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Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 1 O estômago é dividido em 4 regiões: cárdia, fundo, corpo e antro. Células do estômago: possui 6 células relevantes. • Células parietais: são responsáveis pela produção de ácido clorídrico e ela se liga no fator intrínseco para podermos absorver a vitamina B12 -> Muito presente no corpo e no fundo. • Células principais: são responsáveis pela produção de pepsinogênio e lipase -> muito presente no corpo e no fundo. • Células mucosas: responsáveis pela produção do muco e bicarbonato -> Muito presente no antro e na cárdia. • Células neuroendócrinas: são essas células que fazem a estimulação do cérebro. • Células G: são responsáveis pela produção de gastrina (estimula a produção do suco gástrico) -> Antro. • Células D: são responsáveis pela produção de somatostatina -> Antro. O pH do suco gástrico é em torno de 2 (ácido) por isso é necessário o muco, pois ele deixa o pH em torno de 6/7. Barreiras de proteção do epitélio: é necessário essa proteção contra o suco gástrico. • Produção de muco e bicarbonato: responsáveis pela neutralização do pH. • Barreira epitelial: as células presente na barreira epitelial possuem uma renovação rápida (7 dias) e possuem junções oclusivas. • Junções oclusivas: impedem a passagem de H+ para a lâmina própria. • Circulação sanguínea: é necessária para manter a integridade e função das células. • Prostaglandinas: age nos vasos sanguíneos promovendo uma vasodilatação, nas CP ela inibe a produção de AC e nas células mucosas estimula a produção de bicarbonato. Sempre quando tem a perda de um desses fatores, ocorre uma propensão maior ao desenvolvimento de gastrites estomacais. HCL: ácido clorídrico. Está no nosso estômago e ajuda no processo inicial da digestão e absorção de nutrientes. Células que aumentam o HCL: são duas. • Células G: produz a gastrina, que é uma potente estimuladora da produção de HCL -> ação dela é estimulada pelo pH baixo. • Células enterocromafim: produzem histamina. Ambas tem ação local nas células parietais Células que diminuem o HCL: é somente uma. • Células D: produzem somatostatina -> inibe a produção do HCL. H. pylori é mais propensa a sobreviver no antro por conta do pH mais baixo que no corpo e no fundo • Na região do fundo e corpo o pH é mais ácido. GASTRITE AGUDA. É uma lesão benigna causada pela quebra da barreira mucosa associada a uma inflamação. AINEs: eles podem inibir as PGs e consequentemente a produção de muco, aumentar o HCL, diminuir a proliferação celular, diminuir fluxo sanguíneo e causar gastrite aguda. Tabagismo: mexe no vaso sanguíneo e diminui a capacidade de dilatação dos vasos, oque acaba prejudicando o fluxo sanguíneo. Álcool: dissolve o muco e deixa ele mais fluido, degrada lipoproteínas e por consequência ele degrada as células e junções oclusivas da parede. Idade: a senilidade diminui a renovação celular e então a barreira epitelial fica mais frágil e com isso, diminui a produção de muco. Estômago – gastrites e úlceras Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 2 Isquemia: são lesões causadas por estresse fisiológico, cirurgias grandes ou queimaduras que causam uma perda de sangue, causando uma hipotensão e diminuição do fluxo sanguíneo e com a diminuição do fluxo, há uma diminuição da saturação de O2, gerando uma vasoconstrição esplênica. Químicos agressivos: ácidos alcaloides podem degradar a mucosa, bile (químico endógeno). Pessoas com problemas no esfíncter duodenal tem uma chance maior de desenvolver uma gastrite. Morfologia microscópica: podemos observar um infiltrado neutrofilico na lâmina própria, micro abscessos de cripta (neutrófilos infiltrados nas células epiteliais), erosão do epitélio e pontos hemorrágicos. • Os pontos vermelho é sangue e os pontos roxos são focos de inflamação. Morfologia macroscópica: podemos observar edema e hiperemia na mucosa. Também podemos encontrar algumas regiões com erosões e ulcerações. • Erosão: quando só danifica uma parte do epitélio (células superficiais). É como se fosse um ralado. • Ulceração: é quando há uma perda de todo o epitélio da região e por isso o tecido conjuntivo fica exposto. GASTRITE CRÔNICA Ela ocorre devido a uma agressão repetida e persistente na mucosa gástrica. Os sintomas dessa gastrite tendem a ser menos graves. Os pacientes podem apresentar dispepsia e náuseas -> Não apresenta uma dor aguda e empachamento pós-prandial. GASTRITE POR H. PYLORI É uma gastrite superficial e predominante no antro, mas, pode acometer o corpo e o fundo (pangastrite). • Existem cepas onde ela poder mais ou menos virulenta e causar um estado mais ou menos grave. Cepa fraca: tende a permanecer no antro. Cepa forte: pode produzir VacA (aumenta a permeabilidade do epitélio e destrói as junções oclusivas e estimula a apoptose) e CagA (aumenta a produção de citotoxinas inflamatórias - IL-6 e IL- 8 e produz agentes antioxidantes – super óxido dismutase e acalase – inativam os neutrófilos que a célula libera) que são exotoxinas. CagA: mais comum na H.pylori de cepa forte. • Ela se movimentam através dos flagelos e então entram no muco e ficam na superfície das células epiteliais. • Ela produz UREASE, que permite que ela possa pegue a ureia e transforme em amônia e CO2. • A amônia recebe íons H+, ou seja, aumenta o pH da região que a H. pylori está. Gastrite crônica antral: produção de gastrina pode estar normal ou aumentada. Aumento do pH -> Estimula a secreção de gastrina -> Estimula a secreção de HCL -> Úlcera péptica. Gastrite crônica de corpo e antro: relacionada com a cepa de maior virulência -> Produz CagA. Gastrite atrófica multifocal -> Diminuição de CP e secreção de HCL -> Metaplasia intestinal -> Adenocarcinoma. Morfologia macroscópica: incialmente tem uma mucosa mais grosseira (antro) e uma atrofia multifocal da mucosa, destruição das glândulas mucosa, metaplasia colunar e pode ter displasia. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 3 Morfologia microscópica: apresenta um infiltrado inflamatório com neutrófilos, macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Quanto mais neutrófilos, mais grave ela é e maior a destruição das células. • Folículos linfoide com centros germinativos proeminentes -> sinal de uma resposta imunitária frente a uma agressão persistente pela H.pylori. • Onde a seta aponte é a H. pylori. Complicações: devido a formação dos centro germinativos por conta do estímulo crônico, o paciente pode desenvolver um linfoma do tipo MALT. • Adenocarcinoma é uma possível complicação. Pangastrite: a célula começa a ter células caliciformes no meio das células normais do estômago -> Começa a ter uma atrofia com uma metaplasia intestinal. Diagnóstico: identificação histológica, teste rápido de urease, cultura, detecção de DNA, testes sorológicos, teste antígeno fecal e teste de respiração de ureia. GASTRITE AUTOIMUNE Ocorre uma produção de anticorpos contra as células parietais da mucosa do corpo e do fundo. Mais especificamente contra as proteínas da bomba de prótons e do fator intrínseco. Esse tipo de gastrite é mais prevalente e mulher e tende a surgir acompanhada de outras doenças. 10% dos casos de GC. O diagnóstico é por volta dos 60 anos e normalmente a paciente já apresenta sintomas Células parietais: elas produzem HCL e fator intrínseco. A produção dos anticorpos dessa gastrite causam uma reação nos linfócitos TCD4 e eles agem nas células parietais, mas acabam atingindo as células principais que produzem pepsinogênio e lipase. Hiperplasia de células endócrinas: o aumento de pH devido á destruição das células parietais e principais (hipocloridria/acloridria) estimula uma maior produção de gastrina pelas células G. • A destruição das células principais e parietais levam a uma atrofia das glândulas gástricas, oque leva a hipocloridria (diminuiçãoou parada total da produção de HCL). Sem a produção do fator intrínseco, não tem absorção de B12 que é essencial no ciclo de Krebs e para produção de ácidos nucleicos (DNA). • Portadores podem apresentar anemia perniciosa megaloblástica. Hipergastrinemia: é excesso de HCL. Isso ocorre, porque as células NE notam a baixa do HCL e produzem muita gastrina. • Somente a gastrina não é suficiente oque resulta em uma hiperplasia de células G. Morfologia macroscópica: podemos observar uma atrofia das glândulas gástricas e a perca de suas pregas. Morfologia microscópica: por ser uma inflamação mais profunda, as células inflamatórias são mais profundas. Inflamação vista nas células principais e parietais (substituída por metaplasia intestinal) e hiperplasia de CNE. • Atrofia e metaplasia intestinal na mucosa gástrica do corpo e do fundo. Filipe Libano – Universidade Nove de Julho 4 Diagnóstico: é feito através da cromogranina A e analise imuno-histoquímica. DOENÇA ÚLCEROSA PÉPTICA Úlcera aguda: são pequenas erosões, tecido em volta está inflamado e avermelhado e será uma única úlcera. Úlcera péptica: é uma úlcera crônica que se desenvolve quando tem uma agressão ácido- péptica prolongada na mucosa -> afeta o duodeno e o estômago -> Normalmente é uma complicação da gastrite crônica. • Possui uma secreção excessiva de HCL Morfologia macroscópica: presença de bordas elevadas e endurecidas devido ao tecido de granulação -> Encontrado na parte antral do estômago e no duodeno. Morfologia microscópica: presença de destruição de tecido lado a lado ao processo de reparo -> Infiltrado inflamatório neutrofilico -> Por ser um processo cronificado, há presença de macrófagos, linfócitos, leucócitos mononucleados e tecido de granulação (fibrose) junto. Bordas elevadas por conta do processo de angiogênese e fibrose que ocorre na úlcera. Complicações: dor, sangramento (maior problema devido a destruição do TGI, ela pode ser perfurante e ir até a adventícia perfurando o peritónio – pode ser superficial, profunda, perfurante ou cortante).
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