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EXERCÍCIOS SOBRE A APLICAÇÃO DA NOVA CONSTITUIÇÃO - Documentos Google

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I) EXERCÍCIOS SOBRE A APLICAÇÃO DA NOVA CONSTITUIÇÃO Considere que a Constituição de 1988, em relação a determinada matéria, 
 tenha passado a exigir regulação por lei complementar, ao passo que a Constit uição anterior previa que a mesm a matéria fosse 
 disciplinada por lei ordinária, que fora editada e encontrava -se vigente e e ficaz ao tempo da promulgação da nova Constituição. À luz dessa 
 situação, julgue os três itens seguintes. 1) Dependendo da matéria, as leis ordinárias podem ser modificadas por medida provisória a ser 
 convertida em lei no prazo máximo de sessenta dias, vedada qualquer prorro gação. Falsa; leis ordinárias realmente podem ser 
 modificadas, r evogadas por medid a provisória, ex ceto naquelas matérias em q ue a constituição veda a edição de medida provisória (CF, 
 art. 62, § 1º); porém, após a EC 32 as medidas provisórias passaram a ter eficácia inicial de 60 dias, admitindo -se uma única prorrogação 
 por igual período, se esse prazo inicial de 60 dias não for suficiente para a conclusão da votação nas duas casas do congresso nacional; 
 im portante observar que essa prorrogação não tem nada a ver com reedição da medida provisória, com a edição de uma nova medida 
 provisória; é uma mera prorrogação do prazo inicial de eficácia da mesma medida provisória, quando os 60 dias iniciais não são 
 suficientes par a a conclusão do processo legislativo nas duas casas do congresso nacional; vale também destacar que esse prazo de 60 dias não 
 corre no s períodos de recesso do congresso nacional (ver item 327 do livro). 2) Na hipótese proposta, não há possibilidade de recepção formal d 
 a lei ordinária, porque o quorum qualificado da lei complementar é maior. Falsa; no confronto entre uma no rma p ré-constitucional (editada 
 antes da promul gação da atual constituição) e a atual constituição só interessa a chamada compatibilidade material, isto é, só interessa se 
 o conteúdo da lei anti ga é compatível com a nov a constituição; qualquer aspecto de natureza formal deve ser desconsiderado, t ais co 
 mo: espécie normativa ( se a lei velh a é ordinária, complementar, decreto -lei etc.); processo legislativo da época (se a lei era aprovada 
 por m aioria simples, maioria absolut a etc.) etc.; portanto, na assertiva , é irrelevante o f ato de mudança de quorum (ver item 21 do livro). 
 3) Em hipótese dive rsa - a Constituição anterior requerendo lei complementar e a atual exigindo lei ordinária -, poderia ser recepcionada a 
 legislação pr eexistente, mas as alterações pos teriores deveriam ser procedidas por meio de lei complementar. Falsa; se a constituição antiga 
 exigia lei complementar e a atual constituição exige lei ordin ária, o que era lei complementar será recepcionado com f orça de lei ordinária, pois 
 quem define o status da lei antiga no novo ordenamento constitucional é sempre a constituição nova; se a lei vai ser recepcionada com 
 status de lei ordinária, significa que ela poder á, daí por diante, ser alterada e revogada por meio d e lei ordinária, e até mesmo por m 
 edida provisóri a, se não for maté ria proibida para esta espécie normativa (ver item 22 do livro). 4) Um ato normativo anterior à Const ituição 
 em vigor, que com ela é compatível materialmente, mas que não se reveste de forma legislativa prevista nessa mesm a Constituição, é tido 
 como revogado. Falsa; conforme dito antes, na análise da compatibil idade entre o direito pré-constitucional e a nova constituição só interessa o 
 aspecto material (conteúdo da norma), sendo absolutamente irrelevante qualquer análise de fundo formal; se o dir eito anterior é 
 compatível, será recepcionado e pronto, qualquer que seja a espécie legislativa da época (não interessa se era decreto -lei, que n ão 
 existe mais hoje); no c aso, não im porta que a espécie legislativa não exist a mais, tanto que temos hoje diversos decretos-lei em plena 
 vigência, apes ar de a atual constituição não prever mais essa espécie normativa entr e aquelas do nosso processo legislativo, previsto no 
 art. 5 9 da CF (ver item 21 do livro). 5) Não s e pode discutir em juízo a validade de uma lei em face da Constituição que vigorava 
 quando o diploma foi editado, se a lei é plenamente compatível com a C onstituição que se encontra atualmente em vigor. Falsa; essa 
 questão é do concurso do Banco Central, de 2001, muito boa ; não existe impedimento algum par a essa análise, veja só: o indi víduo 
 pode ter interesse em questionar a validade de uma lei de 1980 em face d a constituição da época (de 1969), sabendo que ela é 
 compatível com a constituição de hoje (de 1988)? S im, para afast ar a sua aplicação dur ante a vigência da anti ga constituição, no caso 
 entre 1980 e 1988; o que não se admite é a discussão da constitucionalidade de uma lei editada na vigên cia da constituição de 19 69 em con 
 fronto com a c onstituição de 1988, pois nesse c aso não se pode f alar em "constitucionalidade", pois isso é caso de revo gação ou 
 recepção, a depender do conteúdo da lei antiga (ver itens 16, 17, 18 e 19 do livro). 6) Uma norma do poder constituinte originário pode afetar efeitos 
 ainda por ocorrer de fato ocorrido no passado (retroatividade mínima). Certa; se gundo o STF, as normas constitucionai s têm retroatividade mín 
 ima, ist o é, alcançam, de imediato, as prestações futuras de fatos ocorridos no passado; por ex emplo, com a promulgação da nossa 
 constituição, em 1988, ela passou a r egular imediatamente as prestações futuras d e contratos já celebrados antes de 1 988; essa mesma 
 aplicabilidade vale para as emendas à constituição (ver item 14 do livro); 7) O instituto da desconstitucionalização das norm as da Constit uição 
 anterior é pacificamente aceito pela doutrina brasileira.Falsa; a des constitucionalização é a tese segundo a qual os dispositivos da constituição 
 passada que não forem conflitantes com a nova constituição s erão recepcionados por esta, com força de normas infraconstitucionais, 
 ordinárias; o dispositivo deixaria de ser constitucional e seria recepcionado como lei; essa tese não é aceita no Brasil, pois aqui a o 
 entendimento é d e que a nova constituição revoga inteiram ente a anterior, ind ependentemente de compatibilidade ou incompatibil idade de 
 conteúdo (ver item 15.1 do livro); 8) Uma norma editada e m data anterior à atual Constituição poderá ser declarada inconstitucion al em face 
 desta, caso venha a ferir um de seus preceitos fundamenta is. Falsa; uma lei pré -constitucional jamais se rá in constitucional ou 
 constitucional em face da nova constituição; será ela recepcionada (se materialmente compatível com a nova constituição) ou revogada (se 
 materialmente incompatível com a nova constituição); se gundo o STF, só se pode falar em constitucionalidade de uma lei em con fronto com a 
 constituição da sua época, vigente quando a lei foi editada (ver item 18 do livro). 9) De acordo com a opinião predominante, as normas 
 da Constit uição anterior, nã o incompatíveis com a nova Lei Maior, continuam válidas e e m vigor, embora com status infra-constit ucional. 
 Falsa; a assertiva está questionando se a opinião predominante aceita a tese da desconstitucionalização, que vimosantes, no ex ercício 7; 
 vim os qu e não se aceita essa tes e no Brasil, pois aqui o entendimento majoritário é no sentido de que a nova constituição revoga 
 completamente a antiga, independentemente da compatibilidade entre os dispositivos das duas constituições (ver item 15.1 do livro); 10) As 
 normas ordinárias anteriores à nova Constituição, com esta materialmente compatíveis, mas elaboradas por procedimento diverso do previsto 
 pela nova Ca rta, torn am -se constitucionalmente inválidas. Falsa; as normas ordinárias pré-constitucionais materialmente compatíveis com a 
 nova constituição são por esta recepcionadas, pouco interessando o procedimento de sua elaboração na época; os aspectos formais não 
 interessam em nada para o fim de recepção ou revogação do direito pré -constitucional (ver item 21 do livro). 11) Segundo a jurisprudência 
 do Supremo Tribunal Federal, a su perveniência de norma constitucional materialmente incompatível com o direito ordinário anterior opera a 
 revogação deste. Certa; é exatamente esse o entendimento do STF: se com a promulgação da nova constituição há um choque material 
 (de conteúdo) entre uma lei antiga e a nova constituição, esta revoga aquela; não é caso de inconstitucionalidade, mas sim de revogação (ver 
 item 18 do livro). 12) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o advento de nova Constituição não pode afetar 
 negativamente direitos adquiridos sob o regime constitucional anterior. Falsa; s egundo o STF, n ão há direito adquirido em face de uma 
 nova con stituição, ou seja, a nova constituição pode afeta r direito adquirido sem problema algum; afin al, o poder constituinte originário é 
 ilimitado, incondicionado (ver itens 32 e 113.6 do livro 13) Dá-se o nome de repristinação ao fenômeno da novação de fontes, qu e garante a 
 continuidade da vigência, sob certas condições, do direito ordinário em vigor imediatamente antes da nova Constituição. Falsa; a esse 
 fenômeno dá-se o nome de recepção; repristi nação constitucional seria o fato de a nova constituição trazer de volta leis que estavam 
 fora do o rdenament o jurídico, revogadas, n o momento da sua promulgação; e no Brasil a co nstituição não traz de volta essas leis 
 revogadas automaticamente (n ão há repristinação tácita das leis revogadas); a constituição até poderá trazê -las de volta, mas terá que ser 
 expressa nesse sentido (pode haver repristinação expressa das leis revogadas) (ver item 27 do livro). 14) As normas jurídicas devem ser 
 editadas em conformidade com a Cart a Polí tica vigente. É certo, porém, que, sobrevindo uma nova Constituição, a norm a jurídica anterior, 
 cuja origem seja formalmente incompatível com o novo processo legislativo, não será recepcionada. Falsa; já vimos que para se saber se uma 
 norm a pré -constitucional foi r ecepcionada ou revogada pela nova constituição s ó interessa a co mpatibilidade material (de conteúdo); o 
 fato de o processo legislativo da época se r diferente do atual não int eressa, pois isso é compatibilidade formal, irrelevante (ver item 21 do 
 livro). 15) A posição hie rárquica de uma norma é definida pelas regras c onstit ucionais vigentes. Por essa razão, pode-se encontrar, hoje, 
 decreto presidencial vigendo com força de lei, tendo sido recepcionado como tal pela Constituição superveniente. Certa; está perfeita a 
 questão; como na análise da compatibilidade da nor ma antiga em confronto com a nova constituição só interessa o conteúdo da norma, 
 se o conteúdo do decreto p residencial antigo era compatível com a nova constituição, foi ele recepcionado por ela; e foi rec epcionado com que 
 força? Depende da nova constituição: se ela agora exigir para o trato desse conteúdo lei ordinária, o decreto presidencial será 
 recepcionado com força de lei ordinária (como dit o na assertiva); se a nova constituição tivesse passado a ex igir lei complementar para o trato 
 do conteúdo desse anti go decreto, o decreto presidencial teria hoje fo rça de lei complementar (ver item 22 do livro). 16) Quanto ao direito 
 ordinário pré-constitucional é correto afirmar -se: de ve ser considerado como recepcionado pela nov a ordem constitucional, desde que se 
 mostre com ela compatível tanto sob o aspecto formal, quanto sob o aspecto material. Falsa; já vimos que para o direito pré-constitucional 
 ser recepcionado pela nova constituição basta que ele seja com ela mat erialmente compatível (o seu conteúdo, a matéria tratada na 
 norma antiga, deve se r compatível co m a nova constit uição); a compatibilidade formal, de processo legislativo etc., não interessa em nada 
 (ver item 21 do livro).. 17) Quanto ao direito ordinário pré-constitucional é correto afirmar-se: deve ser considerado como recebido pela nova 
 ordem constitucional, desde que se mostre compatível com a Constituição de uma perspectiva estritamente formal. Falsa; pelo mesmo motivo 
 da questão anterior: só interessa a compatibilidade material (conteúdo da norma), a compatibilidade formal é absolutamente irrelevante. 18) 
 Quanto ao dir eito ordinário pré-constitucional é correto afirmar-se: a incompatibilidade entre lei anterior e norma constitucional superveniente 
 refere-se ap enas a aspectos materiais (conteúdo). Certa; essa questão é da Esaf, concurso de Auditor da Receita, e está perfeita; a 
 análise da compatibilidade entre o direito pré-constitucional e a nova constituição é f eita levando -se em conta somente o conteúdo da norma. 
 19) Na vigência do r egime jurídico anterior à Co nstituição Federal de 1988 (CF), determinado tema havia sido disciplinado p or meio de lei 
 ordinária. A CF passou a exigir qu e o mesmo assunto fosse disciplinado por lei complementar. Em face dessa situação, a antiga lei foi 
 recep cionada pelo novo ordenamento jurídico com status de lei complementar. Certa; é a questão mais manjada sobre esse assu nto que cai 
 em concurso; se a constituição antiga exigia lei ordinária e a atual exige lei complementar, a norma, desde que materialment e compatível 
 com a nova constituição, será por esta recepcionada, com força de lei com plementar; na prova, é só lembrar: sempre quem define com 
 que status a lei antiga vai entrar no novo ordenamento constitucional é a constituição nova, não interessa o tip o de norma que ela era na 
 vi gência da constituição antiga. 20) A lei ordinária ant erior à nova Constituição, que com esta é materialmente incompatível, continua em 
 vigor até que seja revogada por outra lei do mesmo status hierárquico. Falsa; a lei antiga que se tornar materialmente incompatível com a 
 nova constituição será automaticamente revo gada por esta, independentemente d e disposição expressa nesse sentido na nova constituição; 
 se no futuro houver dúvida se determinada lei foi recepcionada ou revog ada pela nova constituição, o caso concreto d everá se r lev ado ao 
 conhecimento do poder judiciário, para que este decida a respeito (no controle difuso ou incidental, e não em AD In) (ver itens 16 e 28, e 
 28.1 do livro); 21) Sabe-se que a Constituição em v igor não prev ê a figura do D ecreto-Lei. Sobre um Decreto- Lei, editado antes da 
 Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta,é possível afirmar que deve ser considerado formalmente inconstitucional e, 
 por isso, insuscetível de produzir efeito s, pelo menos a partir da Constituição de 1988. Falsa; completamente falsa: se o conteúdo do d 
 ecreto-lei é compatível com a nova constituição, será ele recepcionado, c ontinuando seus efeitos sob a vigência da nova constituição; 
 como não existe a fi gura do decreto-lei na nova constituiçã o, ele terá a força que a nova constituição lhe d er, de acordo com o 
 tratamento que ela der à matéria: se ela exigir lei ordinária para o trato da matéria do antigo decreto-l ei, será ele recepcionado com força 
 de lei ordi nária; se ela ex igir lei complementar para o trato do conteúdo do decreto -lei, será ele recepcionado com status de lei 
 complementar; a questão também fala em o decreto-lei ser considerado "formalmente inconstitucional", e nós já vimos que ele jamais 
 poderia ser considerado inconstitucional em confronto com a nova constituição, mas sim revogado ou re cepcionado, a depender da 
 compatibilidade material (ver item 21 do livro). 22) Sabe-se que a Constit uição em vigor não prevê a figura do Decreto -Lei. S obre um De 
 creto-Lei, editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta, é possível afirmar que deve ser considerado revogado 
 com o advento da nova Constituição.Falsa; se o conteúdo do decreto-lei é compatível com a nova constituição, será ele recepcionado por esta. 23) 
 Sabe-se que a Constituição em vigor n ão prevê a fi gura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto- Lei, editado antes da Constituição em vigor, 
 cujo conteúdo é compatível com esta, é possível afirmar que continua a produzir efeitos na vigência da nova Carta, por força do mecanismo da 
 recepção. Certa; se o conteúdo do decreto-lei é compatível com a nov a constit uição, será ele recepcionado por esta, pouco importando 
 que esta nova constituição não preveja a figura do decreto -l ei, pois isso é aspecto fo rmal, que não interessa; o que interessa é a 
 compatibilidade material, do conteúdo da norma antiga com o texto e princípios da nova constituição. 24) Substituída uma Constituição por outra, 
 as normas da Constituição antiga que não forem, no seu conteúdo, incompatíveis com o novo Texto Magno, continuam em vigor, mas com 
 hierarquia de le i ordinária. Falsa; essa é a tes e da d esconstitucionalização, que já vim os na qu estão 7 que não é admitida no Brasil, 
 pois aqui a constituição nova revoga, automaticamente e por compl eto, a constituição antiga, seja qual for o conteúdo desta. 25) Normas de 
 Constituição r evogada continuam valendo como norm as constitucionais, naquil o que não contrariarem a nova Lei Maior, em face do 
 mecanismo co nhecido como recepção. Falsa; as normas da constituição antiga são total e automaticamente revoga das pela promulgação da nova 
 constituição, perdem inteiramente sua eficácia de normas constitucionais; seria um absurdo dispositivos da constituição passada continuarem 
 valendo com a promulgação da nova constituição como normas constitucionais antigas, pois aí teríamos dois ordenamentos constitucionais 
 no país, o velho e o novo, o que é inadmissível juridicamente. II) EXERCÍCIOS SOBRE CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 1) Uma 
 das classificações das constituições leva em consideração os me canismos previstos para a mudança delas, do que resultam as categorias 
 de constituições rígidas, flexíveis e semi -rígidas; as flexíveis são aquelas que não exigem mecanismos especiais de a lteração, mais 
 solenes e complex os que os aplicados à produção do direito infraconstitucional; em todas essas espécies, devido à supremacia da 
 Constituição, deve haver mecanismos adequados de controle de constitucionalidade. Falsa; essa questão é do concurso de Procurador Federal 
 da AGU, de 2002; a parte inicial da questão, até o segundo p onto e vírgula, está perfeit a; entretanto, na parte final, há um erro, porque, 
 segundo a melhor doutrina, não se pode falar em controle de constitucionalidade efetivo na s constituições flexíveis, pois nesta não haveria 
 a supremacia formal da constituição em relação às demais normas do ordenamento (ver itens 11.2, 386 e 392 do livro). 2) É critério para a defi 
 nição de uma norma como formalmente constitucional o fato de q ue ela esteja inserida no tex to da Constituição, independentemente da 
 matéria que tr ate. Certa; a noç ão formal de constituição l eva em conta justamente o fato d a norma estar inserida na constituição, 
 formal e s olenemente elaborada pelo ór gão constituinte ; segundo a ótica formal deconstituição, se a norma está inserida na constituição, 
 ela é constitucional e pronto, qualquer qu e seja o seu conteúdo (ver item 10 e seus sub-itens do livro). 3) A doutrina constitucionalista aponta o 
 fenômeno da expansão do objeto das constit uições, que têm passado a tratar de temas cada vez mais amplos, estabelecendo, por exemplo, 
 finalidades para a ação estatal. Considerando a classificação das n ormas constitucionais em formais e materiais, é correto afirmar que as 
 normas concernentes às finalidades do Estado são apenas formalmente constitucionais. Falsa; até o primeiro ponto, após a palavra estatal, 
 a assertiva está corretíssima, pois há realmente uma tendência atual de expansão do objeto das constituições; porém, a conc lusão está 
 equivocada, pois as normas que cuidam das finalidades do Estado são normas tipicamente materialmente constitucionais; no caso da nossa 
 constituição de 1988, essas normas que cuidam das finalidades do Estado são normas materialmente (devido ao cont eúdo, por tratarem de 
 um tema substancialmente constitucional) e também formalmente constit ucionais (pelo fato de estarem inseridas numa constituição escrita, 
 formal); normas apenas formalmente constitucionais são aquelas que, apesar de inseridas no text o de um a constit uição, n ão tr atam de 
 temas substancialmente constitucionais, q ue deveriam estar sendo tratados em lei ordinária (ver item 10 e seus subitens do livro). 4) As norm as 
 constitucionais, do ponto de vista formal, caracterizam -se por cuidar de temas como a organização do Estado e os direitos fundamentais. Falsa; 
 as normas constit ucionais que cuidam de temas substancialmente constitucionais, como a organização do Estado e os direitos 
 fundamentais são normas mat erialmente constitucionais; normas apenas formalmente constitucionais são aquelas que tratam de temas 
 irrelevantes, que deveriam estar sendo tratados em leis ordinárias, mas que o constituinte optou por colocar na constituição; como o próprio 
 nome indica, são normas que têm apenas forma de constituição (por estarem dentro da constituição), mas não têm matéria de constituição 
 (po r não cuidarem de um dos aspectos relevantes do Estado) (ver item 10 e subitens do livro). 5) Considerando a cl assificação das normas 
 con stitucionais em formais e materiais, s eriam d essa última categoria sobretudo as normas concernentes à estrutura e à organização do 
 Est ado, à regulação do exercício do poder e aos direitos fundamentais. Desse ângulo, outras normas, ainda que inseridas no corpo d a 
 Constituição escrita, se riam constitucionais tão-somente do ponto de vista formal. Certa; essa questão nãotem muito o que comentar, pois 
 ela define exatamente o que é uma norma materialmente constituci onal (que cuida de matérias substancialmente co nstitucionais) e o que 
 é uma norma apenas formalmente constitucional (que, embora esteja dentro da constituição, não cuida de tema essencial do Estado, cuida 
 de temas irrelevantes, que deveriam estar sendo t ratados em lei ordinária). 6) Diz-se outorgada a constituição que surge sem a participação 
 popular. Certa; outorgada ou antidemocrática é a constituição que nas ce sem a participação popular, que é imposta por um ditador; a 
 constituição resultante da participação popular, participação popular esta que pode ser direta ou repr esentativa, ch ama-se constituição 
 democrática, popular ou promulgada (ver item 7 do livro)7) A vigente Constit uição da República, promulgada em 1988, prevê os re spectivos 
 mecanismos de modificação por meio de emendas, podendo ser classificada, por esse mot ivo, como uma constituição flexível. Falsa; 
 constitui ção flexível é aquela que admite a modificação do seu tex to pelo mesmo processo de elaboração das leis, sem necessidade de 
 processo especial, mais difícil; a nossa constituição é tipicamente rígida, pois ex ige um procedimento especial, muito mais difícil do aquele de 
 elaboração das demais leis do país; e nquanto uma lei ordinária é ap rovada por maioria simples, em um só turno de votação, a P roposta d e 
 Emenda à Const ituição só é aprovada após vo tação em dois turnos em cada um a das casas do congresso, com deliberação mínima de 
 três quintos dos votos (ver item 11 e seus subitens do livro). 8) A Supremacia mat erial e formal das normas constitucionais é atributo 
 presente tanto nas constituições rígidas quanto nas flexíveis. Falsa; a supremacia material decorre do conteúdo da norma; a supremacia 
 formal decorre do processo m ais difícil de elaboração e modificação da constituição; logo, numa constituição rígida, pode-se falar tanto em 
 supremacia material de um disposit ivo constitucional (em razão do seu conteúdo) quanto em supremacia formal (pelo fato de o dispositivo 
 estar dentro da constituição, que foi elaborada por um pr ocesso mais difí cil do q ue aqu ele d e elab oração das demais l eis); já num a 
 constituição flexível, só se pode falar em supremacia mat erial (de conteúdo), pois não há supremacia formal dela em relação às demais le 
 is (já que tanto a constituição flexível como as demais leis são elabora das pelo mesmo processo, não há distinção no processo le gislativ 
 o) (ver itens 10 e 11 do livro). 9) Não há supremacia f ormal da Constituição costum eira em r elação às demais leis do mesmo ordenamento 
 jurídico. Certa; a constituição costumeira, consuetudinária ou histórica é aquela que não é elaborada, num dado momento, por um órgão 
 constituinte; é aquela que su rge ao longo d o tempo, como resultado do evoluir da própri a sociedade; é do tipo não escrita e, port anto, 
 flexível; se a supremacia form al decorre justamente do processo especial e rígido da elaboração da constituição, eu não posso falar em 
 supremacia formal neste tipo de constituição, pois nela não há processo especial de elaboração; posso sim falar em supremacia mate rial 
 dos seus dispositivos em relação às demais leis ordin árias do ordenamento, devido ao seu conteúdo, que é s ubstancialmente 
 constitucional (ver itens 10 e 11 do livro). 10) A Constituição Brasileira vigente não é reves tida de supremacia, haja vista proclamar que 
 todo o poder emana do povo, sendo este, então, supremo perante o ordenamento jurídico do Brasil. Falsa; a nossa atual consti tuição é do tipo 
 formal e rígida, dotada tanto de supremacia formal quanto de supremacia material; quanto à suprem acia formal, todos os seus artigos, do 
 primeiro ao último, inclusive o ADCT, são superiores formalmente em relação às demais leis do nosso ordenamento; quanto à supremacia 
 material, ela está presente apenas naqueles dispositivos que tratam de assuntos substancialmente constitucionais; assim, se eu pego o art. 
 5º da CF, posso afirmar que ele é, ao mesmo tempo, formalmente (por fazer parte do texto da constituição) e materialmente (devido ao 
 seu conteúdo subst ancialmente constitucional) constitucional; já se eu pego um artigo da Constituição que cuida da estabilidade do 
 empregado d a C IPA, estarei dia nte de um dispositivo apenas formalmente constitucional (tem forma d e constituição, por estar dentro da 
 Constituição, mas não é matéria substancialmente constitucional) (ver item 10 do livro). 11) O princípio d a supremacia da Constit uição é a 
 primordial conseqüência da rigidez constitucional. Certa; a rigidez, por exigir um procedimento mais dificultoso para a elaboração/modificação 
 das normas constitucionais, coloca a constituição num patamar de superioridade em relação às demais normas; a partir de então, todas as 
 leis inferiores hierarquicamente devem obedecer a constituição; portanto, a principal conseqüência da rigidez é a supremacia da constituição 
 (ver item 11.2 do livro). 12) A rigidez das normas constitucionais decorre dos mecanismos diferenciados, previstos para sua modificação, em 
 relação aos das demais normas jurídicas. Certa; rigidez é isso mesmo: o fato de a constituição exigir para a modificação do seu tex to um 
 processo especial, mais difícil do que aquele de elaboração das demais leis (ver item 11). 13) Apenas as normas das constituições escritas possuem 
 supremacia. Falsa; tanto as normas da constituição escrita quanto as da constituição não escrita possuem supremacia material (de 
 conteúdo); o que só as constituições es critas possuem é a chamada supremacia formal, porque esta decorre justamente do processo 
 especial de elaboração, coisa que a constituição não escrita não tem, pois ela não foi solenemente elaborada por um órgão constituinte, 
 por um processo diferenciado, especial (ver itens 10 e 11 do livro). 14) A Constituição brasileira em vigor é flexíve l, em razão da grande 
 quantidade de temas qu e disciplina. Falsa; a nossa constituição é rígida, porque exige um procedimento especial para sua reforma, 
 estabelecido no seu a rt. 60; a quantidade de tema s que a constituição trata não tem nada a v er com rigidez, mas sim com ser a 
 constituição analítica (ou prolixa) ou sintética; e, nesse ponto, a nossa é do tipo analítica ou prolixa, pois trata de uma infinidade de temas (ver 
 item 13 do livro). 15) Uma constituição que se o rigina de ór gão constituinte composto de rep resentantes do povo denomina-se constituição 
 outorgada. Falsa; a constituição qu e é elaborada com a pa rticipação do povo é a democrática, popular ou promulgada; a participação 
 do povo pode ser direta (quando o próprio povo aprova diretamente sua constituição, por meio de referendo ou plebiscito) ou representativa 
 (quando o povo elege seus representantes e estes elaboram e promul gam a constituição); constituição outorgada é aquela em que não há 
 participação popular na sua elaboração (ver item 7 do livro). 16) Constituições, como a brasileira de 1988, que prevêem a possibilidade de 
 alteração do seu próprio tex to, embora por um procedimento mais difícil e com maiores exigências formais do que o empregado para a 
 elaboração de leis ordinárias, classificam-se como constituições semi-rígidas. Falsa; já vimos que constituições como a nossa, que exigem um 
 procedimento especial, mais difícil, para sua modific ação, são classificadas como rígidas; semi-rígidas são aquelas qu e exigem um 
 procedimento especial para a mudança de parte do seu tex to e permite a mudança d e outra parte por processo sim ples, como se modi fica 
 as de mais leis; enfim, semi -rígida é aquela que é part e rígida (que só pode ser modificada por processo especial) e pa rte flexível (que 
 pode ser modificada pelo processo simples, como se modifica uma lei) (ver item 11 do livro). 17) São apenas normas formalmente constit ucionais 
 as concernentes à forma do Estado, à form a do Governo e ao modo de aquisição e exercício do poder. Falsa; normas que cui dam de temas 
 substancialmente constitucionais como estes são norm as tipicamente materialmente constitucionais, e não apenas só formalmente 
 constitucionais (ver it em 10 e seus subitens do livro 18) A classificação de uma Constituição como semi -rígida indica que o seu conteúdo é 
 apenas de normas materialmente constitucionais. Falsa; a classifi cação d e uma constituição como semi-rígida não tem relação alguma com 
 a existência ou não de normas formalmente constitucionais; só tem a ve r com o seu processo de reforma, significando que ela admite 
 que parte de seus dispositivos sejam alterados como se modificam as demais leis (parte flexível) e que ex ige um procedimento especial, 
 mais dificultoso, para a outra parte dos seus dispositivos (parte rígida) (ver item 11 do livro). 19) Considerando a noção de constituição material, 
 o ato de um agente público pode ser considerado inconstitucional, mesmo que af ete norma n ão constante do texto da Constituição 
 escrita. Certa; vimos que na concepção material de constituição, não interessa o processo de elaboração da norma, só interessa o seu 
 conteúdo: se o seu conteúdo for substancialmente constitucional, a norm a será constitucional, esteja ou não dentro de uma constituição 
 escrita; portanto, para essa concepção, o texto da constituição não ex aure os temas constitucionais, podendo haver leis constitucionais fora 
 da constituição; logo, o ato de um agente púb lico (um decreto, por e xemplo), pode vi r a ser declarado inconstitucional em face de uma 
 lei "A", que esteja fora da constituição, mas que, devido ao seu conteúdo, é ti da por norma constitu cional (ver item 10.3 do livro, onde 
 explico detalhadamente isso). 20) Em relação à supremacia material e fo rmal das constituições, podemos afirmar que a formal é 
 reconhecida nas constituições flexíveis. Falsa; a supremacia formal, decorrente do processo de elaboração das normas constitucionais, só 
 está presente n as constituições rígidas e semi-rígidas (nestas, na parte rígida); na constituição flexível não há distinção no processo de 
 elaboração da constituição e das demais leis; logo, não se pode falar em supremac ia formal, pois esta decorre justamente do proc esso 
 diferenciado, mais difícil, de elaboração da constituição (ver item 11 do livro). 21) Em relação à supremacia material e formal das constituições, 
 podem os afirmar que a material está relacionada à produção de um documento escrito. Falsa; a supremacia material não se importa com o 
 processo de elaboração da norma constitucional; só se importa com o conteúdo da norma: s e o se u conteúdo for substancialmente 
 constitucional, a norma terá supremacia material em relação às de mais leis, esteja ela onde estiver, dentro ou fora de uma constituição 
 escrita; portanto, para a visão material de constituição, a e xistência (ou não) de um documento escrito é irrelevante - o que vale é o conteúdo da 
 norma (ver item 10 do livro)