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Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Imune e Hematológico Resistência e reparo do organismo Profa. Dra. Cristiane M. Leite • Unidade de Ensino: 3 • Competência da Unidade: Conhecer as reações e os mecanismos de defesa e patológicos do organismo, oriundos dos embates com diversos agentes agressores do meio ambiente. • Resumo: Resposta imune adquirida, inflamação aguda e crônica, interação antígeno- anticorpo, mediadores pró e anti-inflamatórios, reações de hipersensibilidade, mecanismos de imunização e reparo tecidual. • Palavras-chave: Sistema imune; inflamação; hipersensibilidade; reparo. • Título da Teleaula: Resistência e reparo do organismo. • Teleaula nº: 3 Abertura • Imunidade adquirida • Anticorpos e suas funções; • Hipersensibilidade; • Imunização; • Inflamação crônica; • Principais mediadores químicos inflamatórios e fármacos anti-inflamatórios; • Reparo tecidual. • Humoral • Celular Resposta adquirida: humoral e celular Homem, 55 anos, encontra-se em crise de dores abdominal, diarreia e vômito devido às doenças crônicas do fígado e do pâncreas causadas pela hepatite C e pelo câncer do pâncreas. v Fonte: Avatar Maker. Qual o tipo de resposta imune presente? Qual o tipo celular predominante nesta fase? Imunidade adquirida ou adaptativa • Imunidade desenvolvida mediante exposição prévia a agentes infecciosos e outras substâncias estranhas ao organismo; • Tipos: humoral e mediada por células. ANTÍGENOS Substâncias estranhas ao organismo que, quando introduzidas nele, desencadeiam a produção de anticorpos pelos linfócitos B, o que conduz à destruição do agente invasor. Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., PORTH, C.M. Porth: fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Células-tronco pluripotentes Timo Célula- tronco linfocítica Célula B Célula T Tecido linfoide Célula T citotóxica Célula T auxiliar Célula T reguladora Medula óssea IMUNIDADE ADAPTATIVA HUMORAL Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., PORTH, C.M. Porth: fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Imunidade adquirida celular • Não está necessariamente presente ao nascimento; • Resposta das células T auxiliares (CD4+) e T citotóxicas (CD8+); • Mecanismo intracelular. Muitos microrganismos vivem dentro das células o que torna impossível a ação de anticorpos humorais. IMUNIDADE ADAPTATIVA CELULAR Fonte: Adaptado de GROSSMAN, S.C., PORTH, C.M. Porth: fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Anticorpos, reação de hipersensibilidade e imunização Anticorpos • São glicoproteínas fabricadas pelos plasmócitos com função de: 1) Auxiliar o processo de fagocitose pela criação do complexo antígeno-anticorpo; 2) Realizam a tentativa de inativar microrganismos invasores. Os anticorpos não destroem os agentes invasores! Temos 5 classes: • IgM; • IgG; • IgA; • IgD; • IgE. • Forma de pentâmero; • Relacionados a defesa de patógenos apenas no sangue; • Maiores anticorpos que possuímos e de produção mais rápida; • São os primeiros anticorpos produzidos em caso de infecção. (Contato primário com o antígeno) Imunoglobulina M - IgM Aumento em sua quantidade no sangue significa exposição recente ao microrganismo e fase aguda de uma doença. Fonte: Modificado de 2OpenStax College/Wikimedia Commons. • Forma monomérica e estrutura pequena; • Relacionados a defesa de patógenos no sangue; • Produzidos por linfócitos de memória (indicam exposição tardia ao agente invasor (contato secundário com o antígeno). Imunoglobulina G - IgG Fonte: Modificado de 2OpenStax College/Wikimedia Commons. Aumento em sua quantidade no sangue significa exposição tardia ao microrganismo e conferência de imunidade permanente. • Forma de dímero; • Segundo tipo mais comum encontrado no soro; • Encontrada na saliva, lágrimas, colostro e em secreções brônquicas, gastrointestinais, prostáticas e vaginais. Imunoglobulina A - IgA Fonte: Modificado de 2OpenStax College/Wikimedia Commons. Componente secretório Principal função: imunidade local em superfícies mucosas. Impede a ligação de vírus e bactérias às células epiteliais. • Menos comum, ligando-se fortemente em basófilos e mastócitos; • Envolvida em processos inflamatórios, reações alérgicas e infecções parasitárias. Imunoglobulina E - IgE Fonte: Modificado de 2OpenStax College/Wikimedia Commons. Imunoglobulina D - IgD Fonte: Modificado de 2OpenStax College/Wikimedia Commons. • Atua como receptor para antígenos nas membranas celulares de linfócitos B. 1. Imediata ou tipo I: • Ocorre minutos após a exposição aos antígenos (alérgenos). • Mediada por IgE, que em contato com o alérgeno induz a liberação de mediadores químicos. • É uma resposta imune exacerba à antígenos que não nos fariam mal, como: pigmentos, pólen, camarão, etc. Receptor Fc para IgE Alérgeno IgE Degranulação de mastócitos, liberação de mediadores REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE Fonte: Modificado de 3OpenStax College/Wikimedia Commons. 2. Tipo II: • Ocorre em até 8 horas após a exposição; • Mediada por anticorpos ativando o complemento, citotoxicidade promovida por IgG; • Exemplo: transfusão incompatível de sangue – A para B. Célula T citotóxica Receptor para IgG Antígeno Célula-alvo Citotoxicidade dependente de IgG Antígeno Complexo imune Ativação do complemento Fonte: Modificado de 3OpenStax College/Wikimedia Commons. • Ocorre até 10 horas após exposição; • Mediado pelo acúmulo de imunocomplexos formados por grande quantidade de antígenos no corpo; • Atingem locais específicos e destroem o tecido próximo pois causam inflamação e atração de neutrófilos e monócitos. • Mediada por IgG e MAC. 3. Tipo III: Neutrófilo Ativação do complemento Imunocomplexos Fonte: Modificado de 3OpenStax College/Wikimedia Commons. • Mediada por células; • Após 24h de contato com o antígeno; • Mecanismos de doenças autoimunes; • Mediada por linfócitos T citotóxicos que reconhecem células normais e induzem a eliminação destas pela ativação de macrófagos. 4. Tipo IV ou tardia: Antígeno Citocinas Célula T citotóxica Macrófago ativado Célula T auxiliar sensibilizada Fonte: Modificado de 3OpenStax College/Wikimedia Commons. 1. Imunização ATIVA TIPOS DE IMUNIZAÇÃO Ocorre quando o sistema imune responde à investida de um patógeno por ambos mecanismos de imunidade adaptativa, ou seja: Humoral Celular Linfócitos T de memória Linfócitos B de memória Produção de ambos indica memória imunológica para vida ou durante longo período. 2. Imunização PASSIVA Ocorre quando o indivíduo recebe anticorpos prontos e ativos, mas, que foram produzidos por outro organismo. Humoral Celular Não ocorre: • A estimulação do sistema imune; • O contato com o antígeno; • Sem memória imunológica linfócito B/T. Imunidade adquirida Imunidade ativa Imunidade passiva Natural Artificial Natural Artificial Inflamação crônica, mediadores inflamatórios e fármacos anti-inflamatórios Homem, 55 anos, encontra-se em crise de dores abdominal, diarreia e vômito associados à perda de peso no último mês sem restrição alimentar. Com a investigação, o médico diz ao paciente que os sintomas são causados pela pancreatite crônica. v Fonte: Avatar Maker. Qual medicamento deveria ser receitado para amenizar os sintomas do processo inflamatório? Inflamação crônica • Geralmente é resultado de processo inflamatório agudo recorrente ou progressivo; exposição prolongada ao agente agressor ou resposta persistente envolvendo mecanismos imunológicos. • Características: • Longa duração; • Geralmente sem sinais cardinais da inflamação; • Infiltração de células mononucleares; • Proliferação vascular e fibroblástica. Células da inflamação crônica • Linfócitos: • Recrutamento de linfócitos T e B para o local da lesão; • Amplificam e propagam a inflamação. Fonte:Adaptado de Flickr. Produção de citocinas Produção de INF gama Células da inflamação crônica • Macrófagos: • Originam de monócitos do sangue e migram para o espaço intersticial no local afetado; • Secretam citocinas e fatores de crescimento, que atuam em diferentes células, promovendo a eliminação do agente agressor e ativando células como os linfócitos T. Fonte: Adaptado de Librepath/Wikimedia commons. Vias de ativação dos macrófagos VIA CLÁSSICA: macrófagos M1 • Atuam na destruição tecidual e de parasitas intracelulares, e em respostas adaptativas. VIA ALTERNATIVA: macrófagos M2 • Atuam no reparo tecidual (removem neutrófilos apoptóticos, ajudam na formação do tecido de granulação e produzem mediadores pró-fibróticos) . Células da inflamação crônica • Plasmócitos: • Responsáveis pela produção de anticorpos contra antígenos persistentes ou componentes teciduais alterados. • Eosinófilos: • Presentes em reações imunes mediadas por IgE ou em infecções parasitárias. • Mastócitos: • Promovem a secreção de diferentes citocinas. • Mediadores derivados do ácido araquidônico (formado após uma lesão celular / inflamação aguda): • Prostaglandinas H2: potencialização da dor/febre e vasodilatação. • Prostaciclina: mediador vasodilatador. • Tromboxano: mediador vasoconstritor. • Leucotrienos: aumento da permeabilidade vascular, favorece o edema. MEDIADORES QUÍMICOS • Interleucinas: 1. Citocinas pró-inflamatórias: (IL-1, IL-2, IL-6, IL-7 e FNT) • Atuam na proliferação, quimiotaxia, diferenciação de leucócitos e produção de anticorpos. 2. Citocinas anti-inflamatórias: (IL-4, IL-10, IL-13) • Atenuam a resposta inflamatória. Produzidas principalmente por linfócitos T auxiliares, macrófagos e eosinófilos e estão envolvidas na ativação ou supressão do sistema imune. • Atuam na amenização dos sinais inflamatórios (dor, rubor, calor e edema); • Inibem as cascatas químicas e substâncias que causam os efeitos cardinais; • Existem dois tipos de anti-inflamatórios: • Não esteroides (AINEs) ou Não hormonais; • Esteroides (AIEs); MEDICAMENTOS ANTI-INFLAMATÓRIOS • Diminuem a produção dos precursores dos mediadores químicos (Prostaglandinas, Prostaciclinas); Lesão celular Liberação fosfolipídios de membrana Degradados Enzima Fosfolipase A2 Originando ÁCIDO ARAQUIDÔNICO Degradado Enzima COX1 e COX2 Originando Anti-inflamatórios não esteroidais Inibem as COX1 e COX2 Ibuprofeno, nimesulida e celecoxib Diminui rubor, dor, calor e vasodilatação. • Baixa ou nenhuma produção do ácido araquidônico. Não há produção de mediadores químicos (Prostaglandinas/prostaciclinas) • A diminuição de rubor, dor, calor e vasodilatação é mais acentuada! Lesão celular Liberação fosfolipídios de membrana Degradados Enzima Fosfolipase A2 Anti-inflamatórios esteroidais Inibem a Fosfolipase A2 Cortisona e a betametasona Reparo tecidual Regeneração • Tecido danificado é substituído por células do mesmo tipo, retomando sua normalidade funcional; • Depende: • Tipo de células residuais presentes (lábeis, estáveis ou permanentes); • Extensão da lesão. • Proliferação celular é regulada pelo ciclo celular e estimulada por fatores de crescimento e interações entre as células no local da lesão e a matriz extracelular. Cicatrização • Tecido danificado é substituído por tecido conjuntivo altamente vascularizado, e como resultado se observa a formação de cicatrizes. Ocorre quando o tecido danificado não consegue se restabelecer completamente ou caso as estruturas de suporte tecidual estejam severamente comprometidas. • Processo controlado por mediadores químicos liberados no local da lesão e por fatores de crescimento. Fases da cicatrização Fase Inflamatória Epiderme Derme Artéria Resposta vascular Coágulo Migração celular Fonte: Adaptado de 3Wikimedia Commons/WikimediaCommons. Fases da cicatrização Fase Proliferativa Fibroblasto Macrófago Formação de crosta e migração de células epiteliais Formação de tecido de granulação Fonte: Adaptado de 3Wikimedia Commons/Wikimedia Commons. Fases da cicatrização Fase de Maturação e Remodelação Restabelecimento da espessura do tecido epitelial Remodelação tecidual Fonte: Adaptado de 3Wikimedia Commons/Wikimedia Commons. Fechamento • Imunidade adquirida • Anticorpos e suas funções; • Hipersensibilidade; • Imunização; • Inflamação crônica; • Principais mediadores químicos inflamatórios e fármacos anti-inflamatórios; • Reparo tecidual. • Humoral • Celular
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