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Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 1 FARMACOLOGIA CLÍNICA DAS DISLIPIDEMIAS O perfil dos pacientes com dislipidemias é variável, visto que as dislipidemias podem ter caráter genético e atingir pacientes mais jovens. No geral, o perfil parte de pacientes que buscam cuidar da patologia apenas com medicamentos, sem mudanças no estilo de vida. De acordo com as diretrizes, a base terapêutica das dislipidemias é não farmacológica. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: • A efetividade na elevação no HDL provém principalmente de exercício físico. • A mudança no perfil dietético do paciente também faz muita diferença. Fatores como o aumento na ingestão de fibras e micronutrientes são fatores positivos para o aumento do HDL e tratamento de dislipidemias. • A redução de peso também melhora o perfil lipídico do paciente, as vezes até não necessitando de medicamentos. Todos os fatores de risco para a dislipidemia, provém da sua capacidade de oxidar a LDL, fatores como ingestão de gorduras, uso de tabaco. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: Risco cardiovascular moderado ou baixo: • O tratamento indicado é de início apenas com medidas do estilo de vida (melhora da dieta e prática de exercício físico). • Associação em uma segunda etapa a medicamentos → em casos de falta de sucesso (Ex. fatores psicossociais ou predisposição genética). Risco alto: • Incluir medicamentos em associação com as modificações do estilo de vida a serem propostas. A classificação do risco do paciente vai está relacionada com os fatores envolvidos no paciente. Fármacos devem ser evitados em: • Gestantes, lactantes e tentantes o Rico X ▪ Anomalias (?) ▪ Biossíntese do colesterol do feto A produção de algumas vitaminas e hormônios dependem do colesterol, assim, o uso de medicamentos pode gerar malefícios. É recomendado que a paciente não utilize fármacos sistêmicos, afim de evitar os riscos e seguir com a terapia não farmacológica. Crianças: • Avaliação de risco o Os fármacos raramente estão indicados antes dos 16 anos ▪ Múltiplos fatores de risco ▪ Dislipidemias genéticas compostas Existe uma geração de crianças com distúrbios metabólicos que antes atingia somente adultos. Modular colesteróis em uma criança que tem seu metabolismo em desenvolvimento não é bom, logo, a terapia não farmacológica é a indicada, sendo associada com medicação apenas se o paciente apresentar maior risco. INIBIDORES COMPETITIVOS DA HMG-COA REDUTASE (ESTATINAS): São a primeira classe medicamentosa, sendo usados principalmente para a hipercolesterolemia. O que difere a primeira e a segunda geração medicamentosa são meia-vida e potência. FÁRMACOS: Primeira geração: • Lovastatina • Pravastatina • Sinvastatina • Fluvastatina Segunda geração: • Atorvastatina • Pitavastatina • Rosuvastatina MECANISMO DE AÇÃO: Os fármacos inibem a HMG-CoA redutase, inibindo uma etapa da síntese do ácido mevalônico, diminuindo a síntese endógena de colesterol, sendo esta a principal fonte de colesterol sérico. Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 2 Assim, os receptores para LDL serão aumentados, visto que o corpo percebe a diminuição do colesterol sérico. MEIAS-VIDAS E POSOLOGIA Fluvastatina, Lovastatina, sinvastatina e Pravastatina • 1-3 horas o Tomar à noite Os fármacos de 1ª geração devem ser tomados antes de dormir, visto que a meia-vida é curta, mas que no horário de pico de síntese de colesterol, o fármaco estará agindo. Atorvastatina, Pitavastatina e Rosuvastatina • 12-19 horas Os de primeira geração todos são disponíveis no SUS e o de 2 geração só a atorvastatina. Quanto maior o risco cardiovascular, menor deve ser a LDL. EFEITOS TERAPÊUTICOS: LDL-C → redução de LDL em cerca de 6% (a partir dos valores basais) a cada duplicação de dose Triglicerídeos → níveis maiores que 250 mg/dL consideravelmente reduzidos. Assemelha-se à redução percentual dos níveis de LDL-C. HDL-C → aumento dos níveis de HDL-C de 5 a 10%. Usos clínicos: • Hipercolesterolemia primária → hipercolesterolemia familiar • Dislipidemia mista • Hipertrigliceridemia isolada • Tratamento da aterosclerose Benefícios esperados: Prevenção de eventos cardiovasculares maiores, como IAM, AVE ou morte. EFEITOS ADVERSOS: Hepatotoxicidade → determinar níveis de ALT (até 3x o normal, principalmente em idosos, acetiladores lentos, hepatopatas e etilistas). As enzimas hepáticas devem ser avaliadas em pacientes com sintomas clínicos sugestivos de lesão hepática após a instituição ou mudanças no tratamento com estatinas. Miopatia → queixas musculares, incluindo desde a dor muscular leve ou a fraqueza (mialgia). Aumento discreto da creatinoquinase (CK). Associação com outros fármacos que reduzem os lipídeos → Resinas sequestradoras de ácidos biliares (colestiramina e colestipol) → como monoterapia reduzem até 25% de LDL-C, depende da dose administrada, porém em doses máximas irão causar efeitos colaterais GI, que geralmente são inaceitáveis. São utilizadas como segundo agente se a terapia com estatinas não reduzir suficientemente os níveis de LDL-C ou em caso de intolerância às estatinas. Reduzindo até 30% dos níveis de LDL-C acima da monoterapia. Fibratos e niacina → Em associação com niacina ou fenofibrato, costuma ser necessário para o tratamento de pacientes Hiperlipoproteinemia combinada familiar. Quando o fenofibrato é associado recomenda-se o uso de pravastatina ou rosuvastatina. Cuidado com a associação de niacina e estatina, pois doses superiores a 25% da dose máxima da estatina aumenta a ocorrência de miopatia. Interações medicamentosas → As interações mais comuns das estatinas ocorrem com os fibratos - particularmente com a genfibrozila (38%) - e com a ciclosporina (4%), a digoxina (5%), a varfarina (4%), os antibióticos macrolídeos (3%) e os antifúngicos azólicos (1%). Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 3 Via CYP3A4 • Fármacos que competem pela via: Macrolídeos, antifúngicos azólicos, ciclosporina, nefazodona, inibidores da protease do HIV e amiodarona. • Pravastatina, Fluvastatina e a rosuvastatina não são extensamente metabolizadas pela CYP3A4. FIBRATOS Classe mais importante para pacientes com hipertrigliceridemia primária. Diminuem a síntese de triglicerídeos primários e aumentam a oxidação de triglicerídeos no fígado, diminuindo o VLDL. MECANISMO DE AÇÃO: Mecanismo de ação: se ligam ao PPAR-α e reduzem os triglicerídeos por meio de estimulação mediada pelo PPAR-α da oxidação dos ácidos graxos; de aumento na síntese de LPL; e de expressão reduzida da apo C-III. FÁRMACOS: Utilizados durante o dia junto das refeições para melhor absorção → geralmente 2x/dia. • Benzofibrato 200mg; • ciprofibrato 100mg; • etofibrato 500mg; • fenofibrato 200mg; • genfibrozila 600 a 900mg. USOS TERAPÊUTICOS: Fármacos de escolha para hipertrigliceridemia grave (predomínio de VLDL) e da síndrome de quilomicronemia. Efeitos sobre as lipoproteínas → Diminui os níveis de triglicerídeos em até 50% e aumenta as concentrações de HDL-C em cerca de 15%. Efeitos esperados → Prevenção de eventos cardiovasculares maiores (em pacientes com hipertrigliceridemia associada a HDL baixo) e pancreatite aguda.EFEITOS ADVERSOS • São fármacos com boa tolerância, porém em alguns casos, apresenta efeitos no TGI em até 5% dos pacientes. • Efeitos observados com pouca frequência: exantema urticária, queda de cabelo, mialgia, fadiga, cefaleia, anemia e impotência. • Foram relatados também pequenos aumentos em transaminases e fosfatase alcalina hepática. • Aumento da litogenicidade da bile. Contraindicações → Insuficiência renal, disfunção hepática, crianças e gestantes. Interações medicamentosas → • Potencializa a varfarina • Em associação com a estatina pode elevar os níveis de ambos os fármacos, sendo indicada a diminuição de dose da estatina. SEQUESTRADORES DE ÁCIDOS BILIARES Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 4 Colestiramina, colestipol e colesevelam: hipolipidêmicos mais seguros, visto que não são absorvidos pelo intestino São recomendadas para pacientes de 11 a 20 anos de idade Não são absorvidos, sendo mais seguros para gestantes e lactantes. MECANISMO DE AÇÃO: Causa depleção do reservatório de ácidos biliares e aumento na síntese hepática de ácidos biliares→ suprarregulação de HMG-CoA. Em consequência, o conteúdo hepático de colesterol declina, estimulando a produção de receptores de LDL. REAÇÕES ADVERSAS: Distensão abdominal e dispepsia. Pode ocorrer constipação intestinal. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Interferem na absorção → furosemida, o propranolol, a L-tiroxina, a digoxina, a varfarina e algumas estatinas. DOSE: Colestiramina (pó 2x/dia) → 8 a 12g → reduções de 12 a 18% nos níveis de LDL-C. • Dose máxima → 24g ⤑ Reduzir os níveis de LDL-C em até 25%. Colestipol (pó 2x/dia) → 10 a 15g → reduções de 12 a 18% nos níveis de LDL-C. • Dose máxima → 30g → Reduzir os níveis de LDL-C em até 25% Colesevelam (pó e comprimido 2x/dia) → 3 a 3,75g ⤑ diminui os níveis de LDL-C em 9 a 19%. NIACINA MECANISMO DE AÇÃO: No tecido adiposo → inibe a lipólise dos triglicerídeos pela lipase sensível a hormônios (LSH), reduzindo, portanto, o transporte de ácidos graxos livres para o fígado e a síntese hepática de triglicerídeos. No fígado → diminui a síntese de triglicerídeos ao inibir tanto a síntese quanto a esterificação dos ácidos graxos. Diminui a produção hepática de VLDL, reduzindo os níveis de LDL. Eleva os níveis de HDL-C ao diminuir a fração de depuração da apo A-1. DOSE: 2 a 6g/dia em doses fracionadas e com aumento gradual. EFEITOS FARMACOLÓGICOS: Reduz os triglicerídeos em 35 a 50%. São possíveis reduções de 25% nos níveis de LDL-C em doses máximas. É o agente mais efetivo disponível para aumentar os níveis de HDL-C (30-40%). USOS TERAPÊUTICOS: A hipertrigliceridemia e níveis elevados de LDLC. EFEITOS ADVERSOS: • Rubor e a dispepsia. • Efeitos cutâneos são rubor e prurido na face e na parte superior do tronco, exantemas cutâneos e acantose nigricans (atenção nos pacientes diabéticos, pode estar relacionado a resistência à insulina). • Hepatotoxicidade → níveis séricos elevados de transaminases e hiperglicemia • Em pacientes com DM → a niacina ser utilizada com cautela, visto que a resistência à insulina induzida por esse fármaco pode causar hiperglicemia grave. EZETIMIBA MECANISMO DE AÇÃO: • Reduz os níveis de colesterol total e LDL-C e inibe a absorção do colesterol pelos enterócitos no intestino delgado. • Aumenta expressão de receptores hepáticos de LDL. Aumenta biossíntese de colesterol em associação com estatinas. • Diminui os níveis de LDL-C em 15 a 20%. USO TERAPÊUTICO: O papel da ezetimiba como monoterapia de pacientes com níveis elevados de LDL-C geralmente se limita ao pequeno grupo de pacientes com intolerância às estatinas. Comprimidos de 10 mg, que podem ser tomados a qualquer hora do dia, com ou sem alimento. EFEITOS ADVERSOS: não foram observados efeitos adversos específicos. Hilário Oliveira T29 @hilarioof – S4 5 ÔMEGA 3 MECANISMO DE AÇÃO: Reduzem os triglicerídeos VLDL e são usados como adjuvantes da dieta em pacientes com hipertrigliceridemia grave. EPA E DHA: • Prevenção primária: 500mg/dia → consumo de peixe pelo menos 2x/semana (112g/porção) + inclusão de alimentos risco em ácido alfa-linolênico - ALA (Ex: chia) • Prevenção secundária: consumo de 1g/dia EPA+DHA • Hipertrigliceridemia: suplementação de 2- 4g/dia EPA+DHA sob supervisão médica Ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA) são os ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 de cadeia longa e são encontrados naturalmente em fontes marinhas, incluindo peixes de águas frias (anchova, salmão, atum, cavala, arenque), mariscos e algas marinhas, as quais são a fonte original, na cadeia alimentar, desse tipo de gordura.
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