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1 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j Imunidade Adaptativa. A resposta imune adaptativa é mediada por células chamadas linfócitos e seus produtos. Há duas populações principais de linfócitos, denominadas linfócitos B e linfócitos T, os quais medeiam diferentes tipos de respostas imunes adaptativas. Estimulação da imunidade adaptativa. À medida que a resposta imune inata confere a defesa inicial contra microrganismos, também aciona a resposta imune adaptativa. A ativação de linfócitos requer dois sinais distintos, o primeiro dos quais é o antígeno e o segundo, as moléculas produzidas durante as respostas imunes inatas aos microrganismos ou células lesadas. 1) Garante que a resposta imune que se segue seja específica. 2) Garante que as respostas imunes adaptativas sejam induzidas quando houver uma infecção perigosa e não quando os linfócitos reconhecerem antígenos inócuos, dentre os quais os autoantígenos. As moléculas produzidas durante as reações imunes inatas que atuam como segundos sinais para a ativação do linfócito incluem os coestimuladores (para células T), citocinas (para células T e B) e produtos da quebra do complemento (para células B). Células que fazem parte do sistema imune adaptativo. Linfócitos Os linfócitos, células ímpares da imunidade adaptativa, são as únicas células no corpo que expressam receptores antigênicos clonalmente distribuídos, cada um dos quais específico para um determinante antigênico diferente. Cada clone de linfócitos T e B expressa receptores antigênicos com especificidade única, diferente das especificidades dos receptores presentes nos outros clones. O papel dos linfócitos como mediadores da imunidade adaptativa foi estabelecido por várias linhas de evidência acumuladas ao longo de décadas de pesquisas. Um dos indícios mais recentes veio da observação de que seres humanos com estados de imunodeficiência congênita e adquirida apresentavam números reduzidos de linfócitos na circulação periférica e nos tecidos linfoides. Experimentos realizados com camundongos e ratos mostram que a depleção de linfócitos comprometia as respostas às imunizações, e que os linfócitos são o único tipo celular capaz de transferir imunidade específica a microrganismos de animais imunizados para animais naive. Em seguida à identificação dos linfócitos como mediadores da imunidade Descrever o mecanismo do sistema imunológico adaptativo. 2 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j humoral e celular, muitas descobertas foram feitas em um ritmo acelerado, acerca dos diferentes tipos de linfócitos, suas origens na medula óssea e no timo, seus papéis em várias respostas imunes, e as consequências de sua ausência. Entre os achados mais importantes, estava o de que os receptores antígeno- específicos clonalmente distribuídos e altamente diversificados são produzidos unicamente por linfócitos, e por nenhum outro tipo de célula. Classes de Linfócitos Os linfócitos consistem em classes distintas com diferentes funções e produtos proteicos. Os linfócitos B, as células produtoras de anticorpos, foram assim chamados por terem sido encontrados em processo de amadurecimento em um órgão chamado Bursa (bolsa) de Fabricius encontrado em aves. Os linfócitos T, mediadores da imunidade celular, surgem a partir de células precursoras na medula óssea que migram e amadurecem no timo; portanto, linfócitos T se refere aos linfócitos derivados do timo. Linfócito T Os linfócitos T são subdivididos em vários tipos com base em suas características funcionais e marcadores de superfície. 1. Linfócitos T CD4+: Esses linfócitos T expressam o marcador de superfície CD4 e são responsáveis por coordenar a resposta imunológica. Eles interagem com outras células do sistema imunológico, como linfócitos B e macrófagos, e secretam citocinas que regulam a resposta imunológica. Os linfócitos T CD4+ podem ser subdivididos com base na expressão de diferentes citocinas. Por exemplo, os linfócitos T helper 1 (Th1) secretam interferon-gama (IFN-gama) e ajudam a combater infecções intracelulares, como as causadas por bactérias e vírus, enquanto os linfócitos T helper 2 (Th2) secretam interleucina-4 (IL-4) e estão envolvidos na defesa contra parasitas e alergias. 2. Linfócitos T CD8+: Esses linfócitos T expressam o marcador de superfície CD8 e são responsáveis pela eliminação de células infectadas por vírus e células cancerosas. Eles se ligam às células-alvo e secretam substâncias que induzem a morte celular, como a perforina e a granzima. Os linfócitos T CD8+ podem ser subdivididos com base na expressão de diferentes marcadores de superfície e citocinas, incluindo os linfócitos T reguladores (Tregs), que ajudam a controlar a resposta imunológica e prevenir a autoimunidade. 3. Linfócitos T foliculares auxiliares (Tfh): Esses linfócitos T expressam o marcador de superfície CXCR5 e são responsáveis por ajudar os linfócitos B a produzir anticorpos de alta afinidade durante uma resposta imunológica. Eles se localizam nos folículos dos gânglios linfáticos e interagem com os linfócitos B para induzir a produção de anticorpos específicos para um antígeno. 4. Linfócitos T Gamma delta (Tγδ): Esses linfócitos T expressam um conjunto diferente de receptores de antígenos em comparação com os linfócitos T CD4+ e CD8+. Eles são 3 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j encontrados principalmente nas barreiras mucosas, como o intestino e o trato respiratório, e estão envolvidos na defesa contra bactérias, fungos e células infectadas. 5. Além desses, existem outras subdivisões dos linfócitos T, como os linfócitos T citotóxicos naturais (CTLs), que têm características semelhantes aos linfócitos T CD8+ e são capazes de destruir células infectadas sem a necessidade de ativação prévia, e os linfócitos T residentes de tecidos, que residem em tecidos periféricos, como a pele e o pulmão. Linfócitos B Os linfócitos B são células do sistema imunológico responsáveis pela produção de anticorpos, que são proteínas que reconhecem e se ligam a antígenos específicos para eliminá-los do organismo. Essas células podem ser subdivididas em vários tipos com base em suas características funcionais e marcadores de superfície. 1. Linfócitos B ingênuos: São linfócitos B que ainda não foram expostos a um antígeno específico e são capazes de se diferenciar em células produtoras de anticorpos após essa exposição. Eles expressam os marcadores de superfície CD19, CD20 e IgD. 2. Linfócitos B de memória: São células que são geradas após a exposição inicial a um antígeno e que permanecem no organismo por longos períodos. Essas células são capazes de produzir rapidamente anticorpos específicos para um antígeno quando ele é encontrado novamente no futuro. Os linfócitos B de memória expressam os marcadores de superfície CD19, CD20 e IgD, bem como outros marcadores, como CD27 e IgG. 3. Plasmócitos: São células especializadas que produzem grandes quantidades de anticorpos. Eles são gerados a partir de linfócitos B ativados e secretam anticorpos específicos para o antígeno que ativou sua diferenciação. Os plasmócitos expressam os marcadores de superfície CD19, CD20 e CD138. 4. Células B reguladoras: São células que desempenham um papel na regulação da resposta imunológica, prevenindo respostas excessivas ou autoimunes. Elas expressam os marcadores de superfície CD19, CD20, CD24, CD38 e CD25. 5. Linfócitos B de zona marginal (MZB): São células encontradas na zona marginal do baço e queestão envolvidas na resposta imune a antígenos bacterianos e virais. Os MZBs expressam os marcadores de superfície CD19, CD21 e CD35. 6. Linfócitos B foliculares (Bf): São células encontradas nos folículos dos gânglios linfáticos e no baço, que desempenham um papel na produção de anticorpos de alta afinidade. Os Bfs expressam os marcadores de superfície CD19, CD20 e CD23, bem como outros marcadores, como CD38, CD27 e IgD. 4 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j Além desses, existem outras subdivisões dos linfócitos B, como as células plasma blastos, que são células transitórias que se diferenciam em plasmócitos, e as células B1, que são encontradas principalmente em tecidos periféricos e são responsáveis pela produção de anticorpos naturais. Linfócitos Naive Os linfócitos naive são células T ou B maduras que jamais encontraram um antígeno estranho. Os linfócitos naive são encontrados na circulação e nos órgãos linfoides periféricos. Os linfócitos naive e os linfócitos de memória são chamados, ambos, de linfócitos em repouso, por não estarem se dividindo ativamente nem desempenhando funções efetoras. Antes da estimulação antigênica, os linfócitos naive estão em um estado de repouso, ou estágio G0 do ciclo celular. Em resposta à estimulação, essas células entram no estágio G1 do ciclo celular antes de seguirem para a divisão. Os linfócitos ativados são maiores, têm mais citoplasma e organelas, e quantidades aumentadas de RNA citoplasmático, sendo chamados linfócitos grandes ou linfoblastos. Linfócitos Efetores Os linfócitos T efetores incluem as células T auxiliares CD4 + e os CTLs CD8 +, enquanto os linfócitos B efetores são células secretoras de anticorpo, principalmente plasmócitos. As células T auxiliares ativam linfócitos B, macrófagos e DCs via moléculas de superfície, como CD40-ligante (CD154), que engajam CD40 em outras células, e citocinas secretadas que se ligam a receptores existentes nessas células. Linfócitos de Memória As células de memória são geradas durante as infecções, mas podem sobreviver em um estado funcionalmente quiescente ou de ciclagem lenta, durante meses ou anos após a eliminação do microrganismo. Podem ser identificadas por sua expressão de proteínas de superfície que as distingue dos linfócitos naive e dos linfócitos efetores recém ativados, embora ainda não esteja claro quais destas proteínas de superfície são marcadores definitivos de populações de memória. Em seres humanos, a maioria das células T naive expressam uma isoforma de 200 kDa de uma molécula de superfície chamada CD45, a qual contém um segmento codificado por um éxon designado pela letra “A” e, portanto, chamado CD45RA (que significa “A- restrito”). Em contraste, a maioria das células T ativadas e de memória expressam uma isoforma de 180 kDa de CD45 na qual o éxon A do RNA foi eliminado. Esta isoforma é chamada CD45RO. A frequência de células de memória aumenta com a idade, porque os indivíduos são continuamente expostos a microrganismos ambientais. As células T de memória constituem menos de 5% das células T no sangue periférico de um recém-nascido, mas representam pelo menos 50% em um adulto. Receptores Os principais receptores que fazem parte do sistema imunológico adaptativo são: Receptores de células B: Os receptores de células B, também chamados de imunoglobulinas (Igs) ou anticorpos, são proteínas encontradas na superfície das células B. Eles são capazes de reconhecer antígenos específicos e se ligar a eles, iniciando uma resposta imune adaptativa humoral. Os receptores de células B são constituídos por duas cadeias pesadas e duas cadeias leves, que se unem para formar a estrutura do receptor. Cada receptor de células B tem um sítio de ligação de antígeno único, o que permite a especificidade do reconhecimento. 5 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j Receptores de células T: Os receptores de células T, também conhecidos como TCRs (do inglês T-cell receptor), são proteínas encontradas na superfície das células T. Eles são capazes de reconhecer antígenos específicos, mas apenas quando estes estão apresentados por moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) nas células apresentadoras de antígenos (como células dendríticas ou macrófagos). Os receptores de células T são constituídos por duas cadeias polipeptídicas, α e β ou γ e δ, que se unem para formar a estrutura do receptor. Cada receptor de células T tem um sítio de ligação de antígeno único, o que permite a especificidade do reconhecimento. Receptores de células NK: As células Natural Killer (NK) são células do sistema imunológico que são capazes de reconhecer e matar células infectadas por vírus e células tumorais sem a necessidade de uma ativação prévia. Os receptores de células NK reconhecem proteínas presentes na superfície das células infectadas ou tumorais e desencadeiam a ativação das células NK para a lise dessas células. Esses receptores incluem as moléculas KIR (receptores inibitórios de células NK) e as moléculas NKG2D (receptores ativadores de células NK). MHC Receptores de MHC são fundamentais para a resposta imune adaptativa, permitindo que as células T e B reconheçam e respondam a antígenos específicos e gerem uma resposta imunológica adaptativa específica para cada tipo de invasor. O MHC não funciona como um receptor, mas sim como uma proteína apresentadora de antígenos para as células do sistema imunológico. O complexo de histocompatibilidade – MHC – se liga a fragmentos de antígenos (moléculas estranhas) e, em seguida apresenta para os linfócitos T, que são responsáveis por reconhecer e destruir agentes patogênicos. As células que apresentam antígeno expressam o MHC em sua superfície e, quando um linfócito T reconhece um antígeno apresentado pelo MHC, ele é ativado para iniciar uma resposta imunológica específica contra o antígeno. A deficiência de complexo principal de histocompatibilidade -MHC- pode ter várias causas: 1) Mutação genética: algumas mutações podem afetar a produção ou a função do MHC. O que pode comprometer a capacidade do sistema imunológico de reconhecer e combater agentes patogênicos. 2) Doenças autoimunes: como artrite reumatoide e os lúpus, podem afetar a produção ou a função do MHC. Isso pode levar problemas no reconhecimento e destruição de células infectadas ou cancerosas pelo sistema imunológico. 3) Infecções virais: alguns vírus, como o HIV, tem a capacidade de infectar e destruir as células que produzem o MHC. Isso pode levar a deficiência ou a disfunção do MHC, o que pode comprometer a capacidade do sistema imunológico de reconhecer e combater agentes patogênicos. 6 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j A deficiência de MHC pode levar a uma variedade de problemas de saúde, incluindo uma maior suscetibilidade a infecções, câncer e doenças autoimunes. Citocinas As citocinas são proteínas secretadas por células do sistema imunológico em resposta a uma estimulação específica. Elas têm um papel importante na comunicação entre as células do sistema imunológico e na regulação da resposta imunológica. No sistema imunológico adaptativo, as citocinas desempenham um papel crucial na ativação, diferenciação e proliferação de células T e células B, bem como na geração de respostas imunológicas específicas contra antígenos. Algumas das citocinas mais importantes no sistema imunológico adaptativo incluem: • Interleucina-2 (IL-2): é uma citocina produzida por células T ativadas e é essencial para a proliferação ediferenciação de células T efetoras e células T de memória. • Interleucina-4 (IL-4): é uma citocina produzida por células T auxiliares tipo 2 (Th2) e células T reguladoras (Treg) que tem um papel fundamental na ativação e diferenciação de células B e na produção de anticorpos. • Interleucina-5 (IL-5): é uma citocina produzida por células T auxiliares tipo 2 (Th2) que tem um papel importante na ativação e diferenciação de células B e na produção de anticorpos, particularmente IgA e IgE. Exemplo de patologia de como ela age é na asma, uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Na asma a IL5 é um importante mediador da inflamação das vias aéreas, pois estimula a produção, ativação e sobrevivência de eosinófilos, que são células imunes especializadas na defesa contra parasitas, mas também estão envolvidas na patogênese das asmas. Os eosinófilos infiltram as vias aéreas, liberam enzimas e proteínas tóxicas que danificam as células das vias aéreas, causando inflamação e hiper-responsividade. A IL 5 é um alvo terapêutico potencial para o tratamento da asma. Inibidores de IL 5, como mepolizumabe, benralizumabe e reslizumabe, foram desenvolvidos para reduzir a atividade da IL 5, com intuito de reduzir a inflamação das vias aéreas e melhorar os sintomas da asma em pacientes com asma grave. • Interleucina-6 (IL-6): é uma citocina produzida por várias células do sistema imunológico, incluindo células T, células B, macrófagos e células dendríticas. Ela desempenha um papel importante na ativação de células T e na diferenciação de células B em plasmócitos produtores de anticorpos. Exemplo de patologia de como ela age é na artrite 7 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j reumatoide, a IL 6 atua como um importante mediador na inflamação das articulações, estimulando a produção de outras citocinas, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e a interleucina-1, que desencadeiam a ativação e migração de células imunes para as articulações. Os inibidores de IL-6, como tocilizumabe e sarilumabe, foram desenvolvidos como terapias biológicas para artrite reumatoide. Esses inibidores de IL-6 reduzem a inflamação das articulações e melhoram os sintomas da artrite reumatoide. • Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α): é uma citocina produzida principalmente por células T e macrófagos ativados e tem um papel importante na ativação de células T e na regulação da resposta imunológica. • Interferon-Gama (IFN-γ): é uma citocina produzida principalmente por células T auxiliares tipo 1 (Th1) e células NK que tem um papel importante na ativação de células T citotóxicas e na regulação da resposta imunológica. • Fator de crescimento transformador beta (TGF-β): é uma citocina produzida por várias células do sistema imunológico, incluindo células T auxiliares tipo 2 (Th2) e células T reguladoras (Treg). Ela desempenha um papel importante na diferenciação de células Treg e na regulação da resposta imunológica. Essas são apenas algumas das citocinas que desempenham papéis importantes no sistema imunológico adaptativo. A complexa rede de interações entre essas citocinas e outras moléculas do sistema imunológico é fundamental para a regulação da resposta imunológica e para a geração de respostas imunológicas específicas contra antígenos. Imunidade Humoral As respostas imunes humorais são iniciadas pelo reconhecimento específico do antígeno pela célula B, em órgãos linfoides secundários. O antígeno se liga à imunoglobulina M (IgM) e IgD de membrana em células B naive maduras, gerando os sinais requeridos para sua proliferação e diferenciação em plasmócitos. É mediada através de anticorpos. Este tipo de imunidade envolve a produção de anticorpos que agem contra organismos e substâncias estranhas. Estes anticorpos são encontrados nos líquidos extracelulares como o plasma, a linfa e as secreções mucosas. A resposta imune humoral defende os indivíduos primariamente contra bactérias, toxinas bacterianas, e vírus que estão circulando livremente nos líquidos corporais. Ele age também como um fator de reação contra alguns tecidos transplantados. Fases da resposta imunológica humoral. Diferenciar as respostas imunes adaptativas (humoral e celular) 8 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j O mecanismo da resposta imunológica humoral está ligado diretamente à produção de anticorpos mediados pelos linfócitos B e pelas células plasmáticas. Estão envolvidos nesse processo três tipos de células: os macrófagos, as células T auxiliares e os linfócitos B. E são divididos em três fases: cognitiva, de ativação e efetora. No momento em que um microrganismo patogênico infecta o organismo e é fagocitado pelos macrófagos sendo convertidos em fragmentos antigênicos a partir da ação processadora dos macrófagos, o antígeno na superfície dos macrófagos em associação com as proteínas MHC ligam-se aos receptores específicos das células T auxiliares, que irão produzir inúmeras interleucinas dentre elas: IL2 (aumento do número de células T), IL4 (aumento dos linfócitos B) e IL5(diferenciação de linfócitos B). Este processo é chamado de fase cognitiva. Na segunda fase haverá a ativação dos linfócitos B e sua diferenciação em células secretoras de anticorpos desencadeadas pelo antígeno, esses fatores farão com que os linfócitos B sejam capazes de produzir anticorpos específicos contra esses antígenos. Os linfócitos B proliferam-se e diferenciam-se formando as células plasmáticas e estas secretam anticorpos chamados de imunoglobulinas. A intervenção das imunoglobulinas caracteriza a terceira fase chamada de efetora, é a fase em que os anticorpos se encarregarão de fazer a eliminação do antígeno. Exemplos de Imunidade humoral: ✓ Quando uma pessoa é vacinada contra o sarampo, por exemplo, seu sistema imunológico é exposto a uma versão enfraquecida ou inativada do vírus do sarampo. Isso ativa os linfócitos B específicos para o vírus do sarampo. Esses linfócitos B se diferenciam em células plasmáticas, que produzem anticorpos específicos para o vírus. Esses anticorpos circulam na corrente sanguínea e podem se ligar ao vírus do sarampo, impedindo que ele infecte as células do corpo. Se a pessoa for exposta ao vírus do sarampo mais tarde, seus anticorpos específicos para o vírus rapidamente se ligarão a ele e impedirão a infecção. ✓ Quando uma pessoa contrai uma infecção pelo vírus influenza (gripe), seu sistema imunológico produz anticorpos específicos para o vírus. Esses anticorpos são capazes de se ligar às proteínas na superfície do vírus, neutralizando sua capacidade de infectar as células do corpo. Esses anticorpos também marcam o vírus para destruição pelos fagócitos, células que engolfam e destroem patógenos invasores. Imunidade Celular → A resposta imune celular inicia-se quando um antígeno exógeno é fagocitado e seus determinantes antigênicos são expostos na superfície da APC (célula apresentadora de antígeno) juntamente com uma molécula de MHC de classe II. → Ao ser drenado para o órgão linfoide próximo, os linfócitos T e B que possuem receptores específicos ao antígeno em questão são ativados e iniciam o processo de proliferação, ampliando o clone celular. → A ativação destes linfócitos leva a produção e liberação de vários tipos de citocinas, que terão como função a estimulação de grupos celulares 9 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j distintos, como os monócitos e macrófagos (elevando o poder de fagocitose),linfócitos T (para continuar a produzir e liberar citocinas) e linfócitos B (responsáveis pela produção de anticorpos - resposta imune humoral). → A estimulação de monócitos e macrófagos provocada pela ação de citocinas liberadas por linfócitos T causa o processo conhecido como explosão respiratória ou “burst” respiratório, que é caracterizado por: 1) Maior poder de fagocitose; 2) Maior consumo de oxigênio pelos macrófagos; 3) Produção e liberação de radicais livres para o interior do vacúolo fagocitário; 4) Produção de NO – óxido nítrico. → Todas estas alterações que ocorrem nos macrófagos ativados pela ação das citocinas liberadas pelos linfócitos, ocasionam um maior poder microbicida. Exemplo de Imunidade celular: ✓ Quando uma pessoa é infectada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus infecta e destrói as células T CD4+, que são importantes para a resposta imune celular. Sem essas células, o sistema imunológico é incapaz de montar uma resposta eficaz contra outras infecções. Com o tempo, a infecção pelo HIV pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), caracterizada por infecções oportunistas e cânceres. Os tratamentos para o HIV envolvem medicamentos que inibem a replicação do vírus e ajudam a preservar as células T CD4+. ✓ Quando uma pessoa é infectada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (tuberculose), as células T citotóxicas são ativadas para matar as células infectadas pela bactéria. As células T auxiliares também são ativadas para ajudar a coordenar a resposta imune. A tuberculose é uma infecção crônica que pode levar a danos permanentes nos pulmões e em outros órgãos se não for tratada adequadamente. Diferença entre elas As respostas imunes adaptativas são uma das principais linhas de defesa do nosso corpo contra patógenos, como bactérias, vírus e fungos. Essas respostas são divididas em dois tipos principais: imunidade humoral e imunidade celular. Ambos os tipos de resposta trabalham juntos para combater invasores estranhos e proteger nosso corpo de doenças. A resposta imune humoral é mediada por células B e envolve a produção de anticorpos que se ligam especificamente a antígenos presentes nos patógenos. Os anticorpos são proteínas solúveis que são secretadas pelos linfócitos B ativados, que são produzidos em resposta a um patógeno específico. Eles se ligam aos antígenos presentes na superfície dos patógenos, o que impede sua capacidade de infectar células e permite que outras células do sistema imunológico, como fagócitos e células T citotóxicas, possam eliminá-los. A produção de anticorpos começa quando os linfócitos B reconhecem um antígeno específico presente em um patógeno e se transformam em células plasmáticas, que produzem grandes quantidades de anticorpos específicos 10 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j para esse antígeno. Os anticorpos circulam pelo corpo, buscando os antígenos correspondentes, e quando os encontram, se ligam a eles e formam complexos que são facilmente identificáveis por outras células do sistema imunológico. Isso desencadeia uma cascata de eventos que ajuda a eliminar o patógeno do corpo. Por outro lado, a resposta imune celular é mediada por células T e é uma resposta mais direta e específica. As células T são responsáveis por reconhecer e destruir células infectadas pelo patógeno. Elas são ativadas quando células apresentadoras de antígenos, como os macrófagos, exibem antígenos derivados do patógeno em suas superfícies. As células T reconhecem esses antígenos e, em seguida, se transformam em células T citotóxicas, que são capazes de matar as células infectadas. As células T também podem se transformar em células T auxiliares, que ajudam a coordenar a resposta imune, ativando outras células imunológicas, como os linfócitos B. As células T auxiliares também secretam citocinas, moléculas que ajudam a regular a resposta imune e coordenam a ação de diferentes células. Em resumo, a resposta imune humoral é mediada por células B e envolve a produção de anticorpos que se ligam a antígenos presentes nos patógenos, enquanto a resposta imune celular é mediada por células T e envolve a destruição direta de células infectadas pelo patógeno. Ambas as respostas são essenciais para proteger nosso corpo contra patógenos e prevenir doenças. O sistema imune inato é uma resposta rápida e inespecífica a patógenos. Ele é a primeira linha de defesa do organismo contra invasores externos e é composto por células como macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células NK (natural killer). Essas células são capazes de reconhecer e destruir patógenos, incluindo bactérias, vírus, fungos e parasitas. Além disso, o sistema imune inato também é responsável pela ativação do sistema imune adaptativo. Quando as células do sistema imune inato identificam um patógeno, elas produzem substâncias químicas que atraem células do sistema imune adaptativo para o local da infecção. Isso permite que o sistema imune adaptativo comece a produzir uma resposta específica contra o patógeno. Por outro lado, o sistema imune adaptativo é uma resposta mais lenta e específica a patógenos. Ele é composto por células T e células B. As células T são responsáveis por reconhecer e destruir células infectadas pelo patógeno, enquanto as células B produzem anticorpos que neutralizam o patógeno. A resposta do sistema imune adaptativo é mediada pelos antígenos, que são substâncias que são reconhecidas pelas células T e células B. Os antígenos são geralmente proteínas ou Relacionar sistemas imune inato e adaptativo. 11 Centro Universitário Metropolitano da Amazônia - Unifamaz @rdrigo_j @rdrigo_j carboidratos na superfície dos patógenos. Quando uma célula T ou célula B reconhece um antígeno, ela é ativada e começa a se multiplicar, produzindo células que são específicas para aquele antígeno. Uma das principais características do sistema imune adaptativo é a sua capacidade de memória. As células T e células B que são específicas para um antígeno são capazes de se lembrar desse antígeno e produzir uma resposta mais rápida e eficiente no caso de uma nova infecção pelo mesmo patógeno. O sistema imune inato e o sistema imune adaptativo trabalham em conjunto para proteger o organismo contra invasores externos. O sistema imune inato fornece uma resposta rápida e inespecífica aos patógenos, enquanto o sistema imune adaptativo fornece uma resposta mais lenta e específica. Juntos, eles formam um sistema complexo que é capaz de defender o organismo contra uma ampla variedade de patógenos.
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