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aula-01-Farmacologia-da-Dislipidemia-1o-sem-2017parte-1

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Agentes 
Hipolipemiantes 
Farmacologia 
Prof. Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança 
 
 
 Objetivo deste material didático é promover uma 
introdução ao estudo de farmacologia, motivar a leitura 
do tema em livros textos e diretrizes. 
 Busca contribuir para que o(a) futuro(a) prescritor(a) 
esteja atento(a) aos critérios da prescrição racional de 
medicamentos, alicerçado em bases técnicas e éticas. 
 Solicitamos o envio de sugestões e correções para o 
aprimoramento do material para larb@vm.uff.br 
 
mailto:larb@vm.uff.br
O que/como você prescreveria? 
Caso 1: paciente XY, homem, 50 anos, IMC 25, sedentário, sem 
comorbidades. Nega DM e tabagismo. Apresenta os seguintes exames 
de revisão: 
Que dados seriam úteis ? 
Medicamentos, História familiar, hábitos alimentares… 
Caso 2: LIPIDOGRAMA COMPLETO Material: SORO 
 TRIGLICERIDEOS....................: 378 mg/dl 
 Ideal.........: < 150 mg/dL 
 Pouco elevado.: 150 a 250 mg/dL 
 Moderadamente elevado.: 250 a 400 mg/dL 
 Elevado.......: > 400 mg/dL 
 COLESTEROL TOTAL...................: 311 mg/dl 
 Ideal...........: < 200 mg/dL 
 Moderadamente Elevado.: 200 a 240 mg/dL 
 Elevado.........: > 240 mg/dL 
 HDL - COLESTEROL..................: 66 mg/dl 
 Ideal...........: > 60 mg/dL (anula fator de alto risco) 
 Baixo...........: < / = mg/dL (Incluindo em definições de simdrome metabólica) 
 LDL - COLESTEROL...................: * mg/dl 
 Ideal...........: < 70 mg/dL 
 Objetivo em cardiopatía: < 100 mg/dL 
 Pouco elevado...: 100 a 130 mg/dL (Objetivo em alto risco) 
 Moderadamente elevado.:130 a 160 mg/dL (Objetivo em médio risco) 
 Elevado.........: 160 a 190 mg/dL (Aceitavel em baixo risco) 
 Marcadamente elevado..: > 190 mg/dL (Indica tratamento) 
 VLDL - COLESTEROL..................: * mg/dl 
 Ideal............: < 30 mg/dL 
 Moderadamente elevado.: 30 a 50 < 30 mg/dL 
 Elevado..........: 50 a 80 < 30 mg/dL 
 Marcadamente elevado.: > 80 < 30 mg/dL 
 EM CASOS DE TRIGLICERIDEOS ACIMA DE 350 mg/dL NÃO USAMOS A FORMULA DE FRIEDWALD. NESTES CASOS, SUGERE-
 SE A CORREÇÃO DA HIPER TRIGLICERIDEMIA ANTES DA REALIZAÇÃO DE NOVO LIPIDOGRAMA. 
O PROCESSO DA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE 
MEDICAMENTOS (os seis passos) 
 
Passo 1 - DEFINIR O PROBLEMA DO PACIENTE. 
Fisiopatologia da doença. 
V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da 
Aterosclerose, 2013 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Volume 101, Nº 4, Suplemento 1, 
Outubro 2013 
 
LDL = CT - ( TGL + HDL ) 
 5 
 
VLDL = TGL 
 5 
 
Fórmulas de FRIEDWALD 
“Em pacientes com hipertrigliceridemia (TG>400mg/dL), hepatopatia colestática 
crônica, diabete melito ou síndrome nefrótica, a equação é imprecisa. Nestes 
casos, o valor do LDL-C pode ser obtido por dosagem direta.” 
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2007 
classificação fenotípica ou bioquímica: 
a) Hipercolesterolemia isolada: LDL-C (≥ 160 mg/dL). 
b) Hipertrigliceridemia isolada: TG (≥150 mg/dL), que 
reflete o aumento de partículas ricas em TG como VLDL, 
IDL e QM. 
c) Hiperlipidemia mista: 
aumento de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e TG (≥150 
mg/dL). 
Se TG ≥ 400 mg/dL, considerar-se-á mista se o CT for ≥ 
200 mg/dL. 
d) HDL-C baixo 
(homens <40 mg/dL e mulheres <50 mg/dL) isolada ou em 
associação com aumento de LDL-C ou de TG. 
IV Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da 
Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da SBC, 2007 
Fatores de risco para 
aterosclerose que modificam as 
metas de LDL-C 
1) Fumo 
2) Hipertensão arterial sistêmica (PA ≥140/90mmHg) 
3) HDL-C* <40mg/dL 
4) Diabetes melito (são considerados como portadores 
 de aterosclerose) 
5) Idade (≥45 anos homens e ≥55 anos mulheres) 
6) História familiar precoce de aterosclerose (parentes de 
 1º grau <55 anos homens e <65 anos mulheres) 
 
*HDL-C >60mg/dL são considerados um fator protetor 
devendo ser descontado um fator de risco da soma. 
Recomenda-se a 
estratificação 
INDIVIDUAL de 
risco utilizando-se os 
dados clínicos ... 
Xantomas 
tendinosos 
Xantelasma 
Lipemia retinalis 
Xantomas eruptivos 
Xantomas palmares 
Xantomas tuberosos 
Causas das Dislipidemias 
☞ secundárias: ☞ Primárias 
 Diabetes Mellitus 
 Hipotireoidismo 
 Hipopituiritarismo 
 Insuficiência Renal Crônica 
 Síndrome Nefrótica 
 Atresia Biliar Congênita 
 Doenças de Armazenamento 
 Lupus Eritematoso Sistêmico 
 Álcool 
 Medicamentos 
Dislipidemias secundárias a 
medicamentos 
Álcool  TG 
Diuréticos  TG e  HDL 
 Bloqueadores sem ASI  TG e  HDL 
Anticoncepcionais  TG 
Glicocorticóides  Chl T e  TG 
Anabolizantes  Chl T e  HDL 
estrógenos pós-menopausa  ↓ LDL, ↑VLDL e ↑ HDL 
III Diretriz de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. 
Arq Bras Cardiologia 77, (supl. III), 2001 
O PROCESSO DA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS (os seis 
passos) 
 
Passo 1 - DEFINIR O PROBLEMA DO PACIENTE. 
 Fisiopatologia da doença. 
 
 
 
Passo 2 - ESPECIFICAR O OBJETIVO 
TERAPÊUTICO 
Definir qual será o objetivo terapêutico 
(vai tratar para quê?) 
Critérios de identificação de pacientes com alto 
risco de eventos coronarianos 
 
1. Doença aterosclerótica arterial coronária, 
cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com manifestações 
clínicas (eventos CV) 
2. Ateroclerose na forma subclínica, significativa, documentada 
por metodologia diagnóstica. 
3. Procedimentos de revascularização arterial 
4. Diabetes melito tipos 1 e 2 
5. Doença renal crônica 
6. Hipercolesterolemia familiar (HF) 
Diretrizes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 
Redução do LDL-C e eventos cardiovasculares 
0 
30 
LDL-C (mg/dl) 
E
v
e
n
to
s
 (
%
) 
90 100 120 170 180 200 
Ballantyne CM Am J Cardiol 1998;82:3–12Q. 
25 
20 
15 
10 
5 
140 160 130 
CARE LIPID 
4S 
WOSCOPS 
Prevenção secundária 
Prevenção primária 
estatinas 
Placebo 
AFCAPS 
110 150 190 
CARE 
4S 
LIPID 
AFCAPS 
WOSCOPS 
Locais de 
Aterosclerose 
Passo 3 - OPÇÕES TERAPÊUTICAS 
BUSCAR TRATAMENTO MAIS ADEQUADO 
PARA O PACIENTE EM QUESTÃO. 
 
Inventário das estratégias terapêuticas 
medicamentosas 
E não medicamentosas 
 
 
MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA 
Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 
Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 
 
NUTRIENTE 
DIETA TÍPICA 
AMERICANA 
DIETA 
PRUDENTE 
(A.H.A.) * 
colesterol 600 - 700 mg 300 mg 
calorias totais excessivas peso ideal 
gorduras totais 40 - 42 % 35 % 
saturadas (S.) 15 % < 10 % 
mono-insaturadas 16 - 17 % 15 % 
poli-insaturadas (P.I.) 5 - 6 % 10 % 
relação P.I. : S. 0,3 -0,4 : 1 1,0 - 1,5 : 1 
carboidratos 40 - 45 % 50 - 55 % 
amido 20 - 25 %  
açúcares simples 15 - 20 %  
proteínas 12 - 15 % 12 - 15 % 
sódio 150 - 200 mEq 130 mEq 
* A.H.A.: American Heart Association 
INSATURAÇÃO das GORDURAS e ÓLEOS da DIETA 
ALIMENTO + INSATURADO 
óleo de açafrão 
óleo de girassol 
óleo de soja 
óleo de milho 
semente de algodão 
óleo de gergelim 
margarina em tubo, óleo de açafrão líquido 
manteiga de amendoim 
margarina em pote, óleo de milho líquido 
óleo de oliva 
gorduras vegetais hidrogenadas 
óleo de amendoim 
margarina em tubo ou em pote, 
gordura hidrogenada ou fortificada 
banha 
gordura do leite 
óleo de côco 
 
ALIMENTO + SATURADO 
AG saturados: 
1. ↓ receptores celulares B-E, inibindo a remoção das partículas de LDL. 
2. sua estrutura retilínea permite > entrada de Chl nas LDL 
3. é a principal causa alimentar de ↑ do Chl 
diminuir consumo: gordura animal, polpa de côco 
e de alguns óleos vegetais (dendê e côco). 
Em suma: 
 receptores LDL talvez devido a alterações estruturais das membranas celulares. 
 
Ácido Linoléico: 
redutor de Chl, contido no óleo degirassol, soja, milho, açafrão, canola, 
algodão. Podem  o HDL enquanto  Chl. 
Óleo de oliva pode  Chl e  HDL 
 
Fibras: 
efeito seqüestrador de Chl (sais biliares) 
  solúveis: maçã e frutas cítricas (contém pectina e gomas) 
  insolúveis: celulose, hemicelulose e lignina – não atuam 
 sobre a colesterolemia,  saciedade 
Passo 3 - OPÇÕES TERAPÊUTICAS 
BUSCAR TRATAMENTO MAIS ADEQUADO 
PARA O PACIENTE EM QUESTÃO. 
 
 Inventário das estratégias terapêuticas 
 (medicamentosas E não medicamentosas); 
 
 seleção de grupos de fármacos utilizados no tratamento 
específico; 
 conhecer as drogas disponíveis: 
mecanismos de ação e efeitos colaterais mais freqüentes. 
 
 Os critérios: 
 EFICÁCIA, SEGURANÇA, APLICABILIDADE, CUSTO. 
CLASSIFICAÇÃO POR FENÓTIPO 
Fredrickson NEJM,1967 
TIPO DEFEITO CONSEQÜÊNCIA 
I Falha de formação/síntese de Apo 
CII 
LLP não ativada 
 TGL exógeno, soro cremoso, 
TGL  1500mg/dl 
IIa Ausência total ou parcial de receptor 
LDL ou defeitos genéticos que 
impedem função 
 exclusivo de Chl (CT) 
CT  240 mg/dl 
IIb  simultâneo de CT e TGL 
ambos entre 250-500 
III Expressão genética modificada da 
Apo E 
Incapacidade de metabolização 
das IDLs 
 simultâneo de CT e TG (1:1) 
 300 mg/dl 
IV  síntese de VLDL com ou sem 
incapacidade para sua meta-
bolização (poligênica ou familiar) 
 isolado de TGL  300 
V Deficiência de atividade da LLP 
Aumento da síntese de VLDL 
TGL1500 
(exógeno e endógeno) 
Síntese hepática de colesterol 
LPL ou LLP: lipase lipoproteica. HL = LH: lipase hepática: transforma IDL em LDL. 
 
LCAT (lecitin colesterol acetyltransferase) ou ACAT (acil-colesterol-acil transferase): 
esterifica o Chl livre (FC) através de AG disponível, armazenando-o sob a forma de Chl-éster 
(CE) 
 
CETP (cholesteryl ester transfer protein): proteína de transferência de colesterol – transfere 
éster de colesterol do HDL para outras lipoproteínas (transporte reverso). 
LDL: Papel aterogênico 
 
Monócito 
Íntima 
Lúmen arterial 
Endotélio 
Macrófago 
Citocinas 
INIBIÇÃO DA EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE ADESÃO 
INIBIÇÃO DA 
OXIDAÇÃO DA LDL 
Molécula de 
adesão 
HDL: papel anti-aterogênico 
TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL 
LDL 
LDL 
LDLox 
Células 
espumosas 
Classes de agentes hipolipemiantes 
 
1. AÇÃO no METABOLISMO ENDÓGENO 
• 1.1. Inibidor da HMG-CoA redutase 
 REDUTORES de Triglicerídeos 
• 1.2. Ácidos graxos ômega 3 
• 1.3. Niacina ou ácido nicotínico 
• 1.4. Derivados do ácido fíbrico 
2. AÇÃO no METABOLISMO EXÓGENO das LP 
• 2.1. Resinas seqüestrantes de ácidos biliares 
• 2.2. Fitosteróis 
• 2.3. Inibidor da Absorção de colesterol: ezetimiba 
• 2.4. Orlistate 
 
 
1. AÇÃO no METABOLISMO ENDÓGENO 
 
1.1 Inibidores da HMG-CoA 
redutase = ESTATINAS 
estatinas foram isoladas de um fungo, 
Penicillium citrinum, e identificadas 
como inibitores da biosíntese de 
colesterol em 1976 por Endo e col. 
Brown e Goldstein constataram que agem inibendo a HMG-CoA redutase. A 1a estatina 
estudada em humanos foi a compactin, renomeada mevastatin, que demonstrou o 
potencial terapêutico desta classe de drogas. 
OBS. similaridade na sua estrutura com a HMG-CoA, permite que as estatinas possam 
se ligar, de maneira reversível com a enzima HMG-CoA redutase, impedindo a 
seqüência de formação do colesterol. 
Mudanças na estrutura das estatinas sintéticas têm propiciado aumento da eficácia na 
interação com a enzima, como a maior formação de pontes de hidrogênio, além de 
modificações da sua lipossolubilidade. 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 
Sugestão de leitura: 
Cap. 18. Fármacos hipolipidêmicos e aterosclerose 
BRODY, Farmacologia Humana. 4ª Ed. Elsevier, Editora, 2006 
Diminuição comparativa do LDL com as doses 
disponíveis de estatinas 
* 
* 
10 20 30 40 50 60 
% redução do LDL-C 
0 
–6% –6% 
Estatina 10 mg 
20 
mg 
40 
mg 
80 
mg 
–6% 
Stein E Eur Heart J Suppl 2001;3(suppl E):E11–E16. 
Porque os pacientes que aderem ao tratamento 
não atingem as metas ? 
“regra dos 6%” 
outros efeitos = pleiotrópicos: 
1. melhora da função endotelial; 
2. diminuição da inflamação da placa aterosclerótica; 
3. diminuição da oxidação da LDL; 
4. melhora da celularidade das placas ateroscleróticas e 
5. equilíbrio na coagulação sangüínea. 
Mecanismos de ação das estatinas: 
1. Inibição da síntese hepática de colesterol (enzima 
HMG-CoA redutase); 
2. Isto resulta no aumento da remoção hepática do LDL 
circulante mediada por receptor de LDL. 
 reduzem os TGs pelo aumento da expressão de LDL = remoção de 
lipoproteínas ricas em triglicérides do plasma. 
 elevam HDL por: estímulo à síntese de apo AI, ABCA1 e ABCG1 e 
inibição da síntese de CETP e do substrato para a troca de triglicérides 
por colesterol éster via CETP, as lipoproteínas VLDL, IDL e LDL. 
Revista Colombiana de Cardiología. Septiembre/Octubre 2005 
Fonte: www.scielo.org.co 
Revista Colombiana de 
Cardiología, set/2005 
Rev. Bras. Med., 55, 1/2, 1998 
AUC: area under the curve 
10-80 10-80 20-80 10-80 20-40 
Parâmetros farmacocinéticos das estatinas 
* 
* 
* 
* 
Farmacocinética das estatinas 
Acta Cardiol Sin. 2016 
Nov;32(6):631-639.Review. 
• O fígado biotransforma todas as ES, e mais de 70% dos 
metabólitos são excretados pelo fígado  eliminação fecal. 
extensa captação hepática de primeira passagem. 
• Biodisponibilidade (ES e metabólitos): 5% a 30% . 
• A inibição por outras drogas do transportador de ES (Ator, pra, e 
rosuva) para dentro dos hepatócitos e a inibição ou indução do 
CYP3A4 por uma variedade de fármacos  interações 
indesejáveis. 
 
 (ES) 
e Atorva 
BRODY, Farmacologia Humana. 4ª Ed. Elsevier, Editora, 2006 
Qual o melhor horário para usar estatinas? 
 
 
 
 
Aspectos práticos da farmacocinética 
da sinvastatina 
 
metabolizada pela isoenzima 3A4 do citocromo P450, mas não 
exerce atividade inibitória sobre ela. 
Inibidores potentes da CIP3A4 aumentam o risco de 
miopatia por reduzirem sua eliminação. 
 
 
 
 
 
insuficiência renal grave (depuração de creatinina <30 ml/min), 
deve-se avaliar cuidadosamente o uso de doses maiores 
do que 10 mg/dia. 
sofre amplo metabolismo de primeira passagem no fígado, principal local para 
sua ação, com subseqüente excreção na bile. 
A exposição sistêmica à forma ativa é inferior a 5% da dose oral; destes, 95% estão 
ligados às proteínas plasmáticas. 
 
 
Por quanto tempo usar estatinas? 
 
 
“Os efeitos adversos são raros durante tratamento com estatinas. Os 
mais graves, como hepatite, miosite e rabdomiólise, são observados 
ainda mais raramente”. 
 Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 
“Uma vez estabelecido o tratamento este 
deverá ser seguido por tempo 
indeterminado.” 
 
SEGURANÇA 
 
Quais os cuidados com seu uso? 
 
 
SEGURANÇA 
 
Efeitos colaterais são raros com estatinas. 
 
a miopatia é o mais comum 
pode surgir em semanas ou anos após o início do tratamento. 
possui um amplo espectro clínico, varia de mialgia com ou sem 
elevação da creatinoquinase (CK) até a rabdomiólise. 
Nos estudos clínicos, a incidência de miopatia é muito baixa 
(0,1% a 0,2%) e não está relacionada com a dose. # 
Na prática, há elevação da CK em cerca de 3%. 
De forma geral, queixas musculares ocorrem em cerca de 10% 
dos pacientes que tomam estatinas. 
 Essa diferença de incidência pode resultar da maior frequência de comorbidades e 
de terapias múltiplas na prática clínica quando em comparação com os ensaios 
terapêuticos. 
Diretrizes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 
# A deficiência de vitamina D parece aumentar o risco de sintomas 
musculares. Atenção para sua reposição. (Goodman) 
As vastatinas devem ser suspensas ocorra um ou 
mais dos seguintes critérios: 
 ArquivosBrasileitos de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 
monitorização cuidadosa em pacientes que apresentarem dor muscular e 
ou aumento de CK de 3 a 7 X o limite superior da normalidade. 
1. aumento progressivo da CK; 
2. aumento da CK acima de 10 vezes o LSN 
3. ou persistência dos sintomas musculares. 
 
Nestas situações, após normalização do distúrbio 
que levou à suspensão, a mesma estatina com 
dose menor pode ser reiniciada ou outra estatina 
pode ser tentada. 
“As vastatinas podem causar miopatia. Incidência 
baixa (< 1%) quando não há associação de drogas 
que aumentam o risco (fibratos, niacina etc.).” 
“A rabdomiólise é uma síndrome caracterizada por lesão e 
lise muscular grave, resultando em liberação da mioglobina 
com conseqüente mioglobinúria. 
Além da mioglobina são liberadas grande variedade de 
enzimas (aldolase, CK e alanina transferase), creatinina, 
potássio e outros componentes celulares, levando à 
insuficiência renal, arritmias cardíacas e óbito”. 
Bellosta, Circulation, 2004. 
“A miopatia é causada por aumento da inibição da síntese 
de esterol do músculo esquelético. 
Christians, 1998” em Goodman, 10º Ed. 2003 
 
SEGURANÇA 
 
Toxicidade hepática é muito rara, (1% apresentam aumentos 
das transaminases superiores a 3 X o limite superior ao normal), e 
essa elevação frequentemente diminui, mesmo sem interrupção da 
terapia. 
A dosagem de transaminases só é aconselhada 6 a 12 
sem. após introdução ou aumento de dose das estatinas. 
A suspensão temporária é aconselhada com elevações 
superiores a três vezes o valor de referência, e a suspensão 
definitiva, em casos com infecção hepática ativa ou disfunção 
hepática grave. 
• As elevações estáveis das transaminases ou da CK em 
pacientes sem evidência de doenças agudas e sem queixas, 
como frequentemente observado na esteatose hepática, não 
constituem contraindicação para o início de estatina. 
Diretrizes. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 
 Arquivos Brasileitos de Cardiologia - Volume 88, Suplemento I, Abril 2007 
São evidências de hepatotoxicidade: 
icterícia, hepatomegalia, aumento de bilirrubina direta e do 
tempo de protrombina. 
Na ausência de obstrução biliar, a dosagem da bilirrubina direta é mais 
acurada que a simples dosagem das transaminases para identificação e 
avaliação prognóstica de hepatotoxicidade. 
Nos casos com identificação objetiva de hepatotoxicidade, ou seja dois ou 
mais dos referidos sinais, recomenda-se a suspensão da estatina e pesquisa 
da etiologia. 
 
Em pacientes assintomáticos, 
A elevação isolada de 1 a 3 vezes o LSN (limite superior do normal) 
das transaminases não justifica a suspensão do tratamento com 
estatina. 
Caso ocorra, um novo exame deverá ser feito para confirmação e 
elevação isolada e superior a 3 vezes do LSN outras etiologias 
avaliadas. 
Canadian Journal of Cardiology, Dyslipidemia Guidelines Update 2012 
acompanhamento: 
 
“não há indicação para medições rotineiras de ALT 
e creatinoquinase em patientes usando estatinas 
a menos que desenvolvam sintomas”. 
 
Estatinas não são contraindicadas em patientes 
com elevações leves a moderadas de ALT devido 
a esteatose hepática , hepatite C crônica, ou 
cirrose biliar primária.” 
Message From: FDA MedWatch fda@service.govdelivery.com Date: 02/28/2012 
Subject: FDA MedWatch - Statin Drugs - Drug Safety Communication: Class Labeling Change 
Statin Drugs - Drug Safety Communication: Class Labeling Change 
 
ISSUE: FDA has approved important safety label changes for the class of cholesterol-lowering 
drugs known as statins. The changes include removal of routine monitoring of liver enzymes from 
drug labels. Information about the potential for generally non-serious and reversible cognitive side 
effects and reports of increased blood sugar and glycosylated hemoglobin (HbA1c) levels has been 
added to the statin labels. The lovastatin label has been extensively updated with new 
contraindications and dose limitations when it is taken with certain medicines that can increase the 
risk for muscle injury. 
BACKGROUND: Statins are a class of prescription drugs used together with diet and exercise to reduce blood levels of low-
density lipoprotein (LDL) cholesterol (“bad cholesterol”). Marketed as single-ingredient products, including Lipitor (atorvastatin), 
Lescol (fluvastatin), Mevacor (lovastatin), Altoprev (lovastatin extended-release), Livalo (pitavastatin), Pravachol (pravastatin), 
Crestor (rosuvastatin), and Zocor (simvastatin). Also marketed as combination products, including Advicor (lovastatin/niacin 
extended-release), Simcor (simvastatin/niacin extended-release),and Vytorin (simvastatin/ezetimibe). 
 
RECOMMENDATION: Healthcare professionals should perform liver enzyme tests before initiating 
statin therapy in patients and as clinically indicated thereafter. If serious liver injury with clinical 
symptoms and/or hyperbilirubinemia or jaundice occurs during treatment, therapy should be 
interrupted. If an alternate etiology is not found, the statin should not be restarted. 
Healthcare professionals should follow the recommendations in the lovastatin label regarding drugs 
that may increase the risk of myopathy/rhabdomyolysis when used with lovastatin. 
Healthcare professionals and patients are encouraged to report adverse events or side effects 
related to the use of these products to the FDA's MedWatch Safety Information and Adverse Event 
Reporting Program: Complete and submit the report Online: www.fda.gov/MedWatch/report.htm 
Read the MedWatch safety alert, including links to the Recal lNotice and Firm Correction Letter, at: 
http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedicalProducts/ucm
293670.htm 
mailto:fda@service.govdelivery.com
http://www.fda.gov/MedWatch/report.htm?source=govdelivery
http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedicalProducts/ucm293670.htm?source=govdelivery
http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedicalProducts/ucm293670.htm?source=govdelivery
Estatinas para grupos especiais: 
 
Crianças: 
Algumas estatinas foram aprovadas para crianças 
com hipercolesterolemia familiar heterozigota. 
Atorva-, lova- e sinvastatina são indicadas 
para > 11 anos. 
Pravastatina está aprovada para > 8 anos. 
 
Gestantes: contra-indicadas! 
Nutrizes: evitar. 
 
Goodman, 2010 
Interações medicamentosas 
da sinvastatina 
• Ciclosporina; 
• Antifúngicos (ex. itra- e ceto-conazol); 
• Derivados do ácido fíbrico (como a genfibrozila e o 
 benzafibrato); 
• eritromicina e claritromicina; 
• Inibidores da protease do HIV (tais como indinavir, 
 nelfinavir, ritonavir e saquinavir); 
• nefazodona (antidepressivo); 
• Amiodarona; 
• Verapamil ou diltiazem; (nife- e anlodipina ?) 
• Altas doses (=1 g/dia) de niacina ou ácido nicotínico. 
• varfarina. 
 fonte: bula do Zocor 
Atenção para interações: 
FDA reminds of simvastatin-amiodarone rhabdomyolysis 
risk The US Food and Drug Administration has issued an alert notifying of the risk 
for rhabdomyolysis when simvastatin is combined with amiodarone. 
US Food and Drug Administration 2008 
Interações medicamentosas 
da sinvastatina 
TERAPIA CONCOMITANTE... 
com ciclosporina, 
com genfibrozila, outros fibratos (exceto feno-) 
ou niacina (=1g/dia), a dose de SINVA não deve ser maior do que 
10 mg/dia. 
 
com amiodarona ou verapamil, não usar mais do que 20 mg/dia. 
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Message From: U.S. Food & Drug Administration (FDA) 
<fda@service.govdelivery.com> 
Date: MAR/02/2012 
Subject: Drug Information Update- Drug Safety Communication: 
Interactions between certain HIV or HCV drugs and 
cholesterol-lowering statin drugs can increase the risk 
of muscle injury 
The U.S. Food and Drug Administration (FDA) is issuing updated 
recommendations concerning drug-drug interactions between drugs for human 
immunodeficiency virus (HIV) or hepatitis C virus (HCV) known as protease 
inhibitors and certain cholesterol-lowering drugs known as statins. Protease 
inhibitors and statins taken together may raise the blood levels of statins and 
increase the risk for muscle injury (myopathy). The most serious form of 
myopathy, called rhabdomyolysis, can damage the kidneys and lead to kidney 
failure, which can be fatal. 
 
 
The labels for both the HIV protease inhibitors and the affected statins have been 
updated to contain consistent information about the drug-drug interactions. These 
labels also have been updated to include dosing recommendations for those 
statins that may safely be co-administered with HIV or HCV protease inhibitors. 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 
Interações de drogas 
genfibrozila 
cerivastatina 0,2 mg 
rabdomiólise 
insuficiência renal 
morte 
+ 
Casos MARCANTES de Interações 
genfibrozila 
cerivastatina 
rabdomiólise 
insuficiência renal 
morte 
+ 
Fenofibrate/simvastatin fixed-dose combination in treatment of mixed dyslipidemia 
Vascular Health and Risk Management 2017:13 
Perfil farmacocinético 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 
Em 26 02 2012 
MEDICAMENTO FITOTERÁPICO Inibidor da HMG-CoA redutase 
Monaless® 
Cápsulas embalagem com 30 e 60 cápsulas. USO ORAL 
 
600mg de Extrato Seco de Oryza sativa fermentado por Monascus purpureus, 
apresenta 0,4 a 0,6% de monacolin K. 
 
Nomenclatura botânica: Monascus purpureus 
Nome popular: red yeast rice 
Família: Monascaceae 
Nomenclatura botânica: Oryza sativa 
Nome popular: arroz 
Família: Poaceae 
 
 
Oryza sativa fermentado por Monascus purpureus 
1ª escolha para hipercolesterolemia: 
Estatinas (= Inibidores da HMG-CoA redutase) 
caso não alcance metas, possibilidade de associação 
com: 
Ezetimiba # 
Fitosteróis 
Resinas seqüestrantes de ácidos biliares 
Orlistate 
redutores de Triglicerídeos 
Fibratos # (derivados do ácido fíbrico) 
Ácidos graxos ômega 3 
Niacina ou ácido nicotínico 
# são associações mais usuais 
ESC/EAS Guidelines, 2016

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