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CLINICA DE EQUINOS - dermatologia equina

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Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
DERMATOLOGIA EQUINA 
 
Manejo de Feridas 
Observação importante: A cicatrização em equinos tem característica de ser mais 
lenta com obrigatoriedade de manejo mais adequado. 
 Classificação das Feridas: 
Ferida superficial e profunda, acidental ou traumática, intencional ou cirúrgica, 
patológica, iatrogenia, séptica, assépticas. 
 Fases da inflamação: 
1. Fase inflamatória = Hemostasia e vasodilatação para promoção da 
quimiotaxia – Ação de plaquetas e fibrina. 
2. Proliferativa = Epitelização  Angiogênese  Formação de tecido 
de granulação  Deposição de colágeno. 
3. Maturação ou remodelamento = A deposição de colágeno ocorre de 
maneira organizada. 
 Fatores que inibem a cicatrização: 
- Nutricionais, caquexia, hipoproteinemia, anemia, uso de esteroides; 
- Movimentação, infecção, seroma, hematoma, espaço morto; 
- Tensão na pele, perda de apetite, edema, tecido de granulação; 
- Baixa perfursão, diminuição do suprimento sanguíneo, diminuição de oxigenação 
local; 
Observação importante: 
O uso de corticosteroides inibe a proliferação dos fibroblastos, uma vez que, diminui a 
resposta imune normal à lesão; interferem na síntese proteica ou divisão celular, agindo 
diretamente na produção de colágeno; aumenta a atividade da colagenase. 
 Avaliação do paciente: 
O paciente com feridas deve passar por avaliação geral. Devemos avaliar se o animal 
tem vacina anti-tetânica, se há perda de sangue. É importante nesses casos fazer a 
analgesia do animal e contenção. 
 Cicatrização anormal: 
1. Hipertrófica; 
2. Quelóide; 
 Tecido de granulação exuberante (natural da fase proliferativa): 
- Ambiental, biomecânico e genético  Podem levar a divisão tão exuberante que esta 
ultrapassa o nível da pele, geralemnte está associada a ferimentos próximos às 
articulações. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
- Fibroplasia: Essencial na cicatrização, gera espaço morto/barreira contra agentes, 
provê ambiente de proliferação de miofibroblastos para fechar a ferida, gera uma rede 
de migração epitelial, os capilares participam da oxigenação/ nutrição/ presença de 
leucócitos, o tecido granulomatoso diminui com preenchimento da ferida. 
- Quando o tecido exubera  A inflamação torna-se conitnuada com pele esticada 
devido a diminuição de musculatura e aumento da movimentação; nos membros gera 
diminuição da circulação e diminui a drenagem = Diminuição da Reepitelização 
(granulação torna-se descontrolada). 
- Quando não tratado a ferida fica aberta indefinidamente, suscetível a trauma. 
 Diagnóstico Diferencial: 
- Afecções fúngicas Pithium spp. 
- Parasitárias (Habronema). 
- Neoplásicas (sarcóide). 
 Tratamento: 
1. Feridas de 1° intenção: 
- Ferida limpa, recente, sem infecção e avaliação da proximidade dos bordos; 
- Suturas ou aproximação; 
2. Feridas de 2° intenção: 
- Feridas infectadas; 
- Verificar se a ferida está sangrando  Fazer hemostasia que pode ser por pressão ou 
ligadura. 
- Lavagem por soluções isotônicas, debris grosseiros ou ligadura  com gaze ou 
seringa de 20. 
- Baixa pressão = seringa + agulha (Técnica preferível); 
- Alta pressão = bomba ( <70psi) – UTILIZADA QUANDO NÃO EM FASE INFLAMATÓRIA 
- Tricotomia; 
- Debridamento de tecido necrótico  Caso cirúrgico. 
- Antissépticos  Uso de clorexidina (0,2 a 0,05%), permagamato de potássio, líquido 
de Dakin e iodo povidona a 0,1% (o iodo povidona é desativado por matéria orgânica e 
pode ser agressivo em ferida recente). 
Protocolo para tratamento de feridas agudas e crônicas 
- PVPI 10% ou clorexidina alcoólica 0,5%. 
- Clorexidina aquosa e tópica 2%, álcool 70%. 
- Antissepsia da pele íntegra. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
- O uso da clorexidina e o PVPI são contraindicados em feridas abertas, pois são 
citólicos e retardam o processo de cicatrização. 
Observações importantes: 
- Peróxido de H+  Esporocida, debridamento mecânico, citotóxico e é inativado em 
matéria orgânica. 
- Uso de antimicrobiano tópico  Controle e prevença de infecção em tecido 
desvitalizado. Exemplos: Ampicilina, bacitracina, cefalotina, gentamicina, kanamicina, 
penicilina, neomicina, tetraciclina, sulfaprata e nitrofurazona. 
 Princípios ativos em curativos: 
Ácidos graxos essenciais, carvão ativado, prata, petrolatum, hidropolímero, filmes 
poliuretano, alginato de Ca e Na, fibrolisina, colagenase, papaína, hidrogel e 
hidrocolóide. 
Outros: Alantoína, óxido de zinco, alúmen de potássio. Podemos utilizar alantol + 
açúcar ou mel (estimula os fibroblastos). 
Outros: Óleo de girassol; fitoterapia com matruz, babosa e aroeira. 
Devemos manter o ferimento limpo com soro ringer lactato + ozonioterapia (caso tiver). 
 Bandagem ou curativo ideal: 
Manter umidade, manutenção do medicamento, sem aderência, remove/absorção de 
secreção, drenagem, controle do tecido de granulação, proteção de corpos estranhos, 
traumas, moscas, permitir trocas gasosas, controle do espaço morto, conforto, 
reaproximar bordos e redução de edema. 
Papilomatose 
 Geralmente o animal “cura” por volta dos dois anos; 
 Interferência, na maioria dos casos, é por questões estéticas; 
 Não é indicado a auto vacina = por gerar abscessos; 
 Recomendação de auto imunoterapia – indicado pela temperatura. 
Dermatite Alérgica Sazonal 
 Picadas de insetos – Culicoides sp. principalmente. 
 Trata-se de uma reação de hipersensibilidade do tipo I – Ação anafilática. 
 Diagnóstico: 
- Baseado nos sinais clínicos e identificação do inseto no ambiente do animal. 
 Tratamento: 
- Limpeza com clorexidina, shampoo a base de enxofre; 
- Uso de vitamina A e vitamina E injetáveis para ação mais rápida; 
- Prednisolona auxilia em tirar a crise. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
- Uso de dexametasona; 
Habronemose 
Definição: A incidência está relacionada com à larva do nematódeo adulto Habronema 
spp e Drashia megastoma. O ciclo evolutivo do Habronema é indireto, usando como 
vetor a mosca doméstica (Musca domestica) e a mosca dos estábulos (Stomoxys 
calcitrans) (BERTONE, 2000; FORTES, 2004). Normalmente, estas larvas são 
ingeridas pelos eqüinos, mas algumas vezes estas larvas são depositadas próximo aos 
olhos ou em feridas na pele causando a habronemose cutânea (MURO, 2008), 
caracterizando-se pela intensa proliferação de um tecido granulomatoso que não 
cicatriza. O Habronema em eqüinos tem uma distribuição global e afeta diversos países 
da Eurásia, África, Austrália e das Américas ( COLLOBERT- LANGIER, 2000). 
 Ciclo do parasita: 
As fêmeas do Habronema fazem a ovipostura de ovos embrionados, que são eliminados 
com as fezes, ou há a eclosão de larvas no intestino e são então eliminadas larvas. No 
meio ambiente as larvas do Habronema (L1) são ingeridas por larvas da mosca 
doméstica que vivem no estrume. Temos então o desenvolvimento concomitante da 
mosca e da larva do Habronema. Cerca de duas semanas mais tarde, temos as moscas 
adultas com a larva infectante (L3) do Habronema. Essas moscas ao pousarem em 
feridas abertas na pele do equino depositam as larvas e temos a denominada 
habronemose cutânea (BERTONE, 2000; FORTES, 2004). 
 Patogenia: 
Habronema muscae causa habronemose cutânea quando as L3 são depositadas pela 
mosca infectada em feridas dos animais, ocorre com frequência em regiões tropicais. 
Gera aspecto tumoral e deprecia o animal. Pode ocorrer também sua forma ocular e 
pulmonar. 
A larva do parasita contém hialuronidase enzima que faz o desbridamento da camada 
cutânea, permitindo a penetração da larva no tecido cutâneo. A pele responde com 
inflamação. 
A ingestão de larvas por meio de moscas infectadas causa irritação e em alguns casos 
gastrite catarral crônica que pode dificultar a digestão de alimentos devido a presença delarvas livres ma região estomacal. 
 Sinais clínicos: 
- Olhos avermelhados (principalmente na região da conjuntiva); 
- Lacrimejamento e instumescimento da região; 
- Feridas com aspectos esponjosos, com centros produtivos; 
- As lesões aparecem em locais comuns de traumatismos, como o rosto, perto da região 
medial dos olhos, a linha média do abdômen, nos machos em torno do pênis e prepúcio. 
Além de lesões nas patas, anca e pescoço. A lesão começa como pequenas pápulas com 
centro erodido. O desenvolvimento é rápido e as lesões podem atingir 30 cm de 
diâmetro em poucos meses. No início ocorre prurido intenso e isso pode levar ao auto 
traumatismo. Em seguida temos um granuloma castanho avermelhado não cicatrizante. 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
Mais tarde a lesão pode se tornar fibrosa e inativa, mas só cicatriza no tempo frio 
(HAMMOND et al., 1986). 
 Diagnóstico: 
- Histórico + ambiente (é importante que o ambiente esteja limpo e livre da presença de 
moscas); 
- Epidemiologia local; 
- Lesão que não cura facilmente  O tratamento cirúrgico é indicado em dois casos, 
primeiro em feridas que não cicatrizam e, segundo em nódulos calcificados que causem 
transtornos estéticos. Além disso, pode-se usar crio cirurgia e radioterapia (SMITH, 
1994). 
- Análise do histórico e estação do ano também é importante, uma vez que em certos 
períodos há maior presença de moscas no ambiente. 
- Presença de ovos nas fezes dos animais auxilia no diagnóstico dos animais, porém é 
raro encontrá-los. Pode ser feito lavado gástrico com sonda. 
- Presença de hifas septadas de Ptium é um diagnóstico diferencial. 
 Tratamento: 
- Cirurgia com curetagem e retirada do TGEx; 
- Medicação local com pomada manipulada; 
- Vermifugação por ivermectina ou moxidectina – possuem ação estomacal e sistêmica. 
- Medicação sistêmica utilizado em casos mais graves  Triclorfon, ivermectina, 
moxidectina em dose única. 
 Profilaxia: 
- Vermifugação com anti-helmíntico; 
- Controle de moscas a partir da destinação correta do esterco dos animais (retirada da 
matéria orgânica para evitar o desenvolvimento das moscas); 
- Pode ser usado mascaras de proteção nos cavalos para evitar que moscas pousem 
próximo aos olhos; 
- Uso de repelentes; 
Ptiose 
Definição: É uma enfermidade fúngica que afeta tecidos cutâneos e subcutâneos, TGI 
ou multissistêmica. Atingem cães, cavalos, gatos, bovinos e humanos. Altamente 
presente em regiões tropicais e subtropicais. 
 Ambiente: 
Ana Isabel Resende Matos || Medicina Veterinária – UECE 
- Águas estagnadas  Utiliza plantas aquáticas em seu ciclo biológico que inclui 
reprodução assexuada e sexuada produzindo zoósporos biflagelados que é a forma 
infectante. 
- Os zoósporos são liberados periodicamente em água pantanosa e infecta os animais 
que frequentam esses animais. 
 Patogenia: 
- Os zoósporos penetram na pele através de lesões preexistentes. 
- Proliferação rápida dos zoósporos com alta invasividade. 
- Surgimento de massas nodulares. 
- Feridas não cicatrizantes (ocorre de forma convencional); 
- Fístulas  Pode haver drenagem intensa de plasma, proteínas e sangue; 
- Pode ocorrer descarga serosanguinolenta; 
- Prurido intenso e surgimento de ulceração; 
- Surgimento de linfadenopatia; 
 Surgimento do “Kunkers”: 
- O organismo tentando isolar a lesão calcificando-a há desenvolvimento de massas 
semelhantes a coral amarelado. Pode haver surgimento de tecido necrótico com 
presença de hifas de Pythium sp. 
- Pode haver surgimento de Kunkers que não são específicos de pitiose, mas podem ser 
de habronemose e tuberculose. 
 Diagnóstico: 
- Presença de lesão macroscópica sugestiva; 
- Tecido de granulação exuberante com profundidade; 
 Tratamento: 
- Pythium-Vac a cada 14 dias até melhorar; 
- Anfotericina B na dose de 0,3 mg/kg (somente de uso hospitalar); 
- Iodeto de KPO 10g/40kg por peso vivo durante 10 dias; 
- Iodeto de Na 50mg/kg IV 1x a cada 1 ou 2 semanas durante 12 semanas;

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