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Direito e Processo Penal Módulo Prático Prof. Alexandre Salim Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Recurso em sentido estrito (Após as decisões do art. 581 do CPP) Caiu no XXVIII Exame de Ordem Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Peça prático-profissional Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Peça prático-profissional Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Peça prático-profissional Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Peça prático-profissional Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Recurso em sentido estrito Art. 581 do CPP Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: (...) IV – que pronunciar o réu. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Esquema de peça Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Esquema de peça Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Esquema de peça Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS: Processo nº ... TÚLIO, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, por seu procurador firmatário, procuração anexa (fl. ...), vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, apresentando, desde logo, suas razões recursais para a reforma da decisão. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Requer, ainda, uma vez recebido e processado o recurso, a retratação de Vossa Excelência, com base no artigo 589 do Código de Processo Penal, ou, em caso negativo, a sua remessa à Superior Instância para análise e julgamento. Nesses termos, pede deferimento. Local..., 25 de junho de 2018. Advogado... OAB... Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL COLENDA CÂMARA CRIMINAL Processo criminal nº ... Recorrente: TÚLIO Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 1. DOS FATOS O réu foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de aborto com o consentimento da gestante, na forma tentada, tipificado no artigo 126, “caput”, combinado com o artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. Finda a instrução probatória, o Juízo pronunciou o acusado pelo crime apontado na inicial acusatória. A defesa foi intimada na data de 18/06/2018. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor 2. DO DIREITO 2.1. Da preliminar de prescrição Preliminarmente, deve ser reconhecida a extinção da punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato. Isso porque os fatos ocorreram em 03/01/2014, quando o réu era menor de 21 anos. A denúncia foi recebida em 22/01/2014, funcionando como causa de interrupção do prazo prescricional, nos termos do artigo 117, inciso I, do Código Penal. Durante a instrução passaram-se mais de quatro anos sem que houvesse suspensão do prazo prescricional ou nova causa de interrupção. Apenas em 18/06/2018 foi proferida e publicada decisão de pronúncia, que funciona como causa de interrupção, nos termos do artigo 117, inciso II, do Código Penal. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor 2. DO DIREITO O crime imputado ao acusado possui pena máxima de quatro anos, certo que, ainda que reduzido pela tentativa (mínimo previsto) o prazo prescricional, em princípio, seria de oito anos, conforme disposto no artigo 109, inciso IV, do Código Penal. Ocorre que o réu era menor de 21 anos na data dos fatos, o que diminui o prazo de metade, nos termos do artigo 115 do Código Penal, fazendo com que o lapso prescricional seja de quatro anos, período esse ultrapassado entre o recebimento da denúncia e a pronúncia. Assim, com fundamento no artigo 107, inciso IV, do Código Penal, requer seja declarada extinta a punibilidade do fato imputado ao denunciado, em face da prescrição. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor 2. DO DIREITO 2.2. Da preliminar de nulidade em face do não oferecimento do sursis processual Ainda em preliminar, verifica-se a existência de nulidade insanável por não ter sido proposto ao réu o benefício da suspensão condicional do processo. Isso porque o crime descrito na denúncia possui pena de 1 a 4 anos, sendo, portanto, passível de sursis processual, a teor do artigo 89 da Lei 9.099/95. Registre-se que o acusado é primário e não responde a qualquer outro processo criminal, não havendo motivação razoável para que não lhe fosse proposto o instituto despenalizador. Dessa forma, requer a declaração de nulidade de toda a instrução e também da decisão de pronúncia, com posterior encaminhamento dos autos ao Ministério Público, a fim de que o órgão se manifeste sobre a proposta do benefício. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor 2. DO DIREITO 2.3. Da preliminar de nulidade em face de ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório Há outra preliminar a ser registrada: violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório, com fundamento no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal. Isso porque, após as alegações finais, foram juntados aos autos documentos relevantes para o julgamento da causa, tendo o magistrado, de imediato, sem dar vistas às partes, proferido decisão de pronúncia considerando a documentação apresentada. Assim, havendo claro cerceamento de defesa, requer seja declarada a nulidade da decisão de pronúncia, abrindo-se às partes a oportunidade de terem vista da documentação juntada e se manifestarem sobre ela, apresentando novas alegações finais. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor 2. DO DIREITO 2.4. Da absolvição sumária No mérito, verifica-se que o réu deve ser absolvido sumariamente, uma vez que o fato narrado na denúncia não constitui crime, sendo sua conduta atípica. Isso porque se está diante da hipótese de crime impossível. Prevê o artigo 17 do Código Penal que não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. O legislador brasileiro decidiu valorizar, neste momento, a efetiva violação do bem jurídico protegido, em detrimento do elemento subjetivo. No caso em exame, nota-se que há clara situação de impropriedade do objeto, tendo em vista que a intenção do agente era causar aborto em pessoa que não estava sequer grávida. Ao entregar remédio abortivo para a vítima, que, repita-se, não estava grávida, o réu não provocou qualquer lesão ao bem jurídico tutelado, sendo atípica a sua conduta. Destarte, com fundamento no artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal, requer a sua absolvição sumária. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor 3. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) O conhecimento do presente recurso em sentido estrito; b) Em preliminar: (b.1) o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva, com fundamento no artigo 107, inciso IV, do Código Penal; (b.2) a nulidade de toda a instrução e também da decisão de pronúncia, por não ter sido oferecido ao réu o benefício da suspensão condicional do processo (artigo 89 da Lei 9.099/95); (b.3) a nulidade da decisão de pronúncia em face de violação aos princípios da ampla defesa e do contraditório (artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal), por terem sido juntados aos autos documentos relevantes para o julgamento da causa sem anterior vista às partes; c) No mérito, o provimento do recurso para que seja absolvido sumariamente, nos termos do artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal, pois o fato narrado na denúncia não constitui infração penal. Lorem Ipsum Dolor Lorem Ipsum Dolor Bons estudos!
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