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Inflação, Variações Cambiais e Taxas

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4ºAula
Inflação, Variações Cambiais e 
Considerações Sobre Taxas
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 identificar a importância das políticas econômicas praticadas dentro de um país;
•	 analisar os tipos de inflação e os impactos que isso podem acarretar na elaboração e análise de projetos;
•	 verificar como as variações cambiais tendem a afetar em determinados projetos;
•	 fazer uma conjuntura sobre as políticas econômicas e encontrar os impactos nos financiamentos;
•	 conhecer o Relatório Focus. 
Caros(as) alunos(as)!
Nesta aula, detalharemos mais o que foi iniciado na aula dois, 
tratando agora de uma abordagem macroeconômica. A ideia dessa 
aula é trazer informações referentes à inflação, comércio exterior e 
taxa de juros, analisando como afetam na elaboração de um projeto. 
 Para isso, veremos como os tipos de políticas econômicas 
tendem a afetar a economia e, consequentemente, como isso pode 
impactar nas taxas referentes a um financiamento, por exemplo, 
dentro da elaboração e análise do projeto. 
Boa aula!
Bons estudos!
28Elaboração e Análise de Projetos
1 –	Inflação
2 – Políticas Econômicas
3 – Comércio Exterior
4 – Taxas de Juros e Financiamento
5 – Relatório Focus 
 
1 - Inflação
Contextualizando algumas variáveis econômicas, 
podemos dizer que a inflação, junto com o desemprego, 
compõe os problemas ditos fundamentais da macroeconomia.
O	Brasil,	até	o	final	da	década	de	90,	enfrentou	problemas	
bastante	 graves	 ligados	 à	 inflação	 e	 foi	 apenas	 nos	 últimos	
anos	que	se	conseguiu	debelar	o	processo	inflacionário.	Mas,	
podemos	 nos	 perguntar:	 O	 que	 é	 inflação?	 Quais	 são	 as	
causas	da	inflação?	Essas	perguntas	estaremos	respondendo	
durante essa seção.
Vamos	 começar	 definindo	 o	 conceito	 de	 inflação.	
Vasconcellos	 (2011)	 define	 inflação	 como	 um	 aumento	
contínuo e generalizado no índice de preços, ou seja, os 
movimentos	inflacionários	são	aumentos	contínuos	de	preços,	
e não podemos confundir com altas esporádicas de preços.
Quando ocorre uma baixa generalizada e contínua dos 
preços,	tem-se	o	conceito	inverso	ao	de	inflação:	a deflação.
Se a maioria dos bens e serviços se tornaram mais caros, 
tem-se	 inflação.	 Normalmente,	 esses	 aumentos	 de	 preços 
não ocorrem de forma sincronizada, ou seja, não há um 
aumento igual do preço de todas as mercadorias e serviços; 
desse modo, há um problema para calcular o tamanho da 
inflação.
Dada essa não sincronização das variações de preços 
de diversos produtos, existem algumas metodologias de 
se	 calcular	 a	 inflação,	 entre	 elas,	 o	 Índice	 de	 Preços	 ao	
Consumidor.
Mankiw (2005), indica que o índice de preços ao 
consumidor mostra o custo de uma cesta de bens e serviços 
em relação ao custo da mesma cesta no ano-base. Essa 
variação	percentual	do	índice	mede	a	taxa	de	inflação.
A	ideia	de	se	ter	um	entendimento	referente	a	inflação	
facilita aos envolvidos na elaboração de projeto calcular 
o impacto, por exemplo, de uma implantação de um novo 
produto ou serviço no mercado, como a demanda reagirá a 
esse produto dado o seu valor e importância aos consumidores. 
Além	 do	 mais,	 a	 taxa	 de	 inflação	 pode	 auxiliar	 os	
elaboradores do projeto a prever como as políticas econômicas 
tendem a ser consideradas nos períodos sequentes, de acordo 
com as características da administração interna e externa de 
um país.
Veremos	 agora,	 alguns	 tipos	de	 inflação	 e	mais	 alguns	
impactos	da	inflação	na	elaboração	e	análise	de	projetos.
1.1 – Tipos de Inflação e alguns 
conceitos relacionados
Seções de estudo
Quando estamos elaborando um projeto, esse projeto 
pode ser de viabilidade econômica referente a ampliação da 
estrutura de uma empresa, uma nova unidade dessa empresa, 
ou até mesmo a implantação de um novo produto no mercado. 
Como	verificamos	na	seção	anterior	o	conceito	de	inflação,	
que é considerado um aumento contínuo e generalizado 
no nível de preços, consequentemente, quando falamos em 
variações nos preços de produtos de uma determinada cesta, 
podemos pensar que estamos afetando o bolso da população, 
podendo	ter	diferentes	conclusões	no	projeto	final.
Se	observarmos	as	causas	da	inflação,	podemos	encontrar	
3	 tipos	 básicos:	 inflação	 de	 demanda,	 inflação	 de	 custos	 e	
inflação	inercial.
•	 Inflação de demanda: deve-se à existência 
de excesso de demanda em relação à produção 
disponível.	 Essa	 inflação	 aparece	 quando	 ocorre	
aumento da demanda não acompanhado pela oferta;
•	 Inflação de custos: pode ser considerada uma 
inflação	 de	 oferta,	 que	 decorre	 do	 aumento	 de	
custos das empresas repassados para preços;
•	 Inflação inercial:	 quando	 a	 inflação	 tende	 a	 se	
manter permanentemente no mesmo patamar, sem 
aceleração	 inflacionária,	 e	 quando	 essa	 inflação	 é	
estagnada decorre de mecanismo de indexação, ou 
seja,	quando	a	inflação	atual	é	em	função	da	inflação	
passada.
Relembrar	o	conceito	e	os	tipos	de	inflação,	serviu	para	
vocês pensarem como tratar com importância esse assunto no 
momento de elaborar um projeto, pensando em um cenário 
econômico, ou seja, na macroeconomia. Na nossa próxima 
seção veremos sobre as políticas econômicas e como essas 
políticas	 tendem	 a	 afetar	 na	 inflação	 e	 em	 uma	 análise	 de	
viabilidade econômica.
2 - Políticas Econômicas
Existem dois instrumentos bastante praticados pelos 
formuladores de políticas econômicas para buscar um 
equilíbrio dentro da economia do país. Nesta seção daremos 
continuidade ao pensamento de variáveis macroeconômicas 
que tendem a causar impactos na elaboração e análises de 
viabilidades de projetos.
Mankiw	 (2005)	 define	 que	 a	 política	 econômica	 é	 a	
intervenção do governo na economia com o objetivo de 
manter elevados níveis de emprego e elevadas taxas de 
crescimento econômico com estabilidade de preços. 
Essa intervenção do governo pode acontecer pelo lado da 
demanda ou da oferta, podendo acontecer de duas maneiras: 
política fiscal e política monetária. Ambas possuem como 
foco,	em	especial,	manter	a	inflação	do	país	na	meta,	agindo	
de forma a controlar os desvios da meta, tanto para cima 
quanto para baixo, conforme a imagem a seguir sugere. 
29
FIGURA 1 – PRESSÃO INFLACIONÁRIA E 
DEFLACIONÁRIA, PARA UMA INFLAÇÃO DESCOLADA 
DA META.
Fonte: elaborado pela autora.
A	 reta	 em	 azul	 representa	 a	 meta	 de	 inflação	 a	 ser	
perseguida pelo país, enquanto que a curva em alaranjado 
representa	a	inflação	real	observada	ao	longo	dos	anos.	Note	
que, tanto nos descolamentos apresentados para cima, como 
naqueles para baixo, é necessária uma intervenção para que a 
curva em alaranjado volte a coincidir com a reta de azul. Essas 
intervenções são objetos de estudo desta seção. 
2.1 – Política Fiscal
Mankiw	(2005)	define	que	a	política fiscal é a atuação 
do governo no que diz respeito a arrecadação de impostos e 
aos gastos.
A	arrecadação	tende	a	afetar	o	nível	de	demanda	ao	influir	
na renda disponível que os indivíduos poderão destinar para o 
consumo e poupança. Dado esse nível de renda, quanto maior 
são os impostos pagos pela população, menor será a renda 
disponível e, consequentemente, afeta o consumo, levando a 
afetar também uma análise de viabilidade econômica.
Quanto maior o gasto público, maior a demanda e maior o produto.
Assim, se a economia apresentar tendência para queda 
no nível de atividade, o governo pode estimulá-la, cortando 
impostos e/ou elevando gastos, também conhecida como 
política fiscal expansionista. Pode ocorrer o inverso, caso 
o objetivo seja diminuir o nível de atividade, conhecida como 
política fiscal contracionista.
Política Fiscal Expansionista: quando a tendência é para queda da 
economia, logo o governo busca “aquecer” a demanda.
•	 Aumenta os gastos do governo ou reduz impostos.
Política Fiscal Contracionista: quando a economia já está aquecida 
e o governo pretende conter esse aquecimento para não gerar 
problemas em algumas variáveis, entre elas a inflação.
•Reduz os gastos do governo ou aumenta os impostos
O	impacto	da	política	fiscal	sobre	a	economia	depende	da	
capacidade da produção responder as variações na demanda. 
Portanto, os envolvidos na elaboração e análise de projetos 
deve	 se	 atentar	 as	 políticas	 fiscais	 praticadas	 no	 local	 para	
onde o projeto está sendo desenvolvido, além das políticas 
monetárias. Tema da nossa próxima subseção.
2.2 – Política Monetária
Como visto anteriormente, o governo tenta, por meio 
da política econômica, afetar o desempenho da economia. 
Diferentemente	da	política	fiscal,	a	política monetária afeta 
o produto de forma indireta, por meio das intervenções no 
mercado	financeiro	(ativos)	que	influenciam	a	taxa	de	juros.
Mankiw	(2005)	define	política	monetária	como	a	atuação	
do	Banco	Central	 para	 definir	 as	 condições	 de	 liquidez	 da	
economia: quantidade ofertada de moeda, nível de taxa 
de juros, entre outros.
O Banco Central é o órgão responsável pela condução 
da política monetária, mediante a utilização dos instrumentos 
disponíveis para controlar a oferta de moeda no país. As 
funções dos bancos centrais variam de país para país, bem 
como sua autonomia para executar a política monetária.
Os instrumentos de política monetária utilizadas pelo 
Banco Central do Brasil são:
•	 reservas compulsórias;
•	 empréstimos de liquidez e taxa de redesconto;
•	 operações de mercado aberto.
Não precisa necessariamente utilizar apenas um desses 
instrumentos de controle monetário, e não necessariamente 
pode-se fazer apenas Políticas Fiscais ou apenas Políticas 
Monetárias, é necessário haver uma combinação dessas 
políticas econômicas, buscando encontrar um equilíbrio 
dentro da economia.
Da mesma maneira que foi explicado anteriormente, 
referente às Políticas Fiscais, podemos também ter Políticas 
Monetárias Expancionistas e Contracionistas, ou seja, políticas 
com intuito de aumentar a liquidez monetária ou também 
buscando recolher dinheiro da economia.
Política Monetária Expansionista: o Banco Central visa o aumento 
do crescimento econômico, através do aumento da quantidade de 
moeda em circulação. 
•	 diminuição da taxa de juros;
•	 diminuição da taxa do recolhimento compulsório;
•	 compra de Títulos Públicos.
Política Monetária Contracionista: o objetivo é a diminuição da 
quantidade de moeda em circulação. Isso ocasiona o desaquecimento 
ou a manutenção da economia visando, principalmente, a contenção 
da alta inflação.
•	 aumento da taxa de juros;
•	 aumento da taxa do recolhimento compulsório;
•	 venda de Títulos Públicos.
Outro ponto importante que deve ser analisado dentro 
da macroeconomia para a tomada de decisão de qualquer 
30Elaboração e Análise de Projetos
empreendedor e também do elaborador de projetos e analista 
de viabilidade, é a importância do setor externo ou comércio 
exterior. Assunto que será discutido em nossa próxima seção.
 O quadro a seguir resume o que foi dito até aqui, 
com os principais exemplos de cada uma das políticas: fiscal	e	
monetária, expansionista e recessiva. 
QUADRO	1	–	RESUMO	DAS	POLÍTICAS,	FISCAL	E	
MONETÁRIA, EXPANSIONISTA E RECESSIVA.
  EXPANSIONISTA RECESSIVA 
POLÍTICA
FISCAL
(gasto/arrecadação 
do governo)
• Aumento dos 
gastos públicos
(ex.: minha casa minha 
vida) 
• Redução da carga 
tributária
(ex.: corte de IPI)
• Diminuição dos 
gastos públicos 
• Aumento da 
carga tributária 
POLÍTICA
MONETÁRIA
(Banco Central/
moeda)
• Redução da taxa 
SELIC 
• Redução do 
depósito 
compulsório
• Aumento da 
taxa SELIC 
• Aumento 
do depósito 
compulsório 
Fonte: elaborado pela autora.
3 - Comércio Exterior
De modo geral, as relações econômicas internacionais 
têm posição fundamental para a maioria dos países, inclusive 
o Brasil. As importações e as exportações constituem 
importante relação ao PIB de um país.
A partir desse parágrafo anterior, podemos já imaginar o 
quão importante será o assunto de taxa de câmbio. Imaginemos 
um exemplo, onde um empreendedor decide expandir seu 
negócio, buscando alcançar sua marca internacionalmente. 
Esse empreendedor, logo busca ajuda de economistas 
especialistas, para elaborar um projeto de viabilidade tanto de 
um	aumento	de	produção,	quanto	de	viabilidade	financeira	
para trabalhar com exportação. 
Dado a complexidade do problema, as pessoas 
envolvidas na elaboração desse projeto, deverão ter além do 
conhecimento desse respectivo setor que estará sendo feito 
o projeto, mas também de marketing, carga tributária desses 
países, políticas econômicas e, não menos importante, a 
taxa de câmbio, onde todas essas variáveis estão totalmente 
envolvidas.
A economia de um país interage de duas maneiras com 
as demais economias: através da compra e venda de bens 
e serviços nos mercados mundiais de bens e serviços, e 
através da compra e venda de ativos de capital nos mercados 
financeiros.	
Vasconcellos	(2011)	define	que	o	balanço	de	pagamentos	
de um país é um resumo contábil das transações econômicas 
que esse país faz com o resto do mundo, durante certo 
período de tempo. Um estudo mais aprofundado também 
desses balanços, pode facilitar, em um nível mais amplo, como 
esse país trabalha com cada setor da economia.
Uma dessas contas do balanço de pagamentos, é 
conhecido pela balança comercial, que estão registradas todas 
as transações de importação e exportação de mercadorias. 
Essa importação e exportação de mercadorias, tendem a 
ser afetadas pela taxa de câmbio envolvendo as moedas dos 
países.
Uma importante diferença do comércio internacional 
em relação ao comércio doméstico é que este último é 
realizado com uma mesma moeda nacional, enquanto no 
comércio internacional existe a necessidade da conversão 
entre diferentes moedas. Com base nessas necessidades, tem-
se a demanda brasileira por dólar ou qualquer outra moeda na 
qual deseja trabalhar.
A melhor situação referente a exportação ou importação 
de mercadorias e serviços, está atrelada a taxa de câmbio entre 
as	moedas.	Vasconcellos	(2011)	define	taxa de câmbio como 
o valor que uma moeda nacional possui em termos de outra 
moeda nacional.
Valorização cambial da moeda nacional ocorre quando o poder de 
compra desta em relação às demais cresce.
Desvalorização cambial ocorre quando seu poder de compra cai, 
sendo necessário dispender um valor maior de sua moeda nacional 
para comprar outra moeda.
Podemos pensar no câmbio como um mercado, onde há 
ofertantes e demandantes, e que, assim como acontece para 
qualquer outro produto, a oferta e demanda que irá regular o 
mercado. O quadro a seguir, dá exemplo de quem faz parte 
desse mercado de câmbio. 
QUADRO 2 – OFERTANTES E DEMANDANTES NO 
MERCADO DE CÂMBIO.
DEMANDA AGREGADA OFERTA AGREGADA
Importadores Exportadores
Investidores externos 
tirando capital do mercado 
financeiro 
Investidores externos 
trazendo capital para o 
mercado financeiro
Empresa multinacional 
remetendo lucro
Empresa vindo se instalar no 
país 
Empresa nacional pagando 
empréstimos no exterior
Empresa nacional captando 
empréstimo no exterior
Turistas brasileiros indo 
para o exterior
Turistas do exterior gastando 
no Brasil 
Fonte: elaborado pela autora. 
31
Abordados	 o	 tripé,	 definido	 pela	 inflação,	 políticas	
econômicas e setor externo, podemos agora abordar, na 
próxima seção, o assunto sobre as taxas de juros e sua 
importância na tomada de decisão em caso de necessidade de 
financiamentos.
 
4 - Taxa de Juros e Financiamento
Abordar	taxa	de	juros	e	financiamento	já	servirá	de	auxílio	
para a nossa próxima aula, onde falaremos sobre custos. Mas, 
antes de nos preocuparmos com os custos, devemos entender 
o conceito e a importância das taxas de juros e como elas 
interferem diretamente na tomada de decisão em um projeto 
de viabilidade, se devemos ou não utilizar recursos de terceiros, 
como,	por	exemplo,	o	financiamento.
A taxa de juros é uma das variáveis mais utilizadas 
na economia e também analisadas dentro de um projeto. 
Quando falamos de taxa de juros, falamosde uma variável que 
afeta as decisões de consumo dos indivíduos; as decisões 
de investimento, essas que veremos com maiores detalhes 
a frente, na etapa de análise de viabilidade econômica e, 
conforme já vimos nas seções anteriores que é de extrema 
importância dentro das políticas econômicas.
Matias	 (1993)	 define	 a	 taxa	 de	 juros	 como	 um	
coeficiente	 correspondente	 à	 remuneração	 da	 unidade	 de	
capital empregado por um prazo igual àquele da taxa. O juro 
também pode ser entendido como um custo do crédito ou a 
remuneração do capital aplicado.
Fiquem atentos:
Podemos exemplificar taxa de juros, quando falamos em 12% ao ano, 
consideramos que um crédito tem um custo de uma taxa de 12% pelo 
período de 1 ano, ou um determinado capital será remunerado pelo 
período de 1 ano a uma taxa de 12%.
Já podemos imaginar que a taxa será considerada “boa” 
de	acordo	com	a	finalidade	que	 será	utilizada.	Quando	um	
projeto for elaborado, em sua análise, quanto maior a taxa de 
juros de remuneração do capital, melhor será para a análise, e 
o inverso será quando tratarmos de custo de crédito.
Custo de crédito: preferíveis taxas mais baixas.
Remuneração do capital: preferíveis taxas mais altas.
Dado esse conhecimento, conseguimos observar a 
importância de acompanhar a evolução da taxa de juros do 
país na qual o projeto será aplicado. No Brasil, por exemplo, 
a taxa de juros mais conhecida e importante é conhecida por 
Taxa Selic.
A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal 
instrumento de política monetária utilizado pelo Banco 
Central	para	controlar	a	inflação.	Ela	influencia	todas as taxas 
de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, 
dos financiamentos e das aplicações financeiras (BACEN, 
2022).
Quando falamos de assuntos relacionados a investimentos, 
um analista de projeto de viabilidade econômica vai se deparar 
com dois tipos de taxa: a taxa de juros real e nominal. Garrau 
(2022)	define	como:
•	 Taxa de Juros Real: corresponde ao ganho que 
se obtém em termos de poder de compra por 
determinada aplicação, ou seja, o verdadeiro valor 
que	foi	ganho,	pois	descontamos	a	inflação.
•	 Taxa de Juros Nominal: corresponde ao ganho 
monetário obtido por determinada aplicação 
financeira,	 independente	 do	 comportamento	 do	
valor da moeda.
(1 + i) = (1 + r) (1 + taxa de inflação)
Onde: 
i = taxa de juros nominal, 
r = taxa de juros real.
Fiquem atentos:
Vamos observar um exemplo de taxa de juros nominal e taxa de juros 
real:
Se aplico hoje R$ 100,00 e resgato daqui a um ano R$ 120,00, a taxa 
de juros nominal foi de 20% a.a., ou seja, os R$ 20,00 que ganhei em 
relação aos R$ 100,00 que apliquei.
Suponha que a taxa nominal seja de 20% e a inflação no período 
tenha sido de 15%, em um período de 1 ano, neste caso a taxa real 
de juros seria: 
(1+ 0,2) / (1 + 0,15) = 1,0435, isto é, 4,35% a.a. 
A diferença entre as duas taxas é importante, pois 
cada	 uma	 influencia	 diferentes	 variáveis	 econômicas.	
Veremos nas nossas próximas aulas a importância dessas 
taxas, principalmente a partir da aula 6, onde falaremos de 
Financiamento.
5 - Relatório Focus
O Relatório Focus resume as estatísticas calculadas 
considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-
feira anterior à sua divulgação. Ele é divulgado toda segunda-
feira.	O	relatório	traz	a	evolução	gráfica	e	o	comportamento	
semanal das projeções para índices de preços, atividade 
econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As 
projeções são do mercado, não do BC (BCB, 2022).
Para quem está trabalhando com projetos, é de extrema 
necessidade o conhecimento desse relatório e saber interpretá-
lo. Pois, é através dele que teremos acesso a informações 
como	taxas	de	juros,	indicadores	de	inflação	oficiais	(IPCA,	
IGP-M) para o período corrente e o esperado para os 
próximos três anos. Informações que podem ser usadas no 
momento do cálculo de viabilidade do projeto. 
A	 figura	 a	 seguir	 traz	 uma	 parte	 do	 relatório	 Focus	
retirado	do	site	do	Banco	Central	do	Brasil.	As	flechas	indicam	
pontos de atenção à indicadores tratados ainda nessa aula. 
32Elaboração e Análise de Projetos
FIGURA 2 – FRAGMENTO DO RELATÓRIO FOCUS.
Fonte: BCB (2022).
→
→
→
→
Chegamos, assim, ao final de nossa aula. Espera-se 
que agora tenha ficado mais claro o entendimento 
de vocês sobre Inflação, variações cambiais e 
consideração sobre taxas. Vamos, então, recordar?
Retomando a aula
1 – Inflação
Inflação	pode	ser	definida	como	um	aumento	contínuo	
e generalizado no índice de preços. Quando ocorre uma 
baixa generalizada e contínua dos preços, tem-se o conceito 
inverso	ao	de	inflação:	a	deflação.	Se	observarmos	as	causas	
da	 inflação,	podemos	encontrar	3	 tipos	básicos:	 inflação	de	
demanda,	inflação	de	custos	e	inflação	inercial.
2 – Políticas Econômicas
A política econômica é a intervenção do governo 
na economia com o objetivo de manter elevados níveis de 
emprego e elevadas taxas de crescimento econômico com 
estabilidade de preços. 
Essa intervenção do governo pode acontecer pelo 
lado da demanda ou da oferta, podendo acontecer de duas 
maneiras:	política	fiscal	e	política	monetária.	Política	fiscal	é	
a atuação do governo no que diz respeito a arrecadação de 
impostos e aos gastos. A política monetária afeta o produto 
de forma indireta, por meio das intervenções no mercado 
financeiro	(ativos)	que	influenciam	a	taxa	de	juros.
3 – Comércio Exterior
De modo geral, as relações econômicas internacionais 
têm posição fundamental para a maioria dos países, inclusive 
o Brasil. O balanço de pagamentos de um país é um resumo 
contábil das transações econômicas que esse país faz com o 
resto do mundo, durante certo período de tempo.
4 – Taxas de Juros e Financiamento
A taxa de juros é uma das variáveis mais utilizadas na 
economia e também analisadas dentro de um projeto. O 
juro pode ser entendido como um custo do crédito ou a 
remuneração do capital aplicado.
Quando falamos de assuntos relacionados a investimentos, 
um analista de projeto de viabilidade econômica vai se deparar 
com dois tipos de taxa: a taxa de juros real e nominal.
5 – Relatório Focus 
O Relatório Focus resume as estatísticas calculadas 
considerando as expectativas de mercado. Para quem está 
trabalhando com projetos, é de extrema necessidade o 
conhecimento desse relatório, bem como saber interpretá-lo. 
MANKIN, N. Gregory. Princípios de microeconomia. 
São Paulo: Cengage Learning, 2016. Disponível em: 
https://forumturbo.org/wp-content/uploads/wpforo/
attachments /38447/6065-Princpios-de-Microeconomia-
6-ed-N-Gregory-Mankiw-traduo.pdf. Acesso em: 23 maio 
2022.
Vale a pena ler
Vale a pena
Focus - Relatório de Mercado. Disponível em: https://
www.bcb.gov.br/publicacoes/focus. Acesso em: 23 maio 
2022.
Vale a pena acessar
33
Política monetária e fiscal | Macroeconomia PIB | Khan 
Academy. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=YB8y2PeEpVs. Acesso em: 23 maio 2022.
Qual a Relação entre a Taxa de Câmbio e a Balança de 
Pagamento? Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=WXjOetPZaRY. Acesso em: 23 maio 2022.
Vale a pena assistir
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