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PACOTE-ANTICRIME

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PACOTE ANTICRIME 
 
2 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 
LEGÍTIMA DEFESA .................................................................................................... 5 
Legítima defesa do agente de segurança pública ................................................ 5 
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA ........................................................................... 9 
TEMPO MÁXIMO DE CUMPRIMENTO DE PENA ................................................... 10 
LIVRAMENTO CONDICIONAL ................................................................................ 11 
Dos efeitos da condenação .................................................................................. 13 
Causas impeditivas da prescrição....................................................................... 14 
NOVAS MAJORANTES NO CRIME DE ROUBO .................................................... 16 
REPRESENTAÇÃO NO CRIME DE ESTELIONATO ............................................... 18 
DESTINAÇÃO DE BENS APREENDIDOS............................................................... 20 
Das coisas apreendidas e perdimento de bens.................................................. 20 
Destinação e Aproveitamento dos Bens apreendidos e perdidos em favor da 
União ........................................................................................................................ 21 
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ..................................................................................... 24 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: SISTEMA ACUSATÓRIO OU INQUISITÓRIO?
 .................................................................................................................................. 25 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criada a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A Lei n° 13.964 sancionada em 24 de dezembro de 2019 e chamada de lei do 
pacote anticrime, entrou em vigor em 23 de janeiro de 2020 e trouxe diversas 
mudanças ao Código Penal e Código de Processo Penal, bem como, trouxe ainda 
alterações importantes em algumas das leis penais extravagantes. 
 
A lei foi criada com o objetivo de enrijecer as formas de combate ao crime 
organizado, a corrupção e a criminalidade violenta que atualmente assola o país, além 
de aperfeiçoar as normas penais brasileiras. As novas normas trazidas estão sujeitas 
ao princípio da irretroatividade, ou seja, a lei não retroagirá, exceto para beneficiar o 
réu. 
O pacote traz disposições que têm em vista combater organizações criminosas, 
células muito comuns no Brasil, que atuam em todas as esferas e regiões do país 
causando prejuízo ao erário e à sociedade em geral. A referida lei objetiva avanços 
no ordenamento jurídico criminal e reduzir a sensação de impunidade refletida na 
sociedade 
Desse modo, a presente disciplina pretende delimitar e apresentar as 
mudanças trazidas pela lei nº 13.964/2019, denominado Pacote Anticrime, e o seu 
impacto no ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
LEGÍTIMA DEFESA 
Sabe-se que todo bem de mesma espécie detém o mesmo valor jurídico para 
o estado, porém, existem momentos que esses bens juridicamente tutelados entram 
em conflito, no entanto, cabe salientar que quando um bem age de forma agressiva 
perante o outro, o estado tem o dever de reconhecer a defesa do ofendido como 
conduta legal, mesmo que o ato venha a lesar um bem antes tutelado. 
A partir disso, nasce o instituto das excludentes de ilicitude, e entre elas a 
legítima defesa, visto que o estado não consegue dar todo o aporte de segurança a 
todo cidadão, acaba dando o direito ao particular e também ao profissional em se 
proteger de atos injustos e ilícitos direcionados a sua pessoa. Ao dar esse “direito”, o 
estado acaba sacrificando algo antes por ele segurado, mas para que esse direito 
dado pelo estado não seja considerado algo ilícito o agente deverá agir com força 
moderada, entre o limite de cessão da agressão atual ou iminente e o excesso. 
Legítima defesa do agente de segurança pública 
Definidas as finalidades do Pacote Anticrime, dentre as diversas mudanças 
previstas no âmbito do direito penal, processo penal e execução penal, a Lei nº 
13.964/19 propôs o acréscimo de um parágrafo único e dois incisos ao artigo 25 do 
Código Penal, que trata da excludente de ilicitude da legítima defesa. Veja-se: 
Art. 25. [...] 
Parágrafo único. Observados os requisitos do caput, considera-se em 
legítima defesa: 
I - o agente de segurança pública que, em conflito armado ou em risco 
iminente de conflito armado, previne injusta e iminente agressão a direito seu 
ou de outrem; e 
II - o agente de segurança pública que previne agressão ou risco de agressão 
a vítima mantida refém durante a prática de crimes. 
Com esta nova redação, o projeto visava corrigir uma suposta situação de 
absoluta insegurança do policial ao atuar preventivamente, ou seja, quando houvesse 
risco iminente a direito seu ou de outrem, segundo as palavras utilizadas na 
justificativa do projeto. 
 
6 
 
 
 
Entretanto, apenas o inciso II foi aprovado, passando o artigo 25 e parágrafo 
único a dispor o seguinte: 
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu 
ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, 
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que 
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a 
prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
A legítima defesa é uma espécie de excludente da ilicitude. Em outras palavras, 
sabe-se que o crime é composto por fato típico, ilicitude e culpabilidade, e a legítima 
defesa nada mais é do que um instituto que permite excluir o substrato da ilicitude, de 
maneira a excluir o crime, daí o nome excludente da ilicitude. Também são 
excludentes da ilicitude, que possuem previsão expressa no Código Penal, o estado 
de necessidade, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de um 
direito. 
O Professor Cezar Roberto Bitencourt (2011) leciona que a legítima defesa 
apresenta dois fundamentos, a saber: “de um lado, a necessidade de defender bens 
jurídicos perante uma agressão injusta; de outro lado, o dever de defender o próprio 
ordenamento jurídico, que se vê afetado ante uma agressão ilegítima”. Em suma, no 
prisma jurídico individual, a legítima defesa é o direito que todo homem possui de 
defender seu bem jurídico.Sob o ponto de vista jurídico social, o ordenamento jurídico 
não deve ceder ao injusto. 
Para que a sua configuração, porém, alguns requisitos devem ser observados. 
Objetivamente (requisitos objetivos), o próprio caput do art. 25 determina que a 
agressão deve ser injusta, atual ou iminente, devendo o agente se utilizar 
moderadamente dos meios necessários para salvar direito próprio ou alheio. Entende-
se por agressão injusta a conduta humana (será humana mesmo quando o agente se 
utilizar de animal como instrumento do crime – ex.: dono que manda cachorro atacar 
seu desafeto), contrária ao direito, que lesa ou expõe a perigo o bem jurídico de 
alguém. Atual ou iminente é o que está ocorrendo ou prestes a ocorrer. Por sua vez, 
o uso moderado dos meios necessários são os meios menos lesivos à disposição do 
7 
 
 
 
agredido no momento da agressão, porém, capazes de repelir o ataque com 
eficiência. 
O agente também deve ter consciência de que está agindo na defesa de seu 
bem jurídico (requisito subjetivo), conforme bem anotam Eugênio Pacelli e André 
Callegari (2020). 
Ressalvadas, portanto, as posições contrárias, a doutrina majoritária sustenta 
ser imprescindível que o defensor tenha a convicção de que a sua atuação possui a 
finalidade de proteger o bem jurídico ameaçado. Não significa dizer que se deva ter a 
consciência da ilicitude da ação repelida, mas sim que a agressão (atual ou iminente) 
existe e é passível de lesionar o bem jurídico. Logo, entende-se que a reação deve 
possuir uma orientação subjetiva do agente, no sentido de afastar o risco do dano ou 
oferecer defesa a este. 
Ultrapassadas as questões iniciais para o entendimento da legítima defesa, 
pode-se agora determinar quem são os agentes de segurança pública mencionados 
no novel dispositivo legal, uma vez que este não especifica quem seriam eles. Da 
simples leitura do dispositivo é possível perceber que se trata de verdadeira norma 
penal de fundo constitucional, isso porque é preciso buscar o conceito de agentes de 
segurança pública na Constituição Federal. 
Nessa toada, aplicando-se de forma analógica (lembre-se que o direito penal 
permite a analogia in bonam partem) o quanto disposto no art. 121, § 2º, VII do Código 
Penal, que trata do homicídio contra integrantes dos órgãos de Segurança Pública, 
pode-se afirmar que são tutelados pela norma os agentes ou autoridades descritas 
nos arts. 142 e 144 da Carta Magna, ou seja, os membros das forças armadas e as 
polícias em geral. Vale frisar ainda que as guardas municipais e os agentes 
penitenciários (federais, estaduais e distritais), atualmente denominados policiais 
penais, também são abarcados pelo tipo, uma vez que estão disciplinados no inciso 
VI e § 8º do art. 144 da Constituição Federal. 
Diferentemente, os agentes de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal (polícia legislativa) não são abrangidos pela qualificadora, uma vez que a 
previsão das chamadas “polícias legislativas” encontra-se nos artigos 51 e 52 da 
8 
 
 
 
Constituição Federal. Do mesmo modo, eventuais agentes públicos diversos e 
particulares, também não encontram respaldo na norma, portanto, para eles não 
poderia ser aplicado o art. 25, parágrafo único do CP. Nesse sentido, ensina Renato 
Brasileiro de Lima (2020) 
[...] na eventualidade de agentes públicos diversos (v.g. Promotor de Justiça), 
ou se um particular, agirem no sentido de repelir agressão a vítima mantida 
refém durante a prática de crimes, quiçá provocando a morte do autor do 
delito, não há falar em aplicação do parágrafo único do art. 25 do Código 
Penal, o que, no entanto, não afasta a possibilidade de reconhecimento da 
legítima defesa, porém, com fundamento no caput do referido dispositivo 
legal. 
Pode-se dizer que a novidade legislativa pôs fim à discussão doutrinária quanto 
à excludente de ilicitude que deveria ser aplicada diante da atuação letal de um agente 
de segurança pública, se a legítima defesa ou o estrito cumprimento do dever legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA 
Nos termos do artigo 32 do Código Penal, as penas dos delitos podem ser 
restritivas de direito, privativas de liberdade ou de multa. 
O artigo 49 define a pena de multa como pagamento ao fundo penitenciário de 
quantia fixada na sentença. Importante ressaltar que cada tipo penal tem definida a 
pena corporal (reclusão, detenção) e a pena pecuniária (multa). 
O valor é calculado conforme um “índice” chamado “dia-multa”, cujo valor será 
definido pelo juiz com base na situação econômica do réu, não podendo ser inferior a 
um terço do maior salário mínimo na época dos fatos, nem superior a 5x esse salário: 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da 
quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 
10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem 
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices 
de correção monetária. 
O prazo de pagamento da pena de multa é 10 dias após o trânsito em julgado 
da sentença. Se o condenado requerer, dependendo das circunstâncias, o juiz pode 
permitir que o pagamento seja parcelado. 
A Lei nº 13.964/19, alterou a redação do artigo 51 do Código Penal, 
estabelecendo que a multa será executada perante o Juiz da Execução Penal e que 
estará sujeita às normas da dívida ativa da Fazenda Pública: 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será 
considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação 
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às 
causas interruptivas e suspensivas da prescrição. 
Não houve grande mudança na redação desse artigo, porém vale salientar que 
essa sujeição da pena pecuniária às normas da Fazenda gera consequências 
práticas, como por exemplo o cálculo da prescrição, que não atenderá aos requisitos 
da prescrição penal (artigo 107, inciso IV, e seguintes, do Código Penal), e sim, aos 
requisitos da prescrição da dívida ativa. 
10 
 
 
 
TEMPO MÁXIMO DE CUMPRIMENTO DE PENA 
A aplicação de uma pena tem os seguintes objetivos: a) retribuir ao infrator 
penal um “castigo” por suas ações, b) intimidar a sociedade, pois o castigo imposto 
ao delinquente serve de exemplo, e c) reintegrar o preso à sociedade. 
O artigo primeiro da Lei de Execuções Penais assim estabelece: 
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença 
ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração 
social do condenado e do internado. 
O artigo 5º, inciso XLVII, alínea b da Constituição Federal/88 proíbe 
expressamente a aplicação da pena de prisão perpétua. Além disso, nosso país é 
signatário de tratados internacionais de direitos humanos, sendo importante a 
promoção da liberdade do indivíduo e a proteção contra penas degradantes. 
Desta forma, a aplicação de penas perpétuas não apenas infringiria normas 
constitucionais, mas ainda, fugiria do escopo da aplicação da pena. 
Por esta razão, a lei traz um limite de tempo de pena, nos termos do artigo 75 
do Código Penal. Eram 30 anos; com o advento da Lei n.13.964, passam a ser 40 
anos. 
Importante constar que essa alteração se dá devido ao aumento da expectativa 
de vida, que era menor quando o Código Penal foi editado, em 1940. 
Apenas para esclarecer eventual dúvida, é possível sim na prática que o 
condenado cumpra pena superior ao limite do caput do artigo 75, tendo em vista a 
redação do parágrafo segundo, que estabelece que condenação referente a fato 
POSTERIOR ao início do cumprimento da pena requer uma nova unificação de penas, 
neste caso desconsiderando o período de pena já cumprido.11 
 
 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL 
O instituto do livramento condicional é um benefício atribuído ao apenado que 
permite o cumprimento do restante da pena em liberdade. Para tanto, o condenado 
precisa atender certos requisitos e cumprir determinadas condições no gozo do 
livramento. 
A crise carcerária no Brasil é real e crescente, as unidades prisionais que 
servem ao regime fechado estão abarrotadas, não há espaço físico para acomodar 
todos os encarcerados, não há estrutura para garantir o mínimo de dignidade para 
essas pessoas. Noutro sentido, as colônias penais, que acomodam os apenados em 
regime semiaberto, estão a permitir que o condenado saia da colônia pela manhã e 
retorne no fim do dia, o que é típico do regime aberto, cumprido nas Casas de 
Albergado. 
Por falta de unidades próprias para o cumprimento das penas em regime aberto 
(Casa de Albergado), aplica-se a analogia mais favorável ao sentenciado, portanto é 
muito comum que o regime aberto seja cumprido domiciliarmente, o que se denomina 
prisão albergue domiciliar (P.A.D). 
Com isso, o livramento condicional passou a ser preterido pelos sentenciados, 
visto que, a prática dos regimes semiabertos e abertos davam maior liberdade ao 
beneficiado. Guilherme de Souza Nucci (2020) bem ilustra o cenário ao dizer que 
“diante do quadro lastimável em que se encontra os regimes fechados, semiaberto e 
aberto, ao se aproximar do semiaberto ou do aberto, o condenado não quer pensar 
no benefício do livramento condicional”. 
A Lei 13.964/19 altera os prazos para a progressão de regime, deixando-os 
mais rígidos, com isso espera-se que o livramento condicional volte a ser utilizado 
durante o cumprimento da pena. 
São duas as alterações feitas pelo Pacote Anticrime no artigo 83 do Código 
Penal, o qual elenca os requisitos para a concessão da liberdade condicional. 
Entretanto, antes de adentrar no tema, cumpre destacar a existência de 
requisitos objetivos e subjetivos para o benefício. Os primeiros referem-se à 
12 
 
 
 
quantidade de pena base e do tempo a ser cumprido para que o condenado tenha 
direito de pedir o benefício, fator temporal. Os requisitos subjetivos, por sua vez, se 
referem ao comportamento do agente durante o período que esteve privado da 
liberdade, aqui observa-se os fatores pessoais e comportamentais do indivíduo. 
Dito isso, podemos analisar a primeira alteração para a concessão do 
livramento que, na verdade, é a uniformização dos termos legais. Anteriormente, o 
artigo 83, III do CP, previa que o requerente do benefício apresentasse um 
comportamento satisfatório, regular, ao passo que a Lei de Execução Penal, em seu 
artigo 112, exigi bom comportamento. 
Nota-se que havia um entrave entre a lei geral e a lei especial, o que se 
uniformizou com a implantação da Lei 13.964/19, agora, o bom comportamento é 
exigência expressa em ambas as normas. 
A segunda modificação, regulamenta a exigência do não cometimento de falta 
grave para a concessão do livramento. Antes, a jurisprudência entendia que não era 
possível, por falta de previsão legal, incluir a falta grave como causa impeditiva, de 
natureza objetiva, para o recebimento do benefício. Agora, a falta grave é requisito 
objetivo e a sua falta acarreta a negação do pedido de liberdade condicional. 
Desta forma, os requisitos objetivos e subjetivos estão mais evidentes e 
uniformes na legislação sendo considerados requisitos objetivos: a) Pena igual ou 
inferior a dois anos; b) Cumprimento de mais de 1/3 da pena, se primário; c) 
cumprimento da 1/2, se reincidente em crime doloso; d) mais de 2/3, se condenado 
por crime hediondo, prática de tortura, tráfico de drogas, tráfico de pessoas, se o 
apenado não for reincidente específico de crimes dessa natureza. 
Os requisitos subjetivos, por sua vez são: a) bom comportamento durante a 
execução da pena; b) não cometimento de falta grave nos últimos doze meses; c) bom 
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; d) reparação do dano causado pela 
infração, salvo efetiva impossibilidade de fazê-la. 
Cabe ressaltar que, antes da atualização pelo pacote anticrime, apenas o porte 
ou posse ilegal de arma de fogo de uso proibido era considerado crime hediondo pela 
lei. Entretanto, com um aumento da presença de armamento proibido na mão de 
13 
 
 
 
criminosos, outras condutas relacionadas à arma de fogo foram enquadradas como 
hediondo, excluindo-se a arma de fogo de uso restrito: 
• Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido; 
• Comércio ilegal de armas de fogo; 
• Tráfico Internacional de armas de fogo, acessórios ou munição. 
Por fim, pode-se afirmar, que o as alterações do Pacote Anticrime “ressuscitam” 
o uso do Livramento Condicional, por prever maior rigidez para a progressão de 
regime. Paralelamente, uniformiza os requisitos subjetivos para a concessão do 
referido benefício, tornando-os mais claros e fixos para a apreciação do magistrado. 
Dos efeitos da condenação 
É de amplo conhecimento, que uma condenação criminal repercute na vida do 
sentenciado por longos anos, ou até o fim de sua vida. As consequências de uma 
sentença condenatória são diretas e indiretas, imediatas e tardias, previstas na 
legislação, como se observa nos arts. 91 e 92 do CP, bem como imprevisíveis, que 
serão sentidas intimamente pelo apenado durante e após o cumprimento de sua pena. 
A Lei 13.964/19 introduz, pelo artigo 91-A, um novo efeito da condenação, o 
qual objetiva o combate ao enriquecimento ilícito daqueles que cometerem crimes. 
Vejamos o dispositivo: 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine 
pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a 
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à 
diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja 
compatível com o seu rendimento lícito. 
Observa-se que os bens tidos como proveitos do crime, poderão ser tomados 
do condenado por crime com pena máxima superior a seis anos de reclusão, quando 
o montante de seus bens não corresponder aos rendimentos lícitos declarados. 
Para tanto, entende-se como patrimônio do sentenciado todos os bens de sua 
titularidade, ou dos quais tenha domínio e o benefício direto ou indireto, na data da 
infração ou recebidos anteriormente. Bem como aqueles transferidos a terceiros a 
título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, após o início da pratica delituosa. 
14 
 
 
 
Ressalta-se que o novo dispositivo trata de assegurar ao sentenciado o 
contraditório e a ampla defesa, destacando que este poderá demonstrar a inexistência 
da incompatibilidade ou a procedência dos bens. Sendo dever da acusação 
demonstrar a ocorrência do enriquecimento ilícito, não há que se falar em inversão do 
ônus da prova. 
Cabe ao Ministério Público requerer, expressamente, essa perda dos bens logo 
que ofereça a denúncia referente ao crime apurado, indicando a diferença entre os 
bens tidos como ilícitos e a renda declarada do acusado. Nucci (2020) ensina que “o 
órgão acusatório promoveria ação penal, cumulada com o pleito da perda patrimonial, 
indicando a diferença exigida pelo caput do art. 91-A”. 
Na sentença que condenar o réu a perda de seus bens, o magistrado deverá 
declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. 
No mesmo sentido, o § 5 do artigo 91-A do C.P, determina que “Os 
instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e 
milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, 
dependendo da Justiça onde tramita a ação penal (...)”. 
A supracitada decretação ocorrerá mesmo que os instrumentos não 
representem perigo à população, à moral ou à ordem pública, nem ofereçam risco de 
serem utilizados em novas infrações penais. 
Entende-se que a regra não caracteriza um novo fato típico, mas sim o efeito 
de uma condenação por crimes graves, tendoem vista a pena máxima a ser 
observada, como é o caso do Peculato, Concussão, Corrupção Passiva e outros. 
Busca o legislador alcançar a restituição dos valores adquiridos pelo agente no 
cometimento do crime e impedir que este goze dos frutos financeiros derivados do 
enriquecimento ilícito. 
Causas impeditivas da prescrição 
A prescrição é a extinção do poder punitivo (jus puniendi) do Estado, após o 
decurso de um prazo. Os artigos 116 e 117 do Código Penal descrevem as causas 
impeditivas/suspensivas e interruptivas da prescrição. Nos casos de suspensão da 
15 
 
 
 
prescrição (art. 116 do CP) a contagem do prazo fica suspensa, retomando-se, depois, 
de onde parou. Nos casos de interrupção da prescrição (art. 117 do CP), a contagem 
do prazo zera, voltando ao início, sendo desprezado o tempo anteriormente 
computado. 
A Lei 13.964/19 trouxe duas novas causas suspensivas da prescrição, 
dispostas no artigo 116, III e IV, do C.P. Extrai-se do dispositivo mencionado que, 
antes de transitar em julgado a sentença final, a prescrição não corre; (III) na 
pendencia de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores 
quando inadmissíveis e (IV) enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de 
não persecução penal. 
Na primeira situação, observa-se que há a suspensão da prescrição entre a 
data da sentença condenatória e a data da prolação da decisão que inadmite os 
embargos ou recursos aos Tribunais Superiores. Com isso, a prescrição só continuará 
a ser computada durante o julgamento de embargos e recursos plenamente admitidos, 
impedindo que as ferramentas processuais de defesa sejam usadas para protelar os 
processos, acarretando a prescrição. 
A segunda inclusão refere-se à suspensão da prescrição durante o 
cumprimento do acordo de não persecução penal. Como veremos, o pacote anticrime 
inclui o artigo 28-A no Código de Processo Penal, o qual possibilita ao Ministério 
Público, em vez de denunciar o investigado, conciliar com ele um acordo. Sendo a 
proposta de não persecução penal aceita pelo investigado a prescrição punitiva do 
agente ficará suspensa, até o seu integral cumprimento, o que acarretará a extinção 
da punibilidade. 
Caso o acordo não seja cumprido, o mesmo será rescindido e o Ministério 
Público oferecerá a denúncia normalmente, independentemente do tempo 
transcorrido, tendo em vista que a prescrição do crime estava suspensa, voltando a 
ser computada normalmente com fim do acordo. 
 
 
16 
 
 
 
NOVAS MAJORANTES NO CRIME DE ROUBO 
Antes da alteração legislativa feita no artigo 157 em seus parágrafos do Codex 
penalista, pelo Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019), utilizar arma branca como meio 
de execução não seria mais motivo de majorar a pena, alteração esta feita pela lei nº 
13.654 em abril de 2018. No entanto, o legislador no pacote anticrime resolver 
consertar o que foi feito, incluindo novamente a arma branca como majorante do crime 
de roubo. Veja a causa de aumento de pena incluída pela novel lei: 
Art. 157 
(...) 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 até a metade: 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma 
branca; 
Nesse sentido, há majoração (Causa de aumento de pena - Roubo 
circunstanciado) também quando o agente delitivo utiliza arma de fogo para subtrair 
coisa alheia móvel, o parágrafo 2-A foi introduzido pela lei 13.654/18. Veja o que 
obtempera o artigo: 
Art. 157 
(...) 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, 
de 2018) 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; 
Impende-se registrar que a Lei Anticrime criou um novo parágrafo, qual seja, o 
parágrafo 2º-B, instituindo uma nova causa de aumento de pena que neste caso será 
dobrada. Nesse sentido, a pena será aplicada em DOBRO se o sujeito ativo do delito 
de roubo subtrair coisa alheia móvel utilizando como meio executório arma de fogo de 
uso RESTRITO OU PROIBIDO. Veja o que preconiza o artigo: 
Art. 157. 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em DOBRO A PENA prevista no 
caput deste artigo. 
17 
 
 
 
Por fim, saliente-se que como a lei 13.964 de 24 de dezembro de 2019 instituiu 
novas causas de aumento de pena, está Lei não irá retroagir, pois estamos diante de 
uma novatio legis in PEJUS (Lex Gravior). 
Indaga-se: Como ficará a situação de um indivíduo que comete um crime sob 
a vigência da lei nº 13.654 que revogou a majorante de arma branca? 
Simples, a lei nº 13.654/18 irá ultragir para alcançar fatos quando cometidos 
sob sua vigência. Logo, será aplicado o benefício da retirada da causa de aumento de 
arma branca mesmo após a inclusão novamente da majorante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
REPRESENTAÇÃO NO CRIME DE ESTELIONATO 
Primeiramente, antes de adentrar as mudanças trazidas pelo pacote anticrime, 
é necessário entender o que é o crime de estelionato. 
Diz o Art. 171 do Código Penal: 
Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo 
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento. 
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez 
contos de réis. 
Em simples palavras o crime de estelionato nada mais é do que enganar uma 
pessoa para obter uma vantagem ilícita. 
No que diz respeito ao processamento dos crimes, é importante mencionar que 
as ações penais, estão classificadas da seguinte maneira: condicionadas ou 
incondicionadas à representação da vítima. A representação, significa dizer que a 
vítima tem que querer que o processo ocorra, é necessário que a mesma consinta 
para que o processo penal inicie. 
Já as ações de natureza incondicionada à representação, são aquelas em que 
o Ministério Público tem a titularidade da representação, sendo que, se existir a autoria 
e a materialidade do crime, não é necessário a representação da vítima. 
Com a chegada do Pacote Anticrime, o crime de estelionato deixou de ser uma 
ação de natureza incondicionada, de modo que passou a depender da representação 
da vítima, seja para os casos novos, ou para aqueles antigos que já estão em curso 
em razão do benefício que gera aos indiciados ou réus em ações penais cujo o tipo 
penal seja o estelionato. 
Veja-se como ficou a nova redação da Lei, a qual alterou a classificação da 
ação penal para o crime de estelionato: 
Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, 
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer 
outro meio fraudulento. 
(...) 
5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: 
19 
 
 
 
I – a Administração Pública, direta ou indireta; 
II – criança ou adolescente; 
III – pessoa com deficiência mental; ou 
IV – maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
Regra geral o crime de estelionato será processado mediante ação penal 
condicionada a representação da vítima, excetuando-se as hipóteses acima 
destacadas. 
Assim, importante ressaltar que, aquelas pessoas que estiverem sendo 
investigadas por prática de crime de estelionato, não se enquadrando em nenhum dos 
casos mencionados acima, cuja ação penal deva ser incondicionada, deve de 
imediato procurar um advogado, a fim de que este atue em seu favor no sentido de 
requerer o arquivamento do inquérito por falta de representação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
DESTINAÇÃO DE BENS APREENDIDOS 
Não é raro que durante uma abordagem ou operação policial, objetos sejam 
apreendidos. Esses podem ser úteis ao processo como meio de prova da ocorrência 
de um crime e de sua autoria. Todavia, em algum momento esses bens perdem a 
utilidade processual e podem ser restituídos a quem de direito, quando não há a quem 
restituir a coisa, o Código de Processo Penal dá o adequado direcionamento aos 
objetos.Os Capítulos V e VI do Código de Processo Penal trata da Restituição das 
Coisas Apreendidas. Nesse sentido, observamos o artigo 118 do referido diploma 
legal que, de forma expressa, preceitua que os bens apreendidos não serão 
restituídos enquanto interessarem ao processo. Em seguida, o artigo 120 do Código 
de Processo Penal destaca que poderá o juiz ordenar a restituição de ofício, desde 
que não haja dúvidas acerca do direito do reclamante. 
Desta forma, identificamos que os bens apreendidos ficarão à disposição 
processual enquanto necessário, bem como que o magistrado poderá ordenar a 
restituição dos mesmos quando estes não forem mais uteis ao processo, estando 
certo o direito daquele que reclama a devolução dos bens. Além disso, os 
supramencionados capítulos da lei processual penal estabelecem outras providencias 
sobre o assunto. 
A lei 13.964/19 trouxe novos contornos e regras sobre as coisas apreendidas, 
incluindo ao Código de Processo Penal dois novos artigos que, determina a 
destinação dos valores adquiridos com o leilão desses bens, prevendo, também, o 
aproveitamento de alguns objetos aprendidos. Passemos a análise dos temas. 
Das coisas apreendidas e perdimento de bens 
Sobre o destino das coisas apreendidas, é importante observar três artigos da 
lei processual penal. Primeiramente, importa evidenciar que “a restituição, quando 
cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos 
autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante”. é o que dispõe 
o artigo 120 do Código de Processo Penal. Desta forma havendo a quem restituir a 
coisa, sendo ela possível de restituição, a devolução se dará. 
21 
 
 
 
 
No entanto, é possível que ocorra o perdimento desses objetos. Nessa 
hipótese, os bens utilizados para a prática de crimes ou que sejam produtos da 
atividade ilícita podem ser perdidos em favor da união. O artigo 133 do Código de 
Processo Penal destaca que após o trânsito em julgado da sentença condenatória, 
será determinada “a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento 
tenha sido decretado”. 
Levando em consideração os dispositivos supracitados, a Lei 13.964/19 alterou 
o artigo 122 da lei processual penal. Anteriormente e, se possível, a perda dos bens 
apreendidos em favor da união, era decretada após noventa dias do trânsito em 
julgado da sentença condenatória. Agora, o artigo 122 do Código de Processo Penal 
ganhou nova redação, determinando que: 
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão 
alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. 
Retira-se o prazo de noventa dias da sentença condenatória irrecorrível para 
que o perdimento dos bens seja possível. O dispositivo remete-se diretamente ao 
artigo 133 do mesmo diploma legal que, nas palavras de Nucci (2020), “menciona a 
viabilidade de, tão logo ocorra o trânsito em julgado, avalie-se e venda-se em leilão o 
que foi apreendido”. 
Desta forma, encerrado o processo criminal, existindo bens apreendidos, se for 
o caso, o magistrado ordenará o perdimento desses em favor da união, procedendo, 
se necessário, o leilão das coisas para sejam convertidas em pecúnia. 
Destinação e Aproveitamento dos Bens apreendidos e perdidos em favor 
da União 
O Pacote Anticrime incluiu um novo dispositivo ao Código de Processo Penal, 
o 124-A, vejamos: 
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de 
outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima 
determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos. 
22 
 
 
 
O supradito dispositivo tem por finalidade destinar determinados bens 
apreendidos a locais apropriados. Desta forma, obras de arte ou de relevante valor 
cultural ou artístico que forem apreendidos e perdidos serão encaminhados a museus 
públicos, isso quando não existir uma vítima determinada. 
Como dito, os bens que forem apreendidos podem ser restituídos a quem de 
direito, perdidos para a união ou destinados a locais apropriados em casos 
específicos. Quando perdidos em favor da União, os bens precisam ser destinados 
para que tenha o melhor uso possível e sendo inviável essa utilização, os objetos 
serão leiloados e transformados em valores pecuniários. 
A Lei 13.964/19 alterou o texto do artigo 133 do Código de Processo Penal que 
previa a determinação, de ofício ou a requerimento do interessado, de avaliação e 
venda dos bens apreendidos em leilão público. Com isso, o valor apurado que não 
coubesse à vítima ou terceiro interessado era recolhido ao Tesouro Nacional. 
Vejamos a nova redação do artigo 133 do Código de Processo Penal: 
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou 
a requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará a 
avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido 
decretado 
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber 
ao lesado ou a terceiro de boa-fé. 
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, 
exceto se houver previsão diversa em lei especial. 
Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício, a 
requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a venda dos bens 
perdidos em leilão público. Os valores adquiridos com o leilão, que não couberem à 
vítima ou terceiro de boa-fé, serão recolhidos aos cofres públicos, mais 
especificamente ao Fundo Penitenciário Nacional, salvo se houver previsão em 
contrário. 
Sobre isso Guilherme de Souza Nucci (2020) sinaliza que “está correta essa 
destinação, pois esse Fundo é o que sustenta (ao menos deveria) a construção e 
manutenção de presídios”. 
23 
 
 
 
Após a reforma do disposto supradito, a Lei 13.964/19 trouxe novo dispositivo 
a norma processual penal, o artigo 133-A, o qual dispõe que: 
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a 
utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida 
assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da 
Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da 
Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o 
desempenho de suas atividades. 
O aproveitamento dos bens apreendidos e perdidos pelas Autoridades 
Judiciárias já era uma prática comum antes da inclusão do artigo 133-A no Código de 
Processo Penal. Ocorre que, por falta de previsão expressa, isso se dava por 
disposições internas dessas instituições, é o que informa Nucci. 
O supramencionado dispositivo legal regulariza essa prática. Agora, as 
instituições atreladas ao sistema prisional, socioeducativo, os destacados no artigo 
144 da Constituição Federal e outros poderão utilizar os bens apreendidos, 
sequestrados e sujeitos a medidas assecuratórias, no desempenho de suas 
atividades. 
O parágrafo primeiro do artigo 133-A, destaca que “o órgão de segurança 
pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que 
ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização”. Noutro sentido, o 
parágrafo segundo determina que além dessas entidades “demonstrado o interesse 
público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos.”. 
O parágrafo terceiro e quarto do supradito artigo, estende a possibilidade do 
aproveitamento dos bens apreendidos aos veículos, embarcação ou aeronave. 
Nesses casos, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e 
controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do 
órgão público beneficiário, após o trânsito em julgado a propriedade desses bens 
poderá ser integre definitivamente à entidade pública beneficiária. 
 
 
 
24 
 
 
 
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA 
A audiência de custódia está prevista no artigo 310 do Código de Processo 
Penal e estabelece, em síntese,que o juiz deverá promover a audiência de custódia, 
no prazo máximo de 24h após a realização da prisão, com a presença do acusado, 
seu advogado constituído ou membro de Defensoria Pública e o membro do Ministério 
Público. 
Na ocasião será analisada a necessidade da manutenção da prisão, 
convertendo-a em preventiva se assim for o entendimento do juiz e, se ilegal a prisão, 
será relaxada. Se estiverem presentes na conduta do acusado e verificado pelo juiz a 
legitima defesa, estado de necessidade ou estrito cumprimento do dever legal ou 
exercício regular do direito, será concedida a liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento aos atos processuais. 
Por outro lado, se reincidente ou integra organização criminosa armada ou 
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, será negada a liberdade provisória. 
E, por fim, se transcorridos as 24h sem a realização de audiência de custódia 
sem motivação idônea, a prisão passará a ser considerada ilegal, devendo, portanto, 
ser relaxada. Esses são os termos do art. 310 do CPP. 
O STF já estabeleceu que a audiência de custódia é direito público subjetivo de 
caráter fundamental, assegurado por convenções internacionais de direitos humanos, 
sendo assim prerrogativa não suprimível. (STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994)) 
O Pacote Anticrime trouxe vedação da possibilidade de o juiz decretar a prisão 
preventiva de ofício, devendo ser provocado pela autoridade policial ou pelo Ministério 
Público. 
 
 
 
 
25 
 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: SISTEMA ACUSATÓRIO OU 
INQUISITÓRIO? 
Muito se falava a respeito do Pacote Anticrime com relação a trazer um sistema 
acusatório no Código de Processo Penal brasileiro e apartar o sistema inquisitório, 
mas o mais relevante é saber diferenciá-los. A lei de nº 13.964/19 alterou o referido 
Código, em destaque para o seu art. 3ª-A, o qual afirma que o Processo Penal deverá 
ter uma estrutura acusatória, inclusive, vedadas são as iniciativas dos juízes na fase 
de investigação e substituição probatória do órgão de acusação. É necessário 
entender a lógica do sistema acusatório, para isso é necessário falar sobre o sistema 
anterior — o inquisitório. 
Historicamente, o Direito e o inquérito possuem características de serem 
inquisitórios, e há um conceito partido da premissa da “verdade real”: aquilo que o 
indivíduo conjectura e prova que determinado fato efetivamente aconteceu. Um dos 
problemas do sistema inquisitório é que se partia desta verdade, ou seja, era 
observado tal fato para que o juiz (que é o acusador ou interrogador) chegasse à 
conclusão a respeito daquilo, e com base nisto, ele fazia todo o procedimento para 
provar o fato que já estava em sua mente, não para que fosse verificado o que 
realmente aconteceu. Na verdade, a verdade real só existe em uma situação fática e 
as pessoas que a sabem são as que efetivamente estavam lá; o que existe realmente 
é a verdade processual. 
O sistema inquisitório possuía determinadas características, as quais são 
possíveis verificar que se perduram em nosso sistema processual hoje. Tínhamos 
dentro de apenas uma figura um juiz, um acusador e às vezes, inclusive, aquele que 
era responsável por fazer cumprir aquela pena. Dentre outras características do 
sistema inquisitório, era amplamente aceita a denúncia anônima (denúncia esta em 
que o denunciante não precisaria aparecer), isto quando não era o próprio acusador 
que era o denunciante. 
Em nosso contexto atualmente, apesar de procedimentos terem o início 
possível com base em uma denúncia anônima, o STJ já decidiu amplamente que o 
inquérito, por exemplo, não poderá ser iniciado por uma denúncia anônima, porque 
26 
 
 
 
apesar de o indivíduo ser livre para falar o que bem entender, nossa Constituição veda 
o anonimato. 
Outro ponto a ser observado é sobre os procedimentos que poderiam ser 
sigilosos, claro que com exceções de que o procedimento era público, como 
enforcamentos e julgamentos, mas a regra era o sigilo. Então, aquele inquisidor além 
de ser julgador e acusador, ele não precisava que ninguém visse aquilo que ele estava 
fazendo; ele não permitia que a população tomasse conhecimento dos fatos que 
ocorriam, até porque às vezes a população poderia se revoltar com relação a algumas 
situações. 
A prisão no sistema inquisitório era uma regra — provavelmente o indivíduo era 
preso antes mesmo de iniciar qualquer tipo de procedimento — e a confissão era a 
“rainha” das provas, por isso a tortura era admissível. Havia vários tipos de tortura e o 
acusado até tinha algum tipo de “direito”, como ser submetido a apenas um método 
de tortura por dia. Existia às vezes a figura do advogado, mas ele tinha apenas a 
função de fazer aquela pessoa se arrepender logo e fazer a confissão de uma vez por 
todas; não havia uma função efetiva de defesa. Tudo era feito para se provar que 
aquele sujeito era de fato culpado, e não para se verificar o que realmente aconteceu. 
Consequentemente estas práticas foram reduzidas com o sistema acusatório, mas 
qualquer semelhança com a nossa realidade, é mera coincidência. 
A confissão era a prova máxima e a tortura era suficiente para que esta 
confissão fosse feita. O interrogatório normalmente era a parte mais importante do 
procedimento no sistema inquisitório. Não havia recurso e nem coisa julgada, pois o 
poder era todo centralizado na figura de apenas uma pessoa que detinha o poder 
máximo e soberano do Poder Estatal ou da Igreja naquele momento. Ora, se o Estado 
e a Igreja não podiam ser contestados, naturalmente não teria como haver recurso. 
Sendo a principal característica deste sistema aquele que concentrava o poder 
absoluto. Quando o inquérito acaba tendo características inquisitórias, é exatamente 
aí que determinado indivíduo tem poder absoluto para investigar, e este inquérito 
acabará servindo para formular indícios que não são provas, ou seja, em regra, não 
deveria entrar no sistema penal, inclusive. Muitos autores defendem que o inquérito 
nem mesmo deveria ir para o processo, e sim que o promotor deveria separar as 
27 
 
 
 
partes investigativas que achasse importante, mas que o inquérito não poderia fazer 
parte do processo. 
Apesar de no sistema inquisitório haver a possibilidade de uma absolvição, 
quase nunca ela era utilizada, porque simplesmente não havia provas o suficiente 
para condenar alguém. Portanto, a absolvição era muito rara na época da inquisição, 
deixando o gancho aberto para que se não houvesse provas ontem e houvesse provas 
hoje, poderia condenar, enforcar, ou até mesmo queimar o acusado. Segundo 
Alexandre Morais da Rosa, o juiz só quer produzir provas se ele acha que tais provas 
existem. Então, ele só toma a frente para produzir uma prova se ele acha que ela 
realmente perdura. Quando se permite que o juiz tenha a capacidade de produção de 
provas (vedado pelo Pacote Anticrime), é o mesmo que afirmar que o juiz pode se 
convencer de algo e ir atrás de tal fato, retirando do Ministério Público — que não é 
mais o Órgão acusador principal — a função de acusação que era repassada ao 
magistrado para que ele produzisse a prova. 
O sistema que passa a ser acusatório também possui características que são 
como lógica, ou seja, se há algo dentro do Código de Processo Penal anterior ao 
Pacote Anticrime no que tange a este sistema, provavelmente estará contrário à esta 
lógica; automaticamente é possível que tenha havido uma revogação tácita de tal 
situação, como por exemplo, a liberdade da produção de provas que ainda acontece 
no Código de Processo Penal. 
A primeira das características é a separação dos papeis: uma clara distinção 
entre quem é o acusador e quem é o julgador. Se o acusador não quer que 
determinada coisa seja feita, o juiz não pode tomar a frente deste acusador por achar 
que é necessário e fazer praticar tal ato. O juiz deve se colocarna situação de alheio 
ao processo. Respectivas características importantes são que a iniciativa probatória 
pertence às partes, não ao magistrado. Não existindo mais aquela situação de 
“testemunha do juízo”; ou as partes chamam todos a quem lhes interessem, ou não 
poderá haver este tipo de testemunha. As partes que produzem todas as provas que 
lhes interessem, ou estas provas não irão para os autos. Não existe a verdade real, e 
sim a processual, como dito anteriormente. O juiz, então é o terceiro imparcial; ele 
deve ficar completamente distante da produção das provas. O ideal seria que ele só 
fosse apresentado às provas no momento do julgamento para que pudesse ter uma 
28 
 
 
 
visão daquelas provas apresentadas por cada uma das partes (que seriam 
equivalentes) e julgar a partir dali. 
Apesar de caminharmos para este modelo, não é assim que funciona ainda. As 
partes devem ter os mesmos poderes, assim sendo, se o Ministério Público possui a 
possibilidade de fazer algo, a defesa também tem que ter a possibilidade de fazer o 
mesmo. 
A regra principal é a oralidade: dando-se preferência a alegações finais de 
maneira oral, e o juiz fazendo o julgamento com base nesta apresentação feita pela 
defesa e pela acusação. Mais uma das características é que o sistema acusatório 
deve ser público por natureza, isto significa que qualquer pessoa pode verificar se 
aquele sistema está seguindo as normas ou não. Deve haver também o contraditório 
e a ampla defesa de forma expressa e específica, sem essa de “contraditório deferido”, 
com o juiz tomando uma decisão e depois abrindo prazo para que a defesa se 
manifeste sobre tal decisão que já foi tomada. O contraditório existe de acordo como 
o Ministério Público apresenta algo e a defesa tem a possibilidade de ir contra aquilo. 
E vice-versa. 
Portanto, não é algo que acontece de forma posterior; acontece antes e deve 
ser respeitado no sistema acusatório. Tendo em vista que o juiz possui a possibilidade 
de lhes ser apresentadas as provas de imediato e julgar a partir dali, ele passará a ter 
uma desnecessidade de justificar tanto a sua decisão, podendo resolver a lide com 
base naquilo que lhe foi apresentado; não há a necessidade de “grampear” 
justificativas em um processo, passando a ter mais força por seu livre convencimento, 
desde que seja um juiz imparcial, claro. 
A coisa julgada passa a ter um poder maior; a absolvição é uma regra e se por 
acaso ela acontece, não poderá ser alterada (exceto se for algum dos tipos específicos 
de absolvição, mas que também tende a acabar). Uma última característica, mas não 
menos importante, é o duplo grau de jurisdição: a possibilidade de o acusado recorrer 
para um Órgão superior para que haja uma revisão de seu processo. Mesmo com um 
juiz imparcial e não precisando justificar tanto a sua decisão, não significa que o 
indivíduo não possa recorrer e discutir tal sentença, entendendo que por tais motivos, 
ela não deveria inteirar o processo. 
29 
 
 
 
Com a Lei 13.964/2019, de 24.12.2019 – o denominado “pacote anticrime” –, 
diversas modificações ocorreram nas esferas penal, processual penal e de execução 
penal. 
A lei nova insere o art. 3-A, no CPP, afirmando uma suposta estrutura 
acusatória do processo penal brasileiro: 
Art. 3-A, CPP: O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a 
iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação 
probatória do órgão de acusação. 
Não se pode negar que a inserção do art. 3-A, no CPP, é um avanço em termos 
de democracia processual penal, mormente a se considerar que, a partir da vigência 
da lei nova, o agora juiz de garantias (art. 3-B a 3-F, da Lei 13.964/2019) não terá 
qualquer iniciativa probatória de ofício. 
A nosso ver, houve, nesse aspecto, revogação tácita da regra do art. 156, I, do 
CPP, com redação dada pela Lei 11.690/2008, que facultava ao juiz, de ofício, 
“ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal (sic) [ou seja, na investigação 
preliminar], a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida.” 
Ademais, a previsão de que o juiz que atuará na fase processual não poderá 
se substituir na atuação probatória do órgão de acusação implica em reconhecer que 
o magistrado da fase de conhecimento não terá iniciativa probatória que prejudique o 
acusado. 
Em outras palavras, a partir da vigência da Lei 13.964/2019, somente se 
admite, no processo de conhecimento, iniciativa probatória pro reo pelo juiz presidente 
da instrução processual. Essa é a melhor interpretação que se pode conferir ao art. 
156, II, do CPP (é facultado ao juiz, de ofício, “determinar, no curso da instrução ou 
antes de proferir sentença, a realização de diligência para dirimir dúvida sobre ponto 
relevante), em cotejo com o novo art. 3-A, do CPP, que veda, ao juiz da fase 
processual, que se substituía nas funções do órgão de acusação. 
 
 
30 
 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
A Escola Superior da Defensoria Pública do Estado de Goiás, com o apoio da 
Associação Goiana das Defensoras e Defensores Públicos, trouxe um webinário 
especial com o autor, jurista e doutor em Direito Processual Penal na Universidad 
Complutense de Madrid Aury Lopes Junior e o doutor em Direito pela UFPR, 
professor, autor e juiz de direito de Santa Catarina Alexandre Morais da Rosa, 
abordando o tema Pacote Anticrime: Principais Aspectos Processuais Penais. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uQDYFBhmTVI 
 
É importante ressaltar que as opiniões emitidas no material complementar 
indicado são de exclusiva responsabilidade dos autores, não tendo qualquer relação 
com a instituição, tendo o propósito exclusivo de convidar o aluno à reflexão. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=uQDYFBhmTVI
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REFERÊNCIAS 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1. 16. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011. 
LIMA, Renato Brasileiro. Pacote Anticrime: comentários à Lei nº 13.964/19 - artigo 
por artigo. Salvador: Editora JusPodivum, 2020. 
PACELLI, Eugênio; CALLEGARI, André. Manual de Direito Penal. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2019. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Pacote Anticrime comentado: Lei 13.964, de 
24.12.2019 / Guilherme de Souza Nucci. – 1. Ed. – [2. Reimpr.] Rio de Janeiro: 
Forense, 2020. 
ALTAMIRANO, Claudia. Brasil é o 4º país mais corrupto do mundo, segundo 
Fórum Econômico Mundial. Disponível em: 
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/03/internacional/1475517627_935822.amp.ht
ml. Acesso em: 07 jul 2022. 
ARAÚJO, Emanuel. O teatro dos vícios: transgressão e transigência na 
sociedade urbana colonial. 2 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão: Causas e Alternativas. 
4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: SENADO, 1988. 
BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Lei que aperfeiçoa a legislação 
penal e processual. Brasília, DF: SENADO, 2019. 
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