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Aula V Pratica Simulada

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA CIVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ANTÔNIO ..., nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado à ..., n° ..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP n° ..., vem a presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 319, II, do CPC/2015, por meio de seu advogado, legalmente constituído, conforme procuração em anexo, e que ao final subscreve, e que recebe intimações e notificações no escritório profissional com sede a …., n°…, bairro…., cidade…., Estado…, CEP nº…, propor: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS E MORAIS
pelo Rito Ordinário, em face de JOÃO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ..., inscrito no CPF nº ..., residente e domiciliado à ..., n°…, bairro…., RIO DE JANEIRO/ RJ, CEP nº…, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
PRELIMINARMENTE:
A parte autora opta pela realização de audiência de conciliação/mediação conforme previsto no Art. 319, inciso VII do novo CPC. 
I. DOS FATOS
No dia 05 de agosto de 2013, o Autor comprou da parte Ré, um veiculo VW Gol, de placa XX 0000, ano/modelo 2012, pelo valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), sendo que o pagamento da compra à foi realizado a vista.
Um mês após a compra o Autor efetuou a transferência do veículo para seu nome, junto ao DETRAN de sua cidade e pagou mais o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), referente às multas por violação de normas de transito. 
Alguns meses depois, no dia 29 de dezembro de 2013, o veículo do Autor foi apreendido por ordem de um delegado de policia que alegou que o carro ter sido objeto de furto na cidade de São Paulo.
Após todas as tentativas para conseguir o ressarcimento do veiculo, amigavelmente, terem sido frustradas, devido ao Réu ter mudado para o Rio de Janeiro, não restou ao autor outra alternativa, senão buscar a proteção judicial, para garantir seus direitos. 
II. DO DIREITO:
II.1. DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Não há duvida que o autor, agiu de boa-fé, pois não tinha ideia de que o carro era objeto de furto. Com isso, se verifica que o negocio jurídico realizado é invalido, por se tratar de venda de coisa ilícita, ou seja, fruto de furto. 
Nesta seara o Art. 123 do CC, diz:
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
(...)
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
Assim, por se tratar de negócio jurídico realizado com coisa ilícita, este é considerado invalido.
II.2. DO DANO MATERIAL
No caso em tela, o réu, agiu de má-fé, uma vez que, sabia que o produto negociado era fruto de furto e por isso causaria danos ao Autor.
Segundo o Artigo 186 do CC dispões: 
“aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
O Autor foi lesado, pois perdeu a propriedade, posse e uso do bem adquirido por força de apreensão judicial e esse dano encontra previsão no Artigo 447 do CC ao qual dispõe: 
“Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.”
Assim, o réu, deve reparar os danos causados ao autor, devido ao ato ilícito praticado, conforme o art. 927 do CC. 
In verbis: 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
II.3. DO DANO MORAL
Conforme o Doutrinador Carlos Roberto Gonçalves, ao conceituar o dano moral assevera que:
“Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, intimidade, a imagem, o bom nome, etc., como se infere dos art. 1º, III, e 5º, V e X, da Constituição Federal, e que acarreta ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação” (GONCALVES, 2009, p.359).
Nesta mesma seara, dispõe o Artigo 944 do CC:
“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.”
Assim, além do dano material sofrido pelo autor, o mesmo ainda sofreu o constrangimento de ter seu veiculo apreendido por ser objeto de furto, e deve ser moralmente indenizado por isso. 
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) A designação de audiência de conciliação/mediação conforme o Art. 319, inciso VII do novo CPC, e por consequência, a citação do réu para comparecer à citada audiência, ficando ciente de que não havendo acordo, se iniciará o prazo para apresentar resposta, na forma da lei.
b) A total procedência da ação, para declarar a nulidade do negocio jurídico e condenar o réu ao pagamento dos danos materiais e morais, no montante de R$44.000,00 (quarenta e quatro mil reais), sendo R$30.000,00 (trinta mil reais) referente à compra do veículo, R$ 4.000,00 (quatro mil reais) pelo pagamentos das infrações as normas brasileiras de trânsito e R$10.000,00 (dez mil reais) referente ao dano moral;
c) A Juntada da guia de pagamento de custas, bem como o comprovante de pagamento;
d) A condenação da ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios a serem fixados nos termos do artigo 85, § 2º, do CPC.
Requer ainda que as intimações da presente demanda, ocorram exclusivamente em nome do Procurador da parte Autora, inscrito na OAB/RS sob o nº..., sob pena de nulidade.
IV. DAS PROVAS:
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC/2015, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
V. DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se o valor da causa R$ 44.000,00 (quarenta e quatro mil reais).
Nesses termos, pede e espera deferimento.
Local, dia de mês de ano.
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ADVOGADO
OAB/RS n°...

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