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Processo Penal e os Meios de Obtenção e Produção de Provas Questão 1 Respondida Flávio está sendo processado pela prática do crime de roubo, previsto no art. 157 do Código Penal, cometido em 04/01/2020. Durante o curso do processo, em 15/09/2021, foi publicada a Lei nº 12.234/2021, a qual promoveu inúmeras mudanças no Código de Processo Penal. Dentre as mudanças realizadas, houve a revogação de determinado artigo do Código de Processo Penal, que previa a possibilidade de interposição de um recurso para a defesa. Diante da situação narrada, é correto afirmar que: • Por ser mais prejudicial ao acusado, a nova lei será aplicada apenas aos fatos cometidos após o início de sua vigência. • Não será possível a sua aplicação em relação a Flávio, uma vez que as normas processuais penais serão aplicadas a partir do início de sua vigência, e retroagem apenas, em caráter excepcional, quando for mais benéfica ao acusado. • Independentemente da espécie de norma processual penal, ela possui aplicação imediata, o que permite a sua aplicação a fatos praticados anteriores à sua vigência. • Como o processo do acusado já estava em curso, não há que se falar em aplicação retroativa da lei nova, o que seria possível apenas aos processos em que a ação penal não tenha sido iniciada. • Em regra, a lei processual penal possui aplicação imediata, aplicando-se a fatos anteriores à sua vigência, ainda que seja mais prejudicial ao acusado, o que permite a sua aplicação aos fatos praticados por Flávio. Sua resposta Não será possível a sua aplicação em relação a Flávio, uma vez que as normas processuais penais serão aplicadas a partir do início de sua vigência, e retroagem apenas, em caráter excepcional, quando for mais benéfica ao acusado. Em relação à lei processual penal no tempo, vigora o princípio do efeito imediato, segundo o qual tempus regit actum. De acordo com tal princípio, as normas processuais penais têm aplicação imediata, mas consideram-se válidos os atos processuais realizados sob a égide da lei anterior, diferentemente da norma penal material, a processual pode retroagir para prejudicar o réu. Questão 2 Respondida Daniel está sendo investigado pela prática do crime de furto qualificado mediante fraude por meio de dispositivo conectado à rede de computadores com violação de mecanismo de segurança, previsto no art. 155, § 4º-B do Código Penal. Tendo em vista a imprescindibilidade da prisão de Daniel para as investigações do inquérito policial, o Delegado de Polícia representou pela decretação da prisão temporária do investigado. Antes do juiz decidir, oportunizou-se vista ao Ministério Público, que manifestou de forma favorável à decretação da prisão de Daniel. Os autos foram devolvidos ao juiz da vara de inquéritos policiais para decidir sobre o requerimento. Você na condição de juiz deverá: • Indeferir a decretação da prisão temporária, uma vez que tal espécie de prisão é cabível apenas e tão somente nos crimes previstos no art. 1º, III da Lei nº 7.960/1989 e no art. 1º e 2º da Lei nº 8.072/1990, nos quais o crime praticado pelo agente não se enquadra. • Deferir a decretação da prisão temporária, vez que se trata de crime com pena superior a 4 anos de reclusão. • Deferir a decretação da prisão temporária, vez que se trata de crime com pena superior a 4 anos de reclusão além de estar inserido no rol dos crimes hediondos, previsto na Lei nº 8.072/1990. • Indeferir a decretação da prisão temporária, uma vez que tal espécie de prisão é cabível apenas e tão somente nos crimes previstos no art. 1º, III da Lei nº 7.960/1989, no qual o crime praticado pelo agente não se enquadra. • Deferir o pedido de prisão temporária, vez que ela será admitida em qualquer espécie de crime, quando imprescindível para as investigações do inquérito policial ou o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. Sua resposta Indeferir a decretação da prisão temporária, uma vez que tal espécie de prisão é cabível apenas e tão somente nos crimes previstos no art. 1º, III da Lei nº 7.960/1989 e no art. 1º e 2º da Lei nº 8.072/1990, nos quais o crime praticado pelo agente não se enquadra. A prisão temporária, regulada pela Lei nº 7.960/1989, é admitida somente em situações excepcionais previstas em lei, sendo, para os crimes previstos em seu art. 1º, III ou no rol dos crimes hediondos e equiparados, previsto no art. 1º e 2º da Lei nº 8.072/1990. Tendo em vista que a infração praticada por Daniel, não se enquadra em nenhuma das hipóteses de crimes previstos, não será admitida a prisão temporária no caso. Questão 3 Respondida Bruno figura como investigado em um inquérito policial que apura a atividade de uma organização criminosa na região de Marabá/PA, responsável pela prática de crimes de roubo de cargas em determinada rodovia federal. De modo a apurar a responsabilidade de Bruno, e visando obter elementos informativos para subsidiar uma futura ação penal, foi devidamente determinada pelo juiz da Vara Criminal da Comarca de Marabá/PA, a expedição de mandado de busca e apreensão na residência do investigado. Após a realização da diligência, o advogado de Bruno, visando impugnar a decisão judicial que a determinou, alega que houve violação ao princípio do contraditório, uma vez que não foi oportunizado à defesa do acusado, possiblidade de manifestar- se sobre a possiblidade de realização da medida. Diante do exposto é correto afirmar que: • O posicionamento do advogado está correto, tendo em vista que o contraditório é um dos princípios basilares do direito processual penal brasileiro, e em razão disso, antes do deferimento da busca e apreensão o juiz deveria abrir vista para a defesa de Bruno manifestar. • O posicionamento do advogado está incorreto, tendo em vista que a observância do princípio constitucional do contraditório é obrigatória apenas na fase judicial e não na investigatória, em que predomina a essência inquisitorial. • O posicionamento do advogado está incorreto, uma vez que, no caso, é possível que o contraditório seja oportunizado de forma postergada, tendo em risco a possibilidade de ineficácia da medida. • O posicionamento do advogado está correto, tendo em vista que o contraditório é um dos princípios basilares do direito processual penal brasileiro, e em razão disso, deveria ser oportunizado momento para a defesa de Bruno se manifestar, ainda que ocorra de forma postergada ou diferida. • Nenhuma das alternativas acima. Sua resposta O posicionamento do advogado está incorreto, tendo em vista que a observância do princípio constitucional do contraditório é obrigatória apenas na fase judicial e não na investigatória, em que predomina a essência inquisitorial. O princípio do contraditório está previsto no art. 5º, LV da CR/88. Ele prevê que ambas as partes têm o direito de se manifestar sobre qualquer fato alegado ou prova produzida pela parte contrária, assegurando uma real e igualitária participação dos sujeitos processuais ao logo do processo (BRASIL, 1988). São dois elementos do contraditório, o direito à informação e o direito de participação. Pelo direito à informação, a parte contrária deve ser cientificada da existência da demanda e /ou argumentos da parte contrária. Pelo direito de participação, prevê a possibilidade de a parte oferecer reação, manifestação ou contrariedade à pretensão da parte contrária. A observância do princípio do contraditório no processo penal só é obrigatória na fase processual e não na fase investigatória. Tendo em vista que o inquérito é um procedimento administrativo de caráter informativo, não há que se falar em observância do contraditório nessa fase preliminar de investigações, razão pela qual o posicionamento do advogado está incorreto. Questão 4 RespondidaLeandro é acusado de ter cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais, falsidade ideológica de documento público, na 12ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo/SP. Embora os crimes tenham ocorrido território brasileiro, Leandro reside em Lisboa, Portugal. O Ministério Público Federal, ciente da informação do paradeiro de Leandro, realiza requerimento para expedição de carta rogatória para que seja realizada a instrução processual e o interrogatório de Leandro. A diligência é deferida pelo juiz que determina a expedição da carta rogatória para Portugal, com a finalidade de ser promovido o interrogatório de Leandro. A diligência é realizada pelo Tribunal Português, que procede o interrogatório de Leandro conforme a legislação processual penal portuguesa e devolve o procedimento para a 12ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo/SP. Na apresentação de alegações finais, a defesa de Leandro questiona a vaidade do ato, que foi praticado conforme a legislação portuguesa e não a brasileira, o que levou à supressão de alguns direitos e garantias fundamentais do acusado previstos nas normas processuais penais brasileiras. Diante da situação narrada, é correto afirmar que alegação do advogado está: • Correta, tendo em vista que vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do território nacional. • Incorreta, tendo em vista que no processo penal brasileiro vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional. • Correta, tendo em vista que no processo penal brasileiro vigora o princípio da extraterritorialidade, que permite que as normas processuais brasileiras sejam aplicadas fora do território nacional. • Correta, tendo em vista que no processo penal brasileiro vigora o princípio da territorialidade temperada, que permite a aplicação das leis processuais penais brasileiras em qualquer território, desde que o acusado seja brasileiro. • Incorreto, tendo em vista que no processo penal brasileiro vigora o princípio da extraterritorialidade. Sua resposta Incorreto, tendo em vista que no processo penal brasileiro vigora o princípio da extraterritorialidade. A aplicação da lei processual penal brasileira é regulada pelo princípio da territorialidade absoluta, tem aplicação a todos os processos em curso no território nacional, seguindo a regra do locus regit actum. Portanto, a lei processual penal brasileira só se aplica no território brasileiro e não há possiblidade de extraterritorialidade, razão pela qual o posicionamento do advogado de Leandro está incorreto. Questão 5 Respondida Eugênio Pacelli, em sua obra Curso de Processo Penal, afirma, sobre o princípio do contraditório que: “De outro lado, e para além do interesse específico das partes e, de modo especial, do acusado, é bem de ver que o contraditório põe-se também como método de conhecimento do caso penal. Com efeito, uma estrutura dialética de afirmações e negações pode se revelar extremamente proveitosa na formação do convencimento judicial, permitindo uma análise mais ampla de toda a argumentação pertinente à matéria de fato e de direito. Decisão judicial que tem como suporte a participação efetiva dos interessados em todas as fases do processo tem maior probabilidade de aproximação dos fatos e do direito aplicável, na exata medida em que puder abranger a totalidade dos argumentos favoráveis e desfavoráveis a uma ou outra pretensão.” Entretanto, é sabido que algumas decisões judiciais, principalmente aquelas que envolvem urgência e risco de perda de eficácia, o contraditório não será exercido de forma prévia, e sim posterior. Ante o exposto, é correto afirmar que: • Em tais situações, não há que se falar em validade da decisão, vez que viola direitos e garantias individuais do acusado. • Em tais situações não há que se falar em validade da decisão, uma vez que se enquadra nas previsões do sistema inquisitorial. • Em tais situações não há que se falar em nulidade da decisão, uma vez que o contraditório é apenas uma sugestão. • Em tais situações não há que se falar em validade da decisão, uma vez que a oferta ao contraditório deve ser feita em toda e qualquer situação, o que não permite relativização. • Em tais situações não há que se falar em violação ao princípio do contraditório, uma vez que é admitido a sua forma diferida ou postergada. Sua resposta Em tais situações não há que se falar em violação ao princípio do contraditório, uma vez que é admitido a sua forma diferida ou postergada. A observância do princípio do contraditório no processo penal só é obrigatória na fase processual e não na fase investigatória. Tendo em vista que o inquérito é um procedimento administrativo de caráter informativo, não há que se falar em observância do contraditório nessa fase preliminar de investigações. Além disso, é possível o contraditório diferido ou postergado, também quando se tratar de decisão sobre medida cautelar para resguardar o seu resultado prático e evitar alteração no estado das coisas. Questão 1Correta O art. 20 do Código de Processo Penal, ao dispor sobre as características do inquérito policial determina que: Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Tendo em vista o que dispõe o entendimento dos tribunais superiores e as legislações especiais, é correto afirmar que o sigilo do inquérito policial: Sua resposta É relativo, sendo permitido o acesso aos autos do inquérito pelo defensor e investigado, entretanto, tal regra não se aplica aos elementos que ainda não foram documentados ou que dizem respeito a investigações em curso. O advogado possui a prerrogativa de examinar o inquérito policial, nos termos do art. 7º, XIV do Estatuto da Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil, podendo ainda copiar peças, tomar apontamentos por meio físico e digital. Segundo o referido dispositivo o advogado não necessita apresentar procuração, basta se apresentar como advogado e que está agindo em interesse do acusado Entretanto, o acesso aos autos do inquérito não é irrestrito, vez que autoridade policial poderá sujeitá-lo ao sigilo, se assim for, o advogado deverá apresentar procuração para agir em nome do acusado e ter acesso aos autos, conforme determina o art. 7º, § 10 do 7º, XIV do Estatuto da Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil. Questão 2Errada O inquérito policial possui algumas características. Dentre as quais se destaca a _____________ e a ______________. O inquérito policial é _____________, o que quer dizer que, uma vez iniciado, o delegado de polícia não pode arquivá-lo. Frisa-se que a instauração do inquérito policial não e obrigatória, mas após a sua instauração, não poderá desistir de seu prosseguimento, conforme determina o art. 17 do Código de Processo Penal. Pela _____________, o inquérito policial não é uma peça obrigatória para a propositura de uma ação penal, pois esta pode ser acompanhada por elementos colhidos de outra forma, entretanto, embora _____________ é _____________, sendo que, uma vez iniciado, não poderá ser arquivado por iniciativa do delegado de polícia. Assinale a alternativa que indica as palavras que preenchem as lacunas do texto: Sua resposta Oficiosidade; discricionariedade; oficioso; dispensabilidade; discricionário; oficioso. O inquérito policial é indisponível, o que quer dizer que, uma vez iniciado, o delegado de polícia não pode arquivá-lo. Frisa-se que a instauração do inquérito policial não e obrigatória, mas após a sua instauração, não poderá desistir de seu prosseguimento, conforme determina o art. 17 do Código de Processo Penal (BRASIL, 1941). Assim, se verificar que não houve um crime a diligênciaa ser adotada é não iniciar o inquérito, devendo-se precaver e instaurar apenas nos casos de real necessidade. Pela dispensabilidade, o inquérito policial não é uma peça obrigatória para a propositura de uma ação penal, pois esta pode ser acompanhada por elementos colhidos de outra forma, entretanto, embora dispensável é indisponível, sendo que, uma vez iniciado, não poderá ser arquivado por iniciativa do delegado de polícia. Questão 3Correta O art. 17 do Código de Processo Penal, ao dispor sobre as características do inquérito policial, determina que a autoridade policial não poderá determinar o arquivamento do inquérito policial. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. O referido artigo prevê qual característica do inquérito policial: Sua resposta Indisponibilidade O inquérito policial é indisponível, o que quer dizer que, uma vez iniciado, o delegado de polícia não pode arquivá-lo. Frisa-se que a instauração do inquérito policial não e obrigatória, mas após a sua instauração, não poderá desistir de seu prosseguimento, conforme determina o art. 17 do Código de Processo Penal (BRASIL, 1941). Assim, se verificar que não houve um crime a diligência a ser adotada é não iniciar o inquérito, devendo-se precaver e instaurar apenas nos casos de real necessidade. Questão 4Errada Bruno está sendo investigado pelo crime previsto no art. 289, §1º do Código Penal, por ter colocado em circulação cédulas de R$ 200,00 (duzentos reais) falsificadas. Bruno teria comprado as cédulas falsas pelo valor R$ 50,00 (cinquenta reais) cada uma e visando lucro, colocou inúmeras em circulação em uma região tradicional do comércio de rua na cidade de Vitória/ES, o que foi relatado por inúmeros comerciantes do local. Por tais circunstâncias, foi instaurado inquérito policial pela Delegacia de Polícia Federal situada na cidade de Vitória/ES. A partir da situação narrada, é correto afirmar que: Sua resposta O inquérito policial deve ser concluído em 90 dias prorrogáveis por mais 90, tendo em vista que Bruno está solto. Como o crime de falsificação de moeda, previsto no art. 289 do Código Penal é de competência da Justiça Federal, o prazo para conclusão do inquérito policial é regulamentado pela Lei nº 5.010/1966, que prevê o prazo de 15 dias para indiciado preso, prorrogável por mais 15. Entretanto, não há previsão específica para o indiciado solto, que deverá levar em consideração o prazo previsto no art. 10 do CPP, que é de 30 dias, sem previsão de prorrogação. Questão 5Correta No dia 15 de agosto de 2019, um programa de televisão do ramo esportivo, apresentou uma reportagem informando inúmeras transações realizadas de forma suspeita, pelo time Real Esporte Clube. A reportagem relatava a existência de empresas fantasmas que haviam recebido elevados valores por supostas prestações de serviço ao clube, valores estes, que, supostamente, teriam retornado aos diretores do clube por meio de outros contratos fraudulentos, que indicava, a possível prática de ‘lavagem de dinheiro’. Ao assistir a reportagem, o Delegado de Polícia da delegacia responsável por apurar tais crimes, decide instaurar inquérito para verificar a ocorrência dos supostos crimes e identificar seus autores. Diante da situação narrada é correto afirmar que: Sua resposta A atuação do Delegado foi legal, tendo em vista que os tribunais superiores entendem que é possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. É possível ainda a instauração de um inquérito policial a partir de notícias veiculadas em meios de comunicação, conforme decidido pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Ordinário Constitucional 98.056/CE. UNIDADE 3 - Ação penal Victor, é estudante de direito e famoso influenciador digital reconhecido pelo sucesso que faz entre os jovens na divulgação de produtos de tecnologia e pelos elevados lucros que obtém com a sua atividade. Vitor foi denunciado pelo crime de Estelionato, previsto no art. 171 do Código Penal e prontamente constituiu defensor para lhe acompanhar nos atos processuais. No curso da ação penal, o advogado constituído por Vitor, a partir de divergências na condução do processo, decidiu por renunciar os poderes. Devidamente intimado para constituir novo advogado, Vitor não o fez, tendo o juiz nomeado defensor dativo para patrocinar sua defesa. Diante do exposto é correto afirmar que: Sua resposta A nomeação do defensor dativo para Vitor foi correta, entretanto, sendo comprovado que Vitor possui elevados rendimentos, poderá ser obrigado a efetuar o pagamento dos honorários do defensor dativo. O defensor é o responsável pela defesa técnica do acusado, pode ser constituído, público, dativo ou ad hoc, seja qual for a espécie, a sua presença é imprescindível para o desenvolvimento válido e regular do processo, portanto, nenhum acusado, ainda que oculto ou ausente, será julgado sem ele. O defensor dativo é o advogado nomeado pelo juiz para o acusado que não possui defensor constituído ou público. No processo penal a nomeação é obrigatória, independente da condição econômica do acusado. Se verificado que ele tenha condições de arcar com os honorários, o juiz irá determinar o seu pagamento. Caso contrário, o pagamento dos honorários do defensor dativo é feito pelo Estado, por tal razão, Vitor poderá vir a ser obrigado a efetuar o pagamento dos honorários fixados pelo juiz e devidos ao defensor dativo. Questão 2Errada Tâmara foi vítima do crime de difamação, previsto no art. 139 do Código Penal, o qual se processa mediante ação penal privada, praticado por Thais, que no dia 22/02/2021, teria imputado fato ofensivo a sua reputação. Tâmara irresignada com as ofensas perpetradas por Thais, manifesta o seu interesse em ver Thais ser processada e punida pela prática do referido crime. Diante do que foi apresentado, assinale a alternativa correta: Sua resposta Tendo em vista que o crime em que Tâmara foi vítima é de ação penal privada, a peça inaugural do procedimento é a queixa-crime, que deverá ser apresentada por ela no prazo de 6 (meses) a contar da data do fato. Tendo em vista que o crime previsto no art. 139 do Código Penal se processa mediante queixa, nos termos do art. 145 do Código, peça inaugural do procedimento é a queixa- crime, que deve ser apresentada no prazo decadencial de 6 meses a partir da data em que se tomou conhecimento do autor dos fatos, nos termos do art. 38 do Código de Processo Penal. Questão 3Correta Fernanda foi vítima de um crime de esbulho possessório, previsto no art. 161, II do Código Penal, o que se processa mediante ação penal privada, por ter, no dia 05/02/2021, tido sua propriedade invadida por um grupo de pessoas indeterminadas com finalidade de esbulho possessório. No dia seguinte, compareceu à Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio da Cidade de Goiânia/GO para narrar o ocorrido à Autoridade Policial e demonstrar seu interesse em apurar os responsáveis pela conduta criminosa. Em 05/08/2021, a Autoridade Policial concluiu as investigações e verificou que o autor do esbulho era Pedro. Prontamente, Fernanda decide tomar as providencias para iniciar a ação penal e ver a responsabilização de Pedro pela conduta praticada. Ante o exposto, é correto afirmar que: Sua resposta Por se tratar de um crime de ação penal privada, a titularidade da ação penal é de Fernanda, que deverá ajuizar a queixa-crime junto ao juízo competente, no prazo decadencial de 6 (meses) a partir da data em que tomou conhecimento que Pedro é o autor do crime. A resposta correta é a alternativa E, uma vez que o prazo para oferecimento da queixa- crime nas infrações penais que se processam mediante ação penal de iniciativa privada e de 6 meses a partir da data em que se tomou conhecimento do autor do autordo crime. O aditamento da queixa-crime, em regra, é feito pelo titular da ação penal privada, sendo possível, entretanto, em situações excepcionais, a sua realização por parte do Ministério Público, contudo, o procedimento e o alcance do aditamento dependem da espécie de ação penal privada. Nas ações penais exclusivamente privada e privada personalíssima, o Ministério Público possui a função de fiscal lei e deve intervir em todos os atos do processo. Tendo em conta que não possui legitimidade ad causam em tais ações, o seu aditamento se restringe à inclusão de elementos acidentais, como tempo, lugar, meios e modos de execução, portanto, é possível apenas o aditamento impróprio, nos termos do art. 49, § 2º do Código de Processo Penal. Na hipótese de ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público possui legitimidade ad causam, razão pela qual, pode realizar as duas espécies de aditamento. No caso de o aditamento ser realizado pelo querelante, é importante verificar se a omissão em relação à inclusão dos fatos ocorreu de forma voluntária ou involuntária. Se a omissão ocorreu de forma voluntária, tendo o querelante conhecimento de determinado fato ou acusado, e de forma proposital, optou por não o incluir na queixa-crime, não há que se falar em possibilidade de aditamento, razão pela qual haverá a extinção da punibilidade do acusado em razão da renúncia tácita. Contudo, se a omissão ocorreu de forma involuntária, não havendo conhecimento por parte do querelante, de fato ou acusado no momento da apresentação da queixa-crime, vindo a tomar conhecimento de tal informação somente após o início da ação penal privada, será possível o aditamento, desde que não tenha decorrido o prazo decadencial de 6 meses. Questão 5Correta Bianca foi presa em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, por ter, no dia 03/08/2021, sido encontrada transportando a quantidade de 100kg de substância em pó, de cor branca, classificada no exame preliminar como cocaína. Lavrado o auto de prisão em flagrante, com a oitiva das testemunhas, do condutor e de Bianca, foi realizada audiência de custódia, sido concedida liberdade provisória sem fiança para a acusada. Os autos retornaram ao Ministério Público, para que ofereça a denúncia e dê início à ação penal. Diante do caso narrado, tendo em vista que Bianca está solta, qual o prazo que o Promotor de Justiça possui para oferecer a denúncia? Sua resposta 10 dias Estado o acusado presou ou solto, o prazo para o oferecimento da denúncia será 10 dias para os crimes previstos na Lei de Tóxicos, art. 54, III da Lei nº 11.346/2006. Registra- se que é uma exceção à regra prevista no art. 46 do Código de Processo Penal. UNIDADE 4 - Dos meios de obtenção e produção de provas Questão 1Correta O Delegado da Divisão de Crimes de Tráfico de Armas da cidade de Ponta Porã/PR, instaurou inquérito policial no qual Antônio é investigado pela prática de do comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito importadas do Paraguai. O Delegado, ciente do envolvimento de Antônio, por meio de conversas informais com outros investigados, decide utilizar procedimento de interceptação telefônica com a finalidade de obter elementos informativos para instruírem o inquérito policial e uma eventual denúncia. Tendo em vista a urgência em iniciar a interceptação, não houve tempo hábil de solicitar autorização judicial, tendo o próprio delegado a deferido, tendo em vista a presença do fumus boni iuris e o periculum in mora. Posteriormente, houve o oferecimento da denúncia e, em audiência de instrução e julgamento, o resultado da monitoração eletrônica foi confirmado em juízo por testemunhas, sob o crivo do contraditório e ampla defesa, sendo as únicas provas constantes no processo. Ante o exposto, é correto afirmar que: Sua resposta Deve ser anulada a ação penal desde o início, tendo em vista as provas obtidas por meio ilícito e aquelas que lhe são derivadas. No caso, a interceptação telefônica deve ser autorizada por meio de decisão judicial nos termos da Lei nº 9.296/96, sendo assim, não pode ser decretada pelo Delegado de Polícia, mesmo no caso em que houver urgência, o que a torna uma prova ilícita. Os depoimentos por força da teoria dos frutos da árvore envenenada, também devem ser considerados como prova ilícita por derivação. Diante disso, como não existem outras provas além das ilícitas, deve ser anulada a ação penal Questão 2Correta Roger está sendo processado pelo crime de lesão corporal seguida de morte, previsto no art. 129, § 3º do Código Penal. Durante a instrução criminal, a defesa de Roger sustentou a tese de legítima defesa, com a alegação de que a vítima o teria agredido, e que as lesões que culminaram na morte desta, teriam sido praticadas com o objetivo de repelir a injusta agressão sofrida, ocasião em que utilizou dos meios necessários e adequados para se defender. Com base no que foi narrado acima, e tendo em vista à regra que determina a distribuição do ônus da prova no direito processual penal, é correto afirmar que: Sua resposta A defesa de Roger deverá provocar ao menos uma fundada dúvida a respeito da existência da causa de legítima defesa para que ele seja absolvido. Cabe a acusação a prova da existência do fato típico, a autoria ou a participação, a relação de causalidade e o elemento subjetivo do agente. Comprovado o fato típico, haveria uma presunção de que ele seria ilícito e culpável, cabendo ao acusado afastar a referida presunção. A defesa possui o ônus de provar as excludentes de ilicitude, da culpabilidade ou a presença de causa extintiva da punibilidade. Em relação ao juízo de certeza, este é necessário apenas para uma sentença condenatória, uma vez que a condenação ocorrerá apenas quando o juiz estiver convencido da prática do crime pelo acusado, nos termos do art. 387 do Código de Processo Penal (BRASIL, 1941). Em relação a defesa, não há a necessidade de produção de um juízo de certeza, uma vez que a sentença absolutória, pode ser fundada tanto na certeza de excludentes de ilicitude ou culpabilidade ou quando houver fundada dúvida sobre a sua existência. Questão 3Correta A Lei nº 9.296/1996, dispõe em seu art. 1º que: Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. Para a produção da referida prova, é correto afirmar que: Sua resposta Exige decisão judicial fundamentada, desde que presentes indícios razoáveis de autoria ou participação, quando a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e a infração penal deve ser punida com reclusão. A interceptação telefônica como meio de prova está disciplinada pela Lei nº 9.296/1996, que abrange também a escuta telefônica e captação ambiental. Não estão abrangidas pela referida lei a gravação telefônica, a interceptação ambiental, a escuta ambiental e a gravação ambiental. Por se tratar de uma medida extremamente invasiva, uma vez que se relaciona à intimidade e a privacidade dos indivíduos, será decretada apenas em situações excepcionais, quando presentes os requisitos legais, como prévia autorização judicial devidamente fundamentada, fumus comissi delict e periculum libertatis e que a infração penal seja punida com pena de reclusão. A medida exige que haja indícios de autoria ou participação em infração penal punida com reclusão e que a medida seja realizada evitando risco na não realização imediata da diligência e que a prova não possa ser produzida por outrosmeios disponíveis, o que revela a natureza excepcional da medida, que não será utilizada quando cabível outros meios de prova. Além disso, exige-se uma decisão judicial fundamentada, demonstrando a presença dos requisitos necessários para a decretação da medida, indicando inclusive a impossibilidade de utilização dos outros meios de prova e a duração da medida, que possui prazo máximo de 15 (quinze) dias, sendo possível a sua renovação. Questão 4Errada Segundo Fernando Capez, "Objeto da prova é toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza, e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. São, portanto, fatos capazes de influir na decisão do processo, na responsabilidade penal e na fixação da pena ou medida de segurança, necessitando, por essa razão, de adequada comprovação em juízo. Somente os fatos que revelem dúvida na sua configuração e que tenham alguma relevância para o julgamento da causa merecem ser alcançados pela atividade probatória, como corolário do princípio da economia processual." A partir do que o autor narra, indique quais fatos dependem de prova no direito processual penal. Sua resposta Os fatos notórios no curso do processo ainda há como objeto de prova: a) os costumes, como no caso do crime de furto durante o repouso noturno; b) regulamentos e portarias, salvo quando ela for complemento de norma penal em branco, pois presume-se que o juiz a conheça; c) direito estrangeiro, estadual e municipal, que devem ser comprovados quando forem referentes à localidade diversa daquela do exercício jurisdicional; e) fatos não contestados ou incontroversos, vez que o processo penal se difere do processo civil. No âmbito processual penal, em razão do princípio da presunção da inocência, ainda que o acusado venha a confessar a prática da infração penal ou que tenha sido decretada a sua revelia, os fatos deverão ser comprovados. Questão 5Errada Jonas, funcionário público estadual, está sendo processado pela prática do crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do Código Penal. O Ministério Público arrola como testemunhas três pessoas, sendo, o Padre da Paróquia responsável pelas confissões de Jonas; o responsável pela repartição em que Jonas estava lotado, a ex-companheira de Jonas. Diante do exposto, e tendo em vista os dispositivos referentes à prova testemunhal, é correto afirmar que: Sua resposta A ex-companheira de Jonas será ouvida na condição de testemunha, hipótese em que deverá prestar compromisso. No direito processual penal, qualquer pessoa pode ser admitida como testemunha, entretanto, no caso de ascendente, descendente, afim em linha reta, cônjuge ou companheiro, ainda que separado, irmão, pai, mãe e filho adotivo do acusado não estarão obrigados a depor, salvo nas hipóteses em que não for possível obter a prova por outro modo, hipótese em que tais pessoas não prestaram compromisso de dizer a verdade. Nestas situações, a pessoa ouvida não será chamada de testemunha, e sim de informante ou declarante, além de não integrar o rol de testemunhas previstos no procedimento para apuração da infração
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