Buscar

Brian-Gordon-Lutalo-Kibuuka

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 688 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 688 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 688 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
INSTITUTO DE HISTÓRIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA 
SETOR DE HISTÓRIA ANTIGA 
NEREIDA – Núcleo de Estudos de Representações e de Imagens da Antiguidade 
 
 
 
 
 
 
Brian Gordon Lutalo Kibuuka 
 
 
 
 
 
MULHERES MASCULINAS, HOMENS FEMININOS: 
REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADE DE GÊNERO 
NO TEATRO DE EURÍPIDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói/RJ 
2021 
ii 
Brian Gordon Lutalo Kibuuka 
 
 
 
 
 
MULHERES MASCULINAS, HOMENS FEMININOS: 
REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADE DE GÊNERO 
NO TEATRO DE EURÍPIDES 
 
 
 
 
 
 
 
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em 
História da Universidade Federal Fluminense, como 
requisito para a obtenção do título de Doutor em 
História Social. Linha de pesquisa: Cultura e 
Sociedade. 
 
 
 
 
 
 
Alexandre Carneiro Cerqueira Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói/RJ 
2021 
iii 
BRIAN GORDON LUTALO KIBUUKA 
 
MULHERES MASCULINAS, HOMENS FEMININOS: 
REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADE DE GÊNERO 
NO TEATRO DE EURÍPIDES 
 
 
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em 
História da Universidade Federal Fluminense, como 
requisito para a obtenção do título de Doutor em 
História Social. Linha de pesquisa: Cultura e 
Sociedade. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima (Presidente) 
Universidade Federal Fluminense – UFF 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Dra. Cláudia Beltrão da Rosa (Arguidora) 
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Dr. Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk (Arguidora) 
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Dr. Gilvan Ventura da Silva (Arguidor) 
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES 
 
 
_________________________________________________ 
Profa. Dra. Ana Lívia Bonfim Vieira (Arguidora) 
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA 
 
 
 
NITERÓI 
2021 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
651 
v 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos amigos Max Cassin e Carlos Alberto Chaves Fernandes, in memoriam. 
À Sônia, Edeny e Aimée. 
vi 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço: 
 
A Deus, por todas as coisas que me deu, graciosamente. 
Aos meus familiares, que suportaram por quatro anos a minha ausência e me incentivaram 
durante todo o doutorado: minha mãe, Sônia Aparecida Reis; minha esposa, Edeny Silva de Assis 
Kibuuka; minha filha, Aimée de Assis-Kibuuka. Dedico também ao meu padrasto José das Neves 
Balthazar Junior; às minhas irmãs Gláucia Magdalena Nalugwa Kibuuka, Samaly Sônia Kizza 
Kibuuka, Sarah Kalagi Kibuuka, Anna Karolina Kibuuka, Catherine Roberta Kibuuka; e ao meu 
irmão José Felipe dos Santos Neves Balthasar. Dedico também à minha sogra, Maria Helena Silva 
de Assis, ao meu sogro, Emiliano Ribeiro de Assis, à minha cunhada Ednea Silva de Assis e aos 
meus cunhados Elias Silva de Assis e Elielson Silva de Assis. 
Ao meu orientador e amigo, Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima, por tantos anos de 
exemplos, inspiração e dedicação ao Nereida, a mim e a cada um de seus orientandos e orientandas. 
Ao Nereida, Núcleo de Estudos de Representações e de Imagens da Antiguidade 
especialmente ao nosso coordenador, Dr. Alexandre Carneiro Cerqueira Lima, e aos pesquisadores 
e pesquisadoras: à Profa. Ana Luiza de Sousa Pedroso, à Dra. Camila Jourdan, à Profa. Christianne 
Pereira Gomes, ao Prof. João Carlos d’Almeida e Souza Roxoroïz de Belford, à Dra. Juliana 
Magalhães Santos, ao Prof. Márcio Mendes de Lima, à Dra. Mariana Figueiredo Virgolino, ao Prof. 
Mateus Mello Araujo da Silva, à Profa. Ninna Koritzky Falconiere Lopes, à Dra. Talita Nunes 
Silva e ao Prof. Victor Hugo Curi Carneiro. 
À Dra. Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk e à Dra. Cláudia Beltrão da Rosa, pelas 
sugestões na qualificação. À Dra. Patricia Vivian von Benko Horvat, pela lucidez e pelo bom 
diálogo. Ao Dr. Fábio de Souza Lessa, pelas ricas contribuições a mim desde o mestrado. Ao Dr. 
Alexandre Moraes pelo incentivo e partilha. 
Aos membros da banca avaliadora deste trabalho: Dra. Claudia Beltrão da Rosa, Dra. 
Simone de Oliveira Gonçalves Bondarczuk, Dr. Gilvan Ventura da Silva e Dra. Ana Lívia Bonfim 
Vieira, pelas ricas contribuições e leitura atenta deste trabalho. 
vii 
Aos pesquisadores do Grupo Eurykleia, em especial à Dra. Violaine Sebillote Couchet, à 
Dra. Sandra Boehringer, à Dra. Adeline Grand-Clement, à Dra. Cláudia Beltrão da Rosa e ao Dr. 
Fábio Faversani, pelas contribuições a este trabalho e aos estudos de gênero. À Dra. Pauline 
Schmitt Pantel e à Dra. Florence Gherchanoc, pela inspiração e profundidade de suas pesquisas, e 
pela generosidade em compartilhá-las. 
À Dra. André a da Rocha Rodrigues Pereira Barbosa, e a todos os membros do Nina 
Simone. Aos meus colegas da Área de História da Universidade Estadual de Feira de Santana, e à 
Dra. Elizete da Silva, pela leitura atenta deste trabalho e pelas sugestões. 
Aos meus amigos, prof. Dr. Nilo Reis, Dr. Luiz Carlos Montans Braga, Dr. Roberto Pereyr 
e Poeta Antônio Brasileiro, pela companhia agradabilíssima e o incentivo a esta tese. 
Às queridas amigas, Dra. Francisca de Lourdes Louro e Dra. Socorro Viana de Almeida 
pelos anos de amizade. Ao amigo João Rocha Sobrinho. 
À Dra. Marina Regis Cavicchioli, à Dra. Andréa da Rocha Pereira dos Santos Barbosa, 
pelas parcerias nas pesquisas e pela amizade. 
Aos queridos amigos Leonaldo de Oliveira, Estêvão Queiroga e Paula Queiroga, Leonardo 
Amorim, Fábio Canuto de Sá, Ronald Gustavo, José Carlos Guerra, Vera Araújo Guerra, Gilva 
Araújo Silveira, Lucy Luz, Eduardo de Proença, Bruno Barbosa Albino, André Luiz, Luana Cruz, 
Marcelo Coutinho de Oliveira, Nelson Lellis, Marcelo Carneiro, Maria José Assis, Andrea Castro, 
Dr. Roberto Ferreira da Rocha, Wellington Freitas, Josenildo Miranda, Pedro Virgílio, Fabio Porto, 
Dr. Antonio Jardim, Belchior Barbosa, Emerson Rocha de Almeida, Hugo Leonardo Soares 
Gonçalves, Dr. Edson Magalhães Nunes Júnior, Luiz Felipe Valente, Tiago Arrais, Juliano Marcel, 
Yvison Pinheiro, Buja Neves e Michelita Neves, Lucas Gesta, Marcelo Gesta, Josilene Sá de 
Souza, Viviane Costa, Jackson Augusto, Nilson Gomes, Dra. Aila Pinheiro, Jasley Siqueira, Jaide 
Siqueira, Joás Menezes, Paulo Macedo, Dr. Lucas Nascimento, Valéria Oliveira, Miquéias França, 
Reginaldo Pedro, Wagner Franco e Lara Franco. 
Ao CNPQ, pela bolsa que me permitiu realizar este trabalho. 
Aos funcionários da secretaria do PPGH-UFF, pela dedicação com que sempre auxiliam 
estudantes e docentes em suas demandas. 
Aos que lutam pelo direito de ser, de existir, de viver; aos que lutam pela diversidade e 
tolerância, agradeço por serem minha inspiração. 
 
viii 
RESUMO 
 
Este trabalho aborda a diversidade de gêneros no drama de Eurípides, tragediógrafo grego 
do século V a.C., a partir da consideração da existência de certo nível de heteronormatividade e 
binarismo de gênero na Atenas Clássica, os quais são socioculturais e referenciais e, por isso, são 
chamados nesta investigação de estratégias de produção de identificação de gênero. Eurípides, na 
construção de seus dramas, para além dos estereótipos, constrói personagens que frequentemente 
ultrapassam esses limites e fronteiras de identificação de seu gênero, estabelecendo assim um efeito 
cênico-dramático que reforça o páthos de suas tragédias. Utilizando a análise do discurso, a teoria 
dos regimes de gênero e a teoria interseccional, tais ultrapassamentos são identificados, analisados 
e indicados como imagens e representações da diversidade de gênero no contexto de encenação. 
Para tanto, as tragédias são colocadas em relação dialógica com a literatura grega, com a evidência 
epigráfica e imagética, de forma a tornar mais evidente a diversidade degênero no âmago das 
construções discursivas trágicas, e relacionar tal diversidade às múltiplas identidades de gênero 
passíveis de serem identificadas na segunda metade do século V a.C. em Atenas, recorte temporal 
e histórico deste trabalho. 
 
Palavras-chave: Eurípides; Interseccionalidade; Travestimento. 
 
ix 
ABSTRACT 
 
This thesis addresses the diversity of genres in the drama of Euripides, the fifth century 
Greek playright, from the consideration of the existence of a certain level of gender 
heteronormativity and binarism in Classical Athens, which are sociocultural and referential and 
are therefore called in the thesis of gender identification production strategies. Euripides, in the 
construction of his dramas, in addition to gender stereotypes, builds characters who often surpass 
these limits and boundaries of gender identification, thus establishing a dramatic-dramatic effect 
that reinforces the pathos of his tragedies. Using discourse analysis, gender regime theory, and 
intersectional theory, such overtaxes are identified, analyzed, and indicated as images and 
representations of the gender diversity of the staging context. To this end, tragedies are placed in 
dialogical relation with Greek literature, with epigraphic and imagetic evidence, in order to make 
gender diversity more evident at the heart of tragic discursive constructions, and to relate such 
diversity to the multiple gender identities that can be identified in the second half of 5th century 
BC, a temporal and historical outline of this thesis. 
 
Keywords: Euripides; Intersectionality; Transvestism. 
 
x 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1: Destaque do hoplita na cena da despedida do guerreiro. Kýlix ática de figuras vermelhas, 
cerca de 450-400 a.C. ................................................................................................................... 108 
Figura 2: Héracles e Géras, filho de Nýx, personificação da velhice. Pélica ática de figuras 
vermelhas, 480-470 a.C., Museu do Louvre G234 ...................................................................... 117 
Figura 3: Inscrição da kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao pintor Makron, feita por 
Hieron. Cerca de 480 a.C. Museu do Louvre. .............................................................................. 172 
Figura 4: Primeiro adulto e jovem representados na kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao 
pintor Makron, feita por Hieron. Cerca de 480 a.C. Museu do Louvre. ...................................... 173 
Figura 5: Segundo adulto e jovem representados na kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao 
pintor Makron, feita por Hieron. Cerca de 480 a.C. Museu do Louvre. ...................................... 173 
Figura 6: Terceiro adulto e jovem representados na kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao 
pintor Makron, feita por Hieron. Cerca de 480 a.C. Museu do Louvre. ...................................... 173 
Figura 7: Quarto adulto e jovem representados na kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao 
pintor Makron, feita por Hieron. Cerca de 480 a.C. Museu do Louvre. ...................................... 173 
Figura 8: Hídria ateniense de figuras vermelhas atribuída ao Pintor de Fiale, datada entre 475 e 425 
a.C., retratando Tâmiris, as musas e Argíope. Museu Gregoriano Etrusco Vaticano, 16549. ..... 198 
Figura 9: Hídria de figuras vermelhas atribuída ao Pintor Duomo, contendo duas mulheres em 
performances e outra em pé, com uma caixa quadrada na mão. Museu Britânico E 191 (ARV 
1119.29) ....................................................................................................................................... 199 
Figura 10: Hídria de figuras vermelhas atribuída ao grupo de Polignoto, contendo Safo, Kállis e 
Nikópolis, com instrumentos musicais, datado entre 440 e 430 a.C. Museu Arqueológico de Atenas, 
ARV2, 1060.145 .......................................................................................................................... 201 
Figura 11: Kályx Kráter ateniense de figuras vermelhas. Musicistas mulheres, atribuído ao pintor 
de Nióbide, datado entre 460 e 450 a.C. Museu Britânico E 461. ............................................... 204 
Figura 12: Interior da kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao Pintor Codrus, com jovens no 
banho e se limpando com o estrígil. Museu Britânico E83. ......................................................... 211 
Figura 13: Exterior (face A) da kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao Pintor Codrus, com 
jovens no banho e se limpando com o estrígil. Museu Britânico E83. ........................................ 211 
Figura 14: Exterior (face B) da kýlix ática de figuras vermelhas, atribuída ao Pintor Codrus, com 
jovens no banho e se limpando com o estrígil (430 a.C.). Museu Britânico E83. ....................... 212 
Figura 15: Taça ática de figuras vermelhas, atribuída a Onésimos, com um jovem atleta se lavando 
(500-480 a.C.). Museu do Louvre G291. ..................................................................................... 212 
Figura 16: Taça ateniense de figuras vermelhas com uma mulher com botas diante de um 
podaniptério (480 a.C.). Godalming, Charterhouse School Museum 1960.74 ............................ 212 
Figura 17: Cratera ateniense de figuras vermelhas com três mulheres em um loutério (500-450 
a.C.). Bari, Museo Archeologico Provinciale, 8693 .................................................................... 212 
Figura 18: Cratera ateniense de figuras vermelhas com quatro mulheres nuas em um loutério (475-
525 a.C.). Viena, Kunsthistorisches Museum 2166. .................................................................... 212 
xi 
Figura 19: Cratera ateniense de figuras vermelhas com três mulheres se banhando. Cena externa. 
Milan, Collezione H. A. C 316 .................................................................................................... 212 
Figura 20: Lado A da estamnos áticos de figuras vermelhas. Cerca de 450 a.C. Komastes 
travestidos. Museu de Arte de Tampa 93.29. ............................................................................... 217 
Figura 21: Lado B da estamnos áticos de figuras vermelhas. Cerca de 450 a.C. Kommos. Museu 
de Arte de Tampa 93.29. .............................................................................................................. 217 
Figura 22: Interior da taça ática de figuras vermelhas, atribuída a Douris. 470 a.C. Dois komastes 
travestidos. Munich, Staatliche Antikensammlungen 2647 VAS. ............................................... 218 
Figura 23: Lado A da taça ática de figuras vermelhas, atribuída a Douris. 470 a.C. Dioniso, sátiros 
e mênade. Munich, Staatliche Antikensammlungen 2647 VAS. ................................................. 218 
Figura 24: Ânfora ática de figuras negras de 525 a 475 a.C., atribuída ao grupo E, decorada com 
Ônfale vestida com uma pele de leão e um arco, diante de Héracles. Malibu (CA), The J. Paul Getty 
Museum: 77.AE.45. ..................................................................................................................... 232 
 
xii 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Modalidades de Travestimento ...................................................................................... 43 
Tabela 2: Passos para a análise do discurso. .................................................................................. 58 
Tabela 3: Destaque de termos que indiciam travestimento ............................................................ 67 
Tabela 4: Análises pré-tradução e tradução de enunciados. ........................................................... 70 
Tabela 5: Análise do êthos ............................................................................................................. 71 
Tabela 6: Análise da cenografia ..................................................................................................... 73 
Tabela7: Passos na análise pragmática dos atos de fala. ............................................................... 77 
Tabela 8: Esquema de análise de imagens ..................................................................................... 80 
Tabela 9: Caracterização da masculinidade de Capaneu (Eur., Supp. 861-870) ........................... 99 
Tabela 10: Caracterização da masculinidade de Etéocles (Eur., Supp. 871-880) ........................ 100 
Tabela 11: Caracterização da masculinidade de Hipomedon (Eur., Supp. 881-887) ................... 103 
Tabela 12: Caracterização da masculinidade de Partenopeu (Eur., Supp. 888-900) ................... 105 
Tabela 13: Caracterização da masculinidade de Tideu (Eur., Supp. 901-908) ............................ 108 
Tabela 14: Lista de repreensões e protestos na Ilíada e Odisseia ................................................. 124 
Tabela 15: Tábua dos Opostos (Aristot., Metaph. 986a22-24) .................................................... 242 
 
xiii 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
a) Obras e autores da Antiguidade 
 
As abreviaturas adotadas são as mesmas utilizadas na 4ª edição no Oxford Classical 
Dictionary (OCD), editado por HORNBLOWER, SPAWFORTH e EIDINOW (2012, p. xxvii-liii). 
Quando ausentes, adotamos as abreviaturas presentes em LIDDELL & SCOTT (1940, p. xv-xlv). 
As traduções dos nomes gregos e latinos, quando fornecidos, são realizadas pelo autor. 
 
AEL., VH – ELIANO, Varia Historia 
AESCH., Ag. – ÉSQUILO, Agamemnon [Agamêmnon] 
AESCH., Cho. – ÉSQUILO, Choephoroe [Coéforas] 
AESCH., Eum. – ÉSQUILO, Eumenides [Eumênides] 
AESCH., Pers. – ÉSQUILO, Persae [Persas] 
AESCH., PV – ÉSQUILO, Prometheus Vinctus [Prometeu acorrentado] 
AESCH., Sept. – ÉSQUILO, Septem contra Thebas [Sete contra Tebas] 
AESCH., Supp. – ÉSQUILO, Supplices [Suplicantes] 
AESCHIN., Emb. - ÉSQUINES, Sobre a embaixada 
AESCHIN., In Ctes. – ÉSQUINES, Contra Ctésimon 
AESCHIN., In Tim. – ÉSQUINES, Contra Timarco 
ANDOC. 1 – ANDOCIDES, Περὶ τῶν μυστηρίων [Sobre os mistérios] 
ANDOC. 2 – ANDOCIDES, Περὶ τῆς ἑαυτοῦ καθόδου [Sobre seu retorno] 
ANDOC. 3 – ANDOCIDES, Περὶ τῆς πρὸς Λακεδιμονίους εἰρήνης [Sobre a paz com os 
Lacedemônios] 
ANDOC. 4 – ANDOCIDES, Ἀνδοκίδου κατὰ Ἀλκιβιάδου [De Andocides contra Alcibíades] 
ANTIPH. 1 – ANTIFONTE, Φαρμακείας κατὰ τῆς μητρυιᾶς [Contra a madrasta por 
envenenamento] 
ANTIPH. 2 – ANTIFONTE, Κατηγορία φόνου ἀπαράσημος [Primeira Tetralogia: Acusação 
anônima por assassinato] 
ANTIPH. 3 – ANTIFONTE, Κατηγορία φόνου ακουσίου [Segunda Tetralogia: Acusação por 
homicídio acidental] 
ANTIPH. 4 – ANTIFONTE, Κατηγορία φόνου κατὰ τοῦ λέγοντος ἀμύνασθαι [A Terceira 
Tetralogia: Acusação de assassinato contra alguém que pleiteia autodefesa] 
ANTIPH. 5 – ANTIFONTE, Περὶ τοῦ Ἡρῷδου φόνου [Sobre o assassinato de Herodes] 
xiv 
ANTIPH. 6 – ANTIFONTE, Περὶ τοῦ χορευτοῦ [Sobre os coreutas] 
AP. RHOD., Argon. – APOLÔNIO DE RODES, Argonautica [Argonáutica] 
APOLLOD., Bibl. –APOLODORO, Bibliotheca [Biblioteca] 
APOLLOD., Epit. –APOLODORO, Epitome [Epítome] 
AR., Ach. – ARISTÓFANES, Acharnenses [Acarnenses] 
AR., Av. – ARISTÓFANES, Aves [Aves] 
AR., Eccl. – ARISTÓFANES, Ecclesiazusae [Assembleia de Mulheres] 
AR., Eq. – ARISTÓFANES, Equites [Cavaleiros] 
AR., Lys. – ARISTÓFANES, Lisístrata 
AR., Nu. – ARISTÓFANES, Nubes [Nuvens] 
AR., Pax – ARISTÓFANES, Pax [Paz] 
AR., Pl. – ARISTÓFANES, Plutus [Pluto] 
AR., Ran. – ARISTÓFANES, Ranae [Rãs] 
AR., Thesm. – ARISTÓFANES, Thesmophoriazusae [Tesmoforiantes] 
AR., Vesp. – ARISTÓFANES, Vespae [Vespas] 
ARISTID., Or. – ARISTIDES, Orationes [Discursos] 
ARISTOT., An. post. – ARISTÓTELES, Analytica posterior [Analíticos posteriores] 
ARISTOT., An. pr. – ARISTÓTELES, Analytica priora [Analíticos anteriores] 
ARISTOT., Ath. Pol. – ARISTÓTELES, Ἀθηναίων πολιτεία [Constituição dos Atenienses] 
ARISTOT., Cael. – ARISTÓTELES, De caelo [Sobre o céu] 
ARISTOT., Cat. – ARISTÓTELES, Categoriae [Categorias] 
ARISTOT., Col. – ARISTÓTELES, De coloribus [Sobre as cores] 
ARISTOT., De an. – ARISTÓTELES, De anima [Sobre a alma] 
ARISTOT., De audib. – ARISTÓTELES, De audibilibus [Sobre as coisas ouvidas] 
ARISTOT., De motu an. – ARISTÓTELES, De motu animalium [Sobre o movimento dos animais] 
ARISTOT., Div. somn. – ARISTÓTELES, De divinatione per somnia [Sobre a adivinhação pelos 
sonhos] 
ARISTOT., Eth. Eud. – ARISTÓTELES, Ethica Eudemia [Ética a Êudemo] 
ARISTOT., Eth. Nic. – ARISTÓTELES, Ethica Nicomachea [Ética a Nicômaco] 
ARISTOT., Gen. an. – ARISTÓTELES, De generatione animalium [Sobre a geração dos animais] 
ARISTOT., Gen. corr. – ARISTÓTELES, De generatione et corruptione [Sobre a geração e a 
corrupção] 
ARISTOT., Hist. an. – ARISTÓTELES, Historia animalium [Sobre a história dos animais] 
xv 
ARISTOT., IA – ARISTÓTELES, De incessu animalium [Sobre a marcha dos animais] 
ARISTOT., Int. – ARISTÓTELES, De interpretatione [Sobre a interpretação] 
ARISTOT., Lin. Ins. – ARISTÓTELES, De lineis insecabilibus [Sobre as linhas indivisíveis] 
ARISTOT., Mag. mor. – ARISTÓTELES, Magna moralia [Ética maior] 
ARISTOT., Mech. – ARISTÓTELES, Mechanica [Mecânica] 
ARISTOT., Mem. – ARISTÓTELES, De memoria et reminiscentia [Sobre a memória e a 
reminiscência] 
ARISTOT., Metaph. – ARISTÓTELES, Metaphysica [Metafísica] 
ARISTOT., Mete. – ARISTÓTELES, Meteorologica [Meteorologia] 
ARISTOT., Mund. – ARISTÓTELES, De mundo [Sobre o cosmos] 
ARISTOT., Oec. – ARISTÓTELES, Oeconomica [Economia] 
ARISTOT., Part. an. – ARISTÓTELES, De partibus animalium [Sobre as partes dos animais] 
ARISTOT., Parv. nat. – ARISTÓTELES, Parva naturalia [Pequeños tratados sobre a natureza] 
ARISTOT., Ph. – ARISTÓTELES, Physica [Física] 
ARISTOT., Phgn. – ARISTÓTELES, Physiognomonica [Fisiognomonia] 
ARISTOT., Poet. – ARISTÓTELES, Poetica [Poética] 
ARISTOT., Pol. – ARISTÓTELES, Política [Política] 
ARISTOT., Pr. – ARISTÓTELES, Problemata [Problemas] 
ARISTOT., Resp. – ARISTÓTELES, De respiratione [Sobre a respiração] 
ARISTOT., Rh. – ARISTÓTELES, Rhetorica [Retórica] 
ARISTOT., Rh. Al. – ARISTÓTELES, Rhetorica ad Alexandrum [Retórica a Alexandre] 
ARISTOT., Sens. – ARISTÓTELES, De sensu et sensibilibus [Sobre a sensação e o sensível] 
ARISTOT., Soph. el. – ARISTÓTELES, Sophistici elenchi [Elencos sofísticos] 
ARISTOT., Top. – ARISTÓTELES, Topica [Tópicos] 
ARISTOT., Xen. – ARISTÓTELES, De Xenophane [Sobre Xenófanes] 
ATH. – ATENEU DE NÁUCRATIS, Deipnosophistae [Banquete dos sofistas] 
BACCHYL., Dith. – BAQUÍLIDES, Ditirambos 
BACCHYL., Ep. – BAQUÍLIDES, Epinícios 
DIOG. LAERT. – DIÓGENES LAÉRCIO, Vitae philosophorum [Vidas dos filósofos] 
DION. HAL., Amm. 1 – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, Epistula ad Ammaeum 1 [Carta a 
Ameu 1] 
DION. HAL., Amm. 2 – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, Epistula ad Ammaeum 2 [Carta a 
Ameu 2] 
xvi 
DION. HAL., Ant. Rom. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, Antiquitates Romanae 
[Antiguidades Romanas] 
DION. HAL., Comp. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, De compositione verborum [Sobre a 
composição literária] 
DION. HAL., De imit. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, De imitatione (= Vett.Cens. - De 
veterum censura) [Sobre a imitação] 
DION. HAL., Dem. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, De Demosthene [Sobre Demóstenes] 
DION. HAL., Din. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, de Dinarcho [Sobre Dinarco] 
DION. HAL., Is. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, de Isaeo [Sobre Iseu] 
DION. HAL., Isoc. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, De Isocrate [Sobre Isócrates] 
DION. HAL., Lys. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, De Lysia [Sobre Lísias] 
DION. HAL., Pomp. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, Epistula ad Pompeium [Carta a 
Pompeu] 
DION. HAL., Rhet. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, Ars rhetorica [Arte retórica] 
DION. HAL., Thuc. – DIONÍSIO DE HALICARNASSO, De Thucydide [Sobre Tucídides] 
DEM. 1: DEMÓSTENES, Olintíaca I 
DEM. 2: DEMÓSTENES, Olintíaca II 
DEM. 3: DEMÓSTENES, Olintíaca III 
DEM. 4: DEMÓSTENES, Filípica I 
DEM. 5: DEMÓSTENES, Sobre a paz 
DEM. 6: DEMÓSTENES, Filípica II 
DEM. 7: DEMÓSTENES, Sobre o Haloneso 
DEM. 8: DEMÓSTENES, Sobre o QueronesoDEM. 9: DEMÓSTENES, Filípica III 
DEM. 10: DEMÓSTENES, Filípica IV 
DEM. 11: DEMÓSTENES, Resposta a Filipe 
DEM. 12: DEMÓSTENES, Filipe 
DEM. 13: DEMÓSTENES, Sobre a organização 
DEM. 14: DEMÓSTENES, Sobre a marinha 
DEM. 15: DEMÓSTENES, Sobre a liberdade dos ródios 
DEM. 16: DEMÓSTENES, Para os Megalopolitanos 
DEM. 17: DEMÓSTENES, Sobre a ascensão de Alexandre 
DEM. 18: DEMÓSTENES, Sobre a coroa 
DEM. 19: DEMÓSTENES, Sobre a falsa embaixada 
xvii 
DEM. 20: DEMÓSTENES, Contra Létines 
DEM. 21: DEMÓSTENES, Contra Mídias 
DEM. 22: DEMÓSTENES, Contra Andrócio 
DEM. 23: DEMÓSTENES, Contra Aristócrates 
DEM. 24: DEMÓSTENES, Contra Timócrates 
DEM. 25: DEMÓSTENES, Contra Aristogiton I 
DEM. 26: DEMÓSTENES, Contra Aristogiton II 
DEM. 27: DEMÓSTENES, Contra Áfobos I 
DEM. 28: DEMÓSTENES, Contra Áfobos II 
DEM. 29: DEMÓSTENES, Contra Áfobos III 
DEM. 30: DEMÓSTENES, Contra Onetor 
DEM. 31: DEMÓSTENES, Contra Onetor 
DEM. 32: DEMÓSTENES, Contra Zenótemis 
DEM. 33: DEMÓSTENES, Contra Apaturios 
DEM. 34: DEMÓSTENES, Contra Fórmio 
DEM. 35: DEMÓSTENES, Contra Lácrito 
DEM. 36: DEMÓSTENES, Para Fórmio 
DEM. 37: DEMÓSTENES, Contra Panteneto 
DEM. 38: DEMÓSTENES, Contra Nausímaco e Xenopeite 
DEM. 39: DEMÓSTENES, Contra Boeto I 
DEM. 40: DEMÓSTENES, Contra Boeto II 
DEM. 41: DEMÓSTENES, Contra Espudias 
DEM. 42: DEMÓSTENES, Contra Fênipo 
DEM. 43: DEMÓSTENES, Contra Macartato 
DEM. 44: DEMÓSTENES, Contra Leocares 
DEM. 45: DEMÓSTENES, Contra Estéfano I 
DEM. 46: DEMÓSTENES, Contra Estéfano II 
DEM. 47: DEMÓSTENES, Contra Evergo e Mnesíbulo 
DEM. 48: DEMÓSTENES, Contra Olimpiodoro 
DEM. 49: DEMÓSTENES, Contra Timóteo 
DEM. 50: DEMÓSTENES, Contra Pólicles 
DEM. 51: DEMÓSTENES, Sobre a Coroa Trerárquica 
DEM. 52: DEMÓSTENES, Contra Cálipo 
xviii 
DEM. 53: DEMÓSTENES, Contra Nicóstrato 
DEM. 54: DEMÓSTENES, Contra Cônon 
DEM. 55: DEMÓSTENES, Contra Cálicles 
DEM. 56: DEMÓSTENES, Contra Dionisodoro 
DEM. 57: DEMÓSTENES, Contra Eubúlides 
DEM. 58: DEMÓSTENES, Contra Teócrines 
DEM. 59: DEMÓSTENES, Contra Neera 
DEM. 60: DEMÓSTENES, Oração fúnebre 
DEM. 61: DEMÓSTENES, Ensaio erótico 
DEM., Ex. – DEMÓSTENES, Exordia 
DEM., L. – DEMÓSTENES, Cartas 
DIN. 1 – DINARCO, Κατὰ Δημοσθένους [Contra Demóstenes] 
DIN. 2 – DINARCO, Κατὰ Ἀριστογείτονος [Contra Aristogiton] 
DIN. 3 – DINARCO, Κατὰ Φιλοκλέους [Contra Fílocles] 
DIO CHRYS., Or. – DÍON CRISÓSTOMO, Orationes [Discursos] 
DIOD. – DIODORO SÍCULO 
EUR., Alc. – EURÍPIDES, Alcestis [Alceste] 
EUR., Andr. – EURÍPIDES, Andromache [Andrômaca] 
EUR., Bacch. – EURÍPIDES, Bacchae [Bacantes] 
EUR., Beller. – EURÍPIDES, Bellerophon [Belerofonte] 
EUR., Cyc. – EURÍPIDES, Cyclops [Ciclope] 
EUR., El. – EURÍPIDES, Electra 
EUR., Hec. – EURÍPIDES, Hecuba [Hécuba] 
EUR., Hel. – EURÍPIDES, Helena 
EUR., Heracl. – EURÍPIDES, Heraclidae [Heráclidas] 
EUR., HF – EURÍPIDES, Hercules furens [Héracles] 
EUR., Hipp. – EURÍPIDES, Hippolytus [Hipólito] 
EUR., Hyps. – EURÍPIDES, Hypsipyle [Hipsípilo] 
EUR., IA – EURÍPIDES, Iphigenia Aulidensis [Ifigênia em Áulis] 
EUR., Íon – EURÍPIDES, Íon 
EUR., IT – EURÍPIDES, Iphigenia Taurica [Ifigênia em Táuris] 
EUR., Med. – EURÍPIDES, Medea [Medeia] 
EUR., Or. – EURÍPIDES, Orestes 
xix 
EUR., Phoen. – EURÍPIDES, Phoenissae [Fenícias] 
EUR., Rhes. – EURÍPIDES, Rhesus [Reso] 
EUR., Sthen. – EURÍPIDES, Stheneboea [Estenoboeia] 
EUR., Supp. – EURÍPIDES, Supplices [Suplicantes] 
EUR., Tro. – EURÍPIDES, Troades [Troianas] 
HDT., Hist. – HERÓDOTO, Historiae 
HES., Op. – HESÍODO, Opera et Dies [Trabalhos e Dias] 
HES., Sc. – HESÍODO, Scutum [Escudo de Héracles] 
HES., Theog. – HESÍODO, Theogonia [Teogonia] 
HH. 1: Εἲς Διώνυσον A [Hino Homérico a Dioniso I] 
HH. 2: Εἲς Δημήτραν B [Hino Homérico a Deméter I] 
HH. 3: Εἲς Ἀπόλλωνα [Hino Homérico a Apolo] 
HH. 4: Εἲς Ἑρμῆν A [Hino Homérico a Hermes I] 
HH. 5: Εἲς Ἀφροδίτην A [Hino Homérico a Afrodite I] 
HH. 6: Εἲς Ἀφροδίτην B [Hino Homérico a Afrodite II] 
HH. 7: Εἲς Διώνυσον B [Hino Homérico a Dioniso II] 
HH. 8: Εἲς Ἄρεα [Hino Homérico a Ares] 
HH. 9: Εἲς Ἄρτεμιν A [Hino Homérico a Artêmis I] 
HH. 10: Εἲς Ἀφροδίτην Γ [Hino Homérico a Afrodite III] 
HH. 11: Εἲς Ἀθήναν A [Hino Homérico a Atena I] 
HH. 12: Εἲς Ἥραν [Hino Homérico a Hera] 
HH. 13: Εἲς Δημήτραν B [Hino Homérico a Deméter II] 
HH. 14: Εἲς Μητέρα Θεῶν [Hino Homérico à Mãe dos deuses] 
HH. 15: Εἲς Ἡρακλέα Λεοντόθυμον [Hino Homérico a Héracles] 
HH. 16: Εἲς Ἀσκληπιόν [Hino Homérico a Asclépio] 
HH. 17: Εἲς Διοσκούρους A [Hino Homérico aos Dióscuros I] 
HH. 18: Εἲς Ἑρμῆν [Hino Homérico a Hermes II] 
HH. 19: Εἲς Πᾶνα [Hino Homérico a Pan] 
HH. 20: Εἲς Ἥφαιστον [Hino Homérico a Hefesto] 
HH. 21: Εἲς Ἀπόλλωνα [Hino Homérico a Apolo] 
HH. 22: Εἲς Ποσειδῶνα [Hino Homérico a Poseidon] 
HH. 23: Εἲς Ὕπατον Κρονίδην [Hino Homérico a Zeus] 
HH. 24: Εἲς Ἑστίαν [Hino Homérico a Héstia] 
xx 
HH. 25: Εἲς Μούσας Καὶ Ἀπόλλωνα [Hino Homérico para as Musas e Apolo] 
HH. 26: Εἲς Διόνυσον Γ [Hino Homérico a Dioniso III] 
HH. 27: Εἲς Ἄρτεμιν B [Hino Homérico a Artêmis II] 
HH. 28: Εἲς Ἀθήναν B [Hino Homérico a Atena II] 
HH. 29: Εἲς Ἑστίαν [Hino Homérico a Héstia] 
HH. 30: Εἲς Γῆν Μητέρα Πάντων [Hino Homérico à Terra] 
HH. 31: Εἲς Ἥλιον [Hino Homérico ao Sol] 
HH. 32: Εἲς Σελήνην [Hino Homérico à Lua] 
HH. 33: Εἲς Διοσκούρους B [Hino Homérico aos Dióscuros II] 
HIPPOC., Acut. – HIPÓCRATES, De diaeta in morbis acutis 
HIPPOC., Acut. Sp. – HIPÓCRATES, De diaeta acutorum 
HIPPOC., Aer. – HIPÓCRATES, De aere aquis et locis 
HIPPOC., Alim. – HIPÓCRATES, De alimento 
HIPPOC., Aph. – HIPÓCRATES, Aphorismi 
HIPPOC., Art. – HIPÓCRATES, De articulis 
HIPPOC., Epid. – HIPÓCRATES, De morbis popularibus 
HIPPOC., Fist. – HIPÓCRATES, De fistulis 
HIPPOC., Fract. – HIPÓCRATES, De fracturis 
HIPPOC., Haem. – HIPÓCRATES, De haemorrhoidibus 
HIPPOC., Jusj. – HIPÓCRATES, Jusjurandum 
HIPPOC., Lex – HIPÓCRATES, Lex 
HIPPOC., Mochl. – HIPÓCRATES, Vectiarius 
HIPPOC., Morb. Sacr. – HIPÓCRATES, De morbo sacro 
HIPPOC., Off. – HIPÓCRATES, De officina medici 
HIPPOC., Praec. – HIPÓCRATES, Praeceptiones 
HIPPOC., Prog. – HIPÓCRATES, Prognosticon 
HIPPOC., Ulc. – HIPÓCRATES, De ulceribus 
HIPPOC., VC. – HIPÓCRATES, De capitis vulneribus 
HIPPOC., VM. – HIPÓCRATES, De prisca medicina 
HOM. Od. – HOMERO, Odisseia 
HOM., Il. – HOMERO, Ilíada 
HYP. 1: HIPÉRIDES, ἀπολογία ὑπὲρ Λυκόφρονος [Defesa de Licófron] 
HYP. 2: HIPÉRIDES, κατὰ Φιλιππίδου [Contra Filípides] 
xxi 
HYP. 3: HIPÉRIDES, κατ᾽ Ἀθηνογένους [Contra Atenógenes] 
HYP. 4: HIPÉRIDES, ὑπὲρ Εὐξενίππου ἐισαγγελίας ἀπολογία πρὸς Πολύευκτον [Em defesa de 
Euxenipo] 
HYP. 5: HIPÉRIDES, κατὰ Δημοσθένους ὑπὲρ τῶν Ἁρπαλείων [Contra Demóstenes] 
HYP. 6: HIPÉRIDES, Ἐπιτάφιος [Oração fúnebre] 
ISEU 1 – ISEU, Περὶ τοῦ Κλεωνύμου κλήρου [Sobre a embaixada de Cleônimo] 
ISEU 2 – ISEU, Περὶ τοῦ Μενεκλέους κλήρου [Sobre a embaixada de Menecles] 
ISEU 3 – ISEU, Περὶ τοῦ Πύρρου κλήρου [Sobre a embaixada de Pirro] 
ISEU 4 – ISEU, Περὶ τοῦ Νικοστράτου κλήρου [Sobre a embaixada de Nicóstrato] 
ISEU 5 – ISEU, Περὶ τοῦ Δικαιογένους κλήρου [Sobre a embaixada de Diceógenes] 
ISEU 6 – ISEU, Περὶ τοῦ Φιλοκτήμονος κλήρου [Sobre a embaixada de Filoctêmon] 
ISEU 7 – ISEU, Περὶ τοῦ Απολλοδώρου κλήρου [Sobre a embaixada de Apolodoro] 
ISEU 8 – ISEU, Περὶ τοῦ Κίρωνος κλήρου [Sobre a embaixada de Quiron] 
ISEU 9 – ISEU, Περὶ τοῦ Ἀστυφίλου κλήρου [Sobre a embaixada de Astífilo] 
ISEU 10 – ISEU, Πρὸς Ξεναίνετον περὶ τοῦ Ἀριστάρχου κλήρου [Sobre a embaixada de Aristarco] 
ISEU 11 – ISEU, Περὶ τοῦ Ἁγνίου κλήρου [Sobre a embaixada de Hágnias] 
ISEU 12 – ISEU, Υπὲρ Εὐφιλήτου [Eufíleto] 
ISOC. 1 – ISÓCRATES, Πρὸς Δημόνικον [Para Demônico] 
ISOC. 2 – ISÓCRATES, Πρὸς Νικόκλεα [Para Nicócles] 
ISOC. 3 – ISÓCRATES, Νικόκλης ἢ Κύπριοι [Nicócles ou os Cipriotas] 
ISOC. 4 – ISÓCRATES, Πανηγυρικός [Panegírico] 
ISOC. 5 – ISÓCRATES, Φίλιππος [Filipe] 
ISOC. 6 – ISÓCRATES, Αρχίδαμος [Arquidamos] 
ISOC. 7 – ISÓCRATES, Ἀρεοπαγιτικός [Areopagítico] 
ISOC. 8 – ISÓCRATES, Περὶ εἰρήνης [Sobre a paz] 
ISOC.9 – ISÓCRATES, Εὐαγόρας [Evágoras] 
ISOC. 10 – ISÓCRATES, Ἑλένη [Helena] 
ISOC. 11 – ISÓCRATES, Βούσιρις [Busíris] 
ISOC. 12 – ISÓCRATES, Παναθηναικός [Panatenaico] 
ISOC. 13 – ISÓCRATES, Κατὰ τῶν σοφιστῶν [Contra os sofistas] 
ISOC. 14 – ISÓCRATES, Πλαταικός [Plataico] 
ISOC. 15 – ISÓCRATES, Περὶ ἀντιδόσεως [Antídose] 
ISOC. 16 – ISÓCRATES, Περὶ τοῦ ζεύγους [Sobre a equipe de cavalos] 
xxii 
ISOC. 17 – ISÓCRATES, Τραπεζιτικός [Trapeziticus] 
ISOC. 18 – ISÓCRATES, Παραγραφή πρὸς Καλλίμαχον [Contra Calímaco] 
ISOC. 19 – ISÓCRATES, Αιγινητικός [Aegineticus] 
ISOC. 20 – ISÓCRATES, Κατὰ Λοχίτου [Contra Lóquites] 
ISOC. 21 – ISÓCRATES, Πρὸς Εὐθύνους ἀμάρτυρος [Contra Êutino (sem testemunha)] 
ISOC. L. 1 – ISÓCRATES, Ad Dionysium [Carta 1: Para Dionísio] 
ISOC. L. 2 – ISÓCRATES, Ad Philippum I [Carta 2: Para Filipe] 
ISOC. L. 3 – ISÓCRATES, Ad Philippum II [Carta 3: Para Filipe II] 
ISOC. L. 4 – ISÓCRATES, Ad Antipatrum [Carta 4: Para Antípatro] 
ISOC. L. 5 – ISÓCRATES, Ad Alexandrum [Carta 5: Para Alexandre] 
ISOC. L. 6 – ISÓCRATES, Ad filios Jasonis [Carta 6: Para os filhos de Jasão] 
ISOC. L. 7 – ISÓCRATES, Ad Timotheum [Carta 7: Para Timóteo] 
ISOC. L. 8 – ISÓCRATES, Ad reges Mytilenaeos [Carta 8: Para os legisladores dos mitilenos] 
ISOC. L. 9 – ISÓCRATES, Ad Archidamum [Carta 9: Para Arquidamos] 
LYCURG. 1 – LICURGO, Contra Leócrates 
LYS. 1 – LÍSIAS, ὑπὲρ τοῦ Ἐρατοσθένους φόνου ἀπολογία [Defesa por causa do assassinato de 
Erastótenes] 
LYS. 2 – LÍSIAS, Ἐπιτάφιος τοῖς Κορινθίων βοηθοῖς [Oração fúnebre em honra dos coríntios] 
LYS. 3 – LÍSIAS, πρὸς Σίμωνα ἀπολογία [Defesa diante de Simão] 
LYS. 4 – LÍSIAS, περὶ τραύματος ἐκ προνοίας, ὑπὲρ οὗ καὶ πρὸς ὃν ἄδηλον [Sobre uma ferida 
com premeditação] 
LYS. 5 – LÍSIAS, ὑπὲρ Καλλίου ἱεροσυλίας ἀπολογία [Em favor de Cálias, defesa da acusação de 
sacrilégio] 
LYS. 6 – LÍSIAS, κατ᾽ Ἀνδοκίδου ἀσεβείας [Contra Andocides, por impiedade] 
LYS. 7 – LÍSIAS, ᾿Αρεοπαγιτικὸς περὶ τοῦ σηκοῦ ἀπολογία [Areopagítico. Defesa sobre o ramo 
de oliveira] 
LYS. 8 – LÍSIAS, κατηγορία πρὸς τοὺς συνουσιαστὰς κακολογιῶν [Acusação contra os sócios por 
calúnias] 
LYS. 9 – LÍSIAS, ὑπὲρ τοῦ στρατιωτοῦ [Em favor do soldado] 
LYS. 10 – LÍSIAS, κατὰ θεομνήστου Α [Contra Teomnesto I] 
LYS. 11 – LÍSIAS, κατὰ θεομν́ηστου Β [Contra Teomnesto II] 
LYS. 12 – LÍSIAS, κατὰ Ερατοσθένους τοῦ γενομένου τῶν τριάκοντα, ὃν αὐτὸς εἶπε Λυσίας 
[Contra Erastótenes, um que foi dos Trinta. Proninciou-o o próprio Lísias] 
LYS. 13 – LÍSIAS, κατὰ Ἀγοράτου ἐνδείξεως [Contra Agorato] 
xxiii 
LYS. 14 – LÍSIAS, κατὰ Ἀλκιβιάδου λιποταξίου [Contra Alcibíades I] 
LYS. 15 – LÍSIAS, κατὰ Ἀλκιβιάδου ἀστρατείας [Contra Alcibíades II] 
LYS. 16 – LÍSIAS, ἐν βουλῇ Μαντιθέῳ δοκιμαζομένῳ ἀπολογία [Defesa de Mantineu examinada 
no Conselho] 
LYS. 17 – LÍSIAS, περὶ τῶν Ἐράτωνος χρημάτων: πρὸς τὸ δημόσιον [Sobre os bens de Eraton: 
por delitos públicos] 
LYS. 18 – LÍSIAS, περὶ τῆς δημεύσεως τῶν τοῦ Νικίου ἀδέλφου ἐπίλογος [Sobre o confisco dos 
bens do irmão de Nícias. Epílogo.] 
LYS. 19 – LÍSIAS, ὑπὲρ τῶν Ἀριστοφάνους χρημάτων, πρὸς τὸ δημόσιον [Sobre os bens de 
Aristófanes. Diante do Conselho] 
LYS. 20 – LÍSIAS, ὑπὲρ Πολυστράτου [Em favor de Polístrato] 
LYS. 21 – LÍSIAS, ἀπολογία δωροδοκίας ἀπαράσημος [Defesa contra uma acusação de aceitar 
subornos] 
LYS. 22 – LÍSIAS, κατὰ τῶν σιτοπωλῶν [Contra os vendedores de cereal] 
LYS. 23 – LÍSIAS, κατὰ Παγκλέωνος ὅτι οὐκ ἦν Πλαταιεύς [Contra Pancleão, que não é de Plateia] 
LYS. 24 – LÍSIAS, Πρὸς τὴν εἰσαγγελίαν περὶ τοῦ μὴ δίδοσθαι τῷ ἀδυνάτῳ ἀργύριον [Sobre a 
recusa de pensão] 
LYS. 25 – LÍSIAS, δήμου καταλύσεως ἀπολογία [Defesa contra uma acusação de subversão da 
democracia] 
LYS. 26 – LÍSIAS, περὶ τῆς Εὐάνδρου δοκιμασίας [Sobre o exame de Evandro] 
LYS. 27 – LÍSIAS, κατὰ Ε᾿πικράτους καὶ τῶν συμπρεσβευτῶν ἐπίλογος ὡς Θεόδωρος [Contra 
Epícrates e seus companheiros enviados] 
LYS. 28 – LÍSIAS, κατὰ Ἐργοκλέους ἐπίλογος [Contra Ergócles. Epílogo] 
LYS. 29 – LÍSIAS, κατὰ Φιλοκράτους ἐπίλογος [Contra Filócrates. Epílogo] 
LYS. 30 – LÍSIAS, κατὰ Νικομάχου γραμματέως εὐθυνῶν κατηγορία [Contra Nicômaco] 
LYS. 31 – LÍSIAS, κατὰ Φίλωνος δοκιμασίας [Contra Fílon em processo de exame] 
LYS. 32 – LÍSIAS, κατὰ Διογείτονος [Contra Diogiton] 
LYS. 33 – LÍSIAS, Ολυμπιακός [Oração olímpica] 
LYS. 34 – LÍSIAS, περὶ τοῦ μὴ καταλῦσαι τὴν πάτριον πολιτείαν Αθήνησι [Contra a Subversão 
da Constituição Ancestral de Atenas] 
MEN., Dys. - MENANDRO, Díscolo 
MEN., Par. – MENANDRO, Parakatathêkê 
PAUS. – PAUSÂNIAS, Descrição da Grécia 
PHILOSTR., Dial. – FILÓSTRATO, Dialexeis [Declamações] 
PHILOSTR., Ep. – FILÓSTRATO, Epistulae [Cartas] 
xxiv 
PHILOSTR., Her. – FILÓSTRATO, Heroicus [Sobre os herois] 
PHILOSTR., Im. – FILÓSTRATO, Εἰκόνες [Imagens] 
PHILOSTR., VA – FILÓSTRATO, Vita Apollonii [Vida de Apolônio] 
PHILOSTR., VS – FILÓSTRATO, Vitae Sophistarum (=De gymnastica) [Vidas dos sofistas] 
PIND., Isthm. – PÍNDARO, Ístmicas 
PIND., Nem. – PÍNDARO, Nemeias 
PIND., Ol. – PÍNDARO, Olímpicas 
PIND., Pae. – PÍNDARO, Peans 
PIND., Pyth. – PÍNDARO, Píticas 
PLAT., Alc. 1 – PLATÃO, Alcibíades 1 
PLAT., Alc. 2 – PLATÃO, Alcibíades 2 
PLAT., Ap. – PLATÃO, Apologia 
PLAT., Ax. – PLATÃO, Axíoco 
PLAT., Chrm. – PLATÃO, Cármides 
PLAT., Cleit. – PLATÃO, Cleitofon 
PLAT., Cra. – PLATÃO, Crátilo 
PLAT., Cri. – PLATÃO, Críton 
PLAT., Criti. – PLATÃO, Crítias 
PLAT., Epin. – PLATÃO, Epínomis 
PLAT., Euthph. – PLATÃO, Eutífron 
PLAT., Euthyd. – PLATÃO, Eutidemo 
PLAT., Grg. – PLATÃO, Górgias 
PLAT., Hipparch. – PLATÃO, Hiparco 
PLAT., Hp. Mai. – PLATÃO, Hípias maior 
PLAT., Hp. Mi. – PLATÃO, Hípias menor 
PLAT., Lach. – PLATÃO, Láquis 
PLAT., Leg. – PLATÃO, Leis 
PLAT., Menex. – PLATÃO, Menexeno 
PLAT., Phd – PLATÃO, Fédon 
PLAT., Phdr – PLATÃO, Fedro 
PLAT., Phlb. – PLATÃO, Filebo 
PLAT., Plt. – PLATÃO, Político 
PLAT., Prm. – PLATÃO, Parmênides 
xxv 
PLAT., Prt. – PLATÃO, Protágoras 
PLAT., Resp. – PLATÃO, República 
PLAT., Soph. – PLATÃO, Sofista 
PLAT., Sym. – PLATÃO, Banquete 
PLAT., Tht. – PLATÃO, Teeteto 
PLAT., Tim. – PLATÃO, Timeu 
PLIN., HN – PLÍNIO, O VELHO, Naturalis Historia [História natural] 
PLUT., Ad Princ. – PLUTARCO, Ad principem ineruditum 
PLUT., Adolescens – PLUTARCO, Quomodo adolescens poetas audire debeat 
PLUT., Adulator – PLUTARCO, Quomodo adulator ab amico internoscatur 
PLUT., Adv. Col. – PLUTARCO, Adversus Colotem 
PLUT., Aem. – PLUTARCO, Aemilius Paullus 
PLUT., Ages. – PLUTARCO, Agesilau 
PLUT., Agis – PLUTARCO, Agis 
PLUT., Alc. – PLUTARCO, Alcibíades 
PLUT., Alex. – PLUTARCO, Alexandre 
PLUT., Amatoriae – PLUTARCO, Amatoriae narrationes 
PLUT., Amatorius – PLUTARCO, Amatorius 
PLUT., An Seni – PLUTARCO, An seni respublica gerenda sit 
PLUT., An Virtus – PLUTARCO, An virtus doceri possit 
PLUT., An Viti. – PLUTARCO, An vitiositas ad infelicitatem sufficia 
PLUT., Animine – PLUTARCO, Animine an corporis affectiones sint peiores 
PLUT., Ant. – PLUTARCO, Antonius 
PLUT., Apoph. – PLUTARCO, Apophthegmata Laconica 
PLUT., Aquane – PLUTARCO, Aquane an ignis sit utilior 
PLUT., Arist. – PLUTARCO, Aristides 
PLUT., Art. – PLUTARCO, Artaxerxes 
PLUT., Brut. – PLUTARCO, Brutus 
PLUT., Bruta – PLUTARCO, Bruta animalia ratione uti 
PLUT., Cleom. – PLUTARCO, Cleômenes 
PLUT., Comp. Ages. Pomp. – PLUTARCO, Comparação entre Agesilau e Pompeu 
PLUT., Comp. Alc. Cor. – PLUTARCO, Comparação entre Alcibíades e Coroliano 
PLUT., Comp. Aristid. Cat. – PLUTARCO, Comparação entre Aristides com Marcos Cato 
xxvi 
PLUT., Comp. Cim. Luc. – PLUTARCO, Comparação entre Luculo e Címon 
PLUT., Comp. Dem. Cic. – PLUTARCO, Comparação entre Demóstenes e Cícero 
PLUT., Comp. Nic. Crass. – PLUTARCO, Comparação entre Nícias e Crasso 
PLUT., Comp. Per. Fab. – PLUTARCO, Comparação entre Péricles e Fábio Máximo 
PLUT., Comp. Sol. Publ. – PLUTARCO, Comparação entre Sólon e Publicola 
PLUT., Comp. Thes. Rom. – PLUTARCO, Comparação entre Teseu e Rômulo 
PLUT., Compar. – PLUTARCO, Comparationis Aristophanis et Menandri compendium 
PLUT., Conjug. –PLUTARCO, Conjugalia Praecepta 
PLUT., De Genio – PLUTARCO, De genio Socratis 
PLUT., De Gloria – PLUTARCO, De gloria Atheniensium 
PLUT., De Herod. – PLUTARCO, De Herodoti malignitate 
PLUT., Dem. – PLUTARCO, Demóstenes 
PLUT., Demetr. – PLUTARCO, Demétrio 
PLUT., Lyc. – PLUTARCO, Licurgo 
PLUT., Nic. – PLUTARCO, Nícias 
PLUT. Paroem. – PLUTARCO, De proverbiis Alexandrinorum 
PLUT., Pel. – PLUTARCO, Pelópidas 
PLUT., Per. – PLUTARCO, Péricles 
PLUT., Phoc. – PLUTARCO, Fócio 
PLUT., Plat. – PLUTARCO, Questões platônicas 
PLUT. Pyrrh. – PLUTARCO, Pirro 
PLUT., Quaes. Gr. – PLUTARCO, Questões gregas 
PLUT., Sol. – PLUTARCO, Sólon 
PLUT., Them. – PLUTARCO, Temístocles 
PLUT., Thes. – PLUTARCO, Teseu 
PLUT., Vit. Dec. – PLUTARCO, Vitae decem oratorum 
PLUT., VV. – PLUTARCO, De virtute et vitio 
POLYB. – POLÍBIO, Histórias 
PROCL., Par. Ptol. – PROCLO, Paráfrase do Tetrabiblos de Ptolomeu 
PS.-PLUT., Fluv. – PSEUDO-PLUTARCO, De fluviis 
PS.-PLUT., Mus. – PSEUDO-PLUTARCO, De musica 
PS.-PLUT., Plac. – PSEUDO-PLUTARCO, Placita Philosophorum 
PS.-XEN., Const. Ath. – PSEUDO-XENOFONTE, Constituição dos atenienses 
xxvii 
SOPH., Aj. – SÓFOCLES, Ájax 
SOPH., Ant. – SÓFOCLES, Antígona 
SOPH., El. – SÓFOCLES, Electra 
SOPH., OC. – SÓFOCLES, Édipo em Colono 
SOPH., OT. – SÓFOCLES, Édipo tirano 
SOPH., Phil. – SÓFOCLES, Filoctetes 
SOPH., Trach. – SÓFOCLES, Traquínias 
STRAB. – ESTRABÃO, Geografia 
THEOC., Ep. – TEÓCRITO, Epigramas 
THEOC., Id. – TEÓCRITO, Idílios 
THPHR., Char. – TEOFRASTO, Caracteres 
THUC. – TUCÍDIDES, Histórias 
XEN., Ages. – XENOFONTE, Agesilau 
XEN., An. – XENOFONTE, Anábase 
XEN., Ap. – XENOFONTE, Apologia de Sócrates 
XEN., Ath. pol. – XENOFONTE, Respublica Atheniensium 
XEN., Cyn. – XENOFONTE, Cinegético 
XEN., Cyr. – XENOFONTE, Ciropédia 
XEN., Eq. – XENOFONTE, Sobre a equitação 
XEN., Eq. mag. – XENOFONTE, Sobre o comandante de cavalaria 
XEN., Hell. – XENOFONTE, Helênicas 
XEN., Hier. – XENOFONTE, Hieron 
XEN., Lac. – XENOFONTE, Respublica Lacedaemoniorum 
XEN., Mem. – XENOFONTE, Memoráveis 
XEN., Oec. – XENOFONTE, Econômico 
XEN., Sym. – XENOFONTE, Banquete 
XEN., Vect. – XENOFONTE, Formas e meios 
 
xxviii 
b) Obras de referência 
 
ABV - BEAZLEY, J. D. Attic Black-Figure Vase Painters, Oxford: Oxford University Press, 1956. 
ARV I; ARV II; ARV III - BEAZLEY, J. D. Attic Red-Figure Vase-Painters. Volumes I-III. 2 ed. 
Oxford: Oxford University Press, 1963. 
CIG - BOECKH, A. Corpus Inscriptionum Graecarum, I-IV. Berlim: Officina Academica, 1828-
1877. 
CVA - Corpus Vasorum Antiquorum (cada volume é citado pelo nome do país que o edita e pelo 
número do volume – por exemplo: CVA USA 20, CVA Schweiz 6 etc.). 
DAIN, Inscr. du Louvre - DAIN, A. Inscriptions Grecques du Musée du Louvre: les textes inédits. 
Paris: Les Belles Lettres, 1933. 
DUMONT-HOMOLLE, Mél. Arch. - DUMONT, A.; HOMOLLE, T. Mélanges d'Archéologie et 
d'Épigraphie. Paris: Ernest Thorin, 1892. 
Epigr .Gr. - KAIBEL, G. Epigrammata Graeca ex lapidibus conlecta. Berlim: Apud G. Reimer, 
1878. 
Fine - FINE, J. V. A. “Horoi. Studies in Mortgage, Real Security and Land Tenure in Ancient 
Athens”. Hesperia, Suppl. IX, 1951. 
Fun. Mon. - BRADEEN, D. W. Inscriptions. The Funerary Monuments. The Athenian Agora 17. 
Princeton: American School of Classical Studies, 1974. 
GIB - SMUTNY, R. J. Greek and Latin inscriptions at Berkeley. Berkeley: University of California 
Press, 1966. 
GIR - PLEKET, H. W. The Greek inscriptions in the «Rijksmuseum van Oudheden» at Leyden. 
Leiden: E. J. Brill, 1958. 
GMA - KOTANSKY, R. Greek Magical Amulets. The Inscribed Gold, Silver, Copper and Bronze 
Lamellae. Part I. Published texts of known provenance. Opladen: Westdeutcher Verlag, 1994. 
Gonnoi - HELLY, B. Gonnoi, II. Les Inscriptions. Amsterdam: Hakkert, 1973. 
IAE - PEEK, W. Inschriften aus dem Asklepieion von Epidauros. Abh. Leipz 60 (2), 1969. 
IBrooklyn - HERBERT, K. Greek and Latin inscriptions in the Brooklyn Museum. Brooklyn: 
Wilbour Monograph, 1972. 
IE - PEEK, W. Neue Inschriften aus Epidauros. Abh. Leiz.63 (5), 1972. 
IG - Inscriptiones Graecae. Berlim: I2: Hiller von Gaertringen, F., Inscriptiones Atticae Euclidis 
anno anteriores, editio minor, 1924. I3: Inscriptiones Atticae Euclidis anno anteriores. (1): LEWIS, 
D., Decreta et tabulae magistratuum. Berlim, New York: 1981; (2) LEWIS, D.; JEFFERY, L. 
Dedicationes. Catalogi. Termini. Tituli sepulcrales. Varia. Tituli attici extra Atticam reperti. 
Addenda. Berlim, New York: 1994; II2: KIRCHNER, J. Inscriptiones Atticae Euclidis anno 
posteriores, editio minor, 1913-1940; III: WUENSCH, R. Inscriptiones Atticae aetatis romanae, 
pars. 3, Defixionum tabellae, editio maior, 1897. 
xxix 
SEG - Supplementum Epigraphicum Graecum: Hondius, J.J.E., Woodhead, A.G. y otros, I-XXV, 
Leiden 1923-71; Pleket, H.W., Stroud, R.S. y otros, XXVI-XXVII, Alphen 1978-79; XXVIII-LII, 
Amsterdam 1980-2006. 
SIG - DITTENBERGER, W. Sylloge Inscriptionum Graecarum. I-III. Leipzig: Lipsiae apud S. 
Hirzelium, 1915-1924. 
TGF - KANNICHT, R., Tragicorum Graecorum Fragmenta, Vol. 5: Euripides, Göttingen: 
Vandenhoeck & Ruprecht, 2004. 
 
xxx 
SUMÁRIO 
 
RESUMO ..................................................................................................................................... viii 
ABSTRACT ...................................................................................................................................... ix 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................................ x 
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................... xii 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................................................. xiii 
 
PARTE I: AS QUESTÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS E OS GÊNEROS CONFORMES E 
NÃO-CONFORMES NA ATENAS CLÁSSICA ........................................................................... 1 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3 
a) A documentação da tese ........................................................................................................ 8 
b) Para além do binarismo: hipótese, justificativa e natureza da investigação ..................... 15 
c) Plano de trabalho ................................................................................................................ 18 
 
CAPÍTULO 1 - PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS: HISTÓRIA DE GÊNERO, 
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, ANÁLISE DO DISCURSO, TEORIA DA AÇÃO E DO PODER
 ........................................................................................................................................................ 21 
1.1 A História de Gênero: o campo de investigação ............................................................. 22 
1.2 Gênero e diversidade de gênero: indo além do binarismo de gênero na pesquisa da Atenas 
Clássica 27 
1.2.1 Sexo, essencialismo biológico, gênero e abordagem interseccional ............................ 28 
1.2.2 Em torno do gênero: binarismo, normatividade, heteronormatividade, identificação e 
identidade 32 
1.2.3 O feminino, o masculino e as suas relações ................................................................. 35 
1.2.4 Os gêneros não-conformes, a teoria queer e os múltiplos travestimentos ................... 38 
1.2.5 A identificação do gênero no discurso: performatividade e atos de fala ..................... 43 
1.2.6 O travestimento como modalidade de ὕβρις trágica e homoerótica ............................ 45 
1.3 Análise do discurso textual e imagético .......................................................................... 48 
1.3.1 A análise do discurso prévia aplicada às tragédias ...................................................... 49 
1.3.1.1 Discurso, enunciação e enunciado ..............................................................................49 
1.3.1.2 O texto teatral para Maingueneau ............................................................................... 51 
xxxi 
1.3.1.3 A análise do contexto de enunciação, da relação entre as estâncias do discurso e das 
cenas do discurso das performances teatrais ................................................................................. 52 
1.3.2 Critério de seleção de textos a serem traduzidos: o vocabulário de gênero ................. 59 
1.3.3 Vocabulário da norma de gênero e do travestimento ................................................... 61 
1.3.4 Teoria de tradução aplicada ao texto ........................................................................... 68 
1.3.5 Análise discursiva e pragmática dos enunciados ......................................................... 70 
1.3.6 A análise semiótica aplicada à documentação imagética ............................................ 78 
 
CAPÍTULO 2 - O QUE OS HOMENS E AS MULHERES DEVEM SER: GREGOS QUE 
PENSAM E IMPÕE O GÊNERO .................................................................................................. 82 
2.1 A normatividade de gênero nas Panateneias e no Partenon ............................................ 83 
2.2 A masculinidade normativa e a evidência euripidiana .................................................... 88 
2.3 A restrição à circulação e à fala das mulheres em exemplos das tragédias euripidianas
 122 
2.4 A naturalização e a animalização da feminilidade ........................................................ 132 
 
CAPÍTULO 3 - OS GÊNEROS NÃO-CONFORMES NA DOCUMENTAÇÃO DO V E IV 
SÉCULOS A.C. ........................................................................................................................... 158 
3.1 Travestimento Erótico ............................................................................................................ 162 
3.1.1 O homoerotismo masculino ................................................................................................ 164 
3.1.2 O homoerotismo feminino .................................................................................................. 188 
3.2 Outros travestimentos ............................................................................................................. 206 
3.2.1 Cross-dressing ..................................................................................................................... 207 
3.2.2 Travestimento Social, Discursivo e Religioso .................................................................... 222 
 
PARTE II: A ANÁLISE DOS TRAVESTISMOS NO DRAMA EURIPIDIANO ..................... 235 
 
CAPÍTULO 4 – TRAVESTISMOS NAS PEÇAS DE EURÍPIDES ........................................... 237 
4.1 Eurípides e o “lugar de fala” das tragédias e tragediógrafos: entre as normas e os 
travestimentos .............................................................................................................................. 238 
4.2 Eurípides, a inovação, o cotidiano e a diversidade de gênero ....................................... 255 
4.2.1 A perenidade da diversidade de gênero na Atenas de Eurípides ............................... 256 
4.2.2 A investigação da diversidade de gênero na Grécia Antiga e em Eurípides ............. 258 
4.3 Gêneros não-conformes em Ciclope .............................................................................. 260 
xxxii 
4.3.1 Seleção de textos de Ciclope para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 269 
4.3.2 Análise pragmática dos enunciados, e indicação da modalidade de travestimento, 
considerando a análise interseccional de gênero .......................................................................... 272 
4.4 Gêneros não-conformes em Alceste .............................................................................. 278 
4.4.1 Seleção de textos de Alceste para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 301 
4.4.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 304 
4.5 Gêneros não-conformes em Medeia .............................................................................. 311 
4.5.1 Seleção de textos de Medeia para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 321 
4.5.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 323 
4.6 Gêneros não-conformes em Heráclidas ........................................................................ 329 
4.6.1 Seleção de textos de Heráclidas para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 335 
4.6.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 335 
4.7 Gêneros não-conformes em Hipólito ............................................................................. 339 
4.7.1 Seleção de textos de Hipólito para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 349 
4.7.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 352 
4.8 Gêneros não-conformes em Andrômaca ....................................................................... 356 
4.8.1 Seleção de textos de Andrômaca para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 363 
4.8.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 364 
4.9 Gêneros não-conformes em Hécuba .............................................................................. 372 
4.9.1 Seleção de textos de Hécuba para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 383 
4.9.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 385 
4.10 Gêneros não-conformes em Suplicantes ........................................................................ 391 
4.10.1 Seleção de textos de Suplicantes para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 401 
xxxiii 
4.10.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 404 
4.11 Gêneros não-conformes em Electra .............................................................................. 410 
4.11.1 Seleção de textos de Electra para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática .............................................................................................................416 
4.11.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 418 
4.12 Gêneros não-conformes em Héracles ............................................................................ 423 
4.12.1 Seleção de textos de Héracles para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 432 
4.12.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 434 
4.13 Gêneros não-conformes em Troianas ........................................................................... 439 
4.13.1 Seleção de textos de Troianas para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 447 
4.13.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 450 
4.14 Gêneros não-conformes em Ifigênia em Táuris ............................................................ 453 
4.14.1 Seleção de textos de Ifigênia em Táuris para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 460 
4.14.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 461 
4.15 Gêneros não-conformes em Íon ..................................................................................... 465 
4.15.1 Seleção de textos de Íon para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 475 
4.15.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 477 
4.16 Gêneros não-conformes em Helena .............................................................................. 483 
4.16.1 Seleção de textos de Helena para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 492 
4.16.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 494 
4.17 Gêneros não-conformes em Fenícias ............................................................................ 498 
4.17.1 Seleção de textos de Fenícias para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 508 
4.17.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 509 
xxxiv 
4.18 Gêneros não-conformes em Orestes .............................................................................. 514 
4.18.1 Seleção de textos de Orestes para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 521 
4.18.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 523 
4.19 Gêneros não-conformes em Bacantes ........................................................................... 526 
4.19.1 Seleção de textos de Bacantes para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 533 
4.19.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 539 
4.20 Gêneros não-conformes em Ifigênia em Áulis ............................................................... 546 
4.20.1 Seleção de textos de Ifigênia em Áulis para tradução, tradução proposta e destaque de 
enunciados para a análise pragmática .......................................................................................... 552 
4.20.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 553 
4.21 Gêneros não-conformes em Reso .................................................................................. 555 
4.21.1 Seleção de textos de Reso para tradução, tradução proposta e destaque de enunciados 
para a análise pragmática ............................................................................................................. 560 
4.21.2 Análise discursiva e pragmática dos enunciados e indicação da modalidade de 
travestimento, considerada a análise interseccional de gênero .................................................... 561 
4.22 Gêneros não-conformes nos fragmentos de tragédias de Eurípides: um breve ensaio de 
sua análise a partir de Antíope e Erecteu ...................................................................................... 563 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 567 
 
PARTE III: REFERÊNCIAS E APÊNDICES ............................................................................. 574 
 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 576 
APÊNDICE 1 – ABORDAGENS DE GÊNERO ........................................................................ 628 
APÊNDICE 2 – GÊNERO NOS ESTUDOS CLÁSSICOS ........................................................ 636 
APÊNDICE 3 – ANÁLISES PROPOSTAS PARA OS TEXTOS DE EURÍPIDES .................. 649 
APÊNDICE 4 – ANÁLISES PROPOSTAS PARA AS IMAGENS ........................................... 653 
 
 
xxxv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
χαίρετε: χαίρειν δ᾽ ὅστις δύναται 
καὶ ξυντυχίᾳ μή τινι κάμνει 
θνητῶν, εὐδαίμονα πράσσει. 
 
Salve! Pois quem pode saudar 
e não está fatigado por causa de algum acontecimento 
entre mortais, alcança felicidade. 
 
Eurípides, Electra 1357-1359 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE I: AS QUESTÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS E OS 
GÊNEROS CONFORMES E NÃO-CONFORMES NA ATENAS CLÁSSICA 
2 
Esta tese é dividida em três partes. A primeira parte é composta pela introdução e por três 
capítulos, os quais apresentam a metodologia e a discussão das questões de gênero relacionadas ao 
binarismo de gênero e à ruptura desse binarismo. 
A introdução consiste na apresentação do tema, da hipótese, justificativa e natureza da 
investigação, além da exposição do plano de trabalho. 
O primeiro capítulo aborda os pressupostos teórico-metodológicos: a História de Gênero, a 
teoria das representações sociais, as ferramentas de análise de discurso aplicadas aos textos e às 
imagens, a teoria da tradução aplicada aos textos, a análise pragmática dos enunciados e a análise 
semiótica aplicada à documentação imagética. 
O segundo capítulo apresenta os fundamentos do binarismo de gênero, eos relaciona às 
tragédias de Eurípides. 
O terceiro capítulo aborda os gêneros não-conformes na documentação dos séculos V e IV 
a.C., com destaque a cinco modalidades de travestimento: o travestimento erótico, o cross-
dressing, o travestimento social, o travestimento discursivo e o travestimento religioso. 
 
3 
INTRODUÇÃO 
 
Esta tese é uma investigação das inversões de gênero nos dramas de Eurípides, das situações 
em que personagens femininas são caracterizadas nos dramas euripidianos como homens, e 
personagens masculinas são caracterizadas como mulheres. Tais caracterizações são consideradas 
nesta pesquisa evidências da diversidade de gênero, sendo comum e recorrente, como será 
mostrado a seguir, que as performances de gênero revelem ser a identidade de gênero múltipla, 
multifacetada, diversa nessas inversões em relação aos gêneros normativos. 
Este trabalho demonstra que a construção social de gênero se dá a partir da aquisição e da 
normatização/regulação das práticas sociais a partir de estereótipos de gênero. Demonstra, por 
outro lado, a adoção acrítica dos estereótipos de gênero na investigação de gênero na Antiguidade.1 
Tal adoção é muitas vezes irrefletida, automática, e reforça a bipolarização entre os polos 
masculino-feminino, correspondente à maior parte dos sexos biológicos. Esta limitação coloca a 
pesquisa de gênero da Antiguidade em descompasso com a investigação de gênero da 
contemporaneidade. Para superar tal limitação, é necessário colocar sob suspeita o binarismo de 
gênero, as masculinidades e feminilidades presentes em leis, peças oratórias, textos filosóficos, 
dramas e poemas, observando rupturas e colocando as normatividades sub judice.2 A pesquisa 
quase sempre assumiu tal binarismo, utilizando-o como pressuposto inconfessado ao tratar as 
masculinidades, feminilidades e comportamento homoerótico.3 Neste trabalho, considera-se a mera 
subscrição às normatividades algo que precisa ser superado em favor das realidades sociais 
reprimidas e silenciadas na Atenas da segunda metade do século V a. C. 
 
1 Os estereótipos são memórias coletivas a respeito de indivíduos ou grupos que permitem a adequação desses “de 
acordo com o estereótipo que já se detém” (LIMA, M. M. Considerações em torno do conceito de estereótipo: uma 
dupla abordagem. Lisboa: Aveiro, 1996, p. 3). Memória coletiva é, segundo LE GOFF, “o que fica do passado no 
vivido dos grupos ou o que os grupos fazem do passado” LE GOFF, Jacques. Memória. In: LE GOFF, J. Memória e 
História. Campinas: Unicamp, 1990, p. 472 (p. 423-483). Estereótipos são uma forma particular de esquema, que 
constrói a memória a respeito de indivíduos ou grupos de indivíduos. Esquema é “uma generalização dinâmica e afetiva 
da imagem, constitui a factividade e a não-substantividade geral do imaginário [...] faz a junção entre as dominantes 
reflexas e as representações” (DURAND, G. A imaginação simbólica. Lisboa: Edições 70, 1995, p. 60). 
2 Um exemplo disso é DELCOURT, M. Hermaphrodite. Mythes et rites de la bisexualité dans l’Antiquité classique. 
Paris: Presses Universitaires de France, 1958. Nesse texto, masculino e feminino são considerados marcas sexuais, e 
o hermafroditismo, uma condição sexual de gênero misto. Neste trabalho, considera-se a diversidade de identidades 
sexuais para além da oposição binária masculino-feminino. 
3 Basta um olhar superficial para os títulos e já se vê esse pressuposto do binarismo de gênero e, no máximo, a respeito 
do comportamento homoerótico. Tal aspecto será mostrado no primeiro capítulo, mas é adiantado aqui para que a 
questão seja posta como um problema importante, que este trabalho se dispõe a enfrentar. 
4 
Os textos escritos por homens muitas vezes de camada social superior e em algum grau 
xenófobos e homofóbicos (dentro, é claro, das peculiaridades da homofobia da época) foram muitas 
vezes cridos, não analisados neste pormenor: o da ocultação da diversidade. Este trabalho pretende 
encontrar no que oculta a diversidade de gênero, aquilo que a desvela, partindo da premissa que o 
conflito que proporciona a negação, afirma a existência do que se nega. 
Este trabalho procura, em um primeiro momento, observar nas imagens, na literatura, no 
pensamento filosófico, nos dramas e também na legislação as normatividades socioculturais de 
gênero4 da Atenas Clássica, às quais refletiam este desígnio, entre outros: afirmar o binarismo de 
gênero e, por causa disso, rejeitar as múltiplas variações de gênero, proposital ou 
despropositadamente.5 Para que se reconheça e descreva a multiplicidade, não basta abordá-la 
diretamente: é necessário observar nas pressões advindas da heteronormatividade,6 os regimes de 
gênero, as expectativas de comportamento social e os seus inversos. Não deve causar 
estranhamento, portanto, que as normatividades sejam demoradamente abordadas neste trabalho 
(capítulos dois). A natureza da documentação da Atenas do século V a.C. e a sutileza com que a 
diversidade de gênero é apresentada nela (muitas vezes de forma desproposital) exige que nos 
meandros do binarismo de gênero que domina as representações sejam notadas as pequenas 
fissuras, as quais, destacadas, evidenciam o que as normatividades servem para escamotear. 
A presente pesquisa compreende que as proibições, rejeições e discriminações são, entre 
outras coisas, afirmações, reconhecimentos da existência da diversidade. Quando se afirma ‘não 
faça’, o pressuposto óbvio, mas muitas vezes ignorado, é: ‘alguém está fazendo’. No caso dos 
gêneros não-conformes,7 regulamentos, pressões sociais e expectativas contra a realidade social de 
 
4 Compreende-se aqui normatividade de gênero como o conjunto de regulamentos, regramentos impositivos ou por 
influência que visam, consciente ou inconscientemente, provocar a identificação de gênero e a assunção de 
estereótipos, coercitiva ou voluntariamente. 
5 Um exemplo de rejeição proposital da diversidade está no tratamento dado por ARISTÓFANES a Agatão em suas 
comédias. Outro exemplo de rejeição proposital são as menções, em ARISTÓTELES da ideia de que ser penetrado 
com frequência pode prejudicar a masculinidade de alguém (ARISTOT., Eth. Nic. 1148b). Em relação ao binarismo e 
à manutenção de fronteiras sem que isso seja um programa, a leitura dos documentos no próximo capítulo elucidará a 
vigência de tal aspecto. 
6 Heteronormatividade é a obrigatoriedade da heterossexualidade, que se dá por causa, fundamentalmente, da repetição 
de comportamentos, os quais criam a ilusão de que a essência natural é que os provoca, produz e explica, sendo as 
identidades de gênero um resultado das regras explícitas ou implícitas para a feminilidade e masculinidade que o 
comportamento de homens e mulheres supostamente representam. Ver: BUTLER, J. Bodies that matter: on the 
discursive limits of “sex”. New York: Routledge, 1993, p. 12. 
7 Neste trabalho, gêneros não-conformes são aqueles que fogem à normatização de gênero, sendo um termo, portanto, 
restrito a ambientes em que tal normatização vigora consciente ou inconscientemente. O conceito de gênero não-
conforme é sinônimo aqui ao conceito de travestimento. 
5 
tudo aquilo que contradiz a heteronormatividade, os regimes de gênero e as expectativas de 
comportamento social deixam suas marcas – e tais marcas estão, entre outros lugares, na 
documentação supérstite, a qual deve ser lida criticamente para que se encontre o que de fato nela 
está escrito e ela de fato diz; mas se identifique, ao mesmo tempo, o pronunciar, nos seus silêncios 
ou interditos, daquilo que emoldura o seu dizer.8 A análise deste trabalho se ocupa, ou deve se 
ocupar em dar voz a esse segundo falar. Os textos escritos e as imagens são grande parte do que 
restou das massivas tentativas de repressão, em maior e menor nível, da diversidade. Quando a 
diversidade foi reprimida em tais documentos, ela foi, ao mesmo tempo, pronunciada, evidenciando 
a sua realidade social. A diversidadede gênero, silenciada, pode ganhar voz se ela for traduzida 
por meio da análise dos não-ditos, uma das tarefas da análise do discurso aplicada aqui não 
acidentalmente nem aleatoriamente. 
Mais do que reconhecer o gênero e seus regimes nos vários documentos, este trabalho 
assume que a composição híbrida (no sentido de excesso, desmedida e desmesura) das tragédias 
gregas privilegiavam o inusitado, o não-casual, o irregular, o descomedimento. Não por acaso, o 
ultrapassamento das fronteiras de gênero recursos recorrentes nas tragédias gregas, sejam nos 
traços identitários de gênero, ultrapassados pelas personagens construídas pelos tragediógrafos; 
seja no travestimento que começava no ator masculino assumindo a identidade de personagens 
 
8 No cerne da legislação que censura, criminaliza e embarga comportamentos e práticas está o reconhecimento de que 
tais comportamentos e práticas aconteciam diante da inaceitação social pela maioria. Afirma BOURDIEU: “A 
constituição de uma competência propriamente jurídica, mestria técnica de um saber científico frequentemente 
antinômico das simples recomendações do senso comum, leva à desqualificação do sentido de equidade dos não-
especialistas... O desvio entre a visão vulgar daquele que se vai tornar “justiciável”, quer dizer, num cliente, e a visão 
científica do perito, juiz, advogado, conselheiro jurídico etc., nada tem de acidental; ele é constitutivo de uma relação 
de poder.” (BOURDIEU, P. O poder simbólico. 6 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 226). O corpo de leis 
atenienses da segunda metade do século V a.C. é construído por uma série de legisladores, aplicado por arcontes, juízes 
e cidadãos em assembleia. Seu julgamento está longe de ser objetivo: os que dele são alvos são objetos do 
estranhamento e representam um risco, uma ameaça, sendo acusados de terem em suas ações desviantes o potencial 
de provocar a dissolução do tecido social. SILVA, analisando a tragédia Agamêmnon de Ésquilo, dá um exemplo disso: 
“Clitemnestra aparecerá como mulher masculina – cujos pensamentos, falas e atitudes assemelham-se aos dos homens, 
a esposa infiel e assassina que desperdiça a riqueza de seu oîkos e usurpa o poder de seu kýrios, a mãe cruel que, após 
sofrer exasperadamente pela morte de um de seus filhos, subtrai seu carinho aos demais, a mulher desmedida que 
constrói suas ações e pensamentos por meio da hýbris.” SILVA, T. N. As Estratégias de Ação das Mulheres 
Transgressoras em Atenas no V século a.C. Dissertação de Mestrado. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2011, 
p. 76. Ou seja: ser mulher masculina, transgressora, faz de Clitemnestra uma personagem que representa o mal que 
precisa ser apresentado, julgado, punido e extirpado. 
6 
femininas,9 até a reconversão desse mesmo ator em um feminino se comportando como masculino 
(e vice-versa) por demanda do enredo.10 
O ultrapassamento das peculiaridades de um gênero específico pressupõe a existência de 
pelo menos um pressuposto a ele relacionado, e de alguma consequência prática e imediata de tal 
suplantação. Este trabalho considera que o pressuposto que fazia parte do background ateniense da 
primeira metade do século V a.C. era a bipolarização masculino-feminina, presente na maior parte 
das imagens e representações sociais. Esse binarismo tinha (e ainda tem) por consequência a 
identificação de gênero: o alinhamento das personagens sociais a um ou outro polo. Porém, este 
trabalho não procura o gênero restrito a papéis prescritos e prescritivos na maior parte do tempo e 
na maioria dos espaços. 
Este trabalho presta atenção àquilo que ultrapassa, que perpassa e que desmonta a 
encenação do binarismo de gênero, ainda que seja na encenação de ultrapassamento das fronteiras 
tendo-se em mente a vigência desses dois polos. A transgenerização, o travestimento, as inversões 
de gênero ou os gêneros não-conformes sempre aconteceram, e nem sempre eles são indícios de 
uma transgressão radical, com ruptura completa das fronteiras de gênero. Eles são indícios de que 
as regulações sociais não conseguem contornar a diversidade sexual, ou o que se chama aqui de 
identidade de gênero.11 
Há, eventualmente, pesquisas sobre o comportamento homoerótico, pederastia ou 
travestimento ritual dedicadas ao período clássico grego.12 Porém, ao que parece, tais pesquisas, 
em descompasso com as mais recentes pesquisas de gênero, têm muitas vezes o binário masculino-
feminino como pano de fundo crível por causa da crença na permanência dos sexos biológicos nas 
identidades de gênero. Explica-se isso pelo fato de vigorar na Atenas Clássica e na 
 
9 Os atores das tragédias eram do sexo masculino. Ver: EASTERLING, P.; HALL, E. (eds.). Greek and Roman Actors: 
Aspects of an Ancient Profession. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. 
10 Em Medeia, de Eurípides, o ator, homem, assumiu a identidade de Medeia, mulher; mas Medeia se comporta 
masculinamente na peça, o que obriga o ator que se travestiu de mulher a discursar utilizando, por exemplo, recursos 
do universo da retórica utilizada na assembleia que era restrita aos homens. Ver: KIBUUKA, B. G. L. Mito, 
Representações e Gênero em Medeia de Eurípides. Hélade 4 (1), 2018, p. 56-87. 
11 Identidade de gênero é a característica pessoal e relacional, peculiar, caracterizada pela relação de alguém com o seu 
corpo, com o sexo e com os afetos. Tal relação tem implicações sociais, políticas, econômicas, étnicas e de camada 
social. 
12 Cita-se, à guisa de exemplo: sobre o comportamento homoerótico, ver o clássico de DOVER, K. J. Greek 
Homosexuality. Londres: Duckworth, 1978; sobre a pederastia, ver: DONNAY, C. S. Pederasty in ancient Greece: a 
view of a now forbidden institution. Dissertação de Mestrado. Washington: Eastern Washington University, 2018; 
sobre travestimento, ver: MILLER, M. C. Reexamining Transvestism in Archaic and Classical Athens: The Zewadski 
Stamnos. American Journal of Archaeology 103 (2), 1999, p. 223-253. 
7 
contemporaneidade uma medida de heteronormatividade vigente nas relações sociais, na legislação 
e até mesmo na idealização da cidadania manifestada nos muitos artefatos culturais – em estátuas, 
em representações em vasos, nas poesias e na filosofia. Porém, o que é chamado de representação 
do híbrido, especialmente na tragédia, provoca identificação de comportamentos sociais para além 
dos estereótipos mais recorrentes. 
O que se quer aqui é rasgar o pano-de-fundo do binarismo de gênero, porque tal binarismo 
é uma construção social que simplifica a diversidade na oposição masculino-feminino, devedora 
da oposição biológica macho-fêmea. O binarismo proporciona, forja e fomenta a identificação de 
gênero, mas escamoteia a identidade de gênero. A identificação de gênero é hegemônica, mas não 
absoluta na documentação da Antiguidade grega. 
A escolha das tragédias não é, nesse sentido, aleatória. As tragédias não se enquadravam na 
normatização de gênero, e eram reconhecidas como um tipo de drama que desafiava a diferença 
entre os gêneros. Além disso, os enredos das tragédias foram construídos a partir da ὕβρις [hýbris]. 
A montagem das peças e a composição da audiência eram um tipo de liturgia cívica em que se dava 
o privilegiamento de homens cidadãos.13 Iniciadas as apresentações teatrais, os enredos 
transportavam a audiência para um mundo em que as performances eram realizadas por deuses, 
fantasmas e mulheres, exigindo dos atores homens uma camada mais profunda de travestimento 
para que tal migração fosse eficiente e convincente. Em relação às personagens trágicas, tais 
reagiam hibridamente ao páthos, ao abandono, à guerra, à esterilidade, à morte; e, eventualmente, 
um surpreendente tour de force as atingia nos enredos. A riqueza dos dramas desafiava os 
espectadores ase moverem do comportamento esperado dos homens e mulheres no cotidiano para 
a compreensão da ação de personagens identificados com o masculino e feminino nas tragédias. E 
 
13 Segundo

Outros materiais