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DAC – Doença Arterial Coronariana e Cardiopa1a Isquêmica Profa. Dra. Denise Carnieli Caza0 Robbins Patologia Básica, Capítulo 10 e 11. Vinay Kumar, Abul K. Abbas and Jon C. Aster, https://www.evolution.com.br/ep ubreader/9788535288551 Capitulo 15 Situação clinicopatológica 1: Paciente Picasso, sexo masculino, 62 anos, aposentado, casado, natural e procedente de São Paulo, capital. Procura atendimento médico com cardiologista relatando dor torácica precordial esporádica, em aperto, com duração de até 5 minutos. O paciente associa os episódios de dor com situações de esforço Esico, como caminhar pelo quarteirão em que mora, mas relata melhora com repouso. • Questões sobre o caso: • 1. Qual é a doença apresentada por Picasso? • 2.Explique a e0opatogenia da doença. • 3. Descreva as formas clínicas para esta doença. • 4. Sr. Picasso poderia desenvolver ramos colaterais no coração? Jus0fique... Introdução - DAC Dado que os miócitos cardíacos produzem energia quase exclusivamente por meio da fosforilação oxida;va mitocondrial, o funcionamento do coração depende estritamente do fluxo con>nuo de sangue oxigenado através das artérias coronárias. Provável causa... Em mais de 90% dos casos, a CI é uma consequência da redução do fluxo sanguíneo coronariano resultante de doença vascular ateroscleróAca obstruAva Fatores de risco cons-tucionais: Familiar – Hereditário Idade Masculino Fatores de risco modificaveis Dieta E;lismo Sedentarismo Tabagismo DM Hipertensãoarterial Situação clinicopatológica 1: • Paciente Picasso, sexo masculino, 62 anos, aposentado, casado, natural e procedente de São Paulo, capital. Procura atendimento médico com cardiologista relatando dor torácica precordial esporádica, em aperto, com duração de até 5 minutos. • O paciente associa os episódios de dor com situações de esforço Asico, como caminhar pelo quarteirão em que mora, mas relata melhora com repouso. 1. Qual é a doença apresentada por Picasso? Doença Arterial Coronariana – DAC Síndrome Coronariana Aguda Situação clinicopatológica 1: • 2.Explique a e;opatogenia da doença. Processo de diminuição da luz do vaso coronário por ATEROSCLEROSE ou VASO ESPASMO Oferta de O2 Demanda de O2 - Anemia - IRC – diminui produção de eritropoe:na - Infecção Viral – SARS-COV – Se liga na Hg como ao CO. - Hipertrofia Ventricular Cardíaca ou Insuf. Cardíaca Diastólica – (> sangue circulante, sem novos vasos desenvolvidos) – angina ao esforço – Coronárias normais... Cardiopa:a Isquêmica à Um desequilíbrio entre o suprimento sanguíneo cardíaco (perfusão) e as necessidades de oxigênio e nutrientes do miocárdio. Patogenia • Inflamação da placa de ateroma • Trombose da placa instável e/ou ulcerada (erodida) • Vasoconstrição coronária o que potencializa a ruptura da placa. • A ruptura da placa pode ser desencadeada por: - Agonistas adrenérgicos circulantes. - Conteúdo plaquetário liberado localmente. - Desequilíbrio entre os fatores relaxantes das células endoteliais (p. ex., óxido nítrico) e os fatores constritores (p. ex., endotelina) devido à disfunção endotelial. - Mediadores liberados pelas células inflamatórias perivasculares. Patogenia Tem aerobiose porém não morte celular Situação clinicopatológica 1: 3. Descreva as formas clínicas para esta doença. hKps://www.youtube.com/watch?v=C0BUPHYQ1h4 Manifestação Clínica - Angina Pectoris (literalmente, “dor no peito”). • A isquemia provoca dor, mas não é suficiente para causar a morte dos miócitos. • A estenose fixa que obstrui 70% ou mais do lúmen de um vaso pode produzir fluxo sanguíneo coronariano inadequado com sintomas mesmo no repouso • A angina pode ser ESTÁVEL - Quando ocorre de modo previsível durante certo grau de esforço hsico Angina Pectoris Estável • ♂ > 50 ; ♀ >60 • Sensações de peso, opressão, compressão,sufocamento, asfixia. • Natureza crescente e decrescente • Duração curta: 2 a 5 minutos • Possível irradiação (braço, pescoço, ombro) • Irradiação para ombros, braços, antebraço e mãos Manifestação Clínica • A angina pode ser ESTÁVEL - Causada por espasmo vascular – es>mulo adrenérgico (angina de Prinzmetal – não coronariopa;a -- Síndrome do Coração Par;do) - Espasmo vascular generalizado – Várias coronárias saudáveis que se fecham à Cardiomiopa;a de Takotsubo Manifestações Clínicas • A angina pode ser INSTÁVEL - Instável (quando ocorre durante esforços Esicos progressivamente menores ou mesmo no repouso). Sem alteração de enzimas cardíacas. • A estenose fixa que obstrui 90% ou mais do lúmen de um vaso pode produzir fluxo sanguíneo coronariano inadequado com sintomas mesmo no repouso Arq. Bras. Cardiol. vol.83 suppl.2 São Paulo Sept. 2004 Situação clinicopatológica 1: 4. Sr. Picasso poderia desenvolver ramos colaterais no coração? Jus;fique... Simmm.... Circulação Colateral • Uma lesão ateroscleró0ca obstruir progressivamente uma artéria coronária em velocidade bem lenta durante anos... • A remodelagem de outros vasos coronarianos poderá́ fornecer fluxo sanguíneo compensatório para a área em risco; essa perfusão colateral pode subsequentemente proteger contra o IM, mesmo que com o tempo o vaso acabe totalmente obstruído. • Infelizmente, quando ocorre uma obstrução coronariana aguda, não há tempo suficiente para que o fluxo colateral se desenvolva e sobrevém, então, o infarto. Manifestação Clínica • INFARTO DO MIOCÁRDIO • Ocorre quando a gravidade ou a duração da isquemia é suficiente para causar a morte de cardiomiócitos. Manifestação Clínica • MORTE SÚBITA CARDÍACA. • Pode ocorrer como consequência da lesão tecidual promovida por um IM, mas geralmente resulta de arritmia fatal, sem necrose de miócitos. • o óbito ocorre dentro de minutos ou até 24 h após o início das manifestações clínicas. Situação clinicopatológica 2: • Paciente Por0nari, sexo masculino, 56 anos, comerciante, casado, natural e procedente de São Paulo, capital. Levado ao pronto-socorro por familiares com história de dor precordial intensa irradiada para mandíbula há 60 minutos, acompanhada de sudorese intensa e náusea. ANAMNESE: • tabagista (1 maço/dia por 35 anos; carga tabágica=35 maços/ano); • diabé0co (gli=280mg/dl); • hipertenso em acompanhamento com médico de família há 10 anos (PA=150/99mmHg); hipercolesterolemia (colesterol total=230mg/dl, HDL=44mg/dl; LDL=130mg/dl; triglicérides=210mg/dl). Situação clinicopatológica 2: OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES: ● Eletrocardiograma: supranivelamento de segmento ST em derivação V2 (região de parede anterior, septo médio). ● Ecocardiograma transtorácico: discinesia de VE. FEVE: 31%. Hipertrofia de parede. ● Dosagem de mioglobina: 4,3μg/mL (ref. até 0,15μg/mL). ● Dosagem de CK-MB: 7ng/L (ref. até 5,0ng/L). O paciente evoluiu com arritmia importante e choque cardiogênico, indo a óbito 3 horas após admissão hospitalar. Foi encaminhado para necrópsia. Imagens ob1das na necrópsia. Situação Clinicopatológica 02 1. Qual é a doença apresentada por Por;nari, que o levou ao pronto- socorro? 2. Explique a e;opatogenia desta doença. 3. As imagens das coronárias mostram uma alteração na luz vascular - denomine essa alteração e explique a fisiopatologia. 4- Quais os padrões de Infarto do Miocardio? Situação clinicopatológica 2: 1. Qual é a doença apresentada por Por;nari, que o levou ao pronto- socorro? Situação clinicopatológica 2: 2. Explique a e;opatogenia desta doença. Situação clinicopatológica 2: • E POR QUE seria Morte Súbita? Situação clinicopatológica 2: 3. As imagens das coronárias mostram uma alteração na luz vascular - denomine essa alteração e explique a fisiopatologia. Evolução do trombo...... Infarto Agudo do Miocardio CardiopaEa Isquêmica Isquemia à Necrose Musculo Cardíaco 10% dos IMs ocorrem antes dos 40 anos, 45% ocorrem antes dos 65 anos. Afetam igualmente brancos e negros. Os homenscorrem risco significa/vamente > que as mulheres, porém a diferença entre os sexos diminui progressivamente com o aumento da idade. Mulheres estão protegidas contra o IM durante a vida reprodu/va. Menopausa — e o declínio da produção de estrógeno — está associada à exacerbação da DAC. 4- Quais os padrões de Infarto do Miocardio? Padrões de Infartos - INFARTOS SUBENDOCÁRDICOS Limitados ao TERÇO INTERNO do miocárdio; Normalmente não exibem elevações do segmento ST ou ondas Q no traçado do ECG. A região subendocárdica é mais vulnerável à hipoperfusão e à hipóxia. Assim, na presença de DAC grave, diminuições transitórias do fornecimento de oxigênio (como resultado de hipotensão, anemia ou pneumonia) ou aumentos da demanda de oxigênio (como ocorre na taquicardia e na hipertensão) podem provocar lesão isquêmica subendocárdica. Padrão também pode ocorrer quando um trombo oclusivo sofre lise antes que ocorra um infarto de espessura total. TransmuralNão - Transmural Colaterais – Cardiopa:a isquêmica crônica – O primeiro a sofrer será o Endocardio Padrões de Infartos - INFARTOS TRANSMURAIS Envolvem toda a espessura do ventrículo e são causados pela oclusão de vasos epicárdicos, a qual resulta da combinação de aterosclerose crônica com trombose aguda; Comum à produzirem elevações do segmento ST do ECG, e pode haver ondas Q nega0vas, com perda de amplitude da onda R. TransmuralNão - Transmural Colaterais – Cardiopa:a isquêmica crônica – O primeiro a sofrer será o Endocardio Padrões de Infartos INFARTOS MICROSCÓPICOS Oclusões de pequenos vasos e podem não exibir nenhuma alteração diagnósIca no ECG. Podem ocorrer nos casos de vasculite, formação de êmbolos a parIr de vegetações valvares ou trombos murais, ou de espasmo vascular decorrente da elevação de catecolaminas — endógenas (p. ex., feocromocitoma ou estresse extremo) ou exógenas (p. ex., cocaína). Padrões de Infartos Situação clinicopatológica 2: 3. Cite como os cardiomiócitos responderam à isquemia com o passar do tempo a par;r da obstrução. Respostas nos próximos slides...... Patogenia do Infarto do Miocárdio Uma placa ateromatosa rompe- se subitamente como resultado de hemorragia intraplaca ou de forças mecânicas; 01 O colágeno subendotelial e o conteúdo necrosado da placa entram em contato com o sangue. 02 As plaquetas aderem à placa rompida, agregam-se e são a6vadas, liberando tromboxano A2, difosfato de adenosina (ADP) e serotonina — que causam mais agregação plaquetária e também vasoespasmo. 03 A aLvação da coagulação pela exposição do fator tecidual e por outros mecanismos aumenta o trombo em crescimento. 04 Em minutos, o trombo pode evoluir e obstruir totalmente o lúmen de uma artéria coronária. 05 Patogenia àMiocárdio x Isquemia Perda do suprimento sanguíneo miocárdico acarreta consequências bioquímicas, morfológicas e funcionais intensas. Segundos após a obstrução vascular, a glicólise aeróbica cessa, levando à queda do nível de ATP e ao acúmulo de metabólitos potencialmente nocivos (p. ex., ácido lácaco) nos miócitos cardíacos. Um Minuto à A consequência funcional à Rápida perda da contraalidade. As alterações ultraestruturais (que englobam o relaxamento das miofibrilas, a depleção do glicogênio e a tumefação celular e mitocondrial) também se tornam rapidamente evidentes. Alterações iniciais são potencialmente REVERSÍVEIS. Critérios Microscópicos - IAM • Precoces – Tumefação de organelas (30’) – Necrose de coagulação – Infiltrado de neutrófilos – Hemorragia (se lesão de reperfusão) • Tardios – Tecido de granulação, rico em colágeno, fibroblastos e neovasos – Fibrose miocárdica, hemossiderina – Hipertrofia compensatória dos cardiomiócitos adjacentes Somente a isquemia grave que dura pelo menos 20-40 minutos causa dano irreversível e morte de miócitos, levando à necrose por coagulação Patogenia àMiocardio x Isquemia Condutas no Paciente Grave. Elias KNOBEL, 2016 Condutas no Paciente Grave. Elias KNOBEL, 2016 Condutas no Paciente Grave. Elias KNOBEL, 2016 Condutas no Paciente Grave. Elias KNOBEL, 2016 Isquemia x Reperfusão O fluxo sanguíneo miocárdico for restaurado antes que ocorra uma lesão irreversível, a viabilidade das células poderá́ ser preservada; Diagnós;co precoce do IAM e a rápida intervenção por meio da trombolise ou da angioplas;a para salvar o miocárdio em risco. Lesão por reperfusão Mesmo quando a reperfusão é realizada a tempo, no estado pós-isquêmico, o miocárdio permanece bastante disfuncional durante vários dias. Lesão por Reperfusão Disfunção mitocondrial: a isquemia altera a permeabilidade da membrana das mitocôndrias àtorna-se tumefata e sua membrana externa se rompe, liberando o conteúdo da mitocôndria, o qual promove a apoptose; Hipercontratura dos miócitos: durante os períodos de isquemia, os níveis intracelulares de Ca+ estão aumentados como resultado da perturbação do ciclo do Ca+ e da lesão do sarcolema. Depois da reperfusão, a contração das miofibrilas fica aumentada e descontrolada, o que causa danos ao citoesqueleto e morte celular à Tetania. Radicais livres que incluem o ânion superóxido (O −), o peróxido de hidrogênio 2 (H2O2), o ácido hipocloroso (HOCl), o peroxinitrito derivado do óxido nítrico e os radicais hidroxila (OH−) são produzidos minutos após o início da reperfusão e danificam os miócitos ao alterarem as proteínas e os fosfolipídios da membrana; Agregação de leucócitos, que pode obstruir a microvasculatura e contribuir para o fenômeno de “não refluxo”. Além die produzirem proteases e elastases que provocam a morte celular; A6vação das plaquetas e do sistema complemento. Lesão por Reperfusão • Experimentalmente, reperfusão feita: • Após 40 min de isquemia deixa infartada somente a porção subendocárdica; • Após 3 h de isquemia, salva a metade externa da parede da área de risco; • Após 96 h, apenas estreita faixa subepicárdica. Controle Clínico A-C, Ruptura do coração. A, Ruptura do miocárdio. B, Ruptura do septo ventricular. C, Ruptura de um músculo papilar. D, Pericardite fibrinosa — observa-se a superccie hemorrágica e rugosa do epicárdio que cobre um infarto agudo. E, Expansão recente de um infarto e trombo mural. F, Grande aneurisma na parte apical do VE. Complicações do IAM Disfunção contrá.l. Disfunção dos músculos papilares. Infarto do ventrículo direito Ruptura do miocárdio Arritmias Pericardite – Fibrino hemorrágica Dilatação das câmaras. Trombo mural Aneurisma ventricular Insuficiência cardíaca tardia progressiva.
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