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TEXTO DE OPINIÃO SOBRE O DSM

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS 
FACULDADE INTEGRADAS DOS CAMPOS GERAIS 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
AUGUSTO FERREIRA DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO DE OPINIÃO SOBRE O ARTIGO “CONTROVÉRSIAS SOBRE O USO DO 
DSM – PARA DIAGNÓSTICOS DE TRANSTORNOS MENTAIS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA - PR 
2023 
AUGUSTO FERREIRA DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO DE OPINIÃO SOBRE O ARTIGO “CONTROVÉRSIAS SOBRE O USO DO 
DSM – PARA DIAGNÓSTICOS DE TRANSTORNOS MENTAIS” 
 
Trabalho apresentado como requisito 
parcial para aprovação na disciplina de 
Psicodiagnóstico II do 7º período do Curso 
Superior de Psicologia do Centro de 
Ensino Superior dos Campos Gerais. 
Professor (a): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA - PR 
2023 
 Os transtornos mentais tem sido banalizados nos últimos anos, isso se dá pelo 
amplo acesso a manuais de diagnósticos, informações dos próprios psicólogos que 
“patologizam” o sofrimento e também, o que mais se vê, uma confusão no que é ser 
um psicólogo: qual são suas funções e atribuições – isso é extremamente visível uma 
vez que os conhecimentos da psicologia estão dentro do senso comum, o que por si 
só não é de todo ruim, mas acaba abrindo portas para que qualquer um pense ter 
competência para falar sobre, isso vai desde a pessoa que nunca estudou até aquele 
com pós-doutorado, o que também coloca a psicologia nas mãos de outros 
profissionais. Isso também acontece com o próprio DSM, que invade outros territórios, 
como escolas, tribunais, serviços sociais, etc. 
 No século XX foi criada a necessidade de sistematizar os diagnósticos 
referentes as patologias mentais, portanto, houve uma padronização na categorização 
e classificação das doenças, o que acaba reduzindo a subjetividade do invidio. Além 
disso, por muito tempo diversas patologias foram atribuídas apenas ao aspecto 
biológico, por exemplo, a ansiedade, esquizofrenia, depressão e outras doenças, 
foram reduzidas a um déficit na produção e captação de neurotransmissores, 
ampliando assim, o tratamento medicamentoso. Além disso, atualmente o DSM fala 
em transtornos mentais, não em doenças mentais (visto que não considera a 
etiologia). Ele se caracteriza como uma descrição empírica de fatos clínicos e mais 
um dicionário descritivo e naturalista de patologias do que um manual propriamente 
dito. 
 O autor pontua muito bem algumas questões das quais eu concordo, como o 
DSM ser conveniente mais a medicina e a indústria farmacêutica do que aos 
psicólogos, embora seja usado, deve ser visto como um instrumento de suporte, e não 
um etiquetador de variações de comportamento. O autor também discorre a respeito 
de diversas patologias que são mal formuladas, pouco claras e inconsistentes, o que 
acaba ocasionando em um aumento significativo de novas patologias nas próximas 
edições do manual. Quem acaba utilizando a lógica dos manuais, acredita na relação 
direta entre um distúrbio e os medicamentos, isso acaba reduzindo o sofrimento a 
distribuir biológicos, gerando no individuo um processo de reificação, permitindo 
alienar o sujeito a sua própria forma própria forma de vida. 
 Acredito que ao falar sobre indústria farmacêutica e a medicina que se baseia 
em evidencias empíricas para criar um manual, o autor do artigo perdeu a 
oportunidade de relacionar o sofrimento ao sistema capitalista, embora tenha feito 
entrelinhas. O sofrimento no sistema que se vive pode, e na maioria das vezes é, 
efeito de condições sócio-históricas. A critério, por exemplo, de uma publicação no 
New-York Daily Tribune: 
Não há, talvez, fato mais bem estabelecido na sociedade britânica do que o 
correspondente crescimento da riqueza moderna e do pauperismo. 
Curiosamente, a mesma lei parece valer com respeito à loucura. (Marx, 1858) 
Nesse contexto, o DSM seria a mercadoria mais bem produzida na relação 
capitalista, um bom exemplo disso é a própria história dos manicômios, que agora é 
remodelada como comunidades terapêuticas, afim de alocar indivíduos não uteis ao 
sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARTINHAGO, F., & CAPONI, S.. (2019). Controvérsias sobre o uso do DSM para 
diagnósticos de transtornos mentais. Physis: Revista De Saúde Coletiva, 29(2), 
e290213. https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290213 
MARX, K. O crescimento da loucura na Grã-Bretanha. New-York Daily Tribune, nº 
5407, 20 de agosto de 1858. Disponível em https://medium.com/katharsis/k-marx-o-
crescimento-da-loucura-na-grã-bretanha-1858-94e3a28b5d4 
https://doi.org/10.1590/S0103-73312019290213
https://medium.com/katharsis/k-marx-o-crescimento-da-loucura-na-grã-bretanha-1858-94e3a28b5d4
https://medium.com/katharsis/k-marx-o-crescimento-da-loucura-na-grã-bretanha-1858-94e3a28b5d4

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