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APOSTILA_Analise Cenarios Macroeconomicos (1)

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PUC Minas Virtual§1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS 
 
O objetivo geral da disciplina é desenvolver a capacidade de análise de cenários 
macroeconômicos para subsidiar a tomada de decisão em finanças em suas 
atividades profissionais e pessoais de acordo com o ambiente econômico 
sinalizado. 
 
MÉTODOS DIDÁTICOS 
 
O curso, composto por três módulos, cada um com quatro disciplinas de 30 
horas, será desenvolvido pela Internet e os alunos contarão com o apoio de 
professores e de tutores. A concepção de ensino-aprendizagem adotada 
respalda-se na autonomia e interação entre os participantes do curso no 
ambiente virtual de aprendizagem. 
Durante o desenvolvimento do curso, os alunos deverão assistir às vídeoaulas, 
fazer as leituras indicadas e realizar as tarefas propostas, dentro dos prazos 
previamente estabelecidos em cronograma. 
Haverá quatro encontros presenciais, três para realização de provas e um para a 
apresentação do trabalho de conclusão de curso. 
 
 
 
 
 
Curso: Finanças Aplicadas 
Disciplina: Análise de Cenários Macroeconômicos 
Carga-horária: 30 horas 
Unidade: PUC Minas Virtual 
 
 
01 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
 
 
 
 
 
 
 
 
Plano de Ensino 
 
2011 
PUC Minas Virtual§2 
EMENTA 
Agentes econômicos, fatores de produção e economia fechada. Variáveis 
macroeconômicas: inflação, emprego/desemprego, juros e Produto Interno 
Bruto (PIB). Endividamento do setor público. Políticas macroeconômicas: 
fiscal, monetária e cambial. Economia aberta, Balanço de Pagamentos e 
Reservas Cambiais. 
UNIDADES DE ENSINO (Conteúdo Programático) 
 
Unidade 01: Agentes econômicos, economia fechada e variáveis 
macroeconômicas. 
- Famílias, Empresas Governo, 
- Consumo das famílias, investimentos das empresas e gastos do governo. 
- Inflação, taxa básica de juros, desemprego e Produto Interno Bruto. 
 
Unidade 02: Política Fiscal e endividamento do setor público. 
- Receitas e Gastos do Governo. 
- Tipos de tributos e tipos de despesas e investimento. 
- Níveis de Superávit/Déficit Público. 
 
Unidade 03: Política Monetária. 
- Metas de inflação. 
- Atividade econômica. 
- Instrumentos de política monetária. 
 
Unidade 04: Economia Aberta, Política Cambial, Balanço de Pagamentos e 
Reservas Cambiais. 
- Regimes Cambiais e tipos de câmbio. 
- Estrutura do Balanço de Pagamentos e a internacionalização de uma economia 
aberta. 
- Desvalorização/valorização cambial. 
- Reservas cambais. 
 
 
PUC Minas Virtual§3 
AVALIAÇÃO/DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS 
 
O aluno deverá obter, no mínimo, 70% dos 100 pontos distribuídos em cada 
disciplina do curso. Todos os 100 pontos são distribuídos em uma avaliação 
presencial. 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
ABEL, Andrew B.; BERNANKE,Ben S.; CROUSHORE, Dean. Macroeconomia. 6. 
ed. São Paulo: Pearson, 2008. 
 
DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley; STARTZ, Richard. Macroeconomia. 
11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
 
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
FROYEN, Richard T. Macroeconomia: teorias e aplicações. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009. 
 
GREMAUD, Amaury Patrick et al. Manual de economia.6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2011. 
 
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: 
Pearson, 2009. 
 
SIMONSEN, Mário Henrique; CYSNE, Rubens Penha. Macroeconomia. 4. Ed. 
São Paulo: Atlas, 2009. 
 
 
 
 
PUC Minas Virtual§4 
Unidade 01: Agentes econômicos, economia fechada e variáveis 
macroeconômicas. 
- Famílias, Empresas Governo, 
- Consumo das famílias, investimentos das empresas e gastos do governo. 
- Inflação, taxa básica de juros, desemprego e Produto Interno Bruto. 
 
 
Breve Comentário 
 
A economia é o estudo dos recursos escassos. A escassez significa que os 
recursos são limitados e, portanto, a sociedade não tem a sua disposição todos os 
bens e serviços que gostaria de ter. 
Desta maneira, não importa e posição geográfica que você está inserido, a 
economia é um grupo de pessoas que interage uma com as outras. 
A economia é dividida basicamente entre microeconomia e macroeconomia. 
Enquanto a primeira se refere ao estudo de como as famílias e empresas tomam 
suas decisões e interagem na sociedade; a segunda estuda a economia como um 
todo, ou seja, se foca em variáveis que afetam a sociedade. 
A macroeconomia é fascinante e desafiante, pois reduz os detalhes da 
economia em pontos essenciais. Ela abrange o comportamento econômico e as 
políticas que afetam o consumo, o investimento, o câmbio e a interação 
internacional de bens, serviços e fluxo de capital, os determinantes das variações 
nos preços, nos salários, as políticas econômicas (fiscal, monetária, cambial), 
além do orçamento do governo e a dívida pública. 
 
Unidade 01: Agentes econômicos, economia fechada e variáveis 
macroeconômicas. 
 
1.1) Agentes econômicos: Famílias, Empresas e Governo 
 
Toda economia é composta basicamente de três agentes econômicos; são 
eles: família (pessoas), empresas e o governo. 
Entende-se como o estudo de uma economia fechada quando se está 
interessado no estudo interno de um país, isto é, a interação desses três agentes 
sem trocas com o exterior. 
Esta é uma visão preliminar, uma vez que sempre uma economia terá, no 
mínimo que seja, em maior ou menor grau, relações com outras economias. 
Sendo assim, se apresentará a seguir o Diagrama do Fluxo Circular, que 
consiste em apenas dois tipos de tomadores de decisões: famílias e empresas. 
PUC Minas Virtual§5 
As empresas produzem bens e serviços usando os fatores de produção 
(insumos): terra (prédio, máquinas), trabalho (mão de obra) e capital 
(recursos financeiros – dinheiro). Vale ressaltar que todo fator de produção 
deve ser remunerado. A terra recebe aluguel, o trabalho recebe salários, e o 
capital recebe juros e/ou lucros. 
 
 
 
 
O Diagrama do Fluxo Circular 
 
Figura 1 – Fluxo Circular 
Fonte: MANKIW (2005) 
 
 
1.2) Economia Fechada 
 
Em uma sociedade moderna é praticamente impossível perceber uma 
sociedade que é fechada, ou seja, que não faz interação com outras sociedades. 
 Podemos pensar esse contexto de maneira histórica, quando lembramos de 
uma determinada tribo indígenas antes do “descobrimento” do Brasil. Somente há 
interação entre os membros dela mesma. No seu espaço geográfico vivem sem 
influências externas. Essa é uma boa metáfora para uma economia fechada. 
 Sabemos, contudo, que essa realidade é provavelmente inexistente hoje. 
Não conseguimos sequer imaginar essa possibilidade. 
MERCADO DE BENS E 
SERVIÇOS:
- empresas vendem;
- famílias compram.
MERCADO DE FATORES 
DE PRODUÇÃO:
- famílias vendem;
- empresas compram.
FAMÍLAS
- compram e 
consomem bens e 
serviços;
- são proprietárias e 
vendedoras dos fatores 
de produção;
EMPRESAS
- produzem e vendem 
bens e serviços;
- contratam e utilizam 
fatores de produção;
Fatores de 
Produção
Bens e 
Serviços 
vendidos
Bens e 
Serviços 
comprados
Trabalho, 
Terra e 
Capital
Salários, 
alugueis e lucro
Renda
GastosReceita
PUC Minas Virtual§6 
 No entanto, o exercício do estudo de uma economia fechada é de extrema 
importância para o desenvolvimento do pensamento macroeconômico. 
A economia fechada é a interação somente da sua própria sociedade, isto 
é, dos seus agentes econômicos (famílias, empresas e governo). 
 
 A premissa da economia é a escassez, sempre, independente do agente, 
ele será limitado e, porém, terá como limite o seu orçamento. 
As famílias têm sua renda e seus gastos, que compõe o seu orçamento. Uma 
parte da renda é consumida e a outra é (ou deveria ser) poupada. A renda advém 
da sua remuneração, normalmente salários mais qualquer outra renda adicional 
(renda com aluguel, rendimento de aplicações financeiras, etc). 
As empresas têm suas receitas advindas da venda (faturamento) de seus 
produtos e serviços. Osgastos das empresas são compostos por custos, despesas 
e investimentos. Após suas receitas ocorrem as deduções (impostos é a principal 
delas), custos e despesas. Os investimentos são realizações empresariais no 
intuito de crescimento e expansão. Contudo, é IMPORTANTE dizer que, para a 
macroeconomia, diversos gastos empresariais são entendidos como investimento. 
Exemplos: contratação de mão de obra, formação de estoques, aquisições 
(máquinas e equipamentos, etc). 
O Governo, como não poderia ser diferente, também tem suas receitas e 
gastos, bem como seu orçamento. A receita do governo advém tradicionalmente 
da arrecadação de tributos. O governo pode ter outras receitas também como, por 
exemplo, lucros (dividendos distribuídos) das empresas públicas (estatais), todas 
aquelas que o governo tem controle acionário ou participação. No entanto, a maior 
parte da receita do governo realmente advém dos tributos (impostos, taxas e 
contribuições). Já os seus gastos, são todos os seus desembolsos. A 
macroeconomia tem como sinônimo de gastos as despesas do governo, seja elas 
correntes, que ocorrem com frequência para o funcionamento da máquina pública, 
como os investimentos governamentais. 
Em síntese, essa interação deve ser entendida basicamente assim para 
maior facilidade do entendimento macroeconômico: As famílias consomem, as 
empresas investem, o governo gasta. 
 Obviamente é só uma maneira mais simples de dizer sobre a complexa 
atuação desses três agentes na economia. 
PUC Minas Virtual§7 
 
1.2.1) Equações econômicas – Identidade macroeconômicas 
 
De imediato, iniciamos o pensamento de uma economia simples, sem 
comércio exterior e ainda sem governo. Sua produção será denominada por Y. O 
consumo é indicado por C e os gastos com investimentos I. 
A produção vendida é consumida e aquela que ainda está sobre forma de 
estoques das empresas é considerada como investimento. Desta maneira 
podemos fazer nossa primeira identidade macroeconômica. 
 
Y = C+I (1) 
 
As empresas através de sua renda Y alocará seus recursos de maneira a 
consumir uma parte e poupar outra. A poupança é simbolizada por S. Desta 
maneira, podemos ainda escrever: 
 
Y = C + S (2) 
 
 
Então, as identidades 2 e 3 podem ser combinadas para: 
 
C+I = Y = C+S (3) 
 
Podemos então concluir que Investimento (I) é equivalente a Poupança (S). 
 
S = I (4) 
 
Na prática, entende-se que toda poupança deve gerar em algum momento 
investimento. 
As famílias também têm sua renda, que é composta de uma parte por 
poupança (S) e outra consumo (C). 
Com a introdução do governo, ainda na economia fechada podemos fazer os 
seguintes raciocínios: o governo tem suas receitas através de tributos (T) e 
gastos (G). Como as famílias são as pagadoras de impostos, direta ou 
PUC Minas Virtual§8 
indiretamente, podemos dizer, com introdução do governo, que a renda das 
famílias é Y – T, ou seja, a renda menos o que se paga de tributos é a renda 
disponível (Yd) das famílias. 
 Toda a produção de uma economia é equivalente à renda bruta. Portanto, 
como dizemos renda agregada (renda de toda uma economia) é equivalente ao 
produto agregado. Então podemos saber que renda agregada é igual ao produto 
agregado e produto agregado é sinônimo de Produto Interno Bruto (PIB). Assim, o 
Y de uma economia é sinônimo de PIB. 
 Podemos concluir que uma economia fechada pode ser expressa como: 
 
Y = C + I + G (5) 
 
 A renda agregada de uma economia ou seu produto agregado é 
composta pelo consumo das famílias em função da sua renda disponível; 
os investimentos das empresas e função do custo do capital, ou seja, taxa 
de juros; e, os gastos autônomos do Governo. (ver equação 6 abaixo) 
 
 Por fim, podemos redefinir nossa equação 5, para uma economia fechada, 
como: 
 
Y = C (yd) + I (r) + G (6) 
Sendo: 
Y: nível de renda agregada ou produto agregado (PIB). 
C: consumo agregado das famílias. 
yd: renda disponível è Y-T, sendo T: tributos (arrecadação). 
I: investimento das empresas. 
r ou i: taxa de juros. 
G: gastos autônomos do governo. 
 
ATENÇÃO: ESSA EQUAÇÃO 6 É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA 
ENTENDERMOS UMA ECONOMIA (VOLTAREMOS A ELA EM BREVE) 
 
PUC Minas Virtual§9 
 
1.3) Inflação, taxa básica de juros, desemprego e Produto Interno Bruto 
 
1.3.1) Inflação 
A origem da inflação se deve ao aumento generalizado e contínuo dos 
preços. 
 
A MOEDA 
 
Contudo, de maneira introdutória, esse aumento decorre devido à variação 
do valor dos bens e serviços através de suas trocas. Para tanto, deve-se nomear 
um “produto” que será trocado pelo bem comprado (veja o estudo de caso desta 
seção). Na sociedade é claro que fazemos isso através de dinheiro. O melhor 
termo primário para essa concepção na macroeconomia é a moeda. 
A moeda é a mais antiga representação do dinheiro. Os primeiros registros 
do uso da moeda datam do século VII antes de Cristo, quando já eram cunhadas 
na Lídia, reino da Ásia Menor, e também no Peloponeso, no Sul da Grécia. 
A moeda tem três funções básicas: 
- Meio de troca: instrumento com unidade de valor que serve para mediar as 
trocas aceitas pela sociedade. 
- Unidade de conta: serve para comparar o valor de diversos bens e 
serviços, um denominador comum. 
- Reserva de valor: uma pessoa que recebe uma moeda não precisa gastá-la 
imediatamente, podendo guardá-la e usá-la em um momento posterior. 
Com a evolução da sociedade o surgimento e evolução do sistema 
financeiro, a moeda tem vários níveis, chamados de agregados monetários (meios 
de pagamento). 
Para o Banco Central do Brasil, responsável pelo o controle da moeda, bem 
como do seu valor interno (inflação) e valor externo (câmbio) define como os 
novos conceitos de meios de pagamento por seus sistemas emissores, ou seja, a 
moeda será dividida em três níveis: M1, M2, M3 M4. 
 
Meios de Pagamento Restritos: 
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista. 
PUC Minas Virtual§10 
 
Meios de Pagamento Ampliados: 
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + 
títulos emitidos por instituições depositárias. 
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas 
registradas no Selic. 
 
Poupança financeira: 
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez 
 
Nesse sentido, o M1 é gerado pelas instituições emissoras de haveres 
estritamente monetários, o M2 corresponde ao M1 e às demais emissões de alta 
liquidez realizadas primariamente no mercado interno por instituições depositárias 
- as que realizam multiplicação de crédito. O M3, por sua vez, é composto pelo M2 
e captações internas por intermédio dos fundos de renda fixa e das carteiras de 
títulos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). O M4 
engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez1. 
 
ENTENDENDO A INFLAÇÃO 
 
De maneira mais concisa, podemos perceber que a inflação é a variação 
positiva na média dos preços. 
Quando ocorre uma queda dos preços, a inflação ganha um nome especial 
de deflação. 
 Qual é o malefício da inflação? O aumento dos preços é, na prática, a 
perda de poder de compra dos agentes econômicos, principalmente, das famílias. 
Ou seja, se há inflação, o bem ou serviço de hoje não é comprado pelo mesmo 
valor no futuro. 
Devemos diferenciar inflação de aceleração inflacionária. Quando dizemos 
que inflação do ano foi de 5%, por exemplo, estamos dizendo que naquele 
período, em média, os preços aumentaram 5%. Se essa taxa se mantém no ano 
seguinte, dizemos que há uma estabilidade da inflação (no aumento da inflação). 
 
1 Facilidade em transformar em dinheiro. 
PUC Minas Virtual§11 
Todavia, devemos lembrar que o nível da inflação é o mesmo, mas o os preços 
crescem no ritmo de 5%, em média. 
Se o nível de inflação aumentar para 7,5% em um ano, depois no seguinte 
para 11% eno outro mais ainda, dizemos que há uma aceleração inflacionária. 
Quando os níveis de inflação aumentam (aceleração) a níveis cada vez 
maiores, exemplo, 100%, dizemos que há uma hiperinflação2. 
 
TIPOS DE INFLAÇÃO 
 
Se se tomar as causas da inflação, podemos dividi-la em dois tipos básicos: 
inflação de demanda e inflação de custo. 
A inflação de demanda se caracteriza quando há um aumento de preço 
devido ao desequilíbrio entre a oferta e a demanda, isto é, quando há maior 
número de pessoas comprando do que a capacidade atual de oferta das empresas 
para atender essa demanda. 
Já a inflação de custos pode ser considerada uma inflação de oferta, que 
decorre do aumento dos custos das empresas que são repassados para os preços. 
São exemplos de pressões de custos: aumento no preço das matérias primas e 
insumos básicos, aumento dos salários, etc. 
Para a macroeconomia, podemos sintetizar assim: 
 
Inflação de demanda ocorre quando a demanda agregada é maior 
que a oferta agregada. 
Inflação de custos é decorrente da elevação dos custos da economia. 
 
MEDIDAS DE INFLAÇÃO NO BRASIL - INDICES DE INFLAÇÃO 
 
 Pense no seguinte caso hipotético: uma pessoa que ganha somente $ 100 
unidades monetárias (não importa qual é a moeda – real, dólar, etc) e assim que 
recebesse fosse no supermercado mais próximo e comprasse um saco de arroz da 
marca X por $ 10 unidades monetárias. Naquele mês sobraria para esse indivíduo 
90 unidades monetárias. No mês subsequente ele recebe os mesmos $ 100 e vai 
 
2 O Brasil já passou por diversos problemas inflacionários. O mais forte foi na década de 80 e início da de 90, onde 
chegamos ao um pico de hiperinflação que passou um pouca acima de 5.000% com média em torno de 2.200% ao ano. 
PUC Minas Virtual§12 
direto para o mesmo supermercado comprar o mesmo pacote de arroz da marca 
X, porém agora o preço é de $ 11. Então sobraria para ele somente $ 89. Se o 
pacote de arroz fosse o único produto da economia poderíamos afirmar que a 
inflação do período, no nosso caso um mês, é de 10% (diferença percentual de $ 
10 para $ 11). 
 A economia obviamente não tem somente arroz. Ela é composta de diversos 
bens e serviços. Temos além desse produto, feijão, tomate, carnes, transporte, 
etc. 
Com essa história podemos tirar duas conclusões: o aumento da inflação 
diminui o poder aquisitivo das pessoas; a inflação é o aumento médio dos preços 
de uma cesta de bens e serviços. 
Desta forma, há a necessidade de termos índices que acompanham a 
variação dos preços, isto é, índices de inflação. No Brasil temos diversos índices 
calculados por diversas instituições. Vejamos alguns: Índice de Preços por Atacado 
(IPA), Índice Nacional da Construção Civil (INCC), Índice Geral de Preços do 
Mercado (IGP-M), Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), Índice de 
Preço ao Consumidor Amplo (IPCA)3. 
Cada índice de inflação tem sua metodologia para cálculo, como dia de 
coleta de preços, cidades/regiões consultadas, bem como que cesta de bens e 
produtos é analisado, entre outros critérios. O IPCA, colocado em destaque, é 
calculado e acompanhado pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE). Contudo, existem outros órgãos como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) 
que calcula outros índices, um deles o IGP-M. 
 
 
Estudo de Caso 
 
Moeda em Campo de Prisioneiros de Guerra 
Uma forma incomum de moeda-mercadoria foi instituída em alguns campos 
nazistas de prisioneiros de guerra, durante a Segunda Guerra Mundial. A Cruz 
Vermelha fornecia diversas mercadorias aos prisioneiros, como alimentos, roupas, 
cigarros e assim por diante. Essas rações, no entanto, eram distribuídas sem 
 
3 O IPCA é o índice oficial que o Banco Central do Brasil utiliza para balizar sua Política Monetária. 
PUC Minas Virtual§13 
qualquer atenção às preferências pessoais. Por isso, eram com frequência 
ineficientes. Um prisioneiro podia preferir chocolate, enquanto outro preferia 
queijo e um terceiro queria uma camisa nova. Os gostos e dotações diferentes dos 
prisioneiros levaram-nos a negociar uns com os outros. 
O Escambo, no entanto, provou ser uma maneira inconveniente de distribuir 
esses recursos, porque exigia a dupla coincidência de anseios. Em outras palavras, 
um sistema de escambo não era a maneira mais fácil de garantir que cada 
prisioneiro recebesse os bens que mais apreciava. Até mesmo a economia restrita 
do campo de prisioneiros precisava de alguma forma de moeda para facilitar as 
transações. 
Eventualmente, os cigarros tornaram-se “moeda corrente” estabelecida, em 
que os preços eram fixados e as trocas efetuadas. Uma camisa, por exemplo, 
custava cerca de 80 cigarros. Os serviços também eram cotados em cigarros: 
alguns prisioneiros ofereciam-se para lavar as roupas de outros pelo custo de dois 
cigarros por peça. Até mesmo os não-fumantes ficavam felizes em aceitar cigarros 
como pagamento, sabendo do que poderiam trocá-los no futuro por algum bem 
que apreciassem. Dentro do Campo de prisioneiros de guerra, o cigarro tornou-se 
a reserva de valor, a unidade de conta e o meio de troca. (MANKIW, 2004, P54-
55) 
 
 
1.3.2) Taxa de Juros 
 
 A taxa básica de juros tem estrita relação com o nível de inflação, nível de 
atividade econômica e nível desemprego da economia. 
 Colocamos essa seção logo após a de inflação, porque no Brasil o Banco 
Central faz sua política monetária com foco na meta de inflação. 
 Os Bancos Centrais no mundo têm como propósito básico cuidar dos 
fenômenos monetários, ou seja, os efeitos sobre a moeda. Para tanto, ainda de 
maneira sintética, deve cuidar do valor interno da moeda (leia-se, inflação); e, 
cuidar do valor externo da moeda (leia-se, taxa de câmbio). 
 Para cumprir esses objetivos, o Banco Central tem alguns instrumentos de 
atuação. Entre eles definir o nível da taxa básica de juros. 
PUC Minas Virtual§14 
 No caso brasileiro, a meta de inflação do Brasil, definida pelo Conselho 
Monetário Nacional (CMN), é de 4,5% ao ano, com tolerância para mais ou para 
mais de uma variação de 1,5%. Dizemos que o centro da meta é 4,5% ao ano, 
com mínimo de 3% e máximo de 6%. 
 Essa tolerância de oscilação era de 2% até 2016, a partir de 2017 mudou-se 
para 1,5%. 
 A ideia básica é: quando a inflação está numa tendência acedente, para 
além do centro da meta, a taxa básica de juros Selic tende a aumentar; quando a 
inflação está convergindo para o centro da meta, sendo que estava antes superior 
a ela, tende a diminuir a taxa de juros. 
 Por que a taxa de juros tem relação com a inflação? O diagnóstico principal 
da inflação do Brasil tem sido uma inflação de demanda, porque em algumas 
vezes estamos em um momento de alto nível de atividade econômica, com pleno 
emprego (será visto na próxima seção) onde a oferta não acompanha na mesma 
velocidade a demanda ou porque está havendo um gasto excessivo do governo de 
maneira “desajustada”. 
 Não se preocupe se, neste momento, ficou um pouco vaga a informação, 
não fez sentido para você ou ainda não teve uma ideia de conjunto e associação. 
Essa parte será mais debatida principalmente na hora que falarmos sobre políticas 
econômicas. 
 Para finalizarmos essa seção devemos estar cientes que a taxa de juros que 
estamos falando não é aquela que os bancos cobram em seus empréstimos e 
financiamentos. A taxa é chamada básica porque servirá de referência para a 
economia. O governo pega dinheiro emprestado pagando juros em torno dessa 
taxa Selic. Como ainda o governo é o ante mais “poderoso” que apresenta o 
menor risco entre os agentes econômicos, a taxa básica de juros serve 
diretamente para o custo de dinheiro para ele. Para os demais agentes (empresas 
e famílias) que representam maior risco, terá uma taxa de juros maior, pois um 
risco maior deve representarum retorno maior. 
 A relação risco e retorno é um dos fundamentos de finanças. 
 
 1.3.3) Desemprego 
 
PUC Minas Virtual§15 
 Obviamente o contrário de desemprego é o emprego. Desta maneira 
iniciaremos esse tópico conceituando o emprego e suas relações com a sociedade 
e a economia 
 Em sentido amplo, o emprego é o uso do fator de produção por uma 
empresa. Estritamente, é a função, o cargo ou a ocupação remunerada exercida 
por uma pessoa. A oferta total de empregos que um sistema econômico pode 
proporcionar depende do que se produz, da tecnologia empregada e da política 
econômica governamental e empresarial. 
 Numa economia de mercado (basicamente todas as nações capitalistas), 
distinguem-se três categorias entre a população economicamente ativa: 
empregadores e, por vezes, os autônomos, ambos com recursos capazes de 
empregar pessoas. Já os empregados não precisão ter capital, pois dispõe da sua 
capacidade de trabalho e de algum empregador que irá contratá-lo. 
 O nível de emprego consiste na relação entre aqueles que podem e desejam 
trabalhar e os que efetivamente o conseguem. Os que possuem condições físicas 
ou mentais e desejo de enquadrar-se na divisão social do trabalho constituem a 
oferta da força de trabalho. 
 Essa oferta depende da situação econômica e social do país. Os aspectos 
sociais influem na oferta da força de trabalho na medida em que determinam a 
idade em que uma pessoa estaria habilitada ao desempenho de determinada 
atividade. 
 A procura de força de trabalho é o resultado da demanda de bens e 
serviços, do volume de mão de obra necessário para produzi-los e do grau em que 
a capacidade de produção das empresas é utilizado. 
 Todos esses fatores – e nível de emprego geral – dependem da existência 
de uma demanda de consumo por parte da população. Se essa demanda for 
relativamente baixa, parte da capacidade instalada das empresas ficará ociosa e 
parte da força de trabalho, desempregada. Para evitar que isso ocorra, os 
governos adotam certas medidas para elevar o consumo de mercadorias e 
serviços, de modo que a economia seja conduzida à situação de pleno emprego, 
na qual todos os que têm capacidade, aptidão e desejo de trabalhar possam 
efetivamente fazê-lo. 
 Desta forma, desemprego é a condição de individuo que tem capacidade de 
trabalho e deseja trabalhar e não consegue emprego. 
PUC Minas Virtual§16 
 Lembramos que todos os dias alguns trabalhadores perdem ou deixam o 
emprego, enquanto alguns trabalhadores desempregados são contratados. 
 A taxa de desemprego é a relação entre o número de trabalhadores 
desempregados dividido pela força de trabalho. 
 
 Adiante apresentamos dois conceitos muito utilizados no vocabulário 
econômico quando se fala de emprego/desemprego. 
 
 Pleno Emprego: situação em que a demanda de trabalho é igual ou inferior 
à oferta. Isso significa que todos os que desejarem vender sua força de trabalho 
pelo salário corrente terão condições de obter um emprego. Em termos globais, 
pleno emprego significa o grau máximo de utilização dos recursos produtivos 
(materiais e humanos) de uma economia. 
 
 Taxa Natural de Desemprego: é a taxa de desemprego que não pode ser 
reduzida pela elevação da demanda agregada. Segundo a teoria de da Curva 
Vertical de Philips, qualquer tentativa de reduzir essa taxa resultaria em processos 
de aceleração inflacionária. 
 Cada economia tem sua taxa considerada taxa natural de desemprego. A do 
Brasil deve estar em torno de 6% a no máximo 8%. 
 
 
ESTUDO DE CASO 
 
O DIA DE TRABALHO DE $ 5 DE HENRY DORD 
Em 1914, a Ford Motor Company começou a pagar $5 por dia a seus 
trabalhadores. O salário predominante na época era entre $2 e $3 por dia. Assim 
sendo, o salário de Ford estava bem acima do nível de equilíbrio. Não foi surpresa 
o fato de que longas filas de pessoas à procura de emprego se formassem na 
frente dos portões da fábrica da Ford, na esperança de uma oportunidade de 
ganhar esse salário mais alto. 
Qual era o motivo de Ford? Mais tarde, Henry Ford escreveu: “Queremos 
pagar esses salários para que a empresa tenha uma base duradoura. Estamos 
construindo para o futuro. Uma empresa que paga salários baixos é sempre 
PUC Minas Virtual§17 
insegura. [...] O pagamento de cinco dólares por dia, por uma jornada de oito 
horas de trabalho, foi uma das melhores economias de custos que já fizemos.” 
De pondo de vista da teoria econômica tradicional, a explicação de Ford 
parece estranha. Ele sugeria que salários altos acarretavam custos baixos. Talvez 
Ford tivesse descoberto a teoria do salário de eficiência. Talvez estivesse usando o 
salário alto para aumentar a produtividade do trabalhador. 
As evidências sugerem que pagar salários tão altos beneficiou a empresa. 
Segundo um relatório de engenharia escrito na ocasião. “o salário alto da Ford 
acaba com toda inércia e resistência do trabalho. [...] Os trabalhadores são 
absolutamente disciplinados, e é seguro dizer que todos os dias, desde o último 
dia de 1913, têm ocorrido grandes reduções nos custos de trabalho nas fábricas 
da Ford”. O absenteísmo caiu em 75%, sugerindo um considerável aumento no 
esforço de trabalho. Allan Nevins, historiador que estudou o início da Ford Motor 
Company, escreveu: “Ford e seus associados declararam com franqueza, em 
muitas ocasiões, que a política de salário alto acabou se tornando um bom 
negócio. Com isso, estavam querendo dizer que melhorara a disciplina dos 
trabalhadores, que passaram a ter um interesse mais leal pela instituição, e 
aumentaram sua eficiência pessoal” (MANKIW, 2005)’’ 
 
 
 
1.3.3) Produto Interno Bruto (PIB) 
 
O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas em um determinado país. 
Pode ser calculado de três maneiras diferentes. Pela renda agregada, pelo 
dispêndio ou pelo produto agregado. 
O IBGE é o responsável no Brasil pelo seu cálculo, apesar de outras 
instituições fazerem suas próprias estimativas, por exemplo, o Banco Central. 
O PIB está entre a melhor forma de medir a atividade econômica. Seu 
objetivo, portanto, é resumir em um único número o valor em unidade monetária 
(reais, no caso brasileiro). Normalmente sua mensuração é trimestral e anual. 
Se uma economia tivesse somente três produtos A, B e C, sendo os preços 
de $ 7, $ 10 e $ 20 e as quantidades de 10, 15 e 5, respectivamente, o PIB da 
nossa economia simplificada seria: 
PUC Minas Virtual§18 
PIB = (8 x 10 + 10 x 15 + 20 x 5) = 80 + 150 + 100 = $ 330 
Se no ano anterior o PIB tivesse sido de $ 300, poderíamos afirmar que o 
crescimento econômico ou atividade econômica, ou ainda, o crescimento do PIB 
teria sido de 10% [(330/300 – 1]x100. 
Entre sua atratividade, podemos dizer que uma economia com uma grande 
produção de bens e serviços pode satisfazer melhor às demandas de famílias, 
empresas e governo. 
Mas será que o PIB é uma boa medida de bem-estar econômico? 
Voltemos a nossa economia simples e seu PIB. Na economia que produz 
somente os bens e serviços A, B e C, o PIB pode aumentar por causa de uma 
elevação nos preços ou de uma elevação na quantidade. 
É fácil perceber que o PIB calculado dessa maneira não é uma boa medida 
do bem-estar econômico. Ou seja, essa medida não reflete de maneira acurada 
quão bem a economia pode satisfazer as demandas de famílias, empresas e 
governo. Se todos os preços aumentassem 1,5 vezes, sem qualquer mudança nas 
quantidades, o PIB cresceria 1,5 vezes, ou seja, 50%. Mas seria enganador dizer 
que dobrou a capacidade da economia de satisfazer as demandas, pois a 
quantidade de todos os bens e serviços produzidos permaneceu a mesma. 
Nesse contexto surgiu na economia o conceito de PIB nominal. 
Uma medida melhor do bem-estar econômico seria contar a produção de 
bens e serviços da economia sem qualquer influência das mudanças de preços. 
Para esse propósito temos o PIB real, que é o valor dos bens e serviços medidos 
descontando-sea inflação (deflator) do mesmo período. 
Como a capacidade de uma sociedade de proporcionar satisfação econômica 
e seus integrantes depende, em última análise, das quantidades de bens e 
serviços produzidos, o PIB real oferece uma medida melhor do que bem-estar 
econômico do que o PIB nominal. 
Voltando no nosso exemplo simples, sabendo que o PIB nominal cresceu 
10% e a inflação do mesmo período fosse de 4,5%, teríamos: 
 
PUC Minas Virtual§19 
 
 
 
A DIFERENÇA ENTRE PNB E PIB 
 
Como dissemos o PIB é a soma de toda riqueza produzida dentro de um 
país. Dessa maneira, mesmo que uma multinacional instalada no Brasil remeta 
seus lucros para o seu país de origem, exemplo, EUA, a riqueza por ela gerada 
será incorporada ao PIB, pois sua produção está no Brasil. 
Já o Produto Nacional Bruto (PNB) considera toda riqueza produzida por 
suas empresas independente do seu limite geográfico. Desta forma, toda riqueza 
produzida pela empresa filial no Brasil, será incorporado no PNB dos EUA. Em 
contrapartida, se temos filiais da Petrobrás, Vale, etc. em outros países, a riqueza 
produzida fora por elas, incorpora o PNB do Brasil. 
 
 
1.4) Inflação, Crescimento e Desemprego 
 
O desempenho macroeconômico é julgado por algumas medidas que 
introduzimos: a taxa de inflação, a taxa de crescimento atividade econômica – PIB 
e a taxa de desemprego. 
Notícias sobre estas três variáveis são notícias que afetam nossa vida diária. 
Quando a taxa de crescimento é alta, a produção de bens e serviços está 
aumentando, tornando possível uma elevação do padrão de vida. Nesse momento, 
o desemprego tende a diminuir. Contudo, se o crescimento da demanda dos 
consumidores, por terem mais renda crescer em uma velocidade maior do que a 
oferta isso trará uma pressão inflacionária, o que desequilibrará esse tripé. 
%26,51001
045,01
10,01Re
1001
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min1Re
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+
+
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Inflação
alPibNoalPib
PUC Minas Virtual§20 
Todas as vezes que o nível de emprego ou inflação tem algum descompasso 
na economia, o governo adota (ou deveria adotar) medidas econômicas para 
reequilibrá-la. 
Por vezes, mesmo a contragosto, o governo é levado a tomar medidas 
impopulares no curto prazo sanar algum problema econômico. 
É como se a economia fosse um paciente que sempre vai ao médico para 
ver como está sua saúde. O governo é esse médico, fica sempre satisfeito com a 
saúde do paciente, mas eventualmente, quando o paciente apresenta algum 
sintoma de doença, o médico deverá intervir. Se a situação do paciente ainda 
requerer somente remédios, isso será feito; se a situação requerer urgência, 
talvez uma intervenção mais impactante como uma cirurgia deverá ser realizada. 
 
 
1.5) O Ciclo de Negócios e o Hiato do Produto 
 
Como já deu para perceber, a inflação, o crescimento e o desemprego estão 
todos relacionados com o ciclo de negócios. O ciclo de negócios é um padrão mais 
ou menos regular de expansão (recuperação) e de contração (recessão) da 
atividade econômica em torno de uma trajetória de tendência de crescimento. 
No auge do crescimento cíclico, a atividade econômica é alta em relação à 
tendência; quando há o declínio o ponto mais baixo é atingido. Inflação, 
crescimento e desemprego têm todos padrões cíclicos. 
Ao longo do tempo o PIB real muda por duas razões: primeiro, muitos 
recursos tornam-se disponíveis: o tamanho da população aumenta, as empresas 
adquirem maquinário ou expandem suas instalações, a terra para cultivo é 
melhorada, o estoque de conhecimento aumenta e novos bens e métodos de 
produção são inventados ou introduzidos. Este aumento na disponibilidade de 
recursos permite que a economia produza mais bens e serviços, o que resulta em 
um aumento do nível tendencial de produção. Segundo, pode ocorrer também o 
caso de todos os fatores não serem totalmente empregados todo o tempo. 
O produto não está sempre no nível da sua tendência, isto é, o nível 
correspondente ao pleno emprego dos fatores de produção. Ao contrário, o 
produto sempre flutua em torno do seu nível de tendência. 
PUC Minas Virtual§21 
Durante uma expansão econômica (ou recuperação), o emprego dos fatores 
de produção aumenta e isto implica uma fonte de aumento do produto. O produto 
pode aumentar para um nível acima da tendência, pelo fato de as pessoas 
oferecerem mais trabalho (horas extras) e de o maquinário ser usado por 
inúmeros turnos. 
Por outro lado, durante uma recessão, o desemprego aumenta e menos 
produto é produzido em relação ao que poderia ser com os recursos e a tecnologia 
existentes. 
O hiato do produto mede o hiato entre o produto real e o produto 
que a economia poderia produzir com o pleno emprego dos recursos 
existentes. O produto de pleno emprego é também de chamado de 
produto potencial.
 
 
 Assim finalizamos a primeira parte desse material. Esses são fundamentos 
básicos e muito importantes para avançarmos no estudo de cenários 
macroeconômicos. 
 
 
PUC Minas Virtual§22 
ESTUDO DE CASO 
 
O CRESCIMENTO DOS TIGRES ASIÁTICOS 
 As experiências de crescimento mais espetaculares na historio recente talvez 
tenham sido os casos dos Tigres Asiáticos: Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul e 
Taiwan. De 1966 a 1990, enquanto a renda real por capita crescia cerca de 2% ao 
ano nos Estados Unidos, subia mais de 7% ao ano em cada um desses países. No 
curso de uma única geração, a renda real per capita aumentou cinco vezes, 
levando os Tigres Asiáticos da posição dos países mais pobres do mundo para a 
posição dos mais ricos. 
 O que explica esses milagres de crescimento? Alguns comentaristas 
argumentam que é difícil conciliar o sucesso desses quatro países com a teoria 
básica de crescimento, como o modelo de crescimento de Solow, em que a 
tecnologia cresce a uma taxa exógena constante. Eles têm sugerido que o rápido 
crescimento desses países se explica pela sua capacidade de imitar as tecnologias 
estrangeiras. Ao adotarem a tecnologia desenvolvida no exterior, continua o 
argumento, esses países conseguiram melhorar suas funções de produção de 
maneira substancial, num período relativamente curto. Se o argumento é correto, 
esses países devem ter experimentado um período de excepcional rapidez de 
crescimento da produtividade total dos fatores. 
 Um estudo recente contribuiu bastante para esclarecer a questão, 
examinando em detalhes os dados desses quatro países. O estudo mostrou que o 
crescimento excepcional desses países pode ser ligado a grandes aumentos dos 
insumos de fatores medidos: aumentos da participação da força de trabalho, 
aumentos do estoque de capital e aumentos do nível de escolaridade. Na Coréia 
do Sul, por exemplo, a proporção investimento-PIB aumentou de cerca de 5% na 
década de 1950 para cerca de 30% na década de 80; o percentual da população 
economicamente ativa que tinha pelo menos o segundo grau passou de 26% em 
1966 para 75% em 1991. 
 Depois que consideramos o crescimento do trabalho, do capital e do capital 
humano, resta pouco a explicar no crescimento do produto. Nenhum desses 
quatro países experimentou um crescimento excepcionalmente rápido da 
produtividade total dos fatores. Na verdade, o crescimento médio da 
produtividade total dos fatores do Tigres Asiáticos foi quase igual ao que se 
PUC Minas Virtual§23 
registrou nos Estados Unidos. Assim, embora o rápido crescimento desses países 
tenha sido impressionante, é fácil explicá-lo pelo uso dos instrumentos da teoria 
básica do crescimento. 
(MANKIW, 2005) 
 
 
PUC Minas Virtual§24 
Unidade 02: Política Fiscal e endividamento do setor público. 
- Receitas e Gastos do Governo. 
- Tipos de tributos e tipos de despesas e investimento. 
- Níveis de Superávit/Déficit Público. 
 
 
Unidade 02: Política Fiscal e endividamento do setor público. 
 
Aqui centralizaremos nossa atenção nas políticas desenvolvidas pelo 
governo central, ou seja, a União,representada em última instância pelo 
presidente do país. 
Todo governo, de maneira explícita ou implícita está executando políticas 
econômicas que podem ser divididas basicamente em três: política fiscal, política 
monetária e política cambial. Alguns autores acrescentam a política de rendas, 
contudo, percebe-se que nada mais é do que o reflexo das demais políticas. 
Desta maneira, veremos nesta e nas próximas unidades essas três políticas 
econômicas elencadas. A medida que avançarmos, relacionaremos cada uma delas 
com todo o conteúdo apresentado nesse material. 
 
2.1) Política Fiscal: Receitas e Gastos do Governo 
 
A política fiscal é de responsabilidade do Ministério da Fazenda. O Ministério 
através de duas de suas secretarias: Secretaria da Receita Federal e Secretaria do 
Tesouro Nacional utilizam-se de, basicamente, dois instrumentos, que são: 
receitas e gastos. 
O Ministério da Fazenda, segundo seu próprio site “é o órgão que na 
estrutura administrativa da República Federativa do Brasil cuida basicamente da 
formulação e execução da política econômica” (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2017). 
 
Dentro desse Ministério, podemos citar seus Órgãos Específicos Singulares: 
- a Procuradoria Geral da Fazenda; 
- a Secretaria da Receita Federal do Brasil; 
- a Secretaria do Tesouro Nacional; 
- a Secretaria de Política Econômica; 
PUC Minas Virtual§25 
- a Secretaria de Acompanhamento Econômico; 
- a Secretaria de Assuntos Internacionais; 
- e, a Escola de Administração Fazendária. 
 
 
Duas dessas Secretarias merecem sobremaneira a nossa atenção para 
entendermos a política fiscal no seu conceito fundamental; são elas: a Secretaria 
da Receita Federal do Brasil; e a Secretaria do Tesouro Nacional. 
 
A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão específico, singular, 
subordinado ao Ministério da Fazenda, exercendo funções essenciais para que o 
Estado possa cumprir seus objetivos. É responsável pela administração dos 
tributos de competência da União, inclusive os previdenciários, e aqueles 
incidentes sobre o comércio exterior, abrangendo parte significativa das 
contribuições sociais do País. 
Já a Secretaria do Tesouro Nacional, criada somente em 1986, por meio do 
Decreto nº 92.452, veio assumir as atribuições da Comissão de Programação 
Financeira e da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Fazenda, 
incorporando também as funções fiscais. 
Sua criação representou um passo fundamental para o fortalecimento das 
finanças públicas do país, consolidando a modernização institucional e a 
sistematização da gestão dos recursos públicos. 
O desafio do Tesouro era, então, colocar em ordem as contas públicas do 
Brasil. Isso consistiu em substituir, em 1988, a conta Movimento do Governo no 
Banco do Brasil pela Conta Única do Tesouro no Banco Central (Bacen); permitir 
que a administração e o controle das finanças federais ficassem associados à 
execução financeira das unidades gestoras; unificar os orçamentos, atrelando os 
gastos governamentais à prévia autorização do Congresso Nacional. 
Essas duas Secretarias são de fundamental importância para entendermos 
política fiscal, visto que trata da receita e dos gastos do governo. 
Podemos dizer que a política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais 
o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a 
estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos. 
A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico 
PUC Minas Virtual§26 
sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função 
redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. Por fim, a função 
alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, 
compensando as falhas de mercado. 
Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes ângulos, 
que podem focar na mensuração da qualidade do gasto público bem como 
identificar os impactos da política fiscal no bem-estar dos cidadãos. Para tanto 
podem ser utilizados diversos indicadores para análise fiscal, em particular os de 
fluxos (resultados primário e nominal) e estoques (dívidas líquida e bruta). A 
saber, estes indicadores se relacionam entre si, pois os estoques são formados por 
meio dos fluxos. Assim, por exemplo, o resultado nominal apurado em certo 
período afeta o estoque de dívida bruta. 
O resultado fiscal primário é a diferença entre as receitas primárias e as 
despesas primárias durante um determinado período. Isto é, receitas menos 
despesas excetuando aqueles de origem financeira. O resultado fiscal nominal, por 
sua vez, é o resultado primário acrescido do pagamento líquido de juros 
(considerando as correções monetárias/cambiais). Assim, fala-se que o Governo 
obtém superávit fiscal quando as receitas excedem as despesas em dado período; 
por outro lado, há déficit quando as receitas são menores do que as despesas. 
No Brasil, a política fiscal é conduzida com alto grau de responsabilidade 
fiscal. O uso equilibrado dos recursos públicos visa a redução gradual da dívida 
líquida como percentual do PIB, de forma a contribuir com a estabilidade, o 
crescimento e o desenvolvimento econômico do país. Mais especificamente, a 
política fiscal busca a criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos 
e a ampliação da rede de seguridade social, com ênfase na redução da pobreza e 
da desigualdade. 
 
2.1.1) RECEITAS 
 
A principal receita ou arrecadação do Governo são os tributos. Os tributos 
estão subdivididos em: 
 
PUC Minas Virtual§27 
 
Tributos: 
• Imposto Diretos: são aqueles que o fato gerador é ter propriedade de 
algum bem ou direito. São exemplos de impostos diretos da União, 
dos Estados e dos Municípios, respectivamente: 
- Imposto de Renda (IR). 
- Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA). 
- Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU). 
 
• Impostos Indiretos: são aqueles que se paga ao consumir algum 
produto ou serviço sem mesmo percebê-lo; são exemplos de impostos 
indiretos da União, dos Estados e dos Municípios, respectivamente: 
- Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). 
- Imposto sobre Circulação de Mercadores e Serviços (ICMS). 
- Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN). 
 
• Taxas: são os pagamentos que os indivíduos pagam como 
remuneração de serviços especiais que o Estado lhes presta 
diretamente ou pela utilização normal de coisa do seu domínio 
patrimonial. Exemplos: taxa de iluminação pública, taxa de 
licenciamento, taxa de renovação de carteira de motorista. 
 
• Contribuições: chamadas de contribuição especial ou de melhoria têm 
destinação específica. São exemplos de contribuições: Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Contribuição 
Sobre o Lucro Líquido (CSLL). 
 
 
2.1.2) GASTOS 
 
Os gastos são todos os desembolsos que o governo realiza. Adiante segue 
sua classificação econômica: 
 
• Despesas Correntes: 
PUC Minas Virtual§28 
- Despesas com custeio (pessoal, encargos sociais, juros); 
- Transferências correntes (Estados, Municípios). 
 
As despesas correntes são aquelas que ocorrem de maneira corriqueira, 
associado à atividade do governo. 
As despesas de custeio, portanto, são para CUSTEAR a máquina pública, ou 
seja, custear seu funcionamento. 
Os juros estão incluídos nessa classificação. Historicamente os governos têm 
endividamento, não só o Brasil. O endividamento em si não é um problema e sim 
o perfil do seu endividamento; como: o nível de endividamento, o prazo e o custo 
(taxa de juros). Como é rotina o governo se endividar e pagar juros, vejo dessa 
maneira uma justificativa para sua classificação como despesa corrente. 
As transferências correntes são parte dos recursos arrecadados que devem 
ser transferidos para estados e municípios por obrigação legal. 
 
• Despesas de Capital: 
- Investimentos;- Inversões financeiras; 
- Transferências de capital (repasses de recursos entre esferas 
governamentais visando inv. e inversões fin.) 
 
Os investimentos são todos os recursos destinados a novas obras e novas 
aquisições governamentais. 
Inversão financeira é antagônica a explicação do investimento. Quando o 
governo adquire algum bem já existente, por exemplo, um imóvel, isso não é 
considerado investimento e sim uma inversão financeira. 
As transferências de capital é o recurso que se passa de uma esfera a outra 
com o propósito de investimento ou inversão financeira. 
 
2.2) RELAÇÃO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT E O ENDIVIDAMENTO 
 
Toda vez que um indivíduo gasta mais do que recebe ele deve ser financiado 
por terceiro, senão a conta não fecha. O terceiro de um cidadão comum pode ser 
o banco através do empréstimo, do limite especial, cartão de crédito, etc. 
PUC Minas Virtual§29 
Essa analogia não é muito diferente para o governo. Toda vez que o governo 
incorre em um déficit nominal, significa necessariamente que foi financiado. Mas 
por quem? 
Antes mesmo de responder essa pergunta, toda vez que há déficit nominal, 
a dívida do governo aumenta. 
Pois bem, quem financia o governo é o mercado. Mas de maneira adjacente, 
surge a pergunta, quem é o mercado? O mercado pode ser qualquer um. Na 
prática, quem financia o governo somos nós, quando temos alguns tipos de 
aplicações financeiras; são os bancos; são os investidores estrangeiros; são as 
seguradoras; os fundos de pensão; etc. 
 A Secretaria do Tesouro cuida dos gastos do governo e administra a sua 
dívida. 
O orçamento do governo em vários momentos de sua história apresenta 
déficit, por consequência isso vai gerar nova necessidade de captação de recursos 
(dívida) no mercado. 
Isso é tão comum que semanalmente o governo brasileiro pega emprestado 
bilhões de reais. Esse empréstimo é realizado através dos chamados Títulos 
Públicos. 
Normalmente o governo pega um empréstimo novo para pagar um 
empréstimo antigo. Isso se chama rolagem da dívida. 
É notório no mundo, que o governo que mantém uma vida financeira 
(condição fiscal) adequada, impactará positivamente o controle da inflação e na 
taxa básica de juros do país. 
No lado contrário o desajuste fiscal traz consequências danosas para 
economia e, por efeito, para a sociedade. Os efeitos mais comuns são: pressões 
inflacionárias, aumento da taxa de juros e aumento da dívida do próprio governo. 
Um desajuste hoje implica necessariamente um ajuste no futuro. 
Seja ajuste ou desajuste fiscal, ele ocorre de duas maneiras: 
 - Desajuste fiscal (contas desequilibradas do governo): gastos maiores que 
as receitas. Origem, aumento ao longo do tempo dos gastos maior que o aumento 
na receita. Ou, diminuição da receita com permanência ou aumento dos gastos. 
 - Ajuste fiscal: aumentar as receitas (tributos) e/ou diminuir gastos. 
 
PUC Minas Virtual§30 
A primeira sinalização do governo para o controle de suas contas (condição 
fiscal) é a meta de superávit primário, isto é, receitas não financeiras menos 
despesas não financeiras. É um valor aprovado pelo Congresso Nacional 
normalmente divulgado e comparado como um percentual em relação ao PIB. 
Síntese dos níveis de déficit ou superávit público: 
 
• Primário: receitas não financeiras menos gastos não financeiros (exceto 
pagamento de juros e correções monetárias e cambiais); 
 
• Operacional: inclui pagamento de juros; 
 
• Nominal: superávit/déficit total do governo, incluindo juros e correções 
monetárias e cambiais. 
 
 
 
2.3) A Dívida em Grandes Números 
Nesta seção você dispõe de uma visão geral dos principais indicadores da 
Dívida Pública Federal, como seu estoque, sua composição por indexador e prazo, 
sua distribuição por detentor e seu prazo e custo médios. Estatísticas adicionais e 
séries históricas dos indicadores podem ser encontradas no Relatório Mensal da 
Dívida Pública Federal e na Central de Informações. Vide dados sempre 
atualizados em: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/a-divida-em-grandes-
numeros 
 
 
 
PUC Minas Virtual§31 
 
 Fonte: Tesouro Nacional mar. 2017. 
 
PUC Minas Virtual§32 
 
 Fonte: Tesouro Nacional mar. 2017. 
 
 
 
 
 Fonte: Tesouro Nacional mar. 2017. 
 
PUC Minas Virtual§33 
 
 
 Fonte: Tesouro Nacional mar. 2017. 
 
Fique por dentro e atualizado: 
Resultado Fiscal: https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/resultado-do-
tesouro-nacional 
Dívida Pública: https://www.tesouro.fazenda.gov.br/a-divida-em-grandes-
numeros 
Leilões do Governo (captação/emissão do governo através de títulos 
públicos): http://www.tesouro.gov.br/resultados-dos-leiloes 
 
 
PUC Minas Virtual§34 
ESTUDO DE CASO 
POUPANÇA E INVESTIMENTO AO REDOR DO MUNDO 
 
Por que alguns países são tão ricos, enquanto outros se mantém atolados na 
pobreza? Nossa análise levou-nos para mais perto da resposta. Segundo o modelo 
Solow, se um país destina uma grande fração de sua renda à poupança e ao 
investimento, terá um alto estoque de capital de estado estacionário e um elevado 
nível de renda. Se uma nação poupa e investe apenas uma pequena fração da sua 
renda, o capital de estado estacionário e a renda serão baixos. 
Estudaremos agora alguns dados para verificar se esse resultado teórico de fato 
ajuda a explicar a grande variação internacional em padrões de vida. A Fig. 7-6 
apresenta dados de 84 países. (A figura incluiu a maioria das economias do 
mundo. Excluiu os países que são grandes produtores de petróleo e os países que 
foram comunistas durante a maior parte desse período, porque suas experiências 
são explicadas por circunstâncias especiais.) Os dados indicam uma relação 
positiva entre fração de produção destinada a investimento e o nível de renda per 
capita. Ou seja, países com elevadas taxas de investimentos, como os Estados 
Unidos e o Japão, em geral têm rendas altas, enquanto países com baixas taxas 
de investimento, como Uganda e Chade, têm rendas baixas. Assim, os dados são 
coerentes com a previsão do modelo de Solow de que a taxa de investimento é 
um determinante fundamental para um país ser rico ou pobre. 
 
 
PUC Minas Virtual§35 
 
 
A forte correlação mostrada nessa figura é um fato importante, mas 
acarreta tantas perguntas quantas esclarece. Naturalmente, pode-se perguntar: 
por que as taxas de poupança e investimento variam tanto de um país para outro? 
Há muitas respostas potenciais, como política fiscal, padrões de aposentadoria, o 
desenvolvimento de mercados financeiros e diferenças culturais. Além disso, a 
estabilidade política pode desempenhar um papel: não surpreende que as taxas de 
poupança e investimento tendam a ser baixas em países com frequentes guerras, 
revoluções e golpes de estado. A poupança e o investimento também tendem a 
ser baixos em países com instituições políticas precárias, de acordo com as 
estimativas de corrupção oficial. Uma interpretação final das evidências na Fig. 7-
6 é de uma causalidade inversa: talvez elevadas taxas de renda estimulem de 
alguma maneira elevadas taxas de poupança e investimento. Infelizmente não há 
consenso entre os economistas sobre qual é a mais importante entre as muitas 
explicações possíveis. 
A associação entre taxas de investimento e de renda per capita é bastante 
forte. Pode ser uma importante indicação sobre o motivo pelo qual alguns países 
são ricos e outros pobres, mas não é toda a história. A correlação entre essas 
duas variáveis está longe de ser perfeita. México e Zimbábue, por exemplo, têm 
taxas de investimento semelhantes, mas a renda per capita no México é mais do 
PUC Minas Virtual§36 
que três vezes superior. Deve haver outros determinantes dos padrões de vida 
além da poupança e do investimento.4 
(MANKIW, 2005) 
 
 
 
4 Que tiver mais interesse estudo o Modelo se Solow. Nele, inclusivediz que uma das variáveis não explicadas no estudo de 
caso para o desenvolvimento de determinadas economias é o avanço tecnológico. 
PUC Minas Virtual§37 
Unidade 03: Política Monetária. 
- Metas de inflação. 
- Atividade econômica. 
- Instrumentos de política monetária. 
 
Unidade 03: Política Monetária 
 
A política monetária de um país é executada pelo o Banco Central. 
Conhecido como o Banco dos Bancos. 
Os bancos centrais têm como propósito cuidar dos fenômenos da moeda. 
Desta forma, tanto o valor interno – moeda local; quanto o valor externo – câmbio 
são objetos de atenção do Banco Central. 
Todavia, a preocupação central da maioria dos bancos centrais é o controle 
inflacionário (valor interno da moeda) e, para alguns deles, também o nível de 
atividade econômica monitorado pelo nível de emprego. 
Hoje, quase todos os bancos centrais trabalham com o conceito de meta 
inflacionária, ou seja, um nível de inflação que o Banco Central julga ser sadio 
para aquela economia. 
A inflação alta tem seus malefícios, já elencadas na seção inflação. Contudo, 
poderia surgir a seguinte pergunta: e uma inflação zero (0%) ou uma inflação 
negativa (deflação) por que ela não é objetivo, meta dos bancos centrais? 
A resposta dessa pergunta está relacionada à atividade econômica. Uma 
inflação muito baixa, zero ou deflação são reflexos de uma economia que seu 
consumo (demanda) está muito aquém da oferta, o que impactará no nível da 
atividade da econômica. Se o consumo é baixo, as empresas vendem pouco; se as 
empresas vendem pouco, elas diminuem seu lucro, seu nível de produção e 
podem chegar até mesmo a apresentar prejuízos. Isso significará uma 
necessidade de reduzir custos e despesas que provavelmente afetará o emprego: 
diminuição de contratações; e, muito mais provável, demissão, causando um 
maior nível de desemprego. 
Portanto, a meta inflacionária é um nível de inflação maior do que zero de 
tal maneira que seja um equilíbrio entre nível de emprego/atividade econômica e 
o valor da moeda para manter o poder de compra em patamar adequado. 
PUC Minas Virtual§38 
O Banco Central do Brasil foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 
1964. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional 
(CMN) e é responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo 
por objetivos, segundo seu próprio site institucional: 
• zelar pela adequada liquidez da economia; 
• manter as reservas internacionais em nível adequado; 
• estimular a formação de poupança; 
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do 
sistema financeiro. 
 
Dentre suas atribuições estão: 
 
• emitir papel-moeda e moeda metálica; 
• executar os serviços do meio circulante; 
• receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições 
financeiras e bancárias; 
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições 
financeiras; 
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros 
papéis; 
• efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
• exercer o controle de crédito; 
• exercer a fiscalização das instituições financeiras; 
• autorizar o funcionamento das instituições financeiras; 
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de 
direção nas instituições financeiras; 
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e 
de capitais e; 
• controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. 
 
PUC Minas Virtual§39 
Todas essas tarefas se resumem pela meta inflacionária de 4,5% ao ano5. E 
a partir de 2017 foi estabelecida uma tolerância de oscilação de 1,5% para mais 
ou para menos. 
Como há tolerância de oscilação, os 4,5% ficou conhecido com o centro da 
meta. 
Para atingir esse objetivo, entre todas as tarefas apresentadas acima, 
quatro são destaques como instrumentos clássicos de política monetária ou 
controle monetário: 
• Taxa de recolhimento compulsório; 
• Taxa de redesconto; 
• Operações de mercado aberto – open market; 
• Taxa de juros (Selic). 
 
A taxa de recolhimento compulsório é uma alíquota que incide sobre todos 
os depósitos a vista (depósitos em conta concorrente nos bancos) e alguns 
depósitos a prazo (alguns tipos de aplicações financeiras). 
Vejamos um exemplo hipotético: 
Um depósito de $ 1.000,00 é feito na conta de um correntista. Se os bancos 
não tivessem nenhuma restrição eles pegariam esse valor e emprestaria para 
outra pessoa. Contudo, se há, por exemplo, uma taxa de 40% de recolhimento 
compulsório, $ 400,00 serão recolhidos ao Banco Central. E, desta maneira, o 
banco poderá reemprestar $ 600,006. Obviamente, para o correntista, ele tem um 
crédito com o banco de $ 1.000,00 e pode sacá-lo a qualquer momento. 
Além de reduzir o risco do sistema bancário, a taxa de recolhimento 
compulsório tem como objetivo aumentar ou diminuir o crédito disponível no 
mercado, visto que quanto menor a Taxa, mais dinheiro o banco poderá 
reemprestar; quanto maior a Taxa menos recursos o banco terá disponível para 
reemprestar. 
A taxa de redesconto é uma taxa de juros que o Banco Central cobra para 
empréstimos que por ventura for solicitado pelos bancos. Portanto, se o banco 
necessitar de recursos quanto tiver problemas financeiros ele poderá recorrer ao 
 
5 A meta de inflação é determinada todos os anos, contudo há diversos anos o centro da meta é de 4,5%. Para os anos de 
2019 e 2020 a meta de inflação já estão definidas em 4,25% e 4,0%, respectivamente, mantendo um intervalo de tolerância 
de 1,5%. (vide link: http://www.bcb.gov.br/Pec/relinf/Normativos.asp ) 
6 Esse é um exemplo simples. Há outras obrigações do banco além do recolhimento compulsório. 
PUC Minas Virtual§40 
Banco Central e acessar essa linha de crédito e pagar a taxa de redesconto. Esse 
instrumento na prática quase não é utilizado, visto que os bancos têm outras 
formas de captar dinheiro, inclusive no mercado interbancário7. 
As operações de mercado aberto ou open market é a possibilidade de o 
Banco Central comprar e vender títulos públicos com fins de política monetária. 
Tal mecanismo serve para aumentar ou diminuir o dinheiro na economia, chamado 
meio circulante. Quando o Banco Central vende Títulos significa que o comprador 
terá que pagar por esse título determinado valor (em troca de juros) ao Banco 
Central, isto é, sairá recursos do mercado e fica com o Banco Central. Quando o 
Banco Central sentir necessidade de colocar mais dinheiro no mercado ele fará a 
operação contrária, o próprio Banco comprará os Títulos que estão no mercado e, 
por efeito, colocará mais dinheiro na economia por ter pagado pelos Títulos. 
 
A taxa básica de juros (meta Selic) é o instrumento mais 
acompanhado pelos economistas e demais agentes no mercado, 
considerado o mais importante. É definida pelo Banco Central do Brasil a 
cada um mês e meio através das reuniões do Comitê de Política Monetária 
(Copom). 
Abaixo descreveremos o Copom para melhor entendermos esse mecanismo. 
 
O COPOM 
 
O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 
1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir 
a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior transparência e 
ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo 
Federal Open Market Committee (FOMC) do banco central dos Estados Unidos e 
pelo Central Bank Council, do banco central da Alemanha. Em junho de 1998, o 
Banco da Inglaterra também instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), 
assim como o Banco Central Europeu, desde a criação da moeda única em janeiro 
de 1999. Atualmente, uma vasta gama de autoridades monetárias em todo o 
 
7Vide o mercado interbancário através do Certificado de Depósito Interbancário (CDI)PUC Minas Virtual§41 
mundo adota prática semelhante, facilitando o processo decisório, a transparência 
e a comunicação com o público em geral. 
Desde 1996, o Regulamento do Copom tem sido atualizado no que se refere 
ao seu objetivo, à periodicidade das reuniões, à composição e às atribuições e 
competências de seus integrantes. Essas alterações visaram não apenas 
aperfeiçoar o processo decisório no âmbito do Comitê, como também refletiram as 
mudanças de regime monetário. 
Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 de junho de 1999, da 
sistemática de metas para a inflação como diretriz de política monetária. Desde 
então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para 
a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo o mesmo 
Decreto, se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central 
divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda8, os motivos do 
descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de 
inflação aos limites estabelecidos. 
Formalmente, os objetivos do Copom são: "implementar a política 
monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o Relatório 
de Inflação". A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa 
Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, 
apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o 
período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom também 
pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para 
alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as 
reuniões ordinárias. 
As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em dois dias: a primeira sessão 
às terças-feiras e a segunda às quartas-feiras. Mensais desde 2000, o número de 
reuniões ordinárias foi reduzido para oito ao ano a partir de 2006, sendo o 
calendário anual divulgado até o fim de junho do ano anterior. O Copom é 
composto pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil: o 
presidente, que tem o voto de qualidade; e os diretores de Administração, 
Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fiscalização, 
Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, 
 
8 Veja a Carta Aberta de 2016 http://www.bcb.gov.br/htms/relinf/carta2016.pdf 
PUC Minas Virtual§42 
Política Econômica, Política Monetária, Regulação do Sistema Financeiro, e 
Relacionamento Institucional e Cidadania. Também participam do primeiro dia da 
reunião os chefes dos seguintes departamentos do Banco Central: Departamento 
de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), Departamento de 
Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento Econômico (Depec), 
Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das Reservas 
Internacionais (Depin), Departamento de Assuntos Internacionais (Derin), e 
Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin). A 
primeira sessão dos trabalhos conta ainda com a presença do chefe de gabinete 
do presidente, do assessor de imprensa e de outros servidores do Banco Central, 
quando autorizados pelo presidente. 
No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma 
análise da conjuntura doméstica abrangendo inflação, nível de atividade, evolução 
dos agregados monetários, finanças públicas, balanço de pagamentos, economia 
internacional, mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado monetário, 
operações de mercado aberto, avaliação prospectiva das tendências da inflação e 
expectativas gerais para variáveis macroeconômicas. 
No segundo dia da reunião, do qual participam apenas os membros do 
Comitê e o chefe do Depep, sem direito a voto, os diretores de Política Monetária e 
de Política Econômica, após análise das projeções atualizadas para a inflação, 
apresentam alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem 
recomendações acerca da política monetária. Em seguida, os demais membros do 
Copom fazem suas ponderações e apresentam eventuais propostas alternativas. 
Ao final, procede-se à votação das propostas, buscando-se, sempre que possível, 
o consenso. A decisão final - a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver - é 
imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo em que é expedido 
Comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). 
Vejamos a trajetória da taxa básica de juros definida pelo Copom de 2013, 
mínima histórica da época a fevereiro de 2017: 
PUC Minas Virtual§43 
 
 
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 da 
terça-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de 
seis dias úteis, sendo publicadas na página do Banco Central na internet ("Atas do 
Copom") e para a imprensa. 
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o 
Copom publica o documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a 
conjuntura econômica e financeira do País, bem como apresenta suas projeções 
para a taxa de inflação. 
 
Fique por dentro e atualizado: 
• Meta de inflação e tolerância de oscilação: 
http://www.bcb.gov.br/Pec/relinf/Normativos.asp 
• Taxa básica de juros atual e seu histórico: 
https://www.bcb.gov.br/Pec/Copom/Port/taxaSelic.asp 
 
 
PUC Minas Virtual§44 
ANALISANDO A POLÍTICA FISCAL E MONETÁRIA EM UMA ECONOMIA 
FECHADA 
 
A seguir apresentaremos o Modelo IS-LM de maneira simples para facilitar a 
interpretação de cenários macroeconômicos. 
Qualquer livro de economia apresenta esse Modelo. 
A Curva IS (ou reta IS) é chamada curva de bens e serviços, o significado de 
I é Investment (Investimento) e S é Saving (Poupança). Contudo o mais 
importante é que a Curva IS representa a Política Fiscal, aumentando ou 
diminuindo seus Gastos Autônomos (G) e/ou aumentando ou reduzindo os 
Tributos (T). 
A Curva LM é chamada de demanda e oferta de moeda, o significado de LM 
é Liquity Money. Todavia o mais importante é que a Curva LM representa a Política 
Monetária, através dos seus instrumentos de política monetária, mais 
especificamente a taxa de juros (i ou r). 
 
MODELO IS-LM 
 
A equação que retrata uma economia fechada segue abaixo. 
 
Y = C (yd) + I (r) + G 
 
Sendo: 
Y: nível de renda agregada ou produto agregado (PIB). 
C: consumo agregado das famílias. 
yd: renda disponível Y-T, sendo T: tributos (arrecadação). 
I: investimento das empresas. 
r ou i: taxa de juros. 
G: gastos autônomos do governo. 
 
PUC Minas Virtual§45 
O Gráfico do Modelo IS-LM 
 
 
 
Onde: 
• IS representa a Política Fiscal. 
• LM representa a Política Monetária. 
• i (r) é o nível da taxa de juros. 
• y é o nível de renda agregada (produto agregado). 
• E é a interseção das curvas (retas) IS-LM que simboliza o ponto de 
equilíbrio. 
 
Alterações no ponto de equilíbrio da economia (taxas de juros e níveis de 
renda) decorrem de deslocamentos quer da curva IS quer da LM ou de ambas, 
sendo que estas mudanças são provocadas principalmente por medidas de política 
econômica. 
No caso da curva IS, outros fatores, além de políticas econômicas, podem 
levar a deslocamentos, como, por exemplo, mudanças no investimento autônomo, 
ou no consumo autônomo. 
Quando usamos a palavra “autônomo” entenda uma força independente, 
externa (exógena), quando por exemplo o G da nossa equação gastos do governo. 
PUC Minas Virtual§46 
No caso da curva LM, seus deslocamentos decorrem de modificações na 
oferta real de moeda, que pode se dar por alterações ou no estoque nominal de 
moeda ou no nível de preços. 
Vejamos alguns casos ilustrativos: 
 
Caso 1 – Efeitos de uma Política Fiscal Expansionista. 
 
 
 
 
Nesse caso o Governo pode afetar a demanda agregada da economia a 
partir de mudanças na tributação (T), que afetaráa renda disponível (yd), uma 
que ela é a renda menos os tributos; e, a partir dos gastos públicos. Se é de 
maneira expansionista, a atitude governamental será diminuindo tributos para 
aumentar a renda disponível e/ou aumento seus gastos autônomos. 
Partindo então da análise desenvolvida, vamos avaliar o impacto de uma 
política fiscal expansionista, dentro do modelo IS-LM, com a elevação do gasto 
público. 
O impacto inicial da variação do gasto público é o deslocamento da curva IS. 
A magnitude desse deslocamento é dada pelo incremento do gasto. O impacto 
final desta política sobre a economia será o aumento da renda e da taxa de juros. 
PUC Minas Virtual§47 
Conforme a renda se amplia em decorrência do gasto, aumenta a demanda 
por moeda. Com a oferta de moeda fixa, a taxa de juros deve se elevar para 
equilibrar o mercado monetário. A elevação da taxa de juros, por sua vez, faz com 
que o investimento se reduza, amenizando o impacto da política fiscal 
expansionista. 
 
Caso 2 - Efeitos de uma Política Monetária Expansionista 
 
 
 
Vamos ver como se dá a transição de E1 para E2: com o aumento na oferta 
de saldos monetários reais, geramos um desequilíbrio nos investimentos 
financeiros (carteira de títulos financeiros – portfólio) dos agentes, que tentarão 
se desfazer da moeda excedente ampliando a demanda por títulos. Com a 
elevação no preço dos títulos, reduzimos a taxa de juros9 de modo a equilibrar o 
mercado de ativos: moeda e títulos. Notemos que, para acomodar a maior oferta 
de moeda no portfólio dos agentes, a rentabilidade dos títulos deve cair para 
tomar mais atraente a retenção de moeda. 
 
9 Imagine um título prefixado, isto é, uma taxa determinada. O preço unitário (PU) do título é igual a 1.000/(1+i)n, ou seja, 
quanto maior a taxa menor o preço atual do título, quanto menor a taxa maior o preço atual do título. 
PUC Minas Virtual§48 
A queda na taxa de juros estimula o investimento, ampliando a demanda 
agregada. Ao nível inicial de produto, gera-se um excesso de demanda por bens, 
que as empresas atendem com redução dos seus estoques. Com isso, as firmas 
passam a ampliar a produção para atender à maior demanda. Conforme a renda 
vai se elevando, a demanda de moeda para a transação aumenta, forçando 
elevações na taxa de juros para diminuir a demanda pelo motivo portfólio, de 
modo a manter equilibrado o mercado monetário. Notemos que, apesar de haver 
uma elevação na taxa de juros no segundo momento, ela não volta ao patamar 
inicial, mantendo-se abaixo deste, com uma elevação no nível de renda. Caso a 
taxa de juros voltasse ao nível inicial, não haveria qualquer impacto sobre a 
renda. 
 
O raciocínio da política fiscal contracionista e da política monetária 
contracionista são análogos aos apresentados no Caso 1 e o Caso 2. As medidas e 
consequências são inversas as apresentadas. 
 
 
Resumo 
 
Tipo de política Renda Taxa i I 
Política Fiscal 
expansionista 
contracionista 
Política 
Monetária 
expansionista 
contracionista 
 
Na situação normal dentro do Modelo IS-LM, vimos que uma política fiscal 
expansionista tem o efeito de ampliar o nível de renda e a taxa de juros, o inverso 
ocorrendo com uma política contracionista (restritiva). Já uma política monetária 
expansionista também ampliará a renda, mas levará, por outro lado, à redução da 
taxa de juros. 
Como existem, geralmente, diversos objetivos a serem atingidos pela 
política econômica ou uma série de restrições que não podem ser violadas, o 
governo não utiliza, em geral, um único instrumento, mas uma combinação 
destes. Em muitos casos, as políticas fiscal e monetária não são totalmente 
PUC Minas Virtual§49 
independentes, havendo regras de reação de uma política à outra, alterando os 
resultados que discutimos anteriormente, em que considerávamos ambas políticas 
independentes, de tal modo que podíamos alterar uma das curvas, supondo que a 
outra permaneceria parada. 
Consideramos, por exemplo, uma situação em que a meta do Tesouro 
Nacional (da política fiscal) seja a estabilidade do nível de renda, ou simplesmente 
que grande parte dos gastos do governo seja inversamente relacionada com o 
nível de renda e diretamente relacionada com a taxa de juros (pense em uma 
política assistencialista, cujos gastos crescem na recessão e gastos com a dívida 
pública, que se reduzem com a queda da taxa de juros). Por outro lado, 
consideramos que, independentemente do Tesouro, o Banco Central resolve fazer 
uma política restritiva, contraindo a oferta de moeda, deslocando a LM para cima 
e para a direta, pressionando a elevação das taxas de juros e a queda da renda. 
Quer pelo objetivo de manter a renda constante quer pelas características 
de gastos descritas, haverá uma reação do Tesouro ampliando os gastos, 
deslocando a IS para cima e para a direita. O resultado pode ser simplesmente a 
manutenção do nível de renda, com uma grande elevação da taxa de juros (i1 
para i3), como pode ser visto no gráfico abaixo: 
 
 
 
PUC Minas Virtual§50 
 
Uma situação mais plausível é a reação do Banco Central (Bacen) às 
políticas fiscais, uma vez que estas sofrem uma série de ingerências políticas, 
enquanto o Bacen poderia atuar de forma mais independente. Vamos supor que o 
Congresso imponha uma grande elevação dos gastos públicos ao Tesouro, por 
qualquer motivo que seja. A consequência dessa política, como já discutimos, é o 
deslocamento da IS para cima e para a direita, pressionando a elevação da renda 
e da taxa de juros, o que se verificará caso o Bacen não reaja a esta política, 
mantendo inalterada a oferta de moeda. 
Podemos considerar, por outro lado, duas outras regras de atuação do 
Banco Central. A primeira, de acordo com a qual o Bacen tenha por meta a 
estabilidade da taxa de juros, quer para manter os investimentos quer por 
restrições externas à economia (por exemplo, a taxa interna deve ser igual a 
externa). 
Nesse caso, o deslocamento da IS ao pressionar a elevação da taxa de juros 
forçará o Banco Central a ampliar a oferta de moeda, deslocando a LM para a 
direita, evitando o aumento da taxa de juros. Nesse caso, a política fiscal 
combinada com a reação da política monetária, provocará uma grande ampliação 
na renda, sem impactos sobre a taxa de juros (o gasto público se eleva sem 
provocar qualquer redução no investimento). Essa situação pode ser vista no 
gráfico da Figura a seguir. É interessante observar, nesse caso, que, quando o 
Banco Central tem por objetivo manter a estabilidade da taxa de juros, a oferta de 
moeda torna-se endógena, ou seja, condicionada à política fiscal. 
 
PUC Minas Virtual§51 
 
 
 
 
Segue adiante uma política fiscal e monetária expansionista (separadamente 
para cada política) representada graficamente junto com a descrição dos 
resultados esperados e movimentos mais detalhados no gráfico: 
PUC Minas Virtual§52 
Mais casos. 
 
Fiscal: 
Monetária: 
 
O governo realizando uma política 
fiscal expansionista que fomente a 
economia. Desta forma irá aumentará 
gastos e/ou diminuir tributos, o que 
impactará na renda agregada, inclusive 
com impactos no consumo e nos 
investimentos. Tal movimento, contudo, 
pode acentuar uma pressão de demanda 
(demanda > oferta), que poderá trazer 
desequilíbrios, inclusive através de 
pressões inflacionárias. Nesse contexto, 
o Banco Central, através da política 
monetárias (ex.: juros) reage na 
tentativa de um novo equilíbrio. 
O governo aplicando uma política 
monetárias expansionista de redução da 
taxa de juros, fará que o crédito fique 
mais barato, propiciando uma demanda 
efetiva, que inclusive impactará os 
investimentos que terão um custo 
menor de financiamento. Tal processo 
tende a gerar uma ampliação da renda 
agregada, contudo poder-se-á ter novo 
desequilíbrio, o que ocasionará uma 
reação

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