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ORIENTAÇAO-PROFISSIONAL--ABORDAGEM-ANALISE-DO-COMPORTAMENTO-E-ABORDAGEM-PSICODINÂMICA

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1 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 3 
2 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CONTEXTO HISTÓRICO .................... 4 
3 A ESCOLHA PROFISSIONAL ..................................................................... 13 
4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E ALGUMAS PROPOSTAS PARA 
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL .................................................................. 16 
4.1 A importância do comportamento verbal na orientação profissional ............ 22 
5 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – UMA ABORDAGEM PSICODINÂMICA
 25 
6 OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ...................................... 27 
7 O AUTO RECONHECIMENTO E A INFORMAÇÃO NA ORIENTAÇÃO 
PROFISSIONAL ........................................................................................... 31 
8 CAMPOS DE INTERVENÇÃO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL .......... 33 
9 ABORDAGENS EMPREGADAS NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ...... 38 
10 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
4 
 
2 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CONTEXTO HISTÓRICO 
 
Fonte:www.google.com.br 
Segundo Pinho (2013) o conceito de orientação profissional define-se de 
antemão, pela sua denominação. Em se tratando de um processo, pode-se dizer que 
o indivíduo é orientado ou direcionado no caminho de uma ou mais profissões. De 
acordo com Bueno (2009), é um procedimento que se utiliza de técnicas para auxiliar 
o sujeito em sua vida pessoal, profissional e projetos futuros, oferece informações do 
sistema político, econômico e social, onde se dá sua escolha, como também promove 
o seu autoconhecimento. 
Pode-se dizer que, na atualidade, as práticas da orientação profissional pelo 
mundo e no Brasil passaram por transformações em seus modelos e alcançaram 
proporções consideráveis. Neste contexto, a história da orientação profissional é aqui 
apresentada como uma linha do tempo, identificando as principais fases de sua 
evolução. 
A Orientação Profissional (OP) surgiu como uma prática na qual os objetivos 
possuíam uma ligação direta com o aumento da eficiência industrial. As origens da 
OP se encontram situadas na Europa, logo no início do século XX, de forma mais 
precisa, no ano de 1902, quando foi criado o Centro de Orientação Profissional de 
Munique, no ano de 1902 (Carvalho, 1995). Inicialmente, a orientação profissional 
tinha o objetivo de detectar, na indústria crescente, trabalhadores inaptos para a 
 
 
 
 
5 
 
realização de determinadas tarefas e, assim, evitar acidentes de trabalho. Mas, o 
oficial ponto de início se encontra entre os anos de 1907 e 1909, com a criação do 
primeiro Centro de Orientação Profissional norte-americano denominado 
de Vocational Bureau of Boston, e a publicação do livro Choosing a Vocation, ambos 
sob responsabilidade de Frank Parsons, esse autor acrescentou a Orientação 
Profissional, ideias da Psicologia, da Pedagogia, além da preocupação com a escolha 
profissional dos jovens de seu país. 
No período compreendido entre 1920 e 1940, a Psicologia Diferencial e a 
Psicometria influenciaram intensamente a prática da Orientação Profissional, por 
causa do enorme desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades, 
interesses e personalidade durante a primeira e segunda guerra mundial. 
Em 1942 foi publicado o livro Counseling and Psychotherapy: Newer Concepts 
in Practice, de Carl Rogers, nesse ano se iniciou a ocorrência de relevantes mudanças 
na prática. No livro, Rogers lançou as bases de sua Terapia Centrada no Cliente, que 
aproxima os conceitos de Psicoterapia e Aconselhamento Psicológico e valoriza a 
participação do cliente no processo de intervenção, que passa a ser não diretivo, as 
ideias desse autor produziram grande influência na Psicologia, na Psicoterapia, no 
Aconselhamento Psicológico e na Orientação Profissional da época, se constituindo 
um grande marco de transformação das práticas de Orientação Profissional. 
A partir da década de 1950, nasceram várias teorias sobre a escolha 
profissional, dando continuidade à mudança de paradigma iniciada na década 
anterior. (SPARTA, 2003). 
 
Fonte: www.google.com.br 
 
 
 
 
6 
 
Nas décadas de 1950 e 1960, ocorreram publicações das Teorias 
Psicodinâmicas da escolha profissional, essas teorias se baseavam de forma 
fundamental na Teoria Psicanalítica, na Teoria de Satisfação das Necessidades e em 
Teorias de Tomada de Decisão, mais preocupadas com o instante da seleção do que 
com processo em si. 
O marco de origem da orientação profissional no Brasil, é a criação do Serviço 
de Seleção e Orientação Profissional para os alunos do Museu de Artes e Ofícios de 
São Paulo, em 1924, sob responsabilidade do engenheiro suíço Roberto Mange. 
Muito ligada à Psicologia Aplicada, que vinha desenvolvendo-se no país, na década 
de 1920, junto à Medicina, à Educação e à Organização do Trabalho. 
 
 
 
 
Roberto Mange 
Fonte: Google.com 
 
 
 
 
 
 
7 
 
O grande avanço da Orientação Profissional no Brasil ocorreu a partir da 
década de 1940, no momento em que foi criada a Fundação Getúlio Vargas, que 
estudava a Organização Racional do Trabalho e a influência da Psicologia sobre a 
mesma. 
Em 1945 e 1946, com a assistência do governo brasileiro, foi oferecido o curso 
de Seleção, Orientação e Readaptação Profissional, ministrado pelo psicólogo e 
psiquiatra espanhol Emílio Mira y López. 
Em 1947, junto à Fundação Getúlio Vargas foi criado o Instituto de Seleção e 
Orientação Profissional (ISOP), esse instituto que reuniu técnicos e estudiosos da 
Psicologia Aplicada, muitos deles formados pelo curso ministrado por Mira y López, 
que foi seu primeiro diretor (CARVALHO, 1995; SEMINÁRIO, 1973; FREITAS, 1973; 
ROSAS, 2000 apud SPARTA, 2003). 
Desde o seu nascimento, na década de 1920, a Orientação Profissional 
brasileira pautou-se pelo modelo da Teoria do Traço e Fator; isto é, pelas ideias de 
que o processo de Orientação Profissional é diretivo e o papel do orientador 
profissional é o de fazer diagnósticos, prognósticos e indicações das ocupações certas 
para cada indivíduo, o que foi feito, desde o início, com base na Psicologia Aplicada, 
especialmente na Psicometria (SPARTA, 2003). 
 
Fonte:todaatual.com 
 
 
 
 
8 
 
A psicanálise influenciou expressamente a Orientação Profissional no Brasil, 
principalmente, pela Estratégia Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo 
argentino Rodolfo Bohoslavsky (1977/1996), inserida no território nacional na década 
de 1970 por Maria Margarida de Carvalho (1995; 2001). 
A matéria de Seleção e Orientação Profissional pertencente ao curso de 
Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) teve como primeira professora 
Carvalho, essa disciplina constituía o currículo mínimofederal. Além de inserir as 
ideias de Bohoslavsky no Brasil, ela foi a grande idealizadora do processo grupal em 
Orientação Profissional. 
Em 1970, devido a abertura do Serviço de Orientação Profissional (SOP) da 
USP, surgiu a exigência de adaptação do processo de Orientação Profissional 
oferecido por este órgão pois havia uma enorme demanda. A solução proposta por 
Carvalho foi a utilização dos processos grupais como alternativa ao modelo 
psicométrico e como forma de promoção da aprendizagem da escolha (SPARTA, 
2003). 
Conforme Carvalho (2001) explica, este modelo de Orientação Profissional, 
baseado na Psicologia Clínica, na Psicanálise e em Teorias de Dinâmica de Grupo, 
assemelha-se à Terapia Breve Focal, a qual o foco de trabalho é a escolha 
profissional. Diversos autores brasileiros acolhem esta definição como uma Terapia 
Breve Focal, o que acaba por subestimar o seu caráter pedagógico, restringir sua 
prática aos psicólogos e limitar o seu alcance de intervenção. 
Para Knobel (1997), apud Zavareze (2008) a Orientação Profissional muitas 
vezes responde a necessidades sócio-econômicas do sistema (seja este quaisquer, 
dentro de linhas políticas diversas e até antagônicas); a pessoa não interessa. 
Logicamente esta modalidade estava destinada ao fracasso, apesar de que ainda se 
tem os que “orientam” para determinada atividade em nossa sociedade. 
 
 
 
 
9 
 
 
Fonte: google.com.br 
Devido a promulgação da lei Capanema, desde 1942, foi inserida nas escolas, 
a Orientação Educacional sendo a ela atribuída o ofício de auxiliar a escolha 
profissional dos alunos, porém, através da promulgação da Lei 5.692 de 11 de agosto 
de 1971, que estabeleceu as novas diretrizes e bases para os ensinos de primeiro e 
segundo graus, que a Orientação Educacional e o Aconselhamento Vocacional, sob 
responsabilidade dos Serviços de Orientação Educacional (SOE), tornaram-se 
obrigatórios nas escolas (BRASIL, 1971, apud SPARTA, 2003). 
Devido esta lei a profissionalização no segundo grau se tornou obrigatória além 
de determinar a sondagem de aptidões no primeiro grau. Ferretti (1980) afirma que, 
no período de encerramento da década de 1970, a disciplina denominada Programa 
de Orientação Ocupacional tinha como foco auxiliar os alunos na escolha profissional. 
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) formulou um documento que indicava a 
concepção operatória do desenvolvimento vocacional como base para a disciplina. 
Todavia, de acordo com o autor em questão, na prática determinados programas se 
baseavam de forma restrita a informação profissional. 
 
 
 
 
10 
 
 
Fonte:google.com.br 
Com base na atual lei das diretrizes e bases da Educação nacional nº 9.394 de 
20 de dezembro de 1996, um dos objetivos do ensino médio é a preparação básica 
para o trabalho, porém não há o objetivo de profissionalização. O ensino 
profissionalizante de nível médio aparece apenas na condição de curso continuado; 
isto é, não substitui o ensino médio regular, apenas o complementa (BRASIL, 1996, 
apud SPARTA, 2003). 
Conforme Uvaldo e Silva (2001), esta lei fornece uma abertura maior para a 
formação de projetos de Orientação Profissional integrados no currículo escolar, 
estando em conformidade com a tendência internacional dos programas de Educação 
de Carreira, programas de natureza pedagógica, realizados pela escola que 
pretendem capacitar os estudantes para a transição entre a escola e o mundo do 
trabalho inserido da nova ordem socioeconômica mundial. 
 
Fonte:www.portaldasmissoes.com.br 
 
 
 
 
11 
 
Em 1993, foi criada a Associação Brasileira de Orientadores Profissionais 
(ABOP), com vistas a promover a unificação e desenvolvimento da Orientação 
Profissional no Brasil, essa criação ocorreu durante o I Simpósio Brasileiro de 
Orientação Vocacional Ocupacional. Desde então, vem promovendo simpósios 
nacionais bienais. 
A Orientação Profissional em nosso país pode ser realizada por psicólogos e 
pedagogos, mas infelizmente, essa formação de orientadores profissionais brasileiros 
não possui regulamentação ou lei que estipule conteúdos mínimos a serem 
ministrados. As universidades e cursos livres que ficam encarregadas desta formação, 
porém a ausência de uma regulamentação mais estrita da profissão acaba por diluir 
boas iniciativas e não oferece poder para que a ABOP possa fiscalizar os cursos 
oferecidos em território nacional. 
Segundo a Associação Brasileira de Orientação Profissional (2016) 
recentemente, o projeto de Lei no 5053/2016, que acrescenta parágrafo único ao art. 
22 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional), para instituir a oferta de Serviço de Orientação Profissional 
especializado na educação básica. Este projeto de Lei avança em relação a outros 
apresentados anteriormente, já que reconhece a necessidade de se oferecer Serviço 
de Orientação Profissional ao invés de apenas um "teste vocacional", como tantos 
outros projetos de Leis anteriormente apresentados propunham. 
O Serviço de Orientação Profissional tem um escopo amplo de ações que vão 
desde a oferta de informações para cursos técnicos, tecnológicos e universitários, às 
ações que tratam de escolha do curso e à construção da carreira. Por meio de 
diferentes ações que possam ser implantadas por tais serviços, os alunos passam a 
atribuir sentidos aos estudos e ao trabalho. 
Assim, a Orientação Profissional tem condições de contribuir para que ao longo 
da formação os estudantes da educação básica sejam apoiados na construção de seu 
projeto de vida pessoal e profissional, considerando sua história de vida, e a 
diversidade de cenários e contextos. Para além do autoconhecimento, do 
conhecimento acerca das profissões e do mercado de trabalho, é importante o 
desenvolvimento de valores relativos ao trabalho e de competências-chave que serão 
utilizadas, no futuro, para o planejamento, o desenvolvimento e a progressão na 
carreira, sujeita a tantas transições no mundo contemporâneo. 
 
 
 
 
12 
 
Entre essas habilidades está a de “aprender a fazer escolhas”, que será 
extremamente necessária a partir da segunda metade do segundo ano do Ensino 
Médio, ocasião na qual deverão escolher disciplinas de seu interesse para 
aprofundamento, com consequências para a futura carreira, caso seja aprovada a MP 
746/2016 em discussão no Congresso Nacional. 
Consideramos, a partir do conhecimento científico, teórico e prático acumulado 
e disseminado pela ABOP nos últimos 23 anos, que a matéria em foco é apropriada e 
aborda problemas atuais e é relevante no cenário nacional, com vistas à preparação 
para as diversas transições dos estudantes, a saber: 
 transição do ensino fundamental para o ensino médio regular ou técnico, 
 transição do ensino médio regular ou técnico para o ensino superior, 
 transição escola-trabalho. 
Entendemos que essas transições, se feitas com reflexões sobre os sentidos 
atribuídos aos estudos e ao trabalho, com algum planejamento, e certa flexibilidade, 
necessária ao mundo em velozes transformações, podem ajudar a prevenir a evasão 
escolar e do ensino superior e promover a saúde do trabalhador, o que 
consequentemente traz benefícios para a pessoa, a sociedade e a nação. 
Ainda segundo a Associação as diretrizes apontadas pelo Projeto de Lei no 
5053/2016 abrem caminho para a democratização ao acesso à orientação 
profissional, especialmente aos estudantes de escolas públicas, historicamente 
alijados do que já prevê a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em seu art. 22, que 
expressa ser finalidade da educação básica fornecer ao educando “meios para 
progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Por outro lado, nas escolas 
particulares também é relevante a oferta de serviços de Orientação Profissional. Daí 
sugerirmos a ampliação da obrigatoriedade também para os sistemas de ensino 
privados. 
Portanto, é nítido que a evolução daOP tem íntima relação com o valor 
significativo que lhe foi atribuído durante toda a sua evolução até os dias de hoje. 
Percebe-se que seu desenvolvimento ocorreu em função das necessidades, das 
demandas que foram surgindo, como também em decorrência das críticas à 
psicometria que foram necessárias para o aprimoramento e/ou ajustamento das 
técnicas, das intervenções, das abordagens e dos profissionais que estão 
entrelaçados no crescimento da mesma. Seus avanços são contínuos, visto que sua 
 
 
 
 
13 
 
contribuição para orientar profissionalmente um indivíduo é perceptível e tem sido 
significativa no momento de sua escolha profissional (PINHO,2013). 
3 A ESCOLHA PROFISSIONAL 
 
Fonte:ifpb.edu.br 
Escolher uma profissão caracteriza um processo que vem de uma relação 
dialética entre indivíduo, trabalho e sociedade. Como toda escolha é produzida por 
meio de um significado ou de uma importância que se atribui ao que deve ser 
selecionado, a escolha profissional pode- se refletir em uma vida inteira ou pelo 
menos em boa parte da vida de um indivíduo (PINHO, 2013). 
A escolha profissional está ligada a “raiz” social, ao do papel do sujeito dentro 
da sociedade, garantindo, inclusive, mudanças materiais. (OLIVEIRA et al., 2009). 
Portanto, existe uma questão de valorização social quando um indivíduo 
escolhe sua profissão, e fica evidente a importância dessa escolha para cada 
pessoa, já que um dos fatores que contribui para o equilíbrio da vida do 
indivíduo é a carreira, tão importante quanto à própria família, processo no 
qual se depara com desafios e fracassos. Contudo, à escolha da profissão se 
torna um processo que valoriza seu aprendizado (OLIVEIRA; GUIMARÃES; 
COLETA, 2006, Apud PINHO, p.05, 2013). 
De acordo com Bohoslavsky (2007), citado por Pinho (2013) a escolha 
profissional ocorre na fase da adolescência, período que os jovens passam para 
definir o futuro, que implica não somente no que fazer, como também, quem ser e 
 
 
 
 
14 
 
quem não ser. É normal o adolescente imaginar um futuro, salientam Levenfus e 
Soares, (2010), criar ideias e questionar como seria caso estivesse numa determinada 
profissão. Nesse contexto, os jovens tendem a idealizar a profissão perfeita e ideal, 
que responderá a todas as suas expectativas projetadas em seus sonhos. 
 
Fonte: domboscopira.com.br 
A escolha profissional pode ocorrer por meio de um processo de orientação 
profissional ou, mais frequentemente, sem esse apoio. À medida que o adolescente 
se encontra dentro do processo de escolha profissional, ele se depara com as próprias 
expectativas, analisa suas preferências e verifica suas habilidades (BOCK, 2002 apud 
HOHENDORFF; PRATI, 2010, apud PINHO, 2013). 
De fato, o ser humano se depara no decorrer de sua vida com muitas 
expectativas, e a escolha profissional traz uma multiplicidade delas que vêm junto com 
as pressões sociais, da família, da escola e até mesmo do mercado de trabalho, as 
quais movimentam o jovem a definir sua escolha, na busca do um sentido para sua 
existência. (CARMO; COSTA, 2013). 
Concomitantemente às escolhas, existem as implicações que podem ocorrer 
em qualquer trajetória que o sujeito deseja seguir. No âmbito da escolha profissional, 
ocorrem emoções que podem abalar o contexto que se está vivenciando, como por 
exemplo, o medo de escolher errado, e isso pode estar relacionado a convivência com 
pessoas próximas que entram e saem da faculdade e abandonam o curso. 
(LEVENFUS; SOARES, 2010, apud PINHO, 2013). 
 
 
 
 
15 
 
É necessário entender que a escolha da profissão nunca será definitiva, deste 
modo, cada indivíduo ao longo da vida se constrói e se transforma no caminho de uma 
identidade profissional. Com isso, é inevitável o amadurecimento que 
progressivamente o deixa mais consciente dos seus planos para o futuro. (AGUIAR; 
CONCEIÇÃO, 2008). 
Ainda de acordo com os autores a escolha profissional é especificamente 
cobrada em alguns momentos da vida, em especial na adolescência. É compreendido 
que escolher a profissão não é uma tarefa fácil, pois se constitui de emoções que 
derivam medo, angústia de escolher errado, pois a pessoa se depara com muitas 
pressões, entre as quais, da família, escola e sociedade. 
Para Fierro (1995) apud Zavareze (2008) a adolescência costuma ser 
caracterizada como um período preparatório para a idade adulta e um momento de 
recapitulação da infância passada, de toda a experiência acumulada e agora posta 
em ordem do futuro, a partir de um enorme potencial e acervo de possibilidades ativas 
que o adolescente possui e tem consciência de possuir. Neste processo, de 
recapitulação e de preparação, determinados temas vitais a própria identidade, a 
sexualidade, o grupo de amigos, os valores, a experiência e a experimentação de 
novos papéis passam a ser preponderantes nas relações do adolescente com seu 
meio e em sua própria vivência fenomenológica, consciente, dos acontecimentos. 
Segundo esse mesmo autor o tema vital mais importante na personalidade 
adolescente é o do desenvolvimento do eu e da identidade pessoal e esse tema é 
vinculado à própria história do adolescente. É na adolescência que o ser humano 
começa a ter propriamente história, memória biográfica, interpretação das 
experiências passadas e seu aproveitamento para enfrentar os desafios do presente 
e as perspectivas do futuro, começa-se a tecer o próprio relato pessoal e este relato 
constitui o discurso fundamentador da sua identidade pessoal. 
Lisboa (1997) citado por Zavareze (2008) diz que após o nascimento, é a 
adolescência a segunda fase em grau de transformações maiores e significativas 
tanto física quanto emocionalmente e onde há a continuação da evolução do ser 
humano e a entrada em um processo que levará o ser à vida adulta. 
Para a referida autora, nessa fase há a construção da identidade do 
adolescente que é diferenciada da identidade infantil já que as figuras de identificação, 
base para a formação da identidade, até então foram principalmente os pais. Na fase 
 
 
 
 
16 
 
da adolescência, no entanto, outras tomam um lugar de maior importância, havendo, 
inclusive, a perda do lugar dos pais frente a elas. É principalmente o grupo de amigos, 
os personagens que se evidenciam como expoentes nos setores como esportes, 
música, cinema e televisão e os professores. 
A autora acrescenta que a escolha da futura ocupação está inserida justamente 
na fase da adolescência, que é o momento em que o jovem começa a se preocupar 
com o futuro, e, dentro deste, o trabalho em lugar de destaque e essa preocupação 
se inicia principalmente na escola, na família, entre amigos. 
 
 
Fonte:google.com.br 
 
 
4 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E ALGUMAS PROPOSTAS PARA 
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Fonte: scielo.com.br 
 
O termo Behaviorismo foi fundado por John Broadus Watson, em 1913, com 
sua publicação Psicologia: como os Behavioristas a veem, mais é no behaviorismo 
radical e análise experimental do comportamento que a terapia analítica 
comportamental tem se sustentado, com enfoque nas relações funcionais entre o 
organismo e ambiente, aceitando os estados subjetivos como as emoções, 
sentimentos e pensamento, não como causas, do comportamento e sim como produto 
da interação entre organismo e ambiente (ALDINUCCI; 2011). Onde, são eventos que 
somente o organismo tem acesso, são comportamentos que mantêm uma relação 
com o ambiente e este ambiente é qualquer evento que afete o organismo, podendo 
ser tanto os estímulos eliciadores, discriminativos e também os eventos consequentes 
dessa ação. (SAMPAIO; ROMCANTI, 2012). 
Cabe salientar que a análise do comportamento foi introduzida, no Brasil no 
ano de 1961, pelo professor norte-americano Fred Keller com o objetivo de ministrar 
uma disciplina de psicologia experimental em uma universidade de São Paulo 
(LEONARD, 2015). Na época, a formação consistia na aprendizagemdos processos 
comportamentais básicos por meio da leitura dos primeiros livros-texto em análise do 
comportamento e das pesquisas publicadas no Journal of the Experimental Analysis 
of Behavior, além da realização de experimentos com ratos (GUILHARDI; 2003, 
MATOS, 1998, apud LEONARD, 2015). 
 
 
 
 
18 
 
De acordo com o mesmo autor, ao longo de seu desenvolvimento, diversas 
terminologias foram utilizadas para se referir à prática clínica brasileira de base 
behaviorista radical, tais como psicoterapia comportamental, terapia comportamental 
e psicologia clínica comportamental. Entretanto, nos anos 1990 e 2000, analistas do 
comportamento brasileiros questionavam se essas denominações eram suficientes 
para representar sua atuação, uma vez que estavam muito associadas às técnicas 
respondentes e eram frequentemente confundidas com a terapia cognitivo-
comportamental (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud LEONARD, 2015). 
Por essa razão, Tourinho e Cavalcante propuseram, em 2001, o uso do 
termo terapia analítico-comportamental (TAC), que se tornou consenso entre 
terapeutas de diferentes regiões do Brasil como a melhor denominação para qualificar 
sua prática profissional, por especificar, já em seu nome, as bases filosóficas, 
conceituais e metodológicas que a sustentam (NENO; 2003, LEONARD, 2015). 
Deve-se ressaltar que a criação do termo não teve a intenção de propor uma 
nova modalidade de terapia, mas apenas uniformizar o nome da prática clínica 
fundamentada na ciência do comportamento Skinneriana que vinha sendo praticada 
no Brasil desde o início da década de 1970 (ZAMIGNANI; et al., 2008; apud 
LEONARD, 2015). 
Andery (2010) corrobora propondo que a expressão análise do comportamento 
designa, então, um conjunto de práticas de uma comunidade (os analistas do 
comportamento) e seus produtos. Tais práticas envolvem as maneiras de fazer 
pesquisa e os seus resultados, ou seja, envolvem a pesquisa científica que serve de 
base e fundamento para a produção de corpo de conhecimento teórico e de 
explicações (comportamento verbal) sobre o comportamento e, então, para o 
desenvolvimento de técnicas, procedimentos e tecnologias de intervenção que são 
aplicadas para a solução de problemas envolvendo comportamentos. 
O conjunto de práticas que chamamos de análise do comportamento envolve, 
portanto, a análise experimental do comportamento – pesquisa básica e pesquisa 
aplicada –, a análise do comportamento aplicada e a filosofia que a elas se vincula – 
behaviorismo radical (MICHAEL; 1980, CATANIA; 1984; TOURINHO; 2003, apud 
ANDERY; 2010). 
É uma prática fundamentada nos princípios filosóficos e metodológicos da 
ciência do comportamento humano proposta pelo behaviorismo radical de Skinner 
 
 
 
 
19 
 
tendo como base para a explicação do comportamento métodos e processos 
experimentais pautados na aprendizagem e análise de contingências (LEONARD, 
2015). 
Desse modo, quando se trata de análise do comportamento no contexto da 
orientação profissional a mesma tem muito a oferecer, considerando os avanços 
teóricos e aplicados que a análise do comportamento tem alcançado nos últimos anos, 
tanto no que se refere a construção do conhecimento, quanto a sua aplicabilidade a 
diferentes contextos, parece óbvio que tal modelo teórico possa, perfeitamente, se 
adequar às necessidades de intervenção que a problemática requer. Talvez o termo 
“vocação”, por sua conotação, tradicionalmente, mentalista, tenha afastado os 
analistas do comportamento do estudo e do envolvimento com a produção de 
conhecimento útil nessa área (GUIDUGLI, 2015). 
Moura e Silveira (2002) deixa evidente a rejeição do modelo de "vocação" como 
algo inerente a pessoa, determinado internamente e que precisa apenas ser 
desvelado ao seu portador. Partindo de uma visão de homem completamente 
diferente. Skinner, (1974) propõe que a análise do comportamento entende "vocação" 
como uma construção pessoal, ou, como um conjunto complexo de variáveis filo e 
ontogenéticas que se arranjam de forma única para cada indivíduo. Dito de outra 
forma, a "vocação" é um conceito socialmente construído, na medida em que existe 
um conjunto de valores e normas sociais aos quais se espera que as pessoas 
respondam, adequando suas características a padrões de um dado momento 
histórico. 
Portanto, a "vocação" de uma pessoa é socialmente determinada e implicará 
numa combinação única de sua história genética, pessoal, familiar e cultural. 
O arranjo destas variáveis ao longo da vida do indivíduo irá encaminhá-lo 
para o desenvolvimento de interesses e habilidades que deverão se 
enquadrar em um conjunto razoavelmente restrito de opções profissionais 
(MACEDO, 1998, apud MOURA; SILVEIRA, 2002, p.01). 
 
Moura (2001, apud Moura et al 2005) colabora, afirmando que a situação de 
escolha profissional envolve a consideração de três grandes grupos de variáveis de 
acordo com a Análise do Comportamento: 
 1) as pessoais, às quais o adolescente normalmente já se encontra exposto 
(controle e expectativas dos pais, influência de amigos, professores, meios de 
 
 
 
 
20 
 
comunicação, história de reforçamento para determinada atividade por modelagem ou 
modelação etc); 
 2) as profissionais, às quais ele precisará se expor para ser capaz de analisar 
as informações obtidas relacionando-as com suas capacidades, interesses e 
habilidades pessoais e; 
3) as ligadas à tomada de decisão (seleção de critérios de escolha e restrição 
de opções profissionais), às quais o adolescente também precisará se expor. A 
intervenção pode fornecer contingências específicas para análise desses três 
conjuntos de variáveis e aquisição das respostas necessárias. 
 
Fonte: tridorienta.com.br 
 
Em relação ao procedimento de aconselhamento profissional nos moldes 
comportamentais devemos: 
l) levar o indivíduo a discriminar as variáveis destes diferentes contextos de 
controle às quais seus comportamentos de escolher e de decidir estão expostos; 
2) proporcionar informação relevante sobre as profissões de interesse, 
discutindo compatibilidades e perspectivas; 
3) aumentar a probabilidade de ocorrência de comportamentos relacionados à 
escolha e/ou à tomada de decisão. 
 
 
 
 
21 
 
Desse modo, a orientação profissional com base na análise do comportamento 
pode ser compreendida nos moldes do autoconhecimento, conhecimento da realidade 
profissional e apoio a tomada de decisões (MOURA, 2001, apud Moura et al, 2005). 
Veja a baixo detalhadamente a classes de respostas a serem aprendidas para 
facilitação da ocorrência do comportamento de tomada de decisão profissional. 
 
AUTOCONHECIMENTO RECONHECIMENTO DA 
REALIDADE PROFISSIONAL 
TOMADA DE DECISÃO 
1. Definir o problema da decisão, 
discriminar os fatores pessoais 
relacionados as dificuldades 
apresentadas; 
4. Adquirir informação profissional 
relevante e atualizada, aprender a 
usar as fontes de informação na 
seleção de variáveis, que tornam 
mais provável, uma tomada de 
decisão apropriada e consciente. 
6. Refinar os critérios de escolha 
a partir da combinação das 
informações profissionais com 
valores pessoais e estilo de vida 
envolvendo a profissão. 
2. Discriminar características 
pessoais, principalmente aquelas 
ligadas aos reforçadores atuais que 
podem estar implicados com as 
atividades profissionais futuras. 
5.Realizar o ensaio comportamental 
da escolha para a avaliação do 
impacto das consequências 
(custo/benefício) advindas da 
escolha profissional a ser realizada. 
7. Avaliar o impacto futuro das 
aprendizagens adquiridas para a 
consecução do curso de ação 
selecionado e a concretização 
da escolha. 
3. Ampliar o repertório de 
consideração e análise de 
alternativas pessoais e profissionais 
e aumentar a variabilidade 
comportamental, para que a 
informação sobre profissões exerça 
controle relevante. 
 
Um programa de orientação profissional baseadonos conhecimentos da 
análise do comportamento, dado seu caráter funcionalista, contextualista e diretivo, 
pode fornecer contribuições importantes, no que diz respeito ao desenvolvimento de 
uma intervenção focalizada, especificamente, na aprendizagem das respostas 
necessárias à resolução do problema da escolha profissional (GUIDUGLI, 2015). 
Segundo Moura e Silveira (2002) a análise do comportamento não possui um 
modelo estruturado da prática em Orientação Profissional, embora ofereça 
possibilidade de interpretação da problemática da escolha profissional. 
Segundo Skinner (1989) apud Moura e Silveira (2002) o comportamento de 
decidir é essencialmente um processo de geração de condições que tornarão um 
 
 
 
 
22 
 
dado curso de ação mais provável que outro. O processo pode ser ilustrado por meio 
do exemplo de alguém que se diz decidido a passar as férias na praia, ao contar isso 
aos colegas, a pessoa controla o curso de seu próprio comportamento, reduzindo a 
probabilidade de mudar de ideia. "Decidir-se" é, para Skinner, antes de tudo, um 
"processo", o qual está relacionado a uma classe de estímulos, muitas vezes 
manipulada pela própria pessoa que está se decidindo. 
4.1 A importância do comportamento verbal na orientação profissional 
 
Fonte: Google.com 
Segundo Couto (2009) a noção que vem a princípio ao pensar em 
comportamento verbal é a de que seria talvez mais ou menos o mesmo 
que linguagem, ou talvez, comunicação. No entanto, esses dois conceitos já existiam 
e tinham significativo corpo teórico, mas para Skinner não haveria nada a se dizer de 
novo voltando às explicações circulares. Ele teceu críticas à noção de linguagem, e 
demonstra por que ela não é a mais adequada para explicar o comportamento verbal. 
Skinner (1974, apud couto 2012) enfatiza que a linguagem tem um caráter de 
coisa, algo que a pessoa adquire e possui. Os psicólogos falam em ‘aquisição de 
linguagem’ por parte da criança. As palavras e as sentenças que compõem uma língua 
são chamadas instrumentos usados para expressar significados, pensamentos, 
ideias, proposições, emoções, necessidades, desejos e muitas outras coisas que 
 
 
 
 
23 
 
estão na mente do falante. Uma concepção muito mais produtiva é a de que o 
comportamento verbal é comportamento. 
O comportamento verbal, como operante que é definido então em função do 
contexto em que ocorre e das suas consequências. Dizer que comportamento verbal 
é “uso de linguagem” apenas não nos diz nada sobre relações funcionais. A mesma 
coisa acontece com o conceito de “comunicação”: dizer que alguém “emite” uma 
mensagem que depois é decodificada por alguém que “recebe” não ajuda. Isso que é 
comunicado, onde está? E a linguagem que é usada, onde são guardadas as suas 
ferramentas? Por isso o caráter mentalista da ideia, que padece então dos mesmos 
problemas que Skinner apontou na rejeição ao mentalismo no Behaviorismo Radical 
(COUTO, 2012). 
O autor ainda enfatiza que comportamento verbal não é apenas fala, é mais um 
comportamento operante e que, portanto, pode e deve ser estudado com base no que 
já é conhecido sobre este. No entanto, o comportamento verbal tem características 
que merecem ser cuidadosamente estudadas, pois afeta o ambiente de forma indireta, 
não necessariamente mecânica (posso pedir a alguém um copo de água, sem ter de 
ir pegar eu mesma, por exemplo), ao afetar outros indivíduos da nossa espécie e 
mesmo a nós mesmos de forma especial (e aí temos o pensamento, a transmissão 
de conhecimentos, regras e valores de uma cultura, enfim, um mundão de coisas). 
Assim, fica difícil não entender a importância do estudo do comportamento 
verbal, e, mais ainda, a legitimidade do esforço do Skinner e dos que vieram depois 
dele ao colocar o comportamento verbal no campo da psicologia (SÉRIO; ANDERY, 
2010, apud COUTO, 2012). 
Diante dessa realidade, Moura e Silveira (2009) destaca que tanto quanto a 
análise do contexto de vida do adolescente, é importante o conhecimento das regras 
às quais ele responde. "Como o orientando comporta-se verbalmente durante o 
atendimento?" Essa pergunta levará o analista do comportamento a 1) identificar 
pensamentos e sentimentos relativos a escolha profissional; 2) interpretar como os 
contextos passado e presente do adolescente interferem na tomada de decisão; 3) 
identificar (para, posteriormente alterar) regras mantenham relações impróprias ou 
distorcidas com contingências reais que se refiram à escolha profissional. 
O orientador avalia com os adolescentes a adequação de algumas regras e 
frequentemente discute com eles regras tais como: "Eu preciso acertar na minha 
 
 
 
 
24 
 
escolha porque ela é definitiva e será irreversível" ; "O dano para a minha vida será 
irreparável, caso eu me engane na escolha", "Se eu optar pela carreira 'certa' eu não 
encontrarei obstáculos profissionais", as quais impedem a consideração de mudanças 
nos rumos profissionais caso haja alterações nas contingências presentes ou futuras 
(MOURA; SILVEIRA, 2009). 
 
Fonte: google.com.br 
 
Desta forma, considera-se que análise do comportamento possa contribuir com 
a prática de orientação profissional a medida em que estabelece um referencial teórico 
que coloca a escolha profissional em uma perspectiva abrangente, tornando o 
orientando sujeito ativo em sua escolha. Além disso, dispõe de um conjunto de 
procedimentos de intervenção que dão conta de aspectos centrais da tomada de 
decisão. Estas contribuições parecem suficientemente amplas para abarcar o 
conjunto de variáveis envolvidas na escolha profissional e fornecer ao sujeito o apoio 
necessário para a superação de seus conflitos rumo a uma escolha consciente, 
baseada em suas possibilidades concretas (MOURA, SILVEIRA, 2002). 
 
 
 
 
 
25 
 
5 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – UMA ABORDAGEM PSICODINÂMICA 
 
Fonte:policlinicabertolla.com.br 
 
A Orientação Profissional é um processo pelo qual o indivíduo é auxiliado a 
resolver dúvidas e desmistificar alguns conceitos sobre profissões. Que contribui para 
uma mudança e transformação no decorrer do processo de escolha de um indivíduo, 
possibilitando um momento de reflexão sobre a formação de uma identidade 
profissional e o autoconhecimento (PINHO, 2013). 
A Orientação Profissional tem desenvolvido diversas estratégias para contribuir 
com o indivíduo em seu processo de escolha da profissão, o que resultou em 
ampliação do seu campo de atuação. Entende-se desta forma, que a orientação 
profissional exerce um papel fundamental na vida do indivíduo que busca encontrar 
uma profissão para se colocar ou se recolocar no mercado de trabalho (PINHO, 2013). 
Lisboa (2002) apud Zavareze (2008) colabora afirmando que um dos méritos 
da Orientação Profissional é a possibilidade de reflexão aprofundada sobre os 
elementos que constituem o projeto profissional, considerando o contexto do trabalho 
como um dos mais importantes. 
Posto que, o processo de Orientação Profissional, é um método de intervenção, 
mais do que um conjunto de procedimentos, representa uma estratégia do 
pensamento, uma articulação de conceitos e de proposições que configura um objeto 
de estudo e permite uma dada análise resultando que para poder estabelecer o 
método em Orientação Profissional, é preciso perguntar-se acerca de seu objeto, a 
identidade profissional (VALE, 2002, apud ZAVAREZE, 2008). 
 
 
 
 
26 
 
Entende a referida autora que as indagações que se faz a respeito do objeto 
de intervenção serão diferentes a partir de como se pensa o lugar ocupado pela 
profissão na vida de alguém, a relação homem-trabalho-sociedade, os múltiplos 
determinantes da escolha e o peso que lhes atribuímos. Esse objeto de estudo não 
se remete apenas ao que fazer, mas integra a identidade pessoal mais ampla “quem 
ser e quem deixar de ser”. Uma vez que a identidade profissional é construída através 
das relações interpessoais e derivade valores, princípios e posturas que serão 
articulados de acordo com o ideal de cada um e que poderão constituir um projeto de 
vida. 
As teorias psicológicas que orientam a Orientação Profissional e/ou Vocacional, 
tem como finalidade concentrar-se no indivído, afirmando que a escolha é 
determinada, principalmente pela dinâmica de suas características e só indiretamente 
pelo meio em que se vive. Podem ser classificadas, em: Teoria de Traços e Fatores, 
teorias Psicodinâmicas, teoria Desinvolvimentistas e teorias de Decisão. Porém, 
iremos enfatizar especificamente a teoria Psicodinâmica (PINHO,2013). 
Segundo Gorgati e colaboradores (2002) a abordagem psicodinâmica refere-
se a uma compreensão do psiquismo em seus processos dinâmicos, orientando o 
trabalho em direção ao insight. A abordagem está fundamentada nos princípios da 
teoria psicanalítica, cuja técnica visa elaborar e resolver conflitos intrapsíquicos a 
serviço da reestruturação, reorganização e desenvolvimento da personalidade. 
Embora a teoria psicodinâmica não apresente uma definição conceitual única 
e precisa, ela tem o objetivo de auxiliar o individuo a compreender os significados dos 
sintomas manifestos, encontrando assim alternativas mais adaptadas para lidar com 
o sofrimento psíquico. 
Assim sendo, com o surgimento das teorias desenvolvimentistas, encontramos 
a Orientação Profissional estendendo-se a diversos níveis de escolaridade. Nesta 
modalidade, respeita-se o desenvolvimento maturacional do indivíduo, a dinâmica de 
sua personalidade e a evolução permanente do mundo do trabalho. Logo, Se 
considerarmos a estrutura da personalidade do indivíduo como uma estrutura 
eminentemente dinâmica, emerge um novo conceito a ser trabalhado - a estrutura 
dinâmica atual da personalidade (ZASLAVSKY et al.,1979) 
Faz-se necessária então uma nova modalidade de atendimento em que se visa 
a estrutura e a maturação do indivíduo: a modalidade psicodinâmica que enfoca a 
 
 
 
 
27 
 
escolha de uma profissão em função dos motivos e da organização dinâmica da 
personalidade. Nesta modalidade não se justifica uma forma de atendimento 
situacional estática, nem o acompanhamento do desenvolvimento vocacional ou 
profissional a longo prazo. Objetiva-se, a curto prazo, rever e reelaborar as etapas do 
processo de desenvolvimento do indivíduo, atendendo à urgência da tomada de 
decisão (ZASLAVSKY et al.,1979). 
6 OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL 
Como já vimos no decorrer deste material, a Orientação Profissional é um 
processo pelo qual o indivíduo é auxiliado a resolver dúvidas e desmistificar alguns 
conceitos sobre muitas profissões, contribuindo para uma mudança e transformação 
no decorrer do processo de escolha de um indivíduo, possibilitando um momento de 
reflexão sobre a formação de uma identidade profissional e do autoconhecimento 
(PINHO,2013). 
Pretende-se, com isso, desencadear um processo que também favoreça a 
reflexão sobre os fatos, objetos, fenômenos que podem ser significados como 
possíveis de satisfazer suas necessidades, desenvolvendo assim uma visão crítica 
ante a realidade social e as próprias necessidades constituídas. 
Considerando a capacidade de reflexão dos orientados, tendo em vista as 
necessidades mais imediatas de definição ocupacional. 
 
Fonte:www.oficinadanet.com.br 
 
 
 
 
28 
 
Observe que na orientação profissional existe a possibilidade de se criar uma 
intervenção que permita ao sujeito, mediante informações, reflexões e vivências sobre 
certas questões (tais como que trabalho escolher? Que futuro quero para mim? O que 
é uma boa escolha? O que eu gosto? Por que gosto?) a constituição de um processo 
de apropriação de suas determinações e necessidades, de produção de novos 
sentidos e ressignificação de outros. 
Atenção para a complexidade do que é chamado de processo de 
ressignificação ou constituição de novos sentidos. Porque esse processo possui 
enorme complexidade e não pode ser entendido como simplesmente racional, 
dicotômico, linear. A instituição de novos sentidos ocorre, senão por uma "descoberta 
do indivíduo" de algo que já estava de alguma forma posto, presente em sua 
subjetividade, como uma nova síntese afetiva e cognitiva, que aparece a partir de uma 
nova configuração que se articula ante novas experiências (AGUIAR, 2006). 
Para assimilar determinados sentidos, é essencial que se leve em consideração 
a dialética objetividade-subjetividade como simplificadora ou não desse processo. 
Como o autor afirma "num processo de ressignificação, a realidade social encontra 
múltiplas formas de ser configurada, com a possibilidade de que tal configuração 
ocorra sem desconstruir velhas concepções e emoções". (AGUIAR, 2000, p. 180). 
Existem circunstâncias em que o sujeito, ainda que num processo de 
apropriação, tanto de novas informações sobre a realidade social como sobre si 
mesmo (suas necessidades, contradições, afetos), não consegue expressar novas 
formas de agir e de escolher que sejam coerentes com o novo movimento que se 
esboça. Como o autor destaca, "poderíamos dizer que esse indivíduo vive uma cisão 
entre o pensar, agir e sentir, cisão essa constituída a partir de uma nova configuração, 
marcada pela tensão entre a possibilidade do novo e da permanência" (AGUIAR, 
2000, p. 180). 
Conforme Soares (1987) citado por Zavareze (2008) a Orientação Profissional 
pode se dar em três campos de atuação: a clínica, a escola e a organização. Na clínica 
poderão ser elaborados os conflitos referentes às implicações de escolha e sua 
relação com a satisfação ou não no trabalho, o sentimento de prazer ou de alienação 
em relação a ele. Na escola a autora diz que poderá ser utilizado como base para a 
intervenção auxiliando o jovem a escolher sua futura profissão consciente das 
possibilidades reais e na organização a orientação profissional contribui para a 
 
 
 
 
29 
 
avaliação homem-trabalho, sendo importante refletir sobre a escolha realizada, seus 
determinantes e suas consequências na realização do trabalho. 
Valore (2002) trazendo a questão de se fazer clínica na escola, diz que para 
esse trabalho deve-se valer da escuta clínica psicanalítica para que se possa 
compreender o universo singular de cada orientando em seu processo de escolha, de 
crescimento e de construção de sua identidade e de seu projeto de vida, bem como 
para poder discernir os meandros do acontecer grupal. Essa abordagem considera os 
aspectos inconscientes determinantes da posição subjetiva frente à problemática da 
escolha. 
Para a referida autora através do trabalho em grupo, o orientando poderá vir a 
aprender novas formas de se comunicar e de se relacionar com o outro, em um rico 
exercício de inserção social. Ao se trabalhar com a ideia de um projeto de vida pode-
se oferecer ao orientando a oportunidade de exercer um papel comprometido e 
responsável, tanto na construção de seu destino individual quanto no da comunidade 
em que se insere. 
Wainberg (1997) apud Zavareze (2008) acrescenta neste mesmo sentido que 
a atividade em grupo é facilitadora do processo de identidade individual e grupal, 
oferecendo melhores condições na elaboração dos sentimentos inerentes à atividade. 
E, além disso, a troca de experiências, o relato de vivências, assim como a tendência 
natural do adolescente para se agrupar torna o enfoque grupal indispensável para a 
realização deste processo. 
Quanto à tendência grupal do adolescente Knobel (1992) ressalta que esse 
comportamento é resultado da busca da identidade adolescente e da uniformidade 
ocorrendo assim um processo de superidentificação em massa, onde todos se 
identificam com cada um o que pode proporcionar segurança e estima pessoal. 
Segundo o mesmo autor, é transferida ao grupo grande parte da dependência 
que anteriormente se mantinha com os pais e assim o grupo vai se constituir na 
transição necessária no mundo externo para alcançar aindividualização adulta. 
Em relação à família Andrade (1997) apud Zavareze (2008) ressalta que o 
indivíduo deve considerar as influências explícitas ou sutis recebidas da família, pois 
conhecendo essas influências poderá utilizá-las de forma positiva e construtiva, 
selecionando-as e adequando-as aos seus próprios desejos e valores. Já o papel da 
família é de se ocupar de seus membros de forma construtiva, dando-lhes espaço 
 
 
 
 
30 
 
para progredirem como indivíduos, integrarem-se como grupo, fornecer-lhes energia 
vital numa dinâmica saudável. Para o autor a atuação do profissional junto à família é 
de se ocupar da interação família, trabalho, não negligenciando nem minimizando 
estas influências. 
Segundo Valore (2002), a avaliação do processo é feita continuamente. Em 
muitos momentos, durante os encontros, é preciso resgatar o contrato de trabalho, os 
objetivos e os papéis de cada um no grupo. Nestas ocasiões, costuma-se fazer uma 
avaliação do processo, para poder retomá-lo, às vezes, em outra perspectiva. Mas, 
há um momento próprio para a avaliação que coincide com o fechamento da 
Orientação Profissional feita com os orientandos. Uma avaliação também deve ser 
feita com a escola para expor os resultados obtidos e fazer um fechamento do 
processo. 
Wainberg (1997) apud Zavareze (2008) ressalta que é importante ter claro que 
a Orientação Profissional não é um momento isolado, particular. Faz parte de um 
processo maior de busca de identidade pessoal que inicia já antes do nascimento, 
quando dos planos e expectativas dos pais em relação ao seu futuro bebê, e é o 
resultado de uma série de decisões tomadas durante muitos anos, algumas vezes, 
durante toda a vida. Conclui dizendo que escolher é tarefa de quem vai seguir o 
caminho. 
Dessa forma, fica evidente que o papel do orientador profissional consiste em 
possibilitar ao adolescente o seu autoconhecimento, bem como na identificação de 
seus interesses e definição de seu projeto de vida. É papel do orientador profissional 
também esclarecer situações, conscientizar e vincular a problemática do adolescente, 
frente à escolha de seu futuro, com o contexto histórico e as situações locais onde 
esta escolha se dá. Para tanto o orientador profissional deve levar em consideração a 
etapa de vida que o adolescente se encontra, as influências dos amigos e familiares, 
além das vivências que cada jovem traz de todo o seu desenvolvimento, desde o 
momento intra-uterino (ZAVAREZE, 2008). 
 
 
 
 
 
 
31 
 
7 O AUTO RECONHECIMENTO E A INFORMAÇÃO NA ORIENTAÇÃO 
PROFISSIONAL 
 
Fonte:www.cemaden.gov.br 
Na atualidade, os jovens em nossa sociedade estão vivendo constantemente o 
grande desafio da corrida frenética em busca da autoafirmação profissional com seu 
engajamento no mercado de trabalho. E, considerando que a escolha profissional 
ocupará dois terços da vida do jovem, uma decisão maquinal e, diversas vezes, de 
caráter emotivo, sem a devida análise da futura profissão de forma cuidadosa, 
ponderando também questões subjetivas, a probabilidade de frustração quanto à 
carreira e a realização pessoal aumenta (AGUIAR, 2006). 
Em decorrência de toda a bagagem histórica e cultural da pessoa vem a 
escolha de uma profissão. Toda criança, desde a fase escolar já faz menção do que 
almeja ser quando crescer, essa escolha está elencada em suas relações familiares 
e sociais, exercendo influência direta em seu futuro, e na forma como constitui sua 
individualidade. 
O mercado de trabalho, por sua vez, também influencia na escolha de uma 
profissão ao impor vagas que, nem sempre, vem de encontro com aquilo que o 
indivíduo se identifica realmente. As leis de oferta e demanda de profissões 
influenciam decisões de caráter emocional, objetivando apenas o status social e 
retorno financeiro. A sociedade, as mídias televisivas e a família muitas vezes 
contribuem para a decisão precipitada, obrigando o jovem a escolher profissões nas 
 
 
 
 
32 
 
quais não possui nenhuma aptidão, gerando desgaste, stress e perca de um tempo, 
que poderia ser melhor empregado na busca pela profissão almejada (BOCK, 2012). 
O jovem constantemente gera uma imagem idealizada de cada profissão. Sílvio 
Bock (2002) chama essa imagem idealizada de “Cara”. 
A cara é resultado do contato direto ou não, como já afirmado, que ela teve 
com a área do profissional. Esta cara não é verdadeira nem falsa, não é nem 
mais próxima nem mais distante da realidade, não é correta ou incorreta, é 
simplesmente uma cara que deve ser trabalhada. As pessoas se identificam 
ou não com essas caras. É interessante perceber que essas caras são 
constituídas na interiorização e singularizarão do vivido, por isso são 
diferentes para cada pessoa. (BOCK, 2012, p. 81). 
 
Fonte:www.outromundo.net 
A escolha profissional sempre tem relação com a condição social do indivíduo, 
e serve como subsidio para reforçar no jovem sua identidade e posição social. 
Bock (2002) afirma que, a Orientação Profissional, nesse contexto de escolha 
profissional, visa promover ao sujeito formas de se autoconhecer, pois, de acordo com 
o autor, somente deste modo o jovem terá instrumentos necessários para buscar uma 
profissão numa área com a qual se identifica, seja ela: humanas, exatas ou biológicas. 
Insta salientar que, por mais lógica e racional que seja a escolha profissional, não se 
trata de uma escolha completamente correta ou errada. No decorrer do processo, a 
pessoa pode mudar de ideia, e descobrir outra profissão com a qual se identifica, 
nesse momento nasce um novo questionamento: Mudar ou não de profissão? 
A Orientação Profissional apenas reduz a possibilidade de uma frustração, 
proporcionando a pessoa meios para escolher de modo coeso a profissão com a qual 
 
 
 
 
33 
 
mais se identifica, e sem ignorar importantes informações sobre ela, como por 
exemplo: financeiro, ofertas de vaga no mercado de trabalho, realização pessoal, etc. 
A esse respeito, Bock (2002, p.10), afirma que: “A melhor escolha profissional é aquela 
que consegue dar conta do maior número de determinações para, a partir delas, 
construir esboços de projeto de vida profissional e pessoal”. 
8 CAMPOS DE INTERVENÇÃO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL 
Ao longo dos anos foram construídos muitos tipos de intervenção por diversos 
modelos de orientação profissional. À medida que o tempo passa, surgem propostas 
que vêm junto com a demanda crescente da população. Neste cenário, nascem 
programas, projetos e instrumentos que ajudam o profissional que trabalha com 
orientação profissional a se capacitar, para enfrentar os desafios do mercado de 
trabalho, oferecendo intervenções que atendam aos diversos públicos, tais como, 
crianças, adolescentes, adultos ou idosos em diferentes classes sociais, em diferentes 
contextos, que procuram ou precisam de uma orientação profissional (PINHO, 2013). 
 
Orientação Profissional no contexto educacional 
 
Os modelos de OP envolvem uma série de motivos pelos quais são criados. As 
influências, nesse caso, decorrem do surgimento da necessidade de intervenções 
para que o aluno se movimente e participe do processo na condição de sujeito fazendo 
suas próprias escolhas. As práticas da orientação profissional dentro da educação são 
descritas através dos campos ligados a esse âmbito. As discussões encontradas 
nesse campo mostram a orientação profissional com crianças, adolescentes, com 
universitários e com alunos com elevado risco de abandono escolar, que serão 
mostrados a seguir. 
 
Orientação profissional com crianças 
 
A orientação profissional com crianças contribui para favorecer a 
desconstrução de preconceitos e estereótipos relacionados a determinadas 
profissões, e possibilita a sua reflexão, quando vivencia o papel do adulto 
 
 
 
 
34 
 
(PASQUALINI; GARBULHO; SCHUT, 2004). Auxiliar a descoberta do significado do 
trabalho na infância garante que a criança tenha contatocom a orientação profissional, 
já que proporciona conhecer os modos de viver e trabalhar, na sociedade em que vive 
e na escola onde estuda. (PASQUALINI; GARBULHO; SCHUT, 2004). 
 
Orientação profissional com adolescentes 
 
O adolescente pode encontrar dificuldades no estabelecimento de objetivos em 
longo prazo, devido a nuances e problemas que acontecem na educação, saúde e 
trabalho, que podem deixá-los paralisados e sem acreditar que são capazes de fazer 
a diferença. (CASTILHO, 2006). 
No processo de orientação com adolescente do ensino médio, existem muitos 
elementos que demonstram a grandeza deste evento. Um destes aspectos consiste 
no lugar onde acontece o ritual, visto como “espaço sagrado” no qual o jovem baixa 
suas defesas, quando sai da sala de aula, e tem a liberdade de retomar seus desejos 
e fantasias, (SILVA; SOARES, 2001). 
 
Orientação profissional para universitários 
 
O processo de orientação profissional para universitários emprega técnicas que 
focalizam uma ou mais profissões com as quais o perfil do estudante possa se 
identificar, com o objetivo de clarear suas ideias, compreender suas limitações e 
promover reajustes. O estudante, na maior parte das vezes, não considera um 
requisito importante no momento da escolha, a análise de seu próprio perfil, o qual 
indica se ele tem aptidões para a profissão que está escolhendo. (ROCHA, 2002). 
 
Orientação profissional com alunos de elevado risco de abandono escolar 
 
Esse modelo surge com estratégias para atrair esse aluno de volta às salas de 
aula por meio de um trabalho de OP específico, com intervenções que visam 
sensibilizar o aluno a uma reflexão sobre seu projeto profissional. Tem como objetivo 
a análise do percurso escolar e a relação com a escola, bem como, a conscientização 
da relevância da educação e da formação profissional. (FERREIRA, 2005). Nota-se 
 
 
 
 
35 
 
que o processo de orientação profissional para esses alunos, em especial, tem a 
necessidade de mobilizar os responsáveis como a família e a escola pela educação 
desses indivíduos, para que se potencialize a ajuda com incentivo à aprendizagem e 
a busca de enxergarem oportunidades de uma formação profissional. (FERREIRA, 
2005). 
 
Orientação profissional em escolas particulares 
 
O exercício da OP em algumas escolas particulares faz parte de um processo 
educativo, que tem como objetivo o aprimoramento dos jovens, e a criação de 
cidadãos capazes de criticar, garantindo, assim habilidades e competências de 
interferir no contexto onde vivem. (LEVENFUS; SOARES, 2010). 
O funcionamento do processo de OP em escolas privadas ocorre por meio de 
entrevistas individuais e coletivas, e a sensibilização para o autoconhecimento é 
realizada através de palestras e dinâmicas de grupo, de modo a promover a reflexão 
ao aluno para uma escolha profissional. (LEVENFUS; SOARES, 2010). 
 
Contexto da saúde mental 
 
É relevante que se dê importância a todos os trabalhos desenvolvidos em OP, 
principalmente estes de um grupo em específico que está relacionado com o 
psicossocial, que sustenta, por sua vez, uma massa da população que sofre com 
transtornos psicopatológicos. Nesse contexto, serão ilustrados a seguir os trabalhos 
realizados com pacientes psiquiátricos, que estão de saída da instituição, e psicóticos 
na sua restruturação social. 
 
Orientação profissional em pacientes psiquiátricos 
 
A orientação profissional, nesse contexto, surge da necessidade dos usuários 
internados em instituições psiquiátricas se valerem, também, de uma orientação 
profissional que lhe proporcione condições de se colocar ou se recolocar no mercado 
de trabalho. O objetivo da intervenção é que o indivíduo resgate seu poder de escolha, 
 
 
 
 
36 
 
provocando reflexões sobre suas possibilidades, dentro de suas limitações, 
aprendendo a elaborar um projeto de vida para o futuro. (VALORE, 2010). 
Define-se a re-orientação profissional em hospitais psiquiátricos como um 
conjunto de medidas que proporcionem uma maneira desse usuário se ver como 
sujeito de suas próprias escolhas. (HOLANDA, 2000 apud VALORE, 2002). A 
intervenção com indivíduos psiquiátricos é uma maneira de consolidar sua identidade 
profissional, e trabalhar um vínculo social, ressaltando o compromisso da sociedade 
na reabertura de um espaço de acolhimento para os mesmos. (VALORE, 2002). 
 
Orientação profissional para pessoas em situação psicótica 
 
A orientação profissional para psicóticos se destina a uma reestruturação do 
campo profissional desse indivíduo, tendo como ponto de partida o próprio sujeito, 
para que ele chegue a uma escolha que é sua. (RIBEIRO, 1998). Propõe-se a uma 
reorganização estrutural que possibilite o processo de inserção social e contorne a 
questão do espaço psicossocial desse indivíduo. 
O trabalho com essas pessoas tem como objetivos básicos resgatar a 
cidadania, tentar evitar novas crises, combater a cronificação, dar um referencial para 
sua vida e evitar a aposentadoria prematura. (RIBEIRO, 1998). Em muitos casos, 
ocorre a acomodação da situação por parte do indivíduo ou parentes, que a orientação 
profissional visa combater, assim como a ressignificação do desânimo, após as crises, 
que podem possibilitar o crescimento e transformação. (RIBEIRO, 1998). 
 
Orientação profissional para pessoas com deficiência 
 
O programa de orientação profissional dos indivíduos com deficiência para 
enfrentar o mercado de trabalho tem uma diferença entre os demais, porque propõe 
ao participante uma reflexão e análise do mercado de trabalho, de forma que 
desenvolva planejamentos para o futuro, que não seja a aposentadoria. (LOPES, 
2006). Neste tipo de OP cabe ao profissional orientador abordar as dificuldades e 
auxiliar no processo de reformulação da imagem profissional, levando-se em conta 
que as relações de trabalho se dão também pelas relações sociais desse indivíduo. 
(UVALDO, 1995 apud LOPES, 2006). 
 
 
 
 
37 
 
Não se pode negar que a inserção das pessoas com deficiência no mercado 
de trabalho seja difícil, e que venha ganhando um espaço ao longo do tempo através 
dos debates e discussões, mas foi por meio da Lei nº 8.213 de 24 de julho de 19912, 
que se assegurou aos deficientes uma chance de entrar no mercado de trabalho, 
obrigando as empresas a destinar um percentual de vagas à profissionais com este 
perfil. (IVATIUK; YOCHIDA, 2010). 
 
Orientação profissional no contexto de trabalho 
 
A orientação profissional nas empresas é conhecida como coaching3, processo 
que ajuda os profissionais a alinhar seus objetivos e metas, capacitando-lhes para 
gerar resultados diferenciados. (SOARES et al., 2007). O coaching tem algumas 
semelhanças com a orientação profissional, da mesma maneira que o mentoring4 e 
couseling, pois, todos têm o mesmo objetivo: contribuir para o desenvolvimento 
profissional do indivíduo. (SILVA, 2010). 
O termo mentoring é usado nas organizações para destacar alguém que lida 
com a orientação de um indivíduo por meio de técnicas que o auxiliem a um excelente 
desempenho. Os processos de mentoring, como enfatiza Silva, (2010), ocorrem com 
profissionais que já estão em seu campo de atuação. Essa função pode ser exercida 
por uma pessoa da própria empresa ou de fora dela. No que se refere ao termo 
counseling, pode-se dizer que é ligado à área clínica, que se caracteriza como um 
aconselhamento psicológico. Assim, é encontrada uma analogia com o processo de 
OP, o que não se distancia da prática do orientador de um aconselhamento de 
carreira. (SILVA, 2010). 
 
Orientação profissional para aposentados 
 
Ao se aproximar da aposentadoria, o indivíduo percebe a chegada de 
mudanças em sua vida. Nesse período importante para o sujeito, a orientação 
profissional pode ter um papel valioso como psicoprofilaxia, em que se pode 
proporcionar aos futuros aposentados um modo de explorar suas novas 
possibilidades. (SELIG;VALORE, 2010). 
 
 
 
 
38 
 
Ao considerar a diversidade dos campos de atuação da orientação profissional 
percebe-se a grande completude, de maneira, que existe espaço para mais 
exploração. Gradativamente, novos interesses vão surgindo, de acordo com a 
demanda cada vez mais crescente de indivíduos com diversos padrões de idade e 
contexto social. As intervenções em geral estão apoiadas em alguma teoria ou 
abordagem que norteia e impulsiona o seu processo, as quais serão ilustradas a 
seguir. 
9 ABORDAGENS EMPREGADAS NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL 
Todo o trabalho da orientação profissional tem obrigatoriamente que ser 
fundamentado e referenciado acerca de uma ou mais abordagens. Um requisito 
importante para que se dirija um processo dessa natureza, é necessária uma base 
teórica que guie o orientador à execução da prática. 
Crites (1974), citado por Serpa (2003), explica as teorias da escolha profissional 
fragmentadas em três grupos: 
Teorias não 
psicológicas 
consistem na escolha profissional através de fatores externos, tais 
como: remuneração financeira, benefícios que as atividades 
profissionais proporcionam, influências sociais e culturais 
Teorias 
psicológicas 
a escolha profissional ocorre através de fatores internos, tais como: 
habilidades físicas, aptidões, interesses e características pessoais. 
Teorias gerais 
consideram que as escolhas profissionais se dão às vezes por 
aspectos psicológicos outras por aspectos não-psicológicos, ou 
seja, socioeconômicos, justapondo-se às teorias anteriores 
 
As abordagens têm surgido em conformidade com o desenvolvimento da 
orientação profissional, portanto, à medida que a orientação profissional se expande, 
as abordagens são criadas ou se adaptam ao processo. 
 
 
 
 
39 
 
 
Abordagem clínica 
 
A abordagem clínica, possui seu fundamento no indivíduo e na sua dinâmica 
familiar, nas profissões as quais esse grupo familiar desempenha, como também se 
baseia nas influências externas para a formação da identidade pessoal e profissional. 
O direcionamento dessa abordagem está voltado para um período que pode 
ser denominado de transição do adolescente, a ocasião em que se o profissional 
souber criar o setting apropriado, o indivíduo terá uma maturidade e crescimento para 
escolher. (SILVA; SOARES, 2001). 
Através de variadas teorias, a abordagem clínica se propõe a uma atuação do 
processo em conjunto com o indivíduo a fim de auxiliá-lo na reflexão sobre as 
dificuldades apresentadas por cada um, trabalha os aspectos para facilitar a escolha 
conforme processo de autoconhecimento de seu passado, presente e futuro. 
(LUCCHIARI, 1993 apud TETU et al., 2011). 
 
Abordagem evolutiva terapia cognitivo-comportamental 
 
A base dessa abordagem evolutiva está vinculada ao modelo cognitivo, que 
leva em consideração os aspectos afetivos (as emoções acerca das profissões 
apresentadas pelo indivíduo no decurso do tempo). Os indivíduos ao se sujeitarem ao 
processo de orientação profissional manifestam, por diversos meios, suas dificuldades 
afetivas em relação ao mercado de trabalho. As técnicas utilizadas por esse processo 
devem ser de acordo com o perfil de um indivíduo que esteja em conflito com sua 
identidade profissional. 
Nessa abordagem, a tarefa de orientação se baseia no direcionamento do 
significado de tudo que envolve o indivíduo, (a família, filhos, sociedade, o trabalho e 
toda a representação de cada um, na atualidade). Por isso, se trata de uma técnica 
que trabalha com as dificuldades relatadas pelo indivíduo que são importantes para o 
entendimento do seu comportamento perante todos os papéis que desempenha junto 
à sociedade, sendo esse o momento de levantar suas queixas e história profissional. 
(LASSANCE, 2005). 
 
 
 
 
 
40 
 
Abordagem desenvolvimentista 
 
De acordo com Tractenberg (2002) A abordagem desenvolvimentista utiliza o 
presente e o passado para orientar o futuro, através de uma análise histórica, as 
características e dilemas da pessoa. 
Trata-se de uma perspectiva que tem como objetivo contribuir para o 
desenvolvimento do indivíduo, essa abordagem não possui foco nos déficits, mas nas 
potencialidades, como forma de auxiliar no desenvolvimento do sujeito, o qual entende 
ser um processo contínuo e ininterrupto. (CARVALHO; MARNHO-ARAÚJO, 2010). 
 
Abordagem centrada na pessoa (não-diretiva) 
 
Essa abordagem trabalha com autodesenvolvimento do indivíduo, na 
reorganização do self para que possa haver uma maior maturidade e autoconsciência 
e, além de tudo, uma motivação para saber conduzir seu papel mediante suas 
escolhas. 
Toda a atenção é evidentemente direcionada ao sujeito, a abordagem 
centraliza suas premissas para adquirir informações a partir do que o sujeito traz. 
Mediante isso, é utilizado, uma série de técnicas de dessensibilização e modelagem 
em meio à busca de elementos que auxiliem o orientador no desempenho de seu 
papel como condutor desse processo. (TRACTENBERG, 2002). 
 
Abordagem neo-reichiana 
 
Esse tipo de abordagem se caracteriza pelo trabalho com os movimentos 
corporais, pois acredita no trabalho composto pelo corpo e psique, como processo 
terapêutico. (AGUIAR; CONCEIÇÃO, 2008). 
São utilizadas técnicas que envolvam corpo e mente em um trabalho que se 
caracteriza exclusivamente pela linguagem que denota do corpo, esses trabalhos se 
desenvolvem com o movimento do corpo, no intuito de produzir no orientando uma 
modificação em sua consciência. (AGUIAR; CONCEIÇÃO, 2008). 
 
Abordagem behaviorista 
 
 
 
 
41 
 
 
A metodologia se fundamenta no estudo do comportamento sendo executada 
de modo que se proceda à tomada efetiva de outros comportamentos orientados da 
pessoa para que alcance uma atitude mais efetiva. O objetivo é o 
descondicionamento, e procede a modelagem para que o indivíduo desempenhe um 
papel sabendo resolver seus próprios problemas. (TRACTENBERG, 2002). 
 
Abordagem psicodinâmica 
 
Para a escolha de uma profissão, a personalidade possui grande relevância no 
momento de optar por uma profissão, pois, desde a infância, as pessoas se constituem 
trazendo consigo aptidões que ajudarão no direcionamento de sua escolha. 
A psicodinâmica tem a finalidade de entender o procedimento pelo qual o 
sujeito passa desde a infância, trazendo experiências nas quais caracterizam sua 
personalidade. A abordagem psicodinâmica acredita que é na relação pessoa e seu 
meio que se forma sua individualidade. (BOCK, 2001). 
 
Abordagem ecológica 
 
De acordo com Sarriera (1999), o enfoque ecológico utiliza atividades que 
possibilitam o contato do indivíduo com seu meio, explora uma visão sistêmica de tudo 
que a cerca para uma melhor escolha profissional, impossibilitando que haja 
frustrações no futuro. Seu trabalho é voltado para relações ou vínculos afetivos com 
objetos ou pessoas. Vislumbra como favorável à demonstração da visão integrada aos 
sistemas como família, escola, a sociedade e trabalho, assim como o sistema político, 
econômico, cultural e religioso que também reputa ser favorável para uma boa 
orientação profissional. 
 
Abordagem Decisional 
 
Nessa abordagem, se utiliza a racionalidade para a tomada de decisões, são 
efetuadas análises de elementos financeiros que garantam seus ganhos na certeza 
 
 
 
 
42 
 
da estabilidade econômica. A racionalidade nas escolhas busca uma análise 
minuciosa das intervenções que são realizadas no processo. (BOCK, 2001). 
Seu fundamento se encontra no modelo econômico, trabalhando com técnicas 
de psicologia cognitiva e social, e direciona o processo com base na análise do 
autoconceito, auxiliando no processo da tomada de decisão e no estabelecimento de 
prioridades profissionais. (TRACTENBERG, 2002). 
 
Abordagem sócio-histórica 
 
Essa abordagem sócio-histórica utiliza a ideologia de que todos podem sonhar 
e lutar por suas escolhas profissionais, visto que qualquer sujeito, pode escolhersua 
profissão, ainda que faça parte de classe menos privilegiada. 
Nessa perspectiva a possibilidade de mudar é existente, a intervenção ocorre 
de modo que possibilite ao indivíduo ou ao coletivo intervir em seu contexto social, 
fazendo com que sua trajetória mude e supere os obstáculos gerados pela sua 
realidade econômica. (BOCK, 2001). 
 
Abordagem de Traço e Fator 
 
Essa abordagem utiliza de instrumentos psicométricos para que se avalie e 
analise o indivíduo, trabalha com a finalidade do casamento perfeito entre perfil 
ocupacional e pessoal, vinculada a uma concepção do indivíduo e sociedade, tendo 
como fundamento a psicometria. (TRACTENBERG, 2002). 
Seu fundamento se encontra nos testes vocacionais, que ainda fazem parte do 
processo de orientação profissional para que sejam identificados os traços de 
personalidade e as aptidões. (BOCK, 2001). 
 
Abordagens não-psicológicas 
 
Também denominadas como a teoria do acidente e a abordagem sócio-crítica, 
A manifestação destas abordagens ocorreu através de enfoques ligados a estrutura 
sócio-econômica. 
 
 
 
 
43 
 
Essa teoria acredita que o indivíduo escolhe sua profissão em decorrência dos 
acontecimentos da vida, acidentalmente. Dessa maneira, ao olhar um jornal, ler um 
livro e assistir TV o indivíduo é influenciado por essas variáveis. (TRACTENBERG, 
2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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