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Diagnóstico sorológico e Controle de qualidade

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DESCRIÇÃO
A construção do conhecimento sobre o diagnóstico sorológico e controle de qualidade na
imunologia clínica.
PROPÓSITO
Compreender a importância dos testes sorológicos realizados com padrões definidos de
qualidade auxilia na investigação diagnóstica, no acompanhamento do prognóstico de uma
doença e na verificação da eficácia terapêutica garantindo assim resultados confiáveis.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a importância do diagnóstico sorológico
MÓDULO 2
Descrever os métodos de controle de qualidade
INTRODUÇÃO
Neste tema, exploraremos a importância do diagnóstico sorológico. Inicialmente, vamos
entender por que os métodos de diagnóstico sorológicos são classificados em qualitativos e
quantitativos. Você sabe a diferença entre esses dois tipos de análises? Vamos juntos observar
a importância da sorologia para definir um diagnóstico, a fase clínica e o prognóstico da
doença, a eficiência terapêutica, a seleção de doadores e receptores de sangue e órgãos e
entender mais sobre o conceito de soroconversão. Também será possível entendermos sobre o
diagnóstico coletivo. Você já ouviu falar sobre soroepidemiologia e soroprevalência?
Para que um método diagnóstico sorológico atenda a todos esses aspectos, é necessário
verificar parâmetros diretamente relacionados à eficiência e qualidade dos testes de fornecer
resultados fidedignos. Todos esses parâmetros fazem parte do controle da qualidade em
imunologia.
Você já ouviu falar em sensibilidade, acurácia e especificidade, valor de predileção negativo e
positivo? Sabe o que é um teste com alta sensibilidade e especificidade e sua importância? Já
recebeu um resultado positivo sem estar doente, os famosos “falso positivos”? Sabe o que
significa isso e por que acontece?
Vamos juntos nos próximos módulos conhecer mais acerca desses assuntos!
MÓDULO 1
 Identificar a importância do diagnóstico sorológico
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO
Os métodos sorológicos são desenvolvidos a partir do reconhecimento antígeno-anticorpo. Os
antígenos são qualquer molécula estranha ao organismo, como fungos, bactérias, vírus e
protozoários, que estimulam a produção de imunoglobulinas.
A ligação do anticorpo ao antígeno é altamente específica e ocorre em um sítio denominado
epítopo. Assim, os testes sorológicos utilizados para detectar a presença de um anticorpo
(anti-X) são desenvolvidos apresentando em sua composição o epítopo do antígeno específico
(X), isso garante que a reação ocorra apenas quando o soro testado apresentar o anticorpo
(anti-X) em investigação. Além de verificar a presença ou a ausência de um determinado
anticorpo, esses testes foram adaptados para detectar um antígeno, a presença de enzimas e
os hormônios.
Os testes sorológicos são uma ferramenta auxiliar para:
IMUNOGLOBULINAS
Popularmente conhecidas como anticorpos, moléculas do sistema imunológico capazes
de eliminar esses antígenos.
Diagnosticar infecções
Avaliar a compatibilidade entre doadores de sangue e de órgãos
Verificar a evolução de uma doença e a soroconversão durante uma imunização ativa
(vacina) ou infecção
Detectar antígenos tumorais
Além disso, contribuem para o diagnóstico de infecções causadas por patógenos difíceis de
visualizar a partir de fluidos biológicos ou alojados em uma estrutura tecidual do hospedeiro.
javascript:void(0)
Assim, não há necessidade de realizar exames mais invasivos, como biopsias, ou utilizar
métodos que necessitem de uma estrutura e profissionais especializados, como os métodos
moleculares. Esses testes são altamente empregados, pois são de fácil execução, apresentam
baixo custo, em alguns casos, há possibilidade de automação e conferem resultados e
diagnóstico rápidos, possibilitando um tratamento imediato.
 SAIBA MAIS
Para a aplicação correta e a interpretação eficiente dos resultados, é necessário que a técnica
seja executada por um profissional bem treinado, a fim de evitar equívocos e intercorrências
nos resultados.
Pode haver uma demora no diagnóstico de algumas doenças, pois é necessário aguardar que
a produção dos anticorpos seja detectável. Em alguns casos, há reações cruzadas, gerando
resultados falso positivos.
REAÇÃO CRUZADA
Alguns anticorpos podem ter habilidade de interagir com mais de um antígeno que
apresentem propriedades químicas similares.
CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES
SOROLÓGICOS
Durante a realização dos exames laboratoriais de rotina, é comum encontrar resultados de
sorologia, como a avaliação da presença de anticorpos contra um antígeno apenas como
positivo ou negativo, e outros que, além de classificá-los, vêm com um valor atribuído.
MAS POR QUE ESSA DIFERENÇA?
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QUALITATIVO
QUANTITATIVO
VAMOS ENTENDER UM POUCO MAIS ESSAS DIFERENÇAS:
O método qualitativo indica a presença ou ausência de uma resposta, ou seja, apenas
classifica aquela análise como positiva ou negativa, reagente ou não reagente.

Um paciente vai a um consultório médico com suspeita de dengue.
O médico solicita a sorologia e, após a realização do exame, em alguns minutos, o paciente
recebe o seguinte:
Resultado: Teste rápido para a detecção de anticorpos da dengue do tipo IgM: Positivo.


O médico, então, informa ao paciente que ele está com dengue, pois seu resultado detectou,
de modo qualitativo, a presença de anticorpos contra o vírus causador dessa doença. Os
anticorpos da classe IgM são os primeiros a serem produzidos durante uma infecção, e indicam
que o paciente está com a infecção ativa, ou seja, com a doença.
Alguns tipos de testes sorológicos qualitativos são muito utilizados no ambiente laboratorial,
como os testes rápidos para HIV, coronavírus, sífilis, zika, H. pylori, rotavírus, dentre outros.
Esses testes apresentam um resultado rápido e contribuem com um diagnóstico em poucos
minutos (Figura 1).
 
Fonte: Shutterstock.
 Teste rápido para detecção de anticorpos contra o coronavírus.
 ATENÇÃO
É importante destacar que, nessa metodologia, conseguimos verificar se houve ou não a
positividade do teste, mas não podemos identificar valores mensuráveis.
Quando desejamos que um resultado seja medido, ou seja, tenha um valor quantificado,
devemos utilizar o método quantitativo. Nesse tipo de método, a quantidade de antígenos, ou
anticorpos, pode ser expressa das seguintes maneiras:
• No formato de cruzes (positivo +/++++; ++/++++; +++/++++; ++++/++++, onde 4 “+” indicam o
máximo de positividade do método)
• Titulações (1:2, 1:4, 1:8; 1:16, dentre outros)
• Densidades ópticas de reações colorimétricas
• Unidades de medidas (UI/mL, % e mg/ mL) que apresentem o valor absoluto do analito
javascript:void(0)
ANALITO
Substância em uma amostra que está sendo investigada.
Voltando ao exemplo anterior:

Se o mesmo paciente fosse realizar o exame para a dengue, mas agora com um teste
quantitativo para detecção de anticorpos, ele receberia o seguinte resultado:
Teste de sorologia para detecção de anticorpos da dengue do tipo IgM igual a 63 UI/mL,
reagente. Valores de referência: IgM > 30: reagente, IgM > 30: Não reagente.


Agora, além de saber que o exame foi positivo (reagente), o médico tem a concentração de
anticorpo (63 UI/mL).
As metodologias quantitativas para o diagnóstico sorológico também possibilitam a
identificação da quantidade de antígenos (Carga viral) presentes ou o título de anticorpos.
Para a determinação da titulação de anticorpos, podemos citar o teste sorológico
VDRL (Veneral Desease Laboratory) , amplamente utilizado nas rotinas laboratoriais para a
detecção da sífilis, doença causada pela bactéria Treponema pallidum.
 ATENÇÃO
Alguns autores classificam a detecção de títulos dos anticorpos pela diluição da amostra como
uma metodologia semiquantitativa. Também é classificado como semiquantitativo o resultado
em cruzes. Nesses métodos, não é possível obter os valores absolutos (reais) de anticorpos.
Nesse teste sorológico VDRL, é detectada a presença de anticorpos não treponêmicos, ou
seja, que nãosão específicos da bactéria, mas estão presentes durante a doença. O teste de
VDRL nas rotinas laboratoriais é realizado de maneira qualitativa (detecta a presença ou
ausência da doença, como uma triagem) ou quantitativa, que determina o título do anticorpo,
uma ferramenta essencial para acompanhar a eficiência do tratamento. No VDRL quantitativo,
a presença de floculação a partir da diluição 1:4 indica que a doença está ativa.
 SAIBA MAIS
A titulação é mensurada através de diluição seriada, ou seja, o soro do paciente em análise é
diluído diversas vezes (1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64....) e é verificado até que na diluição
ocorre a reação. O título do anticorpo é dado pela última diluição que apresentou reação, no
caso específico do VDRL onde teve a floculação. Quanto maior for a diluição em que
observamos reação (soros mais diluídos), maior a quantidade de anticorpos, ou seja, o título.
Como exemplo de testes diagnósticos quantitativos, destaca-se o VDRL quantitativo, os
ensaios imunocromatográficos, a imunofluorescência e o ELISA (Ensaio de imunoabsorção
enzimática) para detecção de anticorpos IgM e IgG de diferentes tipos de vírus e detecção de
antígenos (Figura 2).
A determinação do tipo de método qualitativo ou quantitativo deve estar alinhado com a clínica
do paciente, pois, dependendo do interesse médico, é necessário apenas descobrir a presença
de um anticorpo para o diagnóstico e tratamento rápido. Nesses casos, é utilizada uma
metodologia qualitativa.
Em outras situações, é importante acompanhar o título (quantidade) de anticorpos ou a carga
viral para verificar se o tratamento está sendo eficaz, para isso, é utilizada uma metodologia
quantitativa. Por essa razão, é fundamental conhecer os diferentes tipos de métodos para
definir o melhor teste a ser utilizado em cada caso.
 
Fonte: Shutterstock.
 Figura 2: ELISA.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
INDIVIDUAL
Como mencionado anteriormente, os métodos sorológicos na pesquisa de anticorpos, ou
antígenos, são amplamente empregados para tentar conhecer o agente causador de uma
infecção, auxiliando no diagnóstico de uma suspeita clínica principal. Assim, durante uma
avaliação, a sintomatologia apresentada pelo paciente indica algumas suspeitas diagnósticas,
a partir desse resultado, o médico pode chegar a uma conclusão e iniciar o tratamento. É
importante ressaltar que os indivíduos podem ter respostas diferentes frente ao mesmo invasor,
variando a sintomatologia, o perfil e a quantidade de anticorpos produzidos. Um exemplo dessa
situação é a infecção pelo novo coronavírus, que apresenta pacientes sintomáticos (Com
sintomas) leves, graves, com perfis e quantidade de produção de anticorpos diferentes. Além
disso, esses exames ajudam a entender os processos patológicos com sinais e sintomas
clínicos confundíveis.
 
Fonte: Shutterstock.
 EXEMPLO
A partir de um exame sorológico de um paciente com quadro de arbovirose, podemos
identificar se ele tem dengue, Zika ou Chikungunya. A identificação dessa doença não muda o
tipo de tratamento, no entanto, sua notificação compulsória ajuda a traçar o perfil
epidemiológico e contribui para ações de controle do vetor, buscando diminuir o número de
casos.
ARBOVIROSE
Doenças causadas pelos arbovírus que são transmitidos por artrópodes (mosquitos) que
causam febre, dor de cabeça, mal estar, dor nas articulações, manchas vermelhas e
erupção na pele, náuseas e vômitos.
Esses exames também contribuem:
• Na diferenciação da fase de uma doença
• Na avaliação de prognóstico e eficácia terapêutica
• Na definição e seleção de doadores de órgãos e sangue
• Na investigação da imunidade contra um antígeno específico após o contato ou uma
campanha de vacinação
Assim, conseguimos perceber como um exame sorológico é capaz de auxiliar coletivamente,
gerando dados epidemiológicos e, individualmente, contribuindo no diagnóstico e tratamento de
um paciente. Vamos agora detalhar alguns pontos importantes dos testes sorológicos quando
estudamos o indivíduo e o coletivo.
PROCESSO DE SOROCONVERSÃO
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A soroconversão é o termo dado para indicar que um organismo produziu anticorpos após o
contato com um antígeno. Durante uma resposta imunológica, o contato com um antígeno
geralmente induz a produção de anticorpos, mas a detecção destes pelos métodos sorológicos
disponíveis pode demorar semanas ou até meses. O período entre a produção e a detecção
dos anticorpos pelos métodos é chamado de janela imunológica, janela sorológica ou
janela de soroconversão. Nesse intervalo, mesmo que um paciente esteja infectado, a
pesquisa de anticorpos será negativa.
Vamos a um exemplo?
Na infecção pelo novo coronavírus, causado pelo vírus SARS-COV2, a produção de anticorpos
do tipo IgM, pelos testes sorológicos de ELISA ou testes rápidos, normalmente, é detectada a
partir de 7 dias do início dos sintomas. Um paciente com sintomas ao realizar o exame
sorológico antes desse período terá um resultado negativo, ou seja, falso negativo.
Durante a investigação diagnóstica, um paciente sintomático ou assintomático para
determinada doença, pode apresentar níveis de anticorpos detectáveis (Soropositividade) , ou
não detectáveis (Soronegatividade) . Dizemos que houve um processo de soroconversão
quando o resultado de um primeiro teste sorológico para a detecção de anticorpos contra um
antígeno hipotético X for negativo e o de um segundo exame, feito algum tempo depois, for
positivo.
A soroconversão nos pacientes com HIV é um exemplo clássico. Durante muito tempo, a
enorme janela imunológica e o tempo para o aparecimento dos sintomas contribuíram
diretamente para o aumento da disseminação do vírus no mundo, contaminando pessoas que
recebiam transplantes e transfusões sanguíneas. Havia ainda um atraso no início do
tratamento dos contaminados, os quais não sabiam que estavam doentes. Nessa época, a
janela imunológica era de 6 meses.
Vamos agora entender por que isso acontece:

Após a infecção pelo HIV, ocorre intensa replicação viral. Nas primeiras 3 semanas, fase em
que ocorre a disseminação do vírus pelo corpo com contaminação dos órgãos linfoides, podem
aparecer sintomas relacionados a uma síndrome retroviral aguda, como: febre, adenopatia,
faringite, mialgia, exantema, náuseas, vômitos, sudorese, dentre outros, sintomas caraterísticos
de uma gripe.
Em seguida, ocorre a fase de latência, que pode durar semanas, meses ou anos. Nessa fase, o
exame clínico e laboratorial passa a ser normal e a pessoa não tem mais sintomas.


Com o passar dos anos, à medida que a infecção progride e os sintomas passam a ser mais
frequentes, começam a surgir as infecções oportunistas. É apenas nessa fase que o paciente
percebe que está infectado.
Entenda melhor esse processo no gráfico:
 
Fonte: Wikipedia.
O organismo começa a produzir anticorpos anti-HIV entre 30-60 dias após a infecção. Os
primeiros testes sorológicos desenvolvidos para confirmação sorológica do HIV (primeira
geração) apenas conseguiam detectar a presença dos anticorpos anti-HIV após 6 meses da
infecção. Nos dias atuais, a confirmação sorológica depende do tipo de imunoensaio utilizado.
Os ensaios de ELISA (de quarta geração) mais modernos são capazes de detectar a
presença de antígenos e anticorpos ao mesmo tempo, a janela imunológica é de
aproximadamente 15 dias. Na figura a seguir, podemos perceber a evolução na concentração
plasmática dos marcadores da infecção pelo HIV. O anticorpo IgM apresenta um pico após 4
semanas da infecção (30 dias), diferente do RNA viral, que é visto nas primeiras semanas e
pode ser detectado através de técnicas moleculares.
QUARTA GERAÇÃO
Ensaios que detectam anticorpos contra o antígeno p24 e antígenos (proteínas) do HIV-1
(como as proteínas gp160, gp120 e gp41), antígenos do grupo O e antígenos de HIV-2.
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Fonte: CONICTEC, 2017.
 Figura 4: Marcadores sanguíneos da infecção do HIV.
FASE CLÍNICA E PROGNÓSTICODA DOENÇA
A doença pode apresentar diferentes fases e graus de acometimento, desde manifestações
leves ou até mesmo graves, e pode evoluir para cura ou cronicidade (Figura 5).
 
Fonte: O autor.
 Figura 5: Fases da doença.
VOCÊ IMAGINA COMO O DIAGNÓSTICO
SOROLÓGICO É IMPORTANTE PARA A
COMPREENSÃO DA FASE CLÍNICA DA
DOENÇA?
Como já apreendemos, a detecção de um anticorpo durante uma análise imunológica indica
que o indivíduo está ou esteve exposto anteriormente a um antígeno. Em nosso organismo,
ocorre a produção de diferentes tipos de imunoglobulinas (IgG, IgE, IgA, IgM e IgD), ou
“anticorpos”, e cada uma delas está envolvida em um tipo de resposta imunológica (Figura 6).
 
Fonte: Shutterstock.
 Figura 6: Tipos de imunoglobulinas produzidas pelo organismo.
Na maioria das infecções, a imunoglobulina IgM é a primeira a ser produzida após um estímulo
imunogênico, aumentando significativamente seus níveis plasmáticos durante a fase aguda da
doença. Normalmente, a detecção de IgM na corrente sanguínea é um indicativo de infecção
recente, mas essa imunoglobulina pode permanecer de 3-6 meses no organismo. Ao longo da
infecção e do prognóstico da doença (sua evolução), temos a diminuição da concentração
plasmática de IgM e o aumento da produção e detecção da imunoglobulina do tipo IgG. A IgG
é, normalmente, encontrada no final de um processo agudo, permanecendo com níveis
plasmáticos elevados durante longos períodos na fase denominada crônica e após a cura da
doença. Essa imunoglobulina é associada à memória imunológica e pode permanecer elevada
durante a vida toda (Figura 7).
 
Fonte: O autor.
 Figura 7: Esquema do aparecimento das imunoglobulinas e do tipo de infecção.
A dosagem dessas imunoglobulinas (IgM e IgG) é de suma importância para identificar a fase
da doença. Se um paciente apresenta um IgM positivo para o coronavírus com IgG negativo,
então, encontra-se na fase aguda da doença, ou seja, a fase altamente transmissível,
necessitando ficar em isolamento social.
Um termo amplamente utilizado no diagnóstico laboratorial é marcador sorológico. Nos exames
sorológicos, os anticorpos ou antígenos detectados que possibilitam o diagnóstico de uma
patologia ou infecção são chamados de marcadores sorológicos. Na sorologia para dengue,
são utilizados alguns marcadores sorológicos: os anticorpos IgM e IgG e a identificação
precoce de um antígeno NS1, que corresponde a uma proteína não estrutural do vírus e está
presente nos 4 sorotipos diferentes do vírus (Figura 8).
 
Fonte: Shutterstock.
 Figura 8: Teste rápido negativo para a detecção de IgM e IgG e da proteína não estrutural
NS1 da dengue. Não vemos a reação (aparecimento de linhas vermelhas) na região G, M
(cassete da direita) e T (cassete da esquerda).
NOS PEDIDOS DE EXAMES LABORATORIAIS, É
COMUM ENCONTRARMOS A PESQUISA DE
ANTICORPOS DO TIPO IGM E IGG. PORÉM, EM
ALGUNS CASOS, ELES PODEM NÃO SER
DETECTADOS, SENDO NECESSÁRIA A PESQUISA DE
OUTRAS IMUNOGLOBULINAS (IG) COMO É O CASO
DE IGA E IGE. ESSAS IMUNOGLOBULINAS POSSUEM
VIDA MÉDIA NA CIRCULAÇÃO MENOR DO QUE O IGM
E MELHOR DETECÇÃO EM INFECÇÕES POR
PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS. NO DIAGNÓSTICO DE
TOXOPLASMOSE, DOENÇA CAUSADA PELO
TOXOPLASMA GONDII (UM PROTOZOÁRIO), QUE É
REALIZADO POR MÉTODOS SOROLÓGICOS. UM
RESULTADO DE IGM POSITIVO OU NEGATIVO NÃO
AFASTA A POSSIBILIDADE DE A DOENÇA ESTAR NA
FASE AGUDA, UMA VEZ QUE OS ANTICORPOS DO
TIPO IGM APARECEM NAS 2 PRIMEIRAS SEMANAS
APÓS A INFECÇÃO, E PODEM MANTER-SE ELEVADO
DURANTE ANOS. MAS ATENÇÃO. EM GESTANTES, UM
TESTE DE IGM POSITIVO DEVE SER CONFIRMADO. O
IGG DEMORA DE 1 A 2 MESES PARA SER DETECTADO
APÓS A INFECÇÃO, MAS PERMANECE ALTO E
ESTÁVEL DURANTE ANOS. PARA CONFIRMAR PODE-
SE REALIZADO O TESTE DE AVIDEZ DE ANTICORPOS
DO TIPO IGG. ESSE TESTE MEDE A CAPACIDADE DE
INTERAÇÃO ENTRE O ANTICORPO COM O ANTÍGENO
E POSSIBILITA INFERIR SOBRE AS RESPOSTAS
AGUDAS E CRÔNICAS, POIS UMA RESPOSTA
IMUNOLÓGICA PRIMÁRIA É CARACTERIZADA POR
UMA BAIXA AVIDEZ E NA RESPOSTA CRÔNICA A
AVIDEZ ENCONTRA-SE MAIS ALTA.
O estudo do prognóstico de uma doença e avaliação dos marcadores sorológicos permite
conhecer algumas variáveis que são fundamentais para entender a ação de um agente
infeccioso sobre uma população. Vamos conhecê-las? (Quadro 1):
Sobrevida Quantidade de pacientes que sobrevivem à doença
Letalidade Quantidade de pacientes que vêm a óbito em uma população
Mortalidade/doença
específica
É a análise dos marcadores sorológicos de uma doença e o
percentual de óbitos causados por ela
Remissão
Fase da doença em que não são encontrados sintomas
clínicos, porém não é possível afirmar a cura do paciente, pois
ainda são detectados marcadores sorológicos
Recorrência
Doença que, a princípio, estava curada, mas depois de um
tempo, os sinais e sintomas clínicos e os marcadores
sorológicos reaparecem
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 1: Prognóstico da doença e avaliação de marcadores. Fonte: O autor.
A análise do prognóstico de cada doença também possibilita realizar estudos populacionais
para verificar o desenvolvimento e o tempo de aparecimento dos sintomas de uma determinada
doença. Para isso, os pacientes são analisados por um mesmo período, iniciado a partir de um
ponto chamado de tempo zero.
EFICÁCIA TERAPÊUTICA
Os marcadores sorológicos possibilitam avaliar a eficácia terapêutica. Do ponto de vista
imunológico, a eficácia terapêutica é a eficiência na produção de anticorpos protetores após
uma infecção ou vacinação (imunização ativa, quando é oferecido ao organismo um vírus
morto, ou atenuado, para estimular a produção de anticorpos do tipo IgG de memória) (Figura
9).
 
Fonte: OMS.
 Figura 9: Gráfico demonstrando a eficiência da vacinação com a diminuindo os casos de
tétano entre 1980-2020.
Podemos analisar se um paciente está curado pela ausência dos sintomas e pela presença de
níveis séricos de IgG e níveis não detectáveis de IgM.
Também podemos avaliar se o tratamento empregado no combate da infecção é eficaz, como é
realizado no exame quantitativo de VDRL, no qual a queda do título de anticorpos produzidos
em contato com a bactéria indica que o tratamento está funcionando.
Além disso, podemos verificar se uma vacina foi eficaz pela dosagem de anticorpos IgG depois
de pelo menos 1 mês da vacinação ou após anos, avaliando a necessidade de uma segunda
dose.
Os estudos clínicos para a liberação da vacina, normalmente, refazem a sorologia dos
participantes de pesquisa após 10 anos do primeiro esquema de vacinação para verificar se os
indivíduos permanecem protegidos ao longo desses anos e se é necessária uma nova dose.
 ATENÇÃO
Durante o pré-natal, as mulheres são submetidas a diferentes exames sorológicos, realizando
a dosagem de IgM e IgG para a rubéola, toxoplasmose, hepatite B, sífilis e tétano. A partir
desses exames, é possível avaliar se a gestante está protegida, pois apresenta a memória
imunológica (detecta IgG), ou se contraiu alguma doença durante a gestação, pela detecção do
IgM.
É importante lembrar que doenças como rubéola, toxoplasmose e sífilis podem ainda causar
doenças congênitas e problemas graves aos recém-natos, além de levarem a malformações e
ao óbito da criança, principalmente, quando contraídas no primeiro trimestre da gestação.
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO NA SELEÇÃO DE
DOADORES E RECEPTORES DE SANGUE E
ÓRGÃOS
Os diagnósticos sorológicos são bastante utilizados para estabelecer a seleção entre doadores
e receptores de sangue e órgãos. O transplante é a substituição de um órgão ou tecido com
alterações irreversíveis que são comprometedoras para a vida. A transfusão de sangue
consiste na administração de componentes sanguíneos de um doador (hemácia, plasma,
plaquetas, crioprecipitados) em um paciente. Para saber se uma pessoa pode ser
transplantada ou transfundida, são realizados exames sorológicos para detecção de doenças
infectocontagiosas e a prova de compatibilidade, que pesquisa da presençade antígenos do
doador que interagem com anticorpos do receptor. Os doadores e receptores de órgãos
precisam apresentar características biológicas similares, buscando a diminuição ou
neutralização da rejeição do órgão/tecido transplantado. Os antígenos responsáveis pela
rejeição dos transplantes são denominados aloantígenos, que são conhecidos como antígenos
de histocompatibilidade e se dividem em:
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Fonte: Shutterstock.
DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
São preconizadas pelo Ministério da Saúde as triagens clínica, epidemiológica e
sorológica, que incluem doenças como: Chagas, sífilis, hepatites virais, AIDS, HTLV, e
malária em regiões endêmicas. São incluídas também avaliação laboratorial para sepse
bacteriana ou fúngica.
 
Fonte: O autor.
 Figura 10: Complexo de Histocompatibilidade principal (MHC), responsável pela
apresentação de antígenos as células T. Os genes do sistema de antígenos leucocitários
humanos (HLA, human leukocyte antigen) codificam as principais moléculas encarregadas da
apresentação do antígeno na superfície celular que se encontra em uma região genômica
chamada de MHC. Embora esses genes sejam conhecidos como HLA, muitos autores usam
MHC para designar as moléculas resultantes da expressão desses genes. Fonte: O autor.
Vamos conhecer os principais tipos de rejeição a enxertos?
REJEIÇÃO HIPERAGUDA
REJEIÇÃO AGUDA
REJEIÇÃO CRÔNICA
REJEIÇÃO HIPERAGUDA
Ocorre minutos ou dias após o transplante, é causada pela ação de anticorpos IgM contra
antígenos do sistema ABO, HLA ou antígenos expressos no endotélio vascular.
REJEIÇÃO AGUDA
Ocorre poucos dias ou semanas após o transplante, é mediada pelas células T e pelos
anticorpos que respondem especialmente ao MHC.
REJEIÇÃO CRÔNICA
Ocorre seis meses a um ano após o transplante através da imunidade celular e humoral
adquirida, que cria respostas contra o enxerto.
Agora vamos conhecer a aplicabilidade dos testes imunológicos realizados na seleção de
doadores e receptores de sangue e órgãos (Quadro 2)?
Tipagem
sanguínea
(ABO)
Teste utilizado para identificar tipo sanguíneo e fator Rh
Reatividade
contra painel
(PRA)
Método utilizado para avaliar status imunológico do paciente,
detecção de moléculas HLA reconhecida pelo paciente
Prova cruzada
Teste que verifica se o sangue do doador apresenta
incompatibilidade com o receptor
Tipagem de
tecidos
Detecta compatibilidade entre o HLA do doador e do receptor
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Quadro 2: Aplicabilidade dos testes imunológicos na seleção de doadores e receptores de
sangue e órgãos. Fonte: O autor.
DIAGNÓSTICO COLETIVO
Os exames sorológicos, quando aplicados ao coletivo, permitem analisar a situação
imunológica em uma população e geram dados epidemiológicos importantes, pois avaliam a
população em meio a infecções endêmicas, como dengue, zika, HIV, sífilis, dentre outros. A
avaliação coletiva é importante em grandes surtos, pois possibilita uma fotografia do panorama
da infecção na população e auxilia no acompanhamento, desenvolvimento de medidas de
saúde pública, políticas e socioeconômica de combate ao surto.
Em 11 de março de 2020, a organização mundial da saúde (OMS) declarou a infecção pelo
novo coronavírus como uma pandemia após milhares de pessoas serem infectadas por esse
vírus no mundo. A partir de então, alguns países realizaram testagem sorológica em massa,
conseguindo triar os pacientes sintomáticos e assintomáticos, isolando os casos positivos para
evitar novas contaminações. Nesses países, verificou-se uma diminuição no número de óbitos
por covid-19.
 
Fonte: Shutterstock.
Existem dois importantes termos relacionados ao diagnóstico coletivo: soroprevalência e
soroepidemiologia. Vamos conhecer mais sobre eles?
SOROPREVALÊNCIA
Refere-se ao número de pessoas que apresentam anticorpos detectáveis contra um agente
infeccioso, ou seja, a reação de soropositividade desenvolvida a partir da soroconversão.
SOROEPIDEMIOLOGIA
Acompanha os pacientes, através dos exames de diagnóstico, que apresentaram marcadores
sorológicos (anticorpos) contra algum microrganismo, associando esses dados aos fatores
sociais, ambientais e econômicos; assim, é possível estudar as melhores estratégias para a
saúde pública da população.
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IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DE IGM E
IGG NA INFECÇÃO POR COVID-19
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS QUE UMA DAS APLICABILIDADES DO DIAGNÓSTICO
SOROLÓGICO É DETECTAR A PRESENÇA DE ANTÍGENO OU
ANTICORPOS DURANTE UM PROCESSO INFECCIOSO DE MANEIRA
QUALITATIVA E QUANTITATIVA. COM RELAÇÃO A ESSAS ANÁLISES,
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) A análise qualitativa é utilizada para verificar a concentração de um antígeno.
B) A análise quantitativa detecta apenas presença ou ausência de antígenos.
C) A análise quantitativa é capaz de verificar a concentração de um antígeno.
D) As análises quantitativas e qualitativas de antígenos são a mesma coisa, visto que ambas
definem um teste sorológico.
2. APRENDEMOS A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO
COLETIVO NA AVALIAÇÃO DO PANORAMA DE UMA POPULAÇÃO
DURANTE O SURTO DE UM VÍRUS. COM RELAÇÃO AO DIAGNÓSTICO
COLETIVO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) A soroprevalência indica a incidência de pessoas que apresentam antígenos detectáveis
contra um antígeno infeccioso.
B) A soroprevalência indica a prevalência de pessoas que apresentam antígenos detectáveis
contra um agente infeccioso.
C) A soroepidemiologia indica a indica a prevalência de pessoas que apresentam um marcador
sorológico naquela população.
D) A soroconversão indica a prevalência de pessoas que apresentam um marcador sorológico
naquela população.
GABARITO
1. Estudamos que uma das aplicabilidades do diagnóstico sorológico é detectar a
presença de antígeno ou anticorpos durante um processo infeccioso de maneira
qualitativa e quantitativa. Com relação a essas análises, assinale a alternativa correta:
A alternativa "C " está correta.
 
Somente a análise quantitativa é capaz de mensurar valores, podendo ser obtidos resultados
em percentuais e concentrações plasmáticas. Na análise qualitativa, teremos os resultados
classificados como positivo e negativo, ou seja, presente ou ausente.
2. Aprendemos a importância do diagnóstico sorológico coletivo na avaliação do
panorama de uma população durante o surto de um vírus. Com relação ao diagnóstico
coletivo, assinale a alternativa correta:
A alternativa "B " está correta.
 
Soroprevalência - refere-se ao número de pessoas que apresentam anticorpos detectáveis
contra um agente infeccioso, ou seja, a reação de soropositividade desenvolvida a partir da
soroconversão. Soroepidemiologia - acompanha os pacientes, através dos exames de
diagnóstico, que apresentaram marcadores sorológicos (anticorpos) contra algum
microrganismo, associando esses dados aos fatores sociais, ambientais e econômicos; assim,
é possível estudar as melhores estratégias para a saúde pública da população.
MÓDULO 2
 Descrever os métodos de controle de qualidade
Como aprendemos, os métodos imunológicos são essenciais para auxiliar no diagnóstico de
doenças infecciosas, acompanhar sua evolução e a eficiência terapêutica. Durante a rotina
laboratorial, é essencial que os soros dos pacientes sejam armazenados, para garantir que, em
casos de resultados duvidosos, seja realizada uma nova testagem. Além disso, para realização
desses testes, faz-se necessário avaliar uma série de parâmetros e controles para garantir que
o resultado encontrado seja verdadeiro, seja de qualidade e expresse a realidade do indivíduo,
diminuindo as chances de resultados e diagnósticos falhos. Para isso, durante a padronização
de um teste sorológico, são analisados diferentes parâmetros (reprodutibilidade, acurácia,
sensibilidade, especificidade, eficiência, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e razão
de verossimilhança) que controlam a qualidade do resultado queé fornecido pelo teste. Agora,
conheceremos os principais aspectos em laboratório de imunologia que garantam um controle
da qualidade das análises e uma padronização dos métodos. Vamos lá?
 
Fonte: Shutterstock.
BANCO DE SOROS
 
Fonte: Shutterstock.
Nos laboratórios de imunologia, recebemos diversas amostras de soros de pacientes para
testagem sorológica. Buscando melhores maneiras de organizar e armazenar esses soros, seja
para uma possível retestagem, seja devido ao seu potencial terapêutico (medicamento), eles
são guardados em um banco, uma espécie de biblioteca, também conhecida como sorotecas.
Essa organização também facilita o rápido levantamento dos soros testados em uma rotina
laboratorial. Esses bancos são importantes porque garantem a rastreabilidade dos resultados
encontrados, ou seja, possibilitam que uma análise seja repetida para a confirmação do
resultado encontrado.
 ATENÇÃO
As bibliotecas (coleção catalogada de soros) também são utilizadas para armazenar amostras
representativas de uma população e assim preservar as características imunológicas. Quando
os soros são armazenados com essa finalidade, é necessário a permissão do comitê de ética.
Normalmente, esses soros são separados pelo tipo de análise, ou seja, pelo tipo de agente
infeccioso que se deseja investigar. Os tubos armazenados apresentam a identificação do
paciente (nome completo ou iniciais e/ou o número do exame laboratorial), data da coleta da
amostra e tipo de microrganismos investigados. Essas amostras então são acondicionadas em
tubos por um período de 5 a 10 anos e mantidas em congelamento (-20 °C) até serem
utilizadas e/ou descartadas futuramente.
No caso de um laboratório de pesquisa, esses soros ficam separados de acordo com suas
similaridades e podem ser importantes para estudos futuros, devendo ficar armazenados a
uma temperatura de -80 °C.
Segundo a Resolução da diretoria colegiada (RDC N°34/ 2014), os bancos de sangue devem
armazenar a plasmateca, ou soroteca, dos doadores por pelo menos 6 meses na temperatura
de -20 °C. No entanto, em alguns banco de sangues, esse armazenamento é feito por mais de
5 anos. Esse armazenamento é muito importante, pois, caso um paciente receba um
componente sanguíneo negativo para todas as doenças infectocontagiosas e, depois de alguns
meses da transfusão, apresente exame sorológico positivo para HIV, por exemplo, o doador
deverá ser encontrado e novos exames deverão ser realizados com o soro armazenado na
plasmateca e com a amostra atual, a fim de verificar se a contaminação foi através da
transfusão. Além disso, durante o processamento do sangue após a doação, caso haja
qualquer dúvida nos resultados sorológicos, podem ser utilizadas amostras de soro
armazenadas para novas testagens.
 
Fonte: Shutterstock.
AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS
SOROLÓGICOS
A avaliação do desempenho dos testes sorológicos depende da ausência de desvios na
análise (validade ou acurácia do método) e da precisão dos resultados. Desse modo, os
métodos de diagnósticos têm que ser avaliados quanto à reprodutibilidade e à acurácia.
REPRODUTIBILIDADE
A reprodutibilidade representa a capacidade dos métodos de produzir resultados iguais,
mesmo em condições distintas de análises, sendo precisos e confiáveis. Um teste sorológico é
de alta reprodutibilidade quando, após análises repetidas em uma mesma amostra ou
amostras provenientes de um mesmo paciente, são encontrados resultados similares.
De modo diferente, durante a avaliação de um método, se este não apresentar
reprodutibilidade de resultados, que pode ser devido a um erro aleatório (ao acaso), seu
valor e sua utilidade para implementação como teste de diagnóstico são mínimos. Os
erros aleatórios são inerentes ao observador e às variações entre os sujeitos. Vamos
agora conhecer melhor os erros aleatórios (ao acaso):
• Variação entre os sujeitos individualmente: A verificação de uma determinada análise
em um mesmo indivíduo pode variar ao longo dia, dependendo da condição em que é
medida, resultando em resultados distintos. Exemplo: Depois de uma atividade física, a
pressão arterial será diferente da medida quando o paciente está em repouso.
• Variação na interpretação de um mesmo exame realizado em momentos diferentes.
Exemplo: Ao realizar a leitura de uma lâmina em dois momentos diferentes, podemos
encontrar resultados diversos.
• Variação na interpretação entre dois técnicos, ou seja, dois observadores podem
interpretar um resultado de modo diferente.
ACURÁCIA
A acurácia (Validade ou exatidão) de um método é a sua capacidade de fornecer resultados
verdadeiros, ou seja, quanto aquele método é útil para predizer ou diagnosticar um evento que
se propôs de maneira qualitativa ou quantitativa. Para determinar a acurácia de um método,
devemos comparar o resultado do teste com os resultados de um padrão, que pode ser a
clínica do paciente, exames disponíveis ou um ensaio que possa servir como referência
(considerado padrão-ouro).
NÃO PODEMOS CONFUNDIR ACURÁCIA (EXATIDÃO)
DE UM TESTE COM
REPRODUTIBILIDADE (PRECISÃO) . A PRECISÃO
INDICA A REPRODUTIBILIDADE DE UM MÉTODO; JÁ A
EXATIDÃO APONTA O QUANTO ESSE MÉTODO
APRESENTA RESULTADOS VERDADEIROS (FIGURA
12).
 
Fonte: http://calibraend.blogspot.com/2013/02/voce-conhece-diferenca-entre-precisao-e.html
 Figura 12: Resultados de um método esperado relacionado à exatidão e à precisão.
Durante a validação de um teste rápido novo para a detecção de anticorpos para a dengue do
tipo IgM e IgG, devemos, além de realizar o teste sorológico, compará-lo com o padrão-ouro
preconizado, que seria a detecção de antígenos virais (NS1) observados logo no início da
infecção, ou então compará-lo com o resultado de um exame sorológico já validado, verificando
a acurácia e a reprodutibilidade do teste novo com o padrão. No caso da dengue, um teste
rápido para identificar o antígeno NS1 pode ser comparado com a detecção molecular da
partícula viral.
Você sabe como funciona um teste rápido? Vamos entender?
O teste rápido é um ensaio imunocromático qualitativo que detecta anticorpos.
Uma amostra é depositada em uma área pré-determinada, que está impregnada com um
anticorpo (A) complexado ao ouro coloidal. A presença do antígeno na amostra possibilita a
ligação com o anticorpo complexado ao ouro (A) e posterior migração por capilaridade pela fita
teste de nitrocelulose.

Ao migrar, o anticorpo A vai se complexar, tanto com o anticorpo B (reconhece o antígeno),
quanto com o anticorpo C (reconhece o anticorpo A), gerando uma cor e formando assim 2
bandas coloridas (teste positivo).

Caso não haja o antígeno na amostra, não teremos a ligação de nenhum antígeno com os
anticorpos A e B, mas teremos a ligação do anticorpo A com o anticorpo C, resultando em
apenas 1 banda (resultado negativo).
 
Fonte: Wikimedia.
 Figura 13: Desenho esquematizando um teste rápido para a detecção de anticorpos do tipo
IgG.
AGORA, COMO VAMOS ESCOLHER O TESTE
SOROLÓGICO CONSIDERADO IDEAL PARA UMA
ANÁLISE?
O teste sorológico ideal deve fornecer a resposta correta, ser rápido, seguro, simples, inócuo,
confiável e de baixo custo. Os resultados possíveis encontrados durante uma validação de um
novo teste são:
RESULTADOS VERDADEIRAMENTE POSITIVO
RESULTADOS FALSO POSITIVO
RESULTADOS VERDADEIRAMENTE NEGATIVO
RESULTADOS FALSO NEGATIVO
Quando não há dúvida da positividade do teste
Quando o teste é positivo, mas o paciente não apresenta a infecção
Quando não há dúvida da negatividade do teste
Quando, apesar de o teste ser negativo, o paciente apresenta infecção
Assim, durante a validação de um novo teste sorológico, podemos relacioná-lo ao teste
considerado padrão-ouro (Quadro 3).
 
Fonte: UFG.
 Quadro 3: Resultados esperados durante a validação de testes sorológicos novos em
comparação a um teste de referência (padrão-ouro).
A partir dos resultados encontrados para a determinação da acurácia, podemos calcular alguns
parâmetros para avaliar o desempenhodo método. Vamos conhecê-los?
EFICIÊNCIA DO TESTE
Capacidade do teste detectar os pacientes que apresentam ou não a doença, ou seja, quantos
indivíduos são verdadeiramente positivos e negativos dentro de uma população total. Mede
quanto o teste apresenta resultados fidedignos.
SENSIBILIDADE
Indica quanto um teste consegue determinar em um grupo de indivíduos aqueles que
realmente se encontram verdadeiramente positivos.
OS CASOS COM RESULTADO FALSO NEGATIVO SÃO
INTERPRETADOS COMO UMA FALHA NA
SENSIBILIDADE DO ENSAIO. UM TESTE ALTAMENTE
SENSÍVEL, DIFICILMENTE, DEIXA DE ENCONTRAR
PESSOAS DOENTES E, POR ISSO, É USADO PARA A
TRIAGEM DE UMA DOENÇA NAS ROTINAS
LABORATORIAIS.
ESPECIFICIDADE
Indica quanto o teste consegue determinar em um grupo de indivíduos aqueles que não estão
doentes, os verdadeiramente negativos.
QUANTO MAIOR A ESPECIFICIDADE, MENOR A TAXA
DE FALSO POSITIVO, E MENOS PESSOAS ESTARÃO
EXPOSTAS A TRATAMENTOS INDEVIDOS. UM TESTE
ALTAMENTE ESPECÍFICO, DIFICILMENTE,
CLASSIFICARÁ INDIVÍDUOS SADIOS COMO DOENTES,
POR ISSO, É USADO NOS TESTES CONFIRMATÓRIOS
DE UMA DOENÇA.
Vamos entender melhor com um exemplo:
 EXEMPLO
Na rotina de um laboratório, a triagem sorológica para HIV é realizada a partir de exames com
alta sensibilidade (ELISA) . Todos os exames positivos são confirmados com testes altamente
específicos, como o Western blot.
WESTERN BLOT
Técnica que detecta proteínas em amostras após a eletroforese, transferência para uma
membrana de nitrocelulose, e o reconhecimento do antígeno e do anticorpo.
Outro exemplo que podemos citar:
Um exame sorológico para verificar a presença de anticorpos IgM contra o COVID-19 foi
realizado em 1000 indivíduos, onde foram detectados 100 testes positivos e 900 negativos.
POSSIBILIDADE 1
Digamos que um teste apresente sensibilidade de 80% e foram encontradas 100 pessoas
positivas. Concluímos dos 100 pacientes positivos, 80 são de fato positivos e 20 são falso
negativos, ou seja, estão doentes e não são detectados no exame.

POSSIBILIDADE 2
Digamos que um teste apresente 80% de especificidade e encontre 900 pacientes não
infectados. Concluímos que, dos 900 pacientes, 720 são negativos e 180 são falso positivos,
ou seja, são positivos no teste, mas não estão infectados.
Um teste de diagnóstico ideal deve ter alta sensibilidade (evitar falso negativo) e alta
especificidade (evitar resultados falso positivo). Os problemas encontrados durante a avaliação
da sensibilidade ou especificidade de um teste estão relacionados a erros sistemáticos
inerentes aos métodos. Os erros sistemáticos podem ser:
PRÉ-ANALÍTICOS
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Correspondem a toda fase anterior à análise e à chegada ao laboratório. Exemplos: problemas
na coleta, no transporte, no armazenamento, na conservação e nas características da amostra
(hemólise, lipídico, contaminado).
ANALÍTICOS
Correspondem à análise em si, a erros de pipetagem, nos equipamentos (manutenção e
calibração), nos reagentes disponíveis (validade, contaminação, diluição).
PÓS-ANALÍTICOS
Correspondem a erros na interpretação dos resultados. Exemplo: erros de cálculos,
interpretação e transcrição.
Agora que já conhecemos a sensibilidade e a especificidade de um teste e vimos que esses
parâmetros estão relacionados apenas com o teste, vamos pensar em uma outra situação:
Após receber um exame com um diagnóstico que mostre um determinado marcador sorológico
positivo ou negativo, como saber se o paciente está doente ou sadio? Esse parâmetro é
avaliado pelos valores de predição (VP), que indicam a probabilidade de um determinado
paciente que apresentar diagnóstico positivo ou negativo esteja verdadeiramente doente ou
sadio. O VP é dividido em valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) .
 
Fonte: Shutterstock.
Valor preditivo positivo (VPP)
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É a probabilidade de um paciente com uma testagem positiva ter efetivamente a doença. Esse
parâmetro é baseado na prevalência (número de casos totais existentes em uma população
por um determinado espaço de tempo) da doença na amostra estudada e na especificidade do
teste. Quantificará a proporção de positivos que efetivamente tem a doença.
Exemplo: um método que apresenta VPP de 80% indica que, a cada 10 testes positivos, 8 são
de pacientes infectados.
 
Fonte: Shutterstock.
Valor preditivo negativo (VPN)
Quantifica a probabilidade de um resultado “verdadeiro negativo”. Esse parâmetro é baseado
na prevalência da doença na amostra estudada, verificando a quantidade de sadios com um
teste negativo.
Exemplo: um método com VPN de 80% indica que, a cada 10 testes negativos, 8 são de
pacientes sadios.
Vamos agora a um exemplo prático para a determinação
do valor preditivo negativo e positivo:
Um teste foi realizado em 500 pessoas. O resultado foi negativo para 225 indivíduos, dentre os
quais, 200 estavam de fato saudáveis e 25 doentes.
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O resultado foi positivo para 275 pessoas, dentre elas, 210 estavam realmente doentes e
outras 55 estavam saudáveis. Qual o valor preditivo positivo (VPP) e negativo (VPN) desse
teste?
VPP
Indica a probabilidade de um doente ter efetivamente a doença. Das 275 pessoas positivas,
210 estavam realmente doentes, assim, temos que: VPP = 210/275 = 0,76
VPN
Indica a probabilidade de uma pessoa sadia não ter a doença, das 225 pessoas com resultado
negativo, apenas 200 estavam sem a doença: então 200/225 =0,89
QUANTO MAIOR O VALOR DO PREDITIVO POSITIVO,
MAIOR É A PREVALÊNCIA DA DOENÇA EM UMA
DETERMINADA POPULAÇÃO.
Para verificar o desempenho de um teste, podemos calcular a razão de verossimilhança.
Esse parâmetro indica quantas vezes é possível a detecção de um teste positivo ou negativo e
é muito utilizado nas análises de pré-testes, quando queremos estabelecer um novo método de
diagnóstico. Essa medida pode ser positiva ou negativa. Quando os dados são avaliados em
sensibilidade (e especificidade) , essa medida pode ser calculada a partir desses dois
parâmetros.
RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA
Divisão entre a probabilidade do resultado positivo em pacientes doentes e a
probabilidade do mesmo resultado em pessoas sadias.
RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA POSITIVA (RV +)
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
Verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado positivo em pessoas doentes
quando comparadas com não doentes. Quanto maior a RV +, melhor é o teste. Calculado
como:

RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA NEGATIVA (RV -)
Verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoas doentes,
quando comparadas com não doentes.
Assista ao vídeo para entender mais sobre esses cálculos.
COMO CALCULAR OS VALORES
PREDITIVO, SENSIBILIDADE E
ESPECIFICIDADE EM TESTES
SOROLÓGICOS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. APRENDEMOS QUE A SENSIBILIDADE É UMA MEDIDA QUE PODE SER
OBTIDA DURANTE A AVALIAÇÃO DA VALIDADE DE UM TESTE. COM
RELAÇÃO À SENSIBILIDADE DOS TESTES, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA:
A) Indica quanto um teste consegue determinar, em um grupo de indivíduos, aqueles que
realmente se encontram doentes.
B) Mede a capacidade do teste de obter resultados reprodutíveis, ou seja, em dosagens
repetidas da mesma amostra temos a obtenção do mesmo resultado.
C) É a habilidade de o teste obter resultados similares ao teste padrão (padrão-ouro).
D) Verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoas
doentes quando comparadas com não doentes.
2. VERIFICAMOS QUE, DURANTE A REALIZAÇÃO DE EXAMES DE
SOROLOGIA, FAZ-SE NECESSÁRIO O ARMAZENAMENTO DOS SOROS
EM BANCOS DE SOROS. SOBRE ESSE ARMAZENAMENTO, ANALISE AS
AFIRMATIVAS A SEGUIR: 
 
I. OS BANCOS DE SOROS PERMITEM A RASTREABILIDADE DOS
RESULTADOS SOROLÓGICOS, PODENDO REPETIR O TESTE NO CASO
DE RESULTADOS DUVIDOSOS. 
II. DURANTE ROTINA LABORATORIAL DE DOADORES DE SANGUE, É
PRECONIZADO PELA ANVISA O ARMAZENAMENTO DO SORO POR 3
MESES. 
III. OS TUBOS QUE SERÃO ARMAZENADOS DEVEM SER ORGANIZADOS
DE ACORDO COM O TIPO DE MICRORGANISMOSQUE SÃO
INVESTIGADOS. 
 
 
ASSINALE A SEGUIR A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A(S)
AFIRMATIVA(S) CORRETA(S):
A) I e III
B) I e II
C) II e III
D) Apenas a III
GABARITO
1. Aprendemos que a sensibilidade é uma medida que pode ser obtida durante a
avaliação da validade de um teste. Com relação à sensibilidade dos testes, assinale a
alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
 
A sensibilidade é o parâmetro que indica quanto um teste consegue determinar, em um grupo
de indivíduos, aqueles que realmente estão doentes. A reprodutibilidade indica a precisão
(obtenção de resultados reprodutíveis) dessa medida, a acurácia é a habilidade de o teste
obter resultados similares ao teste padrão (padrão-ouro). A razão de verossimilhança positiva
verifica quantas vezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoas doentes,
quando comparadas com não doentes.
2. Verificamos que, durante a realização de exames de sorologia, faz-se necessário o
armazenamento dos soros em bancos de soros. Sobre esse armazenamento, analise as
afirmativas a seguir: 
 
I. Os bancos de soros permitem a rastreabilidade dos resultados sorológicos, podendo
repetir o teste no caso de resultados duvidosos. 
II. Durante rotina laboratorial de doadores de sangue, é preconizado pela ANVISA o
armazenamento do soro por 3 meses. 
III. Os tubos que serão armazenados devem ser organizados de acordo com o tipo de
microrganismos que são investigados. 
 
 
Assinale a seguir a alternativa que apresenta a(s) afirmativa(s) correta(s):
A alternativa "B " está correta.
 
Os bancos de soros permitem o armazenamento, a organização e a rastreabilidade nos
laboratórios de imunologia. Nos bancos de sangue, de acordo com a RDC Nª 34/2014, as
amostras de soros de doadores devem ser armazenadas por, no mínimo, 6 meses a -20 °C.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diagnóstico sorológico é de suma importância, pois auxilia na identificação de agentes
etiológicos e pode determinar as fases de uma doença, garantindo ao paciente um diagnóstico
confiável e um tratamento seguro. Além disso, a evolução desses métodos ao longo dos anos
tornou a doação de sangue e órgãos mais segura, diminuindo a contaminação por doenças
infectocontagiosas e mimetizando o número de reações de incompatibilidades. Vimos que
esses métodos podem ser qualitativos (conferem resultados que definem uma qualidade) ou
quantitativos (quando os resultados apresentam um valor mensurável).
Visitamos ainda os principais conceitos ligados ao controle de qualidade dos testes sorológicos
para que se tenha um resultado reprodutível e exato. Além disso, conseguimos compreender, a
partir da análise da acurácia de um teste, como podemos medir a sensibilidade, a eficiência, a
especificidade, os valores de predição e a razão de verossimilhança de um teste, e
entendemos o que cada um deles representa.
REFERÊNCIAS
ABBAS, A. K., LICTMAN, A. H. Imunologia Celular e Molecular, 5 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.
ANVISA. RDC N°24de 11 de junho de 2014. In: Hemocentro. Consultado em meio eletrônico
em: 9 set. 2020.
BRASIL. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em
adultos. In: Conitec. Consultado em meio eletrônico em: 7 set. 2020.
BRASIL. Diagnóstico da infecção pelo HIV - aula 2. In: Telab. Consultado em meio eletrônico
em: 7 set. 2020.
FERREIRA, J. C.; PARTINO, C. M. Entendendo os testes de diagnóstico - parte 3. In: Jornal
Brasileiro de patologia. v. 44 (1), 2018.
MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOREIRA, M. R. R. Conceitos e métodos para
a formação de profissionais em laboratórios de saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/ IOC, 2013.
SIQUEIRA, C. O.; RIBEIRO, F. C.; VIZZONI, A. G. Conceitos básicos e aplicados em imuno-
hematologia. Organização de Maria Beatriz. Rio de Janeiro: EPSJV, 2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS (s/d). Avaliação dos testes de diagnóstico. In: UFGV.
Consultado em meio eletrônico em: 7 set. 2020.
EXPLORE+
Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do assunto deste tema, leia:
CARMINATI, R. et al. Determinação da sensibilidade e especificidade de um teste de
ELISA indireto para o diagnóstico da linfadenite caseosa em caprinos. Indicamos este
artigo para que você conheça como um teste sorológico é desenvolvido e padronizado,
avaliando sua sensibilidade. Conforme aprendemos, exames com alta sensibilidade são
amplamente utilizados durante uma triagem sorológica e o exame de especificidade para
confirmação diagnóstica.
TEIXIERA, R. I. A.; VEXENAT, A. C. Real significado de exames sorológicos no
diagnóstico das doenças endêmicas. Leia este artigo para aprender mais sobre a
importância do diagnóstico sorológico coletivo no diagnóstico dos surtos.
Acurácia dos testes de diagnósticos registrados na ANVISA para o COVID-19. Este
documento, encontrado no site do Ministério da Saúde, avalia os resultados da acurácia
dos testes diagnósticos disponíveis no Brasil.
Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do assunto deste tema, leia:
GOLDBERG, A. C.; RIZZO, L. V.Estrutura do MHC e função – apresentação de
antígenos. Parte 1.
CONTEUDISTA
Gabrielly Sbano Teixeira
 CURRÍCULO LATTES
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