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trabalhos de sociologia

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Há autores que acreditam na existência do direito pré-determinado por “leis”. Leis que não geram punições civis, leis que não se encontram nos códigos, mas sim as chamadas leis naturais ( valores, princípios, obrigações ) que influenciam a vida do homem em sociedade. 
As escolhas partem da idéia de que o direito é criado com base nas tais “leis”, que fazem parte do direito natural (ius naturales). Falasse sobre duas formas de conceber o direito natural.
A primeira endente o direito como algo dado, inscrito na “natureza das coisas”, e não depende do julgamento que o homem possa ter sobre ele. Um direito natural é que só as mulheres são capazes de engravidar e, após o parto, produzir leite materno. Mesmo que alguns homens não aceitem essa regra. Pode se dizer que se trata de uma regra de direito natural que, mesmo não sendo um direito escrito, influência o direito criado pelos homens. Basta lembrar-se das leis trabalhistas que oferecem uma proteção especial às mulheres no período de gestação e amamentação.
 A segunda vê o direito natural como um direito ideal, como um conjunto de normas justas de corretas, que fazem parte do direito positivo, direito criado por homens. Exemplo: o direito natural entende que todos os seres humanos nascem iguais e devem ser tratados igualmente aos demais, sem discriminação de cor, de raça, de etnia. Permitindo assim criticar as normas jurídicas que estabeleciam, no passado, a escravidão e quais quer formas de discriminação contra os negros e índios e reivindicar reformas que possam garantir a plena igualdade dos seres humanos. 
Jus naturalismo grego.
Na Grécia antiga teve um grande crescimento no pensamento filosófico e político. Comparado a cultura grega, sobre tudo com os romanos, pode se dizer que os gregos eram grandes filósofos do direito. Em nosso século ainda encontramos autores e escolas jurídicas que utilizam conceitos e argumentos provenientes da filosofia grega.
No período democrático, as decisões da política eram tomadas em reuniões (assembléias) das quais participavam todos os cidadãos. Essas assembléias eram compostas por cidadãos escolhidos através de sorteio público, esses cidadãos tratavam de atividades de caráter legislativo. Quando ocorrem divergências entre os cidadãos eram decididas em tribunais populares, compostos de 200 jurados, também escolhidos através de sorteio. Os atenienses excluíam as mulheres e os estrangeiros do conceito de cidadãos (Wesel, 1997, pp.118 e SS).
A prática do direito era compatível com uma determinada idéia de democracia. Ou seja, as normas escritas (nomoi) que fundamentavam o sistema jurídico, eram consideradas fruto das escolhas políticas e das particularidades de cada cidade da Grécia antiga (uma conduta tinha punições diferentes para cada cidade ou podia ser punida em Atenas e não ser em Esparta).
Os filósofos gregos, não davam importância particular para o direito escrito, assim tinham mais tempo para realizar análises sobre o mundo, a sociedade e a sua organização política. Daí se desenvolveu varias linhas filosóficas: atomismo, sofismo, idealismo, realismo, epieurismo, estoicismo. Todas essas linhas tinham uma base em comum: uma natureza muito bem organizada.
O direito natural era para os gregos normas que deveriam ser seguidas sem variação e que valeria para todos os cidadãos. Independente dos interesses prevalecentes de cada sociedade. Muitos filósofos gregos acreditavam no direito natural como a justiça e a razão. Eles entendiam que as “leis” do direito natural impõem aos homens uma séries de limites. Exemplos de lei e limites: o individuo necessita comer, se ele optar por não comer, isso o levará à morte (lei); não é possível estar em dois lugares ao mesmo tempo (limite). Isso são leis e limites impostos pela natureza, que valem independentemente da vontade e dos interesses do homem.
1.2 Escola medieval ou teológica
O direito natural atravessou toda idade media, influenciando o surgimento de outras escolas, entre as quais a mais importante é a escola teológica.
Estendesse que existiu uma cosmologia antiga, pela qual o mundo é composto por uma grande diversidade de seres, sendo o homem um deles. Nesta cosmologia, os homens são considerados mortais, enquanto o mundo é considerado imortal.
Existe também uma segunda cosmologia, que a autora entende por cosmologia cristã. Nesta o homem é colocado no centro do mundo, porque é considerado imortal. Ou seja, a condição de imortal coloca o homem em uma posição superior aos demais seres. Ao contrario, o mundo é considerado algo perecível, descartável, devido a influencia do pensamento cristão, que afirma que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, sendo assim sua alma permanecerá viva após a morte. 
Para a escola teológica o direito natural era considerado imutável, estável e permanente. O direito natural era fundamentado na vontade de Deus, sendo produto de sua fé. O Deus cristão dá ao homem o poder de dominar o mundo e, ao mesmo tempo, outorga-lhe um código de leis.
 
1.3 Escola do direito natural racional 
O direito constitui uma ordem preestabelecida, decorrente da natureza do homem e da sociedade. O ensino do direito não pode ser, porem, oferecido através de textos ou tradições “sagradas”, como falava a escola teológica. Aqui o direito natural referi-se à capacidade de raciocinar, de ponderar e de refletir do homem. Agora não se fala mais dos desígnios de Deus, mas da necessidade da razão humana. É necessário entender que o pensamento racional teve uma evolução.

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