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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE ENSINO Dimensões inteiras e fracionárias Roteiro de Física Experimental 1 Experimento 2 Maceió 2016 Sumário 1 Introdução.........................................................................................................................................2 2 Objetivo............................................................................................................................................3 3 Material.............................................................................................................................................3 4 Procedimento....................................................................................................................................3 5 Discussão..........................................................................................................................................4 Referência.............................................................................................................................................5 1 1 Introdução Da geometria euclidiana, sabemos que a dimensão d de um objeto representa a dimensionalidade do espaço em que está inserido. Para formas geométricas elementares d tem um valor inteiro, assim se trabalharmos com esferas de aço maciças de densidade uniforme, teremos M=ρV=ρ 4 3 π( D2 ) 3 =ρ π 6 D3 (1) Onde M é a massa, ρ a densidade volumétrica de massa, V o volume e D o diâmetro. A equação (1) pode ser escrita da seguinte forma: D=KM 1 d (2-a) Onde, K=( 6πρ ) 1 d e d=3 (2-b) A versão bidimensional das equações (1) e (2) será: M=σ A=σπ(D2 ) 2 (2-c) D=KM 1 d Onde, K=( 4πρ ) 1 d e d=2 Já na forma unidimensional temos: D=KM 1 d (2-d) K=( 1πρ ) 1 d e d=1 Por sua vez um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhantes ao objeto original, entretanto, das características que definem um fractal, a mais importante é a dimensão. Esta dimensão representa o nível de irregularidade de um fractal por isso, tal dimensão pode assumir valores fracionários como, por exemplo: 1,6 ou 2,5. Assim diferentemente da dimensão Euclidiana, a dimensão fractal representa o nível de ocupação do espaço pelo objeto e não o espaço onde o objeto está inserido. Neste experimento entraremos em contato com esta dimensão. Para isso analisaremos a dimensão de uma folha de papel amassada em bolas compactas com diâmetros variados. 2 2 Objetivo Medir a dimensão dos corpos com formas geométricas irregulares. 3 Material Descrição Quantidade Régua milimetrada de 30 cm 1 Paquímetro 1 Folhas de papel 2 4 Procedimento 1 Construa sete bolas de papel amassado, dividindo cada folha como indicado na figura 1. Atribua à menor fração da folha massa 1 e as seguintes, massas 2, 4, 8, 16, …. Assim a enésima fração, em ordem crescente de tamanho, terá massa relativa 2n. Organize os pedaços de papel amassado de forma a não confundir as massas. 2 Para cada uma das bolas de papel faça sete ou mais medidas do diâmetro em pontos diferentes, determinado o diâmetro médio para cada uma delas. Preencha a tabela 1 calculando a incerteza estimada ΔD associada ao tamanho de cada bola e a média <D>. 3 Figura 1: Diagrama de divisão de uma folha para experimento de fractais. M 1 2 4 8 16 32 64 D D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 <D> ∆D Tabela 1: Medidas de diâmetro 3 Utilizando a tabela 1, construa o gráfico loglog do diâmetro versus a massa (M). Assumindo que D=KM 1 d , encontre as constantes K e d estimando a incerteza ΔD. Questões: 1) Que valor você esperaria de d para uma esfera tridimensional de densidade uniforme? E para uma “esfera” bidimensional – um objeto circular, como uma moeda, de densidade uniforme? E para uma esfera unidimensional? 2) Qual a expressão de K para os três tipos de objetos a que se refere à pergunta (a)? 3) Baseando-se nos valores de d e Δd encontrados e na resposta do item (a), como você interpreta o valor de d obtido? 5 Discussão Dos resultados obtidos neste experimento somos forçados ou tentados a tratar de um d não inteiro como uma espécie de dimensão fracionária. Você pode se convencer que o d fracionário encontrado nesta experiência não é produto de erro! Observe bem seu gráfico loglog de D versus M. Os pontos “caem” regularmente sobre uma mesma reta? Pensando um pouco, você pode sentir que existem certos expedientes para gerar bolas de papel onde d aproxima-se de três, como na situação descrita pelas equações (1) e (2). Comparando os resultados de d obtidos por seus colegas, você notará uma forte tendência desta constante ficar entre 2 e 3. É natural que seja assim, pois três é a dimensão do espaço que vivemos e, evidentemente, da mesma forma como não podemos colocar uma esfera dentro de um plano (o termo técnico é “embeber”) cuja 4 dimensão é dois, não podemos embeber um objeto de dimensão maior que três em nosso espaço euclidiano tridimensional habitual. Por outro lado é razoável que d seja maior que dois, que é a dimensão de partida de nossas bolas de papel – lembre-se que a matéria prima das bolas em nossa experiência foi folha de papel que é um objeto bidimensional. Essa dimensão dois da folha de papel é o que os matemáticos chamam de dimensão topológica. Abaixo daremos uma definição operacional deste conceito formulado pelo matemático francês Henri Poincaré no início do século 20. Veja que essa dimensão dT=2 é uma característica bem marcante desse sistema na medida que podemos desdobrar com o devido cuidado as bolas de papel de forma a obtermos a superfície bidimensional de origem. Matematicamente você pode afirmar que a dimensão topológica ( dT=2 , no caso) é invariante sob operação de amassamento. Desde que encontramos experimentalmente que os valores de d obtidos por vocês e seus colegas satisfazem 2 < d ≤ 3, como identificamos o “2” com a dimensão do espaço onde a bola de papel está imersa ou embebida, não seria mal sermos arrojados e lançar a seguinte hipótese: “Em certas estruturas de geometria complexa onde aparece uma quantidade d fracionária, como uma espécie de extensão natural do conceito de dimensão devemos ter: dT < d < dE, onde dT é a dimensão topológica do objeto e dE a dimensão do espaço euclidiano onde o sistema está embebido: dT e dE são, evidentemente, inteiros.” Vamos aproveitar a ocasião para batizar esse d fracionário de “dimensão fractal” e aos objetos possuindo d fracionário de “fractais”. Referência Backes, André Ricardo, Martinez, Odemir Bruno, Técnicas de Estimativa da Dimensão fractal: Um Estudo Comparativo. Disponivel em: <http://www.dcc.ufla.br/infocomp/artigos/v4.3/art07.pdf>. Acessado em: 15/07/2009. 5 1 Introdução 2 Objetivo 3 Material 4 Procedimento 5 Discussão Referência
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