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PRÁTICA SIMULADA PENAL
Stefano de Oliveira Moutinho
Matricula: 201912027143
ESTUDO DE CASO 5
EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA XXXX
Número do processo: XXXXXX.
 TÍCIO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem através de seu advogado devidamente constituído, na forma do art. 403 e 411 do código de processo penal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS EM MEMORIAIS ESCRITOS, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
1- DOS FATOS:
 TÍCIO, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que TÍCIO, no caminho de volta, de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor e capotou.
Os bombeiros que prestaram socorro e encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão.
Contudo, na mesma ocasião ficou constatado que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos.
Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de Tício e imputou ao mesmo a conduta descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 125 do CP.
2- MÉRITO- AUSENCIA DE TIPICIDADE- AUSENCIA DE DOLO:
Diante dos fatos ora narrados sustenta-se que o peticionário não teve a intenção de ocasionar o acidente, muito menos o aborto espontâneo da vítima, motivo pelo qual se requer a absolvição do réu, com embasamento no inciso III, do artigo 415 do CPP, já que diante da atipicidade do ato do acusado, o fato não constitui infração penal.
“Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
III – o fato não constituir infração penal”.
Ressalta-se ainda que não se possa falar em aborto culposo, isso porque não há existência de aborto culposo. Respondendo o acusado somente pelo aborto se ele quis ou assumiu o risco de causar um aborto. No presente caso concreto, se está diante da culpa consciente, que é caracterizada quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que ele não aconteça.
Importante relembrar que só existira crime culposo se houver previsão específica no Código Penal desta modalidade. Conduta culposa, portanto, é quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia, punindo a violação ao dever de cuidado, e não precisamente o resultado que a conduta ocasionou.
 Fato típico é formado obrigatoriamente por quatro elementos: conduta, resultado, nexo de causalidade e tipicidade. A conduta é o comportamento desenvolvido pelo indivíduo com a determinação de atingir um determinado objetivo.
Para que o fato seja típico é necessário que a conduta também esteja descrita na lei, que denominamos tipo. Tipicidade, por assim dizer, significa às condutas relevantes para o Direito Penal, que estão em conexão com algum dos tipos elencados em lei, sendo assim, entendesse conforme art. 1º do código penal: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Desta forma não há o que se discutir senão afirmar veemente que não existe aborto culposo, sendo assim atípico o fato de acusação com embasamento no artigo 125 do CP.
3- CONCLUSÃO:
O hospital constatou que MARIA não sofreu qualquer lesão no acidente, tendo assim, podemos considerar que o aborto possa ter ocorrido como caso fortuito, podendo o resultado ocorrer mesmo sem ter ocorrido o acidente.
4 – DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, requer a absolvição sumária do peticionário na forma do art. 415, inciso III do código de processo penal, pelo fato de não haver tipicidade.
Termos em que,
 Pede e espera deferimento.
Local e Data
ADVOGADO:
OAB n°...
(Data para apresentação das alegações finais:14/02/2017.)

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