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DIREITO ELEITORAL

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DIreito Eleitoral
1. Conceito de Direito Eleitoral
O Direito Eleitoral cuida do exercício da soberania popular, por meio da qual o povo exerce todo o
poder que lhe pertence, de forma direta ou indireta. É um ramo do direito público.
Pode-se dizer que o Direito Eleitoral tem por objeto o alistamento eleitoral, a aquisição, a perda
e a suspensão dos direitos políticos, os sistemas eleitorais, a propaganda eleitoral, as
garantias eleitorais, os crimes e ilícitos eleitorais, as eleições, dentre outros institutos
relacionados ao exercício da soberania popular O Direito Eleitoral contém, unicamente, regras e
princípios sobre os Direitos Políticos.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
1.1. Fonte do Direito Eleitoral
Podem ser formais ou materiais:
➢ As fontes materiais são os diversos fatores sociais, éticos, políticos, econômicos,
religiosos que condicionam a formação e o surgimento das normas jurídicas. EX: As
manifestações da sociedade e a pressão de segmentos sociais e de sindicatos.
➢ Por sua vez, as fontes formais são os meios pelos quais uma norma jurídica ingressa
na ordem jurídica e passa a regular os fatos:
○ Constituição Federal: – É a principal fonte. Os princípios básicos e as regras
fundamentais do Direito Eleitoral estão inscritas na Constituição Federal. Caso haja
incompatibilidade entre uma norma eleitoral e a Constituição, tal disposição normativa é
inconstitucional. Trata dos direitos políticos, do alistamento eleitoral, da elegibilidade,
das inelegibilidades, das hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos, do
princípio da anterioridade eleitoral e da estrutura e composição da Justiça Eleitoral.
○ Código Eleitoral: Disciplina a competência da Justiça Eleitoral, o exercício dos direitos
políticos, fixa as regras de alistamento, dos sistemas eleitorais, de registro de
candidaturas, de atos preparatórios, da apuração, da diplomação dos eleitos, dos crimes
eleitorais e do processo penal eleitoral.
○ Lei dos Partidos Políticos: Dispõe sobre os partidos políticos e regulamenta os arts. 14 e
17, § 3º da Constituição Federal.
○ Lei das Inelegibilidades
○ Lei das Eleições
1.2. Competência Legislativa
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
Essa competência é exercida pelo Congresso Nacional, com a sanção do presidente da
República. Os demais entes federativos, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, NÃO
podem tratar de normas sobre Direito Eleitoral
Em regra, a criação de normas eleitorais ocorrerá por meio de edição de norma ordinária.
Esta é suficiente para tratar dos diversos temas eleitorais, como por exemplo, alistamento,
eleição, propaganda eleitoral, financiamento de campanha e condições de elegibilidade
Entretanto, em algumas situações, é exigível, em determinados temas eleitorais, a edição de
lei complementar
É exigível a edição de lei complementar para tratar:
1º – das inelegibilidades infraconstitucionais;
2º – da organização e das competências da Justiça Eleitoral.
2. Princípios Eleitorais
2.1. Democracia: Fundamento e valor essencial dos Estados Modernos. O poder pertence ao
povo que o exerce diretamente ou por meio de representantes. Para melhoramento do nível
democrático de um Estado, protege-se a liberdade e a igualdade para a manifestação de ideias,
assim, qualquer conduta que possa diminuir ou afetar a liberdade e a igualdade democrática deve
ser combatida.
2.2. Princípio da Moralidade Eleitoral: Hipóteses de inelegibilidade serão instituídas com a
finalidade de proteger a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato.
Situações que demonstrem nocividade à condução da coisa pública deverão ser coibidas e
seus infratores devem ser afastados da possibilidade de candidatar-se a mandatos eletivos,
para que se proteja a moralidade eleitoral, é indispensável a edição de lei complementar sed
Princípio da Democracia Partidária: Com a Constituição de 1988, os partidos políticos
passaram a proteger os direitos fundamentais e o regime democrático. O Estado NÃO pôde
mais imiscuir-se nos assuntos partidários e nem determinar a estrutura das agremiações
partidárias. Os partidos políticos detêm o monopólio das candidaturas, Para ser votado, o cidadão
deve filiar‑se. Inexistem no sistema brasileiro candidaturas avulsas.
Princípio do Sufrágio Universal: “Sufrágio” é o direito conferido ao cidadão para que possa
validamente participar da formação da vontade estatal. Traduz-se no direito de votar e ser votado.
Sufrágio é universal não indica que toda e qualquer pessoa possui direitos políticos no Brasil.
Desse modo, somente as pessoas que preencherem os requisitos constitucionais poderão exercer
o direito ao voto e o direito de ser votado.
Princípio da Liberdade de Organização Partidária: O Partido Político é uma pessoa jurídica de
direito privado, que se destina a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade
do sistema representativo e, também, a defender os direitos fundamentais definidos na
Constituição. Em razão de suas funções e atribuições na democracia brasileira, a Constituição
Federal adotou o princípio da liberdade de organização partidária. Dessa forma, o partido tem
autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
Princípio da Fidelidade Partidária: De acordo com o art. 17, § 1º, da CF/1988, o estatuto do
partido político deve estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias. Esse princípio tem
uma faceta administrativa, implicando a possibilidade de aplicação de sanções aos filiados que
adotem condutas contrárias às orientações da direção partidária.
Princípio da Lisura das Eleições: Busca-se garantir a igualdade de todos os candidatos perante
a lei eleitoral. As eleições devem estar livres de corrupção, fraude, abuso do poder econômico e
de autoridade. Pela lisura das eleições, os meios empregados nas propagandas, nas campanhas
devem ser éticos e justos.
➢ Abuso de poder econômico: esse ilícito caracteriza-se quando os candidatos utilizarem o
poder financeiro com a finalidade de obter vantagem, mesmo que indireta, durante as
eleições.
➢ Abuso de poder de autoridade: trata-se de atos praticados por exercentes de cargos,
empregos ou funções, que excedem os limites da legalidade ou da competência em
benefício de campanhas eleitorais.
Princípio do Aproveitamento do Voto: Este princípio direciona as atividades da Justiça Eleitoral.
Isso porque o juiz deve preservar a soberania popular quando estiver analisando nulidades que
possam viciar as eleições, se houver alguma nulidade no ato de votar e esta não for arguida
imediatamente, o vício será desconsiderado.
Princípio da Anterioridade Eleitoral: O Legislador Constituinte, com a finalidade de garantir
segurança jurídica à realização das eleições, previu o princípio da anterioridade eleitoral. Esse
princípio tem a finalidade de estabilizar, pelo período mínimo de 1 ano, normas
processuais-eleitorais. a lei que alterar o processo eleitoral tem vigência imediata, ou seja, não
possui vacatio legis. Desse modo, não se aplica às leis que alterem o processo eleitoral o art. 1º
da Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB).
Obs: O princípio da anterioridade eleitoral é aplicável unicamente às leis que alterem o processo
eleitoral. Não confunda. Não são todas as leis eleitorais que sofrem a incidência dessa disposição
constitucional.
Princípio da vedação da restrição de direitos políticos: Direitos políticos somente podem ser
limitados ou restritos na situações expressamente previstas em lei.
3. Direitos Políticos - Aspectos gerais
Todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes, esse poder
é a soberania popular. Existem duas maneiras de exercer esse poder:
a) Diretamente: por meio dos instrumentos deexercício direto da democracia (voto,
plebiscito, referendo).
b) Indiretamente: por meio dos cidadãos eleitos para o exercício de mandatos
representativos no poder legislativo e no poder executivo (representação).
Nos termos do art. 14, caput, da CF, a soberania popular será exercida por meio do sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, nos termos da lei, mediante:
➢ Plebiscito
➢ referendo
➢ iniciativa popular de leis
➢ ação popular, etc
Esse conjunto de instrumento da soberania popular é denominado direitos políticos, ou seja,
são os instrumentos de exercício do poder pelo povo.
Ressalte-se, entretanto, que o rol de direitos políticos constantes no art. 14 da CF não é taxativo,
mas meramente exemplificativo. Isso quer dizer que existem outros direitos políticos, além
daqueles expressamente consignados na Constituição Federal. Assim, toda forma de
manifestação que permita ao povo a intervenção na formação/modificação das políticas
públicas e das leis constituirá direito político. Exemplificando: as manifestações populares, a
favor ou contra um determinado tema político-comunitário, constituem manifestação de direito
político; a atividade do lobista na defesa de direitos de uma determinada classe ou setor social,
por exemplo, constitui exercício de direito político.
4. Classificação dos direitos políticos:
Os direitos políticos podem ser ativos ou passivos:
➢ Direitos políticos ativos: Constituem o direito de votar, o povo manifesta diretamente
sua vontade. Somente pode exercer o direito ao voto o cidadão previamente alistado
perante a Justiça Eleitoral: antes do alistamento, não há cidadão, após o alistamento,
surgem os direitos políticos e o cidadão poderá exerce-lôs.
Obs: Todo cidadão tem direito político ativo. Isso quer dizer que qualquer cidadão alistado perante
a Justiça Eleitoral será titular do direito de vota, salvo se incidir em uma hipótese restritiva do
exercício da cidadania.
➢ Direitos políticos passivos: são o direito de votar e ser votado, o direito de concorrer a
cargos públicos eletivos. Para o exercício dos direitos políticos passivos é necessário o
preenchimento das condições de legibilidade.
Obs: Somente poderá exercer os direitos políticos passivos o cidadão que preencher todas as
condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma situação de inelegibilidade. Não são todos
os cidadãos que podem exercer o direito de ser votado, diferentemente do direito de votar.
Os direitos políticos podem também ser classificados em positivos ou unegativos:
➢ Direitos políticos positivos: o conjunto de normas que conferem ao povo a
possibilidade de exercer a soberania popular: a) direito de votar; b) direito de ser
votado; c) direito de participar em referendo e plebiscito; d) iniciativa popular de leis, e e)
ação popular.
➢ Direitos políticos negativos: constituem um conjunto de normas que restringem o
exercício dos direitos políticos, restringindo um direito fundamental. A aplicação das
restrições à cidadania deve levar em conta o princípio da tipicidade eleitoral: somente
será admitida a limitação de direitos políticos nas hipóteses previstas em lei: a)
hipóteses de inelegibilidade; b) hipóteses de perda dos direitos políticos; c) hipóteses de
suspensão dos direitos políticos.
Obs: A restrição de direitos políticos por meio dos institutos da perda ou suspensão somente é
admitida nos casos estabelecidos no art. 15 da CF. Não se admite a instituição de novas
hipóteses de perda e suspensão de direitos políticos por meio de legislação
infraconstitucional. A restrição do direito político passivo por meio das inelegibilidades somente
cabe por meio de previsão contida em norma constitucional (art. 14, §§ 4o a 7o) ou
disposição de lei complementar. Isso porque o art. 14, § 9o, da CF prevê a possibilidade de
criação de outras hipóteses de inelegibilidade, além daquelas estabelecidas no texto
constitucional, desde que haja a instituiçã de lei complementar.
5. Direito ao sufrágio
Os direitos políticos abrangem o direito ao sufrágio, que se materializa no direito de votar, de
participar da organização da vontade estatal e no direito de ser votado:
a) capacidade eleitoral ativa: direito de votar
b) capacidade eleitoral passiva: direito de ser votado.
Sufrágio X voto: Não se confundem, A Constituição dá-lhes sentidos diferentes, especialmente,
no seu artigo 14, por onde se vê que o sufrágio é universal e o voto é direto e secreto e tem valor
igual. O direito (sufrágio), o seu exercício (o voto), o modo de exercício (escrutínio).
Obs: O sufrágio é universal, entretanto, são titulares do direito ao sufrágio as pessoas que
preencherem os requisitos constitucionais para a aquisição dos direitos políticos: os cidadãos.
➢ Cidadão: titular de direitos políticos. Para a CF, só poderá ser considerado cidadão a
pessoa que for brasileira e maior de dezesseis anos, desde que alistado perante a
Justiça Eleitoral;
➢ Pessoa: titular de direitos. Para o Código Civil, todos os que nasceram com vida são
pessoas e titulares de direitos e obrigações na ordem civil.
O sufrágio é universal quando assegurado o direito de votar a todos os nacionais, independentemente
da exigência de quaisquer requisitos, tais como condições culturais ou econômicas etc.
O sufrágio será restrito quando o direito de votar for concedido somente àqueles que cumprirem
determinadas condições fixadas pelas leis do Estado. Pode ser censitário ou capacitário:
● O sufrágio censitário é aquele que somente outorga o direito voto àqueles que preencherem certas
qualificações econômicas. Seria o caso, por exemplo, de não se permitir o direito de voto àqueles
que auferissem renda mensal inferior a um salário mínimo.
● O sufrágio capacitário é aquele que só outorga o direito de voto aos indivíduos dotados de certas
características especiais, notadamente de natureza intelectual. Seria o caso, por exemplo, de
se exigir para o direito ao voto a apresentação de diploma de conclusão do curso fundamental, ou
médio ou superior.
6. Direito ao voto
É um direito político ativo, todo cidadão que possuir a capacidade eleitoral ativa terá o direito de
exercer o voto. É um direito público subjetivo de manifestação de vontade, uma função da
soberania popular na democracia representativa. Para os maiores de 18 anos e menores de 70
anos, desde que alfabetizados, é também um dever cívico.
6.1 Características do voto:
➢ Pessoalidade: O voto só pode ser exercido pessoalmente. O eleitor não pode outorgar
procuração para que outra pessoa vote em seu lugar. Essencial para autenticidade do
voto.
➢ Obrigatoriedade de comparecimento: aos maiores de 18 anos e menores 70 anos,
desde que alfabetizados, é OBRIGATÓRIO o comparecimento às eleições. Aquele que se
encaixar nessa prescrição constitucional deverá necessariamente comparecer às urnas
sob pena de estar sujeito a uma série de restrições legais e multa.
➢ Liberdade: Trata-se da possibilidade de o cidadão escolher com liberdade seus
candidatos e partidos políticos. A liberdade de voto inclui o direito de votar em branco ou
anular o voto.
➢ Secreto: O voto é sigiloso, não pode ser revelado pelos órgãos da Justiça Eleitoral,
evitando que o eleitor seja corrompido pelo abuso do poder econômico ou político
➢ Direto: O eleitor, sem intermediários, escolhe seus governantes e representantes.
➢ Periodicidade: Os mandatos são TEMPORÁRIOS, e periodicamente, o eleitor é chamado
para eleger seus representantes por meio do voto (trata-se de cláusula pétrea)
Obs: por força do princípio republicano, de tempos em tempos devem os mandatos ser
revogados com a realização de novas eleições
➢ Igualdade: O voto de todos os cidadãos têm o mesmo valor, independentemente de
qualquer circunstância.
7. Plebiscito e referendo
São instrumentos que viabilizam a soberania popular de forma direta. O povo é chamado, por
meio de uma consulta popular, a se manifestar sobre um determinado tema político. (art. 2º)
➢ O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo
ao povo, pelovoto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
➢ O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
A distinção entre os institutos é o momento da manifestação dos cidadãos: se a consulta à
população é prévia, temos o plebiscito; se a consulta à população sobre determinada matéria é
posterior à edição de um ato governamental, temos o referendo.
O plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, nas questões de
relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, por proposta de
um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso
Nacional
8. Alistamento eleitoral
O alistamento eleitoral é o ato pelo qual a pessoa se torna um cidadão. Trata-se de
procedimento administrativo desenvolvido perante a Justiça Eleitoral que tem a finalidade de
aferir o preenchimento dos requisitos de alistabilidade.
8.1. Requisitos para o alistamento:
Nacionalidade brasileira: basta ter a nacionalidade brasileira para que a pessoa possa alistar-se,
não há distinção entre brasileiro nato e naturalizado; idade mínima: 16 anos.
Atenção! Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição. Assim, preenchidos os
requisitos, o português é o único estrangeiro que poderá se tornar um cidadão brasileiro.
8.2. Espécies de Alistamento
a) Alistamento obrigatório
O alistamento e o voto serão obrigatórios quando: o cidadão for brasileiro, maior de 18 anos e
menor de 70 anos, e alfabetizado
Aquele (com alistamento e voto obrigatórios) que NÃO VOTAR está sujeito às seguintes sanções:
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e NÃO se justificar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a
realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da
região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367.
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou
devidamente, não poderá o eleitor:
I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico
ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer
natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado,
correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição;
III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do
Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou
estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de
crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar
contratos;
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda
obs: A pessoa que não votar e não justificar o seu voto por três eleições seguidas, além das penalidades,
terá também o título de eleitor cancelado.
b) Alistamento facultativo
O alistamento será facultativo para pessoas nas seguintes situações: Maior de 16 anos e menor
de 18 anos; Maior de 70 anos; Analfabeto.
o legislador, ao facultar o voto aos maiores de 70 anos, atentou para as
prováveis limitações físicas decorrentes da sua idade, de modo a não transformar o
exercício do voto em transtorno ao seu bem-estar
Alistamento de pessoas com necessidades especiais: O TSE dispôs que o alistamento e o
voto são obrigatórios para as pessoas com deficiência. Entretanto, as pessoas com deficiência
para quem o exercício das obrigações eleitorais seja excessivamente oneroso NÃO estarão
sujeitas às sanções decorrentes de não o praticarem. Ou seja, para esta última classe de
pessoas, o alistamento e o voto serão facultativos.
c) Alistamento vedado:
A CF PROIBE o alistamento eleitoral para as seguintes pessoas;
➢ Conscrito, durante o período do serviço militar obrigatório – conscrito é o nome que se dá
aos que prestam serviço militar obrigatório.
➢ Estrangeiro – a nacionalidade brasileira é pressuposto para a cidadania brasileira. O
único estrangeiro que pode se alistar no Brasil é o português, em razão do estatuto da
igualdade.
O conscrito e os estrangeiros são denominados inalistáveis.
9. Elegibilidade
Direito político passivo, decorre da capacidade eleitoral passiva. Somente poderá exercer o direito
à elegibilidade o cidadão que preencher as condições de elegibilidade:
Art. 14, § 3o São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
9.1 Nacionalidade Brasileira
A CF não permite que todos os residentes no Brasil possam ser candidatos, somente os
brasileiros podem ser candidatos.
Aos brasileiros natos a elegibilidade é plena, o impedimento para os naturalizados, ocorre nas
seguintes hipóteses:
➢ Quando se trata de eleições para os cargos de presidente e vice-presidente da
República.
➢ Quando houver a perda da nacionalidade adquirida (brasileiro naturalizado), seja por
cancelamento via sentença judicial em que não caiba mais recurso, seja por ter o cidadão
adquirido outra nacionalidade, excetuados os casos previstos na própria Carta Magna
Obs: Em razão de norma permissiva do § 1o do art. 12 da Constituição – que assegura aos
portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição – os portugueses
podem exercer a capacidade eleitoral passiva e se candidatar a mandato eletivo (exceto
para Presidente e Vice-Presidente da República, em face do § 3o do art. 12), desde que
cumpram as demais condições de elegibilidade.
9.2. Alistamento eleitoral
Somente o cidadão previamente inscrito no Cadastro Eleitoral poderá concorrer a cargos eletivos.
9.3. Plenitude do Gozo dos Direitos Políticos
Para o exercício do direito à elegibilidade, o cidadão não pode incidir em nenhuma das hipóteses
de perda ou suspensão dos direitos políticos.
Atenção: As inelegibilidades não afetam a plenitude do exercício dos direitos políticos. Somente
as hipóteses de perda ou suspensão retiram o pleno gozo dos direitos políticos. As
inelegibilidades constituem restrição somente para o exercício do direito à elegibilidade. O cidadão
inelegível poderá exercer os demais direitos políticos.
Há pleno exercício dos direitos políticos quando o cidadão pode exercer o conjunto dos direitos
a ele conferidos, tais como exercício do voto (capacidade eleitoral ativa), de concorrer a cargos
eletivos (capacidade eleitoral passiva), de participar de partidos políticos, de utilizar instrumentos
constitucionais e legais, de ter efetiva participação e influência nas atividades de governo.
Haverá restrições aos direitos políticos nos casos de perda e suspensão desses direitos. As
hipóteses que afastam a plenitude do exercício dos direitos políticos estão estabelecidas no art.
15 da Constituição Federal. Esta é a redaçãodo referido artigo:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5o, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4o.
9.4. Domicílio eleitoral
O cidadão só pode concorrer a cargos eletivos da circunscrição de seu domicílio eleitoral. O
domicílio eleitoral demarca o local da candidatura e do exercício dos direitos políticos do cidadão.
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do
requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
TSE: O domicílio eleitoral não se confunde, necessariamente, com o domicílio civil. A
circunstância de o eleitor residir em determinado município não constitui obstáculo a que se
candidate em outra localidade onde é inscrito e com a qual mantém vínculos
Para participar das eleições, o cidadão deverá ter domicílio eleitoral na circunscrição do cargo
pelo prazo de seis meses antes da data das eleições. É uma forma de garantir que os
representantes tenham um vínculo com os cidadãos daquela localidade, conheçam os valores,
tendo, por essa razão, melhor condição de exercer o direito à elegibilidade.
9.5. Filiação partidária
Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado a um partido político, porque o
exercício do direito à elegibilidade depende dos partidos políticos. Não existe candidatura
avulsa.
Em regra, o cidadão deve estar filiado ao respectivo partido político pelo prazo mínimo de seis
meses antes da data das eleições.
9.6. Idade Mínima
➢ trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
➢ trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
➢ vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
➢ dezoito anos para Vereador.
Essa condição de elegibilidade é verificada tendo por base a data da posse e não a data do
registro de candidatura. Exceto para idade mínima de 18 anos que o momento de sua
comprovação deve ser a data do pedido de registro de candidatura.
10. Condições de elegibilidade infraconstitucionais
Condições de elegibilidade infraconstitucionais; ou condições de elegibilidade impróprias.
10.1. Indicação em convenção partidária
O candidato que deseja candidatar-se precisa ter seu nome escolhido pela convenção do partido
ao qual esteja filiado para cooncorrer a determinado cargo eletivo. Ou seja, o candidato, ainda que
preencha todas as condições de elegibilidade constitucionais, deverá ser indicado pelo partido
político ao qual é filiado.
Momento de comprovação das condições de elegibilidade
As condições de elegibilidade deverão ser demonstradas no momento do pedido de registro de
candidatura junto à Justiça Federal.
Contudo, a idade mínima constitucional deve ser comprovada tendo por parâmetro a data
da posse do cargo eletivo pretendido; o domicílio eleitoral e a filiação partidária são
verificadas baseando-se na data da eleição.
INELEGIBILIDADES
10.2. Elegibilidade do militar
O militar é alistável e elegível. A única espécir de militar que não pode se candidatar é o
CONSCRITO. Entretanto, a elegibilidade dos militares depende do atendimento dos seguintes
requisitos, inscritos no art. 14, § 8o:
Art. 14, § 8o O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
11. Restrição dos Direitos Políticos
Os direitos políticos possuem natureza jurídica de direitos fundamentais. Somente se admite
restrição de direitos políticos nas hipóteses previstas na própria Constituição ou nas
espécies normativas permitidas no texto constitucional, vedada a aplicação de analogia ou de
interpretação extensiva nessa matéria.
➢ Cassação de direitos políticos;
➢ Perda dos direitos políticos;
➢ Suspensão de direitos políticos;
➢ Inelegibilidades.
A cassação de direitos políticos foi PROIBIDA EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO.
11. 1 Perda dos Direitos Políticos
É uma hipótese de restrição definitiva dos direitos políticos. A perda é sempre permanente,
embora se possa recuperar o que perdeu.
● Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: essa é uma
hipótese lógica de perda dos direitos políticos. Isso porque a nacionalidade é pressuposto
da cidadania brasileira. Em razão da perda da nacionalidade brasileira, perde-se a
condição necessária para a manutenção da cidadania brasileira. Esse fato acarreta a
perda dos direitos políticos;
● Perda da nacionalidade brasileira por aquisição de outra nacionalidade: será
declarada a perda da nacionalidade brasileira administrativamente, quando a pessoa
adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária. Como consequência desta
alteração em sua condição jurídica, tornando-se estrangeiro, por óbvio não mais terá
direitos políticos no Brasil.
● Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do art. 5o, VIII: ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
11.3 Suspenção dos direitos políticos
A suspenção dos direitos políticos é uma restrição temporária do eercício dos direitos políticos,
nas seguintes hipóteses:
● Incapacidade civil absoluta;
● Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos – todos
os cidadãos que forem condenados pela prática de um crime, a partir do trânsito em
julgado da sentença, estarão com os direitos políticos suspensos, de forma
automática. Essa suspensão durará pelo prazo de cumprimento da pena até a extinção da
punibilidade.
● Improbidade administrativa: a condenação pela prática de improbidade administrativa
poderá acarretar a suspensão dos direitos políticos pelo prazo estabelecido em lei e fixado
em sentença. Não é automática e depende de expresso estabelecimento em sentença
com a devida fundamentação.
Analfabetos
São considerados analfabetos os cidadãos que não sabem ler e escrever, a inelegibilidade dos
analfabetos têm o objetivo de impedir que pessoas desprovidas de capacidade intelectual
exerçam mandato público, uma vez que entende-se que esses indivíduos não possuem
condições para enfrentar e solucionar os problemas da sociedade.
É importante destacar que o analfabetismo deve ser total, a jurisprudência entendeu que aqueles
capazes de escrever seu nome, ainda que não possuam capacidade de leitura e escrita plena,
estão aptos ao exercício do voto.
Reeleição a cargo do Executivo
O § 5o do art. 14 da Constituição da República trata do instituto da reeleição no sistema eleitoral
brasileiro, o texto constitucional permite somente uma única continuidade
político-administrativa, não sendo possível a permanência em sucessivos mandatos
eletivos. Esse instituto visa evitar fraudes no sistema eleitoral e resguardar o princípio republicano
ao vedar a reeleição para para mandatos consecutivos
O cônjuge e os parentes
São inelegíveis, conforme à constituição, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
eletivo e candidato à reeleição.JUSTIÇA ELEITORAL
Controle das eleições = Sistema Jurisdicional: O Judiciário controla as eleições por meio de
uma Justiça Especializada.
O sistema jurisdicional [em relação às eleições surge como resposta às insuficiências
apresentadas pelos sistemas políticos, com a intenção de substituir um controle
discricionário por um controle técnico e juridicamente enquadrado. Feito por uma Justiça
Especializada.
● É órgão da Justiça da União:
● Os servidores são federais: técnicos e analistas.
● Não possui juízes próprios: Não existe a carreira técnica específica de Juiz Eleitoral
É exercida por Juízes Estaduais em primeira instância. E, no TSE por juízes estaduais e
federais. Esses juízes são convocados:
CE, art. 14. Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão
obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.
Funções
● Administrativa:
Prepara, organiza e administra todo o processo eleitoral. Ex: expedição de título de eleitor; fixação
das zonas eleitorais; autorização para transmissão de propaganda partidária; etc.
Obs: O juiz age de ofício e exerce poder de polícia (poder de limitar direitos conforme a lei).
● Consultiva:
No Judiciário, apenas a Justiça Eleitoral se pronuncia sobre consultas que lhe são formuladas.
Essa competência é do TSE e dos TRE´s.
O objetiva da função consultiva é prevenir litígios. As consultas são formuladas por autoridades
públicas e partidos políticos. Estas consultas não se referem a situações concretas específicas,
que já denotem a existência de litígio
● Normativa:
Expede Resoluções (Verificar a distribuição de vagas na câmara dos debutados em função do
número de habitantes, por exemplo).
Estes atos normativos são veiculados na forma de resolução, que possuem força de lei.
● Jurisdicional:
Soluciona litígios (solução de um crime eleitoral ou abuso de poder econômico, por exemplo).
1.1 Composição do TSE e competências originárias
Órgãos da Justiça Eleitoral - CF, art. 118 Órgãos da Justiça Eleitoral - CE, art. 12
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na
Capital da República e jurisdição em todo o
País;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada
Estado, no Distrito Federal e, mediante
proposta do Tribunal Superior, na Capital de
Território;
III - os Juízes Eleitorais; III - juntas eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais IV - juízes eleitorais.
Composição do TSE - CF, art. 119 Composição do TSE - CE, art. 16
Por eleição e voto secreto, 3 juízes dentre
os Ministros do STF.
Por eleição e voto secreto, 3 juízes dentre
os Ministros do STF.
Por eleição e voto secreto, 2 juízes entre
membros do STJ Por eleição e voto secreto, 2 juízes entre
membros do TFR = não existe mais, hoje é
STJ
Por nomeação, 2 dentre 6 advogados,
indicados pelo STF.
Por nomeação, 2 dentre 6 advogados,
indicados pelo STF.
O Tribunal Superior Eleitoral elegerá (ou seja, os prórpios ministros):
● Seu Presidente e o Vice Presidente dentre os Ministros do STF,
● E o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do STJ.
• CE, art. 16, § 1º - Não podem fazer parte do TSE cidadãos que tenham entre si parentesco,
ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se
neste caso o que tiver sido escolhido por último
• CE, art. 16, § 2º - A nomeação de que trata o inciso II deste artigo [advogados] não poderá
recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor,
proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilegio, isenção ou favor em
virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político,
federal, estadual ou municipal.
1.2 Competências Originárias do TSE
TSE – CE, art. 22 • Registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios
nacionais e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República.
TRE – CE, art. 29 • Registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais
de partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro do
Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas.
Juiz Eleitoral – CE, art. 32 • Registro de candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores.
TSE – CE, art. 22
• Conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes Eleitorais de Estados diferentes.
• Suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcionários da sua
Secretaria.
TRE – CE, art. 29
• Conflitos de jurisdição entre juízes eleitorais do respectivo Estado.
• Suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regional e aos funcionários da
sua Secretaria assim como aos juízes e escrivães eleitorais.
STF – CF, art. 102, I
• Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidades [...] os membros dos Tribunais
Superiores.
STJ – CF, art. 105, I, “a”
• Nos crimes comuns e de responsabilidade [...] os membros dos Tribunais Regionais Eleitorais.
TRE – CE art. 29
• julgar e processar os crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleitorais;
Composição dos TRE´s e competências dos TRE´s, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais
Composição do TRE – CF, art. 120
● Por eleição e voto secreto, 2 juízes dentre desembargadores do TJ; 2 juízes de direito,
escolhidos pelo TJ.
● De um juiz do TRF com sede na Capital do Estado ou DF, ou de um juiz federal escolhido
pelo TRF(quando não o Estado não for sede de TRF).
● Por nomeação, 2 dentre 6 advogados, indicados pelo TJ.
Competências dos TRE´s
• e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades
que respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de
recurso, os denegados ou concedidos pelos juízes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando
houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
• f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto a sua
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juízes eleitorais em trinta dias da
sua conclusão para julgamento, formulados por partido candidato Ministério Público ou parte
legitimamente interessada sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. CE, art.
29
1.3 Juiz Eleitoral
É um juiz estadual (não existe carreira de juiz eleitoral). Convocado para atuar como Juiz
Eleitoral Substituto ou vitaliciado
Jurisdição
Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de direito em efetivo
exercício e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze das prerrogativas do Art. 95 da
Constituição.
Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o Tribunal Regional designara aquela ou
aquelas, a que incumbe o serviço eleitoral
Competência do Juiz Eleitoral
● I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do
Regional;
● II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada
a competência originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais;
● III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa
competência não esteja atribuída privativamente a instância superior.
● IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do serviço eleitoral;
● VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;
● IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
● XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos
municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional;
● XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das seções;
● XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com
pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;
● XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suasfunções;
● XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas
receptoras;
Juntas Eleitorais
Composição:
• É um órgãos colegiado provisório, composto por: um juiz de direito, que será o presidente e 2
ou 4 cidadãos de notória idoneidade.
• Tantas Juntas quanto permitirem o número de juízes (cidades muito grandes podem ter
várias)
Composição
• 60 dias antes da eleição, depois de aprovação do TRE.
• Atenção para as vedações – CE, art. 36, § 3º.
Competência
● I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua
jurisdição.
● II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da
contagem e da apuração; CE, art. 40
● III - expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;
● IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais
SISTEMAS ELEITORAIS
É o complexo de técnicas e procedimentos empregados na realização das eleições,
ensejando a conversão de votos em mandato, e, consequentemente, a legítima representação do
povo no poder estatal (Gomes). Converte os votos em mandatos e a representação política.
● Identifica as diferentes técnicas e procedimentos pelos quais se exercem os direitos
políticos de votar e de ser votado
Sistemas: Majoritário, Proporcional e Misto (o sistema misto NÃO é adotado no Brasil.)
Majoritário: Voto para o candidato, o candito mais votado é eleito: Chefia do executivo - prefeito
governador e presidente e senador.
Proporcional: Voto para o candidato e para o partido ou coligação. Os candidatos são eleitos
na proporção obtida pelos partidos ou coligações: utiliza os quocientes eleitoral partidário.
Deputado (estadual e federal) e Vereador (parlamentares exceto senador).
● Quociente eleitoral:
Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de
lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a
meio, equivalente a um, se superior.
● Quociente Partidário:
Determina-se para cada Partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente
eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas,
desprezada a fração.
Exemplo: Eleições municipais em São Paulo - 2012
● Votos válidos = 5.711.364
● Vagas na Câmara de Vereadores = 55
QE = VV ÷ VAGAS
QE = 103.843
● Quociente Eleitoral = 103.843
● Votos para a Coligação PR/DEM/PSDB/PSD = 2.045.338
QP = QE ÷ VOTOS LEGENDA OU COLIGAÇÃO
QP = 19 - ou seja, os 19 mais votados dessa coligação são eleitos.
● Em uma eleção proporcional, se um candidato é muito votado, ele pode aumentar
consideralvelmente o quociente partidário, “puxndo” outros candidatos com ele. Ex: tiririca.
ATENÇÃO: Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação
que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente
eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal
que cada um tenha recebido.
Obs: é possível votar somente no partido em uma eleição proporcional.
Sobras: Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários e em razão da
exigência de votação nominal mínima a que se refere o art. 108 serão distribuídos de acordo
com as seguintes regras:
● I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo
número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário do art. 107,
mais um, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares
a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal
mínima;
● II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher;
● III - quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos que atendam às duas
exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem as
maiores médias.
obs: Em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais idoso.
obs 2: Se nenhum Partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral, considerar-se-ão eleitos,
até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados.
PARTIDOS POLÍTICOS
CONCEITO
• Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pessoas,
com organização estável, cujas finalidades são alcançar e/ou manter de maneira legítima o poder
político-estatal e assegurar, no interesse do regime democrático de direito, a autenticidade do
sistema representativo, o regular funcionamento do governo e das instituições políticas, bem
como a implementação dos direitos humanos fundamentais.
• Natureza jurídica: São Pessoas Jurídicas de Direito privado.
• Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
➢ I - caráter nacional;
➢ II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
➢ III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
➢ IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
• Autonomia: CF, art. 17. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime
de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
Res.-TSE: A fidelidade partidária é encarada nas [...] relações entre o partido e o afiliado
(apenas efeito interno), somente. A relação institucional com o parlamento, com a conseqüência
jurídica da perda do mandato por efeito de infidelidade partidária, NÃO pode ser objeto da
disciplina estatutária de partido político, até porque cada um deles poderia disciplinar de forma
diversa.
Personalidade jurídica e registro: CF, art. 17, § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no TSE
Art. 8º O requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro
Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal,
• Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional,
considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de
eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados, NÃO computados os votos em branco e os
nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado
que haja votado em cada um deles.
● Só o partido que tenha registrado seu estatuto no TSE pode participar do processo
eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão,
nos termos fixados nesta Lei.
● Somente o registro do estatuto do partido no TSE assegura a exclusividade da sua
denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que
venham a induzir a erro ou confusão.
Requerimento dirigido ao Cartório de R.C.P.J. da Capital Federal Aquisição de
personalidade jurídica Obtenção de apoiamento mínimo Pedido de registro do TSE
Registro do estatuto do partido Alterações devem ser registradas no Ofício Civil e
encaminhadas ao TSE
Proibição de organização paramilitar: É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar.
● É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de
organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.
Fundação ou instituto criado por partido político
Art. 53. A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político, destinado ao
estudo e pesquisa, à doutrinação e à educação política, rege-se pelas normas da lei civil e tem
autonomia para contratar com instituições públicase privadas, prestar serviços e manter
estabelecimentos de acordo com suas finalidades, podendo, ainda, manter intercâmbio com
instituições não nacionais.
● O partido político pode criar fundações ou institutos destinado ao estudo e pesquisa, à
doutrinação e à educação política. Os partidos NÃO podem receber dinheiro de
estrangeiro MAS as fundações ou institutos podem mânter intercãmbio
2 o O patrimônio da fundação ou do instituto de direito privado a que se referem o inciso IV do
art. 44 desta Lei e o caput deste artigo será vertido ao ente que vier a sucedê-lo nos casos de:
• I - extinção da fundação ou do instituto, quando extinto, fundido ou incorporado o partido político,
assim como nas demais hipóteses previstas na legislação;
• II - conversão ou transformação da fundação em instituto, assim como deste em fundação.
4 o A conversão, a transformação ou, quando for o caso, a extinção da fundação ou do instituto
ocorrerá por decisão do órgão de direção nacional do partido político.
FILIAÇÃO
O partido tem liberdade para definir as regras de filiação. (Ex proibir que alguém que foi filiado ao
partido filie a esse partido)
● Apenas os que estão no pleno gozo de seus direitos políticos
● A filiação é deferida de acordo com as regras estatutárias
● Nos meses de abril e outubro o partido remete aos juízes eleitorais a lista de filiados
● O partido pode estabelecer prazos de filiação superiores aos previstos na lei
Cancelação da Filiação partidária:
● Morte
● Perda dos Direitos Políticos
● Expulsão Outras formas previstas no estatuto
● Filiação a outro partido
Fidelidade e disciplina partidária
Art. 22- A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do
partido pelo qual foi eleito.
Considera-se justa causa:
● I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
● II - grave discriminação política pessoal; e
● III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.
Violação dos deveres partidários Apuração e punição pelo órgão competente
Assegurado amplo direito de defesa
Na Casa Legislativa Subordinação aos princípios doutrinários e programáticos E às
diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção
O estatuto, além das medidas disciplinares básicas, pode estabelecer ao parlamentar que se
opuser às diretrizes:
● Desligamento temporário da bancada, suspensão do direito ao voto nas reuniões internas
● Perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da
representação.
Fusão, incorporação e extinção de partidos
Cancelamento voluntário: Art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior
Eleitoral, o registro do partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou
venha a se fundir a outro.
Cancelamento compulsório: Art. 28. O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de
decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual
fique provado:
● I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
● II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
● III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
● IV - que mantém organização paramilitar
Fusão: Partidos podem, por decisão de seus órgãos nacionais, fundir-se num só incorporar-se
um ao outro

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