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Gestão para a Excelência Implantando o ciclo PDCL (plan, do, check e learning) Unidade I Modelo de excelência da gestão: fundamentos e resultados Fábio Gomes da Silva SILVA, Fábio Gomes da Gestão para a excelência: implantando o ciclo PDCL (plan, do, check e learning) (livro-texto) / Fábio Gomes da Silva. –São Paulo: Pós-Graduação Lato Sensu UNIP, 2018. 1. Gestão para a excelência. 2. Administração Geral. I. SILVA, Fábio Gomes da. II. Pós-Graduação Lato Sensu UNIP. III. Título. GESTÃO PARA A EXCELÊNCIA Apresentação Prezado aluno, Bem-vindo ao mundo da gestão, em especial o mundo da busca da excelência da gestão. É disso que vamos tratar ao longo desse livro texto, na expectativa que os conhecimentos que serão aqui abordados possam ser uteis para você, na sua contribuição para a maior competitividade das organizações que você participa ou participará. Você verá que para tratar desse assunto estaremos nos baseando no chamado “Modelo de Excelência da Gestão” (MEG), proposto pela Fundação Nacional da Qualidade, modelo esse que tem servido para orientar a gestão de inúmeras organizações que buscam ser cada vez melhores em suas ações gerenciais, objetivando o alcance de resultados também cada vez melhores.1 Na abordagem do Modelo de Excelência da Gestão, a busca da excelência da gestão pode envolver diferentes etapas, sendo que uma das características das organizações que atingem a excelência é a preocupação continuada com o melhorar sempre o conjunto das suas ações gerenciais e seus resultados. Em resumo a excelência é um alvo móvel. Nosso objetivo será conhecer esse Modelo de Excelência da Gestão, seus fundamentos, as ações gerenciais que são por ele requeridas e os resultados que devem ser almejados. Isso será feito pelo simples fato desse modelo constituir-se numa excelente referência de como bem se administrar uma organização Para tanto, começaremos pelos fundamentos da excelência, que são um conjunto de princípios considerados como norteadores das ações gerenciais requeridas para que se possa trilhar o caminho em busca da excelência da gestão. A expectativa que se tem é que quando esses fundamentos são bem internalizados na cultura de uma organização, mais facilmente ela conseguirá praticar a excelência. 1 Se você tiver curiosidade de saber quais são algumas dessas empresas, veja a tabela B.1, do anexo B, que está no final deste livro texto. Na sequência, trataremos o assunto resultados a serem alcançados, quando então você oportunidade de saber, não só a respeito dos diferentes tipos de resultados que devem ser buscados, mas também o que se entende por elevado desempenho, sob a ótica do MEG. Para que resultados possam ser alcançados é necessário que haja ação, e é sobre isso trataremos na sequência, isto é, quais ações gerenciais são sugeridas pelo MEG, para que se tenha um sistema de gestão bastante evoluído, que permita o alcance de resultados que possam significar elevado desempenho. O que você terá oportunidade de ver é que as ações gerenciais requeridas são todas derivadas dos fundamentos da excelência estudados. Vencida a etapa do conhecimento das ações gerenciais que devem ser praticadas, passaremos a ver como que o MEG considera que deva ser tratada cada ação gerencial a ser implementada, e é aí que você verá como se deve praticar o chamado ciclo PDCL (plan, do, check e learnig). Você verá que planejar (“plan”) significa, no mínimo, estabelecer padrões para os processos gerenciais (ações gerenciais) a serem implementados, padrões esses que podem assumir diferentes formas, não necessariamente significando engessamento de atividades ou tarefas. Verá algumas exigências relacionadas ao executar(“do”) , dentre as quais a agilidade. Verá que controlar (“check”) significa não só controle dos padrões estabelecidos, mas também controle de eficácia e de eficiência do processos gerenciais. Verá, por fim, como se pode pratica o aprendizado (“learning”), isto é, o aperfeiçoamento e a inovação dos processos gerenciais (ações gerenciais) adotados. Para que você possa aproveitar bem o conteúdo deste livro texto, a recomendação é que você não tenha pressa em avançar nos tópicos a serem estudados, sem antes ter entendido cada tópico. Às vezes será necessário gastar um pouco mais de tempo para entender o que está apresentado numa tabela ou num quadro, ou mesmo em uma página. O importante é que você procure pensar a respeito daquilo que está sendo apresentado. Se desejar saber mais sobre o que está sendo tratado não deixe de ver as sugestões apresentadas nos quadros “para saber mais”. Você também contará com muitos links de acesso a textos complementares, será muito bom se você se interessar em vê-los. Sobre o autor O Prof. Fábio Gomes da Silva é o Coordenador Geral e professor dos Cursos de Administração da UNIP – Universidade Paulista e professor dos cursos de Pós Graduação em Administração – modalidade EaD – da UNIP- EAD, É mestre em Administração pela EAESP-FGV. Sua experiência com o MEG – Modelo de Excelência da Gestão – é derivada de sua participação como examinador (voluntário) do antigo Prêmio Nacional da Qualidade/PNQ e atual “Melhores em Gestão” da Fundação Nacional da Qualidade/FNQ, desde o ciclo anual de avaliação de 1997 e da sua atuação como instrutor de cursos da FNQ destinados à preparação de examinadores do PNQ ou à preparação de executivos para a adoção do MEG. Também participou por um longo período de tempo como instrutor do PNQS – Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento, em especial buscando preparar empresas ou unidades de saneamento para buscar o PNQS. Você poderá ter maiores informações acessando o link: http://lattes.cnpq.br/4101822514857101 SUMÁRIO 1 MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO: UMA VISÃO GERAL .......... 6 1.1 A escolha do Modelo de Excelência da Gestão ................................. 6 1.2 Visão geral do Modelo de Excelência da Gestão (MEG) ................... 9 2 FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA E TEMAS RELACIONADOS ....... 14 2.1 Fundamentos da excelência ............................................................ 14 2.2 Temas dos fundamentos.................................................................. 19 3 RESULTADOS A SEREM BUSCADOS ................................................ 22 3.1 Resultados de elevado desempenho ............................................... 22 3.2 Resultados a serem buscados ......................................................... 24 4 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 34 6 1 MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO: UMA VISÃO GERAL 1.1 A escolha do modelo de excelência da gestão Você que está preocupado em saber como se deve fazer a gestão de uma organização, já deve ter percebido que isso não é uma coisa fácil, visto que são muitas as coisas que tem se ser feitas ao mesmo tempo: definir produtos, comprar, vender, liderar pessoas, buscar sustentabilidade, cuidar das finanças, superar a concorrência, etc. Para saber o que fazer, para uma boa gestão organizacional, você pode recorrer a vários conhecimentos de administração relacionados à estratégia, marketing, finanças, gestão de pessoas, inovação, ou produção entre outros. Pode recorrer a diferentes normas ISO , como a ISO 26000 que apresenta um conjunto bastante rico de diretrizes para a prática da responsabilidade social pelas organizações, ou a ISO 31000 que contempla princípios e diretrizes para a gestão de riscos, ou pode ainda utilizar o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, proposto pelo IBGC – Instituto Brasileirode Governança Corporativa, entre outros. Nossa proposta é que você conheça um modelo de gestão de pretende integrar e orientar a aplicação de todos esses conhecimentos. Trata-se do Modelo de Excelência da Gestão, conhecido como MEG, proposto pela Fundação Nacional da qualidade. Esse modelo, que foi implantado no Brasil em 1992, originalmente era uma reprodução interna do Modelo Malcolm Baldrige, adotado nos Estados Unidos em fins da década de 1980, com a finalidade de elevar a competitividade das empresas americanas, ameaçadas pela competição externa, principalmente japonesa . O que há de interessante na proposta do Modelo Malcolm Baldrige, e que foi transposta para o MEG, é que não se trata de um receituário de práticas de gestão a serem utilizadas pelas organizações, mas sim de um modelo do tipo “faça você OBJETIVO O objetivo desse tópico é fazer uma breve apresentação do modelo de gestão que se está sugerindo seja adotado por organizações que desejarem buscar atingir o grau de excelência em sua gestão. 7 mesmo”, desde que respeitadas determinadas orientações (GEORGE, 1993). Algo semelhante a dizer a um arquiteto que ele pode projetar uma residência como achar melhor, desde que não se esqueça de que a casa deve ser bem iluminada e ventilada e tenha espaços para: repouso, alimentação, higiene pessoal, atendimento de necessidades fisiológicas, entre outros; tudo isso a ser atendido de forma a se otimizar os investimentos necessários, satisfazer os moradores e minimizar o impacto ambiental. Significado do termo “organização” Ao longo deste material, regra geral, o termo “organização” está sendo utilizado para designar empresas privadas; empresas estatais; órgãos governamentais (escolas, hospitais, polícia militar, legislativo, entre outros); cooperativas; fundações; terceiro setor etc. Todos esses tipos de organizações podem ter a excelência da gsetão como um objetivo. Antes de entrarmos em detalhes a respeito do MEG, talvez seja interessante saber que este é a base do Prêmio Nacional da Qualidade (cujo nome foi mudado para “Melhores em Gestão” a partir de 2017) que, por sua vez, já reconheceu como sendo de classe mundial a gestão de organizações instaladas no Brasil, como IBM, Promon, Suzano Papel e Celulose, Volvo Caminhões, Politeno, Dana e muitas outras. Uma lista completa das premiadas você pode encontrar em http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/empresas-finalistas-e- premiadas (acesso em: 06.09.19)). Por outro lado, o MEG tem sido a referência para muitos prêmios estaduais, setoriais e das micro e pequenas empresas que visam reconhecer, dentro de suas respectivas áreas ou setores de abrangência, a busca da excelência da gestão de organizações, aceitando submeter-se aos seus respectivos processo de avaliação Por fim, também é importante destacar que modelos de gestão similares ao MEG estão contidos em outros prêmios de qualidade pelo mundo afora, o que parece ser uma importante informação para sua validação. De acordo com informações obtidas junto à Fundação Nacional da Qualidade2 são mais de 75 os principais prêmios do mundo, comparáveis ao Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), abrangendo cerca de 100 países. Destaque aqui para o Prêmio Malcolm Baldrige e para o Prêmio Europeu da Qualidade.(ver http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/referencias-premiacoes- internacionais. Acesso em 06.09.19). O fato de muitas organizações adotarem o MEG não significa que ele seja uma panaceia – remédio para todos os males. Você bem sabe que as organizações podem ser entendidas como sistemas vivos e que, como tal, podem morrer, independentemente da qualidade de sua gestão, só que o mais provável é que, quanto melhor a qualidade da gestão, maior a probabilidade de sobrevivência, com 2 Informações constantes da apostila do curso “Critérios de Excelência da Gestão”, de outubro de 2013, promovido pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). 8 sucesso. Também não há nenhuma garantia de que a adoção do MEG por uma organização a conduza automaticamente a ser candidata ao grupo das 500 maiores. O mais provável, entretanto, é que se estiver entre as 500 maiores e praticando uma gestão voltada para a excelência, o risco de sair do grupo deve ser menor. O sucesso presente não garante o sucesso futuro Você certamente já deve ter tido a oportunidade de conhecer a revista “Maiores e Melhores”, publicada anualmente pela Revista Exame, desde 1973. Talvez você tenha visto que, em 2013, ao completar 40 anos da publicação, a revista apresentou um artigo mostrando o que aconteceu com as empresas que haviam aparecido na primeira lista da 500 maiores. O resultado é surpreendente: em 2013, somente 230 das empresas constantes da primeira lista – de 1973 – continuavam ativas, sendo que, dentre estas, 87 apareceram entre as 500 maiores. Não é difícil para nós imaginarmos que chegar ao topo do ranking das maiores não é tarefa fácil, mas também não é tarefa fácil conseguir manter-se lá. Muitos devem ter sido os motivos que levaram as 413 empresas fora do ranking das 500 maiores de 2013 a perderem posição ou desaparecer. Dentre eles, certamente você encontrará os erros ou as omissões da gestão. A busca da excelência, entretanto, não é uma coisa fácil (exige muito conhecimento e muito esforço). Na abordagem da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ, 2016b: 19), para chegar à situação de excelente, as organizações passam por diferentes estágios de maturidade da gestão a saber: 1 – Excelente: organizações com um sistema de gestão bastante evoluído, demonstrando excelência no desempenho, competitividade e pleno atendimento às necessidades das partes interessadas. 2 – Consolidado: organizações num estágio robusto de evolução da gestão, demonstrando resultados, competitividade e atendimento às expectativas das partes interessadas. 3 – Em desenvolvimento: organizações cujo sistema de gestão está em evolução demonstrando competitividade e atendimento às expectativas de partes interessadas em vários resultados 4 – Inicial: organizações em estágios iniciais de evolução do seu sistema de gestão e começando a medir e perceber melhorias nos seus resultados. Conhecendo o MEG você saberá sobre o que é preciso saber para que uma organização possa evoluir do estagio inicial para o estágio excelente O que eu posso afiançar para você é que a adoção do MEG como referência para gestão é efetivamente muito útil. Digo isso por experiência própria. Participo da Fundação Nacional da Qualidade(FNQ), desde os fins da década de 1990, tanto na 9 qualidade de avaliador da gestão de organizações que buscaram ser reconhecidas pelo então “Prêmio Nacional da Qualidade”, ou pelo atual “Melhores em Gestão”, como na qualidade de instrutor dos cursos da FNQ, voltados para formação de avaliadores da gestão ou para formação de executivos, sempre tendo o MEG como referência. Ao longo desse tempo pude ver muitas organizações serem cada vez melhor gerenciadas, alcançando resultados cada vez melhores. 1.2 Visão geral do Modelo de Excelência da Gestão (MEG) O MEG é um modelo com foco em resultados, isto é, suas ações gerenciais devem ser voltadas para produzir resultados. Por mais óbvia que seja essa afirmação, você pode estar certo de que nem todas as organizações agem dessa forma. Há sempre o risco de a ênfase em procedimentos superar a busca de resultados. Vejamos, por exemplo, o caso do poder judiciário. Não resta dúvida de que os juízes, das mais variadas instâncias, trabalham muito no julgamento de processos, mas não é certo que os resultados desse trabalho sejam os desejados. É constante a reclamação de que os julgamentos dos processos demoram muito, gerandoisso certa sensação de impunidade, quando os resultados desejados seriam exatamente o contrário, ou seja, a sensação de que o crime não compensa. Mas, o que leva a essa demora? A resposta pode não ser fácil, mas uma coisa é certa: são muitos os procedimentos que devem ser respeitados por um juiz, sob o risco de sempre os processos voltarem a zero. Qualquer erro de procedimento pode anular uma decisão correta. Neste caso, então, por segurança, o judiciário tende a ter muito mais foco nos procedimentos do que nos resultados desejados. Paralelamente, muitas organizações excessivamente burocratizadas correm o risco de atuar de forma similar à do judiciário, fazendo suas pessoas serem mais RESULTADOS AÇÕES GERENCIAIS (processos gerenciais) TEMAS FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA 10 cobradas por procedimentos do que por resultados. Não deve ser este o caso de organizações que adotam o MEG. Mais o assunto “foco em resultados”, mas vale adiantar que, sob a ótica do MEG, os resultados a ser buscados por uma organização não devem ser somente financeiros (lucro, geração de caixa, custos, entre outros). Devem ser relativos a clientes, pessoas, sociedade e aos processos do negócio (processos principais, de apoio e relativos a fornecedores). Os resultados, por sua vez, são consequências, efeitos de ações, motivo pelo qual o MEG também tem foco nas ações gerenciais, chamadas de processos gerenciais ou práticas de gestão, que devem ser as geradoras dos resultados. Aqui, talvez, sua pergunta chave seja: o que devem as organizações fazer para alcançar bons ou excelentes resultados? Você terá essa resposta mais adiante, mas, por enquanto, é importante saber que o MEG dá pistas para muitas das ações a serem desenvolvidas pela liderança (alta direção) e para ações relacionadas a estratégia, gestão de clientes, sociedade, gestão de informações e conhecimento, gestão de pessoas e gestão dos processos, incluindo-se aqui os processos principais do negócio e os processos de apoio, os relativos aos fornecedores e os relativos à gestão econômico-financeira. Por fim, o MEG é sustentado pelos chamados fundamentos da excelência, assim definidos pela FNQ (2016a, p. 14): […] conjunto de valores e princípios que revelam padrões culturais internalizados nas organizações de classe mundial (expressão utilizada para caracterizar uma organização considerada entre as melhores do mundo em gestão organizacional) e reconhecidos internacionalmente, expressos por meio de seus processos gerenciais e consequentes resultados. Trataremos com mais detalhes desses fundamentos, e dos seus respectivos temas, no tópico a seguir. Por enquanto, importa saber que, quando uma organização tem seus fundamentos da gestão bem internalizados nas pessoas da força de trabalho, quer sejam líderes ou não, a qualidade das práticas de gestão tende a fluir como que naturalmente, gerando, por consequência, os resultados almejados. Não é milagre, são boas ações, bem fundamentadas, gerando resultados. 11 Figura 1.1 – O diagrama do MEG Fonte: FNQ, 2016:12. Uma coisa muito interessante no MEG, é que ele não é receita única, com um único formato rígido, para quaisquer organizações. É isso que nos mostra a figura do diagrama do MEG que, por sua vez, se baseia no Tangram, um quebra-cabeças de sete peças de origem chinesa. “Ao utilizar o MEG como referência, a organização deve adaptá-lo (remontá-lo) na melhor forma que defina seu modelo de gestão (FNQ, 20161:12)”. O que significa adotar um modelo de gestão como referência para gestão de uma organização? Quando isso será uma coisa boa? 12 A respeito da Fundação Nacional da Qualidade Talvez seja interessante você ter algumas informações a respeito da Fundação Nacional da Qualidade, “mãe” do MEG, para se sentir mais seguro quanto a validade da utilização desse modelo como referência para gestão da organização na qual trabalha, ou em outras que vier a trabalhar. História Com a abertura da economia brasileira, no início da década de 90, alguns empresários detectam a necessidade de adotar padrões internacionais para orientar, avaliar e reconhecer a gestão, em busca de mais qualidade e competitividade. Em 11 de outubro de 1991, um grupo formado por representantes de 39 organizações privadas e públicas instituíram, em São Paulo, a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ). A entidade sem fins lucrativos foi criada para administrar o Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) e as atividades decorrentes do processo de premiação, em todo o território nacional. Tem início, assim, uma trajetória em busca das melhores práticas da gestão para o aumento da competitividade das organizações e do Brasil. Em 2005, a Fundação promove uma ampla reestruturação. Elege uma nova Governança na Assembléia [sic] Geral de Membros, reformula a sua logomarca e retira o nome prêmio da sigla, passando a se chamar Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Também redefine sua missão visão e objetivos e incorpora aos Critérios de Excelência novas práticas de gestão com tendências de organizações Classe Mundial, entre elas a sustentabilidade, a responsabilidade corporativa e a valorização das pessoas, da qualidade de vida e da diversidade. As parcerias se ampliam. A FNQ firma convênio com a Fundación Iberoamericana para la Gestión de la Calidad (Fundibeq). Junto com o Sebrae Nacional, passa a disseminar o MEG entre as MPEs. Também consolida a Rede Nacional da Gestão Rumo à Excelência e lança a publicação Critério Rumo à Excelência (modelo e instrumento de avaliação utilizado nas premiações regionais e setoriais). Estabelece, ainda, parceria na Rede Cooperação Brasil +. Nossa causa Apoiar, capacitar e instrumentalizar as organizações na jornada da transformação para a era de mudanças exponenciais e da cultura digital. Nossa aspiração 2025 Ser reconhecidamente relevante e autêntica no nosso propósito, ajudando as organizações a se manterem à frente das transformações que os novos cenários exigem. 13 Nossa crença A capacidade de adaptação é o que promove a evolução das pessoas, a perenidade das organizações e a construção de uma sociedade mais engajada, para termos um País mais ético, sustentável e justo. Nossos valores O comprometimento das nossas pessoas nos faz excelentes Os desafios e as mudanças determinam a nossa evolução Transferimos conhecimento que gera valor para os clientes Confiança, credibilidade e reputação são nossos princípios Nossas ações estão fundamentadas em fatos e dados Colaboramos para um futuro sustentável, ético e justo A causa da gestão para a excelência é o que nos move Inspiramos a sociedade para tornarmos o mundo melhor Nossos clientes Organizações de qualquer porte, setor e natureza, que se relacionem com a FNQ, com o objetivo de melhorar a sua gestão e contribuir para o aumento da competitividade sustentável do País. Fonte. http://www.fnq.org.br/sobre-a-fnq (acesso em 06.09.19) Para saber um pouco mais a respeito do que é o MEG você deverá ver o e-Book Modelo de Excelência da Gestão, disponibilizado pela FNQ em seu site: <www.fnq.org.br>. Nele, você verá assuntos como: características, benefícios e evolução do MEG; fundamentos da excelência; critérios e excelência; e como implantar o MEG. Trata-se de uma publicação de 2011, atrelada aos Critérios de Excelência (19ª edição), na forma, substancialmente diferente da 21ª edição que estamos utilizando, mas ainda assim muito útil por conter a mesma essência. Veja também o e-Book Novo Modelo de Excelência da Gestão – MEG, este já mais atual, e que trata dos seguintes temas: o novo MEG; conceitos; diagrama do MEG; fundamentos da gestão para excelência; diagrama do ciclo de gestão; como interpretar o “Guia de referência da gestão para excelência”. 14 2FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA E TEMAS RELACIONADOS 2.1 Fundamentos da excelência Você já viu a figura acima quando começamos a tratar do assunto qualidade de gestão. Vamos voltar a ela. O que você sabe é que as organizações vivem de resultados; bons resultados permitem longevidade e maus resultados podem implicar extinção. Para que bons resultados sejam alcançados, é preciso ação, muita ação, fundamentada e integrada. A pergunta que fica é: como levar as pessoas a fazerem, com naturalidade, tudo o que tem de ser feito? A resposta a essa pergunta não é simples, mas sabe-se que será natural para as pessoas fazerem tudo o que tiver de ser feito se elas tiverem internalizado padrões culturais que deem sustentação às ações desejadas. Na abordagem do OBJETIVO Saber os fundamentos que sustentam as ações gerenciais e os resultados organizacionais requeridos pelo MEG, bem como a importância da internalização desses fundamentos como forma de transformar a busca pela excel da gestão como algo natural. RESULTADOS (geração de valor) AÇÕES GERENCIAIS (processos gerenciais) TEMAS FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA 15 MEG, os chamados fundamentos da excelência em gestão devem cumprir esse papel. O quadro 2.1 apresenta tais fundamentos: Quadro 2.1 – Fundamentos da Excelência em Gestão Fundamentos Descrição Pensamento sistêmico Compreensão e tratamento das relações de interdependência e seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como entre estes e o ambiente com o qual interagem. Compromisso com as partes interessadas Estabelecimento de pactos com as partes interessadas e suas inter-relações com as estratégias e processos, numa perspectiva de curto e longo prazos. Aprendizado Organizacional e inovação Busca de alcance de novos patamares de competência para a organização e sua força de trabalho, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de conhecimentos, promovendo um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias capazes de gerar ganhos sustentáveis para as partes interessadas. Adaptabilidade Flexibilidade e capacidade de mudança em tempo hábil, frente a novas demandas das partes interessadas e alterações no contexto. Liderança transformadora Atuação dos líderes de forma ética, inspiradora, exemplar e comprometida com a excelência, compreendendo os cenários e tendências prováveis do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização e suas partes interessadas, no curto e longo prazos; mobilizando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização; explorando as potencialidades das culturas presentes; preparando líderes e pessoas; e interagindo com as partes interessadas. Desenvolvimento sustentável Compromisso da organização em responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente, e de contribuir para a melhoria das condições de vida, tanto atuais quanto para as gerações futuras, por meio de um comportamento ético e transparente. Orientação por processos Reconhecimento de que a organização é um conjunto de processos que precisam ser entendidos de ponta a ponta e considerados na definição das estruturas: organizacional, de trabalho e de gestão. Os processos devem ser gerenciados visando a busca da eficiência e da eficácia nas atividades, de forma a agregar valor para a organização e as partes interessadas. Geração de valor Alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência e que atendam às necessidades e expectativas das partes interessadas. Fonte: Modelo de Excelência da Gestão: Guia de referência da gestão para a excelência – 21ª ed. – p. 14/156. 16 Voltando à figura da página 28, pode-se dizer que, para as ações requeridas pelo MEG sejam praticadas, e praticadas naturalmente, será necessário que seus fundamentos, isto é, os fundamentos da excelência, estejam internalizados nas pessoas responsáveis por tais ações, nas organizações. Isto é, façam parte da cultura organizacional. Para entender melhor essa afirmativa, vale recorrer a algumas citações sobre o significado de cultura nas organizações: Para Edgard Schein, a cultura é o padrão de crenças e pressupostos básicos compartilhados por um grupo de pessoas e construídos a partir de suas respostas continuadas a problemas de adaptação externa e integração interna, cuja eficácia as torna, no entendimento do grupo, a forma correta de perceber, pensar e sentir esses problemas (SOBRAL & PECI, 2013:106). Talvez o aspecto mais intrigante da cultura como conceito é que ela nos aponta os fenômenos que estão abaixo da superfície, que são poderosos em seu impacto quase invisível e comportam um grau considerável de inconsciência. Nesse sentido, a cultura está para um grupo como que a personalidade ou caráter está para um indivíduo. Podemos ver os comportamentos resultantes, mas frequentemente não podemos ver as forças internas que causam certos tipos de comportamento. Todavia, à medida que nossa personalidade e caráter orientam e restringem nosso comportamento, a cultura guia e restringe o comportamento dos membros de um grupo, mediante normas compartilhadas e assumidas nesse grupo (SCHEIN, 2009:8). Subjacente ao MEG está o fato de que se os fundamentos da excelência fizerem parte da cultura de uma organização, eles serão entendidos como “a forma correta de perceber, pensar e sentir”, o que constitui condição necessária para que as ações exigidas pelo modelo sejam praticadas. Confirmando essa percepção, é oportuno rever a citação de Schein apresentada acima, quando afirma que as ações das pessoas de uma organização são expressão da cultura organizacional existente; se desejamos que as ações do MEG sejam praticadas, necessário é que os fundamentos da excelência sejam internalizados na cultura organizacional, esperando-se daí que as ações das pessoas sejam expressão desses fundamentos. A definição dos fundamentos de excelência, dada pela Fundação Nacional da Qualidade, confirma esses entendimentos: Os Fundamentos da Excelência são um conjunto de valores e princípios que revelam padrões culturais internalizados nas organizações Classe Mundial e reconhecidos internacionalmente, expressos por meio de seus processos e consequentes resultados (FNQ, 20161:14). Vejamos, por exemplo, o caso do fundamento “liderança transformadora”, o qual requer dos líderes saber olhar para o futuro. Talvez você já conheça a história de catadores de caranguejo, que ficam à beira de rodovias próximas do litoral. Muitos deles fazem o seguinte: catam alguns caranguejos, montam algumas fieiras com 10 ou 15 caranguejos e vão para a estrada vender. Assim que conseguem vender suas fieiras vão embora (não trabalham mais no dia), sob a crença de que já 17 ganharam o dia. Certamente catadores de caranguejo não têm seu olhar para o futuro; seu padrão cultural é: cada dia é um dia. Se tiver sorte de vender todos os caranguejos logo pela manhã, melhor será; sobrará mais tempo para o ócio e para o prazer. Por outro lado, você já deve ter ouvido a expressão “quem casa quer casa” e também já deve ter visto jovens casais que internalizam essa forma de ver o mundo e sua luta comum para alcançar o objetivo de ter uma casa; eles têm um olhar para o futuro. Outro exemplo é dado por Jan Carlzon, no livro A hora da verdade, onde conta sua experiência como CEO da empresa de aviação SAS. Ele diz o seguinte: Não há melhor maneira de recapitular minha experiência do que contando a história de dois cortadores de pedras que estavam talhando blocos quadrados de granito. Alguém que passava perguntou-lhes o que estavam fazendo. O primeiro operário, com umaexpressão amarga, resmungou: “Estou cortando esta maldita pedra para fazer o bloco” O segundo, que parecia feliz com seu trabalho, replicou orgulhosamente: “Faço parte do grupo que está construindo uma catedral” (p. 119). Os exemplos acima ajudam a entender o significado de olhar para o futuro ou não olhar para o futuro. No nosso caso, espera-se que esse espírito de olhar para o futuro esteja impregnado nas pessoas de uma organização a ponto de saberem a catedral que estão construindo e desejarem construí-la, isto é, estarem voltadas para o alcance de objetivos estabelecidos e para a construção da visão da organização, entendendo-se visão como “o estado que a organização deseja atingir no futuro” (FNQ, 2013:121). Se você pensa que é fácil ter uma cultura organizacional cuja liderança transformadora possui “um olhar para o futuro”, pense nas pessoas ou empresas que você conhece: quantas se parecem com o catador de caranguejos? Quantas de parecem com o operário que sabe estar construindo uma catedral? Por que será que são assim? Não será, por acaso, que existem padrões culturais que as levam a agir assim? Em outras palavras, não é natural que as organizações tenham uma liderança transformadora, como olhar para o futuro. Esse é um padrão a ser construído dentro delas. Da mesma forma, não é natural “o pensamento sistêmico”, a “sustentabilidade”, o “compromisso com as partes interessadas”, o “aprendizado organizacional” ou qualquer outro dos fundamentos da excelência; todos precisam ser construídos como um padrão cultural norteador de comportamentos. Conforme vimos, a definição da FNQ para os fundamentos da excelência diz que estes são “padrões culturais internalizados nas organizações classe mundial”. A própria FNQ entende que “classe mundial é a expressão utilizada para caracterizar uma organização considerada entre as melhores do mundo em gestão organizacional” (MEG, 2016:14). Em outras palavras, as organizações classe mundial contemplam os fundamentos da excelência em seus padrões culturais, só 18 que coisas assim não acontecem por acaso. Elas são resultado de muito trabalho de liderança. A esse respeito, assim se manifesta Edgard Schein (2009): Quando examinamos atentamente cultura e liderança, vemos que são dois lados da mesma moeda; nem uma nem a outra pode, realmente, ser entendida por si própria. Por um lado, as normas culturais definem como determinadas organizações definem liderança – quem será promovido, quem chamará a atenção dos seguidores. Por outro lado, pode-se argumentar que a única coisa de real importância que os líderes fazem é criar e gerenciar a cultura; que o talento único dos líderes é sua capacidade de entender e trabalhar a cultura; e que é um ato final de liderança destruir a cultura, quando ela é vista como disfuncional (p. 10). Como você verá mais adiante, o MEG contempla um conjunto de quase sessenta processos gerenciais a ser implementados pelas organizações que buscam a qualidade da gestão, todos eles derivados dos fundamentos de excelência apresentados. Isto posto, pode-se concluir que um pré-requisito para ter sucesso na implementação desses processos gerenciais é internalizar seus respectivos fundamentos da excelência. Aqueles quase sessenta processos gerenciais podem parecer muita coisa, só que com os fundamentos da excelência internalizados, passará a ser natural sua execução. Por outro lado, de pouco adiantará uma organização copiar de organizações classe mundial algumas práticas consideradas exemplares, se os padrões culturais nela existentes não forem compatíveis com essas práticas. Cabe à liderança esse papel de busca da internalização dos fundamentos. Em resumo, a lógica do MEG é a seguinte: se uma organização deseja ter bons resultados, é importante realizar ações com esse fim; para que essas ações sejam realizadas, é importante estarem adequadamente fundamentadas. Em termos de aplicação prática, o processo é o inverso: primeiro busca-se, por ações da liderança, a internalização dos fundamentos; depois disso, vêm as práticas de gestão e, por consequência, os resultados. A importância dessa lógica do MEG é simples. Vejamos, por exemplo, o caso do fundamento “aprendizado organizacional”. A internalização desse fundamento na organização, leva as pessoas a buscarem, com naturalidade, sem sacrifícios, melhorar sempre os produtos, processos, atividades ou tarefas das quais participam. Leva-as a desenvolver práticas que favoreçam a promoção de melhorias. O mesmo, espera-se, deve acontecer com os outros fundamentos da excelência. Em resumo, os fundamentos da excelência constituem a razão, justificativa ou motivo das ações gerenciais para a excelência da gestão. 19 PAUSA PARA UMA APLICAÇÃO Volte ao quadro 2.1 e tente avaliar se sua empresa adota os fundamentos nele listados. A sugestão é atribuir notas de 1 a 5 para cada fundamento, sendo 5 quando fundamento estiver bem internalizado na sua organização e 1 quando o fundamento não fizer parte de sua cultura organizacional. Notas 2, 3 e 4 poderão ser dadas a depender do grau em que o fundamento existir na organização. Essa será uma excelente forma de você observar atentamente cada fundamento. 2.2 Temas dos fundamentos Uma coisa interessante que a Fundação Nacional da Qualidade fez, ao lançar sua 21ª edição do Modelo de Excelência da Gestão (antigo Critérios de Excelência), foi desdobrar os fundamentos em temas, isto é, em assuntos que devem ser objeto da gestão organizacional. Tais temas, por si só, ajudam a explicar os fundamentos. O quadro 2.2 apresenta os temas associados aos oito fundamentos apresentados. Quadro 2.2 – Temas associados aos fundamentos Fundamentos Temas Pensamento sistêmico Alinhamento Tomada de decisão Compromisso com as partes interessadas Requisitos das partes interessadas Relacionamento com as partes interessadas Clientes Fornecedores Força de trabalho Aprendizado organizacional e inovação Aperfeiçoamento Competências essenciais Gestão do conhecimento Inovação Adaptabilidade Capacidade de mudar Flexibilidade Liderança transformadora Valores e princípios Governança Cultura organizacional Olhar para o futuro Sucessão Desenvolvimento sustentável Econômico-financeiro Ambiental Social Orientação por processos Informações organizacionais Gestão por processos Geração de valor Geração de resultados econômico-financeiros Geração de resultados ambientais Geração de resultados sociais Geração de resultados relativos aos clientes Geração de resultados relativos à força de trabalho Geração de resultados relativos aos fornecedores Geração de resultados dos processos e produtos Fonte: FNQ, 20161:23/71 20 PENSE O que significa para você a figura que está no início deste tópico 5? Você consegue explicá-la para alguém ou para você mesmo? BOX DESTAQUE O modelo Toyota No livro O modelo Toyota: 14 princípios de gestão o maior fabricante do mundo, Jeffrey K. L (2005), remete-nos aos fundamentos “aprendizado organizacional” e “valorização das pessoas”, com a seguinte constatação: O modelo Toyota pode ser sintetizado pelos dois pilares [fundamentos] que o sustentam: “Melhoria contínua” e “Respeito pelas pessoas”. A melhoria contínua, frequentemente chamada de kayzen, define a abordagem básica da Toyota nos negócios. Desafia tudo. Mais importante do que as melhorias reais com que os indivíduos contribuem, o valor da melhoria contínua está em criar uma atmosfera de aprendizagem contínua e um ambiente que não só aceita, como verdadeiramente adota mudanças. Tal ambiente só pode ser criado onde existe o respeito pelas pessoas – o segundo pilar do Modelo Toyota” (p. XI). 21 Cada um dos fundamentos daexcelência, do Modelo de Excelência da Gestão, pode ser objeto de investigação específica. Entretanto, é adequado neste momento você investigar a importância de os fundamentos fazerem parte da cultura da organização, motivo pelo qual recomenda-se a busca de um maior entendimento da relação entre cultura organizacional e desempenho organizacional. Para tanto você poderá ver, entre outros, os seguintes livros: DNA empresarial: identidade corporativa como referência estratégica (FASCIONI, 2010).; Cultura organizacional e liderança (SCHEIN, 2009).; Cultura e diferença nas organizações (BARBOSA, 2009) ou Cultura e poder nas organizações (FLEURY; FISCHER, 1990). Como exemplo de organização com gestão baseada em princípios, os quais na verdade se constituem em fundamentos da gestão, vale a pena conhecer os quatorze princípios de gestão da Toyota, no livro O modelo Toyota (LIKER, 2005). Uma sugestão é você ver a filosofia empresarial da “Jacto Máquinas Agrícolas” em https://www.jacto.com/brasil/company/filosofia-empresarial (acesso em 06.09.19) e comparar o propósito, os valores e a política integrada com os fundamentos de excelência do MEG. Você também poderá pesquisar a respeito dos assuntos tratados nesse tópico na biblioteca virtual da UNIP Interativa, utilizando tanto a “Biblioteca Virtual 3.0 Universitária” como a “Minha biblioteca”. Em ambas, há uma disponibilidade bastante grande de títulos e ao fazer a pesquisa por assunto, você recebe uma lista completa dos livros disponíveis sobre cada assunto. Depois é só consultar os livros que você achar mais interessantes. 22 3 RESULTADOS A SEREM BUSCADOS 3.1 Resultados de elevado desempenho Como você já pôde ter visto no capitulo 1, o MEG é um modelo de gestão voltado para resultado, sendo que a base dessa afirmativa é o fundamento “geração de valor” mencionado no capítulo 2. Vale relembrar o que diz esse fundamento Geração de Valor. Alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência e que atendam às necessidades e expectativas das partes interessadas (FNQ, 20161:15). Regra geral, quando se trata de resultados organizacionais, pensa-se em resultados numéricos de indicadores para avaliar o alcance de objetivos estratégicos e operacionais ou para controle dos processos organizacionais quanto ao atendimento dos requisitos deles esperados. Alguns resultados não quantitativos OBJETIVOS Saber que a busca da excelência da gestão implica a busca de elevado desempenho, isto é, de muito bons resultados. Saber o que significa um bom resultado. Saber quais resultados devem ser buscados RESULTADOS (geração de valor) AÇÕES GERENCIAIS (processos gerenciais) TEMAS FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA 23 também podem ser buscados pelas organizações, como por exemplo, serem reconhecidas entre as melhores para trabalhar, melhores em gestão, empresas sustentáveis ou melhores em transparência. Vamos nos ater aos resultados quantitativos, mas, independente disso, podemos assumir que foco em resultados significa apresentar resultados numéricos ou não numéricos demonstrando elevado desempenho. Na abordagem da FNQ, para se pensar em elevado desempenho, a análise dos resultados organizacionais deve levar em conta quatro componentes: relevância, melhoria, competitividade e compromisso. No componente relevância verifica-se se os indicadores considerados para análise dos resultados são relevantes e suficientes para a avaliação da gestão organizacional; no componente melhoria verifica-se se os resultados vêm melhorando ao longo do tempo ou se apresentam estabilização em nível aceitável, isto é, em nível suficientemente competitivo ou cumprindo compromissos com as partes interessadas; no componente competitividade verifica-se se os níveis de desempenho atingidos são equivalentes ou superiores aos referenciais comparativos a ser escolhidos; e no componente compromisso verifica-se se os resultados alcançados demonstram, quando for o caso, o atendimento de requisitos das partes interessadas (PNQ, 2016:31). Na abordagem da FNQ (20161:70), as organizações, classificadas no mais elevado estágio de maturidade da gestão, apresentam resultados com as seguintes características: O sistema de indicadores de desempenho contempla a maioria dos indicadores estratégicos e operacionais necessários para avaliar as melhorias de desempenho, a competitividade e o cumprimento de compromissos com os requisitos das partes interessadas. A maioria dos resultados obtidos apresenta melhoria ao longo do tempo ou estabilização em níveis aceitáveis. A maioria dos resultados comparáveis demonstra competitividade, isto é, resultados equivalentes ou superiores aos dos referenciais comparativos escolhidos. Muitos dos resultados obtidos, que tratam do atendimento aos requisitos das partes interessadas, demonstram esse atendimento (compromisso). Em resumo, o mais elevado desempenho é alcançado quando, a partir de um bom sistema de indicadores (relevância), tem-se que a maioria dos resultados obtidos apresenta evolução ou estabilização favorável ao longo do tempo (melhoria) e números equivalentes ou superiores aos dos referenciais comparativos(competitividade), quando comparáveis. Além disso, dentre o conjunto de resultados obtidos, muitos daqueles que tratam do atendimento a necessidades e expectativas das partes interessadas demonstram esse atendimento (compromisso) 24 3.2 Resultados a serem buscados Você deve estar se perguntado agora: mas o que é um bom sistema de indicadores? Claro que a resposta a essa indagação não é simples, mas pode-se dizer que na abordagem do Modelo de Excelência da Gestão (MEG) as organizações devem trabalhar com indicadores de desempenho enquadrados aos seguintes grupos de resultados: Resultados econômico-financeiros. Resultados ambientais. Resultados sociais. Resultados relativos aos clientes. Resultados relativos à força de trabalho. Resultados relativos aos fornecedores. Resultados dos processos e produtos. Não é nosso objetivo, agora, estudar como se estabelecem indicadores de desempenho para avaliação dos resultados organizacionais em cada um dos grupos acima apresentados. Pode-se dizer, a princípio, que cabe a cada organização definir seus sistemas de indicadores e, daí, realizar as medições de desempenho relacionadas, a fim de avaliar o alcance dos resultados desejados. Para facilitar nossa vida, a Fundação Nacional da Qualidade, no ciclo de avaliação de 2017, apresentou , a organizações que se submetem ao processo de autoavaliação da gestão ou ao processo de reconhecimento das “Melhores em Gestão”, um conjunto de indicadores obrigatórios e adicionais, os quais devem ou podem compor cada um desses grupos de resultados. Os quadros 6.1 a 6.7 apresentam esses indicadores. Antes de ver os indicadores apresentados pelo MEG, é bom você saber que os indicadores classificados como obrigatórios somente são de fato obrigatórios quando aplicáveis à realidade das organizações. Assim, por exemplo, organizações sem fins lucrativos – como é o caso dos SENACs, SENAIs, SESIs e assemelhados, PENSE Por que elevado desempenho envolve fatores como melhoria, competitividade e compromisso? 25 ou ONGs e setor público em geral – não têm como apresentar os indicadores financeiros “margem de lucro” ou Retorno sobre Ativos (ROA), simplesmente porque não têm lucros. Em especial, os indicadores financeiros sugeridos pela FNQ somente podem ser obrigatórios para organizações com fins lucrativos cuja contabilidade baseia-se no chamado regime de competência. Não existem recomendações específicas para apresentação de resultados financeiros por organizações governamentaisou organizações sem fins lucrativos. Sabe-se, entretanto, que nesses casos, ao menos em termos ideais, a busca pela eficiência, isto é, pela otimização do uso dos recursos, deve ser um objetivo financeiro prioritário. Nestes casos, então, a ênfase de resultados financeiros deve recair sobre os custos, isto é, sobre a otimização dos custos. Agora, para que você se sinta animado a ver cada um dos indicadores apresentados nos quadros a seguir, a sugestão é pensar, para cada um deles, o que significa melhoria ao longo do tempo e o que acontece quando essa melhoria não ocorre. Assim, por exemplo, no caso do indicador “rotatividade voluntária”, do grupo de indicadores relativos à força de trabalho, a situação estará melhorando quando a taxa de rotatividade for diminuindo ao longo do tempo. Por outro lado, se essa taxa aumentar significará que um número crescente de funcionários tem pedido demissão, o que pode significar que a organização não tem conseguido ser atraente para reter seus colaboradores. O que pensar, então, a respeito do endividamento, do índice de consumo de água, do market share e de todos outros indicadores? Será bom que os seus números fiquem cada vez maiores ou cada vez menores? Por quê? E se acontecer o contrário? Vamos lá. Veja atentamente os quadros a seguir e a partir daí procure entender o que significa dizer que o MEG é um modelo voltado para resultados, muitos resultados. 26 Quadro 3.1 – Indicadores de resultados financeiros Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Estrutura Endividamento Composição do endividamento Liquidez Liquidez geral Atividade Fluxo de caixa Inadimplência Prazo médio de recebimento de vendas Prazo médio do pagamento de compras Rentabilidade 8 – Ebitda ou Lajida [VF: numeração correta?] Margem bruta Margem de lucro Receita – Retorno sobre ativos (ROA). – Retorno sobre o capital (ROCE). – Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Taxa de crescimento da receita Estrutura Cobertura de juros Endividamento oneroso Imobilização Liquidez Liquidez corrente Liquidez seca Atividade Ciclo financeiro Prazo médio de renovação de estoques Ciclo de caixa Alavancagem Necessidade de capital de giro Rentabilidade Valor econômico agregado (EVA). Distribuição de dividendos Fonte: http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura. Quadro 3.2 – Indicadores de resultados ambientais Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Índice de consumo de água Índice de consumo de energia Índice de consumo de papel Índice de disposição de resíduos sólidos Índice de investimentos em áreas verdes Índice de investimentos em gestão de resíduos Índice de redução da cobertura vegetal Nota da aplicação dos indicadores Ethos Taxa de áreas reflorestadas Índice de geração de resíduos Índice de destinação ou redução de resíduos Índice de redução dos gases de efeito estufa Índice de passivos ambientais Taxa de investimento em ações ambientais Fonte: http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura. 27 Quadro 3.3 – Indicadores de resultados sociais Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Taxa de utilização de fornecedores locais Índice de satisfação com projetos sociais Exposição positiva na mídia Índice de acessibilidade Índice de desenvolvimento humano Índice de geração de renda Índice de redução da desigualdade social Nota de aplicação dos indicadores Ethos Taxa de utilização de micro e pequenas empresas (MPE). Taxa de retorno dos programas sociais Índice de imagem junto à sociedade Índice de conformidade legal e regulamentar Taxa de êxito dos programas sociais Fonte. http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura). Quadro 3.4 – Indicadores de resultados relativos aos clientes Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Índice de fidelidade dos clientes Índice de satisfação dos clientes Market share Índice de manifestações negativas graves Net Promoter Score Taxa de recorrência de reclamações Taxa de cobertura de clientes atendidos com produtos Taxa de crescimento da base de clientes Taxa de novos clientes Índice de reclamações Taxa de rejeição Índices de insatisfação junto aos clientes e ao mercado Índice de eficácia da comunicação Posição em rankings de admiração Índice de qualidade no atendimento Índice de eficácia do atendimento Índice de conformidade com prazos de atendimento Taxas de níveis de serviço Fonte. http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura. 28 Quadro 3.5 – Indicadores de resultados relativos à força de trabalho Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Rotatividade geral Rotatividade voluntária Absenteísmo Índice de aproveitamento interno Índice de clima organizacional Índice de eficácia no treinamento Taxa de acidentes com afastamento com colaboradores próprios e terceiros Taxa de acidentes sem afastamento com colaboradores próprios e de terceiros Taxa de frequência de acidentes com colaboradores próprios e terceiros Taxa de gravidade dos acidentes com colaboradores próprios e terceiros Índice de competências alcançadas Índice de produtividade das equipes Índice de equidade da remuneração Índice de satisfação com a liderança Índice de sucessores preparados Índice de avanços na carreira Índice de satisfação com segurança Índice de satisfação com qualidade de vida Índice de horas extras Índice de satisfação com interação Taxa de sucesso no recrutamento Fonte: http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura. Quadro 3.6 – Indicadores resultados relativos aos fornecedores Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Índice de desempenho de fornecedor Índices de não-conformidades/falhas de fornecimento ou atendimento a requisitos Taxa de fornecedores qualificados Índice de satisfação dos fornecedores Taxa de desenvolvimento de fornecedores Índice de conformidade com acordo de nível de serviço Índice de atendimento aos requisitos pelos fornecedores Índice de fornecedores homologados por suprimento crítico Índice de melhoria da qualidade dos produtos fornecidos Taxa de acidentes com afastamento com colaboradores do fornecedor Taxa de acidentes sem afastamento com colaboradores do fornecedor Taxa de frequência de acidentes com colaboradores do fornecedor Taxa de gravidade dos acidentes com colaboradores do fornecedor Fonte: http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura. 29 Quadro 3.7 Geração de resultados dos produtos e processos Indicadores obrigatórios Indicadores adicionais Não se aplica Índice de riscos mitigados Índice de atendimento às necessidades e expectativas das partes interessadas Índice de cumprimento do plano estratégico Taxa de capacidade utilizada Índice de conformidade do processo Índice de conformidade do produto Receita adicional por novos produtos Índice de exposição a riscos operacionais Taxa de frequência de falha Grau de vulnerabilidade dos conhecimentos Índice de evolução da cultura desejada Índice de efetividade da mudança cultural Taxa de retorno dos projetos de inovação Taxa de evolução dos projetos de inovação Índice de retrabalho Fonte: http://www.fnq.org.br/avalie-se/melhores_em_gestao/instrucoes-para-candidatura. Claro que ninguém é obrigado a utilizar o conjunto de indicadores de resultados dos quadros acima. Vale, entretanto,a sugestão. O importante é entender que, para as organizações terem foco em resultados, elas devem: Saber definir suas estratégias e respectivos objetivos estratégicos e, a partir daí, definir os indicadores de desempenho que possam demonstrar, por meio de resultados, o êxito das estratégias escolhidas (FNQ, 20161:52). Conhecer os principais requisitos a serem atendidos por seus produtos e processos da cadeia de valor e, a partir daí, definir os indicadores de desempenho que possam demonstrar, por meio de resultados, o atendimento aos requisitos identificados (FNQ, 20161:63). Conhecer os principais requisitos das principais partes interessadas – stakeholders – e definir os indicadores de desempenho que possam demonstrar, por meio de resultados, o atendimento a esses requisitos (FNQ, 20161:30/34). Conhecer os requisitos relacionados à sustentabilidade econômico-financeira, ambiental e social e, a partir daí, definir os indicadores de desempenho que possam demonstrar, por meio de resultados, o atendimento dos requisitos identificados (FNQ, 20161:56/58). Só para evidenciar que as organizações podem ter um sistema de indicadores de desempenho com muitos indicadores, veja o quadro 3.8, que mostra os indicadores de desempenho da Santa Casa de Porto Alegre, ganhadora do PNQ 2002. 30 Quadro 3.8 – Indicadores de resultados da Santa Casa (Porto Alegre) Classificação Indicadores utilizados Indicadores de clientes Grau de satisfação dos clientes – segmento convênios e particulares – consultas. Grau de satisfação dos clientes – segmento convênios e particulares – Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento (SADTs). Grau de satisfação dos clientes – segmento convênios e particulares – hospitalizações. Grau de satisfação dos clientes – segmento SUS. Grau de fidelidade dos clientes – segmento convênios e particulares – consultas: você voltaria a utilizar nossos serviços? Grau de fidelidade dos clientes – segmento convênios e particulares – SADTs: você voltaria a utilizar nossos serviços? Grau de fidelidade dos clientes – segmento convênios e particulares – hospitalizações: você voltaria a utilizar nossos serviços? Grau de fidelidade dos clientes – segmento SUS – hospitalizações: você voltaria a utilizar nossos serviços? Taxa de reclamações dos clientes externos. Grau de satisfação das instituições conveniadas. Participação no mercado de internações segmento SUS-RS. Difusão da imagem: média mensal de inserções na mídia. Conhecimento de imagem e marca – segmento convênios e particulares – consultas: “Você já conhecia a Santa Casa?”. Conhecimento de imagem e marca – segmento convênios e particulares – SADTs: “Você já conhecia a Santa Casa?”. Conhecimento de imagem e marca – segmento convênios e particulares – hospitalizações: “Você já conhecia a Santa Casa?”. Conhecimento de imagem e marca – segmento SUS – hospitalizações: “Você já tinha utilizado nossos serviços?”. Santa Casa Benchmarking – número de participantes. Pesquisa de lembrança da marca – Jornal do Comércio. Resultados financeiros Margem operacional. Receita de serviços – total. Receita de serviços – convênios e particulares – média mensal. Participação no mercado de internações segmento SUS-RS. Percentual de crescimento em relação ao ano anterior. Participação econômica percentual na receita por categoria de clientes. Volume de doações governamentais e da iniciativa privada. Investimento de capital. Grau de endividamento. Índice de liquidez geral. Valor médio de AIH-SUS. Receita por leito diferenciado. Custo da consulta ambulatorial eletiva – SUS. Custo da diária hospitalar apto. Custo de serviços total. Superavit/deficit operacional. Resultados relativos a pessoas Grau de satisfação dos funcionários (consolidado). Grau de satisfação dos médicos do corpo clínico. Taxa de rotatividade. Remuneração média. Índice de horas de treinamento por funcionário/mês. 31 Participação de pessoas na gestão de processos – participação e comprometimento da equipe funcional Grau de satisfação dos funcionários – gerentes e líderes de processos. Coeficiente total de acidentes de trabalho por milhão de horas trabalhadas. Taxa de absenteísmo. Taxa de reclamatórias trabalhistas sobre o quadro de pessoal. Resultados relativos a fornecedores Participação dos gastos com materiais em relação à receita. Índice de rejeição de itens entregues. Índice de itens entregues no prazo. Índice de materiais com contratos de fornecimento com parcerias. Custo do medicamento e material médico hospitalar por leito hospitalar. Parcerias com fornecedores – valores de patrocínios e eventos. Parcerias com fornecedores – equipamentos de laboratórios em consignação. Parcerias com fornecedores – estoques de órteses e próteses consignados. Gestão de fornecedores – minimização de custos – participação do custo do Departamento de Administração de Recursos Materiais no custo total. Resultados dos processos relativos ao produto Taxa de ocupação. Média de permanência. Média mensal de internações por leito hospitalar. Número de consultas ambulatoriais por hora/médico. Número de SADTs por internação. Número de cirurgias por salas de cirurgia/ano. Número de cirurgias por médico cirurgião/ano. Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: UTI Central – Policlínica Santa Clara. Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: Hospital São Francisco. Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: Hospital São José. Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: Pavilhão Pereira Filho. Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: Hospital Santa Rita. Coeficiente de infecção hospitalar em UTI por 1000 pacientes-dia: Hospital da Criança Santo Antônio. Resultados relativos à sociedade Transplantes de órgãos. Subsídio econômico ao SUS: em percentual. Subsídio econômico ao SUS: em valores absolutos. Santa Casa Benchmarking: número de empresas participantes. Campanhas com atendimentos gratuitos: número de pessoas atendidas. Número de sepultamentos gratuitos. Resíduos dispostos na natureza. Resultados dos processos de apoio e organizacionais Índice de realização das contas a receber no vencimento. Prazo médio de contas a receber. Prazo médio de contas a pagar. Taxa de acurácia dos estoques. 32 Idade média dos estoques. Giro dos estoques. Número de funcionários por leito. Taxa de efetivação em período de contrato de experiência. Evolução do sistema de gestão. É bastante provável que você tenha achado muito maçante a leitura de uma tabela tão cheia de informações. Pode até estar certo, mas a sugestão é, quando houver um tempinho, tentar ver um pouco da história da Santa Casa de Porto Alegre para saber o quanto valeu para eles pautarem sua gestão por ações permitindo a busca de resultados relevantes a todos os indicadores apresentados. Não é demais lembrar que não basta um bom conjunto de indicadores de desempenho. É importante que esses indicadores apresentem resultados satisfatórios. Resultados satisfatórios, por sua vez, são consequências de ações, muitas ações, e é desse assunto que passaremos a tratar: PENSE Será que você consegue explicar para você mesmo o que significa, em profundidade, uma organização pratica “foco em resultados” 33 Para saber mais sobre resultados organizacionais sob a ótica do MEG, veja as seguintes publicações da FNQ: - Transformando o sistema de indicadores:avaliação do desempenho global sob a ótica do MEG (2015). - Indicadores de desempenho: estruturação do sistema de indicadores organizacionais – 3. ed. (2012). - Cadernos de excelência: resultados (2011). - E-Book – Sistema de indicadores. Será interessante você ver o Guia de Referência para Medição do Desempenho (GRMD) utilizado pelo Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS). Esse guia apresenta os vários indicadores sugeridos para acompanhamento da gestão de organizações de saneamento, para os vários grupos de resultados requeridos pelo MEG, com a indicação do propósito de cada indicador e sua respectiva fórmula de cálculo. Ver em http://pnqs.com.br/wp- content/uploads/2019/03/GRMD_2019.pdf (acesso em 06.09.2019). É um bom exemplo de sistema de indicadores. Você também poderá pesquisar a respeito dos assuntos tratados nesse tópico na biblioteca virtual da UNIP Interativa, utilizando tanto a “Biblioteca Virtual 3.0 Universitária” como a “Minha biblioteca”. Em ambas, há uma disponibilidade bastante grande de títulos e, ao fazer a pesquisa por assunto, você recebe uma lista completa dos livros disponíveis que tratam de cada assunto. Depois é só consultar os livros que você achar mais interessantes. 34 BIBLIOGRAFIA 1. Publicações da Fundação Nacional da Qualidade Modelo de Excelência da Gestão (MEG): Guia de referência da gestão para a excelência. 21. ed. 20161. Modelo de Excelência da Gestão (MEG): Instrumento de avaliação da maturidade da 21ª edição 20162. Critérios de Excelência: avaliação e diagnóstico da gestão organizacional. 20. ed. 2013. Gestão da inovação – 2015. Transformando o sistema de indicadores: avaliação do desempenho global sob a ótica do MEG – 2015. Indicadores de desempenho: estruturação do sistema de indicadores organizacionais. 3. ed. 2012 (esta publicação originalmente foi intitulada “Planejamento do sistema de medição do desempenho global: relatório do comitê temático”). E-books. A FNQ disponibiliza em seu site <www.fnq.org.br> uma série de e-books tratando de assuntos relacionados ao MEG. Dentre eles encontram-se todos os que foram indicados ao longo deste livro-texto. Relatórios de Gestão. A FNQ oferece, em seu site, alguns dos relatórios de gestão de organizações reconhecidas pelo Prêmio Nacional da Qualidade, inclusive aqueles utilizados como referência neste livro-texto. Os relatórios de gestão da Suzano, Fras-le, Albras e Petrobras estão disponíveis para você no AVA. Eles nos foram gentilmente cedidos pela FNQ. Cadernos de Excelência. A FNQ também oferece os chamados “cadernos de excelência” que tratam dos oito critérios de excelência adotados até a 20ª edição do MEG: liderança, estratégia e planos, clientes, sociedade, informações e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Esses cadernos, com exceção do que trata de informações e conhecimento, estão disponíveis para você no AVA. Mais uma gentileza da FNQ para conosco. 2. Publicações do Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS) No site do Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento – PNQS (<www.pnqs.com.br>), você encontra livremente disponíveis muitas publicações interessantes, a saber: Guia/Regulamento do PNQS, que contempla o MEG, adaptado para o mundo das organizações de saneamento, em diferentes versões, contemplando diferentes graus de exigência. Guia de Referência para Medição do Desempenho (GRMD). Relatórios de Gestão, inclusive os relatórios da COPASA e da SABESP utilizados ao longo desse livro-texto. Cases de finalistas Inovação da Gestão de Saneamento (IGS). 35 Vale lembrar que o PNQS procura adequar o MEG da FNQ ao mundo do saneamento, sendo que as práticas das organizações de saneamento reconhecidas pelo PNQS, em muitos casos, podem servir de referência para quaisquer tipos de organizações. 3. Outras publicações ABRAHAMSON, E. Mudança organizacional: uma abordagem criativa, moderna e inovadora. São Paulo: M. Books Editora, 2006. ALVARENGA NETO, R. C. D. Gestão do conhecimento em organizações: proposta de mapeamento conceitual integrativo. 2005. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Escola de Ciência da Informação, UFMG, Minas Gerais. ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. BARBOSA, L. Cultura e diferença nas organizações. São Paulo: Atlas, 2009. BRABANDERE, L. O lado oculto das mudanças: a verdadeira inovação requer mudança de percepções. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BRASIL. Ministério do Planejamento, Secretaria de Gestão. Guia referencial para medição do desempenho e manual para construção de indicadores. Brasília, 2009. BUCELLI, D. Aprendizado em cultura da inovação em ambiente organizacional, 2007. Disponível em: <http://www.getac.com.br/artigos/aprendizado_e_inovacao.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2018. CAMPOS, V. F. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia [sic]. 8. ed. Belo Horizonte: INDG, 2004. ______. Qualidade total: padronização de empresas. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1991. CARLZON, J. Hora da verdade. 5. ed. Rio de Janeiro: COP, 1992. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ______. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. 5. ed. Barueri: Editora Manole, 2008. COLLINS, J. Empresas feitas para vencer: por que apenas algumas empresas brilham. Rio de Janeiro: Campus, 2001. ______.; PORRAS, J. I. Feitas para durar: práticas bem-sucedidas de empresas visionárias. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1995. ______. Construindo a visão da empresa, HSM Management, São Paulo, ano 2, n. 7, março-abril 1998, p.32/42. COMO ESTÁ a cultura de inovação em sua empresa? Revista HSM Management, São Paulo, ano 17, n. 102, p. 66/77, jan.-fev. 2014. CONTADOR, J. C. Campos e armas da competição: novo modelo de estratégia. São Paulo: Saint Paul Editora, 2008. DAFT, R. L. Organizações: teoria e projetos. 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