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Observações Durante a síntese foi muito importante que mantivéssemos a reação a baixas temperaturas (entre 5-10ºC), por isso a adição da mistura ácida foi feita aos poucos. Trata-se de uma reação exotérmica, então a adição causava ligeiro acréscimo na temperatura do nosso sistema, e esse aumento de temperatura, se fosse muito elevado, poderia vir a causar possíveis reações laterais que seriam os produtos orto e para, formados em temperaturas maiores que 15ºC. A cristalização foi utilizada para purificar nosso produto final. Para uma purificação bem- sucedida é importante a escolha de um solvente com grande diferença entre a solubilidade de um material em um solvente quente e sua solubilidade no mesmo solvente quando está frio. Então, quando filtramos a quente, retiramos impurezas/produtos indesejados que não eram solúveis no metanol (solvente escolhido) a quente, depois quando filtramos a frio retiramos impurezas e produtos indesejados solúveis no metanol a temperaturas mais baixas. No processo de cristalização era importante saber a curva de solubilidade nosso produto no solvente utilizado (metanol) para saber exatamente quanto de metanol seria necessário para solubilizar nosso material. Sem essa informação, é necessário fazer a adição do solvente aos poucos, verificando durante o processo de aquecimento e agitação se o composto está solubilizando. Caso ocorra um excesso do solvente, um baixo rendimento poderia ser observado uma vez que o metanol pode solubilizar o produto e impedir que ele cristalize adequadamente. É importante controlar cuidadosamente a quantidade de metanol utilizada para evitar esse problema. Resultados Sabe-se que a reação realizada está na proporção 1:1 (como na figura 1), onde 1 mol de Benzoato de metila (136,15g/mol) produz 1 mol de m-nitrobenzoato de metila (181,15g/mol). Sendo assim, sabendo que utilizamos 0,05 mol de Benzoato de metila podemos calcular a massa do produto final. Vejamos: Figura 1 Reação de nitração do benzoato de metila 0,05 𝑚𝑜𝑙 ∗ ( 181,15 𝑔 1 𝑚𝑜𝑙 ) = 9,06𝑔 𝑑𝑒 𝑚 − 𝑛𝑖𝑡𝑟𝑜𝑏𝑒𝑛𝑧𝑜𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑡𝑖𝑙𝑎 Nosso produto final continha 4g em massa, muito provavelmente esse valor baixo é devido um excesso de metanol que usamos durante a cristalização. O rendimento então ficou em 53,15%. Vejamos: 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = ( 4,815 9,06 ) = 53,15% Para confirmar o nosso produto final como sendo o m-nitrobenzoato de metila realizamos um teste de ponto de fusão do produto obtido e comparamos com o ponto de fusão do m- nitrobenzoato de metila puro (78ºC). Nesse experimento, conseguimos verificar o início do processo de fusão em 77ºC terminando em 79ºC, o que mostra que nosso produto era de fato o m-nitrobenzoato de metila e estava muito próximo da pureza. O m-nitrobenzoato de metila foi encontrado como esperado (agulhas na cor branca) conforme figura 2. Figura 2 Cristais de m-nitrobenzoato de metila Discussão Esta síntese exige um eletrófilo bastante reativo, que é formado na solução sulfonítrica preparada. Mas a alta reatividade desse eletrófilo diminui sua seletividade, o que pode causar a formação dos intermediários indesejáveis que seriam os isômeros orto e para. Durante a prática foi possível perceber que a nitração é uma reação lenta, e o fato de o substituinte do benzeno ser desativante tornou a reação ainda mais lenta. É importante reiterar que a rapidez com que essas reações ocorrem é em comparação à algum outro composto, então nesse caso eu posso dizer que a reação de nitração do Benzoato de metila ocorre de maneira mais lenta que, por exemplo, a nitração do benzeno. O processo de cristalização poderia ter sido melhor ajustado com a prévia da curva de solubilidade do produto em metanol, mas além disso, poderíamos ter evaporado um pouco do metanol para retirar o excesso que causou o baixo rendimento. Conclusão O m-nitrobenzoato de metila foi sintetizado com sucesso apesar de um rendimento abaixo do ideal (≈80%). O baixo rendimento foi causado por erros cometidos durante o experimento, o que foi explicado tanto nas observações quanto na discussão. Referências MARTIN, S. F.; BERNHARDT, P. V. Química orgânica experimental: técnicas de escala pequena – Tradução da 3ª edição norte-americana. Porto Alegre: Bookman, 2011. Apostila de Química Orgânica Experimental. Universidade Federal Fluminense.