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A contribuição da Logística Reversa na Reutilização de Pneus Inservíveis 2011

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A contribuição da Logística Reversa na Reutilização de Pneus Inservíveis
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Conference Paper · June 2011
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Processamento de Imagens e Modelagem 3D: Imagens Termográficas da Mama View project
Simone Vasconcelos Silva
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF)
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III ENFEPro 
Rio de Janeiro/ RJ, 10 e 11 de Novembro de 2011 
Sociedade Fluminense de Engenharia de Produção 
 
 
 
 
A contribuição da Logística Reversa na Reutilização de Pneus Inservíveis 
 
Área temática: GESTÃO DA PRODUÇÃO 
 
 
Autores: 
 
Mileine Henriques Elias Velasco - mileineadm@gmail.com - ISECENSA 
Fábio Nunes Rangel - fabionunesrangel@gmail.com - ISECENSA 
Simone Vasconcelos Silva - simonevsinfo@yahoo.com.br - IFF 
 
 
Resumo. Entende-se que os pneus inservíveis ou usados, nocivos ao meio ambiente, podem 
retornar ao ciclo produtivo para serem transformados e reaproveitados. O presente artigo 
procura verificar a viabilidade de se utilizar a logística reversa no ramo de pneus, levando-os 
novamente a linha de produção, através da remoldagem ou da reciclagem. Além de 
compreender a importância da logística reversa no desenvolvimento de uma atividade 
empresarial economicamente sustentável e lucrativa. O artigo apresenta um estudo de caso da 
aplicabilidade da logística reversa no ramo de pneus na cidade de Campos dos Goytacazes. 
Palavras-Chave: logística reversa, pneus inservíveis, remoldagem, reciclagem 
 
1. Introdução 
Para que um país se desenvolva, faz-se necessário que suas empresas desenvolvam-se 
também. O Brasil da década de 60, por exemplo, avançou sua economia devida expansão 
empresarial. Porém, é necessário que o desenvolvimento empresarial não ocorra em 
detrimento dos bens naturais. Entende-se que os recursos ambientais podem cessar, por esta 
razão, luta-se em prol do desenvolvimento sustentável. Nos últimos anos tem se visto a 
crescente preocupação, não só de empresas, mas também de governantes com atitudes 
sustentáveis. Atitudes como, energias alternativas, aumento da reciclagem, redução de gases, 
inclusivo o “lixo zero” que tentar reutilizar em quase 100% todo o descarte de produtos, indo 
para o lixo apenas o que não foi possível dar novo destino, são as novas tendências seguidas 
por empresas de grande porte. 
Uma empresa que saiba ampliar seus lucros sem deixar de colaborar com a manutenção dos 
recursos naturais, estará se desenvolvendo. A partir dessa compreensão, no ramo de pneus, 
procura-se verificar a viabilidade de se utilizar a logística reversa para reduzir o descarte. 
Entende-se que tal material, nocivo ao meio ambiente, pode ser retornado às empresas para 
serem transformados em capital e/ou reaproveitados. 
Existem dois tipos de logística reversa, de pós-venda e de pós-consumo. O presente estudo 
analisa a logística reversa de pós-consumo no ramo de pneus, pois em muitos lugares não 
existem postos de coleta, gerando pneus que já não servem mais, os quais são armazenados 
em qualquer lugar sem as condições necessárias, e/ou em lugares indevidos. Além disso, este 
trabalho propõe uma discussão sobre a logística reversa, sua viabilidade e suas vantagens nas 
organizações. Além de mostrar a importância da logística reversa no desenvolvimento de uma 
atividade empresarial, economicamente sustentável e lucrativa na cidade de Campos dos 
Goytacazes. 
mailto:mileineadm@gmail.com
mailto:fabionunesrangel@gmail.com
mailto:simonevsinfo@yahoo.com.br
III ENFEPro 
Rio de Janeiro/ RJ, 10 e 11 de Novembro de 2011 
Sociedade Fluminense de Engenharia de Produção 
 
 
 
A intenção do presente trabalho não é só referente à pesquisa sobre a logística reversa, mas 
principalmente verificar o que se tem feito com os pneus pós-consumidos em Campos dos 
Goytacazes e estudar a reutilização dos pneus inservíveis na cidade, através de um estudo de 
caso desenvolvido numa empresa do segmento de pneus. 
O trabalho está organizado da seguinte forma: a segunda seção contempla a logística reversa 
em suas duas divisões, a terceira seção descreve os canais reversos de distribuição e suas 
vertentes, a quarta seção destaca o impacto ambiental principalmente no ramo de pneus e a 
legislação vigente, a seção cinco considera as ações empresariais em prol da logística reversa, 
na seção seis é apresentada a aplicação da logística reversa numa empresa no ramo de pneus, 
e finalizando a seção sete apresenta as considerações finais. 
1. Logística reversa 
Com o consumo mundial desenfreado e a ampliação tecnológica, a sociedade obteve muitos 
benefícios, entretanto, com os benefícios vieram os impactos ambientais. 
Contemporaneamente, com o entendimento de que muitos recursos naturais são finitos e que 
existe a necessidade de um desenvolvimento sustentável, concluiu-se que recursos ambientais 
não podem ser explorados desenfreadamente. 
Neste contexto, a logística reversa aparece como uma alternativa das empresas que visam o 
desenvolvimentodo capital, harmonicamente equilibrado com os acordos internacionais de 
preservação do meio ambiente. Contudo, alguns autores definem logística reversa como o 
retorno de bens ou materiais, por meio de sistemas operacionais de fluxos reversos, desde os 
bens de pós-venda e de pós-consumo, gerando valor econômico, ecológico e legal. 
Segundo Leite (2003) “Entendemos a logística reversa como a área empresarial que planeja, 
opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de 
pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais 
de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, 
legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.” 
Já Castiglioni (2010) define a logística reversa como “a área da logística que trata dos 
aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo.” Esses 
conceitos são antigos se consideramos que há alguns anos as indústrias de bebidas 
reutilizavam seus vasilhames. Leite (2010) acrescenta ainda o retorno de gás de cozinha com 
a reutilização de seus vasilhames. O botijão cheio chega ao consumidor e o vazio retorna ao 
centro produtivo para que seja reutilizado fazendo um ciclo contínuo. 
Muitas empresas trabalham com o conceito de logística reversa, porém nem todas encaram 
esse processo como parte integrante e necessária para o bom andamento ou para redução dos 
custos. Donato (2008) explica que algumas empresas apenas utilizam o processo e não 
demandam maior importância e nem investem em pesquisa. A atividade de logística reversa é, 
muitas vezes, executada sem a que a empresa se dê conta. Quando há, por qualquer motivo, 
devolução de um produto, a logística reversa é aplicada. Também pratica logística reversa os 
que compram materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima. As empresas estão 
deixando de ganhar receita por desconhecerem o processo de Logística Reversa ou ainda, 
praticam-na sem nenhuma percepção estatística. 
A constante procura de empresas por redução de custo, diferenciação de serviços e pressões 
envolvendo questões ambientais está fazendo com que as empresas dêem mais atenção às 
atividades de reciclagem e reaproveitamento de produto e embalagens. Para gerenciar esse 
III ENFEPro 
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fluxo de materiais faz-se necessário um planejamento do ponto de consumo até o ponto de 
reciclagem, reaproveitamento, reuso ou destinação final o que caracteriza a logística reversa. 
A Logística Reversa divide-se em: 
 Pós- Venda: A logística reversa de pós-venda é o campo que busca solução para colocar 
em prática o fluxo físico e de informações, de produtos de pós-venda que não foram usados 
ou com pouco uso a fim de levá-los a canais de distribuição direta (LEITE, 2003). Por conta 
disso o código do consumidor brasileiro permite ao consumidor devolver o produto por 
desistência ou por danos em sete dias, mas algumas empresas estão usando sistemas de 
devolução mais abrangentes a fim de conquistar os clientes (MUELLER, 2005). A criação de 
um setor com a finalidade de atender essas exigências mínimas dos consumidores e clientes 
permite a empresa um diferencial competitivo. 
 Pós-Consumo: Pode-se dizer que a logística reversa de pós-consumo se preocupa com o 
processo que os produtos ou bens, percorrem após o término de sua vida útil. Leite (2003), diz 
que as obrigações dos fabricantes vai além da confecção ou entrega do produto, visa a 
destinação correta dos produtos usados chamado de responsabilidade estendida de produtos – 
EPR (extended product responsability). Para tanto é necessário que os fabricantes 
disponibilizem postos de coleta para que os consumidores possam levar seus produtos usados. 
Se fazendo novamente necessário que haja uma integração dos postos de coletas com os 
fabricantes, distribuidores ou comerciantes, mas infelizmente essa não é uma atitude 
generalizada e também por falta de conhecimento, muitos consumidores e clientes não 
consideram os postos de coletas na hora do descarte de um produto ou bem. 
Pode-se dizer que os produtos de pós-consumo possuem três alternativas de destinação final 
sendo elas: local seguro de descarte como aterros sanitários ou depósitos específicos, local 
não seguro como descarte na natureza ou poluição do ambiente, e a cadeia de distribuição 
reversa que irá levá-lo ao reuso ou reciclagem (MUELLER, 2005). Classificam-se produtos 
de pós-consumo os bens ou resíduos industriais em geral, que ao chegar ao fim de sua vida 
útil ou após o uso, podem retornar ao mercado sendo reutilizados (LEITE, 2003). 
2. Canais de distribuição reversos (CDR’s) 
A logística utiliza canais de distribuição para atingir seu objetivo, dessa forma o caminho para 
que o produto chegue ao consumidor final é chamado de fluxos que podem ser diretos ou 
reversos. A logística moderna aglomera não apenas os fluxos diretos, tradicionalmente 
conhecidos, como também os reversos que devem ser bem administrados para que traga a 
empresa ou marca um rendimento expressivo (CASTIGLIONI, 2010). 
Segundo Leite (2003), a distribuição tem respeitável autoridade econômica seja pelo mercado 
ou pela distribuição física que é determinante para as empresas, considerando a necessidade 
de se ter o produto certo, no local e hora certa atendendo dessa forma os serviços exigidos 
pelos clientes. 
Para Stern (1996, apud CONSOLI, 2007) “os canais de distribuição [...] podem ser vistos 
como um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilizar 
produtos e serviços para uso ou consumo”. Já Leite (2003) afirma que os CDRs constituem no 
processo pelo qual, o produto ou parte dele, que possua um ciclo de vida útil próximo do fim 
passa para ser reutilizado e/ou readquirido pelo mercado. Estes canais não possuem a mesma 
importância econômica que os canais de distribuição diretos, pois os volumes que são 
transacionados nos canais de distribuição reversos são bem menores. Os canais reversos 
podem ser abertos ou fechados. Aberto quanto o material reciclado é diferente do produto 
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original. E fechado quando o material reciclado é parecido com o produto original (LEITE, 
2003 apud PEREIRA 2008). 
Leite (2003) ainda afirma que “todo produto produzido ou todo material constituinte utilizado, 
pode ser revalorizado de alguma maneira por meio de cadeias reversas.” A falta de 
conhecimento dos rendimentos potenciais, de diferentes naturezas, conseqüentes dos canais 
reversos impedem que as empresas discriminem os canais diretos dos reversos, e por isso 
algumas empresas trabalham com logística reversa, utilizando apenas o processo, como por 
exemplo, “uma empresa que recebe um produto como conseqüência de devolução, por 
qualquer motivo, já esta aplicando o conceito de logística reversa, bem como aquela que 
compra materiais recicláveis para transformá-lo em matéria-prima” (DONATO, 2008). Porém 
não valorizam a logística reversa e por causa disso não investem em pesquisas que possam 
contribuir em melhores resultados. 
Os canais de distribuição diretos constituem a cadeia de suprimentos ou abastecimento 
(supply chain) como alguns autores gostam de chamar, é considerada por Pires (2007, apud 
FIGUEIRÓ, 2010) como “uma rede de companhias autônomas, ou semi-autônomas, 
responsáveis pela obtenção, produção e liberação de determinado produto ou serviço ao 
cliente final.” 
A gestão da cadeia de abastecimento (supply chain management) permite desenvolver uma 
visão de fluxos de produtos, que vai além do oferecimento destes produtos ao mercado, mas 
sim, levando ao retorno destes produtos de pós-venda ou pós-consumo ao clico de negócios 
gerando um acréscimo devalores de diferentes naturezas (LEITE, 2003). 
Figueiró (2010) acrescenta ainda a Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos (Green 
Supply Chain Management) e a caracteriza como um complemento das atividades tradicionais 
que cuida dos impactos ambientais que os processos podem causar ao ambiente. Os principais 
processos que fazem parte da gestão sustentável da cadeia de suprimento são as compras 
verdes, ecodesign, gerenciamento de resíduos, sem falar na própria logística reversa. 
Para melhor compreensão do significado dos canais reversos é importante ressaltar uma 
afirmação de Leite (2003) onde diz que a vida útil de um bem ou produto decorre desde a sua 
produção original até o momento que seu primeiro consumidor o descarta. 
Os Canais Reversos se dividem em: 
 Canais Reversos na Logística de Pós- venda: Segundo Leite (2003), a busca em retornar 
com os produtos ao mercado seja ele primário ou secundário, se dar por causa de danos 
durante o transporte e as falha em quanto possui garantia. Já no ramo comercial se dar por 
erros de pedido, exagero de estoque, fim da estação, estoques antiquados, entre outros. Esses 
fluxos dependerão do motivo de retorno. Como exemplo de cadeia reversa de pós-venda, cita-
se o retorno para as assistências técnicas de produtos em geral, a flexibilidade do varejo na 
hora da troca, entre outros. (LEITE, 2009). A atitude de retornar com os produtos ao ciclo 
produtivo reduzem as compras de novos produtos causando necessidade de que os produtos 
que vão para as cadeias reversas de pós-venda sejam equacionados rapidamente por meio de 
sistemas eficientes de logística reversa, por causa do grande número de produtos acumulados. 
Kotler (2000, apud GIACOBO, 2003) afirma que as empresas devem se preocupar com os 
serviços prestados pelos suportes e assistências ao produto, pois são fatores que influenciam 
no momento de decisão de compra dos clientes e muitas vezes geram vantagens competitivas; 
 Canais Reversos na Logística de Pós-Consumo: Os produtos de pós-consumo são duráveis 
ou semi-duráveis, que ainda possuem condições de uso, podendo sua vida útil ser estendida 
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até o final. Chegando neste estágio sendo classificado como duráveis, o produto será levado 
ao desmanche que reaproveitará suas peças ou materiais dando a elas uma segunda chance no 
mercado (LIVA, 2008). Caso contrário será levado para a destinação final como aterros 
sanitários. Os canais de distribuição reversos de pós-consumo são subdivididos em “canais 
reversos de reciclagem” e “canais reversos de reuso”. Além destes, existem canais reversos de 
desmanche que é a desmontagem de produtos de pós-consumo e reaproveitamento de 
materiais levando-os ao ciclo produtivo. Os canais reversos de reciclagem valorizam os 
materiais que constituem os produtos que são descartados e transforma-os em matéria-prima 
para outros produtos. Pode se dizer que, “o processo de reciclagem envolve várias etapas, 
como coleta de material ou produto, seleção do item que será reaproveitado, preparação para 
reaproveitamento, processo industrial e conseqüentemente reintegração do material reciclado 
ao processo produtivo, sob forma de matéria prima.” Os canais reversos de reuso são aqueles 
que reutilizam os bens duráveis podendo ser levado ao mercado e comercializado até chegar o 
fim de sua vida útil (SILVA, 2006). É possível que alguns desses produtos ou materiais sejam 
dirigidos a sistemas de destinação final que agridem ao meio ambiente (LEITE, 2003). 
3. Impacto ambiental 
A definição jurídica de impacto ambiental no Brasil vem expressa no art. 1º da Resolução nº. 
001, de 1986 do CONAMA (BRASIL, 1986), nos seguintes termos: “considera-se impacto 
ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou energia resultante das 
atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetam-se: a saúde, a segurança, e o bem 
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e 
sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais.” 
Há algumas décadas pouco se falava de retorno de produtos, mas 
o mercado sofreu mudanças por causa da competitividade, da necessidade das empresas em 
fidelizar os clientes aumentando a quantidade e variedade de produtos novos. A velocidade 
com que esses produtos têm sido lançados, em particular na segunda metade do século XX, 
causa a redução no ciclo de vida dos produtos e conseqüentemente aumento no índice de 
descartabilidade dos mesmos (LEITE, 2009). Com o aumento da descartabilidade e com a 
falta de fiscalização, esses descartes provavelmente serão inadequados aumentando assim o 
impacto que esses produtos, ou melhor, seus resíduos causam ao ambiente. 
4.1 Impacto ambiental no ramo de pneus 
O ser humano não se preocupa com alguns de seus hábitos, entre eles, o de jogar lixo de 
formar descontrolada no planeta. Esse hábito já lhe rendeu o título de maior produtor de lixo e 
este problema se generalizou alcançando uma dimensão mundial. 
Donato (2008), afirma que empresas que fazem uso das normas de série ISO 14000:2004 e se 
preocupam com o ambiente, estão criando uma nova área de logística conhecida como 
“Logística verde” e através dela, levam os produtos ou materiais como pneus, óleos 
lubrificantes, bateria veicular e estacionaria, entre outros, para serem reciclados ou 
reutilizados. Esses produtos e materiais antes eram levados para destinação imprópria como 
queimadas a céu aberto ou disseminados em qualquer lugar. Na visão do mesmo autor a 
Logística Verde ou Ecologística é a parte da logística que se preocupa com os aspectos e 
impactos ambientais causados pela atividade logística. Deve-se entender que a logística 
reversa é utilizada como uma ferramenta da logística verde que viabiliza a minimização do 
impacto da atividade logística no meio ambiente. 
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O conceito de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo é o crescimento econômico 
minimizando os impactos ambientais, tem sido constantemente utilizado nos dias de hoje, 
baseado na idéia de atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras 
no atendimento de suas necessidades (LEITE, 2003). 
Existem algumas Resoluções do CONAMA que regulamenta o destino de pilhas e baterias, 
pneus, óleos lubrificantes, entre outros para que estes não agridam ao meio ambiente. Para 
Alberto, Prado Filho e Ribeiro (2006) apud Tondolo (2009) “essas regulamentações e normas 
específicas são essenciais para que a reutilização e reciclagem não sejam motivadas de 
maneira exclusiva pelos aspectos econômicos.” 
No caso de pneus a resolução 258/99 estabelece no Art.1º que, “as empresas fabricantes e as 
importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente 
adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta 
Resolução relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas.” 
De acordo com Envolverde (2011) foi realizado um trabalho em parceria com a Tetra Pak e o 
CEMPRE (Compromisso Empresarial Para Reciclagem) onde se constatou que o volume de 
pneus coletados e destinados em 2010 foi de 25% a mais que 2009, visto que a indústria 
pneumática coletou e destinou 311.554 t de pneus inservíveis em 2010. O total do ano de 
2010 representa 20,23% do montante acumulado desde 1999, quando teve início o Programa 
Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis. 
4.2 Legislação 
As legislações ambientais tem se tornado o motivo para que as empresas sejam responsáveispelo destino final de seus produtos após serem consumidos. Isso faz com que essas empresas 
sejam legalmente responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos e pela violência que eles 
causam ao meio ambiente. Isso se torna mais evidente ao observarmos a quantidade crescente 
de empresas que tem praticado reciclagem (CASTIGLIONI, 2010). 
A lei nº 12.305 de 2010, estabelece uma Política Nacional de Resíduos Sólidos cujo objetivo é 
incentivar a indústria da reciclagem para promover o uso de matérias-primas e ou insumos de 
materiais recicláveis ou reciclados, entre outros como no art. 7, inciso VI. Como instrumento 
de ferramenta possui a coleta seletiva, o estímulo a criação de cooperativas, entre outros como 
mostra o art. 8, incisos III e IV. A coleta seletiva neste caso se caracteriza por “sistemas de 
logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade 
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”. A lei define responsabilidade compartilhada 
como conjunto de ações individuais e generalizadas dos fabricantes, importadores, 
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos serviços públicos para diminuir a 
quantidade de resíduos sólidos a fim de reduzir os impactos ambientais e de saúde humana. A 
fim de fortalecer a responsabilidade compartilhada os fabricantes, importadores, 
distribuidores e comerciantes são responsáveis também para que após o consumo os produtos 
sejam reutilizados, reciclados ou que tenham outra forma ambientalmente correta de 
destinação, art. 31, inciso I, alínea a e inciso III. No artigo 33 a lei obriga os geradores de 
resíduos sólidos “a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno 
dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de 
limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores 
e comerciantes...” (BRASIL, 2010). 
4. Ações empresariais em prol da logística reversa 
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A empresa pode alcançar a imagem diferenciada de ser ecologicamente correta por meio de 
políticas mais liberais e eficientes de devolução de produtos, como também por meio do 
marketing ligado a questões ambientais. As empresas modernas, instituições governamentais 
e os demais envolvidos, direta ou indiretamente, na propagação de problemas ecológicos, têm 
buscado cada vez mais associar a sua imagem e seus produtos a ações de proteção ambiental 
fazendo uso de marketing social, ambiental e de responsabilidade ética (LEITE, 2003). 
Sinnecker (2007) já dizia que, a logística reversa tem sido utilizada como uma ferramenta de 
aumento de competitividade e de consolidação de imagem corporativa, quando inserida na 
estratégia empresarial principalmente em marketing ambiental, em empresas que privilegiam 
uma visão de responsabilidade empresarial em relação ao meio ambiente e à sociedade. 
Dessa forma é importante ressaltar que atitudes de responsabilidade ambiental, influenciam na 
imagem da empresa, gerando novos negócios, mais empregos, mais desenvolvimento. Leite 
(2000, apud SINNECKER, 2007) diz que existem três atitudes que as empresas podem ter em 
relação ao meio ambiente, sendo elas: reativa, quando cumpre-se as leis e regulamentos afim 
de demonstrar que causar impactos ambientais, não faz parte da gestão da empresa; proativa, 
quando a empresa se antecipa aos leis e regulamentos e cria setores com a finalidade de gerir 
os impactos das ações empresarias no meio ambiente como logística reversa; busca de valor 
quando as empresas, por conta própria, possuem responsabilidades éticas, sociais e 
ambientais e demonstram suas atitudes aos clientes afim de agregar valor a sua marca. 
Para Aita (2008), os custos com a logística reversa são menores do que os lucros que as 
empresas podem ter utilizando-a, pois, quando bem estruturada e administrada à prática de 
reutilização de produtos e materiais traz redução de custos nas compras de matérias-prima. 
Souza (2009) diz que existe além dos custeios de meta, por processos, o custo pela vida total 
do produto afirmando que ele permite “a visibilidade dos custeios por todo o ciclo de vida do 
produto”. Horngreen (2000, apud SOUZA, 2009) diz que através desse custeio é possível se 
identificar as receitas e despesas de cada produto e os custos iniciais. 
Existem alguns problemas gerados pelo retorno dos produtos que nem sempre as empresas 
estão preparadas para lidar, como por exemplo, a quantidade de produtos que retornam que 
são maiores que os produzidos; os custos de retorno por causa do transporte e também por 
causa das operações de troca (LIVA, 2008). E Lacerda (2002) cita ainda alguns fatores que 
ele já considerava críticos para a eficiência do processo da logística reversa, sendo eles: 
controle de entrada, processos mapeados e padronizados, ciclo de tempo reduzido, sistemas de 
informação, rede logística, relações entre clientes e fornecedores. 
Segundo Donato (2008), algumas empresas fazem o uso dos 3R’s que são mais conhecidos: 
reduzir o consumo; reciclar; reutilizar. Mas algumas empresas se atualizaram e fazem uso dos 
7R’s, conhecidos como reduza o número de componentes; reutilize tudo que é possível; 
recicle todos os materiais possíveis; recupere a energia; respeite códigos e leis; redefina 
materiais, peças e equipamentos; repense. Os 7R’s podem ser aplicados em quaisquer 
momentos, seja na fabricação, no transporte e no descarte dos produtos e serviços. A agressão 
ambiental causada pela ação de homem é tão grande que reciclar não resolve o problema, 
sendo necessário buscar alternativas que controlem o consumo ou evitá-lo. 
5. Logística reversa aplicada numa empresa do ramo de pneus do Norte Fluminense 
A empresa de remoldagem de pneus, localizada em Campos dos Goytacazes, interior do 
estado do Rio de Janeiro, vende para mais de 300 clientes, aproximadamente 4 mil pneus por 
mês. A empresa compra pneus usados de grandes e pequenos fornecedores, do borracheiro ao 
grande empresário. Entretanto, o pneu é vendido apenas em atacado para o comércio varejista. 
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No trabalho com o transporte são utilizados seis caminhões, dentre eles um grande, que faz o 
recolhimento das “carcaças”, e cinco do tipo “Sprint”, utilizados na realização de entregas. 
Trabalha com pneus que vão do aro 13’ ao 16’, para automóveis de passeio. Procuram 
atender sempre às legislações que tratam de pneus, os pneus remoldados pela empresa têm o 
selo do Inmetro, que atesta a qualidade do produto. Além disso, tem a preocupação com o 
estoque para que os pneus não fiquem expostos ao clima, visto que pode acumular água, 
aumentando assim, o risco de focos de mosquitos da dengue. Possui aproximadamente 20 
funcionários trabalhando, divididos nas diferentes etapas do processo. Há cinco anos recebeu 
ajuda do Fundecam (Fundo de Desenvolvimento de Campos dos Goytacazes) para mais 
investimentos, mostrando que a logística reversa pode ser um ramo empresarial socialmente 
sustentável sem deixar de ser lucrativo. 
6.1 O processo de logística reversa e a remoldagem do pneu 
O Pneu pode ser dividido em oito camadas, conforme mostra a Figura 1, e segue o 
detalhamento destas camadas (RECICLA 10, 2011): 
 
Figura 1 – Imagem de um pneu. Fonte: Recicla10 (2011) 
 Banda de Rodagem: Parte do pneu que faz contato com o solo, constituída de elastômeros; 
 Ombro: Local do pneu onde ocorre a junção da banda com a lateral; 
 Revestimento Interno: Superfície interna do pneu constituída de componentes de borracha 
que têm a função de evitar o vazamento de ar (para pneus sem câmara) e de atenuar o atrito 
com a câmara quando esta se faz presente; 
 Talão: É a parte do pneu constituída de fios de aço, em forma deanéis, recoberta de lonas e 
elastômeros, que lhe atribui forma apropriada para o correto assentamento do pneu na roda; 
 Flanco ou Lateral: Parte do pneu compreendida entre o limite da banda de rodagem e talão; 
 Sulco: Cavidades projetadas para evitar deslizamentos laterais, escoar água ou detritos, 
refrigerar o pneu e gerar tração; 
 Carcaça: É a estrutura resistente do pneu, constituída de uma ou mais camadas sobrepostas 
de lonas (camadas de fios de aço, nylon, rayon ou outros materiais com elastômeros que 
constituem a carcaça do pneu); 
 Cintura: Representa o feixe de cintas (lonas estabilizadoras) que são dimensionadas para 
suportar cargas em movimento e garantir a área de contato necessária entre o pneu e o solo, 
proporcionando dirigibilidade. 
A empresa de penus vai aos borracheiros, comerciantes de pneus da cidade e compra os pneus 
usados para remoldar. No processo de remoldagem o pneu passa por 5 (cinco) etapas, dentre 
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elas a inspeção, raspagem, colagem e emborrachamento, vulcanização e acabamento. Os pneu 
usados, só podem ser remoldados apenas uma vez, posto que a carcaça não suporta mais de 
uma remoldagem. A empresa verifica qual a marca do pneu, se for da própria empresa, 
entende-se que o pneu já foi remoldado e que não pode mais passar pelo processo de 
remoldagem. Quando o pneu é de outra marca, são executados os processos para remoldagem. 
No fornecedor, o pneu passa pela inspeção para saber se pode ser remoldado, nessa etapa são 
verificadas as cavidades e as rachaduras do pneu. Depois, já na empresa, o pneu é raspado, e é 
colocada uma cobertura nova de borracha, que a empresa compra de terceiros. Após colocada 
a cobertura, o pneus vão para a vulcanização, onde a cobertura é fixada e o material recebe a 
marca da empresa. E a última etapa do processo é o acabamento. 
O fluxograma que detalha a logística reversa do pneu na empresa de remoldagem segue 
conforme as atividades: coleta dos pneus usados, inspeção dos pneus, raspagem, colagem e 
emborrachamento, vulcanização, acabamento, estocagem e distribuição aos clientes. 
A Figura 2 mostra os pneus em estoque (a) que já passaram pela etapa de inspeção e 
aguardam para passar pelo processo de remoldagem. Dado o início do processo o pneu passa 
pela raspagem da banda de rodagem, onde é retirada toda a borracha antiga, deixando apenas 
a carcaça (b). O pneu passa pelo processo de cola (c) para melhor absorção da borracha nova 
que será colocada na próxima etapa. Após a cola, o pneu passa pelo emborrachamento (d) e 
logo após receber a borracha, o pneu vai para vulcanização à vapor, onde é feito a prensa da 
carcaça, da banda de rodagem e das laterais, fixando o molde com a marca e todas as 
gravações obrigatórias que o pneu deve ter (e). E posteriormente o acabamento do pneu (f), 
após vulcanização onde são retiradas as sobras da borracha. 
 
(a) (b) 
 
(c) 
 
(d) (e) 
 
(f) 
Figura 2 – Processo de Remoldagem (a) Pneus em estoque (b) Raspagem da banda de rodagem (c) Passagem da 
cola (d) Emborrachamento (e) Vulcanização à vapor (f) Acabamento 
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6.2 O processo de logística reversa e a reciclagem do pneu 
Os pneus que chegam à empresa de remoldagem e que não podem ser remoldados ou, que 
durante o processo de remoldagem apresentaram algum defeito são enviados gratuitamente e 
em transporte financiado pela empresa de remoldagem para uma empresa de reciclagem. São 
encaminhados, aproximadamente 200 pneus a cada dois meses. Além disso, a empresa de 
reciclagem retira os pneus que estejam espalhados pela cidade. 
Sobre a empresa de reciclagem, pode-se dizer que recicla pneus usados ou inservíveis que são 
retirados do meio ambiente, além do pneu, usa o pó da borracha e outros resíduos. A empresa 
segue a Resolução 258/99 do CONAMA que assegura a transformação do pneu novamente 
em matéria-prima. Tem capacidade para reciclar 10.080 pneus/dia, 1.500 Kg/hora de pó, 
granulado de borracha e aço, além de trabalhar com pneus de automóveis, caminhões e outros. 
O processo de reciclagem do pneu possui 7 (sete) etapas dentre elas: destalonização, 
trituração, macinatorização, granulação, aspiração, peneiração e classificação. Os pneus de 
caminhões são destalonados, para que o aço não danifique o triturador. A destalonização é 
“extração mecânica dos anéis de aço (talão) localizados nas laterais do pneu de caminhão” 
(RECICLA 10, 2011). Os pneus de carro não precisam ser destalonados, pois possuem uma 
quantidade menor de aço que não danifica o triturador. Os pneus, tanto de automóveis quanto 
de caminhões, são triturados e transformados em chips de 50 x 200 mm de dimensão. A 
Figura 3 mostra os equipamentos usados na reciclagem dos pneus. 
 
(a) Triturador 
 
(b) Overbelt 
 
(c) Sistema de Aspiração 
 
(d) Granulador 
Figura 3 - Processo de Reciclagem (a) Triturador (b) Overbelt c) Sistema de Aspiração (d) Granulador 
Conforme ilustra a Figura 3, o triturador (a) possui dois eixos com facas, em rotações opostas 
e efetuam a trituração da borracha proporcionando uma redução volumétrica dos pneus. Com 
50 x 200 mm de dimensão, os chips são novamente reduzidos, mas agora, no macinatore que 
os reduz a uma dimensão média de 0 a 20 mm. Após passar pelo macinatore os chips são 
pesados e levados, através de esteiras vibratórias, para o overbelt (b) que separa o aço da 
borracha e do tecido/nylon, por um potente imã, e leva o aço para uma linha lateral para ser 
coletado em caçambas. Os chips de borracha sem aço e o tecido/nylon são levados, através do 
canal vibratório, para o sistema de aspiração (c) que os leva para o granulador. No granulador 
(d) os chips passam por mais uma redução de dimensão que chega, em média, de 0 a 4 mm. 
http://www.recicla10.com.br/fotos/g/tri2.png
http://www.recicla10.com.br/fotos/g/over.png
http://www.recicla10.com.br/fotos/g/asp.png
http://www.recicla10.com.br/fotos/g/gra1.png
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Após passar por essa etapa, os chips são separados do tecido/nylon e para sair do granulador, 
os chips passam por mais um sistema de aspiração que os leva para peneiração. 
Na peneiração, eles são classificados, ensacados em sacos de 200 micras (unidade de medida 
para coisas bem pequenas) com capacidade de 200 litros, lacrados e empilhados ao lado da 
fabrica. Classificação dos chips de borracha: Granulado com dimensão acima de 4 mm, 
Granulado com dimensão entre 0,8 a 2 mm, Granulado com dimensões entre 2 a 4 mm, 
Granulado com dimensão abaixo de 0,8 mm. 
De todo o processo de reciclagem é possível se obter: “70% do granulado da borracha para 
reciclagem, que são armazenados em big-bags com capacidade de até 1,6 toneladas para envio 
às indústrias de artefatos de borracha; 27% de aço armazenado em caçambas com capacidade 
de até 0,4 toneladas, destinado às siderúrgicas; e finalmente, 3% de tecidos/nylon que são 
armazenados em caçambas com capacidade de até 0,2 toneladas e são doados para indústrias 
de estopas e os resíduos são incinerados em altos-fornos” (RECICLA 10, 2011). 
O fluxograma detalhado da logística reversa do pneu na empresa de reciclagem segue 
conforme as atividades: coleta de pneus usados ou inservíveis, destalonização, trituração, 
macinatorização, granulação, aspiração, peneiração e classificação. 
6.3 Transformação da borracha do pneu 
Após passar por todo o processo de reciclagem, a borracha do pneu, em forma de granulado 
de 4 a 7 mm, pode se transformar em matéria-prima para produtos de borracha como: tapetes, 
correias automotivas e industriais, tijolos para queima, alimentação de caldeiras e fornos em 
geral. Além de ser usada como complemento na fabricaçãode outros produtos como: tubos, 
mantas de isolamento acústico e térmico, cintas para reboque e levantamento de carros e etc. 
O granulado de 1,5 a 3 mm pode contribuir como matéria-prima na fabricação de pisos 
esportivos, solados para calçados, revestimento de peças metálicas e etc. Já o pó da borracha 
de 3 a 2 mm, pode se transformar em matéria-prima para vinil, adesivos, lubrificante para a 
indústria de plásticos evitando que peças plásticas colem entre si quando armazenadas. E 
complementar a fabricação de tintas, tijolos de alta resistência, látex e goma para adesivos. 
A borracha do pneu pode ser aplicada, entre outras situações, no ramo de rodovias e ferrovias, 
zona rural, indústria e construção civil. Em rodovias e ferrovias os mais conhecidos são 
asfalto emborrachado, reparação de camadas, quebra-molas, caneletas para águas pluviais nas 
margens de estradas, proteção lateral dos trilhos. Na zona rural pode ser usada para 
bebedouros e cochos, contenção de encostas, vasos para plantas, sistemas de drenagem e 
canais de irrigação. Na indústria e construção civil pode ser utilizado para tijolos de encaixe, 
galerias de esgotos, calçadas públicas, piso protetor para playground de crianças, embalagens 
em geral, reservatório de água e piscinas, pista de rolamento de aeroportos (RECICLA 10, 
2011). 
6. Considerações finais 
Considerando a definição dada por Leite (2003) de que a logística reversa é o retorno do 
produto ao ciclo produtivo agregando valor econômico, ecológico e legal, pode-se concluir 
através do estudo de caso apresentado que o pneu pode ser reutilizado quase em 100%. 
De acordo com as legislações atuais, conclui-se que a ação da logística reversa é uma 
tendência além de obrigatória, no caso de pneus, como afirma o art. 31 da lei 12.305 de 2010 
onde fortalece que os produtos após serem usados sejam reutilizados, reciclados ou tenham 
destinação ambientalmente correta. Portanto os fabricantes, distribuidores, comerciantes e 
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consumidores de pneus devem dar aos mesmos a destinação correta após o uso, podendo ser a 
remoldagem ou reciclagem. 
Através da pesquisa realizada, pode-se concluir que pneus usados podem ser reutilizados, de 
acordo com processos rentáveis, ambientalmente corretos, legais e propícios devido à grande 
quantidade de pneus descartados incorretamente. Mas infelizmente ainda é freqüente o 
descarte de pneus em rodovias, rios, aterros, entre outros. 
Através da logística reversa, os pneus podem passar pela remoldagem onde permite que, 
pneus usados sejam novamente levados ao consumidor com segurança, pois, são totalmente 
reformulados. Dando continuidade a este processo é possível reciclar, permitindo a 
reutilização, desde o aço, passando pela borracha até o tecido/nylon, fazendo com que os 
derivados do pneu voltem para fábrica e sejam transformados em outros produtos. Desta 
forma, foi possível verificar a importante contribuição gerada pela logística reversa no ramo 
de pneus, através do estudo de caso apresentado neste artigo. 
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https://www.researchgate.net/publication/341327097

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