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PNEUMOTÓRAX NÃO TRAUMÁTICO Profº. Esp. José Victor Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal de Viçosa (MG) Especialista pelo programa de Residência Multiprofissional em Urgência e Trauma pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal BRASÍLIA, 2023 ANATOMIA DO SISTEMA PULMONAR ANATOMIA DO SISTEMA PULMONAR FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO FUNÇÕES DA RESPIRAÇÃO Prover O2 e Remover o CO2 dos tecidos RESPIRAÇÃO Difusão de O2 e CO2 entre os alvéolos e o sangue Ventilação pulmonar Influxo e Efluxo do ar entre a atmosfera e os alvéolos Transporte de O2 e CO2 no sangue nos líquidos corporais e suas trocas com as cél dos tecidos Regulação da ventilação FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • Diafragmática • Das Costelas (elevar e reduzir o diâmetro anteroposterior da caixa torácica) FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • Inspiração: contração diafragmática puxa as superfícies inferiores dos pulmões para baixo. • Expiração: relaxamento diafragmático comprimi os pulmões (retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais). FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO força extra é obtida pela contração da musculatura abdominal compressão pulmonar. FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Respiração Vigorosa/ esforço respiratório Músculos da inspiração: Intercostais externos; Esternocleidomastóideos (elevam o esterno); Serráteis anteriores (elevam as costelas); Escalenos (elevam as duas primeiras costelas). FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Músculos da Expiração: Reto abdominal (abaixam as costelas inferiores e comprime o conteúdo abdominal para cima contra o diafragma); Intercostais externos FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PRESSÃO PULMONAR E ATMOSFÉRICA • Pulmão “flutua” na cavidade torácica por meio do líquido pleural. • Pressão Pleural: É a pressão do líquido no estreito espaço entre a pleura visceral e a pleura parietal pressão negativa • Pressão alveolar: Tem que ser menor que a atmosférica para ter influxo de ar. FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO SURFACTANTE • Secretado pelas células epiteliais alveolares tipo II (10% da área de superfície alveolar) são granulares e contém lipídeos que são secretadas no surfactante dentro do alvéolo. • Reduz a tensão superficial da água. • Mistura de fosfolipídeos, proteínas e íons. FISIOLOGIA BÁSICA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PNEUMOTÓRAX • DEFINIÇÃO: Presença de ar no espaço pleural PNEUMOTÓRAX • DEFINIÇÃO: Presença de ar no espaço pleural PNEUMOTÓRAX • Etiologia: Trauma ou iatrogenia EPIDEMIOLOGIA PNEUMOTÓRAX • Pneumotórax espontâneo: - Homem: 14-28 casos em cada 100.000 habitantes/ano - Mulheres: 1,2-7 casos em cada 100.000 habitantes/ano - Faixa etária: 20 a 40 anos de idade, sendo raros > 45 anos - Fatores associados: tabagismo, sexo masculino, prolapso da válvula mitral, síndrome de Marfan, homocistinúria, endometriose torácica, história familiar e alterações na pressão ambiental, atividade física e esforço. PNEUMOTÓRAX 1. Pneumotórax primário/espontâneo: ocorre sem doença pulmonar ou outro fator precipitante. 2. Pneumotórax secundário: ocorre em pacientes com doença pulmonar subjacente ou secundário à trauma. Ex: Neoplasias, DPOC, infecção bacteriana (Pneumocystis jirovecii), fibrose císitica, endometriose torácica, artite reumatoide, entre outras. PNEUMOTÓRAX 3. Pneumotórax traumático: iatrogênico e não iatrogênico (associados ou não a procedimentos invasivos) 4. Pneumotórax hipertensivo: compressão contralateral dos grades vasos e coração (pressão intratorácica > 15 a 20mmHg). Retenção de ar no espaço pleural. Ex: dreno de tórax obstruído por coágulo. FISIOPATOLOGIA • Condições fisiológicas: • Pleura parietal e visceral = íntima aposição • Espaço pleural = pressão negativa de 5mmHg, com flutuações 6-8mmHg (insp e exp). • Perda da pressão negativa aderência das pleuras colapso pulmonar alteração na relação ventilação-perfusão e diminui capacidade vital. Sensação de dispneia e hipoxemia SINTOMATOLOGIA CLÍNICA Dor torácica aguda do tipo pleurítica (piora na inspiração) Dispneia grave é rara Assimetria torácica Expansibilidade torácica reduzida MV diminuídos ou abolidos Hipertimpanismo a percussão Ausência de frêmito toracovocal Taquicardia sinusal Enfisema subcutâneo pode estar presente (pneumomediastino) Pneumotórax hipertensivo: hipotensão, desvio de traqueia, turgência de jugular. SINTOMATOLOGIA CLÍNICA SINTOMATOLOGIA CLÍNICA 1500 / nº de quadradinhos entre R-R EXAMES COMPLEMENTARES • Radiografia de tórax PA em pé: perda de marcações pulmonares na periferia e um linha pleural paralela à parede torácica • Não visualização de tramas vasculares além da linha de pleura visceral. • Gravidade: desvio da traqueia contralateral À lesão, deslocamento inferior do fígado e aumento unilateral do hemitórax afetado • TC de tórax: especificidade de 100% e sensibilidade de 75,5% : padrão ouro • USG point-of-care: sensibilidade > 95% e especificidade de 99% • Sinal da pleura deslizante e reverberação da cauda do cometa somem DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Outras causas de dor torácica pleurítica: TEP Pneumonia Pericardites AVALIAÇÃO DO TAMANHO DO PNEUMOTÓRAX • Avaliar do ápice pulmonar para a cúpula da cavidade torácica em uma imagem póstero-anterior (PA) AVALIAÇÃO DO TAMANHO DO PNEUMOTÓRAX • Pneumotórax pequeno: até 3cm na área cefálica ou < 2cm entre a borda do pulmão e a parede torácica • Pneumotórax grande: >=2cm de distância • Pneumotórax hipertensivo: achados clínicos desvio de traqueia ou de mediastino, instabilidade hemodinâmica e hipoxemia grave TRATAMENTO DO PNEUMOTÓRAX • Analgesia SEMPRE • Opioides • Anti-inflamatório não esteroidal • Direcionado de acordo com o tamanho e/ou gravidade TRATAMENTO DO PNEUMOTÓRAX • Pneumotórax simples pequeno: - Não apresenta sinais de alarme - Observar por 4 a 6 horas - Receber O2 em alto fluxo com fração inspirada > 30% - Repetir a radiografia de tórax PA - Se não houver aumento alta hospitalar com acompanhamento ambulatorial precoce (24h) - Desde que tenha: - Fr < 24irpm sem dispneia e frases entrecortadas - FC 60-120bpm - Normotensão - SpO2 > 90% - Ausência de hemotórax TRATAMENTO DO PNEUMOTÓRAX • Fração inspirada de O2 > 30%: Aumenta reabsorção de ar pleural 3-4x Permite um fluxo de ar por meio de um gradiente de pressão de gás nitrogênio entre o alvéolo e o ar aprisionado - DPOCítico precisa de monitorização para hipercapnia - VM ou cabine pressurizada (avião) = drenagem pneumotórax hipertensivo TRATAMENTO DO PNEUMOTÓRAX Pneumotórax moderado não hipertensivo: - Punção de aspiração (jelco 14): 2 ou 3º EIC LHC na borda superior da costela inferior (evitar artéria) ou 4º e 5º EIC LAA. - Drenagem torácica: toracostomia 5º EIC LAM VM tubo 18 (evitar pneumo hipertensivo) Olho sentinela TRATAMENTO DO PNEUMOTÓRAX Pneumotórax grande, hipertensivo ou com repercussão hemodinâmica: - Drenagem torácica imediata - Toracocentese de alívio: 5º EIC LAM (antes 2º EIC LHC) - Drenagem rápida do pneumotórax pode causar expansão rápida pulmonar evoluindo com EAP não cardiogênico por ruptura da membrana alvéolo capilar (ocorre na drenagem de derrame pleural > 1,5L) CASO CLÍNICO Paciente de 13 anos, com queixa de dor torácica (EA: 5/10) e dispnéia há 10 dias, com piora hoje pela manhã. Apresenta-se chorosa e referido medo de morrer. Rx de tórax evidenciou colapso total de pulmão direito. Evoluindo com hipotensão arterial, sudorese, desvio de traqueia a macroscopia e evidenciado no Raio-X, expansbilidade torácica diminuída no HTX D, presença de turgência de jugular, pulmão E apresentando crepitação fina em bases, TEC >5seg. Foi submetida a drenagem do tórax com reexpansão pulmonar DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Dor aguda Padrão respiratórioineficaz Troca de gases prejudicada Débito cardíaco diminuído Perfusão tissular prejudicada Choque Medo Risco de choque Risco de infecção Risco de aspiração OBRIGADO PELA COMPANHIA! @ENF.JOSEVICTOR JOSEVICTOR.EFG@GMAIL.COM
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