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Citologia hormonal A importância dos hormônios femininos na análise do raspado cervicovaginal Parte II Aula passada – citologia hormonal – parte I • Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino • Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino • Ciclo menstrual – alterações hormonais • Esfregaço do ciclo menstrual Conteúdo dessa aula – citologia hormonal –parte II • Esfregaço atrófico • Citologia da menopausa • Citologia da gravidez • Citologia do pós-parto • Citologia hormonal seriada e o Índice de Frost ATROFIA Atrofia • O padrão citológico atrófico é visto na infância, na pós-menopausa, no pós- parto, na pós-irradiação e devido à ação de alguns medicamentos. • A atrofia do epitélio escamoso da ectocérvice e da vagina é decorrente da deficiência estrogênica. • Assim, não há o amadurecimento das células escamosas, e o epitélio se restringe às camadas de células basais e parabasais. Características dos esfregaços citológicos na atrofia: • Células parabasais isoladas e dispostas em sincícios, lembrando células endocervicais. • Núcleos redondos ou ovais com cromatina finamente granular ou borrada. • Núcleos desnudos. • Glóbulos azuis: condensações de material basofílico que podem corresponder a muco espesso ou a células parabasais degeneradas. Sincício é um conjunto de células comunicantes (células que tem continuidade citoplasmática) Características dos esfregaços citológicos na atrofia: • Células parabasais degeneradas aumentadas de volume com citoplasma vacuolizado, picnose e cariorrexe. • Pseudoparaqueratose: células orangiofílicas (devido à coagulação das proteínas citoplasmáticas) • “Fundo” granular com escassa flora bacteriana. Atrofia Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Células parabasais agrupadas em arranjo pseudossincicial. Observar os limites citoplasmáticos mal definidos, os núcleos volumosos, tendendo a ovalados, com bordas lisas e cromatina finamente granular. Atrofia. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Vários núcleos desnudos de células parabasais. Devido à fragilidade do citoplasma das células, ocorre a sua destruição durante a confecção do esfregaço. Atrofia. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. “Fundo” granular, não sendo possível a identificação da flora vaginal. Há frequente pseudoparaqueratose (setas), comum na vaginite atrófica. Há filamentos basofílicos, resultantes da lise nuclear (seta vermelha). Atrofia. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. “Fundo” granular . Célula pleomórfica orangeofílica (devido à coagulação das proteínas citoplasmáticas) com cariorrexe (fragmentação do núcleo) (seta). Atrofia. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Glóbulos azuis (setas). Citologia da gravidez GRAVIDEZ Hormônios da gravidez: • Estrogênio; • Progesterona; • Gonadotrofina crônica humana (HCG); • Somatomamotropina coriônica humana (HCS). GRAVIDEZ • Após a nidação, e sob estimulação hormonal do trofoblasto (HCG), o corpo lúteo aumenta a síntese de estrogênios e progesterona transformando-se em corpo lúteo gravídico. • Corpo lúteo: principal mantenedor hormonal da gestação no seu primeiro trimestre. Trofoblasto: conjunto de células que envolvem o embrião, responsável por erodir o endométrio do útero na implantação e originar a placenta. Nidação: implantação do óvulo fecundado no endométrio GRAVIDEZ O padrão citológico pela ação do estrogênio-progesterona: • Esfregaço com células intermediárias plicaturadas e aglutinadas, incrementa-se a citólise. • Aparece moderada quantidade de células do tipo navicular. • O índice picnótico é inferior a 30%. GRAVIDEZ Início do 2º trimestre: Controle hormonal pela placenta, instalação de padrão citológico gravídico, que se perpetua até próximo ao termo: • Aumento visível na quantidade de células naviculares – aumento da citólise. • As células superficiais nunca ultrapassam 10%. GRAVIDEZ Próximo do termo: Início de insuficiência placentária: diminuição da síntese de progesterona associada ao aumento da produção de estrogênios – modificações citológicas. Primeiros sinais de termo são do tipo qualitativos: diminuição do pregueamento, da aglutinação, da citólise e do número de células naviculares do esfregaço. Posteriormente estes sinais são quantitativos indicando leve predomínio do efeito estrogênico: ascensão do índice picnótico. Citologia do pós-parto Pós-parto imediato (parto até 10 dias) • Esfregaços são do tipo atrófico devido ao hipoestrogenismo. • Se mulher não amamentar: despertar hipotalâmico devido a queda dos níveis de prolactina. • Volta ao normoestrogenismo, os esfregaços vão se tornando maduros. Pós-parto tardio (até 6 semanas) No pós-parto tadio com lactação: • Melhora do trofismo, porém os esfregaços mantêm-se levemente atróficos. • Quando os níveis de prolactina caem a menos de 75 nanogramas/ml, aparece células intermediárias. Pós-parto • Características citológicas: 1. Aglomerados de células naviculares e citólise dão lugar a um quadro de atrofia; 2. As células parabasais e intermediárias com bordas arredondadas ou ovais; 3. Leucócitos e muco; 4. Aspecto sujo. Citologia do climatério e menopausa Citologia do climatério e menopausa. • A medida que os anos vão se passando, os folículos ovarianos vão desaparecendo. • São amadurecidos primeiramente os folículos mais sensíveis a ação do FSH e LH, até que próximo da última menstruação restam apenas folículos resistentes, e que precisam do dobro da dose de FSH para poderem evoluir. • Estes folículos não chegam a amadurecer suficientemente e por este motivo são fracos na produção de estrogênios. • Então sobrevêm a sintomatologia do climatério e acontece a menopausa. Citologia do climatério e menopausa. • Nesta passagem de seleção folicular, os ciclos se tornam irregulares e anovulatórios. • No período pré-menopáusico, os achados citológicos refletem baixa produtividade estrogênica demonstram esfregaços com baixa picnose, predomínio de células intermediárias que descamam pregueadas e aglutinadas. • A flora lactobacilar aumenta. • Estes fenômenos traduzem estímulo estrogênico fraco sob leve ação androgênica, androgênios estes produzidos pelo próprio folículo. Citologia do climatério e menopausa. • A menopausa é traduzida pela incapacidade ovariana de produzir estrogênios suficientemente para proliferar e descamar o endométrio. • Uma vez estabelecida a menopausa, os esfregaços vaginais apresentarão alterações progressivas com o decorrer dos anos. Citologia do climatério e menopausa. Esfregaço do inicio até o 3º ano de pós-menopausa: • Atividade estrogênica débil - esfregaços constituídos exclusivamente por células intermediárias, pregueadas e aglutinadas. • Às vezes se evidenciam esfregaços do tipo gravídico ou citolítico. A partir do 2º ou 3º ano - esfregaços com sinais de atrofia. Citologia do climatério e menopausa. • Após o 10º ano de pós- menopausa, os esfregaços são do tipo atrófico. • A não observância da atrofia: averiguar a causa da atividade estrogênica no pós-menopausa. • Uso indevido de mediações contendo estrogênio. • Obesidade. • Diabetes. • Insuficiência cardíaca • Insuficiência hepática. • Tumores do ovário • Hiperplasia da córtex ovariana. Citologia Hormonal seriada e Índice de Frost Citologia Hormonal Seriada • O exame visa avaliar alterações do ciclo menstrual; Estudar ciclos anovulatórios ou ovulatórios; Acompanhar tratamentos hormonais • Consiste na interpretação citomorfológica qualitativa das células vaginais, que traduzem a atividade hormonal da mulher no decorrer do ciclo. • Os resultados são fornecidos sob a forma de índices de maturação celular e picnose nos respectivos dias da coleta = ÍNDICE DE FROST Citologia Hormonal Seriada • Material: raspado cervicovaginal • As amostras são coletadas no 7º, 14º, 21ºe 28º dias do ciclo menstrual • Em casos de amenorréia, menopausadas, ou ciclos irregulares: coletar 4 amostras com intervalos de 7 dias. Índice de Frost • Reproduz numericamente a avaliação hormonal do esfregaços; • Expressa a relação percentual entre as células profundas, intermediárias e superficiais. Índice de Frost • Citologista faz contagem diferencial entre os quatro tipos celulares para se estabelecer uma proporção e percentagem. • Ao mesmo tempo observa a maneira pela qual as células estão descamando e a quantidade de leucócitos e flora bacteriana. • São contadas em torno de 400 células. Índice de Frost Sequência das tarefas: 1. Contagem diferencial dos tipos celulares; 2. Soma-se a quantidade de células superficiais. Desta forma obtemos o índice picnótico (I.P.); 3. A percentagem de células eosinofílicas superficiais é chamada de índice eosinofílico (I.E.); 4. Determinação do índice de Frost (I.F.); 5. Descrição do padrão de descamação. 1º Contagem diferencial dos tipos celulares • Céls. Profundas ..................................% • Céls. Intermediárias ............................% • Céls. Cianófilas superficiais................% • Céls. Eosinófilas superficiais...............% 2º Soma-se a quantidade de células superficiais: • células cianofílicas + eosinofílicas. • Desta forma tem-se índice picnótico (I.P.). 3º Porcentagem de células eosinofílicas superficiais • chamado de índice eosinofílico (I.E.). 4º Determinação do índice de Frost (I.F.). Transcrição de forma objetiva da contagem diferencial dos tipos celulares. A informação é feita por uma sequência de três valores separados por duas traves verticais aparecendo desta forma 3 colunas que representam: • Coluna da esquerda – quantidade de células profundas do esfregaço; • Coluna do meio – quantidade de células intermediárias do esfregaço; e • Coluna da direita – quantidade de células superficiais ou o índice picnótico. Exemplo: I.F.: = 0 / 80 / 20. Traduz esfregaço com ausência de células profundas (0%), com numerosas células intermediárias (80%) e algumas células superficiais (20%). 5º Descrição do padrão de descamação. • Se as células são planas, isoladas e o esfregaço é limpo, indica atividade estrogênica pura. • Se as células descamam pregueadas e aglutinadas com um "background" sujo sugere ação conjunta com outro hormônio (progesterona, androgênios ou gestogênios). Interpretação – Índice de Frost: • Índice picnótico de 01 a 29% - indicam estímulo estrogênico fraco. Correspondem aos 7 primeiros dias do ciclo. • Índice picnótico de 30 a 49% - indicam estímulo estrogênico moderado. Observado do 8º ao 12º dia do ciclo. • Índice picnótico maior que 50% - são indicadores de importante estímulo estrogênio encontrado normalmente do 13º ao 16º dia do ciclo (período periovulatório). Leitura dos índice citológicos • IP = 35 IE = 27 IF = 0 / 65 / 35 Células planas e isoladas. Raros leucócitos e escassa flora de Döderlein. Comentário: • Trata-se de um moderado estímulo estrogênico puro (compatível com 8º dia do ciclo, por exemplo). • Traduz-se pela quantidade de 35% de células superficiais, 65% de células intermediárias e 0% de células profundas. • O esfregaço é do tipo "limpo". Leitura dos índice citológicos • IP = 0 IE = 0 IF = 50 / 50 / 0 Diversos neutrófilos e moderada flora bacteriana cocóide. Comentário: • Trata-se de um caso de hipoestrogenismo de moderado para acentuado, traduzido pela ausência de células superficiais, 50% de células profundas e intermediárias. Slide 1: Citologia hormonal Slide 2: Aula passada – citologia hormonal – parte I Slide 3: Conteúdo dessa aula – citologia hormonal –parte II Slide 4: ATROFIA Slide 5: Atrofia Slide 6: Características dos esfregaços citológicos na atrofia: Slide 7: Características dos esfregaços citológicos na atrofia: Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13: Citologia da gravidez Slide 14: GRAVIDEZ Slide 15: GRAVIDEZ Slide 16: GRAVIDEZ Slide 17: GRAVIDEZ Slide 18: GRAVIDEZ Slide 19: Citologia do pós-parto Slide 20: Pós-parto imediato (parto até 10 dias) Slide 21: Pós-parto tardio (até 6 semanas) Slide 22: Pós-parto Slide 23: Citologia do climatério e menopausa Slide 24: Citologia do climatério e menopausa. Slide 25: Citologia do climatério e menopausa. Slide 26: Citologia do climatério e menopausa. Slide 27: Citologia do climatério e menopausa. Slide 28: Citologia do climatério e menopausa. Slide 29: Citologia Hormonal seriada e Índice de Frost Slide 30: Citologia Hormonal Seriada Slide 31: Citologia Hormonal Seriada Slide 32: Índice de Frost Slide 33: Índice de Frost Slide 34: Índice de Frost Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39: Interpretação – Índice de Frost: Slide 40: Leitura dos índice citológicos Slide 41: Leitura dos índice citológicos
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