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Semiologia Obstétrica 1 Semiologia Obstétrica Prof. Objetivo da assitência pré-natal: assegurar uma gravidez sem complicações e o parto de uma criança viva e saudável PREVENÇÃO = ORIENTAÇÃO Objetivos gerais: Orientações dos hábitos de vida Assitência psicológica para a mãe Preparação para o parto e cuidados com o RN Tratar distúrbios habituais da gestação (náuseas, dores, cólicas, sangramentos…) ❗Deve-se evitar o uso de medicamentos e medidas prejudiciais ao concepto, como exercícios que não é de costume da mãe, fumo, exposição a agentes químicos… O pré-natal deve começar o mais precoce possível e deve acontecer pelo menos 6 consultas ao longo da gestação Uma do 1º trimestre (abaixo de 13 semanas) Duas no 2º trimestre (entre 14 e 27 semanas) Três no 3º trimestre (acima de 28 semanas) Acompanhamento de baixo-risco: 1. A cada 30 DIAS até as 32 semanas 2. QUINZENAIS até as 36 semanas 3. SEMANAIS até o final da gestação Acompanhamento de alto-risco → acompanhamento individualizado Período gestacional = 40 semanas (+- 2 semanas); bebê já está a termo a partir das 37 semanas ❗ Gravidez é um evento fisiológico normal que pode ser complicado por processos patológicos perigosos para a saúde da mãe e do feto em 5-20% Existem várias alterações fisiológicas normais que atrapalham e mudam muito a vida dessa gestante, por exemplo náuseas e vômitos e devem ser dada a atenção necessária A visita inicial visa identificar todos os fatores de risco aos quais a mãe e o feto estão expostos que podem levar a processos patológicos, como fumo, álcool, medicamentos, etc Primeira consulta Preenchimento da ficha de acompanhamento Anamnese clínica completa Anamnese obstétrica Anamnese detalhada: 1. Gestação atual: história médica, alterações genéticas, cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas… 2. Status das imunizações da gestante: deve-se atualizar as vacinas no pré-natal, principalmente da gripe, fazer DTPA (difteria, tétano e coqueluche); após as 27 semanas de gestação são obrigatórias Semiologia Obstétrica 2 Exame clínico geral Exame gineco- obstétrico 3. Identificar DUM (primeiro dia da última menstruação) para o calculo da idade gestacional 4. Antecedentes pessoais 5. Gestações prévias: História obstétrica, parto vaginal ou cesária (saber o porque foi escolhido cesária), uso de fórceps Ex.: gesta 1, para 0 = a paciente teve uma gestação (atual) e zero partos Ex.: gesta 3, para vaginal 2 Duração das gestações, peso do RN, desfechos maternos, apgar, se amamentou, puerpério História de abortos, espontâneos ou induzidos Complicações na gestação e trabalho de parto? 6. Antecedentes e situação familiar Idade gestacional Ex.: Realizou a ecografia no dia 25/06/2022 e constatou gestante estava de 14s 4d → data da consulta: 25 de agosto - Junho: 5 dias - Julho: 31 dias - Agosto: 25 dias → 61/7 = 8,7 = 8 semanas e 5 dias + 14s e 4d = 23 semanas e 2 dias (ID) !!! Existem aplicativos para o cálculo e o Gestograma Cálculo da data prevista do Parto (DDP) Regra de Nagele: Acrescenta-se 7 dias ao primeiro dia de DUM e subtrai 3 meses do referido mês da menstruação (ou acrescenta 9 meses), a variação aceita é de 7 dias para mais ou para menos Ex.: DUM: 16/03/2022 → 16+7 =23 (dia previsto); 03 (mês de março) - 3 meses =12 (mês de dezembro) DDP = 23/12/2022 !!! existem outras ferramentas de bolso e aplicativos Exame Físico 1. Geral: PA (SEMPRE!!!) Exame Cardiopulmonar Altura Peso (em média 1,5kg/mês), ganho de peso desde a última consulta e ganho total durante toda a gestação Gestograma Semiologia Obstétrica 3 Avaliar necessidade de acompanhamento nutricional MMII (avaliar edemas) 2. Ectoscopia Cloasma: pode aparecer em algumas pacientes; manchas escuras que aparecem mais frequentemente na volta do nariz e nas bochechas, escurece com o sol Estrias Lanugem (sinal de Halban): pode surgir devido à intensificação da nutrição dos folículos pilosos com a gravidez e refere-se ao aparecimento de pêlos finos e macios (lanugem) geralmente na face e/ou couro cabeludo Mama: Tubérculos Montgomery: são glândulas de lubrificação para a amamentação Sinal de Hunter: escurecimento da aréola, durante a gestação, que deixa os mamilos com as margens indefinidas; está relacionado aos hormônios da gravidez e ao próprio preparo que o corpo faz para amamentar, aumentando a pigmentação da pele e a protegendo. Varizes e edemas 3. Exame de mama e orientações do aleitamento Avaliar a mama logo na primeira consulta Formação do complexo aréolo-papilar Aréola primária e secundária (sinal de hunter) Rede de Haller e tubérculos de Montgomery Colostro (orientar a paciente se por acaso saia colostro não mexer e não estimular) Sinal de Halban Tubérculos de Montgomery Sinal de Hunter Semiologia Obstétrica 4 Durante todas as consultas deve-se estimular a amamentação e dar todas as orientações e informações sobre a importância do leite materno 3 tipos de mamilos normais: normal, raso e invertido, todos são possíveis de realizar a amamentação, com certas dificuldades ❗Devemos orientar, acolher e não obrigar a paciente a amamentar 4. Exame obstétrico Ectoscopia - hiperpigmentação da linha alba (linha nigra) Mensuração do fundo uterino: Gestante em decúbito dorsal, com abdome descoberto Manobras de Leopold (palpação abdominal) para avaliar a posição do bebê a. Delimitação do fundo uterino (situação) - procuramos a cabeça ou bumbum do feto → longitudinal ou transverso? b. Determinaçãodo dorso fetal (posição) - procuramos onde está o dorso e as pernas → pélvica ou cefálica? c. Mobilidade da apresentação - identificamos o colo cefálico/pélvico e avaliamos a mobilidade dele d. Grau de insinuação da apresentação - “onde está esse feto? mais pra baixo? pra cima? altura” Técinica da tangente: delimitar borda superior da sínfese púbica e fundo uterino, fixar uma extremidade da fita métrica sobre a borda da sínfese púbica, deslizar a borda cubital da mão percorrendo a linha mediada do abdomên até a altura do fundo do útero O fundo uterino acompanha a idade gestacional (relação direta IG/FU entre 18 e 34 semanas) a. Auculta do bebê Estetoscópio de Pinard Sonar de Doppler fetal Altura uterina Semiologia Obstétrica 5 5. Exame pévico Inspeção dos genitais externos Exame especular (das paredes vaginais e do colo uterino) Geralmente, não se usa citobrush na gestante, porque as vezes entra muito no orifício e tem mais facilidade de sangrar, mas também porque a gestante faz uma ectopia (tecido de dentro do colo do útero está exteriorizado) então vem na coleta do pré-câncer com a espátula de ayre Avaliação da secreção vaginal Exame a fresco do conteúdo vaginal: mesmo que seja assintomático deve-se tratar candidíase, gasdnella, vaginite, baginose, tricomonas… evitando contagiar o bebê Diagnóstico de amniorrexe Toque vaginal bimanual: USAR LUMBRIFICANTE Deve-se realizar na 1ª consulta (avaliar competência do colo/volume uterino) Avaliação de trabalho de parto prematuro Pelo menos a cada trimestre, deve ser semanal a partir da 36ª semanas para acompanhar a dilatação e modificações para o parto Pode e deve fazer toque vaginal em todas as consultas, só não se faz quando tem queixa de placenta prévia 6. Exames laboratoriais de rotina (não cai na prova) 7. Ultrassonografia (US) 1º mais precoce possível, 7-11 semanas , transvaginal→ usado para datar a IG, medida do CCN, diâmetro do saco gestacional, vitalidade fetal e alterações cromossomiais OBS: se realizado entre 11 e 13+6 dias - avaliação da translucência nucal (síndromes cromossomicas) 2º ao redor das 12 semenas, é morfológico, identificação de órgãos e possíveis mal formações 3º de controle e se possível para ver posição e peso do bebê, ILA e Doppler Semiologia Obstétrica 6 Suplementações Ácido fólico (prevenção de defeito de tubo neural): 0,4 mg/dia para paciente sem risco 5 mg/dia para paciente com risco de defeito de tubo neuralO ideal: 90 dias antes da comcepção e 90 após a concepção Apenas quando essa gestante chega para nós ANTES DAS 16 SEMANAS (1ºtri) Vacinação DTpa (acima de 20 semanas) - idepentende se já realizado antes da gestação Permitidas: Influenza inativada, Hepatite B Em casos de risco: Raiva, Febre amarela CONTRA-INDICADAS: sarampo, caxumba, rubéola, BCG, varicela (covid?) Ferro: 30-60 mg/dia (normalmente usamos 40mg/dia) a partir das 20 SEMANAS Cálcio: 1 a 1,3 g/dia = 3 copos de leite/dia, recomentar a ingestação de laticínios Sinais de alerta “Em todas as consultas orientamos que a gestante fique atenta nos sinais de alerta” Perda de líquido Sangramento Contrações Dores Bebê que não meche, etc… ❗Procurar atendimentos de plantão!!! Proibir na gestação Fumo, álcool e drogas Exposição a teratógenos Trabalho físico excessivo e de risco Medicamento somente sob orientação médica de acordo com risco/benefício, não usar nada por expontânea vontade Anteção com anti-inflamatórios → aumento do risco de fechamento precoce do ducto arterioso ❗ Após o parto: o bebê deve voltar na consulta puerperal após 15 e 30 dias após o parto (aula vai até aqui) Fatores de risco Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: Idade: <15 anos: gestação de risco; gestante adolescente tem risco de partos prematuros, gestação indesejada, depressão, familia mal estruturada >35 anos: gestação de risco; maiores complicações pré-natal, pré-eclâmpsia, DM, parto prematuro; pode precisar de assistência de alto risco Ocupação: avaliar o esforço físico, estresse psicológico, cansaço, riscos de contrações, exposição a agentes químicos e biológicos Deve ser bem avaliado a necessidade de um atestado para afastamento do trabalho, sempre pondo na balança a melhor maneira para não prejudicar a vida profissional da paciente Semiologia Obstétrica 7 Situação familiar: avaliar se a paciente está em um ambiente inseguro e como a família está lidando com a gestação, principalmente se for adolescente; possíveis agressões físícas e psicológicas Situação conjugal insegura Baixa escolaridade Condições ambientais desfavoráveis Altura: <1,45m tem mais risco de parto prematuro (mas pode sim fazer parto vaginal) Peso <45kg Dependência de drogas lícitas e ilícitas (incluindo álcool e tabaco): pode gerar complicações, como parto pré-maturo, baixo peso, retardo do crescimento, descolamento de placenta… Histórica reprodutiva anterior Morte perinatal explicada ou inexplicada, aborto Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado Abortamento habitual Esterilidade/infertilidade: se precisou tratar para engravidar pode ter alguma trombofilia? algum fator que levou a infertilidade e pode aumentar o risco de complicações, por exemplo pré-eclâmpsia? Intervalo interpartal < 2 anos ou > 5 anos → principalmente, com menos de 2 anos, se foi uma cesárea provavelmente terá que fazer nova cesárea Nuliparidade (”nunca pariu”): fazer uma consulta mais abrangente com todas as dúvidas Multiparidade Síndromes hemorrágicas Pré-eclâmpsia/eclampsia: grande risco de repetir e a paciente ter hipertensão na gravidez atual Pré-eclâmpsia: é a hipertensão arterial ou a piora de hipertensão arterial preexistente, que é acompanhada de um excesso de proteína na urina e que surge após a 20ª semana de gestação Eclâmpsia: é uma complicação da pré-eclâmpsia, quando a pressão arterial está acima de 140/90 mmHg após a 20ª semana de gravidez, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto Cirurgia uterina anterior Macrossomia fetal Intercorrências clínicas crônicas: Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras DSTs) fazer o pré-natal e tratamento adequado Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenases) Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras) – engravidar com mioma não é problema, mas ele pode crescer na gestação e tem que estar atento, acompanhar o tamanho e localização Doença obstétrica na gravidez atual: Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume líquido amniótico Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada Semiologia Obstétrica 8 Ganho ponderal inadequado: o normal é a paciente ganhar em torno de 10Kg, muitas não conseguem e engordam um pouco mais, tem que orientar uma consulta com nutricionista, e ajudar a não ganhar tanto peso, pois isso pode complicar a gestação Pré-eclâmpsia/eclampsia, amniorrexe prematura, hemorragias da gestação, isoimunização e óbito fetal
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