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DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS
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DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
ARTIGO 41 DA CONSTITUIÇÃO - ESTABILIDADE
A ordem foi invertida, tendo primeiramente o artigo 41 no lugar do artigo 40, pois este último 
se refere majoritariamente à reforma da previdência que falaremos por último em nossa aula.
O Artigo 41, por sua vez, é mais modesto, porém muito importante para fins de prova!
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo 
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Comentário: Aqui é importante saber uma diferenciação clássica: A lei 8112/90 traz 
como tempo necessário para se alcançar a estabilidade, o prazo de 2 anos! Porém este 
dispositivo legal atualmente é inconstitucional, pois a estabilidade é adquirida após TRÊS 
ANOS DE EXERCÍCIO.
Lembrando que além destes 3 anos é necessário cumprir os requisitos do “Estágio Probatório”, como a AVALIA-
ÇÃO por COMISSÃO ESPECIAL DE DESEMPENHO.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei com-
plementar, assegurada ampla defesa.
Comentário: Questão muito cobrada em provas! Referente as condições que podem levar 
à PERDA DO CARGO, mesmo para o servidor ESTÁVEL!
O inciso III se refere à avaliação periódica de desempenho, que até este momento não teve 
sua lei editada, se tratando apenas de uma norma constitucional, ainda de eficácia limitada.
IMPORTANTE: Existe um outro caso de perda de cargo de servidor estável, não presente no artigo 41, que é: Por 
Excesso de Gastos de Pessoal (Exoneração para Cortes de Gastos)
As outras previsões do artigo dizem sobre a Reintegração, Disponibilidade, Aproveitamento e 
Estágio probatório. Assuntos que serão tratados detalhadamente no estudo da lei 8112/90.
Então os QUATRO casos que podem ensejar perda de cargo de servidor estável, segundo a 
Constituição Federal, são:
ͫ	 Sentença Judicial Transitado em Julgado
ͫ	 Processo Administrativo, assegurada a ampla defesa
ͫ	 Avaliação Periódica de Desempenho
ͫ	 Excesso de Gastos de Pessoal
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS 3
ARTIGO 40 – APOSENTADORIA DO SERVIDOR PÚBLICO
Este artigo foi quase que completamente modificado pela EC 103/19, também conhecida 
como reforma da previdência.
A reforma da previdência alterou outros artigos da constituição, além de trazer mudanças 
profundas para a aposentadoria. Porém, como nosso foco é o Direito Administrativo e não o 
Previdenciário ou Constitucional, tentarei resumir ao máximo, sem prejudicar o entendimento 
do assunto.
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá cará-
ter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, 
de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
O servidor abrangido por RPPS será aposentado:
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando 
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas 
para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na 
forma de lei do respectivo ente federativo;
Comentário: Importante salientar que para o Regime Próprio (RPPS), o custeio é feito 
pelos servidores ATIVOS e INATIVOS (Aposentados), além de pensionistas e o próprio 
ente federativo.
Observação: A constituição abandonou o termo “invalidez”, substituindo-o por “INCAPACIDADE PERMANENTE”.
Essa incapacidade permanente se dá quando o servidor é insuscetível de readaptação, havendo 
a obrigatoriedade de avaliações periódicas.
READAPTAÇÃO
Apesar de ser falada também na lei 8112/90, a EC 103/19 trouxe uma redação interessante 
para a readaptação, sendo: “O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado 
para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limi-
tação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta 
condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de 
destino, mantida a remuneração do cargo de origem”
Percebe-se com isso a intenção de aproveitar o servidor público ao máximo! Tornando possível aproveitar o 
servidor em qualquer outro cargo, desde que possua a habilitação e escolaridade exigida. Não sendo necessário 
um cargo de complexidade e responsabilidade similar.
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) 
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
Comentário: A lei complementar citada no inciso é a lei 152/2015, que traz em seu artigo 
segundo os servidores aptos a se aposentar aos 75 anos. Na prática, a enorme maioria 
dos servidores públicos possui esta prerrogativa.
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta 
e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, 
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar 
do respectivo ente federativo.
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Comentário: A redação antiga trazia o tempo de contribuição necessário para aposenta-
doria voluntária. Após a EC 103/19 a aposentadoria voluntária se dará com observação 
da IDADE, não havendo mais a previsão constitucional de tempo de contribuição.
As idades também foram aumentadas, sendo atualmente 65 anos a idade MÍNIMA para homens 
e 62 anos para mulheres.
A Constituição tratou APENAS da UNIÃO, deixando os estados e municípios a cargo de editarem suas próprias 
emendas às constituições estaduais ou leis orgânicas, por isso que comumente se fala que “Estados e Municí-
pios ficaram de fora da reforma da previdência”
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se 
refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de 
Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16
Comentário: Nenhum benefício terá valor MENOR que um SALÁRIO MÍNIMO! Por outro 
lado, a Constituição “acabou” com as “super-aposentadorias” pagas pelo setor público. 
Limitando o valor pago ao teto do RGPS!
Isso quer dizer que um servidor que ganhe R$ 20.000,00 na administração pública irá se apo-
sentar com este teto, porém irá contribuir em CIMA DESTE TETO e não em cima dos R$ 20.000,00. 
O restante de sua contribuição será destinado a uma previdência complementar, como veremos 
adiante.
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do 
respectivo ente federativo.
Comentário: A constituição simplesmente deu a liberdade para cada ente federativo 
(Estados, DF e Municípios) disciplinarem em leis próprias, como os proventos de apo-
sentadoria serão calculados no momento de sua concessão.
REQUISITOS DIFERENCIADOS DE IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios 
em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
Comentário: Em regra são VEDADOS requisitos diferenciados, com as seguintes exceções:
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e 
tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente 
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade 
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peni-
tenciário, de agente socioeducativo ou de policial dosórgãos de que tratam o inciso IV do caput 
do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade 
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam 
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, 
ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Comentário: A constituição reserva a POSSIBILIDADE, de cada ente federativo, mediante 
LEI COMPLEMENTAR, estabelecer requisitos diferenciados de IDADE e TEMPO DE CON-
TRIBUIÇÃO, para:
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ͫ	 Servidores com Deficiência – Com Avaliação por junta médica
ͫ	 Agentes Penitenciários, Socioeducativos e Policiais NÃO MILITARES (PF, PRF, PFF e PC)
ͫ	 Servidores que atuem em exposição a agentes prejudiciais (Físicos, Químicos e Biológicos), 
que deverão ser vistos CASO a CASO, não se generalizando por categoria profissional.
Atenção: Policiais Militares e Bombeiros Militares tem regimentos próprios, tais quais os militares (Exército, 
Marinha e Aeronáutica)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em 
relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental 
e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.
Comentário: Aqui a constituição define que professores terão a idade reduzida em 5 anos para 
fins de aposentadoria, resultando:
ͫ	 60 anos – Homens
ͫ	 57 anos – Mulheres
Atenção: Professores que não sejam do ensino infantil, fundamental e médio NÃO contam com este benefício.
IMPORTANTE: Para os trabalhadores rurais e para os que exerçam suas atividades em regime de economia 
familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal, a idade para aposentadoria 
será:
60 anos – Homens
55 anos – Mulheres
PENSÃO POR MORTE DE AGENTES PENITENCIÁRIOS, SOCIOEDUCATIVOS 
E POLICIAIS
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda 
formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos 
termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese 
de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício 
ou em razão da função.
Comentário: O parágrafo 4-B trata dos agentes penitenciários, socioeducativos e poli-
ciais. Para estes, caso venham a falecer em DECORRÊNCIA do serviço ou pela função, por 
AGRESSÃO, terão pensão por morte concedida de forma DIFERENCIADA.
OUTRAS DISPOSIÇÕES SOBRE APOSENTADORIA
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio 
de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de 
benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter perma-
nente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
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§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para 
fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço 
correspondente será contado para fins de disponibilidade.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição 
fictício.
Comentário: Parágrafos auto explicáveis, o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) 
não pode conceder mais de uma aposentadoria ao mesmo ex-servidor, com exceção dos 
cargos acumuláveis já estudados.
O Parágrafo oito, instituído em 2003, acaba com a paridade. Antes deste ano os benefícios e 
reajustes para o servidor ativo se estendiam para os inativos. Atualmente é devido para os segurados 
apenas o reajuste correspondente a inflação oficial.
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência 
social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou 
de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
Comentário: Sem muito o que falar. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) funciona de 
forma subsidiária, no que couber, à normatização prevista na constituição para o Regime Próprio.
Atenção: Conforme o parágrafo 13, quem ocupe EXCLUSIVAMENTE cargo em comissão será regido pelo RGPS!
Também será regido dessa forma quem seja Empregado Público ou detenha MANDATO ELETIVO. Ou seja, as 
aposentadorias dos políticos serão regidas pelo regime geral de previdência social.
TETO APOSENTADORIA
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, 
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como 
de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao 
montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo 
acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
Comentário: Este parágrafo se destina ao teto constitucional, preceituando que o poder 
público NÃO pode pagar mais que o teto remuneratório à servidor, mesmo que decorren-
te de cargo acumulável, provento de aposentadoria com cargo em comissão ou eletivo.
ATENÇÃO: Este dispositivo constitucional é de 1998. Em 2017 o STF julgou alguns casos e concluiu que em caso 
de cargos acumuláveis licitamente, o teto é considerado para CADA CARGO e não para a soma destes. Em 2018 o 
TCU seguiu o mesmo entendimento! Então, pela jurisprudência atual, um servidor PODER ganhar mais que o teto 
remuneratório em acumulação LÍCITA de cargos.
Para fins de prova, no entanto, a não ser que pergunte a posição do STF, vale o que está previsto na constituição.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa 
do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos 
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral 
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de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio 
de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefí-
cios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será 
efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade 
aberta de previdência complementar
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá 
ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do 
ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.
Comentário: Este assunto já foge bastante do Direito Administrativo, sendo próprio do Direito 
Previdenciário. De forma resumida, o servidor que perceber remuneração MAIOR que o teto do 
RGPS (R$ 6.101,06), poderá aderir a regime de previdência complementar, que, por meio de contri-
buição própria sobre o “excedente” da remuneração, garanta um provento de aposentadoria mais 
adequado ao seu poder aquisitivo.
ABONO DE PERMANÊNCIA
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o 
servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentado-
ria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de 
permanênciaequivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até 
completar a idade para aposentadoria compulsória.
Comentário: O Servidor que já tenha atingida a idade e o tempo de contribuição exigi-
dos, por lei do ente federativo, para se aposentar e preferir continuar em atividade, fará 
jus a um valor (No máximo o valor de sua contribuição previdenciária) como abono de 
permanência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais 
de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos 
os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu 
financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei 
complementar de que trata o § 22.
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei comple-
mentar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de 
funcionamento e de responsabilidade em sua gestão.
Comentário: Vedações gerais. Como não são cobradas no Direito Administrativo, deixarei 
apenas as citações constitucionais.
Importante salientar que o “grosso” deste assunto é cobrado em Direito Previdenciário! Logo, 
para nosso estudo do Direito Administrativo é mais importante o estudo até o parágrafo quinto 
deste inciso.
Atenção: Apesar de não ser cobrado especificamente em nossa matéria, me estendi no assunto por ser uma 
mudança recente e de grande importância prática na vida de todos os futuros servidores.
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