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INTRODUÇÃO →O BR é considerado um grande produtor de proteína de origem animal, porém, em relação ao pescado, os valores são bem inferiores quando comparados às demais proteínas (valores insatisfatórios, levando em consideração a extensa faixa litorânea e abundante disponibilidade de água doce no país) →Há falta de incentivo governamental para a consolidação da atividade, fatores culturais e regionais, associação do produto ao consumo regional e questões econômico-financeiras por conta de seu valor elevado quando comparado a outras fontes proteicas →Pode ser obtido através da aquacultura (criação dos animais, nutrição e manejo adequados às espécies) ou do extrativismo (captura do pescado diretamente da natureza, sem qualquer tipo de manejo) →54% do pescado consumido no mundo é obtido por meio do extrativismo e 46% por meio da aquacultura EXTRATIVISMO →Técnica rudimentar na qual o pescado é retirado diretamente da natureza, por isso não há nenhum custo com alimentação e manejo da produção → Gera grande impacto ambiental, principalmente quando não é respeitado o período de pesca adequado para cada espécie →A qualidade de água em que os animais estão inseridos também é determinante para a garantia da segurança do produto final AQUACULTURA →Tem um maior custo em relação ao extrativismo (manejo, água, alimento e sanidade) →A questão ambiental que envolve esse tipo de atividade consegue ser melhor controlada e o manejo sanitário e controle das condições higiênico-sanitárias geralmente são muito superiores →De acordo com relatório da FAO (Food and Agriculture Organization) em 2016 estimou-se o crescimento de 104% da pesca e aquacultura do BR até 2025, sendo essa expectativa correspondente a mais de o dobro da produção atual registrada no país PRODUÇÃO E CONSUMO →Sempre foi o produto cárneo menos consumido pelos brasileiros, justificando valores baixos tanto de consumo como de produção no BR (apesar do consumo interno estar crescendo nos últimos anos, quando comparado a outros países ainda é muito inferior) →Em relação a produção de pescado de cultivo o BR ocupa a 14ª colocação mundial, sendo que em 2022 produziu 860 mil toneladas de pescado (crescimento de 2,3% do ano anterior) →A produção de tilápia representa 63,93% da produção de peixes no país, sendo a região Sul responsável por 43,5% de toda a produção nacional →A produção de peixes nativos concentra-se principalmente na região norte com 53,7%, já peixes de cultivo é liderada pelo Paraná com 22,56% da produção nacional →A tilápia tem participação de 88% nas exportações brasileiras e o Paraná é líder nelas, com 58%, além de o principal país importador ser os EUA com 81% →Atualmente a China é o maior produtor e consumidor de pescado com 45% da produção mundial e na América o Chile é o maior produtor de salmão →A OMS preconiza a ingestão de 12kg de pescado/ano/habitante, mas o brasileiro não atende essa demanda, consumindo cerca de 10kg, encontrando-se abaixo da média de consumo mundial de 20,5kg de acordo com a FAO →Há ainda discrepância acentuada nos valores do consumo comparando, por exemplo, comunidades ribeirinhas e mineiros (consumo regional, além de também ser sazonal) →É a única cadeia produtiva de carne que possui balança comercial desfavorável →Mesmo sendo pouco consumida é a proteína de maior valor biológico (importa mais que exporta) PRINCIPAIS RECURSOS PESQUEIROS DO BRASIL →De forma geral, a criação do pescado é denominada aquacultura, porém para cada espécie existe uma denominação especifica Carcinicultura= camarões Malacocultura= mariscos Ostricultura= ostras →Para a obtenção do pescado, principalmente no extrativismo, deve-se saber qual o habitat da espécie para determinar qual o melhor recurso pesqueiro a ser adotado DEMERSAL →Obtém pescado pela rede de arrasto de fundo, que captura o pescado no fundo do mar →Merluza, corvina, pescada, linguado, cação, polvo, lula e camarão →Recurso muito importante para a região Sul do país, como RS, SC e PR PELÁGICO →Obtém pescado pela rede de cerco, que captura o pescado de habitat de cardume, que vivem próximos à costa →Sardinha, cavalinha, anchova, tainha e salmão →É o caso da pesca de salmão no Alasca, sendo este um peixe de água salgada, apesar de ter parte da vida na água doce →Muito utilizado na região Sudeste do país, como SP, RJ e ES MEIA-ÁGUA →Obtém pescado pela rede de arrasto, capturando o pescado de habitat em água intermediaria →Dourado, pacu, pintado, surubim e tilápia Apesar da tilápia ser importante na aquacultura (60,6% da piscicultura nacional), hoje em dia já existem tilápias em rio se açudes (ela não faz parte da fauna brasileira) →Bastante importante para peixes de água doce, pincipalmente para regiões Centro-oeste e Norte do país FUNDO DO MAR →Obtém pescado a partir dos covos, que são armadilhas para lagostas →Lagosta e camarão →Bem importantes no BR, sendo importantes em SC, mas no Nordeste também →São recursos demersais sendo que para camarão usa-se muito o recurso da rede de arrasto e para lagostas os covos GRANDES EMBARCAÇÕES →Também chamadas de navios frigoríficos/barcos frigoríficos (RIISPOA = barco- fábrica) →Responsáveis por realizar todo o processamento do pescado (captura, abate, limpeza, processamento, embalagem e armazenamento) em alto mar →A exemplo do atum →Atividade realizada em viagens mais longas, podendo durar cerca de 60 dias →Não é tão empregada no BR →Nesses casos o SI fica dentro do próprio barco (no BR não há barcos frigoríficos para água salgada, mas sim de água doce, principalmente para a captura do pirarucu, que é o peixe amazônico que pode chegar a 200kg e 2m de comprimento) DEFINIÇÃO DE PESCADO →Peixes de água salgada (cação, pescada, tainha, anchova, corvina, merluza) e de água doce (tilápia, pacu, tambaqui, pirarucu, surubim, pintado) →Crustáceos (camarão, lagosta, siri, caranguejo) →Moluscos (mariscos como ostra e mexilhão) →Cefalópodes (polvo e lula) →Anfíbios (rã) →Répteis (jacaré) →Equinodermos (pepino-do-mar) →Outros animais aquáticos (caramujos, baleias) CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS →A forma externa e a constituição das espécies têm grande importância na estocagem a bordo e no processamento na indústria →Influenciam no tempo de operação da evisceração e limpeza, no dimensionamento das caixas de armazenamento e das câmaras frigorificas, no rendimento da carne pré- processada (postas, files) e na velocidade de resfriamento e congelamento →Quanto maior o pescado, maior a demanda de esforços e tempo para sua evisceração e limpeza, que devem ser realizados o mais rápido possível, tendo em vista a carga microbiana presente nas vísceras, sendo esta um potencial contaminador para a carcaça →Para o acondicionamento do pescado, deve- se respeitar a capacidade tanto das caixas de armazenamento como das câmaras frigorificas, não sendo permitida a superlotação das mesmas, já que pode inferir na distribuição do frio no produto →Pode ser comercializado inteiro, em postas ou filés Postas = cortes transversais, mais comumente utilizadas para peixes gordos, cartilaginosos e que possuem espinha central, como é o caso do cação (cação = corpo roliço) Filé = cortes longitudinais, sendo mais aplicado em peixes achatados e que possuem esqueleto ósseo, como é o caso da tilápia (tilápia = corpo comprimido) →Por ser altamente perecível, o pescado deve ser submetido a um processo de conservação o mais brevemente possível para evitar perda de características sensoriais, nutricionais e segurança do produto em virtude da sua deterioração Cadeia do frio é a mais empregada para este alimento ea conservação adequada sofre influencia do tamanho do pescado e da lotação das câmaras frigorificas →A musculatura desses animais é constituída majoritariamente por fibras musculares brancas e com mínimo de tecido conjuntivo, aumentando a digestibilidade da carne, mas facilita a degradação proteica e consequentemente a deterioração do produto, tendo em vista que o tecido conjuntivo funciona como barreira física contra a ação microbiana COMPOSIÇÃO QUIMICA DO PESCADO →Varia muito, pois engloba espécies distintas →É considerada a proteína de mais alto valor biológico, sendo rica em aminoácidos essenciais 60-84% de água 10-25% de proteína 0,1-18% de lipídeos (componente que mais varia) 0,8-2% de minerais (sódio, potássio, iodo, cloro, fosforo e cálcio) Vitaminas hidro e lipossolúveis (A – ácido retinóico, B1 - tiamina, B2 - riboflavina, B6 - piridoxina, B12 - cianocobalamina, D – calciferol) Carboidrato é o único macronutriente ausente em sua composição PONTOS NEGATIVOS →Associação a surtos de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) – sujeitos a ação de bactérias patogênicas →Maior teor de elementos tóxicos, como chumbo, mercúrio, alumínio, arsênio, cádmio, os quais podem causar efeitos nefrotóxicos, hepatotóxicos, carcinogênicos e teratogênicos Muitas vezes são provenientes de resíduos industriais, que eliminam seus efluentes em cursos de água, contaminando o pescado O pescado de extrativismo, em relação ao de cativeiro, possui maior risco de contaminação por elementos tóxicos, tendo em vista que a aquacultura/criação, costuma exercer controle de qualidade da água e manejo adequado dos animais Uma vez no organismo do pescado esses elementos ficam estocados nas vísceras e na musculatura, não sendo possível elimina-lo, sendo assim, vai sofrendo efeito cumulativo ao longo da cadeia alimentar →A inspeção do pescado é majoritariamente macroscópica e baseada em características sensoriais, não sendo, portanto, realizados testes de rotina para a identificação de elementos tóxicos, havendo somente analises esporádicas CARACTERÍSTICAS BIOQUÍMICAS →São intrínsecas ao pescado, não representando nenhum risco ou problema →Quando o animal entra me contato com bactérias, essas características podem ser modificadas, gerando alterações atípicas →O objetivo da inspeção é garantir a conservação das características bioquímicas do pescado ÓXIDO DE TRIMETILAMINA (OTMA) →(CH2)2NO →Presente exclusivamente em peixes marinhos (pescado de água salgada) →Formado a partir do nitrogênio e da amônia do sangue, já que essas substâncias não são secretadas pelas brânquias →Quando o pescado entra em contato com bactérias deteriorantes, mas não patogênicas, mas não quer dizer que também não possa ter ambos (Micrococcus sp. E Achromobacter sp.) que produzem a enzimas triaminoxidase, há degradação do óxido de trimetilamina em trimetilamina (CH3)3N Esses microorganismos aparecem pelo manejo dos transportadores (contaminação secundaria), mas também podem estar relacionados à qualidade da água (contaminação primaria) →Ocorre também a degradação de proteínas e lipídeos, reduzindo as características nutricionais e sensoriais do pescado, provocando o “cheiro de peixaria” →Têm como critério de julgamento condenação total com destino à graxaria HISTIDINA →Aminoácido essencial que se encontra livre na musculatura de algumas espécies (sardinha e atum) em [ ] entre 1,27 e 2,4 mg/kg →Quando entra em contato com enzimas bacterianas ocorre degradação, formando histamina, que é mediador inflamatório, podendo causar choque anafilático em quem consumi-lo Consumir a histidina em si não é problema, mas sim quando ela entra em contato com bactérias formando a histamina A histamina é também aminobiogênica, sendo prejudicial à saúde humana, podendo causar reações alérgicas e crises de enxaqueca →No pescado são observadas manchas hemorrágicas puntiformes, principalmente na região da cabeça →Seu critério de julgamento é condenação total com destino à graxaria UREIA →Composto obtido a partir da degradação proteica, comumente encontrado em peixes cartilaginosos (cação e raia) →Quando os animais entram em contato com a urease exógena bacteriana há degradação da ureia em amônia, que é um composto extremamente tóxico, gerando odor amoniacal →Seu critério de julgamento é condenação total, com destino à graxaria FENILALANINA →Aminoácido presente nos crustáceos (camarão e lagosta) →Apresenta-se como um risco para os fenilcetonúricos, que não possuem capacidade de degrada-la →Quando entra em contato com a tirosina bacteriana, ocorre sua degradação em melanina e feniletilamina Melanina: responsável pelo aparecimento de manchas pretas puntiformes em qualquer parte do corpo do crustáceo (black spot) Feniletilamina: aminobiogênica, causando liberação de noradrenalina e ativando a cascata do sistema nervosos simpático, promovendo taquicardia e sudorese →Para minimizar a ocorrência de black spot as unidades beneficiadoras de pescado incorporam o aditivo metabissulfito de sódio a fim de retardar a formação da coloração enegrecida, porém alguns indivíduos apresentam sensibilidade à essa substância, podendo essa situação ser confundida com a reação de hipersensibilidade às proteínas dessas espécies →Em casos de lesão generalizada, seu critério de julgamento é condenação total com destino à graxaria, mas se for lesão localizada seu critério é condenação parcial com a parte acometida destinada à graxaria e o restante sofre aproveitamento condicional pelo critério estabelecido pelo M.V. inspetor (tratamento pelo frio/congelamento, salga ou calor) TECNOLOGIA DE CONSERVAÇÃO DO PESCADO GELO FUNDENTE →Gera o pescado fresco (RIISPOA – art. 333) →Técnica de conservação provisória na qual o gelo a 0ºC derrete e cai sobre o pescado como uma cascata, promovendo o resfriamento e realizando uma lavagem O pescado fica inicialmente completamente coberto de gelo em camadas alternadas Proporção pode ser 1:1, 2:1 ou 1:2, sendo a ultima a mais recomendada para regiões tropicais →Essa técnica não é capaz de congelar o pescado, proporcionando apenas seu resfriamento RESFRIAMENTO →Gera o pescado resfriado (RIISPOA – art. 334) →Utiliza-se as câmaras frias de ar parado ou ventilação forçada →A legislação brasileira preconiza que o pescado refrigerado deve ser armazenado em Tº entre 4 e 5ºC CONGELAMENTO →Gera o pescado congelado (RIISPOA – art. 335) →Técnica muito empregada na indústria alimentícia →Para pescados, antes do congelamento, deve- se eviscerar e remover a cabeça, a fim de minimizar a contaminação, já que estas são áreas de maior contaminação e o frio possui apenas efeito bacteriostático →Deve ser feito rapidamente, diminuindo a Tº para -1 a 5ºC em um período máximo de 2h (zona de parada térmica) Após atingir essa Tº, deve-se manter o congelamento até, no mínimo, -18ºC, de modo que, quanto mais baixa for essa Tº, mais eficiente será o método de conservação, já que a proliferação de microorganismos será menor, assim como reações bioquímicas e enzimáticas →Se realizado de maneira correta, após ele o pescado com alto teor de lipídeos apresenta prazo de validade em torno de 6 meses e o pescado magro 1 ano →No momento do descongelamento, a Tº deve aumentar gradativa e lentamente, sendo recomendando, portanto, o descongelamento sob refrigeração →Túnel de congelamento: melhor custo-benefício para industrias de grande porte e aplicado para grandes quantidades de peixes, promovendo rápida circulação de ar em Tº entre -30 e -40ºC, com o pescado mantido sob esteira, facilitando o fluxo dear →Armário em placas: usado somente para pescado de até 2cm de altura, ou os que são cortados em filés, sendo as placas resfriadas e o pescado acondicionado em camadas alternadas, de modo que o congelamento ocorre pela condução do frio O alimento deve estar embalado em embalagens que não sejam isolantes térmicas, evitando-se a contaminação cruzada e a queima pelo frio →Tanques de mergulho: utilizam nitrogênio ou dióxido de carbono líquidos, capazes de atingir Tº extremamente baixas de -195ºC e -98ºC, promovendo o congelamento criogênico É a melhor técnica, pois promove congelamento extremamente rápido, mas ainda é a menos utilizada pela indústria alimentícia pelo seu alto custo →Para evitar desidratação durante o congelamento e consequente perda de peso e queima pelo frio realiza-se o glaciamento, ou seja, a pulverização da água gelada a 1ºC, associada a polifosfatos (compostos hidrossolúveis capazes de criar uma barreira que impede a perda de água pelo pescado) A aspersão da mistura forma uma fina camada de gelo extra para sua proteção e deve ser realizada após a chegada na zona de parada térmica, antes do completo congelamento A pesagem do produto deve ser feita entes do glaciamento DEFUMAÇÃO →Nos últimos anos tornou-se mais importante para conferir acréscimo no atributo sensorial dos alimentos →Antigamente era de grande importância para a conservação dos alimentos, tendo em vista que não exigia refrigeradores e congeladores domésticos, sendo uma pratica colocar o alimento em cima do fogão a lenha em contato com a fumaça →Defumação natural: duração de 12-16h, atingindo Tº em torno de 70ºC, promovendo cozimento do produto, que será colocado dentro do fumeiro, entrando em contato direto com a fumaça proveniente da queima da madeira As características sensoriais variam de acordo com o tipo de madeira que está sendo queimada (macieira, laranjeira eucalipto) A fumaça apresenta efeito bactericida e bacteriostático, responsáveis pela conservação do produto, mas também apresenta benzopirenos (potencial carcinogênico), ácido fórmico e ácido fênico A qualidade da defumação depende da qualidade da madeira, de modo que, quanto mais dura, melhores os compostos aromáticos e conservantes gerados por ela →Defumação artificial/sintética: não confere características conservantes, ocorrendo por meio da utilização de aditivos alimentares, chamados de fumaça liquida ou fumaça em pó (substância química que saboriza o produto) Tem menor custo, mas efeitos sensoriais inferiores SALGA →Método que promove desidratação do alimento, criando meio hipertônico externo ao pescado, fazendo com que a água migre do meio interno para o externo, sendo amplamente empregada na conservação do bacalhau, por exemplo →Em meio com menor quantidade de água, a proliferação dos microorganismos torna-se mais difícil e o sal faz com que o meio não seja propenso a multiplicação (exceto as bactérias halofílicas como Mycobacterium tuberculosis e Staphylococcus aureus, que podem contaminar o alimento por meio da água contaminada e manipulação inadequada, que são responsáveis pela “vermelhidão do pescado” oriunda da proteólise) Neste caso, o critério de julgamento é condenação total com destino à graxaria →Para esse processo a [ ] de sal deve permanecer entre 30-40% e deve-se eviscerar e remover a cabeça do pescado previamente à salga →Salga seca: adição de sal em camadas intercaladas com o pescado em um recipiente perfurado que permita o escoamento da salmoura, que será formada a partir da desidratação do produto →Salga úmida: o pescado é colocado imerso em salmoura, tendo me vista que a água facilita a penetração de sal na musculatura do pescado, além da vantagem de poder realizar o aproveitamento da salmoura desde que ela seja pasteurizada (a 100ºC por 15min) e tenha seus teores de sal corrigidos a cada nova utilização →Salga mista: inicialmente é feita a salga seca, mas o recipiente não é vazado e, portanto, a água proveniente da desidratação do pescado fica retida nos tanques, formando uma salmoura, como ocorre na salga úmida →O tempo de salga sofrerá alteração dependendo da quantidade de alimento empregado, tamanho do pescado e o tipo de salga escolhido →Após completar a etapa, o pescado deve secar naturalmente por evaporação →Esse processo é considerado um PCC microbiológico e tecnológico, capaz de garantir menor contaminação microbiana e maior segurança do produto se corretamente realizada →No fluxograma de processamento da salga, são considerados PCCs a qualidade da matéria prima (pescado e sal) – não é possível melhorar a qualidade da matéria prima, mas sim mantê-la – salga, integridade e inocuidade da embalagem e estocagem A higiene do manipulador durante todo o beneficiamento do alimento é crucial para a manutenção da sua qualidade e segurança Se houver contaminação da embalagem ou o armazenamento for realizado em Tº e local inadequados, favorece a recontaminação do alimento A Tº de estocagem depende do método de conservação empregado (caso tenha sido realizado somente a salga o produto poderá ser armazenado em Tº ambiente, assim como se houver combinação da salga e defumação, mas caso haja combinação entre salga e resfriamento a Tº de estocagem deve ser de refrigeração de 4 a 5ºC A associação da salmoura com outras técnicas de conservação como defumação e resfriamento, aumenta ainda mais a vida útil do produto, mas também seu custo FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DO PESCADO Peixe cortado em filé ou descabeçado e eviscerado Lavagem Peixe + sal grosso (30-40%) Cura (5 dias) Retirada da salga Secagem Resfriamento ou defumação (aumentam a vida útil do pescado, mesmo depois da salga) Embalagem e estocagem em Tº ambiente Comercialização ADULTERAÇÕES EM PESCADO ALTERADO= produto ou matéria prima que não apresentam condições higiênico-sanitárias adequadas aos fins que se destinam ADULTERADO= matérias primas ou produtos fraudados ou falsificados FRAUDE →Alimentos impuros: quando a essência ou natureza do produto sofreram alteração de maneira intencional → Alteração na composição, características sensoriais, nutricionais, microbiológicas e/ou físico- química →Adição de água: ocorre geralmente durante o glaciamento em pescado congelado, relacionada com a falta de controle no processo, excesso de tempo de exposição do pescado e inúmeras passagens do pescado nesse processo Leva ao aumento na absorção de água pelo pescado INs 23/2019 e 24/2019 determinam os limites máximos de absorção de água para camarão e lagosta cimo 20 e 12% respectivamente IN 21/2017 do MAPA RTIQ do peixe congelado determina o limite de 12% para peixes A água incorporada ao processo de glacimaneto não compõe o peso liquido declarado do produto, devendo a pesagem ser realizada antes do glaciamento, garantindo que o consumidor não pague pela água adicionada Caso a fraude seja detectada o critério de julgamento é condenação total com destino a graxaria →Adição de aditivos: deve ser aprovada pelo MAPA ou ANVISA, sendo a detecção de quaisquer substancias químicas que não deveriam estar presentes ou presentes em quantidades superiores ao permitido consideradas fraudes A IN 211/2023 da ANVIS indica quais aditivos são permitidos e caso a indústria deseje utilizar alguma que não esteja listado, deve fazer uma solicitação de Autorização de Uso Provisório (AUP) para a ANVISA ou MAPA e empregar após a resposta Fosfato trissódico: usado em pescado devido sua excelente capacidade de reter água, empregado na água do glaciamento, sendo que, para os pescados fresco,resfriado e congelado, o limite máximo é de 5000mg/kg (é comum a indústria utilizar maior quantidade de tripolifosfato na água do glaciamento para favorecer maior absorção de água) Metabissulfito de sódio: somente pode ser empregado no alimento para retardar o black spot em crustáceos com limite máximo de 30mg/kg, mas muitos indivíduos manifestam reação de hipersensibilidade a ele e tal situação acaba sendo confundida com a alergia às proteínas do crustáceo A candle table consiste na mesa de inspeção com luz branca incidindo abaixo do pescado, que possibilita melhor visualização de possíveis perfurações na musculatura do pescado oriundas da inoculação de aditivos e de parasitas, porem macroscopicamente só é possível levantar suspeita dessa fraude →Subtração de indicativos de frescor: remoção de partes especificas do pescado, como cabeça, pele e vísceras, as quais auxiliam na verificação da qualidade e frescor do produto (lula limpa, sardinha espalmada, camarão limpo e sem cabeça) Na deterioração as vísceras se apresentam em forma de massa única e não mais individualizadas como no pescado fresco, os olhos retraídos, guelras esbranquiçadas e cheiro pronunciado É a fraude mais difícil de detecção, ocorrendo comumente no ponto de venda do alimento, local no qual geralmente o produto começa a sofrer alterações FALSIFICAÇÃO →Substituição de espécie (elaborados com a finalidade de copiar a aparência e características gerais de outro alimento legitimo) É o tipo mais comum e pode acontecer ao longo de todos os elos da cadeia produtiva, desde o pescador ou produtor, na indústria, ponto de venda e até mesmo em restaurantes Apresenta dano ao consumidor, tendo e vista que a característica sensorial será alterada, o valor nutritivo não será o mesmo e, principalmente o preço atribuído não condiz com o valor de mercado As formas de detecção consistem no conhecimento morfológico das espécies e analises moleculares como o PCR, forma mais fidedigna para a confirmação da legislação →Rotulagem: inclui adulterações relacionadas ao selo do serviço de inspeção, espécie animal e registro de produto CAPTURA, ABATE E BENEFICIAMENTO →Os métodos de captura e abate influenciam diretamente na qualidade do pescado, prazo de validade e manutenção das características nutricionais e sensoriais →A captura, mesmo que em proporções mínimas, gera estresse, e como forma de minimizar, dentro da indústria são implantadas algumas praticas de bem-estar animal, desde a chegada dos animais até o momento do abate Jejum - de 24h para o pescado, sendo este um importante PCC, empregado a fim de minimizar a quantidade de matéria orgânica e, consequentemente, proliferação de microorganismos Despesca – retirada dos animais dos tanques de criação e transporte até a indústria em tanques com água, assim como pesagem, sendo estas etapas a critério do produtor O melhor momento de abate é baseado no peso Nessa etapa há elevado potencial estressante sendo um PCC, pois se realizada de maneira incorreta compromete o valor nutritivo, característica sensorial e prazo de validade Recepção – a responsabilidade passa a ser da indústria, que beneficia cerca de 50% de toda a produção de pescado no BR Depuração/período de descanso – para o reestabelecimento de sua reserva de glicogênio de 2-8h, variando de acordo com o tamanho do pescado, duração da viagem e com a indústria responsável pelo beneficiamento O pescado fica dentro de um tanque onde ocorre troca de água periódica para que eliminem toxinas e outras substancias que podem ter sido geradas pelo estresse de transporte O cumprimento correto é fundamental para a recuperação adequada das reservas energéticas, por isso é PCC Pré-insensibilização – ocorre por eletronarcose com voltagem em cerca de 30-40V e media amperagem de 1-1,5A, tendo caráter reversível Pendura pela cabeça – deve ocorrer em no máximo 30 segundos para que o animal não recupere os sentidos Insensibilização - eletronarcose com voltagem aumentada para 65-70V e amperagem diminuída para 0,5-1A, além de pistola de dardo cativo para jacarés e termonarcose (choque térmico), métodos importantes para permitir a pendura do pescado A termonarcose ainda é usada, consistindo em choque térmico de 10- 20min (pescado é submetido a uma Tº diferente da sua de costume levando-o ao seu metabolismo basal, para que seja possível a perda de sensibilidade, mas está caindo em desuso) Sangria – corte dos grandes vasos, próximo a base do coração e região do opérculo, que é a mais comum (exceto pirarucu, que é sangrado no rabo) Processo restrito a pescados grandes, anfíbios e repteis (camarão não é, assim como moluscos, vieiras, ostras, etc), devendo-se respeitar o período mínimo de 3min para garantir menor perda de sangue possível e consequente morte do animal É um PCC, pois é esta etapa que garante efetiva morte do animal Descamação – somente para peixes de escama (tem pescado que possui couro), podendo ela ser manual ou mecanizada Lavagem – retira escamas que ficaram na superfície com água hiperclorada (no máximo 3ppm) para diminuir as chances de proliferação microbiana Evisceração – manual ou mecânica com objetivo de reduzir carga microbiana e, devendo, portanto, ser realizada o mais rápido possível Pode não estar presente Retirada da cabeça – diminuição da carga microbiana, tratando-se de um PCC É opcional Corte – é opcional, podendo ser em filés ou postas, mas a indústria também pode optar pela comercialização dele inteiro Esfola – é opcional, na qual se faz a retirada da pele do animal, sendo este um PCC, pois, embora não comprometa a segurança do produto, prejudica esteticamente a qualidade dele Toalete final - de verificação, para a limpeza do pescado e pesquisa de parasitas Método de conservação – pode ser resfriamento, salga, congelamento e defumação, sendo este um dos principais PCC durante o processamento do pescado, tendo em vista sua alta perecibilidade Deve ser corretamente realizado para que seja possível a manutenção das características sensoriais e nutricionais do produto, bem como garantir sua segurança Glaciamento – opcional e apenas para pescados congelados, já que seu objetivo é evitar o defeito de queima pelo frio em decorrência da desidratação Embalagem Estocagem – depende de qual recurso foi empregado para a conservação Pescado resfriado = Tº de 4 a 5ºC Pescado congelado = Tº mínima de -18ºC Pescado salgado ou defumado = Tº ambiente Expedição →O pescado deve morrer pela sangria e TEM que morrer com reserva de glicogênio, por isso o cumprimento do período de descanso é essencial A taxa de glicogênio que determinará o tempo de instalação do rigor mortis e deseja-se que este seja o mais longo possível Mesmo após sua morte continua tentando se manter vivo e, por meio da glicólise anaeróbica, ocorre degradação de glicogênio, fornecendo ATP para que as células continuem vivas por mais algum tempo Como coproduto dessa reação forma-se o ácido lático, responsável pela diminuição do pH da musculatura, importante para a conversão do musculo em carne e instalação do rigor mortis, além de contribuir para a diminuição da proliferação bacteriana O aumento do rigor mortis aumenta, consequentemente o período de conservação do pescado e é nesse momento que deve ocorrer seu beneficiamento Após o período de rigor mortis há instalação do período de pós-rigor, que tem a mesma duração da fase de rigor mortis Terminando o pós-rigor, o ideal é que o pescado já tenha sido submetido a alguma técnicade conservação, pois em condições normais o pH do pescado é mais elevado, próximo a neutralidade (entre 5,8-6,5), o que contribui para a proliferação de microorganismos, iniciando a fase do complexo heterogêneo de deterioração ALTERAÇÕES E MODIFICAÇÕES APÓS CAPTURA →A qualidade do pescado depende do tipo de pesca e manipulação que sofreu →Se não tiver sido realizada de maneira adequada, o animal se esforça para sair da rede e ocorrerá consumo de suas reservas energéticas, diminuindo drasticamente o tempo de rigor mortis e, consequentemente, afetará o tempo de conservação do pescado →A pressão exercida pela rede em associação com a permeabilidade da parede intestinal faz com que os microorganismos intestinais migrem para a musculatura e contaminem o pescado, afetando a característica sensorial e o valor nutricional, assim como sua qualidade higiênico- sanitária →Deve-se evitar abertura de soluções de continuidade, como feridas por anzóis ou golpes, pois são porta de entrada para contaminação microbiana →A qualidade da água em que o pescado é inserido determina sua qualidade, de modo que em águas poluídas há colonização por micoorganismos deteriorantes ou patogênicos →A qualidade higiênico-sanitária da manipulação durante o beneficiamento do pescado é fundamental, devendo-se atentar à higiene dos manipuladores DETERIORAÇÃO DO PESCADO COMPLEXO HETEROGÊNEO DE DETERIORAÇÃO DO PESCADO →Rápida ação destrutiva de enzimas endógenas e exógenas: as primeiras são provenientes do suco gástrico e de enzimas tissulares e as segundas são de origem microbiana O suco gástrico atua no tecido muscular degradando as proteínas e também nas vísceras, promovendo maior permeabilidade, facilitando a contaminação pelos microorganismos intestinais Enzimas tissulares (proteases endógenas teciduais) como catepsinas, dipeptidases, tripsinas e proteases sarcoplasmáticas, atuam em pH distintos, de modo que o pescado possui enzimas capazes de atuar em qualquer pH, facilitando sua deterioração A combinação das proteases tissulares na musculatura junto do suco gástrico causa autólise (processo inicial de deterioração) e para diminuir a chance de esse fator influenciar negativamente a qualidade do produto deve-se eviscerar o animal o mais rápido possível, impedindo a ação enzimática Além disso há também enzimas exógenas produzidas por bactérias oriundas da contaminação microbiana, devendo então garantir manipulação adequada assim como condições higiênico-sanitárias satisfatórias associadas ao emprego de técnicas de conservação que sejam capazes de diminuir a ação dos microorganismos →Reação menos ácida da carne devido ao pH do pescado: ocorre em virtude de o pH do peixe recém capturado variar entre 6 e 6,5 (meio mais neutro) e o inicio da sua deterioração ocorre quando atinge pH 7 para carnes brancas e 6,3 para carnes escuras, como é o caso do atum, o que o torna improprio para consumo Devido a grande variação dos valores de pH nas espécies de pescado, esse parâmetro isoladamente não pode ser considerado seguro para a verificação do frescor, devendo então ser combinado, sobretudo, com características sensoriais ou testes complementares Um dos fatores responsáveis pela modificação do pH do pescado é a proliferação de microorganismos, principalmente quando o meio está próximo a neutralidade e, de acordo com o agente ele pode se tornar ácido ou básico Para evita-la deve-se evitar condições que favoreçam a multiplicação microbiana, aplicando técnicas de conservação, higiene e manipulação adequadas →Facilidade da oxidação dos óleos/rancificação: relacionada a alimentos que possuem alto teor de lipídeos, como o salmão A oxidação dos AG insaturados promove rancificação o alimento, alterando seu sabor, cor, odor e textura Ranço oxidativo: reação catalisada pelo contato com a luz, oxigênio, calor e metais pesados, formando aldeídos e cetonas que geram alterações no sabor, coloração escura e odor pungente, devendo atentar-se à embalagem escolhida, preconizando envoltórios constituídos por plástico sob baixa tensão de O2, opacos e acondicionados sob refrigeração Ranço hidrolítico: reação dependente da ação de lipases microbianas como as produzidas por Pseudomonas fluorescens, Pseudomonas fragi e Serratia marcenscens, que atuam sobre o triglicerídeo, rompendo a ligação tipo éter e promovendo a liberação do glicerol e dos AG, gerando alterações sensoriais e nutricionais, devendo-se controlar todos os fatores eu podem contribuir para a maior proliferação de microorgansimos e à qualidade higiênico- sanitária da água onde o pescado está inserido, principalmente no extrativismo →Colágeno: funciona como barreira física frente a penetração de microorganismos O pescado que apresenta menor teor de colágeno, que associado a constituição da musculatura a partir das fibras bancas, facilita a ação microbiana →Natureza psicrotolerante da microbiota: microorganismos tolerantes ao frio, tendo em vista que atualmente o principal método de conservação dos alimentos é o emprego da cadeia do frio O congelamento é o método de conservação mais utilizado, mas ainda assim a microbiota do pescado consegue se proliferar, mesmo que em menor velocidade →Possibilidade de contaminação durante a industrialização por microorganismos patogênicos e deteriorantes: no pescado é comumente causada pelas bactérias Acinetobacter sp., Flavobacterium sp., Micrococcus sp, Pseudomonas sp, Achromobacter sp. e Staphylococcus sp Fontes de contaminação primaria: ambiente em que o pescado está inserido (maior relevância no extrativismo, pois o controle da qualidade da água na aquicultura é extremamente rígido Fontes de contaminação secundária: manipuladores, assim como instalações e equipamentos mal higienizados →Óxido de trimetilamina (OTMA): presente em peixes marinhos e, apesar de não ser tóxico, quando entra em contato com enzimas bacterianas é convertido em trimetilamina gerando formação de odor forte e característico (“cheiro de peixaria”) e, consequentemente acarreta em perdas de valor nutricional e características sensoriais Caso o pescado apresente tais características deve ser considerado improprio para consumo, pois apesar da mudança da característica natural ser causada por microorganismos deteriorantes, pode haver associação com algum agente patogênico →Degradação proteica: ocorre por ação de enzimas autolíticas e bacterianas presentes no suco gástrico e na musculatura do animal, ou ainda por enzimas exógenas A proteína irá sofrer desnaturação seguida de degradação proteica, formando polipeptídeos que continuam sofrendo ação enzimática, sendo degradados em aminoácidos e estes posteriormente em aminas, ácidos carboxílicos, cetonas e gás carbônico (estes compostos geram alterações de odor, sabor/amargor e textura, além de perda de valor nutricional) FATORES QUE INFLUENCIAM NA RAPIDEZ DA DEERIORAÇÃO DO PESCADO →Natureza do pescado: características intrínsecas Alto teor de lipídeos, favorecendo a rancidez Origem em água salgada, possuindo OTMA Ser achatado, fazendo com que o rigor mortis aconteça mais rapidamente e o pH fique baixo por menos tempo e a musculatura próxima das vísceras, propiciando a migração de substancias para essa musculatura Criação em cativeiro que apresenta melhores condições higiênico-sanitárias →Condições de captura: influenciam diretamente no estresse que animal sofrerá e, além disso, a manipulação excessiva durante essa etapa do processo pode acarretar em contaminações microbianas →Temperatura: no caso da cadeia do frio, se aplicada inadequadamente (pescadocongela devagar e descongela rapidamente), pode acelerar sua degradação →Carga microbiana pós-captura: oriunda de fontes adicionais de contaminação durante o processamento industrial INSPEÇÃO →O RIISPOA classifica os estabelecimentos de pescados e derivados como Barco fábrica: estabelecimentos de pesca em água doce ou salgada, que faz o beneficiamento completo do pescado Abatedouro frigorífico de pescado: realiza todo o processo de beneficiamento de anfíbios e repteis em terra (inspeção permanente) Unidade de beneficiamento de pescado e produtos de pescado: realiza todo o processo de beneficiamento do pescado, porém em terra (abate todas as outras espécies de pescado que não sejam anfíbios e repteis, com inspeção periódica, pois estes não têm inspeção ante mortem) Estação depuradora de moluscos bivalves: local de processamento de moluscos bivalves, ou seja, ostra e mexilhão e vieira (é menos comum e merece atenção especial em virtude da ação filtradora no mar exercida por estes animais, além do fato de alguns deles serem tradicionalmente consumidos crus) →Art. 205: o pescado proveniente da fonte produtora não pode ser destinado a venda direta ao consumidor sem que haja previa fiscalização, sob o ponto de vista industrial e sanitário →Art. 209: o controle oficial do pescado é baseado majoritariamente em suas características sensoriais, indicadores de frescor, controle de histamina nas espécies formadoras, controle de toxinas nas espécies formadoras, controle de toxinas e controle de parasitas Quando apenas essas características são suficientes, apenas elas podem ser utilizadas, mas quando houverem duvidas, outros testes são feitos →Art. 90: a inspeção de pescado fresco ocorre por amostragem de, no mínimo, 1% do lote e é permanente nos estabelecimentos onde é realizado o abate (a inspeção ante mortem só é realizada em anfíbios e repteis) →Art. 210: o RIISPOA estabelece características sensoriais esperadas para cada tipo de pescado durante a avaliação dos atributos de frescor, considerando peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios e repteis Peixes: superfície do corpo limpa, com relativo brilho metálico, olhos transparentes, brilhantes e salientes, ocupando completamente a orbita, guelras róseas ou vermelhas, úmidas e brilhantes, com odor natural, próprio e suave, ventre roliço, firme, não deixando impressão duradoura à pressão dos dedos, escamas brilhantes, bem aderidas a pele e nadadeiras apresentando certa resistência aos movimentos provocados, vísceras integras, perfeitamente diferenciadas, ânus fechado, cheiro especifico, lembrando o das plantas aquáticas (marinhas e de água doce) Crustáceos (lagosta, camarão, siri e caranguejo): aspecto geral brilhante e úmido, corpo em curvatura natural, rígida, artículos firmes e resistentes, carapaça bem aderida ao corpo, coloração própria da espece, sem qualquer pigmentação estranha, olhos vivos e destacados, cheiro próprio e suave (camarão e lagosta apodem ser black-spot/melanose) Moluscos bivalves (ostra e mexilhão): cheiro agradável e pronunciado, carne úmida, bem aderida à concha, de aspecto esponjoso, na cor cinza-claro em ostras e amarelada nos mexilhões Moluscos cefalópodos (polvo e lula): pele lisa e elástica, ausência de qualquer pigmentação estranha e cheiro próprio Moluscos gastrópodes (caracóis e lesmas): carne úmida, aderida a concha, de cor característica da espécie, odor próprio e suave, que estejam vivos e vigorosos Anfíbios (rã): odor suave e característico da espece, cor rósea pálida na carne e branca e brilhante nas articulações, ausência de lesões e elementos estranhos, textura firme, elástica e tenra Répteis (jacaré): odor característico da espécie, cor branca rosada da musculatura, ausência de lesões e elementos estranhos, textura macia com fibras musculares dispostas uniformemente (para quelônios como tartaruga e jabuti, espera-se odor próprio e suave, cor característica da espécie, livre de manchas escuras, textura firme, elástica e tenra) →Se o pescado apresentar uma única característica sensorial alterada, já não está mais apto ao consumo Art. 210: nos casos em que a avaliação sensorial ainda gerar dúvidas acerca do frescor do pescado, deve-se realizar exames físico-químicos complementares pH: isoladamente não é uma boa analise de frescor, devido a variação de valores observados nas diferentes espécies de pescado, mas independente disso, em qualquer tipo de pescado, quando ocorre sua degradação, o pH tende a aumentar, atingindo a neutralidade o peixes: inferior a 7 (em alguns casos pode estar aumentado, desde que não ultrapasse 7,5 e que as características sensoriais permaneçam inalteradas) o crustáceos: inferior a 7,85 o moluscos: inferior a 6,86 Bases voláteis: formadas a partir da degradação proteica, gerando aminas e ácido carboxílicos, tendo como limite máximo permitido 30mg de nitrogênio a cada 100g de tecido muscular (valores superiores indicam degradação proteica) Reação de amônia: denominada prova de Éber, indica a presença de amônia no pescado, formada a partir da degradação da ureia por bactérias em peixes cartilaginosos Determinação da hipoxantina (Hx): funciona como indicador do frescor d pescado, podendo ser aplicado em todos os tipos, tendo como resultado ideal valores baixos (um alto teor indica que houve degradação de ATP formando a hipoxantina por ação de microorganismos, o que condiciona pescado de má qualidade, tornando-se amargo) Trimetilamina: produto da degradação do óxido de trimetilamina por enzimas bacterianas em peixes marinhos, sendo responsável pelo “cheiro de peixaria” Determinação da oxidação: feita por meio do índice de peroxido de TBA (ácido tiobarbitúrico) pesquisa a ocorrência de ranço oxidativo, que ocorre em pescados com alto teor de lipídeos →Art. 212: nos estabelecimentos de pescado é obrigatória a verificação visual de lesos atribuíveis a doenças ou infecções, bem como a presença de parasitas, feita com o auxilio de uma candling table com luz branca ou negra →Art. 214: perite-se a destinação industrial do pescado injuriado, mutilado, deformado, com alterações de cor ou com presença de parasitas localizados, que consiste na escolha, pela indústria, de qual método de aproveitamento será aplicado ao produto, desde que seja possível garantir a segurança do alimento →Art. 216: para pescados infectados com parasitas transmissíveis ao homem (Diphylobotrium latum), só podem ser comercializados crus após o congelamento, que promove a desidratação do parasita, respeitando-se o binômio-Tº de -20ºC por 24h ou - 35ºC por 15h Se o parasita for Anisakidae, o binômio-Tº empregado deve ser de -20ºC por 7 dias (os parasitas dessa família são muito comuns em bacalhau e outros peixes de água salgada, crustáceos e cefalópodos e apresentam alto potencial zoonótico em pescado cru, insuficientemente cozido e inadequadamente salgado →Análises microbiológicas empregadas ao pescado determinadas pela IN 161/2022 da ANVISA
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