico anormal. Essa condição é menos comum
em comparação com outras miocardiopatiase pode estar associada a doenças in�amatórias,
in�ltrativas ou genéticas.
Os sinais clínicos da MCR podem incluir sinais de ICC, como tosse, di�culdade respiratória,
ascite e edema periférico. O diagnóstico é realizado por meio de exame físico, auscultação
cardíaca, exames laboratoriais, radiogra�as torácicas, ECG e ecocardiograma.
O tratamento da MCR tem como objetivo melhorar o enchimento diastólico e aliviar os
sintomas. O uso de diuréticos, IECAs e betabloqueadores pode ser considerado para controlar
a congestão e melhorar a função cardíaca. Em casos graves, pode ser necessária a terapia de
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suporte, como a remoção cirúrgica de tecidos restritivos ou a realização de transplante
cardíaco em casos selecionados.
Cardiomiopatia dilatada canina (CMD):
A cardiomiopatia dilatada (CMD) canina é uma das principais causas de insu�ciência
cardíaca congestiva (ICC) em cães. Essa doença é caracterizada pela dilatação das cavidades
cardíacas, comprometimento da função sistólica e diastólica e aumento da pressão nas veias
pulmonares e sistema venoso periférico. A CMD pode ocorrer em todas as raças, mas algumas
apresentam maior predisposição, como Doberman, Boxer, Cocker Spaniel, Dogue Alemão e
Golden Retriever.
Os sinais clínicos da CMD incluem tosse, di�culdade respiratória, intolerância ao exercício,
letargia, perda de apetite, perda de peso, arritmias cardíacas e síncope. O diagnóstico é
realizado por meio de exame físico, auscultação cardíaca, exames laboratoriais, radiogra�as
torácicas, ECG e ecocardiograma.
O ecocardiograma é considerado o método diagnóstico mais sensível e especí�co para a CMD.
Ele permite avaliar o tamanho e a função das cavidades cardíacas, a espessura e a função do
miocárdio, a presença de valvulopatias, a pressão arterial pulmonar e a presença de trombos
intracavitários.
O tratamento da CMD tem como objetivo controlar os sinais clínicos da ICC, melhorar a
função cardíaca e prolongar a sobrevida do paciente. O uso de diuréticos, inibidores da
enzima conversora de angiotensina (IECAs), betabloqueadores e antagonistas dos receptores
de aldosterona pode ser considerado para controlar a congestão e melhorar a função cardíaca.
Além disso, suplementos como taurina e L-carnitina podem ser bené�cos em algumas raças
predispostas.
A terapia de suporte, como oxigenoterapia, suporte nutricional e monitoramento frequente
dos sinais vitais, também é importante para pacientes com CMD grave ou descompensada.
Em casos selecionados, a terapia cirúrgica, como a remoção de tecidos �brosos ou a realização
de transplante cardíaco, pode ser considerada.
CMD primária: A cardiomiopatia dilatada (CMD) primária é uma doença cardíaca
hereditária que afeta principalmente cães de raças especí�cas. Ela é caracterizada pela
dilatação das cavidades cardíacas, enfraquecimento do músculo cardíaco e comprometimento
da função sistólica e diastólica. A CMD primária é considerada uma das principais causas de
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insu�ciência cardíaca congestiva (ICC) em cães e pode ter um impacto signi�cativo na
qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes afetados.
A CMD primária tem uma base genética complexa e multigênica. Em várias raças, foram
identi�cadas mutações especí�cas associadas à doença, como a mutação no gene PDK4 em
Doberman Pinschers e a mutação no gene TNNT2 em Cocker Spaniels Americanos. No
entanto, em muitos casos, a herança genética subjacente ainda não foi completamente
elucidada.
Os sinais clínicos da CMD primária podem variar dependendo da raça e do estágio da doença.
Os sintomas mais comuns incluem tosse, di�culdade respiratória, intolerância ao exercício,
letargia, perda de apetite e síncope. Em estágios avançados da doença, podem ocorrer
arritmias cardíacas, ascite e edema periférico.
O diagnóstico da CMD primária é baseado em uma combinação de história clínica, exame
físico, auscultação cardíaca, exames laboratoriais, radiogra�as torácicas, ECG e
ecocardiograma. O ecocardiograma é particularmente útil para avaliar o tamanho e a função
das cavidades cardíacas, a espessura do miocárdio, a presença de valvulopatias e a presença de
trombos intracavitários. Além disso, testes genéticos podem ser realizados para identi�car
mutações associadas à CMD em raças especí�cas.
O manejo terapêutico da CMD primária tem como objetivo controlar os sinais clínicos,
retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Isso pode
envolver o uso de medicamentos como inibidores da enzima conversora de angiotensina
(IECAs), betabloqueadores, diuréticos e suplementação de taurina em raças predispostas. O
tratamento de suporte, como suporte nutricional, controle de arritmias e manejo de
complicações, também é importante para pacientes com CMD grave.
É fundamental que os proprietários de cães de raças predispostas sejam informados sobre a
possibilidade de desenvolvimento da CMD primária e realizem exames de triagem
regularmente. Além disso, programas de criação responsável, incluindo o uso de testes
genéticos e a seleção criteriosa de reprodutores, são importantes para minimizar a incidência e
a disseminação da doença.
Sinais clínicos da CMD:
- Tosse persistente
- Di�culdade respiratória
- Intolerância ao exercício
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- Letargia e fraqueza
- Perda de apetite
- Perda de peso
- Síncope
- Arritmias cardíacas
- Ascite (acúmulo de �uído no abdômen)
- Edema periférico (inchaço nas extremidades)
Diagnóstico da CMD:
- Exame físico: Avaliação dos sinais clínicos, auscultação cardíaca para detectar sopros,
arritmias ou ritmos anormais.
- Exames laboratoriais: Hemograma completo, per�l bioquímico, níveis de eletrólitos e
função renal para avaliar a função geral do organismo.
- Radiogra�a torácica: Pode mostrar aumento do coração, sinais de congestão
pulmonar, presença de �uido nos pulmões ou no abdômen.
- Eletrocardiograma (ECG): Avalia o ritmo cardíaco, detecta arritmias e anormalidades
na condução elétrica do coração.
- Ecocardiograma: É o exame-chave para o diagnóstico da CMD. Permite avaliar o
tamanho das cavidades cardíacas, a função sistólica e diastólica, a espessura do
músculo cardíaco, a presença de valvulopatias e a detecção de trombos intracavitários.
- Holter: É um dispositivo que registra continuamente o ECG do paciente durante um
período prolongado (geralmente 24 horas) para detectar arritmias intermitentes.
- Testes genéticos: Em raças predispostas, podem ser realizados testes para identi�car
mutações genéticas associadas à CMD.
O diagnóstico da CMD é baseado na combinação de sinais clínicos, exame físico e resultados
dos exames complementares. O ecocardiograma é essencial para con�rmar o diagnóstico e
avaliar a gravidade da doença. A identi�cação de mutações genéticas especí�cas pode ajudar
no diagnóstico em raças predispostas. O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o
tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida do animal afetado.
Radiogra�as:
- As radiogra�as torácicas desempenham um papel importante na avaliação de
pacientes com suspeita de cardiopatias. Elas fornecem informações sobre o tamanho e
a forma do coração, a presença de congestão pulmonar e alterações nos vasos
sanguíneos.
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- As projeções laterais e ventrodorsais são as mais comumente utilizadas para avaliar o
coração e os pulmões. A projeção lateral permite avaliar o tamanho do coração em
relação às estruturas adjacentes, enquanto a projeção ventrodorsal auxilia na
identi�cação de alterações no padrão vascular pulmonar.
- Os principais achados radiográ�cos em pacientes com cardiopatias incluem aumento
do tamanho do coração (cardiomegalia), aumento das cavidades cardíacas,
alargamento dos vasos pulmonares, edema pulmonar, presença de líquido no espaço
pleural (derrame pleural) e sinais de congestão venosa.- A presença de cardiomegalia pode ser avaliada através da relação entre o tamanho do
coração e o tamanho do tórax. Índices como o índice de VHS (índice de vertebral
heart size) podem ser utilizados para quanti�car o tamanho do coração em relação às
vértebras torácicas.
- Além da avaliação cardíaca, as radiogra�as também podem auxiliar na detecção de
complicações associadas às cardiopatias, como a presença de trombos intracardíacos,
dilatação do esôfago devido a compressão cardíaca e sinais de insu�ciência cardíaca
congestiva, como edema pulmonar e derrame pleural.
- É importante ressaltar que as radiogra�as podem fornecer informações limitadas
sobre a função cardíaca e a gravidade das lesões valvulares. Para uma avaliação mais
precisa, é recomendado o uso de exames complementares, como o ecocardiograma, que
permite uma visualização mais detalhada das estruturas cardíacas e uma avaliação mais
precisa da função cardíaca.
- As radiogra�as torácicas devem ser interpretadas em conjunto com os sinais clínicos e
outros exames complementares para um diagnóstico preciso e um plano de
tratamento adequado para pacientes com cardiopatias.
- A evolução radiográ�ca ao longo do tempo pode ser utilizada para monitorar a
progressão da doença cardíaca, a e�cácia do tratamento e a resposta do paciente.
Miocardites:
Miocardite é uma condição in�amatória que afeta o músculo cardíaco, o miocárdio. Ela pode
ocorrer em cães e gatos, e é caracterizada pela presença de células in�amatórias in�ltrando o
tecido cardíaco. A miocardite pode ser causada por uma variedade de fatores, como infecções
virais, bacterianas, parasitárias ou fúngicas, doenças autoimunes, intoxicações e reações de
hipersensibilidade.
Os sinais clínicos da miocardite em animais podem variar dependendo da gravidade da
in�amação e do envolvimento do miocárdio. Alguns animais podem apresentar sintomas
leves, como letargia, perda de apetite e tosse, enquanto outros podem apresentar sinais mais
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graves, como insu�ciência cardíaca congestiva, di�culdade respiratória, intolerância ao
exercício, síncope e morte súbita.
O diagnóstico da miocardite é um desa�o, uma vez que os sinais clínicos podem ser
inespecí�cos e variáveis. Além disso, os exames laboratoriais convencionais, como hemograma
completo e per�l bioquímico, podem não ser conclusivos. No entanto, uma combinação de
exames complementares pode ajudar no diagnóstico, incluindo radiogra�as torácicas,
eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma, exames sorológicos para detectar infecções
especí�cas e, em alguns casos, a realização de uma biópsia cardíaca.
O ecocardiograma é uma ferramenta importante no diagnóstico de miocardite, pois permite
avaliar o tamanho e a função do coração, a presença de anormalidades estruturais, como
espessamento do miocárdio, dilatação das cavidades cardíacas e alterações na contratilidade.
Além disso, o ecocardiograma com Doppler pode ajudar na detecção de anormalidades no
�uxo sanguíneo e nas válvulas cardíacas.
O tratamento da miocardite visa controlar a in�amação e tratar as complicações associadas.
Dependendo da causa subjacente, podem ser necessários antibióticos para infecções
bacterianas, antiparasitários para infecções parasitárias, terapia imunossupressora para
doenças autoimunes, entre outros. Além disso, o tratamento de suporte, como diuréticos e
medicamentos para controlar a função cardíaca, pode ser necessário para animais com
insu�ciência cardíaca congestiva.
A prevenção da miocardite pode ser desa�adora, uma vez que ela pode ter várias causas. No
entanto, medidas como a vacinação adequada contra doenças infecciosas e o controle de
parasitas podem ajudar a reduzir o risco. Além disso, é importante estar atento aos sinais
clínicos precoces e buscar atendimento veterinário imediato quando necessário.
Miocardite linfocitária:
Miocardite linfocitária é uma forma especí�ca de miocardite caracterizada pelo in�ltrado
predominantemente linfocitário no tecido cardíaco. É uma doença rara em cães e gatos, mas
pode ter um impacto signi�cativo na função cardíaca e no prognóstico do paciente.
A etiologia da miocardite linfocitária pode ser variada e incluir infecções virais, como o
parvovírus canino, o vírus da cinomose canina e o vírus da imunode�ciência felina, bem como
infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias. Também pode estar associada a doenças
autoimunes e reações de hipersensibilidade.
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Os sinais clínicos da miocardite linfocitária podem variar dependendo da gravidade da
in�amação e do comprometimento cardíaco. Os animais afetados podem apresentar sintomas
como letargia, perda de apetite, intolerância ao exercício, tosse, di�culdade respiratória e
síncope. Em alguns casos, a miocardite linfocitária pode levar ao desenvolvimento de
insu�ciência cardíaca congestiva.
O diagnóstico da miocardite linfocitária requer uma combinação de abordagens. Exames
laboratoriais, como hemograma completo e per�l bioquímico, podem mostrar alterações
inespecí�cas, como leucocitose ou aumento de enzimas cardíacas. No entanto, o diagnóstico
de�nitivo é baseado em exames complementares, como radiogra�as torácicas,
ecocardiograma, eletrocardiograma (ECG) e, em alguns casos, biópsia cardíaca.
O ecocardiograma desempenha um papel crucial no diagnóstico da miocardite linfocitária,
pois permite avaliar o tamanho do coração, a função cardíaca, a presença de derrame
pericárdico e a detecção de anormalidades estruturais. Pode mostrar espessamento do
miocárdio, dilatação das cavidades cardíacas e redução da contratilidade ventricular. Além
disso, o ecocardiograma com Doppler pode ajudar a avaliar o �uxo sanguíneo e a função das
válvulas cardíacas.
O tratamento da miocardite linfocitária é desa�ador e baseado na causa subjacente e na
gravidade da doença. Em casos de infecções virais, o tratamento é direcionado para controlar
a infecção subjacente e fornecer suporte sintomático. Em casos de doenças autoimunes, pode
ser necessário o uso de imunossupressores para controlar a resposta in�amatória. A terapia de
suporte, incluindo diuréticos, inotrópicos e medicamentos para controlar a função cardíaca,
pode ser necessária para pacientes com insu�ciência cardíaca congestiva.
O prognóstico da miocardite linfocitária varia dependendo da causa subjacente, do estágio da
doença e da resposta ao tratamento. Em alguns casos, a doença pode levar a uma disfunção
cardíaca irreversível e a um prognóstico reservado.
Efusão Pericárdica:
Efusão pericárdica é uma condição caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido no espaço
pericárdico, que é a cavidade entre as camadas do pericárdio, a membrana que envolve o
coração. Essa condição pode ocorrer em cães e gatos e está associada a uma variedade de
doenças cardíacas e não cardíacas.
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A efusão pericárdica pode ser classi�cada em dois tipos principais: transudativa e exsudativa.
A efusão transudativa ocorre quando o líquido acumulado é semelhante ao �uido produzido
normalmente pelas células pericárdicas, geralmente resultando de distúrbios hemodinâmicos,
como insu�ciência cardíaca congestiva ou hipoproteinemia. Já a efusão exsudativa ocorre
quando o líquido acumulado contém um maior número de células in�amatórias e está
associado a doenças in�amatórias, infecciosas, neoplásicas ou autoimunes.
Os sinais clínicos da efusão pericárdica podem variar dependendo do grau de acúmulo de
líquido e do comprometimento cardíaco. Os animais afetados podem apresentar sintomas
como letargia, di�culdade respiratória, tosse, intolerância ao exercício, diminuição do apetite,
aumento da frequência cardíaca e distensão abdominal.
O diagnóstico da efusão pericárdica baseia-se em uma combinação de exames clínicos,
radiográ�cos e ecocardiográ�cos. O exame físico pode revelar sinais de choque, abafamento
dos sons cardíacos e distensão abdominal. As radiogra�astorácicas podem mostrar um
aumento da silhueta cardíaca e, em alguns casos, um padrão em "garrafa d'água" devido ao
acúmulo de líquido. O ecocardiograma é uma ferramenta crucial para con�rmar a presença de
efusão pericárdica, avaliar o tamanho do acúmulo de líquido, a função cardíaca e a presença
de anormalidades estruturais.
O tratamento da efusão pericárdica depende da causa subjacente e da gravidade dos sinais
clínicos. Em casos de efusão transudativa associada à insu�ciência cardíaca congestiva, o
tratamento visa controlar a função cardíaca e reduzir o acúmulo de líquido com o uso de
diuréticos, inotrópicos e restrição de sódio na dieta. Em casos de efusão exsudativa, o
tratamento é direcionado para tratar a causa subjacente, que pode incluir terapia
antimicrobiana, anti-in�amatória ou quimioterapia, dependendo da etiologia.
Em alguns casos, quando a efusão pericárdica é grave e causa compressão cardíaca, pode ser
necessário realizar uma pericardiocentese, que é a drenagem do líquido acumulado por meio
de uma agulha ou tubo torácico. Esse procedimento alivia a pressão no coração e melhora os
sintomas respiratórios.
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Doenças cardíacas congênitas: Doenças cardíacas congênitas são anomalias estruturais do
coração presentes desde o nascimento de um animal. Essas condições são resultantes de
defeitos durante o desenvolvimento fetal e podem afetar diversas partes do sistema
cardiovascular, incluindo as válvulas cardíacas, os septos, as artérias e as veias.
Existem diferentes tipos de doenças cardíacas congênitas em animais, e cada uma delas possui
características especí�cas. Alguns exemplos incluem:
- Comunicação interventricular (CIV): É caracterizada por um defeito no septo que
separa os ventrículos do coração, resultando em uma conexão anormal entre eles. Isso
leva a um �uxo sanguíneo anômalo e pode resultar em sobrecarga de volume e
insu�ciência cardíaca congestiva.
- Estenose pulmonar: É uma condição em que ocorre um estreitamento da válvula
pulmonar, que impede o �uxo sanguíneo adequado do ventrículo direito para a
artéria pulmonar. Isso pode levar a uma sobrecarga de pressão no ventrículo direito e
ao comprometimento da função cardíaca.
- Persistência do ducto arterioso (PDA): O ducto arterioso é uma estrutura que conecta
a artéria pulmonar à aorta no feto. Em animais com PDA, o ducto arterioso não se
fecha adequadamente após o nascimento, resultando em um desvio anormal de sangue
entre as duas estruturas. Isso pode levar a um aumento do �uxo sanguíneo pulmonar e
sobrecarga de volume no coração.
- Tetralogia de Fallot: É uma doença cardíaca congênita complexa que envolve várias
anormalidades, incluindo estenose pulmonar, comunicação interventricular,
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posicionamento anormal da aorta sobreposta aos ventrículos e hipertro�a ventricular
direita. Essa condição causa uma mistura anormal de sangue oxigenado e
desoxigenado, resultando em sintomas como cianose e di�culdade respiratória.
O diagnóstico das doenças cardíacas congênitas é realizado por meio de exames clínicos,
radiogra�as torácicas, ecocardiogra�a, eletrocardiogra�a e, em alguns casos, cateterismo
cardíaco. A ecocardiogra�a é uma ferramenta essencial para avaliar a anatomia e a função
cardíaca, identi�car anormalidades estruturais e determinar o grau de comprometimento.
O tratamento das doenças cardíacas congênitas depende da gravidade da condição e dos
sintomas apresentados pelo animal. Em alguns casos, a correção cirúrgica é necessária para
reparar ou corrigir o defeito cardíaco. Em outros casos, o tratamento é direcionado para
controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do animal, incluindo o uso de
medicamentos, restrições de atividade e acompanhamento veterinário regular.
O prognóstico das doenças cardíacas congênitas varia dependendo do tipo e da gravidade da
condição, da resposta ao tratamento e de possíveis complicações associadas. Em alguns casos, a
doença pode ser controlada e permitir uma vida saudável e confortável.
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Diro�lariose: A diro�lariose, também conhecida como verme do coração, é uma doença
parasitária que afeta cães e gatos. É causada pelo parasita Diro�laria immitis, que é
transmitido por mosquitos infectados. Esses parasitas adultos se alojam nas artérias
pulmonares e no coração, causando danos ao sistema cardiovascular.
A infecção por Diro�laria immitis ocorre quando um mosquito infectado pica um animal
suscetível. As larvas do parasita são transmitidas para o animal durante a picada do mosquito.
Dentro do animal, as larvas se desenvolvem e passam por várias fases até se tornarem vermes
adultos. O ciclo completo do parasita ocorre ao longo de vários meses.
Os sinais clínicos da diro�lariose podem variar dependendo do estágio da infecção e da
gravidade da doença. Nos estágios iniciais, a infecção pode ser assintomática ou apresentar
sinais leves, como tosse, cansaço e perda de peso. À medida que a infecção progride, os animais
podem apresentar sintomas mais graves, incluindo di�culdade respiratória, tosse crônica,
intolerância ao exercício, desmaios e insu�ciência cardíaca congestiva.
O diagnóstico da diro�lariose é baseado em uma combinação de exames laboratoriais e de
imagem. Testes sorológicos, como o teste de antígeno da diro�lária, são utilizados para
detectar a presença de vermes adultos no sangue do animal. Além disso, exames de imagem,
como radiogra�as torácicas e ecocardiograma, podem ajudar a avaliar as alterações no coração
e nos vasos sanguíneos causadas pela infecção.
O tratamento da diro�lariose visa eliminar os vermes adultos do coração e controlar os
sintomas associados. Os medicamentos utilizados para o tratamento incluem a administração
de produtos especí�cos para matar os vermes adultos, bem como medicamentos adicionais
para controlar a in�amação e melhorar a função cardíaca. Em alguns casos, pode ser
necessária a cirurgia para remover vermes mortos ou dani�cados.
A prevenção da diro�lariose é essencial e pode ser feita através da administração regular de
medicamentos preventivos para vermes do coração, prescritos por um veterinário. Esses
medicamentos ajudam a prevenir a infecção e a matar as larvas antes que elas se desenvolvam
em vermes adultos. Além disso, medidas de controle de mosquitos, como a eliminação de
criadouros e o uso de repelentes, também podem ser adotadas para reduzir a exposição ao
parasita.
É importante ressaltar que a diro�lariose não afeta apenas cães e gatos, mas também pode ser
uma doença zoonótica, ou seja, transmitida aos seres humanos. Embora a infecção em
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humanos seja rara, é importante tomar precauções para evitar a picada de mosquitos e
proteger a saúde de animais de estimação e pessoas.
Morfologia: Diro�laria immitis é um parasita nematódeo que causa a diro�lariose em cães,
gatos e outros mamíferos. A morfologia desse parasita desempenha um papel importante na
sua adaptação ao hospedeiro e na sua capacidade de causar doença.
Os adultos de Diro�laria immitis são vermes �liformes e medem cerca de 15 a 30 centímetros
de comprimento quando totalmente desenvolvidos. Eles têm uma forma delgada e longa, que
lhes permite se alojar nas artérias pulmonares e no coração dos hospedeiros. A fêmea adulta é
maior e mais larga do que o macho.
O corpo de Diro�laria immitis é dividido em três regiões principais: cabeça, pescoço e corpo
posterior. A cabeça é arredondada e possui um círculo de papilas sensoriais que permitem ao
parasita detectar e responder a estímulos ambientais. O pescoço é curto e estreito, ligando a
cabeça ao corpo posterior. O corpo posterior é longo e a�lado, com uma extremidade
pontiaguda.
A parede do corpo de Diro�laria immitis é revestida por uma cutícula resistente e lisa. A
cutícula desempenha um papel na proteção do parasitacontra o sistema imunológico do
hospedeiro e na sua capacidade de se mover através dos vasos sanguíneos. Ao longo do corpo,
existem pequenos anéis chamados anéis anais que são responsáveis pela produção de
micro�lárias, as formas imaturas do parasita.
O sistema reprodutivo de Diro�laria immitis é diferenciado entre machos e fêmeas. Os
machos possuem um par de estruturas copulatórias chamadas espículas, que são usadas para
inseminar as fêmeas durante a cópula. As fêmeas possuem um útero alongado e espiralado,
capaz de abrigar um grande número de micro�lárias. Elas produzem micro�lárias que são
liberadas na corrente sanguínea do hospedeiro, onde são adquiridas por mosquitos durante a
alimentação.
As micro�lárias de Diro�laria immitis são larvas imaturas que circulam no sangue dos
hospedeiros infectados. Elas são alongadas e �nas, medindo cerca de 250 a 300 micrômetros
de comprimento. As micro�lárias são adaptadas para sobreviver no hospedeiro intermediário,
que é o mosquito vetor, até serem transmitidas para um novo hospedeiro de�nitivo.
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Ciclo biológico: A diro�lariose é uma doença parasitária causada pelo nematódeo Diro�laria
immitis, que afeta cães, gatos e outros mamíferos. O ciclo biológico da diro�lariose envolve
diferentes estágios de desenvolvimento do parasita e sua transmissão por meio de mosquitos
vetores. Compreender o ciclo biológico é essencial para o diagnóstico, tratamento e prevenção
da doença.
- Estágio adulto:
Os vermes adultos de Diro�laria immitis habitam as artérias pulmonares e o coração dos
hospedeiros de�nitivos, que são principalmente cães e gatos. Eles se reproduzem sexualmente,
e as fêmeas grávidas liberam micro�lárias na corrente sanguínea do animal infectado.
- Estágio intermediário:
As micro�lárias de Diro�laria immitis são larvas imaturas e circulam no sangue do
hospedeiro. Para que as micro�lárias se tornem infectantes, elas precisam ser ingeridas por
mosquitos vetores durante a alimentação sanguínea.
- Transmissão:
Os mosquitos vetores, como as espécies do gênero Aedes, Culex e Anopheles, são responsáveis
pela transmissão da diro�lariose. Quando o mosquito ingere sangue contendo micro�lárias,
as larvas passam por um processo de maturação no interior do mosquito, transformando-se
em larvas infectantes denominadas L3.
- Infecção do hospedeiro:
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Durante a alimentação subsequente, o mosquito infectado transmite as larvas infectantes (L3)
para um novo hospedeiro de�nitivo, como um cão ou gato saudável. As larvas penetram na
pele e migram para os tecidos subcutâneos, onde continuam a se desenvolver.
- Maturação e migração:
As larvas passam por estágios de desenvolvimento no tecido subcutâneo e nos músculos antes
de migrarem para os vasos sanguíneos e se estabelecerem nas artérias pulmonares e no
coração. Durante essa migração, que pode levar vários meses, as larvas sofrem uma série de
mudanças morfológicas até se tornarem vermes adultos.
O ciclo biológico completo da diro�lariose requer a presença de um hospedeiro de�nitivo
(cão, gato) e um vetor (mosquito). Os mosquitos se infectam ao se alimentarem de um animal
infectado, e as larvas se desenvolvem dentro do mosquito até se tornarem infectantes. Quando
o mosquito infectado pica um novo hospedeiro, ele transmite as larvas infectantes, que então
se desenvolvem em vermes adultos no sistema cardiovascular.
É importante ressaltar que a diro�lariose pode afetar outras espécies de mamíferos, incluindo
seres humanos. Embora os humanos não sejam considerados hospedeiros naturais de
Diro�laria immitis, eles podem ser acidentalmente infectados, o que resulta em uma condição
conhecida como diro�lariose humana ocular.
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Ação sobre o hospedeiro:
- Reação in�amatória:
A presença de Diro�laria immitis no sistema cardiovascular do hospedeiro desencadeia uma
resposta in�amatória. A infestação pelos vermes adultos causa in�amação crônica nos vasos
sanguíneos e no coração, levando à destruição dos tecidos circundantes. A resposta
in�amatória inclui a liberação de mediadores in�amatórios, como citocinas e quimiocinas,
que atraem células in�amatórias para o local da infecção.
- Danos nos vasos sanguíneos e no coração:
A presença dos vermes adultos nos vasos sanguíneos e no coração pode levar a uma série de
danos estruturais. Os vermes adultos se alojam nas artérias pulmonares e podem causar
estreitamento dos vasos, resultando em hipertensão pulmonar. Além disso, eles podem causar
dilatação e espessamento das câmaras cardíacas, comprometendo a função cardíaca adequada.
- Alterações no �uxo sanguíneo:
A obstrução parcial ou total das artérias pulmonares pelos vermes adultos interfere no �uxo
sanguíneo normal. Isso pode resultar em aumento da pressão sanguínea nas câmaras
cardíacas, levando a uma sobrecarga do coração. Consequentemente, o coração precisa
trabalhar mais para bombear o sangue adequadamente, o que pode levar à insu�ciência
cardíaca congestiva.
- Resposta imunológica do hospedeiro:
O hospedeiro infectado desenvolve uma resposta imunológica contra a Diro�laria immitis.
No entanto, a capacidade do parasita de evadir o sistema imunológico do hospedeiro é uma
das principais razões pelas quais a infecção pode persistir. O parasita possui mecanismos de
evasão imunológica que o ajudam a sobreviver e se reproduzir no hospedeiro, mesmo em
presença de uma resposta imune.
- Sintomas clínicos:
Os sintomas clínicos da diro�lariose variam de acordo com a gravidade da infecção e a
resposta individual do hospedeiro. Alguns cães e gatos podem ser assintomáticos, enquanto
outros podem apresentar sinais como tosse crônica, di�culdade respiratória, perda de peso,
fadiga, desmaios e acúmulo de líquido no abdômen. Nos casos mais graves, pode ocorrer
insu�ciência cardíaca congestiva.
Características clínicas:
- Insu�ciência cardíaca congestiva:
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A diro�lariose pode levar ao desenvolvimento de insu�ciência cardíaca congestiva (ICC) nos
animais infectados. A presença de vermes adultos no coração e nos vasos sanguíneos causa
alterações na circulação sanguínea, aumentando a pressão nos vasos e comprometendo a
função cardíaca adequada. A ICC resulta em sintomas como tosse crônica, di�culdade
respiratória, fadiga, fraqueza, ascite (acúmulo de �uido no abdômen) e edema pulmonar.
- Sinais respiratórios:
A infecção por Diro�laria immitis pode causar uma variedade de sintomas respiratórios nos
animais. Além da tosse crônica e da di�culdade respiratória mencionadas anteriormente, os
animais infectados podem apresentar dispneia (respiração rápida e super�cial), intolerância
ao exercício e sibilância. Esses sintomas são causados pelo aumento da pressão nos vasos
pulmonares devido à obstrução causada pelos vermes adultos.
- Perda de peso e letargia:
Os animais com diro�lariose podem apresentar perda de peso inexplicada e letargia. Esses
sintomas podem estar relacionados à redução do �uxo sanguíneo e à diminuição da
capacidade do coração de bombear e�cientemente o sangue para os tecidos. Além disso, a
resposta in�amatória desencadeada pela presença dos vermes adultos também pode
contribuir para a perda de peso e a falta de energia.
- Alterações no sistema renal:
A diro�lariose pode afetar o funcionamento dos rins nos animais infectados. O aumento da
pressão nos vasos sanguíneos devido à obstrução causada pelos vermes adultos pode levar à
disfunção renal. Isso pode resultar em aumento da sede e da micção, desidratação e alterações
nos níveis de eletrólitos no sangue.
- Distúrbios hemorrágicos:
Em alguns casos, a diro�lariose pode causar distúrbios hemorrágicos nos animais infectados.
Isso ocorre devido à interação dos vermes adultos com as plaquetas e os fatores de coagulação
no sangue. Os animais podem apresentar sangramento excessivo, petéquias(pequenos pontos
vermelhos na pele ou nas mucosas) e hematomas.
Diagnóstico:
- Testes sorológicos:
Os testes sorológicos são amplamente utilizados para o diagnóstico da diro�lariose em
animais. Esses testes detectam a presença de antígenos (proteínas produzidas pelo parasita) ou
anticorpos especí�cos contra a Diro�laria immitis no sangue do animal. Os testes de
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antígenos são altamente sensíveis e podem detectar a presença do parasita mesmo em estágios
precoces da infecção. Os testes de anticorpos são usados principalmente para con�rmar a
infecção e avaliar a resposta imunológica do hospedeiro.
- Exames de imagem:
Os exames de imagem, como radiogra�as e ultrassonogra�as, também desempenham um
papel importante no diagnóstico da diro�lariose. As radiogra�as do tórax podem revelar
alterações no tamanho e na forma do coração, como aumento das câmaras cardíacas e vasos
sanguíneos pulmonares dilatados. A ultrassonogra�a cardíaca pode fornecer informações
mais detalhadas sobre a presença de vermes adultos, bem como sobre a função cardíaca e o
�uxo sanguíneo.
- Micro�lárias no sangue:
A detecção de micro�lárias (larvas imaturas da Diro�laria immitis) no sangue periférico é um
método diagnóstico menos comum, mas ainda relevante. Essas larvas podem ser visualizadas
em uma amostra de sangue através de exames microscópicos. No entanto, vale ressaltar que a
presença de micro�lárias nem sempre indica a presença de vermes adultos, pois as
micro�lárias podem ser detectadas mesmo em infecções não patentes (quando não há vermes
adultos maduros).
- Histórico clínico e exame físico:
O histórico clínico e o exame físico do animal também são importantes para o diagnóstico da
diro�lariose. O veterinário pode considerar os sintomas clínicos apresentados pelo animal,
como tosse crônica, di�culdade respiratória, letargia e perda de peso, juntamente com os
achados físicos, como sopro cardíaco, para suspeitar da presença da doença. No entanto, esses
sinais clínicos não são especí�cos da diro�lariose e podem estar presentes em outras condições
cardíacas.
É importante destacar que a combinação de diferentes métodos diagnósticos aumenta a
precisão do diagnóstico da diro�lariose. Além disso, é essencial realizar exames periódicos de
triagem em animais assintomáticos, especialmente em áreas endêmicas, para identi�car a
infecção precocemente e iniciar o tratamento apropriado.
Gravidade:
- Diro�lariose assintomática:
Em alguns casos, os animais infectados podem ser assintomáticos, o que signi�ca que não
apresentam sintomas clínicos visíveis. Esses animais podem ser portadores silenciosos da
doença, abrigando vermes adultos no coração e nos vasos sanguíneos, mas sem manifestar
sinais clínicos aparentes. A diro�lariose assintomática geralmente é diagnosticada por meio
de testes sorológicos e pode ser descoberta durante exames de rotina.
- Diro�lariose leve a moderada:
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Quando a infecção por Diro�laria immitis progride, os animais podem apresentar sintomas
leves a moderados. Esses sintomas podem incluir tosse leve, cansaço excessivo, intolerância ao
exercício e perda de peso gradual. Nesses estágios, os vermes adultos podem estar presentes
nos vasos sanguíneos pulmonares e no coração, causando danos estruturais, in�amação e
distúrbios circulatórios. O grau de gravidade da diro�lariose nesses casos pode depender da
carga parasitária e da resposta imunológica do animal.
- Diro�lariose grave:
Em estágios avançados da doença, a diro�lariose pode se tornar grave e potencialmente fatal.
A presença de um grande número de vermes adultos pode levar a complicações cardíacas
graves, como insu�ciência cardíaca congestiva (ICC), hipertensão pulmonar e distúrbios do
ritmo cardíaco. Os animais afetados podem apresentar sintomas clínicos acentuados, como
tosse persistente, di�culdade respiratória, fraqueza, letargia, ascite, edema pulmonar e
desmaios. A ICC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em casos graves de
diro�lariose.
- Diro�lariose com complicações adicionais:
Em alguns casos, a diro�lariose pode estar associada a complicações adicionais que agravam
ainda mais a condição do animal. Por exemplo, a presença de infecções secundárias, como
pneumonias bacterianas, pode piorar signi�cativamente o estado de saúde do animal. Além
disso, a diro�lariose também pode causar distúrbios renais, distúrbios hemorrágicos e
tromboembolismo, que podem contribuir para a gravidade da doença.
Tratamento:
- Tratamento farmacológico:
O tratamento farmacológico é a abordagem principal para a diro�lariose em cães e gatos. Os
medicamentos mais comumente utilizados são os chamados macrocíclicos lactonas, que
incluem a ivermectina, a milbemicina e a moxidectina. Esses medicamentos são e�cazes na
eliminação dos vermes adultos, bem como das micro�lárias (larvas imaturas) presentes no
sangue.
O tratamento com macrocíclicos lactonas geralmente requer um protocolo de várias semanas
a meses, dependendo da gravidade da infecção. Durante o tratamento, é importante manter o
animal em repouso e evitar exercícios extenuantes, pois a morte dos vermes adultos pode levar
à liberação de substâncias que podem causar reações in�amatórias e tromboembolismo.
- Tratamento preventivo:
Além do tratamento direto da infecção, é essencial adotar medidas preventivas para evitar a
diro�lariose. A administração regular de medicamentos preventivos, como comprimidos ou
spot-ons que contenham macrocíclicos lactonas, é altamente recomendada para proteger os
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animais contra a infecção. Esses medicamentos atuam na prevenção do desenvolvimento de
vermes adultos a partir das micro�lárias infectantes transmitidas por mosquitos.
- Tratamento de suporte:
Em casos de diro�lariose grave, em que ocorrem complicações como insu�ciência cardíaca
congestiva (ICC) e distúrbios respiratórios, o tratamento de suporte é necessário para
controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do animal. Isso pode envolver o uso de
diuréticos para reduzir a retenção de líquidos, terapias de oxigênio suplementar, restrição de
atividade física e modi�cações na dieta para reduzir o estresse cardíaco.
- Acompanhamento e reavaliação:
Após o tratamento da diro�lariose, é fundamental realizar acompanhamento regular e
reavaliações para monitorar a e�cácia do tratamento e identi�car possíveis recidivas ou
complicações. Isso pode incluir exames sorológicos para veri�car a presença de antígenos ou
anticorpos da Diro�laria immitis, bem como exames de imagem, como radiogra�as e
ultrassonogra�as cardíacas, para avaliar a função cardíaca e a presença de lesões.
É importante destacar que o tratamento da diro�lariose pode apresentar riscos, especialmente
em casos graves, e deve ser realizado sob a supervisão de um veterinário. O tratamento precoce
e adequado da diro�lariose é crucial para evitar complicações graves e melhorar o prognóstico
do animal infectado.
Controle:
- Uso de medicamentos preventivos:
A administração regular de medicamentos preventivos é a estratégia mais e�caz para o
controle da diro�lariose. Esses medicamentos, conhecidos como macrocíclicos lactonas, são
administrados mensalmente e atuam na prevenção do desenvolvimento de vermes adultos a
partir das micro�lárias infectantes transmitidas por mosquitos. Os medicamentos
preventivos são seguros e e�cazes, e a escolha do produto deve ser baseada nas recomendações
do veterinário.
- Triagem e testagem:
A triagem regular de animais é fundamental para identi�car infecções precoces e iniciar o
tratamento adequado. Os testes sorológicos, que detectam a presença de antígenos ou
anticorpos da Diro�laria immitis no sangue do animal, são amplamente utilizados na
triagem. A testagem periódica é especialmente importante em áreas endêmicas ou em animais
que tenham maior exposição a mosquitos.
- Controle de mosquitos:
A reduçãoda população de mosquitos é uma medida essencial no controle da diro�lariose.
Isso pode ser alcançado por meio de medidas de controle ambiental, como a eliminação de
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áreas de reprodução de mosquitos, como poças de água estagnada. Além disso, o uso de
repelentes e inseticidas para mosquitos, tanto em animais como em ambientes, pode ajudar a
minimizar a exposição aos mosquitos transmissores.
- Conscientização e educação:
A conscientização dos proprietários de animais e dos pro�ssionais de saúde veterinária é
crucial para o controle efetivo da diro�lariose. Informar sobre a importância da prevenção, os
riscos da doença e as medidas de controle é fundamental para promover a adoção de práticas
preventivas. Além disso, a educação sobre a transmissão da doença e os sinais clínicos podem
ajudar a identi�car e tratar precocemente os animais infectados.
- Controle populacional de cães e gatos:
O controle populacional de cães e gatos é uma medida importante no controle da
diro�lariose. Animais abandonados ou sem supervisão adequada têm maior probabilidade de
serem expostos a mosquitos transmissores. Portanto, a esterilização e a adoção de políticas de
controle populacional podem reduzir o número de animais suscetíveis à infecção.
- Monitoramento e vigilância:
A vigilância contínua da diro�lariose é necessária para monitorar a prevalência da doença em
uma determinada região. O monitoramento pode ser realizado por meio de estudos
epidemiológicos, coleta de dados de casos diagnosticados e avaliação da e�cácia das medidas de
controle implementadas.
Resumindo as principais cardiopatias:
- Cardiomiopatia dilatada: É uma doença em que o coração se torna dilatado e
enfraquecido, o que reduz sua capacidade de bombear sangue pelo corpo. Ela pode ser
idiopática, ou seja, sem uma causa aparente, ou secundária a outras doenças, como
infecções ou de�ciências nutricionais. Os sintomas incluem fraqueza, falta de ar, tosse,
inapetência e desmaios.
- Cardiomiopatia hipertró�ca: É uma doença caracterizada pelo espessamento das
paredes do coração, o que interfere no �uxo sanguíneo. Ela pode ser hereditária ou
adquirida, e os sintomas incluem di�culdade para respirar, tosse, fadiga e desmaios.
- Estenose aórtica: É uma doença em que a válvula aórtica, que é responsável por
controlar o �uxo sanguíneo do coração para o resto do corpo, é estreitada. Isso
di�culta a passagem do sangue e aumenta a pressão dentro do coração. Os sintomas
incluem fadiga, di�culdade para respirar, desmaios e dor no peito.
- Endocardiose valvar: É uma doença em que as válvulas cardíacas se tornam espessas e
deformadas, o que reduz sua e�ciência em controlar o �uxo sanguíneo. Ela é mais
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comum em cães idosos e pode ser hereditária. Os sintomas incluem tosse, di�culdade
para respirar, inapetência e fraqueza.
- Pericardite: É uma in�amação do saco que envolve o coração, chamado pericárdio. Ela
pode ser causada por infecções, traumas ou doenças autoimunes. Os sintomas incluem
di�culdade para respirar, dor no peito, tosse e febre.
Fluidoterapia:
Distúrbios hidroeletrolíticos:
Distúrbios hidroeletrolíticos são alterações no equilíbrio dos �uidos e eletrólitos no
organismo de animais. Essas alterações podem afetar diversos sistemas do corpo e têm diversas
causas, como desequilíbrio na ingestão ou excreção de água e eletrólitos, doenças renais,
endócrinas, gastrointestinais, entre outras.
- Hiponatremia:
A hiponatremia ocorre quando há uma diminuição dos níveis de sódio no sangue. Pode ser
causada por diversas condições, como doenças renais, doenças endócrinas, perda excessiva de
�uidos ou ingestão insu�ciente de sódio. Os sintomas incluem letargia, fraqueza, vômitos,
convulsões e, em casos graves, coma. O tratamento envolve corrigir a causa subjacente e, em
alguns casos, administrar soluções intravenosas contendo sódio.
- Hipernatremia:
A hipernatremia ocorre quando há um aumento dos níveis de sódio no sangue. Pode ser
causada por desidratação, diminuição da ingestão de água, perda excessiva de líquidos ou
doenças renais. Os sintomas incluem sede excessiva, aumento da frequência cardíaca, fraqueza
muscular, convulsões e, em casos graves, coma. O tratamento envolve corrigir a causa
subjacente e, muitas vezes, administrar líquidos intravenosos para reidratar o animal.
- Hipocalemia:
A hipocalemia é a diminuição dos níveis de potássio no sangue. Pode ser causada por perdas
excessivas de potássio através de vômitos, diarreia, uso prolongado de diuréticos ou doenças
renais. Os sintomas incluem fraqueza muscular, arritmias cardíacas, constipação, poliúria e,
em casos graves, paralisia. O tratamento envolve a reposição oral ou intravenosa de potássio,
além do tratamento da causa subjacente.
- Hipercalemia:
A hipercalemia é o aumento dos níveis de potássio no sangue. Pode ser causada por
insu�ciência renal, doenças endócrinas, lesões musculares graves ou ingestão excessiva de
potássio. Os sintomas incluem fraqueza muscular, arritmias cardíacas, vômitos, diarreia e, em
casos graves, paralisia. O tratamento envolve a restrição de alimentos ricos em potássio, uso de
medicamentos para promover a excreção de potássio e tratamento da causa subjacente.
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- Hipocalcemia:
A hipocalcemia é a diminuição dos níveis de cálcio no sangue. Pode ser causada por problemas
na produção ou na regulação do hormônio paratireoidiano, de�ciências nutricionais, doenças
renais ou pancreatite. Os sintomas incluem tremores musculares, convulsões, fraqueza,
diminuição da frequência cardíaca e problemas neurológicos.
Fluidoterapia:
A �uidoterapia é uma intervenção terapêutica essencial na prática veterinária, sendo
amplamente utilizada no tratamento de diversos distúrbios e condições clínicas em animais.
Consiste na administração de líquidos por via intravenosa, subcutânea ou oral, com o
objetivo de restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico, corrigir desidratação, melhorar a
perfusão tecidual e manter as funções orgânicas adequadas.
- Importância da �uidoterapia:
A �uidoterapia desempenha um papel crucial no suporte clínico de animais em diversas
situações, como desidratação, choque, insu�ciência renal, vômitos, diarreia, perdas excessivas
de �uidos, entre outras condições. Ela ajuda a restabelecer o volume sanguíneo adequado,
mantém a pressão arterial, melhora a função renal, promove a eliminação de toxinas e fornece
substratos essenciais para as células.
- Objetivos da �uidoterapia:
Os objetivos da �uidoterapia incluem a correção da desidratação, a reposição de perdas de
�uidos e eletrólitos, a melhora da perfusão tecidual, o suporte hemodinâmico, a manutenção
do equilíbrio ácido-base e a otimização da função renal. Cada paciente deve ser avaliado
individualmente para determinar a melhor abordagem terapêutica.
- Seleção de �uidos:
A escolha do tipo de �uido a ser administrado depende da condição clínica do animal, das
necessidades especí�cas e da avaliação do equilíbrio hidroeletrolítico. Os principais tipos de
�uidos utilizados incluem soluções cristalóides (como solução salina isotônica e Ringer
lactato) e soluções coloidais (como plasma fresco congelado e derivados de sangue). A seleção
adequada dos �uidos é essencial para corrigir as alterações hidroeletrolíticas, evitar sobrecarga
de �uidos e promover a estabilidade hemodinâmica.
- Monitoramento e ajuste da �uidoterapia:
Durante a administração da �uidoterapia, é importante monitorar regularmente os
parâmetros clínicos e laboratoriais do paciente, como frequência cardíaca, pressão arterial,
diurese, concentrações séricas de eletrólitos e função renal. Essa avaliação contínua permite
ajustes precisos na taxa e composição dos �uidos, de acordo com a resposta individual do
animal.
- Considerações especiais:
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Certas situaçõesclínicas exigem considerações especiais na administração de �uidos, como
animais com doença cardíaca, insu�ciência renal crônica ou desequilíbrios eletrolíticos graves.
Nestes casos, a �uidoterapia deve ser cuidadosamente planejada, com monitoramento
intensivo e ajustes especí�cos, levando em consideração as necessidades individuais do
paciente.
Casos em que a �uidoterapia é indicada:
A �uidoterapia é indicada em uma variedade de situações clínicas em medicina veterinária,
onde a administração de líquidos é necessária para restabelecer e manter o equilíbrio
hidroeletrolítico adequado, melhorar a perfusão tecidual e apoiar as funções orgânicas.
- Desidratação:
A desidratação é uma condição comum em animais e ocorre quando há perda excessiva de
água e eletrólitos do corpo. Pode ser causada por vômitos, diarreia, febre, perda de sangue,
queimaduras, entre outras condições. A �uidoterapia é essencial para reidratar o animal,
repor os �uidos perdidos e restaurar o equilíbrio hidroeletrolítico.
- Choque:
O choque é uma emergência médica caracterizada por uma diminuição da perfusão tecidual e
oxigenação inadequada dos órgãos. Pode ocorrer devido a perda de sangue, desidratação
grave, disfunção cardíaca, entre outras causas. A �uidoterapia desempenha um papel
fundamental no tratamento do choque, pois ajuda a restaurar o volume sanguíneo, melhorar
a pressão arterial e garantir a perfusão adequada dos tecidos.
- Insu�ciência renal:
A insu�ciência renal é uma condição em que os rins não conseguem �ltrar adequadamente os
resíduos e o excesso de �uidos do corpo. A �uidoterapia é utilizada para manter a hidratação
adequada, promover a diurese e suportar a função renal. Dependendo do tipo de insu�ciência
renal (aguda ou crônica), diferentes abordagens de �uidoterapia podem ser necessárias.
- Cetoacidose diabética:
A cetoacidose diabética é uma complicação grave do diabetes mellitus em que o corpo produz
excesso de corpos cetônicos devido à falta de insulina. A �uidoterapia é fundamental no
tratamento da cetoacidose diabética, pois ajuda a corrigir a desidratação, repor os eletrólitos
perdidos e auxiliar na eliminação dos corpos cetônicos através da diurese.
- Cirurgia e cuidados pós-operatórios:
A �uidoterapia desempenha um papel essencial na preparação pré-operatória, durante o
procedimento cirúrgico e no período pós-operatório. Ela ajuda a manter a estabilidade
hemodinâmica, compensar as perdas de �uidos durante a cirurgia, fornecer suporte
nutricional e facilitar a recuperação do animal.
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Além dessas indicações, a �uidoterapia pode ser utilizada em uma variedade de outras
condições, como intoxicações, pancreatite, distúrbios eletrolíticos, insu�ciência cardíaca,
entre outras.
Como avaliar desidratação:
- Exame físico:
O exame físico é uma das principais ferramentas para avaliar a desidratação em animais. Os
seguintes parâmetros podem ser observados e avaliados:
- Turgor da pele: A elasticidade da pele é veri�cada pressionando-se levemente uma área
como o dorso ou a nuca do animal. Em animais desidratados, a pele pode �car menos
elástica e demorar mais para voltar à posição original após ser puxada.
- Mucosas: A umidade, coloração e tempo de preenchimento capilar das mucosas
(gengivas, conjuntivas) são avaliados. Mucosas secas, pegajosas e com tempo de
preenchimento capilar prolongado podem indicar desidratação.
- Frequência cardíaca e pulso: A taquicardia pode estar presente em animais
desidratados como uma resposta compensatória à diminuição do volume sanguíneo.
- Frequência respiratória: Aumento da frequência respiratória pode ser observado em
animais desidratados devido à hipovolemia.
- Peso corporal:
A pesagem do animal pode ser útil para determinar a perda de peso associada à desidratação.
No entanto, é importante lembrar que a perda de peso pode ser in�uenciada por outros
fatores, como perda de massa muscular ou ganho de �uidos, e nem sempre re�ete a gravidade
da desidratação.
- Testes laboratoriais:
Exames laboratoriais também podem ser realizados para auxiliar na avaliação da desidratação.
Os seguintes testes são comumente utilizados:
- Hematócrito: O hematócrito é um exame que mede a proporção de células vermelhas
do sangue em relação ao volume total de sangue. Em animais desidratados, pode
ocorrer um aumento do hematócrito devido à concentração sanguínea.
- Proteína plasmática total: A determinação da proteína plasmática total pode fornecer
informações sobre o estado de hidratação do animal. A diminuição da proteína
plasmática total pode ser observada em casos de desidratação.
- Eletrólitos séricos: A avaliação dos eletrólitos séricos, como sódio, potássio e cloro,
pode ajudar a identi�car desequilíbrios eletrolíticos associados à desidratação.
Qual tipo de �uido deve-se empregar?:
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A seleção adequada do tipo de �uido a ser utilizado em cada caso clínico é de extrema
importância na �uidoterapia veterinária. A escolha depende da condição clínica do
paciente, do grau de desidratação, das necessidades de reposição de eletrólitos e da
avaliação do equilíbrio ácido-base.
- Soluções cristalóides isotônicas:
As soluções cristalóides isotônicas são amplamente utilizadas na �uidoterapia
veterinária e são recomendadas para a maioria dos casos de desidratação e reposição de
�uidos. Elas ajudam a restaurar o volume plasmático e fornecem eletrólitos essenciais.
Os exemplos mais comuns incluem:
- Solução salina isotônica (NaCl 0,9%): É uma solução de cloreto de sódio em
água estéril, que ajuda a corrigir a desidratação isotônica e repor o sódio
perdido.
- Ringer lactato: É uma solução balanceada que contém sódio, cloreto, potássio,
cálcio e lactato. É frequentemente utilizada em casos de desidratação e
desequilíbrios eletrolíticos, além de auxiliar na correção de acidose.
- Soluções cristalóides hipotônicas:
As soluções cristalóides hipotônicas têm uma concentração de eletrólitos menor que a
do plasma e são utilizadas em situações especí�cas, quando há necessidade de reposição
de água livre. No entanto, seu uso deve ser cauteloso, pois podem levar ao
deslocamento de �uidos para o espaço intracelular e agravar a desidratação
extracelular. Exemplos incluem solução de dextrose a 5% e solução de cloreto de sódio
a 0,45%.
- Soluções coloidais:
As soluções coloidais contêm partículas maiores que não atravessam facilmente as
membranas capilares e permanecem no espaço intravascular por um período mais
longo, ajudando a aumentar a pressão oncótica e a retenção de �uidos. Elas são
indicadas em casos de desidratação grave, choque e hipoproteinemia. Exemplos de
soluções coloidais incluem plasma fresco congelado, albumina e derivados de sangue.
- Soluções de reposição de eletrólitos:
Em casos de desequilíbrios eletrolíticos especí�cos, podem ser necessárias soluções de
reposição de eletrólitos. Essas soluções contêm concentrações adequadas de eletrólitos,
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como sódio, potássio, cloreto, cálcio, entre outros, para corrigir desequilíbrios
especí�cos.
- Solução de cloreto de potássio: É utilizada para tratar hipocalemia, uma de�ciência
de potássio no organismo.
- Solução de bicarbonato de sódio: É utilizada para tratar acidose metabólica.
Vias de administração de �uido:
A administração de �uidos é uma parte essencial da terapia veterinária, e existem várias vias
de administração disponíveis para a �uidoterapia em animais. A escolha da via de
administração adequada depende do estado clínico do paciente, da urgência do tratamento,
da condição vascular e das necessidades de reposição.
- Via intravenosa (IV):
A via intravenosa é a forma mais comum e e�caz de administrar �uidos em animais,
especialmente em situações de emergência. Permite uma administração rápida e precisa dos
�uidos diretamente na corrente sanguínea, garantindo uma absorção imediata. A
administração IV pode serrealizada por meio de uma veia periférica, em casos de
�uidoterapia de rotina, ou por meio de um cateter central, para situações que requerem
acesso vascular de longo prazo.
- Via subcutânea (SC):
A via subcutânea é uma opção de administração de �uidos que envolve a infusão de líquidos
na camada de tecido subcutâneo. É uma via útil para administração de �uidos em animais
desidratados ou que necessitam de terapia de reposição a longo prazo. Embora seja mais lenta
em comparação à via intravenosa, a absorção gradual dos �uidos permite uma hidratação
e�caz ao longo do tempo.
- Via oral (PO):
A via oral pode ser utilizada em casos de animais conscientes e capazes de ingerir líquidos por
via oral. É uma opção conveniente para animais que não estão gravemente desidratados ou
que necessitam de reposição de líquidos menos urgente. A administração oral pode ser feita
por meio de seringas, sonda nasogástrica ou oferecimento de líquidos por via oral, como
soluções eletrolíticas.
- Via intraperitoneal (IP):
A via intraperitoneal é uma opção de administração de �uidos que envolve a infusão de
líquidos diretamente na cavidade peritoneal. É utilizada principalmente em casos de animais
em que o acesso intravenoso é difícil ou impossível, como em situações de choque grave ou
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hipovolemia extrema. A absorção dos �uidos ocorre através dos vasos linfáticos e capilares
peritoneais.
- Via intraóssea (IO):
A via intraóssea é uma opção de administração de �uidos que envolve a infusão de líquidos
diretamente na medula óssea, através da perfuração do osso. É uma via de acesso vascular de
emergência utilizada em casos de choque grave, parada cardiorrespiratória ou quando o
acesso intravenoso não pode ser obtido rapidamente. A absorção dos �uidos ocorre através
dos vasos sanguíneos presentes na medula óssea.
Cada via de administração tem suas vantagens e considerações especí�cas, e a escolha da via
adequada deve ser baseada no estado clínico do paciente, nas necessidades terapêuticas e na
experiência do pro�ssional.
Velocidade de administração do �uido:
A velocidade de administração de �uidos é um aspecto importante da �uidoterapia
veterinária, pois uma administração muito rápida ou muito lenta pode ter consequências
negativas para o paciente. A taxa de administração deve ser adequada para atender às
necessidades individuais do animal e à condição clínica especí�ca.
- Taxa de administração intravenosa (IV):
A administração intravenosa permite a infusão de �uidos diretamente na corrente sanguínea,
possibilitando uma ação imediata. A taxa de administração intravenosa depende do objetivo
do tratamento e da condição clínica do paciente. Em casos de desidratação aguda, choque ou
hipovolemia, a administração inicial pode ser realizada em velocidade mais rápida, seguida
por uma redução gradual para manter a estabilidade hemodinâmica. A taxa de administração
intravenosa geralmente varia de 5 a 20 ml/kg/h, mas pode ser ajustada individualmente.
- Taxa de administração subcutânea (SC):
A administração subcutânea é uma opção de administração mais lenta, na qual os �uidos são
infundidos na camada de tecido subcutâneo. A taxa de administração subcutânea é
geralmente menor do que a administração intravenosa e varia de 5 a 50 ml/kg/dia,
dependendo da necessidade de reposição e hidratação do paciente. É importante lembrar que
a absorção subcutânea é mais lenta do que a administração intravenosa e pode não ser
adequada para situações de emergência.
- Taxa de administração oral (PO):
A administração oral de �uidos é geralmente realizada em animais conscientes e capazes de
ingerir líquidos. A taxa de administração oral depende da capacidade do animal de beber e
tolerar a ingestão de líquidos. Em casos de desidratação leve a moderada, a administração oral
pode ser su�ciente, com a oferta de água fresca ou soluções eletrolíticas. A taxa de
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administração oral pode variar de acordo com a capacidade do animal de beber e a resposta
individual.
- Taxa de administração intraóssea (IO):
A administração intraóssea é uma via de acesso vascular de emergência, geralmente utilizada
em situações críticas. A taxa de administração intraóssea é semelhante à taxa intravenosa, pois
a infusão é direcionada diretamente para a medula óssea. A velocidade de administração varia
de 5 a 20 ml/kg/h, dependendo das necessidades do paciente e da condição clínica.
É importante ressaltar que a velocidade de administração de �uidos deve ser ajustada
individualmente para cada paciente, levando em consideração a resposta clínica, a hidratação
adequada e a avaliação constante da condição do animal. O monitoramento frequente é
essencial para garantir que a taxa de administração seja apropriada e segura para o paciente.
Quantidade de �uido a ser administrado:
A administração adequada de �uidos é essencial na terapia veterinária para manter a
hidratação e o equilíbrio eletrolítico dos pacientes. A quantidade de �uido a ser administrada
varia de acordo com as necessidades individuais do animal, sua condição clínica e a �nalidade
do tratamento.
- Manutenção de �uidos:
A administração de �uidos para manutenção é necessária para compensar as perdas normais
de água e eletrólitos pelo organismo. A quantidade de �uido necessária para a manutenção
depende do peso corporal do animal. Geralmente, é recomendado administrar uma taxa de 40
a 60 ml/kg/dia para cães e 30 a 50 ml/kg/dia para gatos. No entanto, essas recomendações
podem variar dependendo da idade, atividade, estado de saúde e outras condições individuais
do paciente.
- Reposição de dé�cits de �uidos:
Em casos de desidratação ou perdas excessivas de �uidos, é necessário administrar
quantidades adicionais de �uidos para reidratar o animal e corrigir o dé�cit. A quantidade de
�uido a ser administrada para reposição depende do grau de desidratação do paciente, que
pode ser classi�cado como leve (5% a 6%), moderada (7% a 9%) ou grave (> 10%). Geralmente,
é recomendado administrar uma quantidade de �uido de 2 a 3 vezes o dé�cit calculado,
distribuída ao longo de um período de tempo adequado.
- Terapia de reposição em casos de perdas excessivas:
Alguns casos clínicos, como diarréia severa, vômitos frequentes ou sangramento excessivo,
podem resultar em perdas signi�cativas de �uidos e eletrólitos. Nessas situações, é necessário
administrar quantidades adicionais de �uidos para repor as perdas. A quantidade de �uido a
ser administrada depende da extensão das perdas e da avaliação individual do paciente.
- Terapia de suporte em condições críticas:
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Em situações de emergência, como choque, insu�ciência cardíaca congestiva ou sepse, pode
ser necessário administrar quantidades mais elevadas de �uidos para manter a perfusão
adequada dos órgãos. Nesses casos, a administração de �uidos é geralmente guiada por
parâmetros hemodinâmicos, como pressão arterial, débito cardíaco e avaliação clínica do
paciente.
É importante destacar que as quantidades de �uido mencionadas são apenas diretrizes
gerais e devem ser ajustadas individualmente para cada paciente, levando em consideração sua
condição clínica, resposta clínica e monitoramento constante. O acompanhamento regular e a
avaliação adequada são fundamentais para garantir a administração correta de �uidos e evitar
complicações relacionadas ao desequilíbrio hídrico e eletrolítico.
Quando deve-se encerrar a �uidoterapia?
Omomento certo para interromper a �uidoterapia depende de vários fatores, incluindo a
condição clínica do animal, a resposta ao tratamento e os objetivos terapêuticos.
- Restabelecimento da hidratação:
Uma das principais razões para encerrar a �uidoterapia é o restabelecimento da hidratação do
animal. Isso pode ser avaliado por meio de parâmetros clínicos, como mucosas hidratadas,
turgor da pele normal e melhora dos sinais clínicos relacionadosà desidratação, como letargia,
fraqueza e aumento da frequência cardíaca. Além disso, a análise de parâmetros laboratoriais,
como a concentração de eletrólitos no sangue, pode ajudar a con�rmar a reidratação
adequada.
- Estabilização da condição clínica:
Outro indicador importante para encerrar a �uidoterapia é a estabilização da condição clínica
do paciente. Isso inclui a resolução ou melhora dos sinais e sintomas relacionados à doença de
base que motivou a administração de �uidos. Por exemplo, em casos de desidratação associada
à diarreia, a normalização das fezes e a melhora da função gastrointestinal podem indicar que
a terapia de �uidos pode ser encerrada.
- Resolução dos distúrbios hidroeletrolíticos:
A correção de distúrbios hidroeletrolíticos é um objetivo importante da �uidoterapia. Isso
pode ser avaliado por meio de exames laboratoriais regulares, que mostram a normalização
dos níveis de eletrólitos, como sódio, potássio e bicarbonato no sangue. A estabilidade dos
valores laboratoriais ao longo do tempo pode indicar que a �uidoterapia pode ser
gradualmente interrompida.
- Avaliação do balanço hídrico:
A avaliação do balanço hídrico do paciente também é importante para determinar quando
encerrar a �uidoterapia. Isso envolve o registro e monitoramento rigoroso das entradas e
saídas de líquidos, incluindo a ingestão oral, a produção de urina, os vômitos, as diarreias e
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quaisquer outras perdas signi�cativas de líquidos. Um balanço hídrico equilibrado ao longo
do tempo pode indicar que a administração de �uidos pode ser interrompida.
É fundamental lembrar que a decisão de encerrar a �uidoterapia deve ser baseada em uma
avaliação individual do paciente, levando em consideração sua condição clínica, resposta ao
tratamento, objetivos terapêuticos e orientação do médico veterinário. O monitoramento
regular e a reavaliação constante são essenciais para garantir que a �uidoterapia seja encerrada
no momento apropriado e que o paciente continue a receber os cuidados adequados para sua
recuperação.
Emprego da �uidoterapia:
- Suporte de �uidos em casos de desidratação:
A desidratação é uma condição comum em animais doentes, resultante de perdas excessivas de
líquidos ou diminuição na ingestão oral. A �uidoterapia é essencial para reidratar o animal e
restaurar o equilíbrio hídrico. Ela pode ser realizada por via oral, subcutânea ou intravenosa,
dependendo da gravidade da desidratação e da capacidade de absorção do trato
gastrointestinal. O tipo de �uido empregado varia de acordo com a causa da desidratação e as
necessidades individuais do paciente.
- Terapia de suporte em casos de doenças agudas:
Em situações de doenças agudas, como choque, insu�ciência cardíaca congestiva, pancreatite
ou sepse, a �uidoterapia desempenha um papel vital no suporte hemodinâmico do paciente.
Ela visa manter a perfusão adequada dos órgãos, normalizar a pressão arterial e corrigir
distúrbios hidroeletrolíticos. Nesses casos, a escolha do tipo de �uido (cristaloides ou
coloides) e a taxa de administração são determinadas com base nas necessidades do paciente e
na avaliação clínica.
- Terapia de suporte em casos de doenças crônicas:
Em doenças crônicas, como insu�ciência renal crônica ou insu�ciência cardíaca congestiva
compensada, a �uidoterapia é frequentemente utilizada para manter o equilíbrio hídrico e
controlar os distúrbios eletrolíticos. Nesses casos, a administração de �uidos pode ser
realizada de forma contínua ou intermitente, conforme indicado pela resposta clínica do
paciente e monitoramento regular.
- Terapia de suporte perioperatória:
A �uidoterapia desempenha um papel crucial na terapia de suporte perioperatória,
fornecendo hidratação adequada, garantindo a perfusão dos órgãos e prevenindo
complicações relacionadas à cirurgia. A escolha do tipo de �uido e a taxa de administração são
determinadas com base na condição do paciente, tipo de cirurgia e necessidades individuais.
- Terapia de reposição de eletrólitos:
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Em certas condições clínicas, como hipercalemia, hipocalemia ou distúrbios eletrolíticos
graves, a �uidoterapia pode ser utilizada como terapia de reposição de eletrólitos. Nesses
casos, soluções eletrolíticas especí�cas são administradas para corrigir as concentrações de
eletrólitos e restaurar o equilíbrio adequado.
Tipos de �uidos:
A escolha do tipo de �uido a ser utilizado na �uidoterapia é fundamental para atender às
necessidades clínicas especí�cas de cada paciente. Existem diferentes tipos de �uidos
disponíveis, cada um com suas características e indicações especí�cas.
- Cristaloides:
Os cristalóides são soluções aquosas que contêm eletrólitos e podem ser classi�cados em
isotônicos, hipotônicos ou hipertônicos. Eles são amplamente utilizados na �uidoterapia de
rotina e na reposição de volume em casos de desidratação ou choque. Os cristalóides
isotônicos, como o Ringer Lactato e o Soro Fisiológico 0,9%, possuem uma concentração
semelhante à do plasma sanguíneo, sendo e�cazes na reposição de líquidos e eletrólitos. Os
cristalóides hipotônicos, como o Soro Glicosado 5%, são utilizados em casos de desidratação
leve a moderada. Já os cristaloides hipertônicos, como o Soro Hipertônico Salino, são
utilizados em situações de emergência para expandir rapidamente o volume intravascular.
- Colóides:
Os colóides são soluções que contêm partículas suspensas, geralmente proteínas, que
aumentam a pressão oncótica do plasma, contribuindo para a retenção de líquidos no espaço
intravascular. Os colóides são indicados em casos de choque hipovolêmico grave ou quando
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ocorre perda signi�cativa de proteínas plasmáticas, como na síndrome de perda de proteína
gastrointestinal. O colóide mais comumente utilizado na medicina veterinária é o plasma
fresco congelado, embora outros produtos sintéticos também estejam disponíveis, como a
solução de gelatina modi�cada e o dextran.
Sangue total ou hemocomponentes:
O uso de sangue total ou hemocomponentes, como concentrado de hemácias ou plasma fresco
congelado, pode ser necessário em casos de anemia grave, coagulopatias ou perdas de volume
sanguíneo signi�cativas. O uso de sangue total ou hemocomponente requer cuidados
especiais, como a compatibilidade sanguínea entre doador e receptor.
- Soluções eletrolíticas:
As soluções eletrolíticas são utilizadas para corrigir distúrbios eletrolíticos especí�cos, como
hipercalemia, hipocalemia, hipercalcemia ou hipocalcemia. Essas soluções contêm
concentrações especí�cas de eletrólitos para corrigir as alterações presentes no paciente.
- Soluções alcalinizantes ou acidi�cantes:
Em alguns casos, é necessário corrigir o pH sanguíneo do paciente. Soluções alcalinizantes,
como o bicarbonato de sódio, são utilizadas para corrigir acidose metabólica, enquanto
soluções acidi�cantes, como o cloreto de amônio, podem ser usadas para tratar alcalose
metabólica.
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Regras gerais para o tipo de �uido:
- Reposição de volume:
Em casos de desidratação ou reposição de volume, os �uidos isotônicos, como o Ringer
Lactato ou Soro Fisiológico 0,9%, são geralmente a primeira escolha devido à sua semelhança
com a composição do plasma sanguíneo.
Em situações de choque hipovolêmico grave, pode ser necessária a utilização de �uidos
hipertônicos, como o Soro Hipertônico Salino, para restaurar rapidamente o volume
intravascular.
- Correção de distúrbios eletrolíticos:
Para corrigir distúrbios eletrolíticos, como hipocalemia ou hipercalcemia, a escolha do �uido
deve levar em consideração a necessidade de reposição especí�ca do eletrólito em questão. Por
exemplo, soluções contendo potássio podem ser utilizadas para corrigir a hipocalemia.
- Terapia de suporte hemodinâmico:
Em casos de choque, insu�ciência cardíaca congestiva ou sepse, a escolha do�uido deve levar
em consideração a necessidade de suporte hemodinâmico. Nesses casos, os cristalóides
isotônicos são amplamente utilizados para restaurar o volume intravascular e melhorar a
perfusão tecidual.
- Doenças crônicas:
Em pacientes com doenças crônicas, como insu�ciência renal crônica ou insu�ciência cardíaca
compensada, a escolha do �uido pode variar dependendo das necessidades individuais do
paciente. Nesses casos, a administração de �uidos pode ser realizada de forma contínua ou
intermitente, com base na resposta clínica do animal.
É importante ressaltar que a seleção do tipo de �uido deve ser individualizada para cada
paciente, levando em consideração a condição clínica, a avaliação hemodinâmica e a resposta
terapêutica. Além disso, é fundamental a monitorização contínua do paciente durante a
administração de �uidos para ajustar a terapia conforme necessário.
O �uido administrado deve ser semelhante ao perdido.
Na dúvida, empregue ringer simples/sol �siológica.
• Não podem receber lactato:
• Vômito agudo de conteúdo estomacal
• Pacientes com hiperlactatemia (acidemia lática, choque hipovolêmico)
• Pacientes que não metabolizam lactato (insu�ciência hepática ou linfossarcoma - câncer)
• Não podem receber potássio: Choque, obstrução uretral
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Metabolismo do lactato:
Ometabolismo do lactato é um processo importante no organismo dos animais, incluindo os
animais de estimação. O lactato é uma substância produzida durante a glicólise anaeróbica,
que ocorre quando o suprimento de oxigênio não é adequado para as células realizarem a
respiração celular aeróbica. O metabolismo do lactato desempenha um papel fundamental na
regulação do equilíbrio ácido-base e na produção de energia.
O lactato é produzido principalmente nos tecidos que possuem alta taxa metabólica e alto
consumo de oxigênio, como o músculo esquelético, o coração e os órgãos viscerais. Durante o
exercício intenso ou em situações de hipoxia, o lactato é produzido em quantidades
aumentadas para atender às necessidades energéticas das células. O lactato é então
transportado para a corrente sanguínea e pode ser utilizado como fonte de energia por outros
tecidos, como o fígado e o coração.
No organismo saudável, o lactato é rapidamente metabolizado e convertido de volta em
piruvato no fígado, por meio da ação da enzima lactato desidrogenase (LDH). O piruvato
pode então entrar na via metabólica do ciclo de Krebs para a produção de energia através da
respiração celular aeróbica.
No entanto, em certas condições patológicas, como hipoperfusão tecidual, insu�ciência
cardíaca, choque ou doenças metabólicas, o metabolismo do lactato pode �car comprometido.
Nessas situações, ocorre um acúmulo excessivo de lactato no sangue, resultando em acidose
láctica. A acidose láctica é um importante indicador de disfunção metabólica e
comprometimento da perfusão tecidual.
A avaliação dos níveis de lactato sanguíneo é comumente utilizada na medicina veterinária
como uma ferramenta para monitorar a perfusão tecidual e a resposta ao tratamento em casos
de doenças graves. Valores elevados de lactato podem indicar hipoperfusão tecidual e
disfunção metabólica, enquanto uma redução dos níveis de lactato sanguíneo ao longo do
tempo pode indicar uma melhora na perfusão e no metabolismo.
Velocidade de infusão:
A velocidade de infusão da �uidoterapia é um aspecto crucial na prática veterinária, pois
pode in�uenciar na resposta do paciente, na estabilidade hemodinâmica e na prevenção de
complicações. A determinação da velocidade de infusão deve ser feita de forma
individualizada, levando em consideração a condição clínica do animal, a resposta terapêutica
desejada e as necessidades de reposição de líquidos.
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- Desidratação:
Em casos de desidratação leve a moderada, a velocidade de infusão inicial pode variar de 20 a
40 ml/kg/hora. À medida que o paciente se reidrata e os sinais clínicos de desidratação
diminuem, a velocidade de infusão pode ser reduzida gradualmente.
- Choque hipovolêmico:
Em casos de choque hipovolêmico grave, a velocidade de infusão pode ser inicialmente mais
alta, geralmente variando de 90 a 120 ml/kg/hora. Isso é necessário para uma rápida
reposição de volume e estabilização hemodinâmica. Após a melhora inicial do choque, a
velocidade de infusão pode ser ajustada de acordo com a resposta clínica do animal.
- Insu�ciência cardíaca congestiva:
Em pacientes com insu�ciência cardíaca congestiva, a velocidade de infusão deve ser ajustada
para manter uma adequada perfusão tecidual, evitando sobrecarga volumétrica. A velocidade
de infusão pode variar de 5 a 20 ml/kg/hora, dependendo da gravidade da insu�ciência
cardíaca e das necessidades individuais do paciente.
- Manutenção hidratada:
Em situações em que a �uidoterapia é necessária para manter a hidratação durante
procedimentos cirúrgicos, jejum prolongado ou outras condições clínicas, a velocidade de
infusão pode variar de 5 a 10 ml/kg/hora, dependendo das necessidades individuais do
paciente.
É importante ressaltar que a avaliação clínica contínua do paciente é essencial para ajustar a
velocidade de infusão de acordo com a resposta individual. Além disso, a monitorização
regular dos parâmetros hemodinâmicos, como frequência cardíaca, pressão arterial e débito
urinário, auxilia na determinação da e�cácia da �uidoterapia e na detecção precoce de
complicações, como sobrecarga volumétrica.
Volume total a ser infundido:
A determinação do volume total a ser infundido durante a �uidoterapia em animais é um
aspecto crucial para fornecer a reposição adequada de líquidos e manter a homeostase hídrica
do paciente. O volume total a ser administrado depende de vários fatores, incluindo a
condição clínica do animal, o grau de desidratação, as perdas líquidas e a resposta individual.
- Cálculo da desidratação:
A primeira etapa é calcular o grau de desidratação do paciente. Isso pode ser feito através da
avaliação clínica, incluindo o exame físico, a avaliação da mucosa oral, a elasticidade da pele,
entre outros parâmetros. Uma vez determinado o grau de desidratação, é possível estimar o
volume de líquidos a serem reposto.
- Reposição da desidratação:
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Para repor a desidratação, é necessário estimar o dé�cit de líquidos com base no peso corporal
do animal. Em casos de desidratação leve a moderada, o dé�cit pode variar entre 5% e 10% do
peso corporal. Já em casos de desidratação grave, o dé�cit pode ser maior, chegando a 10% a
15% do peso corporal.
- Necessidades de manutenção:
Além da reposição da desidratação, é importante considerar as necessidades de manutenção
hídrica do paciente. Isso inclui as perdas insensíveis, as perdas urinárias e as perdas adicionais
de acordo com a condição clínica. As necessidades de manutenção podem variar entre 40 a 60
ml/kg/dia em animais adultos, e até 100 ml/kg/dia em casos de alta perda de líquidos (por
exemplo, diarreia intensa).
- Monitorização e ajustes:
Durante a �uidoterapia, é fundamental monitorar regularmente o estado clínico do paciente,
bem como parâmetros como a frequência cardíaca, a pressão arterial, o débito urinário e os
eletrólitos séricos. Essa monitorização contínua permite ajustes na velocidade e no volume de
infusão conforme necessário, visando manter a homeostase hídrica e evitar complicações,
como sobrecarga volumétrica.
É importante ressaltar que essas diretrizes fornecem uma base geral para estimar o volume
total a ser infundido durante a �uidoterapia. Cada caso clínico é único e requer uma
abordagem individualizada. A avaliação clínica contínua e a resposta do paciente são
fundamentais para ajustar o volume total e alcançar uma reposição adequada de líquidos.
Cálculos de dose:
- Dose de reposição:
Em casos de desidratação, o cálculo da dose de reposição é baseado no dé�cit de líquidos
estimado. O dé�cit é calculadomultiplicando o peso corporal do paciente pelo percentual de
desidratação e pelo fator de correção (geralmente entre 0,9 a 1,1). Por exemplo, para um
animal desidratado em 5% com peso corporal de 10 kg e fator de correção de 1, a dose de
reposição seria: 10 kg x 0,05 x 1 = 0,5 litros.
- Dose de manutenção:
A dose de manutenção é calculada com base nas necessidades de líquidos do paciente para
manter a hidratação adequada. Geralmente, utiliza-se a fórmula de Holliday-Segar, que leva
em consideração o peso corporal do animal. Por exemplo, em cães, a fórmula é: 132 ml/kg/dia
para os primeiros 10 kg, acrescidos de 66 ml/kg/dia para os próximos 10 kg e de 33 ml/kg/dia
para cada kg adicional acima de 20 kg.
- Dose de reposição de perdas adicionais:
Em situações em que o paciente apresenta perdas líquidas adicionais, como vômitos, diarreia
ou drenagem de feridas, é necessário calcular uma dose adicional para repor essas perdas. Isso
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pode ser feito estimando a quantidade de líquido perdido com base no volume e na duração
das perdas.
- Ajustes individuais:
É importante considerar as características individuais do paciente, como sua condição clínica,
idade, presença de doenças subjacentes e resposta à terapia. Esses fatores podem in�uenciar a
dose de �uidoterapia necessária e devem ser levados em consideração ao calcular a dose.
Falhas de execução:
- Cálculo inadequado de volume e taxa de infusão:
Um dos erros mais frequentes na �uidoterapia é o cálculo inadequado do volume de líquidos
a ser infundido e da taxa de infusão. Isso pode resultar em sobreposição ou sobrecarga de
líquidos, prejudicando o equilíbrio hídrico do paciente. Monitorização inadequada durante a
infusão:
A monitorização regular e adequada durante a �uidoterapia é essencial para avaliar a resposta
do paciente e detectar precocemente qualquer complicação. A falta de monitorização
adequada, incluindo a ausência de avaliação da frequência cardíaca, pressão arterial, débito
urinário e estado de hidratação, pode levar a falhas na identi�cação de problemas e ajustes
necessários na terapia.
- Escolha inadequada do tipo de �uido:
A seleção do tipo de �uido a ser utilizado na terapia é crucial, e a escolha inadequada pode ter
consequências negativas. Diferentes tipos de �uidos têm diferentes composições e indicações,
e a seleção deve ser baseada nas necessidades individuais do paciente. Por exemplo, em casos de
desidratação hipernatrêmica, a administração de �uidos isotônicos pode ser inadequada, pois
pode piorar o desequilíbrio eletrolítico.
- Contaminação ou infecção associada à terapia:
A falta de higiene adequada durante a preparação e administração dos �uidos pode resultar
em contaminação e infecção associada à terapia. É fundamental seguir protocolos de assepsia
rigorosos para evitar a introdução de bactérias ou outros patógenos no paciente.
- Falta de reavaliação e ajustes na terapia:
A �uidoterapia deve ser uma abordagem dinâmica, e é importante reavaliar regularmente o
estado do paciente e fazer ajustes na terapia conforme necessário. A falta de reavaliação
adequada e a falha em fazer ajustes podem levar a uma terapia inadequada e falta de melhora
clínica.
- Insu�ciência renal poliúrica: podem não ganhar peso e permanecer desidratados
- Hipernatremia e hiperosmolaridade: �uido �ca retido espaço extracelular, não vai
para o intracelular, permanece nos vasos e é excretado pelos rins
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- Falhas de manejo: erro de cálculo da quantidade –
- empregar planilhas erro de cálculo da velocidade equipo incorreto problemas
mecânicos (�uxo posicional, obstrução, administração muito rápida)
- demora na troca de frascos erro na estimativa da desidratação
- subestimativa das perdas insensíveis (febre, taquipnéia)
- subestimativa das perdas sensíveis e concomitantes
Problemas potenciais secundários à �uidoterapia:
- Sobrecarga volumétrica:
A sobrecarga volumétrica ocorre quando há uma administração excessiva de líquidos em um
curto período de tempo, resultando em uma carga excessiva para o sistema cardiovascular.
Isso pode levar ao desenvolvimento de edema pulmonar, edema periférico, congestão de
órgãos e comprometimento da função cardíaca. A monitorização cuidadosa da resposta do
paciente durante a �uidoterapia é essencial para evitar a sobrecarga volumétrica.
- Desequilíbrio eletrolítico:
A administração de �uidos pode causar desequilíbrios eletrolíticos, como hipo ou
hipercalemia, hiponatremia ou hipernatremia, hipocalemia ou hipercalemia, entre outros.
Isso pode ocorrer devido à escolha inadequada do tipo de �uido, taxa de infusão inadequada
ou às necessidades individuais do paciente. É importante monitorar regularmente os
eletrólitos séricos e fazer os ajustes necessários na terapia para evitar desequilíbrios
eletrolíticos signi�cativos.
- Complicações relacionadas à administração:
A administração de �uidos pode estar associada a complicações, como infecções relacionadas
ao cateter, irritação ou lesão da veia, extravasamento de �uidos para o tecido subcutâneo ou
extravasamento acidental em órgãos ou cavidades. A adoção de boas práticas de assepsia, a
escolha adequada do local de inserção do cateter e a monitorização cuidadosa durante a
infusão podem ajudar a minimizar essas complicações.
- Reações adversas aos �uidos:
Alguns animais podem apresentar reações adversas aos �uidos administrados, como
hipersensibilidade ou reações alérgicas. Isso pode se manifestar como prurido, urticária,
taquipneia, taquicardia, hipotensão ou até mesmo choque ana�lático. A monitorização atenta
do paciente durante a infusão e a suspensão imediata da terapia em caso de reações adversas
são essenciais para garantir a segurança do paciente.
- Efeitos no equilíbrio ácido-base:
A �uidoterapia pode in�uenciar o equilíbrio ácido-base do paciente. Por exemplo, a
administração excessiva de �uidos isotônicos pode levar à alcalose metabólica, enquanto a
administração de �uidos hipotônicos pode resultar em acidose. O monitoramento regular do
Maria Eduarda Rossi - Universidade São Judas Tadeu - Medicina Veterinária
pH sanguíneo e o ajuste adequado dos �uidos administrados são importantes para manter o
equilíbrio ácido-base adequado.
• Extravasamento subcutâneo
• Hiper-hidratação
• �uido acima do necessário e da capacidade de excreta-lo
• edema, ascite, quemose, efusão pleural e taquipnéia, crepitações pulmonares. Emergência
tratada com furosemida (2 a 4 mg/kg IV).
• Desequilíbrios eletrolíticos
- hipocalemia: ocorre sempre que não há suplementação com K. A necessidade de K excede
em muito a concentração nos �uidos comerciais, reidratação aumenta a excreção renal de K.
- hipercloremia
- hiper ou hiponatremia
- hipofosfatemia em diabéticos cetoacidóticos, pode levar a anemia hemolítica