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livro contabilidade

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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
Pública
Prof.ª Danrlei Anderson Peyerl
2a Edição
contabilidade
Elaboração:
Prof.ª Danrlei Anderson Peyerl
Copyright © UNIASSELVI 2022
Revisão, Diagramação e Produção:
 Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
Caro acadêmico, seja bem-vindo à Disciplina de Contabilidade Pública. A 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que tem como 
finalidade, no processo gerador de informações, aplicar os princípios contábeis e as 
normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. 
E essas entidades são: órgãos, fundos, fundações públicas e pessoas jurídicas de 
Direito Público ou que, possuindo personalidade jurídica de Direito Privado, recebam, 
guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução de 
suas atividades.
Seremos capazes de compreender que o objetivo da Contabilidade Pública é 
fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de 
natureza orçamentária, econômica, financeira e patrimonial do patrimônio da entidade 
do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a 
adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do 
controle social. Essa, por último, pautada na função social de fornecer informações que 
sejam compreensíveis e úteis aos cidadãos no desempenho de sua soberana atividade 
de controle do uso de recursos e patrimônio público pelos agentes públicos.
Na Unidade 1, abordaremos, inicialmente, os principais aspectos da Administração 
Pública, tratando da divisão dos poderes, da estrutura e seus princípios. Posteriormente, 
trataremos dos conceitos e princípios introdutórios aplicados à Contabilidade Pública, 
seguido da apresentação do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Por 
último, discutiremos os marcos legais da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, mais 
especificamente, a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estabelece as normas gerais 
do Direito Financeiro, Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece as 
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e, por fim, 
as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público e demais legislações 
aplicadas à Contabilidade Pública.
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos o Orçamento Público. Nessa unidade, 
buscaremos estudar os principais instrumentos do ciclo de planejamento das contas 
públicas, que inclui a elaboração do Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias 
e da Lei Orçamentária Anual, necessários para a viabilização da prestação dos serviços 
públicos para o bem-estar da coletividade. A seguir, aprofundaremos nossas discussões 
sobre o conceito e a finalidade do Orçamento Público, os tipos de orçamentos, os princípios 
orçamentários, suas alterações e seu ciclo. Por último, abordamos a classificação das 
receitas e despesas públicas, suas fontes e destinação de recursos.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos os principais aspectos conceituais 
e legais da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, seus regimes de contabilização 
orçamentária e contábil, suas variações orçamentárias e patrimoniais, seus subsistemas 
APRESENTAÇÃO
de informação contábil, em termos do sistema orçamentário, financeiro, patrimonial 
e de custos, apresentando ao final o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público. Na 
sequência, serão apresentados os principais lançamentos contábeis do setor público, 
mais especificamente, os lançamentos típicos de execução de receitas e despesas 
orçamentárias. Finalmente, trataremos das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao 
Setor Público, com o objetivo de compreender e avaliar os resultados alcançados e os 
aspectos orçamentários, econômico-financeiros e físicos do patrimônio das entidades 
do setor público e suas mutações, bem como as demonstrações exigidas pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal.
Por tudo isso, este Livro didático servirá de orientação para você começar a 
construir e organizar o seu conhecimento ao longo deste período de estudos, sobre 
Contabilidade Pública.
Bons estudos, será um prazer estar com você nesta caminhada!
Prof. Danrlei Anderson Peyerl
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse 
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade 
para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico 
como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará 
você a entender melhor o que são essas informações 
adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS AO SETOR PÚBLICO ........................... 1
TÓPICO 1 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 DIVISÃO DOS PODERES ...................................................................................... 32.1 PODER LEGISLATIVO ............................................................................................................9
2.2 PODER EXECUTIVO ..........................................................................................................12
2.3 PODER JUDICIÁRIO ...........................................................................................................14
3 ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................... 14
3.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA ..................................................................................................15
3.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ............................................................................................. 17
4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................... 21
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................24
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................25
TÓPICO 2 - CONCEITO E APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE PÚBLICA ..... 27
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 27
2 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DA CONTABILIDADE APLICADA
 AO SETOR PÚBLICO ...........................................................................................28
2.1 CONCEITO ............................................................................................................................34
2.2 OBJETIVO ........................................................................................................................... 35
2.3 OBJETO ...............................................................................................................................36
2.4 PATRIMÔNIO .......................................................................................................................38
2.5 CAMPO DE APLICAÇÃO ................................................................................................... 42
3 PRINCÍPIOS APLICADOS À CONTABILIDADE PÚBLICA ..................................43
4 MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO .................... 48
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................52
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................53
TÓPICO 3 - LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA .............. 57
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 57
2 LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964 ..........................................................58
3 LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000 .....................................60
4 NORMAS BRASILEIRAS APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA ...............65
5 DEMAIS LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA ................ 67
LEITURA COMPLEMENTAR ...................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................... 76
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 77
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 79
UNIDADE 2 — ORÇAMENTO PÚBLICO ..................................................................85
TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL ...............................................87
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................87
2 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO .............................................................87
2.1 PLANO PLURIANUAL ........................................................................................................ 93
2.2 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ........................................................................ 95
2.3 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ...........................................................................................98
3 SERVIÇOS PÚBLICOS ...................................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................ 107
AUTOATIVIDADE .................................................................................................108
TÓPICO 2 - ORÇAMENTO PÚBLICO .................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 111
2 CONCEITO E FINALIDADE ................................................................................ 111
3 TIPOS DE ORÇAMENTOS ................................................................................. 114
4 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ....................................................................... 116
5 CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS ..........................................................................117
5.1 CRÉDITOS ADICIONAIS .................................................................................................... 119
5.1.1 Fontes dos créditos adicionais ............................................................................. 121
5.1.2 Suplementares .........................................................................................................122
5.1.3 Especiais ....................................................................................................................122
5.1.4 Extraordinários .........................................................................................................122
6 CICLO ORÇAMENTÁRIO ...................................................................................124
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................128
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 129
TÓPICO 3 - RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS.................................................131
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................131
2 RECEITA PÚBLICA ............................................................................................131
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ....................................................... 134
2.1.1 Classificação da receita orçamentária por natureza ...................................... 134
2.1.2 Classificação da receita orçamentária por indicador
 de resultado primário ............................................................................................ 140
2.1.3 Classificação da receita orçamentária por esfera orçamentária.................... 141
3 DESPESA PÚBLICA ..........................................................................................142
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA ................................................................... 143
3.1.1 Classificação qualitativa e quantitativa da despesa orçamentária ............ 143
3.1.2 Classificação funcional da despesa orçamentária ........................................ 144
3.1.3 Classificação por natureza da despesa orçamentária .................................. 146
4 FONTE OU DESTINAÇÃO DE RECURSOS ........................................................ 152
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 155
RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................161
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 162
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 163UNIDADE 3 — CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO ..................... 165
TÓPICO 1 — CONTABILIDADE PÚBLICA E SUBSISTEMAS
 DE INFORMAÇÕES .......................................................................... 167
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 167
2 REGIMES DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ......................................................168
2.1 RECEITA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO ...............................................................171
2.2 RECEITA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL ...................................................................171
2.3 DESPESA SOB O ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO ...........................................................172
2.4 DESPESA SOB O ENFOQUE PATRIMONIAL ................................................................173
3 SUBSISTEMAS DE INFORMAÕES .................................................................... 173
4 PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO .................................... 176
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................184
AUTOATIVIDADE .................................................................................................185
TÓPICO 2 - CONTABILIZANDO NO SETOR PÚBLICO ........................................ 187
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 187
2 CARACTERÍSTICA QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL .................188
3 EXECUÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA .....................................................189
3.1 LANÇAMENTOS TÍPICOS DE EXECUÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ............. 191
4 EXECUÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA ................................................... 197
4.1 EMPENHO .......................................................................................................................... 199
4.2 RESTOS A PAGAR ........................................................................................................... 201
4.3 LANÇAMENTOS TÍPICOS DE EXECUÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA .........203
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................... 209
AUTOATIVIDADE .................................................................................................210
TÓPICO 3 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS
 AO SETOR PÚBLICO ......................................................................... 213
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 213
2 BASE LEGAL E NORMATIVA ............................................................................214
3 BALANÇOS APLICADOS AO SETOR PÚBLICO ...............................................214
3.1 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO ............................................................................................215
3.2 BALANÇO FINANCEIRO ................................................................................................. 218
3.3 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................221
4 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ..................................... 226
5 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO .....................227
6 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .................................................... 228
7 NOTAS EXPLICATIVAS .................................................................................... 233
8 DEMONSTRAÇÕES EXIGIDAS PELA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 234
8.1 RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA ......................................234
8.2 RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL ..................................................................................235
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................... 238
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................... 245
AUTOATIVIDADE ................................................................................................ 246
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 248
1
UNIDADE 1 - 
ELEMENTOS INTRODUTÓRIOS 
AO SETOR PÚBLICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a organização político-administrativa do nosso país;
• compreender os motivos pelas quais existe a separação – tripartição – dos poderes;
• identificar as funções típicas e atípicas de cada poder;
• identificar quem compõe a Administração Direta e Indireta de cada um dos poderes;
• conhecer os Princípios Fundamentais da Administração Pública;
• compreender o conceito, objetivo, objeto, patrimônio e campo de aplicação de 
estudo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público;
• conhecer e aplicar os Princípios de Contabilidade no setor público;
• conhecer e compreender o propósito do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor 
Público;
• conhecer a legislação que norteia a Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
TÓPICO 2 – CONCEITO E APLICABILIDADE DA CONTABILIDADE PÚBLICA
TÓPICO 3 – LEGISLAÇÕES APLICADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 INTRODUÇÃO
Para que possamos iniciar nossos estudos sobre a Contabilidade Aplicada 
ao Setor Público temos que compreender os principais fundamentos e conceitos da 
Administração Pública. Para isso, tomaremos como base a Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 e o Direito Administrativo, uma vez que a disciplina jurídica 
da Administração Pública no Brasil centraliza-se no Direito Administrativo. Esse último, 
é o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a função 
administrativa e que abrange entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela 
Administração Pública na consecução do interesse público e coletivo.
Considerando que o Direito Administrativo, ramo autônomo no campo do 
Direito, em sua essência, disciplina a atuação da Administração Pública, e que o 
objeto de estudo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público, 
é necessário conhecer algumas noções básicas sobre a estrutura e o funcionamento 
da Administração Pública. Para fins deste Livro didático, a Administração Pública será 
entendida como “um conjunto de atividades do Estado que auxiliam as instituições 
políticas de cúpula no exercício de funções de governo, que organizam a realização 
das finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem serviços, bens e 
utilidades para a população” (MEDAUAR, 2020, p. 43).
Nesse sentido, para iniciarmos nossos estudos sobre a Contabilidade Aplicada 
ao Setor Público, no Tópico 1, abordaremos a divisão de poderes, que, de acordo com o 
disposto em nossa Constituição Federal, se divide em Legislativo, Executivo e Judiciário. 
Na sequência, abordaremos de forma sucinta e didática a estruturação da Administração 
Pública, mais objetivamente sobre a Administração Direta e Indireta, as diferenças em 
suas estruturas internas, bem como suas especificidades. Por fim, discutiremos os cinco 
princípios fundamentais da Administração Pública presentes no Artigo 37 de nossa 
Constituição Federal as quais condicionam o padrão que a Administração Pública (em 
todos os seus poderes) devem seguir. São eles: Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; 
Publicidade; e Eficiência. Aos estudos!
2 DIVISÃO DOS PODERES
A República Federativado Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados 
(26 estados, além do Distrito Federal) e Municípios (5.570 municípios) e do Distrito 
Federal (IBGE, 2021), constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: i. a soberania; ii. a cidadania; iii. a dignidade da pessoa humana; iv. os 
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e v. o pluralismo político (BRASIL, 1988). 
Para fins da organização do Estado, a organização político-administrativa de nosso país 
compreenderá a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, 
nos termos de nossa Constituição Federal (BRASIL, 1988).
Em seu Artigo 2º, nossa Carta Magna divide os Poderes da União, independentes 
e harmoniosos entre si: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, para evitar que um 
dos Poderes usurpe as funções de outro. Para Medauar (2020, p. 28), “a separação dos 
poderes apresenta-se como um dos pressupostos da existência do Direito Administrativo, 
pois, se a Administração [Poder Executivo] não estivesse separada dos outros poderes 
[Legislativo e Judiciário] do Estado, dificilmente poderia existir um direito específico que 
disciplinasse sua atuação”.
Apresentamos no Quadro 1 a composição dos poderes de nossa República 
Federativa.
QUADRO 1 – COMPOSIÇÃO DOS PODERES
FONTE: Adaptado de Silva (2011, p. 28) e Brasil (1988)
PODER 
LEGISLATIVO
Federal
Senado Federal
Câmara de Deputados
Tribunal de Contas da União
Estadual
Assembleia Legislativa
Tribunal de Contas do Estado
Conselhos de Contas dos Municípios
Municipal Câmara de VereadoresTribunal de Contas Municipal (se houver)
PODER 
EXECUTIVO
Federal Presidência e Vice-Presidência da RepúblicaMinistérios
Estadual Governador e Vice-Governador do EstadoSecretarias Estaduais
Municipal Prefeito e Vice-Prefeito MunicipalSecretarias Municipais e Departamentos Auxiliares
PODER 
JUDICIÁRIO
Federal
Supremo Tribunal Federal
Superior Tribunal de Justiça
Superior Tribunal Militar
Tribunal Superior Eleitoral
Tribunal Superior do Trabalho
Tribunais Regionais Federais
Tribunais Regionais do Trabalho
Tribunais Regionais Eleitorais
Conselho Nacional de Justiça
Estadual Tribunal de Justiça
5
A tripartição dos poderes, como também é chamada a separação dos poderes, 
difundiu-se na formulação de Montesquieu (MEDAUAR, 2020), segundo a qual se 
distinguiam três funções estatais – a legislação, execução e jurisdição –, que deveriam 
ser atribuídas em três órgãos distintos e independentes entre si (MONTESQUIEU, 2000). 
No livro, “O Espírito das Leis”, Montesquieu (2000) esclarece que quando há a união dos 
três poderes em um único indivíduo (e.g. monarquias), a liberdade do povo está presa e, 
portanto, a voz do povo não terá força e todas as atividades praticadas pelo governo não 
serão contestadas, pois esse direito não é concedido ao povo. Portanto, a tripartição 
de poderes vem para garantir que todos os indivíduos de uma nação sejam ouvidos 
e que o poder não seja concentrado nas mãos de uma única pessoa, visando manter 
a paz social e assegurar o gozo da liberdade, evitando arbitrariedades e autoritarismo 
(PELICIOLI, 2006).
A análise dos escritos de Montesquieu (2000, p. 167-168; 172-173) permite 
compreender suas concepções sobre a tripartição dos poderes, para quem:
Existem em cada Estado três tipos de poder: o poder legislativo, o 
poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes [sic] 
e o poder executivo daqueles que dependem do direito civil.
Com o primeiro, o príncipe ou o magistrado cria leis por um tempo 
ou para sempre e corrige ou anula aquelas que foram feitas. Com 
o segundo, ele faz a paz ou a guerra, envia ou recebe embaixadas, 
instaura a segurança, previne invasões. Com o terceiro, ele castiga os 
crimes, ou julga as querelas [sic] entre os particulares. Chamaremos a 
este último poder de julgar [Poder Judiciário] e ao outro simplesmente 
poder executivo do Estado.
[...]
E o Judiciário Municipal?
Caro acadêmico, perceba que no Quadro 1, na divisão de poderes, não há Poder Judiciário 
Municipal, pois os municípios não possuem um Poder Judiciário próprio. O Poder 
Judiciário (Federal ou Estadual) não divide sua atuação em municípios, mas em comarcas. 
Comarcas são extensões territoriais do Poder Judiciário, podendo abranger mais de uma 
unidade municipal. Os juízes possuem jurisdição – poder de decidir as causas – sobre 
uma comarca, não um município, ou seja, mais de um município pode estar 
contido em uma única comarca.
Sua atuação é sempre federal, quando o assunto é de interesse da União, ou estadual, 
quando o interesse é local ou regional (Estadual ou Municipal), portanto, no âmbito 
municipal, a atividade judiciária é exercida pelo Poder Judiciário Estadual. Os prédios da 
Justiça Federal estarão localizados em diversos municípios, especialmente nas capitais, 
assim como os da Justiça Estadual, para receber os processos da região, embora isso 
não signifique que a Justiça Federal atue em causas regionais ou municipais.
FONTE: <encurtador.com.br/eCKLN>. Acesso em: 6 dez. 2021.
ATENÇÃO
6
Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, 
o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe 
liberdade; porque se pode temer que o mesmo monarca ou o mesmo 
senado crie leis tirânicas para executá-las tiranicamente.
Tampouco existe liberdade se o poder de julgar [Poder Judiciário] não 
for separado do poder legislativo e do executivo. Se estivesse unido 
ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos 
seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse unido ao poder 
executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos 
principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o 
de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os 
crimes ou as querelas [sic] entre os particulares.
[...]
O poder executivo deve estar entre as mãos de um monarca, porque 
esta parte do governo, que precisa quase sempre de uma ação 
instantânea, é mais bem administrada por um do que por vários; ao 
passo que o que depende do poder legislativo é com frequência mais 
bem ordenado por muitos do que por um só.
Pois, se não houvesse monarca e o poder executivo fosse confiado 
a um certo número de pessoas tiradas [sic] do corpo legislativo, não 
haveria mais liberdade, porque os dois poderes estariam unidos, 
participando as mesmas pessoas, por vezes, e podendo sempre 
participar de um e de outro.
Portanto, uma vez que nossa Constituição Federal prevê que os poderes sejam 
autônomos como pressuposto de legitimidade do Estado Democrático de Direito, as 
ações entre os três poderes precisam ser articuladas para que juntos possam atingir 
as finalidades públicas e serem harmoniosos entre si. No nosso país, a tripartição 
dos poderes realiza-se através da atribuição de funções governamentais a órgãos 
específicos, para isso, cada um dos três poderes possuem funções típicas e atípicas. A 
função típica seria a função inerente e intrínseca a cada função devido a sua natureza, 
enquanto a função atípica em virtude da natureza dessas funções pertenceria, 
inicialmente, a outros órgãos, ou seja, aquela exercida com preponderância é a típica, 
e a função exercida com menos preponderância é a atípica (GOUVEIA; AMARAL, 2008).
Em seguida, visualizaremos no Quadro 2 a função típica e atípica de cada um 
dos três poderes para realizar sua própria gestão administrativa, financeira, patrimonial 
e de controle.
7
QUADRO 2 – FUNÇÃO TÍPICA E ATÍPICA DOS PODERES
FONTE: Adaptado de Silva (2011, p. 3) e Medauar (2020, p. 31-32)
Por exemplo, o Poder Legislativo tem como principal função organizar, elaborar 
e atualizar o ordenamento jurídico do Estado, que é sua função típica e preponderante, 
mas ainda administra seus órgãos, momento em que exerce uma atividade típica do 
Poder Executivo. Da mesma forma, a edição de Medidas Provisórias pelo Presidente 
da Repúblicaé uma função atípica do Poder Executivo, visto que sua função típica 
é a prática de atos de chefia de Estado, de chefia de governo e atos administrativos. 
Portanto, mesmo havendo a separação dos poderes, pode-se perceber por meio das 
funções típicas e atípicas exemplificadas anteriormente a inexistência de uma separação 
absoluta de funções (MEDAUAR, 2020).
Para um melhor entendimento da divisão dos poderes e suas funções típicas e 
atípicas, apresentamos a seguinte figura:
PODER
FUNÇÃO
TÍPICA ATÍPICA
LEGISLATIVO
Normativa, na elaboração de leis 
e fiscalização do Poder Executivo
Administrativa
Judicativa
Controle Interno
EXECUTIVO
Administrativa, com repercussão 
imediata na coletividade
Normativa
Judicativa
Controle Interno
JUDICIÁRIO
Judicativa, com atuação no direito 
objetivo e a pacificação social
Administrativa
Normativa
Controle Interno
8
FIGURA 1 – MODELO DE SEPARAÇÃO DOS PODERES
FONTE: <https://bityli.com/znpEVq>. Acesso em: 8 dez. 2021.
Na sequência, serão apresentadas as finalidades e particularidades de cada 
um dos poderes de nossa República Federativa, com base no disposto em nossa Carta 
Magna.
Caro acadêmico, para saber mais sobre a organização dos poderes e suas 
funções típicas e atípicas, sugere-se a leitura do artigo intitulado “Organização 
dos poderes e suas funções típicas e atípicas segundo a Constituição 
Federal de 1988” de Daniel Otávio Genaro Gouveia e Sérgio Tibiriçá Amaral. 
Nesse artigo, os autores apresentam uma análise da forma como os três poderes 
de organizam, descrevendo suas funções típicas e atípicas e exemplificando-as, 
com base na nossa atual Constituição Federal.
FONTE: GOUVEIA, D. O. G.; AMARAL, S. T. Organização dos poderes e suas funções 
típicas e atípicas segundo a Constituição Federal de 1988. In: IV ENCONTRO DE 
INICIAÇÃO CIENTÍFICA E III ENCONTRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. 4., 2008, 
Presidente Prudente. Anais [...] Presidente Prudente: Intertemas, 2008.
NOTA
9
2.1 PODER LEGISLATIVO
A Constituição Federal de 1988, no Título IV que trata da Organização dos 
Poderes, no Capítulo I discorre sobre o Poder Legislativo (BRASIL, 1988). O Poder 
Legislativo, de acordo com o Artigo 44 da Constituição Federal de 1988, é exercido 
pelo Congresso nacional, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado 
Federal, organizando-se como um poder bicameral (nesse sistema cada uma das Casas 
Legislativas inicia o processo legislativo e a outra o revisa). Nos Estados, Distrito Federal 
e Municípios, o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa e Câmara de 
Vereadores, respectivamente.
Quanto às atribuições do Congresso Nacional, nossa Carta Magna disciplina o 
seguinte:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente 
da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 
51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, 
especialmente sobre:
I- sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II- plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, 
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III- fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV- planos e programas nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento;
V- limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do 
domínio da União;
VI- incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas 
de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias 
Legislativas;
VII- transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII- concessão de anistia;
IX- organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária 
e do Ministério Público do Distrito Federal;
X- criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções 
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;
XI- criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração 
pública;
XII- telecomunicações e radiodifusão;
XIII- matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras 
e suas operações;
XIV- moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária 
federal;
XV- fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I- resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos 
ao patrimônio nacional;
10
II- autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar 
a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os 
casos previstos em lei complementar;
III- autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV- aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o 
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V- sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI- mudar temporariamente sua sede;
VII- fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, 
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, 
§ 2º, I;
VIII- fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da 
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os 
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX- julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da 
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de 
governo;
X- fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, 
os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI- zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da 
atribuição normativa dos outros Poderes;
XII- apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de 
emissoras de rádio e televisão;
XIII- escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da 
União;
XIV- aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades 
nucleares;
XV- autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI- autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento 
de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII- aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras 
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
XVIII- decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional 
previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta 
Constituição.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de 
suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer 
titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da 
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto 
previamente determinado, importando crime de responsabilidade a 
ausência sem justificação adequada.
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, 
à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua 
iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para 
expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão 
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou 
a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando 
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não – atendimento, no 
prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
Com base nas atribuições dispostas anteriormente, observa-se que o Artigo 
48 enumera uma série de matérias que podem ser objeto de lei, que dependem da 
aprovação do Congresso Nacional e da sanção do Presidente da República, enquanto 
11
o Artigo 49 enumera as competências exclusivas do Congresso Nacional, que são 
veiculadas por decreto legislativo, para o qual não é exigida a sanção do Presidente 
da República. É importante ressaltar que o Congresso Nacional também é responsável 
pelocontrole e fiscalização do Poder Executivo, por meio do disposto nos Artigos 49 e 
50. Cabe ao Congresso Nacional, portanto, legislar sobre as matérias de competência 
da União, por meio da elaboração de emendas constitucionais, de leis complementares 
e ordinárias, e de outros atos normativos com força de lei e a fiscalização e controle dos 
atos administrativos praticados pelo Poder Executivo (CONGRESSO NACIONAL, 2021).
No que se refere à Contabilidade Aplicada ao Setor Público, além da aprovação 
em matéria de assuntos do sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas 
(Art. 48; I; BRASIL, 1988) e do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias, Orçamento 
Anual, Operações de Crédito, Dívida Pública e Emissões de Curso Forçado (Art. 48; II; 
BRASIL, 1988), o Poder Legislativo é responsável pela fiscalização contábil, financeira 
e orçamentária com o auxílio dos Tribunais de Contas das contas públicas (Art. 70-75; 
Seção IX; Capítulo I; Título IV; BRASIL, 1988). Mais especificamente:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional 
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e 
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação 
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso 
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle 
interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza 
pecuniária.
[...]
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de 
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, 
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia 
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos 
órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação 
de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento 
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao 
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é 
parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou 
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que 
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de 
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e 
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os 
Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete 
Conselheiros.
12
Caro acadêmico, fique tranquilo, estudaremos com profundidade nas 
próximas unidades do nosso Livro didático, os assuntos relacionados à função 
de aprovação do Poder Legislativo do Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO), Lei Orçamentário Anual (LOA) e aprovação das contas 
públicas. Nesse ponto, é importante entender que o papel do Poder Legislativo 
é muito importante para as atividades relacionadas à Contabilidade Pública.
Caro acadêmico, a Câmara dos Deputados representa a população dos 
Estados, uma vez que é composto por representantes eleitos pelo povo (Art. 
45; BRASIL, 1988), enquanto o Senado Federal representa os Estados, eleitos 
segundo o princípio majoritário (Art. 46; BRASIL, 1988). Nesse sentido, exerça 
seu poder de cidadão (Art. 1; BRASIL, 1988) e exija de seus representantes 
eleitos tudo o que foi prometido nas campanhas eleitorais. Fique de olho! 
Questione e fiscalize-os constantemente.
ESTUDOS FUTUROS
NOTA
2.2 PODER EXECUTIVO 
No Capítulo II, Título IV, a Constituição Federal de 1988 trata do Poder Executivo 
(BRASIL, 1988). O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado 
pelos Ministros de Estado (Art. 76; BRASIL, 1988), no compromisso de manter, defender e 
cumprir a Constituição Federal, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, 
sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil (Art. 78; BRASIL, 1988), 
tendo a função de governar a nação e administrar os interesses públicos. Nos Estados, 
Distrito Federal e Municípios, o Poder Executivo é exercido pelo Governador, auxiliado 
pelos Secretários de Estado e pelo Prefeito Municipal, com auxílio dos Secretários 
Municipais, respectivamente.
Nossa Carta Magna disciplina o seguinte, em relação às atribuições do Poder 
Executivo:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I- nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II- exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior 
da administração federal;
III- iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição;
IV- sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V- vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
13
Caro acadêmico, você sabe quais são os crimes de responsabilidade 
que não podem ser cometidos pelos Chefes do Poder Executivo 
Federal, Estadual e Municipal?
Nossa Constituição Federal (Art. 85; BRASIL, 1988) elenca como crimes de 
responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra 
a Constituição Federal e, especialmente: i. a existência da União; ii. o livre 
exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e 
dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; iii. o exercício dos 
direitos políticos, individuais e sociais; iv. a segurança interna do País; v. a 
probidade na administração; vi. a lei orçamentária (grifos nossos); e vii. o 
cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Os crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República, 
Ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal, Governadores e 
Secretários de Estado, são regulados pela Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, 
enquanto os cometidos por Prefeitos e Vereadores são regidos pelo Decreto-
Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967.
INTERESSANTE
VI- dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
[...]
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de 
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos 
nesta Constituição;
XXIV- prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas 
referentes ao exercício anterior;
[...] (BRASIL, 1988).
Observa-se pelos dispostos que o Poder Executivo é, segundo o próprio 
termo, aquele que executa as matérias anteriormente deliberadas pela Constituição 
Federal e pelo Congresso Nacional, ou seja, tem a função de executar e fazer cumprir 
as leis elaborados pelo Poder Legislativo e dar início a esse processo (e.g. I - o plano 
plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais; leis que orientam 
o planejamento governamental e que serão estudadas na Unidade 2). São exemplos de 
atividades da responsabilidade de órgãos da Administração Pública situados no Poder 
Executivo (MEDAUAR, 2020): i. pavimentação de ruas; ii. coleta de lixo; iii. limpeza de 
vias e locais públicos; iv. educação e ensino público; v. saúde pública; vi. construção de 
rodovias; vii. transporte público; e viii. entre outros.
14
2.3 PODER JUDICIÁRIO
Por fim, no Capítulo III, último do Título IV da Constituição Federal de 1988,que 
trata da Organização dos Poderes, apresenta-se o Poder Judiciário (BRASIL, 1988). 
Constitucionalmente, o Poder Judiciário tem a função garantir os direitos individuais, 
coletivos e sociais, bem como resolver conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado, 
gozando de autonomia administrativa e financeira (Art. 99; BRASIL, 1988).
3 ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
De acordo com Medauar (2020, p. 43), a Administração Pública, como objeto de 
estudo do Direito Administrativo, encontra-se inserida no Poder Executivo, podendo ser 
considerado sob o ângulo funcional e sob o ângulo organizacional, conforme descreve:
No aspecto funcional, Administração Pública significa um conjunto de 
atividades do Estado que auxiliam as instituições políticas de cúpula 
no exercício de funções de governo, que organizam a realização 
das finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem 
serviços, bens e utilidades para a população (grifos do autor). 
[...]
Sob o ângulo organizacional, Administração Pública representa o 
conjunto de órgãos e entes estatais que produzem serviços, bens e 
utilidades para a população, coadjuvando as instituições políticas de 
cúpula no exercício das funções de governo (grifos do autor).
Portanto, do ponto de vista funcional, a Administração Pública representaria o 
conjunto de atividades desempenhadas pelo Poder Executivo que não se enquadram na 
legislação e jurisdição, como a coleta de lixo, enquanto, do ponto de vista organizacional, 
a Administração Pública estaria vinculada à estrutura necessária, em termos de órgãos 
(e.g. ministérios), indispensável ao desempenho das atividades típicas do Poder 
Executivo (MEDAUAR, 2020).
Em decorrência do disposto no Artigo 1º da Constituição Federal de 1988, 
em nossa organização político-administrativa existem níveis de poder político-
administrativo e administrativo, cada um com sua própria estrutura administrativa, o 
que implica em uma divisão vertical e horizontal da Administração Pública (MEDAUAR, 
2020). Tais divisões são explicitadas no Quadro 3.
15
Portanto, tendo compreendido a função do Poder Executivo em cada um dos 
entes da Federação (vertical), é necessário compreender a divisão da Administração 
Pública em Administração Direta e Administração Indireta (horizontal). Essa divisão 
ocorre por conta do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 (BRASIL, 1967), que 
estudaremos a seguir.
3.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA
A Administração Direta da Administração Federal consiste em serviços 
integrados à estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios (Art. 
4; I; BRASIL, 1967). Medauar (2020, p. 49) esclarece que a segregação entre Administração 
Direta e Administração Indireta estendeu-se aos níveis estadual e municipal, razão pela 
qual essas expressões foram consolidadas no ordenamento jurídico brasileiro.
Na definição de Medauar (2020, p. 59, grifo do autor), a “Administração Direta 
é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do [Poder] Executivo e na 
estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do [Poder] Executivo”. Em outras palavras, 
significa dizer que são os órgãos (pastas governamentais) diretamente vinculados 
QUADRO 3 – ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FONTE: Adaptado de Medauar (2020) e Brasil (1967)
VERTICAL HORIZONTAL
Administração Federal
Administração Direta Administração IndiretaAdministração Estadual
Administração Municipal
↔ ↔
Medauar (2020) ressalta que a existência de uma estrutura administrativa 
própria em cada ente da Federação faz com que ocorra uma nova divisão 
vertical e horizontal, no âmbito de cada estrutura.
Caro acadêmico, para saber mais sobre a estrutura organizacional do Poder 
Executivo Federal, consulte o Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 
(com alterações posteriores). Esse decreto dispõe sobre a organização da 
Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa 
e dá outras providências.
NOTA
NOTA
16
e subordinados ao Chefe do Poder Executivo de um governo, cujas atividades para 
cumprir sua finalidade são exercidas pela ação conjunto de diversos outros órgãos ou 
departamentos. Na União, a Administração Direta é composta pelos Ministérios, nos 
Estados pelas Secretarias de Estado e nos Municípios pelas Secretarias Municipais.
Por exemplo, para que o Ministério da Economia do Governo Federal 
(Administração Direta) exerça suas competências e atribuições (Art. 31; BRASIL, 2019), 
é necessária a atuação conjunta das seguintes Secretarias (órgãos) (Art. 32; BRASIL, 
2019): i. Secretaria Especial da Fazenda; ii. Secretaria Especial da Receita Federal 
do Brasil; iii. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho; iv. Secretaria Especial de 
Comércio Exterior e Assuntos Internacionais; v. Secretaria Especial Desestatização, 
Desinvestimento e Mercados; vi. Secretaria Especial de Emprego, Produtividade e 
Competitividade; vii. Secretária Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital; 
e viii. Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos. O funcionamento 
conjunto de todos esses órgãos faz com que o Ministério da Economia, representado 
pelo Ministro da Economia, a exercer as suas funções de Estado.
Na sequência, apresentamos no Quadro 4 mais alguns exemplos de 
Administração Direta.
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE ADMINISTRAÇÃO DIRETA 1, 2, 3
ENTE POLÍTICO
ENTIDADE
ÓRGÃO (1º nível)
 SUBÓRGÃO (2º nível)
 UNIDADE ADMINISTRATIVA (3º nível)ADMINISTRAÇÃO
União
Administração 
Federal
Governo 
Federal
Ministério da Educação
 [...]
 Secretaria de Alfabetização
 Diretoria de Alfabetização 
Baseada em Evidências
 Diretoria de Políticas de 
Alfabetização
 [...]
 [...]
Estado
Administração 
Estadual
Governo 
do Estado 
de Santa 
Catarina
Secretaria de Estado da Fazenda
 [...]
 Diretoria de Administração Tributária
 Consultoria de Gestão de 
 Administração Tributária
 [...]
 [...]
Município
Administração 
Municipal
Prefeitura 
Municipal 
de Joinville
Secretaria de Administração e Planejamento
 Unidade de Apoio Operacional
 [...]
 Unidade de Gestão
 Unidade de Orçamento
17
3.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
A Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades: i. 
Autarquias; ii. Empresas Públicas; iii. Sociedades de Economia Mista; e iv. Fundações 
Públicas (Art. 4; II; BRASIL, 1967), em que na Administração Federal ficará vinculada 
ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua atividade principal 
(BRASIL, 1967). Fique tranquilo, esse vínculo de subordinação ficará mais claro nos 
exemplos apresentados no Quadro 6.
Na definição do Artigo 5º do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 
(grifos nossos):
I- Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II- Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da 
União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que 
o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de 
conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das 
formas admitidas em direito.
III- Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a 
exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade 
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à 
União ou a entidade da Administração Indireta.
1 Os exemplos não representam totalmente as estruturas organizacionais destas 
entidades.
2 As entidades destacadas em negrito representam os órgãos do Poder Executivo, cuja 
natureza jurídica é da Administração Direta.
3 Na Administração Pública Municipal, o 2º nível equivale à Unidade Administrativa (3º 
nível) da Administração Pública Federal e Estadual.
FONTE: Adaptado de <http://portal.mec.gov.br/institucional/estrutura-organizacional>;<https://www.sef.
sc.gov.br/institucional/organograma>; <https://www.joinville.sc.gov.br/institucional/sap/>. Acesso em: 07 
mar. 2022.
Você conhece a estrutura organizacional do seu Estado ou Município?
Caso você tenha interesse em conhecer, acesse o website dos poderes 
desejados e veja como eles se estruturam em termos da repartição dos 
poderes e da Administração Direta e Indireta.
DICA
18
IV- Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização 
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam 
execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia 
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos 
de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de 
outras fontes.
Medauar (2020, p. 65, grifo do autor) descreve a Administração Indireta como 
“o conjunto de entidades personalizadas que executam, de modo descentralizado, 
serviços e atividades de interesse público”. Simplificando, os órgãos da Administração 
Indireta são entidades descentralizadas da Administração Direta, autorizadas pelo Chefe 
do Poder Executivo, para exercer alguma atividade administrativa, caracterizada como 
serviço público ou de interesse público, para prover ao Estado a satisfação de seus fins 
administrativos (KOHAMA, 2012). 
Por exemplo, em consonância com o texto constitucional, a educação pública 
é direito de todos e dever do Estado (Art. 205; Art. 206; IV; BRASIL, 1988), cabendo 
à União (Governo Federal) a responsabilidade pelas instituições federais de ensino 
superior: as universidades (BRASIL, 1996). Nesse sentido, para que a União possa 
garantir a oferta do ensino superior público gratuito, o Presidente da República autoriza 
a criação de Universidades e Institutos Federais (Autarquias em Regime Especial), 
órgãos descentralizados vinculados ao Ministério da Educação (Administração Direta), 
para garantir o acesso público da população ao ensino superior e o cumprimento de sua 
finalidade administrativa constitucionalmente estabelecida.
Apresentamos no Quadro 5 um compilado com as principais características 
dos tipos de entidades da Administração Indireta, distinguindo-as de acordo com suas 
especificidades.
QUADRO 5 – COMPARATIVO ENTRE AS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Característica Autarquia
Empresa 
Pública
Sociedade 
de Economia 
Mista
Fundação
Pública Privada
Previsão
Art. 5º; I Art. 5º; II Art. 5º; IIII Art. 5º; IV
Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967
Criação
Criada por 
Lei
Autorizada por Lei
Criada por 
Lei
Autorizada 
por Lei
Base 
Constitucional
Capítulo VII; Seção I; Art. 37; XIX
“somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas 
de sua atuação”
Atividades
Administra-
tiva
Econômi-
ca
Econômica Social Social
Personalidade 
Jurídica
Direito 
Público
Direito Privado
Direito 
Público
Direito 
Privado
19
Na sequência, apresentamos no Quadro 6 alguns exemplos de Administração 
Indireta.
Legendas: S.A. – Sociedade Anônimas; 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 
FUNCATE – Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais.
FONTE: O autor
Bens Público Privado Público Privado
Capital Público
100% 
Público
Público
Privado
Público Privado
Regime de 
Contratação
Estatutário CLT Estatutário CLT
Licitação
Sim, com base na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 – Antiga Lei das 
Licitações (com vigência até 1º de abril de 2023) e, posteriormente, com 
base na Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021 – Nova Lei de Licitações
Exemplos
Banco 
Central
Correios Petrobras S.A. IBGE FUNCATE
Caro acadêmico, caso seja do seu interesse entender mais sobre as 
características e diferenças entre as entidades da Administração Indireta, 
recomendo a leitura do 5º Capítulo da 22ª edição do livro Direito 
Administrativo Moderno da escritora Odete Medauar. Nele você encontrará 
esses aspectos discutidos em profundidade e à luz do ordenamento jurídico 
nacional.
Caro acadêmico, você sabia que as Sociedades de Economia Mista 
estão sujeitas à Lei das Sociedades por Ações – Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976?
Nos termos do Artigo 235, as sociedades anônimas de economia mista 
estão sujeitas a essa lei, sem prejuízo das disposições especiais da legislação 
federal, bem como quando companhias abertas de economia mista 
estão também sujeitas às normas expedidas pela Comissão de Valores 
Mobiliários. No entender, “[...] o Estado visa assegurar aos participantes, aos 
quais oferece associação, os mesmos direitos e garantias de que fruem os 
acionistas das demais companhias, sem prejuízo das disposições especiais 
da lei federal” (PISCITELLI; TIMBÓ, 2010, p. 23).
DICA
IMPORTANTE
20
QUADRO 6 – EXEMPLOS DE ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 1, 2, 3
1 Os exemplos não representam totalmente as estruturas organizacionais destas 
entidades.
2 As entidades destacadas em negrito representam os órgãos do Poder Executivo, cuja 
natureza jurídica é da Administração Indireta.
3 Na Administração Pública Municipal, o 2º nível equivale à Unidade Administrativa (3º 
nível) da Administração Pública Federal e Estadual.
4 O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um Autarquia Especial do Poder Executivo 
Federal, atualmente subordinada ao Ministério do Trabalho e da Previdência.
5 A Fundação Escola de Governo (ENA) é uma Fundação de Direito Público do Poder 
Executivo Estadual, atualmente subordinada à Secretaria de Estado da Administração.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3JV3eQg>; <https://bit.ly/3iW55bm>; <https://bit.ly/3NMtHlo>. Acesso 
em: 7 mar. 2022.
ENTE POLÍTICO
ENTIDADE
ÓRGÃO (1º nível)
 SUBÓRGÃO (2º nível)
 UNIDADE ADMINISTRATIVA 
 (3º nível)ADMINISTRAÇÃO
União
Administração 
Federal
Governo 
Federal
Ministério do Trabalho e Previdência
 [...]
 Instituto Nacional do Seguro 
 Social 4
 [...]
 Diretoria de Atendimento
 Diretoria de Benefícios
 [...]
 [...]
Estado
Administração 
Estadual
Governo do 
Estado de 
Santa Catarina
Secretaria de Estado da Administração
 [...]
 Fundação Escola de Governo 5
 [...]
 Diretoria Técnico-Científica
 Diretoria do Arquivo Público
 [...]
 [...]
Município
Administração 
Municipal
Prefeitura 
Municipal de 
Joinville
Companhia Águas de Joinville
Departamento de Trânsito de Joinville
 Unidade Administrativo-Financeira
 Unidade da Escola Pública de Trânsito
 Unidade de Operações
 Unidade de Trânsito
Hospital Municipal São José
Instituto de Previdência Social dos 
Servidores Públicos do Município de 
Joinville
21
Caro acadêmico, fique atento à personalidade jurídica da 
Administração Indireta!
Medauar (2020) explica que as entidades da Administração Indireta têm 
personalidade jurídica própria e que ela não deve ser confundida com a 
personalidade jurídica da entidade maior à qual estão vinculadas (e.g. 
União), uma vez que tendo personalidade jurídica, essas entidades realizam 
atividades e atos jurídicos em seu próprio nome.
IMPORTANTE
4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
Todos os agentes públicos, no exercício das suas funções públicas nos órgãos 
e entidades da Administração Pública, devem orientar-se nos seguintes princípios 
constitucionais: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (grifos 
nossos)” [...] (BRASIL, 1988).
Com base no instrumento constitucional, a seguir explicamos a essência de 
cada princípio, tendo como base os escritos de Di Pietro (2020) e Medauar (2020):
• O princípio da legalidade nos diz que a Administração Pública só pode fazer o 
que a lei permite. Portanto, todos os atos administrativos devem estar previamente 
autorizados em lei. Assim, enquanto na administraçãoprivada é lícito fazer tudo que 
a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autorizar.
• O princípio da impessoalidade diz respeito à necessidade de o Estado, ao elaborar 
as leis e aplicá-las, atuar de forma imparcial perante terceiros, não podendo beneficiar 
ou causar danos a pessoas específicas, visando atingir o bem-estar e social de 
toda a coletividade, uma vez que os interesses públicos têm precedência sobre os 
interesses individuais (DI PIETRO, 2020). Além disso, o princípio da impessoalidade 
vincula os atos do agente público ao órgão ou entidade administrativa em nome do 
qual o agente público age, ou seja, o ato de um agente público representa o ato do 
órgão. Por exemplo, o ato ilícito de um servidor público representa, em verdade, ato 
ilícito praticado pelo órgão em que esse servidor está lotado.
• O princípio da moralidade assegura a ideia de honestidade nas práticas 
administrativas praticadas por agentes públicos, embora seja um princípio de 
difícil expressão verbal (MEDAUAR, 2020) e que alguns autores entendem como 
um conceito já absorvido pelo conceito de legalidade em si (DI PIETRO, 2020). 
Em essência, esse princípio visa garantir que os atos administrativos praticados 
pelos agentes públicos sejam pautados em preceitos éticos e morais, vinculando 
a moralidade administrativa ao conceito do “bom administrador”. Nesse sentido, 
22
portanto, um agente público, ao identificar uma oportunidade jurídica de se 
beneficiar de algo, não poderá fazê-lo devido à limitação imposta pelo princípio da 
moralidade administrativa.
• O princípio da publicidade obriga a Administração Pública a dar ampla divulgação 
aos seus atos administrativos de forma a possibilitar o controle de terceiros, interno 
e externamente. Esse princípio busca dar transparência aos atos administrativos 
e garantir o direito de controle e fiscalização da sociedade, um dos requisitos para 
a eficácia e moralidade dos atos administrativos. A transparência é a regra, o 
segredo e o sigilo são a exceção!
• O princípio da eficiência determina que a Administração Pública deve atuar 
de modo célere e preciso, fazendo a utilização eficaz dos recursos públicos, para 
satisfazer as necessidades coletivas. Portanto, o agente público deve se empenhar 
para obter o melhor resultado (eficaz) com o mínimo de recursos (eficiente). É 
importante frisar que, em nome da eficiência, a legalidade não deve ser sacrificada, 
portanto, o princípio da eficiência e o princípio da legalidade devem ser conciliados 
(MEDAUAR, 2020).
É necessário enfatizar que o princípio da impessoalidade, moralidade e 
publicidade estão intrinsicamente ligados. Medauar (2020, p. 126-127, grifo nosso) assim 
explica: “[...] a impessoalidade configura-se meio para atuações dentro da moralidade; 
a publicidade, por sua vez, dificulta medidas contrárias à moralidade e impessoalidade; 
a moralidade administrativa, de seu lado, implica observância da impessoalidade e 
da publicidade”. Portanto, esses e os demais princípios constituem as bases para o 
funcionamento da Administração Pública.
Por fim, apresentamos na Quadro 7 a seguir um resumo descritivo de cada 
um dos princípios fundamentais que devem alicerçar o funcionamento de toda a 
Administração Pública.
QUADRO 7 – “LIMPE”
FONTE: Adaptado de <https://bityli.com/VNJNWN>. Acesso em: 13 dez. 2021.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA
Atenção e 
submissão 
às leis, 
respeitando 
os interesses 
coletivos 
acima dos 
interesses 
privados.
Tratamento 
igual a todos os 
cidadãos e cidadãs. 
Atuação sem 
favoritismo e sem 
autopropaganda 
por parte dos 
agentes públicos.
Preservação 
da ética e da 
moral (nos 
termos da 
lei) em todas 
as ações 
por parte 
dos agentes 
públicos.
Priorização da 
transparência 
e da prestação 
de contas 
em todas as 
ações que 
envolvem os 
recursos ou 
informações 
de interesse 
público.
Execução 
dos serviços 
públicos com 
qualidade, 
respeitando 
e fazendo o 
bom uso do 
orçamento 
público (sem 
desperdícios).
23
Segue uma dica para você nunca esquecer os cinco princípios constitucionais 
da Administração Pública. As iniciais de cada princípio presente no Artigo 
37 de nossa Constituição Federal formam a sigla denominada “LIMPE”: 
(L) Legalidade; (I) Impessoalidade; (M) Moralidade; (P) Publicidade; e (E) 
Eficiência. Guarde essa sigla e você não se esquecerá desses princípios!
Para uma visão mais contemporânea da Administração Pública, recomenda-
se a leitura do artigo intitulado “O perfil da Administração Pública no 
século XXI: uma releitura à luz dos direitos fundamentais” de Luiz Carlos 
Figueira de Melo e Marcella Rosiére de Oliveira, publicado em 2018 na 
Revista Digital de Direito Administrativo da Faculdade de Direito de Ribeirão 
Preto. Nesse artigo, os autores abordam esses aspectos sobre suas novas 
formas de expressão e instrumentos de ação.
FONTE: MELO, L. C. F.; OLIVEIRA, M. R. O perfil da Administração Pública no 
século XXI: uma releitura à luz dos direitos fundamentais. Revista Digital 
de Direito Administrativo, v. 5, n. 2, p. 97-118, 2018.
DICA
NOTA
24
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição 
Federal de 1988.
• De acordo com a Constituição Federal de 1988, os poderes são divididos em 
Legislativo, Executivo e Judiciário, apresentando-se como um dos pressupostos 
da existência do Direito Administrativo, ramo autônomo no campo do Direito que, 
em sua essência, disciplina a atuação da Administração Pública.
• As ações entre os três poderes precisam ser articuladas para que juntos possam 
atingir as finalidades públicas e serem harmoniosas entre si.
• Cada um dos três poderes possui funções típicas e atípicas; a que é exercida com 
preponderância é a típica e a função exercida secundariamente é a atípica.
• O Poder Legislativo, Executivo e Judiciário tem como principal função organizar, 
elaborar e atualizar o ordenamento jurídico do Estado; governar a nação e 
administrar os interesses públicos; e garantir os direitos individuais, coletivos 
e sociais, bem como resolver conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado, 
respectivamente.
• A Administração Pública é dividida em Administração Direta e Indireta. A primeira 
composta pelos órgãos diretamente ligados aos entes da federação e a segunda 
pelos órgãos descentralizados e autônomos para em nome do Chefe do Poder 
Executivo do ente, exercer alguma atividade administrativa.
• As Sociedades de Economia Mista (Administração Indireta) estão sujeitas à Lei das 
Sociedades por Ações – Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
• A Administração Pública – direta e indireta – de qualquer dos Poderes da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios obedecerá aos princípios previstos no 
Artigo 37 da Constituição Federal de 1988, que são: legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência.
RESUMO DO TÓPICO 1
25
1 A tripartição de poderes, como também é chamada a separação dos poderes, 
difundiu-se nas discussões apresentadas por Montesquieu (MONTESQUIEU, 2000). 
Nesse sentido, considerando suas concepções, disserte sobre a tripartição dos 
poderes a partir da divisão de poderes estabelecida em nossa Constituição Federal 
de 1988.
FONTE: MONTESQUIEU. O espírito das leis. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 851 p.
2 Considerando a função típica e, tendo como base de análise a União e a função de 
cada poder, associe os itens, utilizando o código a seguir: 
I- Legislativo.
II- Executivo.
III- Judiciário.
( ) Sanciona, promulga e veta leis. Coloca programas de governo em prática, bem 
como pode propor leis e emendas constitucionais.
( ) Garante direitos e resolve conflitos entre cidadãos, entidades e o Estado. Assegura 
o cumprimento da Constituição Federal e tema palavra final nas questões que 
envolvem suas normas.
( ) Propõe leis, emendas à Constituição Federal, Medidas Provisórias, Decretos e 
Resoluções.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) II – I – III.
b) ( ) III – II – I.
c) ( ) II – III – I. 
d) ( ) I – II – III.
3 Para assegurar a plena fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, no que tange aos entes públicos, a Constituição Federal de 1988 prevê 
dois tipos de controle. Acerca disso, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Controle Interno e Privado.
b) ( ) Controle Externo e Público.
c) ( ) Controle Interno e Externo.
d) ( ) Controle Público e Privado.
AUTOATIVIDADE
26
4 Em decorrência do disposto no Artigo 1º da Constituição Federal de 1988, existem 
níveis de poder político-administrativo e administrativo em nossa organização político-
administrativa, implicando em uma divisão vertical e horizontal da Administração 
Pública. Nesse sentido, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A Administração Direta consiste em serviços integrados à estrutura administrativa 
do Poder Executivo e demais órgãos auxiliares subordinados ao Chefe deste Poder.
( ) Na União, a Administração Direta é composta pelas Secretarias, nos Estados pelas 
Secretarias de Estado e nos Municípios pelas Secretarias Municipais.
( ) A Administração Indireta executa de forma descentralizada, serviços e atividades 
de interesse público, sem vínculo de subordinação ao Chefe do Poder Executivo.
( ) A Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades: 
Autarquias; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; e Fundações 
Públicas e Privadas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F – F.
b) ( ) V – F – V – F.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) F – F – F – V.
5 Os agentes públicos, no exercício das suas funções nos órgãos e entidades da 
Administração Pública, devem orientar-se em diferentes tipos de princípios. 
Nesse sentido, considerando os preceitos apresentados nesta unidade, disserte 
especificamente sobre a finalidade dos cinco princípios constitucionais da 
Administração Pública.
27
CONCEITO E APLICABILIDADE 
DA CONTABILIDADE PÚBLICA
1 INTRODUÇÃO
Piscitelli e Timbó (2010) indicam que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
constitui uma das subdivisões da Contabilidade Aplicada a diferentes tipos de atividades, 
de entidades e que tem seu campo de atuação o das pessoas jurídicas de Direito Público 
– União, Estados, Distrito Federal, Municípios (Administração Direta) e suas autarquias 
(Administração Indireta) –, bem como o de algumas de suas entidades vinculadas – 
fundações públicas e empresas públicas –, essas pelo menos quando utilizam recursos 
públicos à conta do Orçamento Público dos entes federativos.
Em termos práticos, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público é um dos ramos 
mais complexos da ciência contábil (KOHAMA, 2012) e visa proporcionar a coleta, o 
registro e o controle dos atos e fatos que afetam o patrimônio público, em específico 
os fatos e atos de natureza orçamentária e financeira (LIMA; CASTRO, 2012). Portanto, 
considerando o escopo de trabalho da Contabilidade Pública e suas características 
especiais em relação a outras áreas de atuação da contabilidade, é necessário 
compreender as terminologias e refinar conceitos específicos dessa área, que é o nosso 
objeto de estudo para este tópico.
Nesse sentido, para dar continuidade aos nossos estudos, no Tópico 2, 
abordaremos questões relacionadas às concepções introdutórias da Contabilidade 
Aplicada ao Setor Público em termos de conceito, objetivo, objeto, patrimônio e campo 
de aplicação de estudo dessa área da Ciência Contábil. Posteriormente, discutiremos os 
princípios aplicados à Contabilidade Pública, especificamente os princípios da entidade, 
continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência. Por 
fim, apresentaremos o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, instrumento 
que visa colaborar com o processo de elaboração e execução do orçamento, além de 
auxiliar no resgate do objeto da contabilidade como ciência, que é o patrimônio, em 
particular, o patrimônio público. Aos estudos!
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
28
2 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DA CONTABILIDADE 
APLICADA AO SETOR PÚBLICO
Antes de iniciarmos as discussões específicas sobre os temas abordados 
neste tópico, iremos, primeiramente, compreender as principais diferenças entre 
a Contabilidade Tradicional aplicada às pessoas jurídicas de Direito Privado e a 
Contabilidade Pública aplicada às pessoas jurídicas de Direito Público. Essas diferenças 
e particularidades são apresentadas no Quadro 8.
QUADRO 8 – DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE PÚBLICA E A TRADICIONAL
ASPECTOS CONTABILIDADE PÚBLICA
CONTABILIDADE 
TRADICIONAL
Legislação
Lei nº 4.320, de 17 de março 
de 1964
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976
Princípios 
Contábeis
E Entidade
C Continuidade
O Oportunidade
R Registro pelo Valor Original
C Competência
P Prudência
A Atualização Monetária (E)
Princípios 
Orçamentários
U
Unidade ou 
Totalidade
-
Não há 
equivalente
U Universalidade
A
Anualidade ou 
Periodicidade
E Exclusividade
O Orçamento Bruto
L Legalidade
P Publicidade
T Transparência
N Não-Vinculação
E Equilíbrio
Regime de 
Escrituração
Regime Misto Regime de Competência
Regime de Caixa: Receitas
Regime de Competência: 
Despesas
Receitas e Despesas
Resultado
( + ) Superávit ( + ) Lucro
( - ) Déficit ( - ) Prejuízo
29
Legendas: E - Excluído; I - Incluído.
FONTE: Adaptado de <https://bityli.com/Yiq82py>. Acesso em: 13 dez. 2021.
Com base nos aspectos apresentados, explicamos as principais diferenças:
• A Contabilidade Tradicional é disciplinada pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, enquanto a Contabilidade Pública 
é regida pela Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estabelece as normas gerais 
de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços dos 
entes da República Federativa do Brasil.
• O dicionário da Oxford Languages define o substantivo “Princípio” como “o primeiro 
momento da existência (de algo), ou de uma ação ou processo; começo, início” e “o 
que serve de base a alguma coisa; causa primeira, raiz, razão” (PRINCÍPIO, 2022). 
Em termos práticos, os “Princípios Contábeis” são as normas a serem observadas 
por – todos – os profissionais da contabilidade no exercício de sua profissão e 
aplicadas no objeto de estudo da ciência contábil: o Patrimônio. Os “Princípios 
Contábeis de Contabilidade (PFC)” foram inicialmente publicados pelo Conselho 
Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro 
de 1993 e, posteriormente alterada pela Resolução CFC nº 1.282, de 28 de maio de 
2010, que atualiza e consolida as disposições da Resolução CFC nº 750/1993. Além 
dos “Princípios de Contabilidade (PC)” – nova denominação dada pela Resolução 
CFC nº 1.282/2010 –, aplica-se também na Contabilidade Pública os “Princípios 
Orçamentários”, essas dispostas na Lei nº 4.320/1964 e na Constituição Federal de 
1988, por conta do Orçamento Público.
• Os “Fatos Administrativos” e “Atos Administrativos” correspondem aos atos 
realizados pela administração, privada ou público de uma entidade, que modifica (e.g. 
pagamentos e recebimentos) ou não (e.g. apreensão de mercadorias) o patrimônio 
Sistemas de 
Informação 
Contábil
Sistema Orçamentário
Não há equivalenteSistema Financeiro (E)
Sistema Patrimonial e de 
Resultado
Sistema Patrimonial e de 
Resultado
Sistema de Compensação
Não há equivalente
Sistema de Custos (I)
Demonstra-
ções Contá-
beis
Balanço
Orçamentário
Balanço
Não há 
equivalenteFinanceiro
Patrimonial Patrimonial
Demonstração das Variações 
Patrimoniais
Demonstração do Resultado do 
Exercício
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido
Demonstração dos

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