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CONTEÚDO 1 TERMORREGULAÇÃO, PÓS GRAD

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Termorregulação e 
Hidratação Durante 
a Pratica Esportiva
Estresse Térmico e Termorregulação
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Ana Roberta Almeida Comin
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• O Equilíbrio Térmico;
• Os Mecanismos de Termorregulação;
• A Termorregulação no Estresse Térmico;
• A Integração dos Mecanismos de Dissipação do Calor;
• A Influência da Vestimenta Sobre a Termorregulação;
• Estresse Térmico e Termorregulação na Prática de Exercícios.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Compreender os conceitos de equilíbrio térmico e termorregulação;
• Integrar e relacionar os mecanismos responsáveis pela regulação térmica corporal;
• Identificar os efeitos e riscos da perturbação do equilíbrio térmico;
• Entender como a vestimenta influi na regulação térmica;
• Conhecer os fatores que influem na percepção térmica.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Estresse Térmico e Termorregulação
UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
Contextualização
Intempéries climáticas fazem parte da vida cotidiana das pessoas. Estamos 
constantemente submetidos a mudanças de temperatura e umidade. Pensando 
nisso, sabiamente, o corpo humano dispõe de mecanismos e recursos que visam 
à nossa preservação.
Isso evidencia a importância da assimilação dos conceitos de equilíbrio térmico 
e termorregulação e o quão importantes são para a nossa homeostase. Desrespeitá-
los pode trazer consequências fatais, como não é raro de se ver em jornais e noticiários, 
casos de atletas que se sucumbem devido ao esforço no calor ou frio intensos.
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O Equilíbrio Térmico
O corpo humano preza, primordialmente, pela manutenção do equilíbrio térmico, o 
qual prevê uma temperatura corporal de 37°C, podendo variar entre 36° e 38°C.
Fatores como o ambiente externo, a atividade muscular, as alterações posturais, o 
efeito térmico dos alimentos, a atuação dos hormônios e a taxa metabólica basal promo-
vem o ganho de calor, alterando a faixa de temperatura ideal.
Para evitar a perturbação do equilíbrio térmico, o corpo responde com fenômenos 
que dissipam o calor, como a evaporação, a convecção, a condução e a radiação, que 
serão abordados com maior profundidade a seguir.
O equilíbrio térmico é baseado na integração dos seguintes mecanismos:
• Alteração de calor do centro para a periferia;
• Regulação do esfriamento por evaporação;
• Alteração do ritmo de produção de calor pelo próprio corpo.
Os Mecanismos de Termorregulação
É sabido que o corpo humano, em seu estado de homeostase, busca a manutenção 
constante da temperatura de 37°C, com a variação tanto positiva quanto negativa de 1°C.
Nesse sentido, destaca-se a atuação do hipotálamo como principal regulador da tem-
peratura corporal.
Figura 1 – Localização do hipotálamo no cérebro humano
Fonte: Getty Images
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UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
Imagine um edifício. Por determinações legais, todos devem possuir um termostato, 
um eficiente dispositivo de segurança que detecta ameaças como a produção excessiva 
de calor. 
Quando esse tipo de incidente ocorre, essa produção é interrompida imediatamente. 
Nos indivíduos, o hipotálamo faz a vez do termostato, porém ao detectar a variação de 
temperatura, ele atua de maneira diferente dando início às respostas que buscam prote-
ger o corpo humano. 
Os mecanismos de controle de temperatura e regulação de calor são ativados por 
receptores térmicos presentes na pele e pela alteração na temperatura sanguínea.
Receptores térmicos presentes na pele
A pele é o maior órgão sensorial que possuímos. É através dela que detectamos ame-
aças e perigos como estímulos dolorosos, mecânicos e térmicos.
Na pele, são encontradas estruturas especializadas capazes de detectar precoce-
mente o sinal térmico e fazer com que essa mensagem chegue ao hipotálamo e ao 
córtex cerebral.
As terminações nervosas livres, os terminais de Ruffini e os bulbos terminais de 
Krause são exemplos de receptores térmicos periféricos.
 O objetivo é ativar os ajustes responsáveis pela conservação e pela dissipação do 
calor e também fazer com que o indivíduo busque conscientemente o alívio contra o 
desconforto térmico.
Figura 2 – Imagem representativa do papel dos receptores térmicos 
em repelir rapidamente possíveis ameaças à integridade física
Fonte: Getty Images
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Alteração na temperatura sanguínea
A mudança na temperatura do sangue que perfunde diretamente o hipotálamo é 
percebida pelas células presentes na sua porção anterior. Adicionalmente, a estrutura 
recebe, ainda, os sinais do influxo periférico. 
Esses eventos levam à ativação do hipotálamo posterior para que sejam iniciadas res-
postas coordenadas para a conservação do calor ou a ativação do hipotálamo anterior, 
que promove respostas que dissipam o calor.
Hipotálamo: é uma pequena estrutura encontrada no cérebro de mamíferos e atua em 
um grande número de funções. Seu tamanho é próximo ao de uma amêndoa. No entanto, 
processos essenciais como a digestão, os hormônios, a sede, a fome e o comportamento 
estão relacionados ao hipotálamo.
A Termorregulação no Estresse Térmico
A termorregulação no estresse térmico induzido pelo frio
Temperaturas extremamente baixas são entendidas como uma ameaça à integrida-
de corporal. Nesses casos, o corpo aumenta a produção de calor e a sua dissipação 
torna-se mais lenta, evitando variações na temperatura central.
Para isso, sistemas do corpo trabalham de maneira integrada, como veremos a seguir.
Adaptações vasculares
Ao detectarem baixas temperaturas, os receptores térmicos presentes na pele enca-
minham a mensagem de risco ao hipotálamo, que desencadeia uma série de respostas. 
Inicialmente, ocorre a vasoconstrição, que cessa o fluxo sanguíneo periférico, de modo 
que o maior aporte seja destinado para as regiões centrais mais quentes. Como conse-
quência, há o resfriamento da pele de modo que ela se mantenha próxima à tempera-
tura do ambiente, para que os benefícios isolantes da pele, da gordura subcutânea e dos 
músculos sejam melhores aproveitados, pois eles fazem com que a dissipação de calor 
para o ambiente seja reduzida.
Adaptações musculares
Você já se perguntou por que sentimos calafrios? O calafrio nada mais é que uma 
resposta gerada pelos músculos em razão de baixas temperaturas. Esse movimento in-
voluntário busca gerar calor para o corpo. 
Durante baixas temperaturas, também é comum que fiquemos com as articulações 
flexionadas e o corpo curvado, em posição recolhida. Isto se dá por uma tentativa do 
9
UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
corpo de diminuir a sua superfície exposta ao frio e, consequentemente, a área que 
está perdendo calor para o ambiente.
Adaptações hormonais
Em uma situação extrema de queda de temperatura, os hormônios epinefrina e nore-
pinefrina são liberados pela medula suprarrenal a fim de aumentar a produção de calor 
pelo corpo e evitar a sua perda.
A exposiçãoprolongada ao frio leva, ainda, à liberação da tiroxina pela tireoide, que 
age acelerando o metabolismo, mesmo em repouso. 
A termorregulação no estresse térmico induzido pelo calor
A termorregulação é primordial para a manutenção da vida. Um ser humano é capaz 
de suportar uma queda acentuada na temperatura corporal de 10°C; porém uma eleva-
ção de apenas 5°C. Não são raros os relatos e as notícias de atletas que morrem durante 
treinamentos ou competições por conta do estresse térmico.
A temperatura corpórea central se eleva rapidamente quando o ganho de calor ul-
trapassa a sua perda. Em condições extremas, isso pode levar a consequências fatais. 
Os mecanismos termorreguladores do organismo visam à proteção contra o supera-
quecimento, o que é particularmente importante para a realização de atividades físicas 
em climas quentes, dissipando o calor excessivo. Como resposta, há o aumento do fluxo 
sanguíneo nos músculos e são ativados os mecanismos de regulação da temperatura 
corporal. Importante ressaltar que tais respostas competem entre si. 
O conceito de calor se refere à capacidade de transferência de energia térmica entre corpos 
com temperaturas diferentes. Por exemplo, visando a manter o equilíbrio térmico, corpos 
com diferentes temperaturas tendem a apresentar uma troca de calor entre eles, de modo 
que atinjam a mesma temperatura. O calor passa espontaneamente do corpo mais quente 
para o mais frio.
A dissipação do calor, dada à atuação de tais mecanismos, pode ocorrer de quatro 
diferentes maneiras, que veremos a seguir.
• Perda de calor por radiação: nessa forma de perda de calor, não há contato mo-
lecular entre os corpos envolvidos. De maneira geral, o corpo humano apresenta 
temperaturas mais altas que o meio no qual ele está inserido e é por meio do ar 
que essa energia térmica é dissipada para objetos mais frios encontrados ao seu re-
dor. Caso contrário, isto é, os objetos apresentem temperaturas mais elevadas que 
a do corpo humano dada à absorção de energia térmica radiante, resta ao corpo 
dissipar o calor por meio do esfriamento evaporativo, que veremos detalhadamente 
a seguir. Por essa razão, um indivíduo é capaz de sobreviver em temperaturas con-
gelantes, pois é possível manter-se aquecido absorvendo a energia térmica radiante 
proveniente da luz solar direta ou refletida ao solo;
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• Perda de calor por condução: como o próprio nome sugere, essa forma de dis-
sipação do calor é conduzida por um meio para aconteça – seja ele líquido, seja 
sólido seja gasoso. Consiste na transferência de calor de regiões mais quentes para 
as mais frias. No corpo humano, parte do calor é levado para a sua periferia, en-
quanto o restante é conduzido dos tecidos mais profundos para a superfície mais 
fria. Esse processo pode ser facilitado com medidas simples como, por exemplo, 
encostar-se em uma superfície fria;
• Perda de calor por convecção: na Física, o fenômeno da convecção térmica pode 
ser explicado por meio do funcionamento de uma geladeira. Modelos mais simples 
desse eletrodoméstico contam com uma porta única, prateleiras ao centro e uma 
parte “extra fria” no topo. Pensando nessa disposição, o ar frio, que possui menor 
densidade e se encontra na parte mais alta, desce, fazendo com que a massa de ar 
quente se desloque para cima, vez que possui maior densidade, rumo à parte mais 
fria. O ar quente é resfriado no topo, torna-se frio e o ciclo se repete. Nos seres hu-
manos, o calor próximo ao corpo se aquece, isola-o e reduz as chances de dissipar 
o aquecimento. O ar frio, dada à sua densidade, substitui o ar quente, carregando 
o calor para longe;
• Perda de calor por evaporação: essa forma de dissipação do calor é caracterizada 
como o principal mecanismo contra o superaquecimento corporal e consiste na 
eliminação do calor mediante a vaporização da água a partir das vias respiratórias 
e da superfície da pele. Esse fenômeno pode ser observado na secreção de suor por 
meio das glândulas sudoríparas. O esfriamento ocorre quando o suor alcança a pele 
e, posteriormente, evapora. Com a pele esfriada, resfria-se também o sangue e o 
restante do corpo. Diariamente, cerca de 350ml de água são eliminados por meio 
deste mecanismo na forma de suor.
As vias respiratórias também contribuem na dissipação do calor, pois, diariamente, 
um volume de aproximadamente 300ml de água é vaporizado através delas, embora de 
maneira menos perceptível. Para constatar essa vaporização por meio das vias aéreas, 
lembre-se da respiração em um dia de bastante frio. Ao expirar, é possível ver a névoa 
de água vaporizada saindo pela boca.
Fatores externos podem comprometer a eficiência dos mecanismos de dissipação do calor:
• Altas temperaturas: altas temperaturas reduzem a capacidade de dissipação da 
energia térmica por mecanismos como a radiação, a condução e a convecção e 
acabam por atuar de modo reverso, contribuindo para que o corpo ganhe calor, 
ao invés de perder. Em situações como essa, a dissipação de calor por evaporação 
acaba sendo o único meio de superar as altas temperaturas, pois aumenta a evapo-
ração do suor e a vaporização da água através das vias respiratórias;
• Alta umidade: Além da temperatura e da superfície corporal exposta ao ambiente, 
a umidade é um importante fator que influencia na dissipação do calor. Primeira-
mente, é importante compreendermos o conceito de “umidade relativa”. 
Essa variável se refere à relação entre o percentual de água no ar encontrado em uma 
determinada temperatura e a quantidade total de umidade que poderia haver na mesma 
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UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
temperatura. Por exemplo, a umidade relativa está 30% significa que o ar ambiente pos-
sui apenas 30% da capacidade de carrear umidade. 
A umidade relativa alta é um empecilho para a dissipação de calor pelo corpo, pois 
a pressão do vapor do ar ambiente reduz a sua capacidade de evaporação – ou seja, o 
indivíduo transpira, mas o suor pouco evapora, comprometendo a liberação de calor.
Figura 3 – Imagem representativa dos mecanismos atuantes na dissipação da energia térmica
Fonte: McArdle et al., 2016
A Integração dos Mecanismos 
de Dissipação do Calor
Os mecanismos apresentados até agora não atuam de modo isolado, pois neces-
sitam de sinergia com os sistemas fisiológicos do corpo para que a energia térmica 
seja dissipada.
A circulação sanguínea é o principal atuante na busca pelo equilíbrio térmico corpóreo.
Já notou como ficamos ruborizados em dias quentes, mesmo em repouso?
Isso se dá pela vasodilatação de vasos superficiais que passam a desviar o fluxo de 
sangue para a superfície corporal, favorecendo a perda de calor por radiação. Essa 
mudança de rota se dá pelo aumento da frequência cardíaca e, consequentemente, do 
débito cardíaco.
A circulação também está relacionada à efetividade do processo de evaporação, que 
tem como objetivo dissipar o calor, resfriando o corpo. Dessa forma, o sangue periférico 
também é resfriado e perfunde tecidos profundos, absorvendo calor extra ao retornar 
rumo ao coração.
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Você já notou como a urina fica mais escura após uma atividade extenuante que o 
faça transpirar bastante?
Isso se dá por conta de um mecanismo protetivo que visa à conservação de líquidos 
pelo corpo. A transpiração intensa leva à perda de eletrólitos e água, que desencadeia 
uma resposta hormonal. O estresse térmico intenso leva à liberação de aldosterona pelo 
córtex suprarrenal, cuja função está relacionada à conservação do sódio e ao aumento 
da sua absorção pelos túbulos renais.
Uma de suas funções conservativas é a redução da concentração de sódio no suor, 
visando a poupar eletrólitos.
A desidratação é um problema que pode comprometer seriamente a performance e 
a saúde de um indivíduo. Dessa forma, ao detectar o estresse térmico durante um exer-
cício e/ou a desidratação, o hipotálamo inicia a liberação do hormônio vasopressina, 
também conhecido como hormônio antidiurético.
Esse hormônio aumenta a permeabilidadedos túbulos coletores presentes nos rins, 
para que seja facilitada a retenção de líquido.
Vale lembrar que a liberação desses hormônios, a aldosterona e a vasopressina, de-
pendem da intensidade da atividade física e da desidratação.
A Influência da Vestimenta 
Sobre a Termorregulação
Muito além das convenções sociais, as roupas possuem importante papel na termor-
regulação. Características como modelo, cor e tipo de material são importantes para 
o equilíbrio térmico. Por exemplo, roupas úmidas facilitam o processo de evaporação, 
muito mais do que quando secas. Logo, trocá-las por peças secas só prolongará o tempo 
entre a transpiração e a posterior evaporação, retardando a perda de calor.
As forças armadas dos Estados Unidos desenvolveram, a partir de pesquisas, a chamada 
unidade clo (de clothing – vestimenta em português) que representa um índice de resis-
tência térmica da roupa. Por exemplo, uma peça íntima feminina possui 0,03 CLO, já um 
agasalho comprido e de mangas longas apresenta 0,53 CLO.
Hoje em dia, a indústria têxtil investe em pesquisas que aprimorem seus tecidos e 
materiais especialmente para as marcas que oferecem roupas para desportos. 
Os tecidos sintéticos que facilitam a transpiração, como o popular dry-fit, propor-
cionam melhor transferência do calor e da umidade da pele para o meio ambiente em 
altas temperaturas.
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UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
No frio, este material também é favorável ao seu uso, pois, diferentemente de outros 
tecidos, ele facilita a transpiração, não deixando a roupa molhada, o que reduz o risco 
de hipotermia.
A escolha das cores das roupas também influi sobre a termorregulação. Tons escuros 
tendem a absorver os raios luminosos, levando ao ganho de calor radiante. Ao contrário, 
cores claras refletem os raios de calor para longe do corpo.
Algumas modalidades esportivas implicam o uso de vestes ou equipamentos que 
comprometem o equilibro térmico, como, por exemplo, esportes de luta que demandam 
o uso de quimono e esportes de contato, como o futebol americano, cuja paramentação 
veda cerca de 50% da superfície corporal dos jogadores. 
Em um estudo evolvendo atletas de futebol americano, constataram-se as tempera-
turas corporais de três grupos diferentes durante uma corrida de 30 minutos: (1) com o 
uniforme completo, (2) com calções curtos e (3) com calções mais uma mochila de 6,2kg 
– o peso exato do uniforme e o equipamento. 
Figura 4 – Gráficos representando a variação da temperatura corpora, cutânea 
e retal, de acordo com a vestimenta em jogadores de futebol americano
Fonte: McArdle et al., 2016
A partir dos gráficos, é possível constatar que o uniforme leva o indivíduo a uma situ-
ação de grande perturbação térmica, pois retarda o esfriamento evaporativo. 
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Casos como esse demandam estratégias próprias de hidratação que veremos em 
unidades futuras, vez que o atleta não pode ser exposto a riscos abrindo mão de equipa-
mentos essenciais à sua proteção.
Estresse Térmico e Termorregulação 
na Prática de Exercícios
Naturalmente, a prática de exercícios promove o aumento da temperatura corporal, 
devido aos eventos metabólicos. Em dias quentes, os mecanismos de dissipação de ener-
gia térmica, como o esfriamento evaporativo, tratam de transferir o calor para o meio, 
visando a superar o desafio térmico.
Em situações extremas, a temperatura corporal pode ultrapassar os 40°C levando o 
indivíduo a um quadro de hipertermia. Isso ocorre mediante a falência dos mecanismos 
de dissipação do calor.
Caso esse quadro não seja revertido a tempo, pode levar ao choque hipertérmico, 
que representa falência cardiovascular, renal e hepática, além de perda das funções 
cerebrais e coma.
A fim de evitar prejuízo à saúde, são necessários ajustes no volume de treinamento, 
adequação de horário para a prática esportiva e, sobretudo, adoção de estratégias de 
hidratação do indivíduo, pois, em climas quentes, a transpiração intensa compromete 
as reservas líquidas do corpo, levando à redução do volume plasmático e à insuficiência 
vascular, como veremos a seguir.
Ajustes circulatórios
Tanto em dias frios quanto em dias quentes, o exercício tende a promover o aumento 
do débito cardíaco, porém, no calor, o volume de ejeção é mais baixo, dado ao volume 
plasmático reduzido por conta da perda de líquidos. Tal fato é refletido no aumento da 
frequência cardíaca.
O Débito Cardíaco (DC) é o resultado da multiplicação da Frequência Cardíaca (FC) 
pelo Volume Sistólico (VS) e representa o volume de sangue que é bombeado pelo 
coração dentro de um minuto. 
Representativamente: DC = FC x VS. 
Alterações vasculares
O aumento da demanda de sangue pela pele e pelos músculos durante o estresse 
térmico acontece em detrimento da vasoconstrição temporária de outros tecidos. Por 
exemplo, a vasoconstrição esplâncnica (visceral) e dos tecidos renais compensa a vasodi-
latação dos vasos subcutâneos da pele, responsáveis por 80% a 95% do fluxo sanguíneo. 
15
UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
Essa vasoconstrição, se prolongada, pode acarretar as lesões hepáticas e renais ob-
servadas na hipertermia. 
O balanço entre a constrição e a dilatação dos vasos é importante para a manu-
tenção da pressão arterial durante a realização de atividades físicas no calor, como 
veremos a seguir.
Manutenção da pressão arterial
Para a prática de atividade física em dias quentes, é necessário que os mecanismos 
de dissipação de calor trabalhem de maneira eficiente, a fim de promover o equilíbrio 
térmico. Para tal, o sangue arterial é levado para a periferia do corpo, levando con-
sigo o calor fruto dos processos metabólicos, para que ocorra o seu resfriamento na 
superfície cutânea.
Quando a intensidade da atividade física é aumentada, a alta demanda de sangue pe-
los músculos faz com que um menor fluxo sanguíneo chegue às regiões periféricas, pois 
o corpo entende que é necessária a manutenção do débito cardíaco. Logo, o mecanismo 
de dissipação do calor é comprometido. A partir disso, podemos concluir que, durante 
exercícios intensos no calor, os processos de regulação circulatória e o fluxo sanguíneo 
muscular são priorizados em relação à regulação térmica.
Ainda que em condições submáximas, o exercício prolongado em altas temperaturas 
demanda, também, do metabolismo anaeróbio. Isso leva à fadiga precoce, pois as reser-
vas de glicogênio hepático são depletadas, resultando no acúmulo de lactato no sangue. 
O acúmulo de lactato antecipado deve-se à redução do fluxo sanguíneo hepático, 
que acarreta a sua menor capacidade de captação e a redução da atividade catabólica 
muscular de remover esse produto, pois a dissipação do calor desvia uma grande parte 
do débito cardíaco para regiões periféricas. 
Adaptações neuromusculares
O estado de fadiga central durante a prática de exercícios comumente marca ente 38° 
e 40°. Esse aumento de temperatura compromete a contratilidade muscular, vez que o 
calor também afeta as atividades cerebrais como o envio de estímulos neuromusculares. 
Adicionalmente, a fadiga relacionada a condições térmicas adversas também é ex-
plicada por meio da disfunção da barreira gastrointestinal e o aumento da sua perme-
abilidade, resultantes de um menor fluxo sanguíneo na região. A disfunção da barreira 
gastrointestinal permite a passagem de endotoxinas que agravam o quadro de fadiga. 
Vale lembrar-se de que nem todo aumento da temperatura corporal traz efeitos de-
letérios. Um aumento moderado pode representar um ajuste favorável que beneficia 
funções metabólicas e fisiológicas.
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17
Fatores Relacionados à Percepção de Temperatura
Descrever uma sensação, ainda que térmica, não é uma tarefa simples, pois ela é 
subjetiva e influenciada por determinados fatores, que discutiremos a seguir.
A aclimatação
Acordar cedo, em dias quentes, pode ser uma tarefa simples quando comparada às 
primeiras manhãs de inverno. A exposição repetida a uma tarefa em determinadas con-
dições climáticas faz com queocorra o processo de aclimatação.
A aclimatação diz respeito às modificações adaptativas e fisiológicas dos mecanismos 
de termorregulação. Por exemplo, a prática de exercícios em dias de calor leva ao au-
mento da produção de suor no início e quase duplica após 10 dias de exposição a altas 
temperaturas. Isso leva à sua melhor distribuição pela pele, o que favorece a dissipação 
de calor, além de torná-lo mais diluído, implicado menor perda de sódio;
Estado de treinamento
Indivíduos que treinam continuamente, isto é, superior ao tempo de 8 a 12 semanas, 
com a intensidade acima de 50% da capacidade aeróbia, tendem a apresentar melhores 
respostas ao estresse térmico, tanto em altas quanto em baixas temperaturas. 
O treinamento leva à otimização da produção do suor, fazendo com que esta seja 
iniciada em temperaturas corpóreas baixas, o que garante maiores volumes e menores 
concentrações de sais.
Um bom nível de treinamento também garante melhora na vascularização do trato 
gastrointestinal, o que contribui na manutenção da sua barreira, evitando o extravasa-
mento de endotoxinas;
Idade
A idade cronológica demonstra levar a pouca ou nenhuma redução na capacidade 
termorreguladora. No entanto, de modo geral, o processo de envelhecimento retarda o 
início da transpiração, vez que: 
• Ocorrem alterações na sensibilidade dos termorreceptores;
• Há redução na produção de glândulas sudoríparas;
• Há produção de suor limitada pela desidratação;
• Ocorre envelhecimento cutâneo e vasodilatação reduzida.
Vale ressaltar que de indivíduos mais velhos apresentam alterações no impulso da 
sede; portanto é comum que estejam em um estado de hipohidratação, o que prejudica 
o processo de termorregulação.
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UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
Gênero
Homens e mulheres com níveis de aptidão física comparáveis apresentam capacida-
des de aclimatação e tolerância ao estresse térmico semelhantes. No entanto, apesar de 
possuírem mais glândulas sudoríparas ativas, mulheres transpiram menos que homens. 
Isso sugere que mulheres utilizam mecanismos circulatórios para a dissipação do calor, 
enquanto homens o façam predominantemente por meio do esfriamento evaporativo. 
Complicações do Estresse Térmico Excessivo
Vítimas fatais do estresse térmico, em geral, são indivíduos de baixo condicionamento, 
com sobrepeso, não aclimatados, que se exercitam mesmo que desidratados. 
Normalmente, as complicações mais graves como os distúrbios cardiovasculares, 
descritos em 3 estágios – compensação, crise e falência são prenunciadas por outros 
sintomas, como as cãibras e o estado mental alterado.
A intermação é a complicação de maior potencial lesivo, que requer assistência médi-
ca imediata. Ocorre quando há a falência dos mecanismos responsáveis pela regulação 
térmica devido à alta temperatura central do corpo. 
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Roupa de Neve
Para conhecer mais os detalhes de roupas térmicas próprias para temperaturas abaixo 
de zero.
http://bit.ly/3IA7u9V
Medicine & Science in Sports & Exercise
Ao lidar com populações com idade avançada, o programa de ativdade física deve ser 
bastante cauteloso.
http://bit.ly/2IFlgay
 Filmes
Um Homem Entre Gigantes
Peter Landesman, 2016. Para conhecer os bastidores do que acontece no esporte de alto 
rendimento como o futebol americano.
https://youtu.be/XYxsqO9NcGw
 Visite
Museu de Anatomia Humana
Em São Paulo (SP), é possível conhecer o corpo humano em seus mais profundos deta-
lhes no Museu de Anatomia Humana Alfonso Bovero.
http://bit.ly/2IvvMRO
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UNIDADE 
Estresse Térmico e Termorregulação
Referências
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício. Nutrição, 
Energia e Desempenho Humano. 9.ed. [S.l.]: Guanabara Koogan, 2016.
__________. Nutrição para o Esporte e o Exercício. 4.ed. [S.l.]: Guanabara Koogan, 2016.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício – Teoria e Aplicação ao Con-
dicionamento e ao Desempenho. 6.ed. [S.l.]: Manole, 2009.
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