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CONTROLE DE INFECÇÕES EM SETORES DE APOIO 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a INSTITUIÇÃO, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A INSTITUIÇÃO tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2 
Introdução .................................................................................................................. 4 
Infecção e infectologia .............................................................................................. 6 
Infecção.............................................................................................................................. 7 
Sintomas de infecção ...................................................................................................... 7 
Diagnóstico ..................................................................................................................... 7 
Transmissores e instalação ............................................................................................. 8 
Tratamento ..................................................................................................................... 9 
Prevenção ....................................................................................................................... 9 
Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – IRAS ........................................................ 10 
Os riscos no setor de saúde e os cuidados com os profissionais ..................... 14 
A biossegurança, as normas e o uso de EPIs ..................................................................... 16 
Os riscos dos profissionais de saúde que estão na “ponta” ............................................... 18 
A biossegurança e outros profissionais de setores de apoio ............................................. 19 
Precauções a serem adotadas por todos os serviços de saúde durante a assistência ........ 21 
A Norma Regulamentadora n. 32 ..................................................................................... 23 
Programa de Controle de Infecções Hospitalares - PCIH .................................... 25 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH ........................................................ 25 
Vigilância Sanitária, ANVISA e Rede Sentinela ................................................................... 27 
Referências ............................................................................................................... 29 
 
 
 
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Introdução 
Didaticamente falando, uma infecção ocorre quando microrganismos invadem 
tecidos corporais e causam doenças. As doenças infecciosas são, em geral, 
provocadas por bactérias, fungos, vírus, parasitas, etc. que invadem o corpo 
multiplicam-se e provocam a infecção (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005). 
Estas infecções podem acontecer na garganta, ouvido, trato urinário, podem 
ser no sangue, no coração, nos olhos, nos pulmões, enfim, o corpo humano é frágil e 
tem portas abertas para todo tipo de infecção. 
É fato que nosso sistema imunológico consegue combater grande número de 
infecções, mas se por algum motivo ele estiver enfraquecido, as chances de infecções 
aumentam. 
Geralmente crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas como AIDS, 
diabetes, transplantados e outros, são grupos mais suscetíveis a contrair infecções, 
devendo os mesmos terem mais cuidados em exposição a locais onde possam “pegar” 
infecções. 
 
Figura 1 – Controle de infecção 
 
Os danos infecciosos da assistência à saúde foram trazidos à tona durante a 
chamada “revolução pasteuriana”, por nomes como Ignaz Semmelweis, Florence 
Nightingale e Joseph Lister. Ao longo do século XX, em consequência do suporte 
avançado de vida e de terapias imunossupressoras, observou-se a necessidade de 
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medidas de controle nos hospitais. Assim, as infecções hospitalares passaram a ser 
combatidas de forma sistemática nos países desenvolvidos. 
Desde meados da década de 1990, o termo “infecções hospitalares” foi 
substituído por “infecções relacionadas à assistência em saúde” (IRAS), sendo essa 
designação uma ampliação conceitual que incorpora infecções adquiridas e 
relacionadas à assistência em qualquer ambiente (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). 
Pois bem, controle de infecções em instituições hospitalares, nas Unidades de 
Pronto Atendimento (UPAS), os hospitais de Campanha, enfim, todos os setores de 
apoio aos cuidados à saúde humana e demais locais onde nós circulamos será 
discutido ao longo desse caderno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infecção e infectologia 
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As doenças ou moléstias infecciosas constituem um dos mais fascinantes 
campos da Medicina. Resultado da interação de seres vivos, o patógeno e o 
hospedeiro, tais doenças têm fisiopatologia complexa, na qual mecanismos de 
virulência e evasão dos microrganismos se contrapõem ao excepcionalmente 
desenvolvido sistema de defesa do hospedeiro. Curiosamente, nosso convívio com 
microrganismos é fundamental para a vida e a saúde, como ilustram informações 
recentes de que somos 10 vezes mais microrganismos do que células: somos um 
microbioma. 
Desde tempos remotos, as doenças infecciosas, endêmica e epidemicamente, 
fizeram parte da nossa história, muitas vezes sendo os eventos centrais dela. 
Hanseníase (lepra nos tempos históricos), cólera, peste e, mais recentemente, a gripe 
espanhola deixaram suas marcas. Em muitos casos, essas doenças são demarcadas 
geograficamente, como é o caso da malária; em outros, socialmente, como a 
tuberculose. Esses exemplos de doenças milenares ainda respondem por um número 
de mortes inaceitavelmente alto no mundo. Novas epidemias, como a da AIDS, 
revelam o preparo e o despreparo da nossa sociedade para lidar com o novo: nunca 
se viu tamanho acúmulo de conhecimento científico em tão pouco tempo; por outro 
lado, as mesmas reações de isolamento e preconceito afloraram imediatamente. 
Novos patógenos emergem a todo o momento, e o impacto de cada nova doença 
passa a ser respondido em tempo real. Outros patógenos, outrora causadores de 
grandes epidemias, no momento a COVID-19, rondam nossas lacunas de 
desenvolvimento científico e social, apresentando recrudescências; doenças 
emergentes e reemergentes estão sempre no horizonte (SALOMÃO, 2017). 
Eis que devido a todas essas lacunas, a infectologia é uma das muitas 
especialidades das ciências da saúde, que atua sobre todos os órgãos e sistemas do 
corpo humano. 
Os infectologistas estão presentes nas comissões de controle de infecções 
hospitalares (CCIH), outra grande área de estudo e atuação da infectologia atual, que 
se fez necessária graças ao desenvolvimento do ambiente hospitalar, principalmente 
com a difusão das unidades de terapia intensiva (UTI), onde devido o uso frequente 
de antibióticos, inúmeras bactériase fungos desenvolvem resistência e peculiaridades 
próprias. 
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Mais adiante falaremos dessas comissões. 
 
Infecção 
Infecção é um processo causado ao organismo por agentes externos. O 
organismo reage a entrada de microrganismos como vírus e bactérias, parasitas ou 
fungos. Nesse processo, as células de defesa tentam combater os microrganismos, o 
que normalmente dá origem ao aparecimento de líquido espesso, amarelado, seroso 
e opaco, que se forma no local de uma ferida infeccionada ou de um processo 
infeccioso, formado de glóbulos brancos, alterados ou não, de células de tecidos 
vizinhos do ponto da supuração, e de bactérias, vivas ou mortas, conhecido 
popularmente como pus. 
 Sintomas de infecção 
Alguns sintomas que podem ser causados por infecções: 
 Febre; 
 Dor no local infectado; 
 Aparecimento de pus; 
 Dores musculares; 
 No caso de infecção urinária – ardência ao urinar 
 No caso de infecção de garganta – dor ao engolir, tosse, secreção... 
 Fadiga, fraqueza, tontura 
 
 Diagnóstico 
O diagnóstico é realizado a partir de um exame clínico e de exames 
laboratoriais, como os testes que usam uma amostra de sangue, urina, fezes, escarro 
ou outro fluído ou tecido do corpo. Podem ser realizadas culturas do microrganismo 
para que a partir da proliferação seja possível identifica-lo. 
 
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 Transmissores e instalação 
Infecções podem instalar e atingir os mais diversos órgãos do corpo humano, 
desde o trato urinário, passando pelos pulmões, intestinos e outros. 
 
 
Figura 2 – Agentes de infecção 
 
Como citado, as infecções podem ser causadas por: 
a) Bactéria - combatidas com antibióticos. Em alguns casos é preciso descobrir 
que tipo de bactéria está causando a infecção para saber que medicação será 
mais eficaz. 
b) Vírus - combatidas por antivirais. Há infecções virais para as quais ainda não 
há medicamentos, como herpes, hepatite B, Hepatite C, gripe e HIV, por 
exemplo. 
c) Fungos - combatidas por antifúngicos. Algumas lesões na pele e nas unhas 
podem ser causadas por infecções fúngicas. 
d) Parasitas - combatidos por antiparasitários. Doenças como a malária são 
infecções parasitárias. 
 
 Tratamento 
O tratamento das infecções depende do agente patogênico associado, em 
casos onde a infecção é causada por bactérias, os antibióticos são prescritos. Em 
infecções virais, o tratamento pode ser realizado com os antivirais, ou dependendo da 
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infecção, apenas com o tratamento dos sintomas, com os antitérmicos e analgésicos, 
e em infecções causadas por fungos, os antimicóticos. 
Para realizar o tratamento, é necessário a identificação do agente causador, 
pois cada um responde a medicações específicas e quanto antes a infecção for tratada, 
melhor para evitar as complicações associadas. 
 
 Prevenção 
A prevenção da grande maioria das infecções exige medidas simples, como a 
vacinação, que previnem diversas doenças bacterianas e virais e protegem os 
organismos por longo prazo. 
O SUS fornece a maioria das vacinas, sendo tomadas de acordo com o 
calendário anual, desde o nascimento. 
 
Figura 3 – Calendário vacinal 
Outras medidas importantes envolvem a higienização das mãos, com água e 
sabão, e de alimentos, além do cozimento dos mesmos. Minimizar o máximo possível 
o contato direto com pessoas que estão com algum tipo de infecção, evitar locais 
fechados e aglomerações. 
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Pessoas imunocomprometidas devem redobrar os cuidados, pois são mais 
susceptíveis as infecções e as complicações, que podem ser graves (TORTORA; 
FUNKE; CASE, 2005). 
 
Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – IRAS 
 
Desde 1846, a literatura nos mostra ser comprovado que os germes que 
ocasionam as IRAS são transmitidos de paciente a paciente por meio das mãos da 
equipe de assistência. Desta forma, a higiene das mãos com água e sabonete, ou 
com compostos alcoólicos, é a maneira mais barata e mais simples de se prevenir 
infecções. 
Quanto ao uso inadequado de antibióticos ou sem a devida orientação, as 
bactérias podem desenvolver resistência a essas drogas, dificultando e encarecendo 
o tratamento. Como os antibióticos são bastante usados na prática hospitalar, é 
comum que algumas IRAS sejam causadas por germes resistentes, e isso é um 
fenômeno mundial. A Organização Mundial da Saúde tem especial preocupação com 
tal fenômeno e, inclusive, já adotou o termo “Era Pós-antibiótica”. O objetivo é orientar 
para que o uso de antibióticos seja cada vez mais restrito e racional. 
As infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS) são aquelas 
adquiridas durante a prestação dos cuidados de saúde e representam um dos mais 
importantes problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde 
(OMS), considera que 1,4 milhão de infecções ocorre a qualquer momento, tanto em 
países desenvolvidos quanto em desenvolvimento (OLIVEIRA; DAMASCENO; 
RIBEIRO, 2009). 
Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 2 milhões de infecções 
relacionadas à assistência em saúde ocorram anualmente, resultando entre 60 e 90 
mil mortes e com um custo aproximado de, pelo menos, 17 a 29 bilhões de dólares. 
Em média, de 5% a 15% de todos os pacientes internados desenvolvem IRAS. No 
Brasil, não se dispõe de estimativas precisas em razão da ausência de sistematização 
de informações. 
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As IRAS apresentam impacto sobre letalidade hospitalar, duração da 
internação e custos. O aumento das condições que induzem à internação de 
indivíduos cada vez mais graves e imunocomprometidos, somado ao surgimento da 
resistência a antimicrobianos, confere às IRAS especial relevância para a saúde 
pública. Além disso, os países em desenvolvimento sofrem com maior carga de IRAS, 
podendo ser até 20 vezes superior aos países desenvolvidos. 
Fatores associados à escassez e qualificação de recursos humanos, aliados à 
estrutura física inadequada em serviços de saúde e ao desconhecimento de medidas 
de controle de IRAS, contribuem para esse cenário (PADOVEZE; FORTALEZA, 2014). 
O documento “Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à 
Saúde” (BRASIL, 2017) confirma que as IRAS consistem em eventos adversos - EA 
ainda persistentes nos serviços de saúde. Sabe-se que as infecções elevam 
consideravelmente os custos no cuidado do paciente, além de aumentar o tempo de 
internação, a morbidade e a mortalidade nos serviços de saúde. 
Reconhecendo o fenômeno das IRAS como problema de saúde pública, a 
Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que a autoridade de saúde designe 
uma agência para o gerenciamento de um plano em âmbito nacional, o qual deverá 
estar alinhado com os demais objetivos em saúde. Para o Brasil, é importante haver 
discussão sobre as ações programáticas, reconhecendo os avanços até o momento, 
identificando os desafios e propondo caminhos que possam ampliar a potencialidade 
dessas ações. 
 
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Figura 4 – Contaminação por contato 
Neste momento que estamos vivendo os terríveis e tristes problemas 
decorrentes da pandemia do novo coronavírus, a questão de sua transmissão, as 
complicações que levam a internação e seu controle suscitam a máxima atenção de 
todo o mundo. 
Com a missão de proteger e promover a saúde da população, a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por definir as normas gerais, 
os critérios e os métodos para a prevenção e controle das IRAS no Brasil, 
coordenando as ações e estabelecendo um sistema de avaliação e divulgação dos 
indicadores nacionais. 
A definição dos critérios diagnósticos de infecção para a vigilância 
epidemiológica das IRAS em serviços de saúde permite a harmonização necessária 
para identificar o caso, coletar e interpretar as informações de modo sistematizado 
pelos profissionais e gestores do sistema de saúde. São esses critérios que 
possibilitam a identificação do perfil endêmico da instituição e a ocorrência de eventos,assim como as situações infecciosas de interesse para o monitoramento dos riscos, a 
partir de informações de qualidade, fidedignas e representativas da realidade nacional. 
O crescente avanço das tecnologias utilizadas nos serviços de saúde acarreta 
mudanças nos cuidados prestados aos pacientes e, principalmente, nos métodos 
diagnósticos, levando constantemente à necessidade de atualização dos critérios 
diagnósticos de IRAS (BRASIL, 2017). 
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Em 2020, a Anvisa liberou várias notas técnicas sobre a IRAS relacionadas a 
IRAS e pandemia do novo coronavírus: 
 
1)NOTA TÉCNICA N 08/2020 GVIMS-GGTES-ANVISA- HOSPITAIS DE 
CAMPANHA 
Orientações gerais para implantação das práticas de segurança do paciente 
em hospitais de campanha e nas demais estruturas provisórias para atendimento aos 
pacientes durante a pandemia de COVID-19. 
2)NOTA TÉCNICA -GIMS-GGTES-ANVISA Nº 07/2020 
Orientações para a prevenção da transmissão de covid-19 dentro dos serviços 
de saúde. 
3)NOTA TÉCNICA 06/2020 GVIMS-GGTES-ANVISA 
Orientações para a prevenção e o controle das infecções pelo novo coronavírus 
(SARS-COV-2) em procedimentos cirúrgicos. 
4)NOTA TÉCNICA PÚBLICA CSIPS-GGTES-ANVISA N 01/2020 
Orientações para a prevenção e o controle de infecções pelo novo coronavírus 
(sars-cov-2) em instituições de acolhimento. 
5)NOTA TÉCNICA GVIMS-GGTES-ANVISA N 03/2020 
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica das Infecções Relacionadas à 
Assistência à Saúde (IRAS) e Resistência Microbiana (RM) em Serviços de Diálise 
2020. 
No link http://portal.anvisa.gov.br/servicos/publicacoes, são encontradas todas 
as NTs da ANVISA. 
 
 
Os riscos no setor de saúde e os cuidados com os 
profissionais 
13 
 
 
 
A organização do setor saúde para a gestão de riscos se baseia em critérios 
técnicos e político-administrativos e esse setor se define como um conjunto de valores, 
normas, instituições e atores, que desenvolvem atividades de produção, distribuição 
e consumo de bens e serviços, cujos objetivos principais ou exclusivos são promover 
a saúde de indivíduos ou grupos de população. 
As atividades que essas instituições e atores desenvolvem estão orientadas a 
prevenir e controlar os agravos e doenças, atender os lesionados e doentes, investigar 
as causas e capacitar o setor saúde para as respostas. 
Entende-se que o setor saúde não aglutina somente instituições públicas, mas 
também instituições privadas, da sociedade civil, instituições de educação em saúde 
e de pesquisa em saúde, assim como entidades prestadoras de serviços de água e 
saneamento. As instituições do setor saúde, em conjunto, conformam um sistema 
nacional de saúde cuja modalidade organizativa e operativa depende da organização 
política e administrativa de cada país em particular. Em todo caso, reforçamos que o 
Ministério da Saúde é a cabeça do setor. 
Apesar da breve introdução sobre o setor “saúde”, o foco da unidade está em 
refletir sobre os cuidados com a segurança dos profissionais que atuam nos diversos 
segmentos da saúde, porque o cuidado com o outro, que deve acontecer de forma 
integral exige um profissional saudável que trabalhe com segurança, correto? 
Estes profissionais, principalmente os que estão na “ponta da linha” como 
enfermeiros e técnicos de enfermagem, tem maior probabilidade de se contaminarem 
no exercício da profissão no seu cotidiano. 
Sabe-se que, em grande parte dos cenários de prestação de cuidados de 
enfermagem, negligenciam-se normas de biossegurança; os equipamentos de 
proteção individual (EPI) são mais utilizados na assistência ao paciente cujo 
diagnóstico é conhecido, subestimando-se a vulnerabilidade do organismo humano a 
infecções (GIR et al, 2004). O recomendável é que o trabalhador proteja-se sempre 
que tiver contato com material biológico e, também, durante a assistência cotidiana 
aos pacientes, independente de conhecer o diagnóstico ou não, utilizando-se, portanto, 
das precauções universais padrão (SOUZA, 2000). 
14 
 
 
Estudos demonstram que as maiores causas de acidentes punctórios, entre os 
trabalhadores da enfermagem, estão nas práticas de risco como o reencape de 
agulhas, o descarte inadequado de objetos perfurocortantes e a falta de adesão aos 
EPI (BREVIDELLI; CIANCIARULLO, 2002). 
 
Figura 5 – Acidente com perfurocortantes 
Além disso, em grande parte dos casos de exposição a material biológico, o 
status do paciente-fonte não é conhecido, o que potencializa o risco de adquirir 
doenças como o HIV, hepatite B e hepatite C. A exposição ocupacional é uma 
importante fonte de infecção por esses vírus. Um estudo demonstrou que a cobertura 
vacinal contra hepatite B dos trabalhadores da saúde envolvidos com os acidentes 
estava em torno de aproximadamente 73%, evidenciando o risco de infecção pelo 
HBV em aproximadamente 27% dos trabalhadores que não haviam completado o 
esquema vacinal (ALMEIDA; BENATTI, 2007). 
Considerando-se essas informações e o fato de que os trabalhadores da área 
da saúde encontram-se em permanente contato com agentes biológicos (vírus, 
bactérias, parasitas, geralmente associados ao trabalho em hospitais e laboratórios e, 
até mesmo na agricultura e pecuária), é fundamental, portanto, a observância dos 
princípios de biossegurança na assistência aos pacientes e no tratamento de seus 
15 
 
 
fluidos, bem como no manuseio de materiais e objetos contaminados em todas as 
situações de cuidado e não apenas quando o paciente-fonte é sabidamente portador 
de alguma doença transmissível (GALLAS; FONTANA, 2010). 
 
A biossegurança, as normas e o uso de EPIs 
 
A biossegurança é uma área de conhecimento definida como um conjunto de 
medidas e procedimentos técnicos, ações, metodologias, equipamentos e dispositivos 
capazes de prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos provenientes de atividades 
que possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal, bem como meio 
ambiente. 
No momento atual, em que a nova síndrome respiratória pandêmica, 
denominada Covid-19, associada ao novo coronavírus SARS-CoV-2, é capaz de gerar 
muitas incertezas no ambiente profissional, em especial na transmissibilidade das 
partículas virais infectantes, a biossegurança assume um papel de extrema 
importância para os profissionais de saúde que cumprem um papel crítico na 
identificação, notificação e gerenciamento de possíveis casos de Covid-19. 
Eis que a questão referente aos Equipamentos de Proteção Individual é 
indiscutivelmente um problema de biossegurança, tendo em vista que o significado da 
palavra “biossegurança” é entendido por seus dois componentes: bio, do grego bios, 
que significa vida e, segurança que se refere à qualidade de ser ou estar seguro, ou 
seja, livre de danos. Assim sendo, biossegurança denota “segurança da vida”. 
De acordo com o estabelecido na Norma Regulamentadora Nº 6 (NR-6) da 
Portaria 3.214/78 MTB, considera-se equipamento de proteção individual (EPI), todo 
dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à 
proteção aos riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
Para ser considerado EPI, o dispositivo ou produto necessita cumprir os 
seguintes requisitos, contidos na NR 6: 
 ser de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho; 
16 
 
 
 conter a indicação do Certificado de Aprovação (CA),que atesta a eficácia do 
produto na proteção contra os agentes nocivos à saúde; 
 estar o EPI relacionado no anexo I da NR 6. 
Além das máscaras e luvas, existem outros equipamentos de segurança que 
devem ser utilizados de forma racional. Nesse contexto, os profissionais de saúde 
podem lançar mão de óculos de proteção ou protetor facial, vestimenta de mangas 
longas ou macacão com pés e capuz impermeáveis, aventais impermeáveis e 
respiradores, e outros equipamentos de proteção coletiva, taiscomo as cabines de 
segurança biológica, quando necessário. 
 
Figura 6 – Equipamentos de proteção individual 
 
Precauções adicionais são exigidas pelos profissionais de saúde para se 
protegerem e impedir a transmissão no ambiente de trabalho e isso inclui saber 
selecionar o EPI adequado; ser capacitado para o uso correto e retirada do EPI e 
estabelecer o descarte de acordo com as normas de segurança, pois são 
considerados materiais potencialmente contaminados (CARVALHO, 2020). 
O EPI é apenas uma medida efetiva em uma variedade de controles 
administrativos e ambientais e de controles de engenharia. 
 
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Os riscos dos profissionais de saúde que estão na “ponta” 
 
Carvalho (2020) explica que os riscos que os profissionais de saúde que atuam 
na ponta, nas unidades básicas de saúde e hospitais são muitos, principalmente tendo 
em vista que o coronavírus é enfermidade que ainda está sendo estudada. A cada dia 
novas informações surgem, principalmente no que diz respeito à potencial liberação 
de partículas no ambiente de trabalho. 
Nenhum EPI fornecerá segurança total ao trabalhador. Neste contexto, 
precauções adicionais são exigidas pelos profissionais de saúde para se protegerem 
e impedir a transmissão no ambiente de saúde. Utilizar uma máscara facial certamente 
não é garantia de que o profissional não será contaminado. O profissional poderá ser 
contaminado através dos olhos por pequenas partículas virais, aerossóis, que podem 
penetrar a partir das máscaras. No entanto, as máscaras são eficazes na captura de 
gotículas, que é a principal via de transmissão do coronavírus, desde que estejam 
sendo empregadas de forma correta. 
Outros fatores deverão ser considerados como os tipos e a qualidade dos 
equipamentos utilizados, os procedimentos, o ambiente e, mais importante, o grau de 
conhecimento do profissional que está à frente da atividade. 
Alguns profissionais de saúde até conhecem os riscos, mas de maneira 
genérica, e esse conhecimento não se transforma em uma ação segura de prevenção. 
Nesse contexto, o que realmente é necessário para que o profissional de saúde 
minimize os riscos é conhecer e identificar os mesmos no seu ambiente de trabalho. 
Importante enfatizar que um perigo no ambiente de saúde pode ser qualquer 
coisa como exposição ao sangue, entre outros fluidos corporais; equipamento de 
trabalho; métodos ou práticas de trabalho etc..., com potencial para causar danos; e 
o risco é a probabilidade, alta ou baixa, de alguém sofrer lesões ou danos devido a 
esse perigo. 
Os perigos podem estar ocultos pela falta de conhecimento ou informação. Em 
alguns casos, o profissional até suspeita das suas existências. Nesse sentido, o 
profissional de saúde deve buscar conhecimento, mostrar interesse em aprender, 
18 
 
 
além de compartilhar, discutir com os colegas sobre as dúvidas da equipe de trabalho, 
ansiedades associadas aos riscos quando do atendimento às pessoas doentes. 
Um assunto muito discutido nos cursos de biossegurança é o processo 
sistemático conhecido como avaliação de riscos, que se baseia na coleta de 
informações e avaliação da probabilidade e consequências da exposição aos perigos 
no local de trabalho, estabelecendo as medidas de controle de risco apropriadas, de 
modo a reduzir o risco a um nível aceitável. 
 
A biossegurança e outros profissionais de setores de apoio 
 
Na entrevista realizada com Carvalho (2020), ele reforça que a biossegurança 
é abrangente por se tratar da segurança da vida. Nesse sentido, todos os profissionais 
que direta ou indiretamente estão expostos aos riscos ocupacionais merecem atenção 
no que se refere à proteção e informação. 
No caso de profissionais que prestam serviços para hospitais e unidades de 
saúde, se eles não forem adequadamente capacitados, certamente estarão expostos 
às adversidades nos ambientes onde prestam serviço, ou seja, hospitais, centros de 
saúde e instituições de pesquisa, por exemplo. 
Para que esses profissionais não estejam expostos aos riscos, deverão receber 
instruções no próprio local onde prestarão os serviços, de modo a não se exporem 
desnecessariamente e não se converterem em disseminadores do vírus. Não deverão 
executar quaisquer tipos de atividades por conta própria e sim a partir de instruções 
detalhadas e fornecidas previamente pela unidade de saúde. 
No momento da limpeza, a equipe deverá estar paramentada adequadamente 
para minimizar o risco de ser infectado pelo coronavírus, utilizando o desinfetante 
estabelecido para as mãos à base de álcool, antes e depois do uso das luvas. As luvas 
devem ser descartadas após cada limpeza. Luvas reutilizáveis devem ser dedicadas 
à limpeza e desinfecção de superfícies inerentes a Covid-19 e não devem ser usadas 
para outros fins. As instruções para desinfecção das luvas reutilizáveis deverão ser 
de acordo com as instruções do fabricante. 
19 
 
 
Cabe também ao empregador disponibilizar todos os equipamentos de 
segurança e a responsabilidade pela manutenção e troca quando necessário, de 
modo a garantir a integridade física desse grupo de profissionais. 
No caso dos profissionais da limpeza urbana, caberá às prefeituras 
disponibilizarem as informações pertinentes, EPI e a capacitação para o seu quadro 
de colaboradores. Cabe ainda enfatizar que o vírus pode permanecer vivo por horas 
ou dias em diversos tipos de materiais. Nesse contexto, é importante que essas 
informações sejam disponibilizadas de forma clara e de fácil entendimento para esse 
grupo de profissionais. 
Assim sendo, uma das maneiras mais importantes e eficazes de proteger os 
funcionários responsáveis pela limpeza das unidades de saúde e os prestadores de 
serviços urbanos é sua capacitação, com a finalidade de impedir que esses 
profissionais não se contaminem e se convertam em transmissores do vírus para suas 
famílias e comunidades em geral. 
Vale a pena conferir a Nota Técnica n. 04/2020, atualizada em 08 de maio, que 
dispõe sobre orientações para os serviços de saúde quanto às medidas de prevenção 
e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou 
confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), segundo as 
evidências disponíveis, até o dia 08.05.2020. 
Essas orientações podem ser refinadas e atualizadas à medida que mais 
informações estiverem disponíveis, já que se trata de um microrganismo novo no 
mundo e que novos estudos estão sendo publicados periodicamente. Dessa forma, 
estas são orientações mínimas que devem ser seguidas por todos os serviços de 
saúde, no entanto, os profissionais de saúde e os serviços de saúde brasileiros podem 
determinar ações de prevenção e controle mais rigorosas que as definidas por este 
documento, baseando-se em uma avaliação caso a caso e de acordo com os recursos 
disponíveis. 
 
Precauções a serem adotadas por todos os serviços de saúde 
durante a assistência 
 
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As precauções-padrão assumem que todas as pessoas estão potencialmente 
infectadas ou colonizadas por um patógeno que pode ser transmitido no ambiente de 
assistência à saúde e devem ser implementadas em todos os atendimentos, 
independente do diagnóstico do paciente, mediante o risco de exposição a sangue e 
outros fluidos ou secreções corporais. 
São exemplos de precaução padrão: 
 
 
Figura 7 – Precauções padrão 
 
1) Higienização das mãos com água e sabão ou fricção com álcool 70%, antes e 
após o contato com qualquer paciente, após remoção das luvas e após contato 
com sangue ou secreção. 
2) Uso de luvas apenas quando risco de contato com sangue, secreções ou 
membranas mucosas. Calça-las imediatamente antes do contato com o 
paciente e retirá-las logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. 
3) Uso de óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de 
sangue ou secreções, para proteção da mucosa dos olhos, boca, nariz, roupa 
e superfícies corporais.4) Descartar, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-
las ou reencapá-las. 
 
São precauções para gotículas: 
21 
 
 
Indicado para meningites bacterianas coqueluche, difteria, caxumba, influenza, 
rubéola, etc. 
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser 
internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. A distância mínima entre 
dois leitos deve ser de um metro. 
 
Figura 8 – Máscara cirúrgica – paciente durante o transporte 
O transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá 
usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto. 
 
Precaução para aerossóis: 
Primeiramente tomar as precauções padrão. 
Manter a porta do quarto sempre fechada e colocar máscara antes de entrar no 
quarto. 
Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser 
internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. Pacientes com suspeita 
de tuberculose resistente ao tratamento não podem dividir o mesmo quarto com outros 
pacientes com tuberculose. 
22 
 
 
 
Figura 9 – Máscara PFF2 (N-95) para o profissional e máscara cirúrgica para o paciente em 
transporte 
O transporte do paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá 
usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto 
(GVIMS/GGTES/ANVISA NT 4/2020). 
 
Anote aí: 
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização e 
eliminação de riscos para a saúde, na proteção do meio ambiente contra resíduos e 
na conscientização do profissional de saúde. 
 
A Norma Regulamentadora n. 32 
 
A Norma Regulamentadora n. 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços 
de saúde, tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação 
de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à 
saúde em geral. 
Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer 
edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as 
ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em 
qualquer nível de complexidade. 
23 
 
 
Reforçando o que já vimos anteriormente, a NR-32 prevê que todos os 
trabalhadores cujas funções possuam risco de exposição a agentes biológicos, por 
obrigatoriedade, devem utilizar vestimenta adequada. O fornecimento do traje é de 
responsabilidade do empregador, sem que o trabalhador precise arcar com qualquer 
custo para a aquisição. É também obrigação assegurar o uso de materiais 
perfurocortantes com dispositivo de segurança, em número suficiente, em todos os 
setores. 
Outros pontos importantes dessa norma são: 
Não importa a gravidade, todo acidente de trabalho precisa ser comunicado ao 
responsável pela área e o trabalhador deve exigir a abertura da Comunicação de 
Acidente de Trabalho (CAT) mesmo que não haja afastamento do cargo devido ao 
ocorrido. 
Em caso de exposição ao material biológico, essa notificação deve ser 
realizada imediatamente após o ocorrido, sendo que o aviso deve ser extensivo ao 
Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho e à Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA). 
Os empregadores também devem notificar imediatamente aos trabalhadores e 
representantes a ocorrência de acidente ou incidente que possa ocasionar a liberação 
de agente biológico com potencial de disseminar doença grave. 
 
 
 
 
 
 
 
Programa de Controle de Infecções Hospitalares - PCIH 
 
24 
 
 
O PCIH é um conjunto de ações definidas anualmente e que sofrem avaliações 
constantes, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das 
infecções hospitalares. 
 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH 
 
A portaria do Ministério da Saúde, nº 2616, de 12 de maio de 1998 
(https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html), 
exige a criação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para que 
os hospitais coloquem em prática as ações do PCIH. 
 
Figura 10 – Símbolo da CCIH 
 
Somente profissionais da saúde com nível superior podem ser integrantes da 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A CCIH deve ser composta por 
membros consultores e executores. 
Na categoria consultores, os integrantes representam e coordenam os métodos 
de prevenção de controle de infecção hospitalar dos serviços médicos, de 
enfermagem, de farmácia, de administração e laboratório de microbiologia. 
Já os executores da CCIH realizam as ações do PCIH. É importante que um 
dos membros executores seja um enfermeiro. 
25 
 
 
As principais atribuições da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar são 
elaborar, planejar, executar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecção 
Hospitalar, por meio das seguintes ações: 
a) Obedecer a todas as normas estabelecidas pela ANVISA; 
b) Implantar um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares; 
c) Criar um manual de normas e condutas que devem ser implantadas e seguidas 
por toda equipe hospitalar; 
d) Supervisionar as rotinas operacionais; 
e) Promover constantemente treinamento, capacitação e ações de orientação da 
equipe médico-hospitalar sobre prevenção e controle das infecções 
hospitalares; 
f) Usar adequadamente antimicrobianos, germicidas e qualquer outro produto 
químico; 
g) Avaliar e supervisionar as ações realizadas pelos membros executores; 
h) Divulgar para toda a instituição hospitalar as ações e normas para controle e 
prevenção das infecções hospitalares; 
i) Estabelecer um plano de contingência em caso de infecção detectada. 
O Programa de Controle de Infecção Hospitalar deve ser contemplado com 
diversas ações e rotinas de prevenção, como exemplo, a higienização correta das 
mãos. 
 
 
Anote aí: 
Os hospitais de todo o país devem constituir uma Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH), com o objetivo de reduzir os riscos de infecções 
relacionadas à assistência à saúde (IRAS). 
26 
 
 
Os profissionais de saúde que atuam nesses serviços são responsáveis por 
promover ações de prevenção de IRAS, além de monitorar esses agravos e definir 
medidas de controle. 
Dentre as atribuições da CCIH, destacam-se: 
a) Busca ativa e vigilância das infecções hospitalares entre os pacientes; 
b) Avaliação e orientação de técnicas relacionadas com procedimentos invasivos; 
c) Controle do uso racional de antimicrobianos; 
d) Educação continuada dos profissionais de saúde em prevenção de infecções; 
e) Monitoramento e controle de surtos; 
f) Monitoramento do serviços de limpeza e desinfecção; 
g) Controle de pragas, vetores e qualidade da água; entre outros. 
 
 
Vigilância Sanitária, ANVISA e Rede Sentinela 
 
No Brasil, as atividades de vigilância sanitária são competência do SNVS – O 
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil, que se encontra vinculado ao 
Sistema Único de Saúde (SUS) e atua de maneira integrada e descentralizada em 
todo o território nacional. As responsabilidades são compartilhadas entre as três 
esferas de governo – União, estados e municípios–, sem relação de subordinação 
entre elas. 
Dentro do SNVS, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a 
responsável pela coordenação do sistema e atua em questões de âmbito federal, 
acompanhando e coordenando a execução de ações sanitárias em todo o país. Além 
disso, a agência estabelece normas gerais, presta cooperação técnica e financeira 
aos outros entes do sistema e promove parcerias. 
A Anvisa também é responsável pelo controle sanitário de portos, aeroportos, 
fronteiras e recintos alfandegados, de serviços de saúde e de produtos 
27 
 
 
(medicamentos, cosméticos, saneantes, alimentos, derivados do tabaco, produtos 
médicos, sangue e hemoderivados, entre outros). 
Segundo consta na página da Agência Nacionalde Vigilância Sanitária 
(ANVISA), a Rede Sentinela funciona como observatório no âmbito dos serviços para 
o gerenciamento de riscos à saúde, em atuação conjunta e efetiva com o Sistema 
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). Foi instituída uma Gerência de Risco em 
cada serviço que compõe a rede, que representa a referência interna da Vigipós nas 
instituições. 
Os serviços que compõem a Rede notificam e monitoram eventos adversos e 
queixas técnicas de produtos sob vigilância sanitária (medicamentos, vacinas e 
imunoglobulinas; pesquisas clínicas; cosméticos, produtos de higiene pessoal ou 
perfume; artigos e equipamentos médico-hospitalares; kit reagente para diagnóstico 
in vitro; uso de sangue ou componentes; saneantes e agrotóxicos) em uso no Brasil, 
fazendo a Vigipós dos produtos utilizados nos estabelecimentos de saúde. 
As suspeitas de eventos adversos e queixas técnicas são monitorados e 
investigados juntamente com a Vigilância Sanitária. A conclusão dessas investigações 
pode resultar em diversas decisões como a retirada do produto do mercado, a 
restrição de uso e de comercialização entre outras intervenções. 
 
 
 
 
 
Referências 
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28 
 
 
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Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2017. 
 
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Saúde. Brasília: Anvisa, 2017. 
 
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Brasília: ANVISA, 2017. 
 
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serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante 
a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus 
(SARS-CoV-2). Brasília: Anvisa, 2020. Disponível em: 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-
2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28 
 
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BRASIL. NR 6 - Equipamento de proteção individual – EPI. Disponível em: 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf 
 
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um hospital universitário: situações de ocorrência e tendências. Rev Latino-am 
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CARVALHO, P. R. de. Entrevista: “Profissionais de saúde precisam estar 
protegidos, pois fazem parte da infraestrutura de resposta a esta epidemia” 
(2020). Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/entrevista/profissionais-de-
saude-precisam-estar-protegidos-pois-fazem-parte-da 
 
CASTRO, I. C. C. P. de; BOSIO, R. S. Gestão do Controle de Infecção Hospitalar: 
Administrando a Qualidade do Serviço e a Marca do Hospital (2009). Disponível em: 
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos11/41014564.pdf 
 
GALLAS, S. R.; FONTANA, R. T. Biossegurança e a enfermagem nos cuidados 
clínicos: contribuições para a saúde do trabalhador. Rev. bras. enferm. 2010, vol.63, 
n.5 pp.786-792. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/reben/v63n5/15.pdf 
 
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