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Capítulo 7 - Lei penal no espaço

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Capítulo 7 – lei penal no espaço
3.2.2021LEGENDA
Conceito
Prazo
Destaque
Cai em prova
Jurisprudência/súmula
Aula 2: 3.2.21
Aula fórum: 15.3.2021
Lei penal no espaço (internacionalidade do delito)
· Possível o conflito de jurisdição
Princípios (solução de conflito aparente de normas)
Princípio da territorialidade:
· É a regra
· Aplica-se a lei penal do local do crime, não importando a nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico lesionado
Princípio da nacionalidade ativa
· Aplica-se a lei penal do país do agente do crime
· Art. 7, II, “b”, CP
Princípio da nacionalidade passiva
· Aplica-se a lei penal da nacionalidade da vítima
· Art. 7, §3º, CP
Princípio da defesa real ou proteção
· Aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico atingido
· Não tem previsão legal
Princípio da justiça penal universal (cosmopolita)
· Agente fica sujeito às leis do país em que for encontrado
· Exige-se que se faça justiça, não importa onde
· Art. 7, II, “a”, CP
Princípio do pavilhão (representação, substituição ou bandeira) = adotado no Brasil
· Aplica-se a lei nacional aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações privadas, quando praticados no estrangeiro, mas que lá não sejam julgados
· Art. 7, II, “c”, CP
Teorias da lei penal no espaço
· Art. 5º, CP – aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional = princípio da territorialidade mitigada/temperada/matizada
· Permite-se, eventualmente a aplicação de lei estrangeira a fato praticado no Brasil = intraterritorialidade
· Ex: casos de imunidade diplomática
· Também é possível a aplicação da lei brasileira a fato praticado no estrangeiro = extraterritorialidade
Território nacional
· Engloba:
· Superfície terrestre (solo e subsolo)
· Águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas)
· Espaço aéreo correspondente
· Mar territorial: faixa legal ao longo da costa brasileira, que forma a plataforma continental até 12 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro, conforme a Lei 8617/93
· Art. 5º, §1º - extensão do território:
· Embarcações e aeronaves brasileiras, públicas ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem
· Aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou privadas, que se achem no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar
· §2º - também se aplica
· Crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se as aeronaves em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, ou então as embarcações em porto ou mar territorial do Brasil
Embaixadas
· São invioláveis por convenção ou tratado
· Mas não são extensão do território dos países que representam = estão em território nacional
· A depender de quem pratique o crime dentro da embaixada, aplica-se a lei brasileiro, salvo se houver convenção em contrário
Passagem inocente
· É a não incidência da lei penal brasileira no caso de crime cometido em navio ou aeronave que se encontra em passagem pelo território nacional, pois não há intenção de pouso ou atracar-se no território
Lugar do crime
· Lugar da ação ou omissão, no todo ou em parte, onde produziu ou deveria ter produzido o resultado
· Teoria mista ou da ubiquidade
Outras teorias:
· Teoria da atividade: lugar da conduta
· Teoria do resultado
· Teoria da intenção: onde o resultado deveria acontecer pela intenção do agente
· Não explica crimes culposos e pretedolosos 
Classificações (Rogério Sanches)
· Crime a distância (crime de espaço máximo): percorre dois territórios de estados soberanos
· Crime em trânsito: percorre mais de 2 países soberanos
· Crime plurilocal: percorre dois ou mais territórios de um mesmo país
Extraterritorialidade
Possibilidade de aplicar a lei penal brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro. Art. 7º
Extraterritorialidade incondicionada: agente será punido no Brasil, mesmo se condenado ou absolvido no exterior. EXCEÇÕES AO BIS IN IDEM
· Contra a vida ou liberdade do PR
· Contra o patrimônio ou fé pública da U, E, DF e M, A, EM, SEM, F
· Contra a administração pública, por quem está a seu serviço
· Genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
Extraterritorialidade CONdicionada: art. 7º, II, CP + §2º. Se cumpriu pena fora, não pode. Pode aplicar a lei brasileira a alguns crimes e se cumpridas condições (cumulativas)
· Crimes:
· Que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir
· Praticados por brasileiro
· Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
· Aplicação do princípio da bandeira
· Condições:
· Entrar o agente no território nacional
· Condição de procedibilidade
· Ser o fato punível também no país em que foi praticado
· Condição objetiva de punibilidade
· Estar o crime incluído entre aqueles em relação aos quais a lei brasileira autoriza a extradição
· Pena de prisão cominada maior ou igual a 02 anos.
· Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena
· Respeito ao ne bis in idem;
· Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, segundo a lei mais favorável, não estar extinta a punibilidade
· Extraterritorialidade hipercondicionada
· Todas as condições acima, nos crimes mencionados, mas por crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil
· Além das condições acima:
· Não tenha sido pedida ou tenha sido negada a extradição
· Haja requisição do ministro da justiça
Competência para extraterritorialidade
· Justiça estadual, salvo se hipótese do art. 109, CF
· Art. 88, CPP = juízo da capital do estado onde houver por último residido o acusado
· Se nunca residiu, juízo da capital da república
Pena cumprida no estrangeiro
· Atenua a pena imposta no Brasil, se diversa
· Computa, se idêntica.

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