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Considerações gerais • Pele e pelos • Manto de revestimento Þ Termorregulação Þ Frio e calor Þ Desidratação – prevenção Þ Contaminações externas – barreira imunológica Camadas da pele • Epiderme – camada mais externa • Derme Þ Artérias, veias, capilares, vasos linfáticos, glândulas e folículo piloso (tecido conjuntivo denso) • Hipoderme Þ Presença do músculo cutâneo • Pelos • Cascos • Glândulas sebáceas, sudoríparas e mamárias Þ Sudoríparas = distribuídas por todo o corpo, alta capacidade de sudorese, sistema de resfriamento Þ Quanto mais condicionado o cavalo, menor a produção de suor Observações de avaliação • Animais com pouca distribuição de melanina = maior predisposição a desenvolver dermatopatias • Animais com mais melanina absorvem mais calor • Quanto mais brilhoso e fino o pelo, mais bem tratado o animal está sendo Anidrose termogênica • Falha no mecanismo de sudorese • Alteração funcional das glândulas sudoríparas • Baixa capacidade responsiva a adrenalina ou epinefrina • Receptores b2-adrenérgicos (b2AR) – adrenalina ou epinefrina se ligam aos receptores (nessa doença os receptores não conseguem se ligar) Mecanismos de resfriamento • Principal = evaporação ou suor • Respiração Causas 3 possíveis fatores • Bloqueio na ligação de epinefrina e receptor • Obstrução de glândulas sudoríparas • Aclimatação mal realizada Patogenia Sinais clínicos • Dispneia • Baixa sudorese após o exercício • Pescoço e entre as coisas – geralmente não suam muito nesses locais • Abaixo da sela / forro = suam bastante • Taquicardia • Taquipneia • Hipertermia (41 a 42ºC) • Alterações cutâneas Þ Pele ressecada Þ Escamosa Þ Sem elasticidade Afecções de pele e músculos - equinos Þ Devido a baixa incidência de água no interstício Diagnóstico • Avaliação clínica Þ Animal em repouso = avalia TR, FC e FR Þ Faz exercícios com o animal e após 30 minutos de repouso Þ Em animais saudáveis, os parâmetros vitais avaliados tendem a diminuir Þ Animais com anidrose termogênica = baixa na FC e FR (pouca), mas a TR permanece em 40 a 42ºC • Obs.: pode estar associado ao hipotireoidismo (sinais clínicos semelhantes) • Epidemiologia (fatores genéticos, local onde o cavalo está) • Exames complementares Þ Hemograma Þ Bioquímico (função renal, hepática, dosagem de minerais (Cl e Na) e dosagem hormonal – T3, T4 e TSH livre) • Administrar epinefrina ou agonistas b2- adrenérgicos e observar se existe a presença ou ausência de suor no local da aplicação Þ Em torno de 1ug/mL a 5ug/mL Þ Se o cavalo suar, ele não possui anidrose termogênica Þ Se não suar = anidrose termogênica Prognóstico = reservado a bom Tratamento • Tratamento sintomático • Complexos vitamínicos (B, C e E) – principalmente em animais com anemia, para estimular imunidade e antioxidantes • Levotiroxina 10mg/animal/dia – em casos de hipotireoidismo associado • Iodo 0,1mg/kg • Caseína iodada 5 a 10mg/kg • Extrato de tireoide 2mg/kg • Eletrolíticos e terapia de suporte (aclimatação) • Tratamento longo • Em torno de 30 dias de tratamento para o animal voltar a suar Contusões Trauma direto na pele sem que haja comprometimento dela, ou seja, é uma lesão fechada • 1º grau Þ Equimose Þ Mancha roxa sobre a pele • 2º grau Þ Hematoma Þ Presença de secreção sanguinolenta • 3º e 4º grau Þ Grande comprometimento tecidual Þ Presença de necrose e gangrena Obs.: dependendo do grau, evolui para a cura espontânea. Como também pode evoluir para infecção e supuração formando uma ferida aberta Tratamento • Equimose Þ Crioterapia, 10 minutos 2x ao dia Þ Massagem com pomadas anti- inflamatórias, BID • Hematomas Þ Drenagem após uma semana Após a drenagem Þ Tratamento da Ferida – soro fisiológico com soluções antissépticas Þ Pomada a base de ATB Þ AINEs e ATB de suporte (Flunixin 1,1mg/kg e penicilina – até 5 dias no máximo o flunixin e penicilina por no mínimo 7 dias) Þ Soro antitetânico • Grandes distensões Þ Tratamento cirúrgico (punço-incisão) Þ AINEs e ATB de suporte Þ Soro antitetânico Obs.: locais próximos a articulações podem levar a artrites sépticas • Sempre observar se o ceroma tem ligação com a capsula articular antes de drenar o conteúdo Feridas • Ferida é toda e qualquer lesão, produzida em sua maioria por traumas, levando o afastamento dos tecidos lesados e presença d solução de continuidade Classificação Quanto aos planos atingidos • Superficial • Profunda Quanto ao tipo de lesão • Perfurantes – prognóstico ruim quando expõe alças intestinais • Incisas • Contusas – ocorre por materiais não perfurocortantes • Associadas Quanto a presença de microrganismos • Assépticas • Contaminadas • Infectadas – crônicas Outras • Substâncias químicas • Radiação • Origens térmicas Obs.: em contaminações da cavidade torácica geralmente não tem tratamento Sinais clínicos • Variam!!! Fenômenos primários • Locais Þ Hemorragia e dor • Distantes Þ Trombose e impotência funcional motora • Gerais Þ Hipertermia Þ Hemorragia Þ Choque (grandes lacerações) Fenômenos secundários • Fatores depressores da cicatrização ou estimuladores (granulação exuberante) – quando está de forma assimétrica com a pele • Lesões que possuem pouca inervação e muita vascularização Fase 1 = • Sangramento • Contração Fase 2 = • Rosa claro • Pode usar o açúcar na cicatrização até essa fase Fase 3 = • Rosa pálido Tratamento por 1ª intenção • Não contaminadas • Com até 6h • Sutura dos tecidos lesados • Simples ou captonada Þ Interrompido simples Þ Wolf captonado em regiões de alta tensão (nylon 0 + equipo estéril) = membros Þ Importante sempre fazer bandagens – bandagem de Robert Jones • Fio absorvível • Sedação (detomidina ou xilazina) • Bloqueio anestésico – lidocaína • Antissepsia • Soro antitetânico • ATB e AINEs • TF – soro, pomada a base de ATB, BID Tratamento por 2ª intenção • Feridas muito contaminadas • Com mais de 6h • Presença de exsudato e tecido necrosado • Feridas que apresentam deiscência • Limpeza completa da ferida Þ Soluções antissépticas Þ PVPI degermante ou clorexidine Þ Retirada dos tecidos necrosados exuberante • Curativo Þ Pomadas ATB Þ Fitoterápicos Þ Corrosivos Þ Pode utilizar o açúcar para auxiliar na cicatrização • Controle da infecção e da modelação Þ ATB Þ Perfusão regional Þ Ozonioterapia, laser, PRP, enxertos autólogos e heterólogo Concentrações altas de ozônio (70 ou 80) consegue eliminar todas as bactérias Após a ferida estar com coloração mais “saudável” = diminuir o ozônio para 20 Habronemose • Também conhecida como ferida de verão pois a incidência maior é no verão – a proliferação de moscas é maior • Ocorre devido a invasão de larvas de Habronema sp. em ferimentos, como também na conjuntiva e no prepúcio Obs.: cavalos castrados são mais predispostos devido a produção de esmegma Locais mais comuns de ocorrer • Cabeça – região de conjuntiva • Membros anteriores e posteriores • Abdômen e prepúcio Ciclo: A habronema pode ter uma fase sistêmica • Principalmente em órgãos do trato gastrintestinal • Secundária a forma cutânea Obs.: precisa ter uma lesão de continuidade para a mosca “chegar”; pode haver moscas em feridas secas Características da lesão • Evolução rápida • Centro ligeiramente concavo • Tecido de granulação irregular • Hiperêmica • Presença de crostas acinzentadas Sinais clínicos • Ferida crônica • Difícil cicatrização • Exsudativa e muitas vezes com prurido intenso Epidemiologia • Manejo sanitário inadequado Þ Moscas Þ Verminoses Þ Destino de resíduos Diagnóstico • Clínico + epidemiológico • Diagnostico definitivo = histopatológico TratamentoTópico • Limpeza e curetagem • TF – pomadas ATB + triclorfon BID (triclorfon oral = uma pomada por semana durante 5 semanas e tópico = todos os dias na ferida) • Pomadas revulsivas (Abocrescil) • Cal virgem Þ Se a ferida estiver muito ressecada, interromper o uso do cal • Ozonioterapia (baging ou óleo ozonizado) Þ Baging = ozônio dentro de um plástico (exceto látex) • Pomadas manipuladas Þ Ivermectina 0,5% + neomicina 0,5% + dexametasona 0,1% + lidocaína 5% + alantoína 2% + citronela 0,6% + pomada gase qsp 250g Tratamento sistêmico • Vermífugo – ivermectina 2% + triclorfon Þ 1 bisnaga por semana, durante 5 semanas • Triancinolona, 0,01 a 0,02 mg/kg, IM dose única • Cuidado com as moscas do ambiente • Destino correto dos dejetos • Desverminação em dias Pitiose • É uma infecção invasiva, ulcerativa, proliferativa e piogranulomatosa • Doença do alagado • Pythium insidiosum – causador • Outros = mucor spp. basidiobolus haptosporus etc. Características epidemiológicas • Regiões tropicais e subtropicais • Agente ambiental • Maior incidência no verão devido a umidade • Equinos de todas as idades, raças e sexo • Também pode acometer ruminantes, cães, gatos e humanos Etiopatogenia Características da lesão • Ferida crônica • Aspecto granulomatoso • Presença de necrose e fistulas • Presença de “kunkers” • Exsudato seromucoso intenso • Animal apresenta prurido intenso Diagnóstico • Epidemiologia + características da lesão • Diagnósticos diferenciais Þ Técnicas de granulação exuberante Þ Habronemose Þ Sarcoide • Diagnóstico definitivo Þ histopatológico Tratamento • Excisão cirúrgica • Pomadas cicatrizantes Þ Cetoconazol Þ Iodeto de potássio 10mg/L Þ DMSO 500ml/L • Bandagens • Evitar locais alagados • Ozônio e laser Tratamento sistêmico • Iodeto de potássio 20 a 40mg/kg, VO, SID • Acetonida de triancinolona 0,01 a 0,02 mg/kg, IM, dose única • Perfusão regional com anfotericina B na dose de 50 mg diluído em 50 ml de RL • Imunoterapia Sarcoide • Processo tumoral que acomete a pele dos cavalos • Causa incerta • Associada ao papiloma vírus bovino (Tipo 1, 2 e 3) • Acomete Þ Cabeça Þ Orelha Þ Membros anteriores e posteriores Þ Abdômen Características da lesão • Semelhança com papiloma – inicialmente • Aspecto verrugoso • Consistência firme • Fibroso • Ulcerativo • Fibroblastico nodular ou plana • Neoplasia benigna • Transmissível Pode ser: • Nodular • Oculto • Fibroblástico • Verrugoso • Misto • Maligno – processo acelerado de divisão (raro) Diagnóstico • Histórico epidemiológico + características da lesão • Diagnostico definitivo = histopatológico Tratamento conservativo • Quimioterapia • Radioterapia • Eletroquimioterapia • Antivirais • Imunoterapia Tratamento cirúrgico • Cirurgia convencional • Criocirurgia • Ligaduras • Combinação de técnicas cirúrgicas Melanoma • Neoplasia maligna • Relacionada a células produtoras de melanina. • Comumente ocorre em cavalos de pelagem tordilha – principalmente homozigotos - (100% dos filhos também são tordilhos) e ocasionalmente em animais de outras pelagens (despigmentados – cremelos) • Não tem predileção por raça e/ou sexo e geralmente aparece em animais acima de 6 anos de idade Características da lesão Localização • Base da cauda • Períneo • Ânus • Comissura labial (em equinos tordilhos) – geralmente tardio • Região parotídea Inicialmente • Pequenos nódulos que evoluem e podem ulcerar Observações: • Não tem cura • Quando é subcutâneo dá para retirar cirurgicamente • Em situações mais avançadas o fechamento é por 2ª intenção • Em casos crônicos pode afetar outros sistemas – se tornar uma metástase • A partir dos sinais clínicos pode-se realizar USG para observar o acometimento dos órgãos Diagnóstico • Tardio!!!! • Clínico = caraterísticas da lesão • Histopatológico Tratamento • Cirúrgico Þ Tamanho da lesão e tecidos envolvidos Þ Associação com criocirurgia Þ Alto índice de recidiva • Medicamentoso Þ Cimetidina – 2,5 mg/kg, VO, TID Þ Tratamento da ferida = óleo de girassol ozonizado Dermatomicoses ou Dermatofitoses • Também conhecidas como “tinhas” • Infecção cutânea contagiosa causada por fungos que se alojam na pele e nos pelos, invadindo também as células epiteliais Agentes infecciosos • Trichophyton equinum • Trichophyton mentagrophyted • Trichophyton verrucosum • Microsporum gypseum Características • Dermatites superficiais – derme ou no máximo a epiderme • Lesões circunscritas • Coloração acinzentada • Alopecia Acomete • Equídeos em geral, roedores, bovinos, cães, gatos e humanos • Sinais semelhantes • Geofílicos ou zoofílicos Transmissão • Contato direto • Fômites – escovas, celas • Baias úmidas e sujas • Estado imune do animal Regiões acometidas • Cabeça • Pescoço • Escapula • Costados • Dorso • Garupa • Silha • Base de cauda – pode cair o pelo devido a coceira Sinais clínicos • Pelos irritados e a pele com aspecto grosseiro • Dor ao toque • Alopecia circunscrita – características das dermatofitoses • Pouco prurido • Cor acinzentada • Focal mas pode generalizar se não tratar Observações • Pode ser diagnostico diferencial Þ Volumosos do gênero Brachiaria (principalmente a E-Decumbens) são tóxicos para equinos Þ Causam lesões acinzentadas, mas são disseminadas Þ Região de crina, cabeça • Se o prurido for focal na cauda, suspeitar de verminoses Diagnóstico • Caracteríscas da lesão • Raspado de pele Þ Hidróxido de potássio 10 a 20% - para corar (pode ser outros; ex.: azul de metileno) Þ Microscópio ótico (10x e 40x) Þ Hifas sempre septadas com conídeos em formas de gota Tratamento • Banhos com clorexidine a 2% ou com shampoo de cetoconazol (a cada 48h ou a cada 72h) – nos locais de lesão e não em todo o corpo do animal • Pomadas antissépticas (Furanil) • Spray a base de cetoconazol • Estimulantes de imunidade Þ Principalmente a base de Sacharomices Cerevisiae • Suplementos a base de biotina • Higiene / individualização dos utensílios • Auto-hemoterapia via IM (20mL por semana durante 5 semanas) – associada ou não com ozônio em alguns pontos de acupuntura • Minoxidil tópico pode auxiliar em locais de alopecia • O uso de medicação oral não é utilizado em condições de lesões focais, apenas em lesões generalizadas Þ Usar hepatoprotetores se fizer antifúngico oral Fotossensibilização ou dermatite solar Etiologia • Causas pouco esclarecidas • Brachiaria spp. (secundaria) Þ Lesão hepática (filoeritrina – tende a migrar para os tecidos superficiais) • Animais despigmentados • 1ª – relacionada ao próprio animal ou a planta (quando a planta libera substâncias) Þ Froelichia humboldtiana – ervanço (tóxica) • 2ª – associada a lesões hepáticas Sinais clínicos • Emagrecimento progressivo • Opacidade e alopecia • Ressecamento da pele • Prurido discreto • Pápula • Piodermite – infecção bacteriana • Necrose Diagnóstico • Clínico / Epidemiológico • Exames laboratoriais Þ Hemograma Þ Bioquímico – AST, GGT, Ureia e Creatinina Tratamento • Privar o animal da luz solar em excesso • Interromper o fornecimento de Brachiaria sp. • Hepatoprotetores Þ Cobalamina Þ Mercepton – até 100mL em 1L de soro (para equinos de 100kg) Þ Toxolin – 20mL em 1L de soro (para um equino de 500kg) • Pomadas tópicas de corticoides + neomicina • Piodermite – banhos + ATB Þ Penicilina Þ Sulfa Þ Enrofloxacina