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Este material é parte integrante do curso online " Atualização em Triagem, Urgência e Emergência" do
EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e
parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29).
Com certificado
online
180 horas Atualização em Triagem,
Urgência e Emergência
Nice Dias Gonçalves
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Atualização em Triagem,
Urgência e Emergência
Nice Dias Gonçalves
180 horas
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 5
DEFINIÇÃO DE TRIAGEM EM SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.10
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO....................12
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO................................................................................18
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO...............................................................................20
5.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE.................................................................................21
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO........................................................................................ 22
6.1 PRIORIDADE ZERO................................................................................................ 22
6.2 PRIORIDADE UM.................................................................................................... 22
6.3 PRIORIDADE DOIS................................................................................................. 23
AVALIAÇÃO INICIAL.................................................................................................... 24
7.1 COMPENSADO........................................................................................................ 24
7.2 DESCOMPENSADO.................................................................................................24
7.3. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA IMINENTE................................................. 25
SINAIS DE ALERTA EM CASO DE TRAUMA........................................................... 26
ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO PELA COR.......................................... 28
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO...................................................................................... 29
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 30
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 32
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.......................................................34
2.1 DIFERENÇA ENTRE UBS E UPA.......................................................................... 39
SITUAÇÕES QUEMOTIVAM À PROCURA DO SERVIÇO DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA..................................................................................................................41
ACESSO E UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA...43
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO........................................................................................ 50
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA..................................................................................................................53
ASSISTÊNCIA AS SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.......................55
7.1 SIGNIFICADO DAS LETRAS ABCDE...................................................................56
7.1.1 (X) – Exsanguinação........................................................................................... 56
7.2 CHOQUE E SUAS CONSEQUENCIAS NO ORGANOSMO.................................58
7.3 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA....................................................................60
7.4 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)....................................................... 61
7.5 TRAUMA CRANIO ENCEFALICO (TCE)............................................................. 62
O TRABALHO DA ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.............. 66
CONCLUSÃO.................................................................................................................... 69
INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 71
1 DEFINIÇÃO................................................................................................................. 71
TEMPERATURA CORPORAL.......................................................................................73
2.1 FATORES QUE AFETAM A TEMPERATURA CORPORAL...............................73
2.2 LOCAIS DE AFERIÇÃO.......................................................................................... 75
2.3 TIPOS DE TERMÔMETROS................................................................................... 76
2.4 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA
(MOZACHI, NELSON, 2011).........................................................................................76
2.5 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO......................................................... 77
PULSO................................................................................................................................ 78
3.1 FATORES QUE INFLUENCIAM (POTTER; PERRY, 2010)................................ 78
3.2 CARACTERÍSTICAS DO PULSO ARTERIAL...................................................... 79
3.2.1 Frequência e ritmo...............................................................................................79
3.2.2 Amplitude e contorno..........................................................................................80
3.3 TIPOS DE PULSOS.................................................................................................. 81
3.3.1 Pulso de Pequena amplitude................................................................................81
3.3.2 Pulso de Grande Amplitude:............................................................................... 82
3.3.3 Pulso de Duplo Pico:...........................................................................................82
3.3.4 Pulso com Variação Rítmica da Amplitude........................................................ 83
3.4 LOCAIS DE AFERIÇÃO.......................................................................................... 84
3.5 VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA............................. 86
3.6 TERMINOLOGIAS...................................................................................................86
3.7 MATERIAL UTILIZADO PARA VERIFICAÇÃO DO PULSO (MOZACHI,
NELSON, 2011)...............................................................................................................86
3.8 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO......................................................... 87
RESPIRAÇÃO................................................................................................................... 88
4.1 RITMOS RESPIRATÓRIOS.....................................................................................89
PRESSÃO ARTERIAL..................................................................................................... 93
5.1 ATORES QUE AFETAM..........................................................................................94
5.2 VARIAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL...............................................................95
5.3 LOCAIS DE AFERIÇÃO.......................................................................................... 96
5.4 TIPOS DE MEDIDORES DE PRESSÃO ARTERIAL............................................ 96
5.5 MATERIAIS UTILIZADOS PARA VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
(MOZACHI, NELSON, 2011).........................................................................................975.6 TÉCNICA PARA REALIZAR A AFERIÇÃO......................................................... 97
DOR.....................................................................................................................................99
CONCLUSÃO.................................................................................................................. 101
AVALIAÇÃO................................................................................................................... 102
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 108
Unidade 1 – Introdução
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01
INTRODUÇÃO
Mundialmente, a procura pelos serviços de urgência tem aumentado durante as últimas
décadas, levando à necessidade de modificação da organização da assistência. (JIMÉNES,
2003). No Brasil, a transição demográfica, social e epidemiológica faz com que a procura e
a oferta de serviços de saúde sejam fenômenos que se alteram constantemente, acarretando
grande aumento na demanda dos serviços de atendimento às urgências e emergências que,
por sua vez, exigem grande incremento de tecnologias criadas em diferentes áreas e formas.
Os sistemas de saúde sofrem com condições insuficientes para tratar o elevado
número de requisições, acarretando em filas cada vez mais extensas. O problema chega a
se tornar uma mazela social, evidenciado pela baixa renda da maioria dos usuários,
tornando o sistema público de saúde um serviço precário e por muitas vezes incapaz.
O aumento crescente de pacientes que procuram os Serviços de Emergência (SE)
nas últimas décadas e a consequente superlotação destes serviços é uma realidade mundial.
Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, este problema torna-se ainda mais grave,
pois estes serviços se configuram muitas vezes como a principal porta de entrada ao
sistema de saúde (DURAN, 2011; ANNEVELD et al., 2013). Estudos relacionam a
superlotação a aumento dos custos, decréscimo na eficiência e na qualidade da assistência,
aumento na incidência de efeitos adversos e na mortalidade, traduzindo em baixo
desempenho do sistema de saúde (FOVERO, MCCARTHY, HILLMAN; 2011;
MAHMOODIAN, EQTESADI, GHAREGHANI, 2014).
No cenário que se encontram os sistemas de saúde atualmente, não existe mais
possibilidade de trabalhar com atenção de urgências sem um sistema de triagem ou
classificação de risco.
Assim, foram elaborados sistemas de triagem para identificação da prioridade
clínica de cada paciente que aguarda atendimento, visando facilitar a igualdade de acesso
(JIMÉNES, 2003).
Como forma de priorizar o atendimento aos pacientes mais graves os hospitais vêm
instituindo nas últimas décadas sistemas de triagem com o objetivo principal de identificar
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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os pacientes com condições mais urgentes e maior risco de morte, assegurando
atendimento rápido, com tempo mínimo de espera (DURAN et al; 2011; VAN DER
LINDEN et al, 2012; STORM-VERSLOOT, 2011).
O primeiro atendimento realizado pela equipe multiprofissional aos usuários de
saúde é a triagem que tem como objetivo classificar os pacientes de acordo com a decisão
de prioridades e intervenções terapêuticas individualizadas. A triagem vem para contribuir
no atendimento favorecendo na redução de aglomerações nas unidades de urgência e
emergência. (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).
A triagem é caracterizada por três categorias “emergente (doença ou lesão de risco
de vida ou com risco potencial que exige o atendimento imediato), imediato (lesão ou
doença não-aguda sem risco de vida) e urgente (doença ou lesão secundária que necessita
de tratamento em nível de primeiros socorros)” (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).
Observa-se que a maior parte dos casos que procuram o serviço de urgência e
emergência não são graves causando a superlotação do setor. A falta de conhecimento dos
usuários da saúde com relação à finalidade do setor de urgência e emergência, bem como a
demora e a limitação dos agendamentos na rede pública de saúde, faz com que os usuários
procurem este serviço por se tratar de um setor que irão encontrar médicos e enfermeiros
durante todo o período e as pessoas buscam o atendimento de suas necessidades em curto
espaço de tempo (MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).
O acolhimento nos serviços de saúde vem crescendo e ganhando importância, pois
é um método que desenvolve os processos de trabalho em saúde a fim de atender os
usuários que procuram os serviços de saúde, ouvindo os seus pedidos e assumindo uma
postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários
(MORISHITA; SILVA; SOUZA, 2009).
Constituem-se as seguintes fases para o atendimento na triagem: primeiro momento
“A chamada do paciente”, trata-se do momento onde o enfermeiro pessoalmente o chama
na recepção podendo observar o fluxo da sala e detectar situações de conflito ou urgência;
no segundo momento “A apresentação” é realizada a apresentação do nome do profissional
e sua função explicando esta fase do atendimento ao paciente assim como seu objetivo;
terceiro momento “Coleta de dados” é o questionamento realizado ao paciente sobre a
queixa atual e duração, antecedentes de real importância, alergias e medicamentos em uso;
quarto momento “Verificação dos sinais vitais” neste momento é aferido a pressão arterial,
a frequência cardíaca, a saturação de oxigênio e a temperatura; e no quinto momento
“Solicitação de exames” de acordo com a avaliação, o enfermeiro pode solicitar a dosagem
da glicemia capilar ou realização de eletrocardiograma, previamente à consulta médica.
(GATTI, 2008).
Os sistemas de triagem têm o objetivo de organizar a demanda de pacientes que
chegam à procura de atendimentos em serviços de urgências da atenção hospitalar e pré-
hospitalar, identificando os que necessitam de atendimento imediato e reconhecendo
aqueles que podem aguardar em segurança o atendimento, antes que haja a avaliação
diagnóstica e terapêutica completa (JIMÉNES, 2003).
Unidade 1 – Introdução
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A triagem estruturada faz referência a um protocolo de classificação válido,
reproduzível e que permite a classificação dos pacientes, baseado nos diferentes níveis de
urgência e de priorização da assistência somado à estrutura física e organização
profissional e tecnológica adequada (JIMÉNES, 2003; DIOGO, 2007).
Os sistemas de triagem podem se distinguir em relação ao profissional que executa
a atividade, quanto à existência de algoritmos de triagem (árvores decisionais), à existência
de protocolos de atuação associados, ao número de categorias de urgência, ao ambiente e
contexto onde se aplicam e os recursos, equipamentos e meios que envolvem essa
atividade (DIOGO, 2007). Atualmente, os quatro sistemas de triagem estruturada mais
utilizados são: National Triage Scale (NTS) da Austrália, Canadian Emergency
Department Triage and Acuity Scale (CTAS) do Canadá, Manchester Triage System (MTS)
do Reino Unido e Emergency Severity Index (ESI) dos Estados Unidos (DIOGO, 2007;
DURO, LIMA, 2010).
No Brasil, a triagem organizada assume a denominação de avaliação e classificação
de risco, que ligada ao acolhimentotem por objetivo identificar os pacientes que precisam
de tratamento rápido, de acordo com a situação de perigo, a partir de um atendimento
usuário centrado, impedindo dessa forma práticas de exclusão (ACOSTA, DURO, LIMA,
2012). O acolhimento, como diretriz operacional da Política Nacional de Humanização
(PNH) do Ministério da Saúde, associado à classificação de risco, tem por finalidade
garantir a humanização da assistência nos serviços de saúde, ampliar o acesso e oferecer
atendimento acolhedor e resolutivo (BRASIL, 2004).
A avaliação da classificação de risco é geralmente realizada pelos enfermeiros.
Autores afirmam que os enfermeiros reúnem as condições necessárias, as quais incluem
linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das escalas de
avaliação e classificação de risco (JIMÉNES, 2003).
Para organizar e normatizar os Serviços de Urgência e Emergência, diante da alta
demanda de usuários, entrou em vigor no Brasil, em 2002, a Portaria do Ministério da
Saúde nº 2.048 objetivando avaliar e determinar o grau de emergência e urgência e a
prioridade nesse tipo de atendimento. Função está realizada por profissionais da área da
saúde graduados e devidamente treinados para atuarem no processo de avaliação. (LAURA,
2016).
Nas instituições hospitalares, as Unidades de Emergência são consideradas setores
complexos; cotidianamente superlotados, habituadas à alta demanda, podendo haver, em
decorrência, desordem e, consequentemente, influência negativa nos atendimentos
prestados aos usuários. O Ministério da Saúde, baseando-se nesses fatos lançou a cartilha
da “Política Nacional de Humanização - Humaniza SUS”, para acolher os usuários nas
Unidades de Emergência e classifica-las pelo nível de gravidade e grau de prioridade do
atendimento.
Conceitualmente, na área da saúde, usa-se o termo acolhimento para definir a
atitude de disponibilidade interna para o encontro com o outro e que permite e promove
diálogo e compreensão mútua. Nesses termos conceituais, o acolhimento estaria presente
nas interações de profissionais e pacientes desde o momento em que pacientes e familiares
chegassem ao serviço de saúde até sua saída, passando necessariamente por todos os
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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processos do cuidar. Também se refere às interações entre profissionais e equipe em todos
os níveis de gestão. (LAURA, 2016).
O acolhimento, a partir da análise dos processos de trabalho, favorece a construção
de relação de confiança e compromisso entre as equipes e promove avanço na aliança entre
usuários, profissionais da saúde e gestores da saúde.
Para contemplar a humanização nos Serviços de Urgência/Emergência foi
implantada a Portaria nº 2.395 de 2011, que prioriza o Acolhimento com Classificação de
Risco, visando diminuir o tempo de espera, acolher a população e atender prioritariamente
pacientes com maior grau de risco, independente da ordem de chegada. Assim, organiza a
atenção às urgências, de modo atender a demanda espontânea e/ou referenciada.
A Resolução 423/2012 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEM confere
exigência legal ao enfermeiro na competência de execução da Classificação de Risco e
Priorização da Assistência em Serviço de Urgência, ação a ser desenvolvida com
conhecimento e habilidade técnico-cientifica. Dessa forma, atende às determinações da
Resolução COFEN 358/20019d e os princípios da Política Nacional de Humanização
(LAURA, 2016).
A enfermagem tem respaldo para “realizar o acolhimento e a classificação de risco
dos pacientes em qualquer unidade de saúde, seja em caráter hospitalar, pré-hospitalar na
urgência ou da atenção básica”. (COFEN, 2015, p. 9). Essa função só é permitida à
profissionais de nível superior, sendo assim, cabe somente ao enfermeiro a realização deste
serviço na equipe de enfermagem.
Classificação de Risco é um processo dinâmico embasado em conceitos e escalas
internacionais que normalmente estratificam os riscos em cinco níveis, apresentando, desta
forma, melhor confiabilidade na avaliação. Dentre os modelos de escalas destacam-se: a
escala australiana – Australasian Triage Scale (ATS); o protocolo canadense Canadian
Triage Acuity Scale (CTAS©); a escala norte-americana - Emergency Severity Index (ESI),
e o protocolo inglês – Manchester Triage System – protocolo de Manchester (LAURA,
2016).
Destes, o Sistema de Triagem de Manchester é o mais utilizado e sua estratégia de
classificação de risco define-se em cinco categorias diferenciadas em cores. Criado na
Inglaterra em 1994 determina a prioridade de atendimento e estipula um tempo máximo de
espera para que o cliente possa ser atendido. A categoria designada pela cor Vermelha
classifica os casos emergenciais no atendimento imediato (risco de morte), sendo o tempo
do atendimento de zero minuto; Laranja, para casos muito urgentes, atendimento também
rápido, mas o tempo de espera para o atendimento é de no máximo dez minutos; Amarelo,
para casos de urgência, estipulando o tempo de espera pelo atendimento em até 60 minutos;
Verde, usado para casos de pouca urgência, com determinação de tempo de espera máxima
de 120 minutos; e pôr fim a cor Azul, adotada em casos não urgentes, onde o tempo
máximo que o cliente pode esperar para ser atendido é de 240 minutos. (LAURA, 2016).
O protocolo é uma metodologia de trabalho implementada em Manchester,
Inglaterra, em 1997, e tem como objetivo estabelecer um tempo de espera pela atenção
médica e não de estabelecer diagnóstico. O método consiste identificar a queixa inicial,
Unidade 1 – Introdução
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seguir o fluxograma de decisão e, por fim, estabelecer o tempo de espera, que varia de
acordo com a gravidade do paciente.
Apesar da triagem ser uma estratégia para que pacientes graves tenham prioridade
no atendimento nos SE, impactando na qualidade do atendimento prestado ao usuário,
poucos estudos associaram a gravidade estabelecida por esta classificação aos desfechos
como alta, internação e óbito (DALLAIRE et al, 2012; VAN DER WULP, SCHRIJVERS,
STEL, 2009).
A associação entre as categorias de triagem e os desfechos é importante para avaliar
se o protocolo utilizado garante a segurança dos pacientes em relação ao tempo de espera
pelo atendimento médico, como também permite a adequada alocação dos recursos e
cuidados posteriores visando à redução dos custos hospitalares.
Na triagem é realizada uma consulta de enfermagem direcionada à queixa, onde o
enfermeiro está inserido nesse contexto como o primeiro contato da equipe multidisciplinar
com o paciente, pois ele coleta dados sobre a sintomatologia, início do quadro,
antecedentes pessoais, medicações em uso, alergias, sinais vitais são aferidos, e detecta
possíveis déficits de conhecimento nesses aspectos, ou ainda relativos às questões de fluxo
e especificidade de atendimento do setor. Quando da realização do registro, da entrevista e
do exame físico, realizados com ênfase na observação do comportamento, expressão verbal
e não verbal de dor, postura e sinais clínicos, determina-se a classificação da prioridade do
atendimento.
A consulta de enfermagem, por sua vez, tem como objetivo agilizar o atendimento,
através da diminuição do tempo da consulta médica, cuidando a equipe de enfermagem de
levantar as primeiras informações sobre o paciente, anotando seus dados antropomórficos,
tomando sua temperatura e aferindo sua pressão arterial.
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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02
DEFINIÇÃO DE TRIAGEM EM SERVIÇOS
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Triagem é o primeiro atendimento prestado pelo profissional aos usuários dos serviços de
saúde. Tem por finalidade a avaliação inicial, seleção e encaminhamento dos clientes às
unidades/especialidades adequadas à sua assistência.
Nos departamentos de emergência, a triagem é desenhada para identificar os casos
mais urgentes para o atendimento ou potencialmente mais sérios assegurando que estes
receberão tratamento prioritário seguindo-se os casos menos urgentes. Por norma, os
recursos são suficientes para tratar todos os pacientes, contudo, os que se encontram em
estado menos urgentes poderão aguardar.
O processo de triagem configura-se como elemento intuitivo da prática clínica de
enfermeiros que atuam em serviços de urgência e emergência. Atribuir um grau de risco ao
paciente é um complexo processo de tomada de decisão. Segundo a Teoria do Cotinuum
Cognitivo, para tomar decisões, os enfermeiros utilizam-se do raciocínio clínico que
envolve um pensamento ordenado e intencional, fundamentado nos conhecimentos teóricos
e práticos e na experiência pessoal e profissional. Na triagem, a tomada de decisão é
influenciada por sistemas de apoio ao julgamento clínico, pelo julgamento intuitivo e
reflexivo e pela avaliação por pares envolvendo enfermeiro e paciente.
Os sistemas de apoio ao julgamento referem-se ao uso das escalas ou sistemas de
triagem que norteiam o enfermeiro na avaliação da queixa apresentada pelo paciente. Em
um contexto de demanda por serviços maior que a oferta e com recursos limitados de
atendimento, a triagem dos pacientes deve acontecer de forma acurada para garantir o
cuidado de acordo com a real necessidade do paciente. Assim, a tomada de decisão do
enfermeiro na classificação de risco deve ser guiada por um sistema de apoio confiável,
capaz de mensurar com precisão o grau de prioridade do paciente.
Entende-se que em qualquer lugar de uma instituição de saúde onde ocorre um
contato entre trabalhador e usuário, existe a produção de um processo de trabalho em saúde
Unidade 2 – Definição de Triagem em Serviços de Urgência e Emergência
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por meio das relações de acolhimento, de vínculo, com forte conteúdo de intervenção
terapêutica. O acolhimento é um modo de desenvolver os processos de trabalho em saúde
de forma a atender os usuários que procuram os serviços de saúde, ouvindo os seus pedidos
e assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos
usuários. Esse processo inclui um atendimento com resolutividade e responsabilização,
fazendo também as orientações para o paciente e sua família em relação ao atendimento e
funcionamento dos demais serviços de saúde, estabelecendo meios para garantir o sucesso
desse encaminhamento.
A Portaria 2048 do Ministério da Saúde propõe a implantação nas unidades de
atendimento de urgências o acolhimento e a “triagem classificatória de risco”. De acordo
com esta Portaria, este processo “deve ser realizado por profissional de saúde, de nível
superior, mediante treinamento específico e utilização de protocolos pré-estabelecidos e
tem por objetivo avaliar o grau de urgência das queixas dos pacientes, colocando-os em
ordem de prioridade para o atendimento” (BRASIL, 2002).
O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR - se mostra como um
instrumento reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar
o Sistema Único de Saúde. Vai estabelecer mudanças na forma e no resultado do
atendimento do usuário do SUS. Será um instrumento de humanização. A estratégia de
implantação da sistemática do Acolhimento com Classificação de Risco possibilita abrir
processos de reflexão e aprendizado institucional de modo a reestruturar as práticas
assistenciais e construir novos sentidos e valores, avançando em ações humanizadas e
compartilhadas, pois necessariamente é um trabalho coletivo e cooperativo. Possibilita a
ampliação da resolutividade ao incorporar critérios de avaliação de riscos, que levam em
conta toda a complexidade dos fenômenos saúde/ doença, o grau de sofrimento dos
usuários e seus familiares, a priorização da atenção no tempo, diminuindo o número de
mortes evitáveis, sequelas e internações. A Classificação de Risco deve ser um instrumento
para melhor organizar o fluxo de pacientes que procuram as portas de entrada de
urgência/emergência, gerando um atendimento resolutivo e humanizado.
O Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco não é entendido como um
processo de triagem, pois segundo o Ministério da Saúde, produz direcionamento à
classificação de risco e não conduta. O protocolo é entendido como uma classificação e
não pressupõe a exclusão. Todos os pacientes devem ser atendidos, respeitando a situação
de gravidade e complexidade apresentada pelo usuário que procurou o serviço de saúde
(BELLAGUARDA, 2009).
A importância desse serviço está principalmente em prevenir complicações e
identificar quadros agudos que implicam riscos de vida. Para o funcionamento adequado
do Serviço de Triagem, é necessária a integração deste com outros serviços de saúde
existentes no sistema, estabelecendo vínculos com os mesmos, de modo a permitir o
adequado encaminhamento dos pacientes.
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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03
MISSÕES DO ACOLHIMENTO COM
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Os objetivos do acolhimento com classificação de risco são "avaliar o paciente logo na sua
chegada ao pronto-socorro, humanizando o atendimento; desbloquear o fluxo do pronto-
socorro; diminuir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja
visto prematuramente de acordo com a sua gravidade; determinar a área de atendimento
primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente às especialidades, conforme
protocolo".
O acolhimento como postura e prática nas ações de atenção e gestão nas unidades
de saúde, a partir da análise dos processos de trabalho, favorece a construção de relação de
confiança e compromisso entre as equipes e os serviços. Possibilita também avanços na
aliança entre usuários, trabalhadores e gestores da saúde em defesa do SUS como uma
política pública essencial para a população brasileira.
Apesar de o acolhimento ser constituinte de todas as práticas de atenção e gestão,
elegemos os serviços de urgência como foco para este texto, por apresentarem alguns
desafios a serem superados no atendimento em saúde: superlotação, processo de trabalho
fragmentado, conflitos e assimetrias de poder, exclusão dos usuários na porta de entrada,
desrespeito aos direitos desses usuários, pouca articulação com o restante da rede de
serviços, entre outros. É preciso, portanto, repensar e criar novas formas de agir em saúde
que levem a uma atenção resolutiva, humanizada e acolhedora a partir da compreensão da
inserção dos serviços de urgência na rede local.
Dessa forma o desafio dessa temática se ancora em:
1. Ser instrumento capaz de acolher o cidadão e garantir um melhor acesso aos
serviços de urgência/emergência;
2. Humanizar o atendimento;
3. Garantir um atendimento rápido e efetivo
Unidade 3 – Missões do Acolhimento com Classificação de Risco
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A palavra “acolher”, em seus vários sentidos, expressa “dar acolhida, admitir,
aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir” (FERREIRA, 1975).
O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa uma ação de aproximação, um
“estar com” e “perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão, de estar em relação com algo ou
alguém. É exatamente no sentido da ação de “estar com” ou “próximo de” que queremos
afirmar o acolhimento como uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética
da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS.
Política porque implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”,
potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros. Ética no que se refere ao
compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças,
dores, alegrias, modos de viver, sentir e estar na vida.
Essa política de acolhimento veio para reativar nossa capacidade de cuidar e de
estar atentos para acolher, tendo como princípios norteadores o coletivo como plano de
produção da vida, o cotidiano como plano ao mesmo tempo de reprodução, de
experimentação e de invenção de modos de vida e a indissociabilidade entre o modo de nos
produzirmos como sujeitos e os modos de estarmos nos “verbos da vida” (trabalhar, viver,
amar, sentir, produzir saúde, etc).
É preciso restabelecer no cotidiano o princípio da universalidade/equidade para o
acesso e a responsabilização das instâncias públicas pela saúde dos cidadãos.
Quando falamos em acesso, é preciso entende-lo em suas várias dimensões, quais
sejam: acesso às unidades e serviços (garantia do cuidado); acesso à qualidade da/na
assistência (escuta/vínculo/ responsabilização/resolutividade); acesso à continuidade do
cuidado; acesso à participação nos projetos terapêuticos e de produção de saúde
(autonomia e protagonismo do cidadão – usuário e sua rede social); acesso à saúde como
bem com “valor de uso” e não como mercadoria (formas dignas/potentes de viver a vida
com autonomia).
O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido, ao mesmo tempo, como
diretriz ético/estético/política constitutiva dos modos de se produzir saúde e como
ferramenta tecnológica relacional de intervenção na escuta, na construção de vínculo, na
garantia do acesso com responsabilização e na resolutividade dos serviços.
Colocar em ação o acolhimento requer uma atitude de mudança que implica na
análise e revisão cotidiana das práticas de atenção e gestão implementadas nas unidades do
SUS, com:
 Reconhecimento do protagonismo dos sujeitos envolvidos no processo de produção
de saúde;
 Valorização e abertura para o encontro entre profissional de saúde, usuário e sua
rede social como liga fundamental no processo de produção de saúde;
 Reorganização do serviço de saúde a partir da problematização dos processos de
trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de toda a equipe multiprofissional
encarregada da escuta e resolução do problema do usuário;
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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 Elaboração de projeto terapêutico individual e coletivo com horizontalização por
linhas de cuidado;
 Mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde, ampliando os
espaços democráticos de discussão, de escuta, de trocas e de decisões coletivas. A
equipe, neste processo, pode também garantir acolhimento para seus profissionais e
para as dificuldades de seus componentes na acolhida à demanda da população;
 Postura de escuta e compromisso em dar respostas às necessidades de saúde
trazidas pelo usuário, que inclua sua cultura, saberes e capacidade de avaliar riscos;
 Construção coletiva de propostas com a equipe local e com a rede de serviços e
gerências de todos os níveis do sistema. O funcionamento do acolhimento se
multiplica em inúmeras outras ações, e traz a possibilidade de analisar:
 A adequação da área física, o dimensionamento das equipes e a compatibilização
entre a oferta e a demanda por ações de saúde;
 As formas de organização dos serviços e os processos de trabalho;
 A governabilidade das equipes locais;
 A humanização das relações em serviço;
 Os modelos de gestão vigentes na unidade de saúde;
 O ato da escuta e a produção de vínculo como ação terapêutica;
 A multi/interdisciplinaridade nas práticas.
Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que
procuram uma unidade de urgência pressupõe que todos serão acolhidos por um
profissional da equipe de saúde. Este profissional vai escutar a queixa, os medos e as
expectativas, identificar risco e vulnerabilidade, e acolher também a avaliação do próprio
usuário; vai se responsabilizar pela resposta ao usuário, a para isso vai necessariamente
colocar em ação uma rede multidisciplinar de compromisso coletivo com essa resolução.
Assim, o acolhimento deixa de ser um ato isolado para ser um dispositivo de
acionamento de redes internas, externas, multidisciplinares, comprometidas com as
respostas às necessidades dos cidadãos.
Muitos serviços de atendimento às urgências convivem com grandes filas onde as
pessoas disputam o atendimento sem critério algum a não ser a hora da chegada. A não-
distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila,
ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não-atendimento no tempo adequado.
O acolhimento como dispositivo tecno-assistencial permite refletir e mudar os
modos de operar a assistência, pois questiona a clínica no trabalho em saúde, os modelos
de atenção e gestão e o acesso aos serviços. A avaliação de risco e vulnerabilidade não
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pode ser considerada prerrogativa exclusiva dos profissionais de saúde: o usuário e sua
rede social devem também ser considerados neste processo. Avaliar riscos e
vulnerabilidade implica estar atento tanto ao grau de sofrimento físico quanto psíquico,
pois muitas vezes o usuário que chega andando, sem sinais visíveis de problemas físicos,
mas muito angustiado, pode estar mais necessitado de atendimento e com maior grau de
risco e vulnerabilidade.
Sendo assim, os processos de acolhimento e triagem nos serviços de urgência
objetivam:
 A melhoria do acesso dos usuários, mudando a forma tradicional de entrada por
filas e ordem de chegada;
 A mudança das relações entre profissionais de saúde e usuários no que se refere à
forma de escutar este usuário em seus problemas e demandas;
 O aperfeiçoamento do trabalho em equipe com a integração e complementaridade
das atividades exercidas pelas categorias profissionais;
 O aumento da responsabilização dos profissionais de saúde em relação aos usuários
e a elevação dos graus de vínculo e confiança entre eles;
 A abordagem do usuário para além da doença e suas queixas;
 A pactuação com o usuário da resposta possível à sua demanda, de acordo com a
capacidade do serviço.
É importante acentuar que todos os profissionais de saúde fazem acolhimento;
entretanto, nas “portas de entrada”, os serviços de saúde podem demandar a necessidade de
um grupo de profissionais de saúde preparado para promover o primeiro contatocom o
usuário, identificando sua demanda, orientando-o quanto aos fluxos internos do serviço e
quanto ao funcionamento da rede de saúde local.
A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera e
propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros
objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco
elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares,
sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação
contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela
discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação
dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes
internas e externas de atendimento.
É importante ressaltar que a realização da classificação de risco isoladamente não
garante uma melhoria na qualidade da assistência. É necessário construir pactuações
internas e externas para a viabilização do processo, com a construção de fluxos claros por
grau de risco, e a tradução destes na rede de atenção.
E nesse sentido, quando se tem o Acolhimento com Classificação de Risco como
guia orientador para a atenção e gestão na urgência, outros modos de estar, ocupar e
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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trabalhar se expressarão e solicitarão arranjos espaciais singulares, com fluxos adequados
que favoreçam os processos de trabalho.
Para a organização dos espaços e seus usos e para a clareza no entendimento, a
composição espacial aqui sugerida é composta por eixos e áreas que evidenciam os níveis
de risco dos pacientes. A proposta de desenho se desenvolve pelo menos em dois eixos: o
do paciente grave, com risco de morte, que chamaremos de eixo vermelho, e o do paciente
aparentemente não-grave, mas que necessita ou procura o atendimento de urgência, que
chamaremos de eixo azul.
Cada um desses eixos possui diferentes áreas, de acordo com a clínica do paciente e
os processos de trabalho que nele se estabelecem, sendo que essa identificação também
define a composição espacial por dois acessos diferentes.
EIXO VERMELHO: Este eixo está relacionado à clínica do paciente grave, com
risco de morte, sendo composto por um agrupamento de três áreas principais: a área
vermelha, a área amarela e a área verde.
a. Área Vermelha: é nesta área que está a sala de emergência, para atendimento
imediato dos pacientes com risco de morte, e a sala de procedimentos especiais
invasivos;
b. Área Amarela: composta por uma sala de retaguarda para pacientes já estabilizados,
porém que ainda requerem cuidados especiais (pacientes críticos ou semicríticos).
Hoje, na maioria das vezes, esses pacientes permanecem na sala vermelha, criando
dificuldades para o atendimento dos pacientes que chegam com risco de morte,
assim como situações muito desagradáveis para os pacientes já estabilizados;
c. Área Verde: composta pelas salas de observação, que devem ser divididas por sexo
(feminino e masculino) e idade (crianças e adultos), a depender da demanda.
Nas salas amarela e verde, além da adequação dos espaços e dos mobiliários a uma
funcionalidade que facilite o processo de trabalho, é importante que se considere questões
relativas a som, cheiro, cor, iluminação, etc., uma vez que o tempo de permanência do
paciente nestas áreas é mais prolongado que na área vermelha.
Na sala vermelha, mesmo o paciente não permanecendo por um período prolongado,
também é importante observar os elementos acima apontados, modificadores e
qualificadores do espaço, de modo a propiciar um ambiente confortável e agradável para os
trabalhadores, além da funcionalidade necessária à realização do trabalho.
É indispensável que o posto de enfermagem nestas salas possa propiciar uma visão
ampla de todos os leitos e que áreas de apoio para os profissionais (conforto, copa, etc.)
sejam planejadas na proximidade das áreas de trabalho.
Questões relativas à privacidade e individualidade também devem ser observadas,
pois repercutem positivamente no processo terapêutico do paciente. A privacidade diz
respeito à proteção da intimidade do paciente e, muitas vezes, pode ser garantida com o
uso de divisórias, cortinas ou outros elementos móveis que permitam tanto a integração e a
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facilidade de monitoramento pela equipe como momentos de privacidade dos pacientes e
seus acompanhantes.
EIXO AZUL: é o eixo dos pacientes aparentemente não graves. O arranjo do
espaço deve favorecer o acolhimento do cidadão e a classificação do grau de risco. Esse
eixo é composto por ao menos três planos de atendimento, sendo importante que tenha
fluxos claros, informação e sinalização.
a. Plano 1: espaços para acolhimento, espera, recepção, classificação do risco e
atendimento administrativo. A diretriz principal, neste plano, é acolher, o que
pressupõe a criação de espaços de encontros entre os sujeitos. Espaços de escuta e
de recepção que proporcionem a interação entre usuários e trabalhadores, entre
trabalhadores e trabalhadores – equipes – e entre os próprios usuários, que sejam
acolhedores também no sentido de conforto, que pode ser produzido pelo uso de
vegetação, iluminação e ventilação naturais, cores, artes, entre outros exemplos
possíveis.
b. Plano 2: área de atendimento médico, lugar onde os consultórios devem ser
planejados de modo a possibilitar a presença do acompanhante e a individualidade
do paciente.
c. Plano 3: áreas de procedimentos médicos e de enfermagem (curativo, sutura,
medicação, nebulização). É importante que as áreas de procedimentos estejam
localizadas próximas aos consultórios, ao serviço de imagem e que favoreçam o
trabalho em equipe.
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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04
PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO
O protocolo de classificação de risco é uma ferramenta útil e necessária, porém não
suficiente, uma vez que não pretende capturar os aspectos subjetivos, afetivos, sociais,
culturais, cuja compreensão é fundamental para uma efetiva avaliação do risco e da
vulnerabilidade de cada pessoa que procura o serviço de urgência. O protocolo não
substitui a interação, o diálogo, a escuta, o respeito, enfim, o acolhimento do cidadão e de
sua queixa para a avaliação do seu potencial de agravamento.
É a identificação dos pacientes que necessitam de intervenção médica e de cuidados
de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento,
usando um processo de escuta qualificada e tomada de decisão baseada em protocolo e
aliada à capacidade de julgamento crítico e experiência do enfermeiro.
Para a análise e construção do protocolo de classificação de risco, deve-se levar em
conta os seguintes fatores:
 Capacidade instalada de acordo com o número de atendimentos diários a serem
prestados nestas unidades;
 Horários de pico de atendimentos;
 Fluxos internos, movimentação dos usuários, locais de espera, de consulta, de
procedimentos, de reavaliação e “caminhos” entre eles;
 Análise da rede e do acesso aosdiferentes níveis de complexidade;
 Tipo de demanda, necessidades dos usuários, perfil epidemiológico local;
 Pactuação interna e externa de consensos entre as equipes médicas, de enfermagem
e outros profissionais;
 Capacitação técnica dos profissionais.
Unidade 4 – Processo de Classificação
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Sendo assim, a finalidade da classificação de risco é a definição da ordem do
atendimento em função do potencial de gravidade ou de agravamento da queixa
apresentada. O protocolo se configura como uma ferramenta para auxiliar a avaliação da
gravidade e do risco de agravamento.
A classificação de risco é atividade realizada por profissional de enfermagem de
nível superior, preferencialmente com experiência em serviço de urgência, e após
capacitação específica para a atividade proposta. Contudo o protocolo deve ser apropriado
por toda a equipe que atua na urgência: enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos,
psicólogos, assistentes sociais, funcionários administrativos;
Recomenda-se que o protocolo tenha no mínimo quatro níveis de classificação de
risco, realizando, preferencialmente, o sistema de cores, e não de números, para essa
classificação de risco (exemplo no caso de quatro níveis de classificação, do mais grave ao
menos grave: vermelho, amarelo, verde, azul).
A identificação da classificação pode ser feita na ficha de atendimento, e não
diretamente no usuário (pulseira, por exemplo), uma vez que a classificação não é
permanente e pode mudar em função de alterações do estado clínico e de reavaliações
sistemáticas.
A classificação de risco é dinâmica, sendo necessário que, periodicamente, se
reavalie o risco daqueles que ainda não foram atendidos ou mesmo daqueles cujo tempo de
espera após a classificação é maior do que aquele que foi estabelecido no protocolo. É
muito importante que a organização do atendimento na urgência por meio do acolhimento
com classificação de risco seja divulgada com clareza para os usuários.
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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05
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
Os critérios para a classificação de riscos estão relacionados com:
 Apresentação usual da doença;
 Sinais de alerta (choque, palidez cutânea, febre alta, desmaio ou perda da
consciência, desorientação, tipo de dor, etc.);
 Situação – queixa principal;
 Pontos importantes na avaliação inicial:
 Sinais vitais
 Saturação de oxigênio
 Escala de dor
 Escala de Glasgow
 Doenças preexistentes
 Idade
 Dificuldade de comunicação (droga, álcool, retardo mental, etc.);
 Reavaliar constantemente poderá mudar a classificação.
Unidade 5 – Critérios de Classificação
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5.1 AVALIAÇÃO DO PACIENTE
(Dados coletados em ficha de atendimento)
 Queixa principal
 Início (evolução e tempo de doença)
 Estado físico do paciente
 Escala de dor e de Glasgow
 Classificação de gravidade
 Medicações em uso, doenças preexistentes, alergias e vícios
 Dados vitais: pressão arterial, temperatura, saturação de O2
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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06
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Segundo Nascimento et al, (2011), as dificuldades encontradas no setor de classificação de
risco é a falta de conhecimento da sociedade, alta demanda, precariedade do setor público,
recursos e número de profissionais insuficientes, falta de estrutura física, instalações e
equipamentos hospitalares, e falhas na gestão do serviço.
6.1 PRIORIDADE ZERO
Prioridade zero (vermelha), deve-se:
 Encaminhar diretamente para a sala de ressuscitação e avisar a equipe médica,
acionamento de sinal sonoro.
 Não perder tempo com classificação
 Atendimento de imediato
 Situação de morte iminente (exemplo: parada cardiorrespiratória, infarto,
politrauma, choque hipovolêmico, etc.)
6.2 PRIORIDADE UM
Prioridade I (amarela), deve-se:
 Encaminhar para consulta médica imediata;
Unidade 6 – Classificação de Risco
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 Situação de urgência, avaliação em, no máximo, 30 minutos.
 Elevado risco de morte (exemplo: trauma moderado ou leve, TCE sem perda da
consciência, queimaduras menores, dispneia leve a moderada, dor abdominal,
convulsão, cefaleias, idosos e grávidas sintomáticos, etc.)
6.3 PRIORIDADE DOIS
Prioridade II (verde), deve-se:
 Encaminhar para consulta médica;
 Situação com urgência menor;
 Avaliação em, no máximo, 1 hora;
 Reavaliar periodicamente.
 Sem risco de morte (exemplo: ferimento craniano menor, dor abdominal difusa,
cefaleia menor, doença psiquiátrica, diarreias, idosos e grávidas assintomáticos, etc.)
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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07
AVALIAÇÃO INICIAL
Essa Avaliação requer uma postura rápida e dinâmica, ancorada no A, B, C, D, onde o A
diz respeito a avaliação das VIAS AÉREAS; no B objetiva-se a visualização da
RESPIRAÇÃO; o C determina os fatores que integram a CIRCULAÇÃO e o D direciona a
avaliação NEUROLÓGICA do indivíduo.
Diante dessa avaliação o paciente pode encontrar-se:
7.1 COMPENSADO
A. CONVERSA
B. TAQUIPNÉIA LEVE FR: 20-30 IRPM
C. TAQUICARDIA LEVE FC: 100-120 BPM, PULSO RADIAL NORMAL.
D. NORMAL, CONFUSO, RESPONDE AO COMANDO VERBAL.
7.2 DESCOMPENSADO
A. ANSIOSO, CONVERSA POUCO.
B. TAQUIPNÉIA LEVE FR: 30-35 IRPM, ESFORÇO RESPIRATÓRIO, CIANOSE.
Unidade 7 – Avaliação Inicial
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C. TAQUICARDIA LEVE, FC: 120-140 BPM, PULSO RADIAL FINO, PULSO
CAROTÍDEO NORMAL.
D. NORMAL, CONFUSO, AGITADO, RESPONDE À DOR.
7.3. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA IMINENTE
A. RESPIRAÇÃO COM RUÍDOS
B. TAQUIPNÉIA OU BRADIPNÉIA, FR MAIOR 35 IRPM OU MENOR QUE 10
IRPM, GRANDE ESFORÇO RESPIRATÓRIO, CIANOSE.
C. TAQUICARDIA OU BRADICARDIA, FC MAIOR 140 BPM OU MENOR QUE
60 BPM, PULSO RADIAL NÃO PALPÁVEL, PULSO CAROTIDEO FINO.
D. LETÁRGICO, EM COMA, NÃO RESPONDE A ESTÍMULOS.
Nos casos relacionados a parada cardiorrespiratória deve-se iniciar prontamente as
manobras de reanimação cardiopulmonar conforme protocolo especifico da unidade, não
podendo perder tempo diante de tal situação.
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08
SINAIS DE ALERTA EM CASO DE
TRAUMA
Em todos os casos, deve se manter alerta diante das possíveis alterações dos quadros de
saúde do paciente, podendo haver piora no prognostico dos mesmos, principalmente, nas
situações relacionadas a seguir:
 Acidentes com veículos motorizados acima de 35 km/h
 Forças de desaceleração, tais como quedas ou explosões
 Perdas de consciência, mesmo que momentâneas após acidentes
 Acidentes com ejeção do veículo
 Negação violenta das óbvias injúrias graves, pensamentos de fuga e alteração do
discurso, respostas inapropriadas
 Fraturas de 1ª e 2ª costelas
 Fraturas da 9ª, 10ª e 11ª costela ou mais de 3 costelas
 Possível aspiração
 Possível contusão pulmonar
 Acidentes com óbito no local
 Atropelamento de pedestre ou ciclista
 Acidente com motociclista
Unidade 8 – Sinais de Alerta de em Caso de Trauma
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Estudos têm mostrado que o STM tem boa confiabilidade e validade para a triagem
de pacientes em serviços de urgência e emergência, embora ainda existam episódios de
subtriagem ou supertriagem (PARENTI, 2014; AZEREDO, 2015).
Pesquisas realizadas no Brasil revelaram o STM como bom preditor para os
desfechos clínicos de pacientes admitidos em serviços de urgência e emergência, uma vez
que os pacientes evoluem com níveis de gravidade diferentes entre os grupos de cores de
classificação (GUEDES, 2016; PINTO, 2012). Quando comparado com um protocolo
institucional brasileiro, estudo mostrou que o STM aumentou o nível de prioridade dos
pacientes, sendo esse sistema considerado mais inclusivo (SOUZA, 2011).
Entretanto, mesmo com resultados satisfatórios em termos de validade e
confiabilidade, o STM, por si só, parece não ser capaz de garantir qualidade e eficiência no
serviço de urgência e emergência.11 A literatura constatou que o tempo de espera foi mais
bem distribuído entre os níveis de urgência após a implantação do STM, porém sem
redução no tempo para atendimento (STORM-VERSLOOT, 2014).
Pesquisas demonstrando a performance do STM em relação ao tempo de espera por
atendimento são escassas, principalmente abordando a realidade dos serviços de saúde
brasileiros.
Na explicação para o Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), o
Ministério da Saúde determina que esse instrumento constitui em uma diretriz operacional
que uni as ações de acolhimento com as de classificação de risco do usuário. Isso significa
que, no ACCR, o usuário que entra no Serviço Hospitalar de Emergência (SHE) é acolhido,
ouvido, guiado à consulta de enfermagem, classificado de acordo com o grau de risco de
seu agravo e atendido pelo médico segundo a urgência do caso (BELLUCCI JR,
MATSUDA 2012).
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09
ENTENDA A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
PELA COR
Unidade 10 – Atuação do Enfermeiro
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10
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO
A atuação do enfermeiro no acolhimento “ultrapassados conhecimentos técnicos
científicos à capacidade de liderança, ao mesmo tempo em que desenvolve o senso crítico
para avaliar, ordenar e cuidar”. (ALBINO, GROSSEMAN, RIGGENBACH, 2010, p.72).
No Brasil, o papel do enfermeiro no acolhimento com classificação de risco está
previsto nas portarias do Ministério da Saúde que regulamentam os serviços de urgência e
emergência (CAVALCANTE, RATES & SILVA, 2012)
Segundo Mackaway-Jones (2010), o enfermeiro tem outras atividades previstas no
STM, como a prestação dos primeiros atendimentos em casos de reanimação,
administração de alguns medicamentos, conforme o protocolo individual de cada hospital,
prestar informações sobre encaminhamentos do serviço, o direcionamento para
especialidades conforme as conexões do serviço de emergência e a administração da sala
de espera.
Segundo Souza (2010), a função do enfermeiro vem se destacando das demais por
sua autonomia nas tomadas de decisões, na capacidade de avaliar, ordenar e cuidar, tendo
como meta o acolhimento e a satisfação do usuário, garantindo a assistência resolutiva e o
comprometimento do bem-estar da equipe e do usuário.
Oliveira et al(2013), afirmam que a carga de trabalho aumentada para os
profissionais do serviço de emergência, em decorrência do número elevado de usuários não
urgentes, também contribui para a má qualidade do atendimento oferecido. Esforços para
triar usuários com pequenos agravos podem consumir o mesmo tempo gasto no seu
tratamento, como também se ressalta que esta grande demanda na emergência pode expor a
equipe a acidentes ocupacionais.
Observa-se que o profissional enfermeiro mesmo sendo capacitado para o trabalho,
encontra adversidades embutidas no cenário, dentre eles a dificuldade de adaptação dos
usuários e profissionais médicos ao novo protocolo, quadro de profissionais diminuídos,
falta de recursos, alta demanda, jornada de trabalho excessiva gerando estresse,
desconforto e por vezes desentendimentos por parte dos usuários
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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11
CONCLUSÃO
Um serviço de triagem pode resgatar os princípios e diretrizes do SUS e também garantir o
direito à cidadania, na medida em que realiza o acolhimento, orienta e encaminha o usuário
para o serviço adequado, atende necessidades do indivíduo e da instituição, ou seja,
triagem é muito mais que classificar doentes
Prestar atendimento digno, por meio de política de saúde descentralizadora,
estabelecendo as condições necessárias para melhorar o acesso, a qualidade da assistência,
a participação e a equidade nos campos da saúde, deve ser visto como pressuposto básico
para fazer valer os princípios do SUS.
Promover assim a tão sonhada humanização e respeito ao usuário do serviço
público de saúde faz parte de todo o processo de saúde como direito de todos. A satisfação
do usuário quanto ao atendimento está relacionada com as características facilitadoras do
atendimento e pela qualidade dos serviços prestados. A responsabilidade, vínculo e
abordagem dos indivíduos como sujeitos participantes de todo o processo de recuperação,
resolução e integração ao sistema de saúde são dimensões assistenciais que devem ser
desenvolvidas no serviço com intuito de buscar a melhoria da qualidade de vida e resgatar
a saúde como direito de todos.
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Com certificado
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Urgência e Emergência
Nice Dias Gonçalves
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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01
INTRODUÇÃO
Os serviços de emergência / urgência prestam cuidados a milhões de pessoas por ano. As
constantes mutações no atendimento são inúmeras e dependem da natureza de cuidados
que os mesmos implicam e de muitas outras condições inerentes à condição humana.
A utilização do Serviço Hospitalar de Urgência (SHU) no Brasil tem sido motivo
de inquietação para gestores dos sistemas de saúde, profissionais e a sociedade em geral,
pois o seu uso tem se tornado crescente. A maioria desses serviços funciona acima de sua
capacidade instalada, com profissionais sem capacitação, gerenciamento inefetivo,
ausência de planejamento, excesso de demanda e demanda inadequada (O’DWYER;
OLIVEIRA; SETA, 2009).
De acordo com Garlet et al. (2009), ressaltam-se ainda o crescente aumento do
atendimento no SHU relacionado ao aumento dos acidentes e da violência urbana, às
questões socioeconômicas, à falta de leitos para internação na rede pública, ao aumento da
longevidade da população, assim como à falta de agilidade e de resolutividade dos serviços
de saúde (VALENTIM; SANTOS, 2009). A crise no SHU é agravada, também, pela
procura por pessoas em situação de urgência, juntamente com aquelas em condições de
saúde não graves, dificultando o estabelecimento de prioridades (MARQUES; LIMA,
2008).
As principais situações que envolve as urgências e emergências são as situações de
traumas, se configurando estatisticamente como a principal causa de morte em pessoas
entra 1 a 44 anos de idade, sendo responsável por mais de 70% das mortes entre as idades
de 18 e 24 anos, e mais de 40% entre as idades de 1 a 14 anos.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os acidentes de trânsito são um
enorme problema de saúde pública, ocasionando essas situações de traumas, e levando a
1,24 milhão de óbitos por ano em todo o mundo.
Sendo assim, é importante ajustar os serviços de urgência e emergência, com
equipe multidisciplinar e tecnologias, associado a estratégias de gestão para intervir nessa
situação exposta.
Unidade 1 – Introdução
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Para Bellucci Júnior e Matsuda (2012), quando se pensa em qualidade nos serviços
hospitalares, surge a necessidade de discutir formas de gestão que deem suporte às
instituições para que possam atender às necessidades e exigências do usuário em todas as
suas dimensões. Nesse contexto é que o governo federal propõe a reorganização e a
normatização do atendimento no SHU em todo território nacional, por meio da Política
Nacional de Atenção às Urgências e da Política Nacional de Humanização, contemplando
estratégias para o Acolhimento com Classificação de Risco (BRASIL, 2009).
Essas políticas visam ampliar o acesso, reduzir as filas e o tempo de espera para o
atendimento, diminuir o risco de mortes evitáveis, a extinção das triagens por profissional
não qualificado e a priorização de acordo com critérios clínicos em vez da ordem de
chegada (BRASIL, 2009). Configura-se como ação potencialmente decisiva na
reorganização dos serviços de saúde em rede por propiciar assistência resolutiva e
humanizada àqueles em situações de risco (SOUZA ET AL., 2011).
No Brasil, o Ministério da Saúde propõe a implantação de um sistema com
denominação de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) em vez de triagem, por
pressupor que o verbo triar exprime exclusão (DURO; LIMA, 2010).
A identificação da demanda de acesso dos usuários aos serviços de saúde é
fundamental no gerenciamento da capacidade de utilização dos recursos disponíveis, assim
como a superlotação nos serviços de emergência com problemas de saúde não urgentes
tem atraído atenção mundial e motivado vários estudos nesta área (VAN UDEN et al.,
2005).
Assim, ainda na década de 1960, nos Estados Unidos da América, iniciou-se a
implantação de sistemas de triagens em serviços de atendimento às urgências.
Paralelamente, no Canadá foi desenvolvido um sistema que somente em 1995 tornou-se
realidade. Na Austrália, uma escala de classificação das urgências foi adotada em 2000,
porém foi no Reino Unido que, em 1997, iniciou-se a triagem de Manchester, reconhecida
internacionalmente e mais utilizada nos dias atuais, pois apresenta os critérios de gravidade,
do tempo alvo de atendimento e de reavaliação do paciente. A partir de 2001, na Espanha,
também foi introduzido um sistema classificatório de urgências hospitalares (DURO;
LIMA, 2010).
As ações de acolhimento podem ser realizadas por qualquer profissional de saúde,
desde que capacitado. Entretanto, cabe ao enfermeiro reunir as condições necessárias, as
quais incluem linguagem clínica orientada para os sinais e sintomas, para a realização das
escalas de avaliação e classificação de risco do usuário de acordo com o grau de urgência
de seu agravo, com base em um sistema predefinido: emergência, urgência, menor
urgência e baixa complexidade (BRASIL, 2009).
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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02
DEFINIÇÕES DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
A definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de
Medicina, é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de
vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a
constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de
vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato"
(CONSELHO, 2014).
A área de Urgência e Emergência, segundo o Ministério da Saúde (2002),
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde, assim, é necessário
definir esses termos utilizados cotidianamente. As definições são as mais diversas
possíveis de vários autores, todavia todas concluem os mesmos significados.
URGÊNCIA EMERGÊNCIA
Dicionário
Aurélio
Do latim urgentia, que significa
qualidade de urgente; caso ou
situação de emergência, de
urgência.
Do latim emergentia, que
significa ação de emergir;
situação crítica, incidente; caso
de urgência.
Ministério da
Saúde
Quando há ocorrência
imprevista de agravo à saúde,
com ou sem risco potencial de
morte, cujo portador necessite
de assistência imediata.
Constatação médica de
condições de agravo à saúde
que impliquem em risco
iminente de morte ou
sofrimento intenso, exigindo,
portanto, tratamento médico
imediato.
Fonte: Dicionário Aurélio (2010) e Ministério da Saúde (2010).
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência
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De acordo com Ferreira (1988) Urgência e Emergência se configuram da
seguinte maneira: ‘urgência’ faz referência a ‘urgente’ e ‘urgir’ que significa urgência.
(do lat. urgentia) = Qualidade de urgente; Caso ou situação de emergência, de urgência;
Urgência urgentíssima. Ao passo que ‘emergência’ é vista por essa ótica como sinônimo,se configurando com emergência (do lat. emergentia) = Ação de emergir; Nascimento
(do Sol); Situação crítica; acontecimento perigoso ou fortuito; incidente; caso de
urgência, de emergência: emergências médicas; emergências cardíacas.
A literatura biomédica já traz um esclarecimento maior sobre essa discussão, a
definição de urgência, segundo a Resolução 1451/95 do Conselho Federal de Medicina,
é "a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou se risco potencial de vida, cujo
portador necessita de assistência médica imediata", e emergência como "a constatação
médica de condições de agravo à saúde que impliquem risco iminente de vida ou
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato" (CONSELHO,
2014).
Os termos urgência e emergência geram muitas dúvidas no meio da saúde, por
esta razão passou-se a utilizar somente o termo “urgência”, para os casos que
necessitem de cuidados imediatos. Classificam-se os vários graus de urgência da
seguinte forma: nível 1, emergência ou urgência de prioridade absoluta, casos em que
há risco imediato de morte ou perda funcional grave; nível 2, urgência de prioridade
moderada, casos de necessidade de atendimento médico não imediato, porém dentro de
poucas horas; nível 3, urgência de prioridade baixa, com necessidade de avaliação
médica, podendo aguardar várias horas; nível 4, urgência de prioridade mínima,
situações em que o médico pode fornecer orientações por telefone (MORISHITA;
SILVA; SOUZA, 2009).
A Portaria Nº 354, de 10 de Março de 2014, que relata sobre boas práticas para
organização e funcionamento de serviços de urgência e emergência, traz como
significado:
Emergência: constatação médica de condições de agravo à
saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de
morte, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.
Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde como ou
sem risco potencial a vida, cujo portador necessita de
assistência médica imediata. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2014).
Atualização em Triagem, Urgência e Emergência
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Assim, entende-se por emergência entidades patológicas que acarretam risco de
morte imediato ou debilitação relevante e devem ser tratadas em poucos minutos,
enquanto que as urgências são aquelas que necessitam de tratamento em um tempo
menor que 12 horas.
Os serviços de urgência e emergência são caracterizados pelo atendimento a
pacientes em situações agudas com risco de morte e/ou sofrimento intenso, porém a
maioria dos usuários que procuram estes serviços poderiam ter seus problemas
resolvidos na atenção primária “Unidade Básica de Saúde” – UBS (LOPES JB, 2011).
O atendimento de urgência/emergência, na maior parte dos hospitais públicos do
Brasil, é ineficaz, resultando num atendimento de pouca qualidade, demora na espera e
acumulo de pacientes nos corredores das unidades de pronto atendimento. Esses fatos
são concedidos pelas insuficiências do andamento da atenção básica e refletem na
grande demanda das unidades de pronto atendimento (OLIVEIRA, 2013).
O Enfermeiro destaca-se pelas suas características generalistas, que lhe
permitem na realização de triagem no setor de emergência assumir a responsabilidade
pela avaliação inicial do paciente, iniciar a obtenção do diagnóstico, encaminhar
paciente para a área clínica adequada, supervisionar o fluxo de atendimento, ter
autonomia e dirigir os demais membros da equipe. Sendo ainda prioritário um conjunto
de conhecimentos, atitudes, capacidades e aptidões que habilitam o profissional a um
atendimento humanizado (CORENDF, 2010).
Unidade 2 – Definições de Urgência e Emergência
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Urgência e emergência são termos usados na área da medicina, que muitas vezes
são confundidos por usuários e também pelos profissionais de saúde. Urgência é uma
situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível que não ultrapasse a
duas horas, a fim de evitar complicações e sofrimento emergência é toda situação em
que há ameaça eminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente,
havendo necessidade de atendimento imediato (OLIVEIRA GN et al., 2011).
Os serviços de emergência hospitalares no Brasil são um fenômeno mundial
caracterizado por todos os leitos da unidade de emergência ocupados, pacientes
acamados nos corredores, tempo de espera para o atendimento acime de uma hora, alta
tensão na equipe assistencial, grandes pressões na demanda do atendimento o que pode
resultar em baixo desempenho do sistema de saúde (BITTENCOURT; HORTALE,
2009).
O atendimento de urgência e emergência é essencial para manutenção da vida.
Por tanto se torna necessário a capacitação das equipes de saúde em todos os âmbitos da
assistência, a partir de um enfoque estratégico promocional, abarcando toda a gestão e
atenção extra hospitalar fixa e móvel, hospitalar e pós-hospitalar, envolvendo
profissionais de nível superior e de nível técnico, em comum acordo com as diretrizes
do SUS e alicerçada nos polos de educação onde deve estar estruturado o atendimento
de urgência e emergência normatizado pelas leis vigentes do Ministério da SAÚDE
(SOUSA; DIAS; OLIVEIRA, 2011).
Nos últimos anos tem se estudado amplamente os Serviços de Urgência e
Emergência o mundo, devido ao aumento exagerado na utilização deste serviço pelos
usuários. Conforme Marques et.al. (2007):
A falta de definições políticas, a baixa resolutividade e a
qualidade oferecida nos serviços, aliada à dificuldade de
mudança nos hábitos culturais e crenças da população tem
levado o usuário a buscar a assistência médica onde exista a
porta aberta. Algumas situações podem ser identificadas na
maioria das unidades públicas de urgência do Brasil,
interferindo consideravelmente o processo de trabalho e a
qualidade do cuidado prestado à população, pois os serviços
hospitalares de atendimento ficam abertos 24 horas e assim,
apresentam situações que vão desde aquelas de sua estrita
responsabilidade, até atendimentos com um volume
considerável de ocorrências não urgentes que poderiam ser
atendidos em estruturas de menor complexidade (GARLET et.
al., 2009).
Um estudo realizado por Furtado et. al. (2004), em um hospital geral de
Pernambuco, constatou que 74,5% dos atendimentos poderiam ser realizados na atenção
básica, por não se caracterizar como urgências, pois eram queixas típicas. Com esta
demanda os casos graves e agudos acabam prejudicados, acarretando no acúmulo de
tarefas e ainda no aumento de custos de atendimento e a sobrecarga da equipe dos
profissionais de saúde.
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E ainda existem situações extremas que dificultam a capacidade de
resolutividade dos serviços, com o encaminhamento dos pacientes para outros hospitais,
tornando as salas de observação, que deveriam ser de permanência temporária dos
pacientes, em alas de internação, sem as devidas condições de estrutura e equipe para
cuidados contínuos, expondo os pacientes a riscos (GIGLIO-JACQUEMOT 2005).
Com base neste contexto, os usuários utilizam os serviços hospitalares de
urgência e emergência por entenderem que esta alternativa é mais resolutiva, pois
recebem um somatório e recursos, como: consultas, remédios, exames, procedimentos
de enfermagem e internações (MARQUES et. al. 2007).
Os serviços

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