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ESFERAS FRACTAIS 1. INTRODUÇÃO No espaço euclidiano, os objetos têm dimensões inteiras 0D, 1D, 2D e 3D (Figura 1). Já na natureza, os objetos podem ter medidas fragmentadas. Medidas como comprimento, áreas e volumes de estruturas fragmentadas, como fronteiras entre países, dependem da escala utilizada. Esta constatação levou o desenvolvimento de trabalhos mostrando que a geometria euclidiana não pode ser aplicada em determinados casos. Nasce aí a Geometria Fractal [1] desenvolvida por Benoit Mandelbrot e outros matemáticos a partir da metade do século XVII. Figura 1: Dimensão inteira de objetos, euclidiana [REF] O termo fractal vem do latim "fractus" cujo verbo correspondente é "frangere" que significa quebrar, criar irregularidades. A característica mais notável dessas formas "fractais" é que seus padrões característicos são repetidamente encontrados em escala, de modo que uma pequena parte de um fractal repete a mesma estrutura do todo. Existem fractais naturais como nuvens, couve-flores ou samambaias, e fractais por repetição matemática. Veja na Figura 2, exemplos de fractais. Figura 2: Exemplo de um fractal [REF] Essa "auto-similaridade" foi ilustrada por Mandelbrot por meio de um pedaço de couve-flor, mas pode ser gerada matematicamente. Um exemplo são os "flocos de neve de Koch", proposto em 1904 a partir de infinitas adições de triângulos ao perímetro de um triângulo inicial (Figura 3). Figura 3: Geração dos Flocos de Koch Caracterizamos os fractais por meio de sua dimensão, apresentando valores não inteiros entre os valores das dimensões euclidiana. Um volume fechado (3D), caso a ser estudado aqui, deve ter dimensão fractal entre 2 e 3. A massa (M) de um fractal e seu comprimento característico (L) apresentam uma relação de escala associada à dimensão fractal (DF), como abaixo: LM = k DF em que k é uma constante de proporcionalidade. Podemos apresentar também apenas uma relação de escala, como abaixo: M ~ LDF As características fractais de uma esfera de papel amassado dependem dos materiais presentes na fabricação do papel e como suas fibras estão distribuídas. Note que a densidade não é uniforme na bolinha amassada e a massa varia com o comprimento, então a massa de uma esfera fractal varia com o diâmetro (D) da esfera. M ~ DDF 2. OBJETIVOS - Verificar a geometria fractal; - determinar as dimensões fractais de bolinhas de papel amassado. 3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL 3.1 Materiais ● Folha A3 de papel alumínio (2 unidades) ● Folha A3 de papel sulfite (2 unidades) ● Papel milimetrado (2 unidades) ● Paquímetro e régua milimetrada ● Tesoura ● Balança A depender das disponibilidades de materiais do grupo, seguem algumas ideias de adaptações ● Substituir a folha A3 de papel sulfite por ao menos 4 de A4; ● Substituir o papel alumínio por outro papel que tenha características diferentes do papel sulfite.; ● Substituir o paquímetro por uma régua milimetrada; ● Para substituir a balança, estime a massa de cada esfera utilizando a gramatura e dimensões do papel a ser amassado. 3.2 Procedimentos 1. Corte as folhas de sulfite e de alumínio (ou outros dois materiais que tenha selecionado) em oito partes, conforme Figura 4. Os 9 pedaços de papel decrescem de fatores 2 e devem ser amassados em bolas com menor diâmetro e tão esféricas quanto possível; 2. Para facilitar a posterior análise, considere a maior esfera como esfera 1, a primeira metade como esfera 2 e assim sucessivamente; Figura 4: Corte para as folhas 3. Em seu relatório, crie um tabela de dados com o número da esfera, a massa e, ao menos, cinco medidas para o diâmetro das esferas com suas respectivas incertezas. TABELA 1: Exemplo de tabela 4. Meça o diâmetro das esferas utilizando um paquímetro (ou uma régua milimetrada) pelo menos cinco vezes (sentidos diferentes). Número da bolinha Medidas de diâmetro com incerteza instrumental (cm ou mm) Massa(g) 1 5. Determine a massa de cada esfera ou estime utilizando a gramatura do papel utilizado. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES - Calcule a média e o desvio padrão da média para cada diâmetro de esfera; - Discuta o significado do valor médio e desvio padrão; - Em um gráfico linear, coloque os valores da massa das esferas em função do diâmetro média delas. Não se esqueça de incluir as barras de erro; - Em um outro gráfico linear, coloque os valores do log das massas em função do log dos valores dos diâmetros; - Compare a distribuição dos pontos nos dois gráficos; - Mostre como você poderia obter a dimensão fractal utilizando um dos gráficos; - Utilizando o gráfico escolhido, obtenha o valor da dimensão fractal das suas esferas; - Faça uma pesquisa em sites e artigos em busca de valores de esferas fractais de papel amassados; - Seus resultados são o que você esperava? Por quê? Instruções para relatório: Seu relatório deverá conter as seções: - Introdução com uma curta explicação sobre Fractais; - Metodologia apresentando as fotos de seus procedimentos experimentais tais como papel cortado e bolinhas amassadas; - Análise de dados, resultados e discussão seguindo o pedido neste roteiro; - Conclusão com a última questão relacionada se seus resultados são o que você esperava. Importante destacar que todos os gráficos devem ser feitos a mão, não cabendo neste momento utilização de softwares automatizados. As contas relacionadas às médias e desvio padrão da média devem estar explicitadas em todas as fases de seu cálculo. Referências Essa proposta foi elaborada com essa base [1] Junior, F.C., Kleinke, M.U. “Estudo da Dimensão Fractal de Esferas de Papel Amassado e Arruelas”, disponível “Rel_Final_Francisco_981212 (unicamp.br)” (Acessado em 15 de fevereiro de 2021). [2] Teodorov, E., Schoenmaker, J. “Base Experimental das Ciências Naturais”, disponível em “ Ciências Naturais e Cognição - Ciências Naturais e Cognição - Base https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1_2002/981212-Rel_Final_Francisco.pdf http://editora.ufabc.edu.br/ciencias-naturais-e-cognicao/30-base-experimental-das-ciencias-naturais Experimental das Ciências Naturais (ufabc.edu.br)” (Acessado em 15 de fevereiro de 2021). http://editora.ufabc.edu.br/ciencias-naturais-e-cognicao/30-base-experimental-das-ciencias-naturais
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