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Artigo original Braz J Oral Sci. Janeiro | Março de 2015 - Volume 14, Número 1 Efeito analgésico deHypericum perforatum, Valeriana officinalisePiper methysticumpara dor orofacial Luciana Cristina Nowacki1, Paulo Roberto Worfel1, Paulo Francisco Arant Martins2, Rosane Sampaio dos Santos2, José Stechman-Neto2, Wesley Maurício de Souza2,3 1Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, Faculdade de Odontologia, Departamento de Farmacologia, Curitiba, PR, Brasil 2Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, Faculdade de Odontologia, Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação, Curitiba, PR, Brasil 3Universidade Federal do Paraná – UFPR, Faculdade de Farmácia, Departamento de Análises Clínicas, Curitiba, PR, Brasil Abstrato Mirar: Avaliarna Vivoa associação de hypericum (Hypericum perforatum), valeriana (valeriana officinalis) e cava (Piper methysticum) com analgesia, avaliando seus efeitos na redução da dor orofacial, bem como as possíveis alterações hepáticas, hematológicas e bioquímicas induzidas pela administração regular desses extratos.Métodos: A dor orofacial foi induzida em camundongos com a administração de formol a 2,5% no lábio superior. Após 60 min, os animais foram tratados com soro fisiológico, carbamazepina e extratos vegetais hidroalcoólicos. A intensidade nociceptiva foi determinada pelo tempo em que o animal permaneceu esfregando a área injetada. Para avaliar o efeito hepatotóxico, camundongos foram tratados cronicamente por 25 dias com solução salina, carbamazepina e extrato hidroalcoólico. Os animais foram sacrificados e o fígado pesado, seguido de contagem diferencial de leucócitos e dosagem de alanina transaminase e fosfatase alcalina. Resultados: A avaliação da atividade analgésica na fase 1 reduziu o tempo de fricção em relação ao controle em 86% (0,05 mL/10 g) e 76% (0,10 mL/10 g). Na fase 2, os extratos reduziram o tempo de fricção em 94% e 85%, respectivamente. Na avaliação da fosfatase alcalina, os grupos tratados com extratos nas doses de 0,05 mL/10 g e 0,1 mL/10 g aumentaram 16,1% e 9,5% em relação ao grupo controle e redução de 8,5% e 9,1% na avaliação de alanina transaminase, respectivamente. Foi demonstrado que nas contagens diferenciais houve aumento de eosinófilos no grupo tratado com 0,05 mL/10 g.Conclusões: O uso do extrato hidroalcoólico das plantas associadas reduziu a dor orofacial induzida pela formalina com melhores resultados que a carbamazepina, tanto no nível do condutor neural da dor (fase 1) quanto na dor inflamatória ou tardia (fase 2) sem apresentar hepatotoxicidade. A eosinofilia observada é sugestiva de um fenômeno denominado hormese. Palavras-chave: distúrbios da articulação temporomandibular; dor facial; hipericum; valeriana; kava. Introdução Recebido para publicação:12 de janeiro de 2015 Aceitaram:17 de março de 2015 A dor orofacial é o campo da odontologia dedicado ao diagnóstico e tratamento da dor facial crônica e complexa e distúrbios oromotores.1-2. Pode ser definida como dor localizada na região acima do pescoço, na frente das orelhas e abaixo da linha orbitomeatal, assim como dor na cavidade oral3, e é amplamente prevalente na comunidade. A dor orofacial, como a dor em outras partes do corpo, geralmente é resultado de dano tecidual e ativação de nociceptores, que transmitem um estímulo nocivo ao cérebro. No entanto, devido às ricas inervações da cabeça, Correspondência para: Wesley Maurício de Souza Campus Prof. Sydnei Lima Santos (Barigui) Rua Sydnei A. Rangel Santos, 238 CEP: 82010-330 – Curitiba, PR, Brasil Fone: +55 41 96868656 E- mail: wesley.souza@utp.br Braz J Oral Sci.14(1):60-65 Traduzido do Inglês para o Português - www.onlinedoctranslator.com https://www.onlinedoctranslator.com/pt/?utm_source=onlinedoctranslator&utm_medium=pdf&utm_campaign=attribution Efeito analgésico deHypericum perforatum, Valeriana officinalisePiper methysticumpara dor orofacial 61 face e estruturas orais, as entidades de dor orofacial são muitas vezes muito complexas e podem ser difíceis de diagnosticar4. Pacientes com dor orofacial procuram uma variedade de médicos, incluindo cefaleias, dentistas, cirurgiões maxilofaciais, otorrinolaringologistas, neurologistas, clínicas de dor crônica, psiquiatras e profissionais de saúde relacionados, como fisioterapeutas e psicólogos5-6. A dor orofacial está associada a morbidade significativa e altos níveis de uso de cuidados de saúde 6. Devido à grande variedade de condições, muitas classes sintéticas diferentes de drogas são usadas7. Atualmente, profissionais e programas oficiais em todo o mundo têm orientado o uso de plantas medicinais para o tratamento de diversas doenças comuns8. O Brasil possui um número muito grande de espécies de plantas nativas consideradas medicinais, mas muitas não possuem nenhuma avaliação científica de seu potencial medicinal, o que é fundamental para ser utilizado com segurança pela população9. A busca por novos fármacos tem sido consistentemente uma alternativa eficaz e segura na redução da dor neuropática e da inflamação crônica. Kava (Pyper methysticum), hipericão ( Hypericum perforatum) e valeriana (valeriana officinalis) compostas principalmente por cavalactonas, hipericina e ácido valérico, respectivamente, são descritas na literatura como plantas que apresentam diversas propriedades terapêuticas como antidepressivas e antiinflamatórias10. No entanto, eles podem prejudicar significativamente o corpo quando consumidos cronicamente e em uso associado a outras plantas.11. Os profissionais de saúde prescrevem esses extratos de plantas em doses baixas para pacientes com disfunção temporomandibular com melhoras significativas na dor crônica. Existem muitos estudos mostrando os efeitos terapêuticos dessas três plantas separadamente10, mas há poucos estudos sobre a associação deles em tratamentos relacionados à dor e à inflamação. O objetivo deste estudo foi avaliarna Vivoa associação de hypericum (Hypericum perforatum), valeriana (valeriana officinalis ) e cava (Piper methysticum) com analgesia, avaliando seus efeitos na redução da dor orofacial, bem como as possíveis alterações hepáticas, hematológicas e bioquímicas induzidas pela administração regular desses extratos. de Imunobiologia (CPPI) em Piraquara, PR, Brasil, onde foram mantidos em sala com temperatura controlada (21±2 °C), com ciclos claro/escuro de 12 horas cada, e com livre acesso a comida e água. Os experimentos foram realizados com a aprovação do comitê para o uso de animais em experimentos da Universidade Tuiuti do Paraná sob o protocolo número 008/10P/CEUA/UTP e de acordo com a resolução CNS 196/96 e orientações do comitê de controle e supervisão em experimentos com animais (publicação NIH No. 86-23, 1985). Teste de dor orofacial induzida por formalina O teste de dor orofacial consistiu no tratamento de todos os grupos com formol a 2,5% (20 µL) no lábio superior utilizando uma seringa hipodérmica de Hamilton. Este volume e concentração percentual de formalina foram obtidos a partir de estudos piloto que mostraram uma resposta comportamental bifásica relacionada à dor (esfregação facial) de maior intensidade nos períodos de 0-5 min (primeira fase) e 15-30 min (segunda fase). A intensidade nociceptiva foi determinada para cada período contando o tempo (em s) que o animal esfregou a área injetada com as patas traseiras e/ou dianteiras, indicativo de dor12. Para avaliar o efeito analgésico da mistura vegetal, grupos de camundongos (n=10) foram tratados por via oral 60 min antes da administração de formalina com: i) solução salina (0,1 mL/10 g); ii) carbamazepina (Medley Pharmaceuticals; 4 mg/kg), e iii) a mistura de extrato hidroalcoólico deHypericum perforatum, valeriana officinalisePyper methysticumem doses de 0,05 - 0,1 mL/10 g. As doses foram escolhidas por estudos anteriores relatados na literatura para plantas em geral13-15. Estudo de hepatotoxicidade Para avaliar o efeito hepatotóxico da combinação de plantas, os gruposde camundongos (n=10) foram tratados por via oral por 25 dias consecutivos usando, respectivamente: i) soro fisiológico (0,1 mL/10 g), ii) carbamazepina (4 mg/kg) e iii ) o extrato hidroalcoólico da combinação vegetal deHypericum perforatum, valeriana officinalis, ePyper methysticumem doses de 0,05 - 0,1 mL/10 g. no dia 26ºNo dia seguinte, os animais foram sacrificados com inalação de éter, supervisionados por um veterinário, seu sangue coletado com EDTA e seus fígados removidos e pesados. Esfregaços de sangue total foram realizados em lâminas e corados pelo método May Grunwald- Giemsa para contagem diferencial de leucócitos. Posteriormente, o sangue total foi centrifugado por 10 min a 2.500 rpm para separar o plasma e armazenado em tubos Eppendorf a 2-8 °C até o uso. Os níveis séricos das enzimas hepáticas alanina transaminase (ALT) e fosfatase alcalina (ALP) foram avaliados em um espectrofotômetro semiautomático (TP Analyzer Plus®, Thermoplate, China) usando kits LabTest e validação com amostras de controle (Qualitrol Company LLC, Fairport , NY, EUA). material e métodos Extrair preparação Extratos alcoólicos devaleriana officinalis10% (equivalente a 0,8% de ácido valérico),Hypericum perforatum10% (equivalente a 0,27-0,33 mg de hipericina) ePiper methysticum10% (equivalente a 22,5 mg de kavalactonas). Os corantes foram disponibilizados comercialmente na cidade de Colombo, PR, Brasil, juntamente com o rótulo do produto e a certificação técnica. Os extratos alcoólicos foram misturados na proporção de 3:1:0,5, respectivamente, e evaporados em estufa com circulação de ar até completa secura e ressuspensos em água destilada estéril na concentração de 100 mg/mL. Após a esterilização por um 0,22µm filtro de tamanho de poro, as alíquotas foram armazenadas a -20°C. Análise estatística animais As análises estatísticas foram realizadas usando os pacotes estatísticos JMP (versão 8.0; SAS Institute Inc., Cary, NC, EUA) e SigmaStat (versão 3.5; Systat Software Inc., Erkrath, Os experimentos foram realizados em camundongos albinos suíços machos (30-40 g), obtidos do Centro de Produção e Pesquisa Braz J Oral Sci.14(1):60-65 62 Efeito analgésico deHypericum perforatum, Valeriana officinalisePiper methysticumpara dor orofacial Alemanha). Os resultados foram expressos como média±erro padrão da média (SEM) e foi utilizada ANOVA seguida do teste de Bonferroni, sendo a diferença estatística considerada p<0,05, p<0,01 ou p<0,001. pode ser justificada pela diferença de peso entre os grupos de animais, variando de 38,1±2,76 para o grupo tratado com carbamazepina a 32,1±2,64 para o grupo tratado com dose de 0,05 mL/10g (Figura 2D). A contagem de neutrófilos para o grupo controle tratado com solução salina apresentou valores de 17,92±0,99%, o grupo tratado com carbamazepina apresentou aumento de 1,67%, e os valores nos grupos tratados com extratos nas doses de 0,05 mL/10 g e 0,1 mL/ 10 g tiveram redução de 18,90% e 9,49%, respectivamente. Na contagem de eosinófilos, o grupo controle apresentou valores de 1,1±0,49%, o grupo tratado com carbamazepina teve valores 9,09% menores e o grupo tratado com extrato vegetal na dose de 0,05 mL/10 g apresentou valores aumentados em 172, 7%, enquanto o grupo tratado com a dosagem de 0,1 mL/10 g diminuiu 27,27%. Na contagem de monócitos, o grupo controle teve valores de 1,7±0,7%, o grupo tratado com carbamazepina apresentou aumento de 58,82%, e os valores dos grupos tratados com 0,05 mL/10 g e 0,1 mL/10 g apresentaram reduções de 23,52 % e 17,64%, respectivamente. Na contagem de linfócitos, o grupo controle apresentou valores de 79,20±1,22%, o grupo tratado com carbamazepina diminuiu esses valores em 1,38%, e os grupos tratados com os extratos apresentaram valores 2,52% e 2,27% maiores, respectivamente, para as dosagens de 0,05 mL/ 10 g e 0,1 mL/10 g. Os resultados deste estudo mostraram que os neutrófilos, monócitos e linfócitos permaneceram em níveis normais em diferentes grupos celulares sem diferença significativa, mas houve um aumento de eosinófilos no grupo tratado com dose de 0,05 mL/10 g de extrato apresentando um efeito estatisticamente diferença significativa (p<0,05) (Tabela 1). para as dosagens de 0,05 mL/10 ge 0,1 mL/10 g. Os resultados deste estudo mostraram que os neutrófilos, monócitos e linfócitos permaneceram em níveis normais em diferentes grupos celulares sem diferença significativa, mas houve um aumento de eosinófilos no grupo tratado com dose de 0,05 mL/10 g de extrato apresentando um efeito estatisticamente diferença significativa (p<0,05) (Tabela 1). para as dosagens de 0,05 mL/10 ge 0,1 mL/10 g. Os resultados deste estudo mostraram que os neutrófilos, monócitos e linfócitos permaneceram em níveis normais em diferentes grupos celulares sem diferença significativa, mas houve um aumento de eosinófilos no grupo tratado com dose de 0,05 mL/10 g de extrato apresentando um efeito estatisticamente diferença significativa (p<0,05) (Tabela 1). Resultados No teste labial da formalina para determinar a atividade analgésica do extrato, os dados obtidos mostram que o grupo controle apresentou tempo de fricção na fase 1 de 44±7 s e na fase 2 de 57±17 s. Na fase 1, a carbamazepina reduziu o tempo de fricção em 55% em relação ao grupo controle e os extratos nas doses 0,05 mL/10 g e 0,1 mL/10 g reduziram o tempo de fricção em 86% e 76%, respectivamente, quando administrados 1 h antes da formalina. Na fase 2 do teste labial da formalina, a carbamazepina reduziu o tempo de fricção em 60% e os extratos nas doses de 0,05 mL/10 g ou 0,1 mL/10 g em 94% e 85%, respectivamente (Figura 1). Discussão Figura 1.Efeito do extrato hidroalcoólico da planta na resposta de fricção facial relacionada à dor orofacial induzida por formalina em camundongos. Salina (SAL – mL/ 10 g), carbamazepina (CARBA – g/Kg) ou extrato hidroalcoólico foi administrado por via oral 1 h antes da injeção de formalina 2,5% (20 µL) na almofada de vibrissa. (I) Fase 1 (0-5 min) e (II) fase 2 (15-30 min) após a injeção de formalina. Cada valor representa a média±SEM de 10 animais. *p<0,01, **p<0,001 em relação ao controle (ANOVA seguida do teste de Bonferroni). O teste da formalina orofacial em camundongos é um modelo pré-clínico útil de dor inflamatória trigeminal para avaliar a atividade antinociceptiva de analgésicos e suas combinações. A injeção de formalina no lábio de camundongos induz resposta estereotipada (fricção), consistindo em duas fases distintas: uma primeira fase ''fásica'' e uma segunda fase ''tônica''16. A região orofacial é a área do corpo mais densamente inervada pelo nervo trigêmeo e concentra algumas das dores agudas mais comuns17. O teste é um modelo amplamente aceito de dor tônica na região correspondente, o que permite o estudo de aspectos comportamentais e neurofisiológicos dessa condição de dor18. O presente estudo demonstrou que as plantas associadas utilizadas reduziram a dor orofacial induzida por formalina com melhores resultados do que a carbamazepina, uma droga usada para tratar a dor neuropática. A carbamazepina é um anticonvulsivante que inibe a despolarização sináptica na via de condução da dor e limita o disparo repetitivo de potenciais de ação evocados pela despolarização persistente, retardando a recuperação dos canais de sódio19-20e tem sido usado por sua eficácia em cerca de 60% a 80% dos pacientes21. Além disso, os resultados da avaliação dos marcadores hepáticos (ALT e ALP) não diferiram significativamente entre os tratamentos e a avaliação hematológica mostrou eosinofilia no grupo tratado com a menor dose (0,05 mL/10 g). Os resultados da avaliação hepática mostraram que o uso crônico da combinação de plantas quando não apresentou hepatotoxicidade. Na avaliação da fosfatase alcalina (ALP) tratada com o grupo controle salina, os valores foram de 62,3±19,5 U/L. Esses valores diminuíram 3% no grupo tratado com carbamazepina e os grupos tratadoscom extratos nos volumes de 0,05 mL/10 g e 0,1 mL/10 g aumentaram os valores em 16,1% e 9,5%, respectivamente (Figura 2A). Na avaliação do grupo controle, os valores de ALT foram 60,31±10,55 U/L, o grupo tratado com carbamazepina diminuiu 12,25% e os grupos tratados com extratos diminuíram 8,5% e 9,1% (Figura 2B). Na avaliação dos pesos dos fígados, o grupo controle apresentou valores de 1,83±0,16 g, o grupo tratado com carbamazepina apresentou aumento de 12,7% desses valores, e os grupos tratados com a combinação de plantas diminuíram 13,1% e 5,3% sem diferenças significativas (Figura 2C). Essas variações nos valores do peso do fígado sem diferenças estatísticas Braz J Oral Sci.14(1):60-65 63 Efeito analgésico deHypericum perforatum, Valeriana officinalisePiper methysticumpara dor orofacial Figura 2.Valores absolutos de fosfatase alcalina (A), alanina transaminase (B), peso do fígado (C) e peso do animal (D) em camundongos nos grupos controle (C – solução salina mL/ 10g), carbamazepina (CARB – mg/kg) , e extratos nas doses de 0,05 mL/10 g e 0,1 mL/10 g após tratamento crônico por 25 dias (vo). Os resultados são expressos em média ± SEM (n=10). *p<0,05 em relação ao controle (ANOVA seguida do teste de Bonferroni). Tabela 1. Valores de neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos nos grupos tratados com salina, carbamazepina, extratos nas doses de 0,05 mL/10g e 0,1 mL/10g expressos em média±SEM (n=10). Teste ANOVA seguido do teste de Bonferroni (*p<0,05). Neutrófilos (%) Eosinófilos (%) Linfócitos (%) Monócitos (%) Salina carbamazepina 0,05 ml/ 10 g 0,10 mL/10g 17,9±0,99 18,2±3,25 14,5±1,72 16,2±2,59 1,1±0,49 1,0±0,36 3,0±0,77* 0,8±0,37 79,2±1,22 78,1±3,19 81,2±2,04 81,0±2,84 1,7±0,70 2,7±0,53 1,3±0,42 1,4±0,45 Figura 3.Curva dose-resposta mostrando as características quantitativas da hormese Braz J Oral Sci.14(1):60-65 Efeito analgésico deHypericum perforatum, Valeriana officinalisePiper methysticumpara dor orofacial 64 Existem poucos estudos envolvendo as três plantas que foram escolhidas para usar uma proporção para as plantas de 3:1:0,5, respectivamente, a fim de reduzir as toxicidades individuais e buscar um efeito analgésico sinérgico em camundongos. As proporções dos medicamentos utilizados representam cerca de 1/3 da dose terapêutica. Nesse sentido, para a analgesia induzida pelo teste da formalina no nervo trigêmeo, foram obtidos resultados significativos, pois a combinação da planta reduziu a dor direta da formalina no neurônio condutor da dor (trigêmeo), chamada de fase 1, e reduziu a dor inflamatória ou tardia, chamada fase 2, que é a liberação de produtos pró-inflamatórios como bradicinina, TNF e prostaglandinas22. Estudos mostraram quePiper methysticum,valeriana officinaliseHypericum perforatumusados separadamente exibem propriedades antidepressivas, relaxantes musculares, anti-inflamatórias e sedativas10. O extrato alcoólico de kava inibe a ciclooxigenase 1 e 2. Além de ter uma variedade de efeitos no sistema nervoso central, incluindo propriedades ansiolíticas, sedativas, anticonvulsivantes, anestésicas locais, espasmolíticas e analgésicas, provavelmente por seus efeitos inibitórios do NF-kB, é um fator importante na atividade anti- inflamatória da cascata de prostaglandinas23. Yao et ai.24 demonstraram o efeito analgésico da kava em contorções abdominais e testes de formalina em patas de ratos. Estudos recentes sugerem que a valeriana reduz o transporte de dopamina para dor crônica em ratos.valeriana officinalispossui propriedades ansiolíticas, antidepressivas e miorrelaxantes, fatores importantes em casos de insônia leve, dores orofaciais e disfunções temporomandibulares25. Os extratos alcoólico e metanólico dehipericumtêm efeitos analgésicos e anti- inflamatórios em testes de formalina e contorções abdominais26. Alterações hepáticas podem ocorrer devido a reações envolvendo o citocromo P45027-28. A lesão hepática pode ser hepatocelular, causando aumento sérico das enzimas alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), ou colestática, levando a aumento de bilirrubina, fosfatase alcalina (ALP) e gama-GT29. Estudos demonstraram que o uso crônico de valeriana causa toxicidade hepática, além de efeitos colaterais como dispepsia, reações alérgicas na pele, dor de cabeça e agitação30. Kava pode exacerbar o estado de pacientes com insuficiência hepática e hepatite naqueles com histórico de doença hepática recorrente. Há relatos de hepatite aguda com necrose hepatocelular grave, necessitando de transplante hepático em pacientes após ingestão de doses de extrato de kava consideradas terapêuticas. Em pacientes suscetíveis, alguns sintomas podem aparecer após um curto período de tempo. Avaliações de testes de função hepática indicam alterações nos resultados após 1-2 meses de uso, com sintomas de hepatomegalia e encefalopatia precoce10. Hypericumtambém tem relatos de danos hepáticos em fetos de ratos cujas mães foram expostas à hipericina11. Apesar dos relatos de distúrbios hepáticos relacionados ao uso de hypericum, kava e valeriana em doses terapêuticas de 900 mg/Kg, 300 mg/Kg e 150 mg/Kg, respectivamente29-30, os resultados obtidos mostraram que o uso de doses menores combinadas (1/3 das doses terapêuticas) não são prejudiciais considerando os parâmetros bioquímicos. A eosinofilia no grupo tratado com a menor dose (0,05 mL/10 g) pode ser explicada por um fenômeno denominado hormesis. Este é um termo para respostas biológicas geralmente favoráveis a baixas exposições a estressores. Substâncias químicas como, por exemplo, kavalactonas, hipericina e ácido valérico, ou toxinas mostrando hormese, têm efeito oposto tanto em pequenas doses quanto em grandes doses, resultando em uma resposta à dose em forma de J ou em forma de U invertido (Figura 3). Um conceito relacionado é o Mitridatismo, que se refere à exposição voluntária a uma substância na tentativa de desenvolver imunidade contra ela.31. São apresentadas evidências que suportam a conclusão de que o modelo hormético dose-resposta é o mais comum e fundamental nas ciências biológicas e biomédicas, sendo altamente generalizado em modelo biológico, endpoint medido e classe química e agente físico. O modelo hormesis de resposta à dose é vigorosamente debatido32. Os mecanismos bioquímicos pelos quais a hormese funciona não são bem compreendidos. A conjectura é que baixas doses de estressores podem ativar os mecanismos de reparação do corpo. O processo de reparo corrige não apenas os danos causados pela substância química, mas também outros danos de baixo nível que possam ter se acumulado antes, sem acionar o mecanismo de reparo. Kava (Piper methysticum), Hipericum (Hypericum perforatum ) e valeriana (valeriana officinalis) são descritas na literatura como plantas com diversas propriedades biológicas, mas que podem apresentar comprometimento hepático grave relacionado ao consumo crônico e em combinação com outras plantas. Em baixas doses, são prescritos por profissionais de saúde a pacientes com dor orofacial de origem nociceptiva, como dor de origem temporomandibular e dor neuropática bucofacial com melhora significativa nos níveis de dor crônica. Em conclusão, este estudo é o primeiro a demonstrar que po pré-tratamento de uma associação de hypericum (Hypericum perforatum), valeriana (valeriana officinalis) e cava (Piper methysticum) reduziu a resposta nociceptiva tanto na primeira quanto na segunda fase do teste da formalina orofacial. Além disso, não houve alterações nos marcadores hepáticos e contagem de glóbulos brancos, mas um eosinofílico na menor dose de extrato. Os autores acreditam que esta pesquisa contribui para o conhecimento da saúde na área de tratamento da dor orofacial ao fornecer dados para possível utilização dessas plantas como adjuvantes ou substitutos dos medicamentos atualmente utilizados devido aos seus comprovados poderes analgésicos e anti-inflamatórios.É importante mencionar que o presente estudo apresenta algumas limitações. Estudos envolvendo outros testes de atividade analgésica, estudos histopatológicos e marcadores pró-inflamatórios são necessários para entender os mecanismos envolvidos. Tomadas em conjunto, essas observações fornecerão uma visão para estudos futuros semelhantes. Referências 1. Academia Americana de Dor Orofacial. O escopo da DTM/dor orofacial (manejo da dor de cabeça e pescoço) na prática odontológica contemporânea. Comitê do Ato de Prática Odontológica da Academia Americana de Dor Orofacial. J Orofac Pain. 1997; 11: 78-83. 2. Coderre TJ, Katz J, Vaccarino AL, Melzack R. 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