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Metodologia de Pesquisa em Educação a respeito da Filosofia e Psicanálise.

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Introdução
 Não se faz simples desenvolver a respeito de Filosofia e Psicanálise, dado o contraste de naturezas entre esses dois saberes e o modo em que cada um desses entendimentos faz uso da linguagem. Eles surgiram na história como parte da aspiração humana, através de acontecimentos e premências. O que não impossibilita estabelecer conexões entre elas. 
 O percurso elaborativo divide-se em três pontos básicos: no primeiro as considerações em relação a duas categorias cognitivas: a valorização da consciência e da razão por meio da filosofia, como princípio de sua atividade teórica, propondo obter conceitos de completude do ser humano e do universo; e a Psicanálise, pressupondo que para além da razão e da consciência há uma outra região, se assim pode-se denominar, com leis e funcionamentos próprios, que atuam no amago humano; o inconsciente, que deve ser denominado de forma irredutível, não surge por meio das atividades do filósofo enquanto filósofo, muito pelo contrário, para Freud, a filosofia é um impedimento a comprenssão dessas forças que instiga e determina o que cada um é e pensa.
 Em um segundo ponto, será reservado um espaço a metodologia filosófica. Aprofundar neste meio simbólico suscita mecanismos apropriados e vias cruciais para que possa perceber como os conceitos filosóficos se criam e se associam. A Filosofia é uma atividade que reinventa conceitos, no sentido de que procura formas lógicas e modernas de compreender a realidade. Por fim, uma rápida análise sobre a Epistemologia da Psicanálise. Conforme saber científico a Psicanálise tem que esclarecer os princípios através dos quais o seu saber é composto. Enquanto ciência que tem como instrumento o inconsciente, ela deve explicitar as condições de legitimidade daquilo que intenta construir como produto científico, isso abrange um debate em volta da natureza, das barreiras e capacidades da Psicanálise, no sentido de um conhecimento pragmático pretensamente científico. 
 Obviamente é muita ambição querer discutir estas adversidades em um ambiente tão estreito como aqui, porém, o intuito é de um raciocínio inicial, que sirva de fundamento para os que se interessam pelo assunto continuar o estudo e reflexão. 
Psicanálise e Filosofia 
 Antes de os gregos inventarem a terminologia filosófica, ninguém jamais havia criado uma nova língua. A filosofia é revolucionária porque não existe no mundo até sua criação, serve como uma tentativa de responder a algumas das questões mais importantes do universo: Qual é o propósito da vida? Qual é o propósito do homem? De onde veio o universo? Essas e outras questões agora têm explicações graças à Filosofia. As pessoas usaram mitos em suas tentativas de entender o mundo e torná-lo ordenado, eles usaram esses mitos para resolver muitos problemas diferentes ao longo da história, no entanto, as pessoas agora podem usar suas habilidades de raciocínio e as ferramentas que os inventores do homem criam para chegar a uma solução racional sem usar esses mitos. O passageiro efêmero e transitório da vida e da morte cavalga a rota sempre múltipla do mundo, ninguém reside em um mundo irracional; em vez disso, as pessoas residem em um mundo que faz sentido. 
 O homem concebe um princípio fundamental através da compreensão. Tudo no mundo se originou da arkhe, uma fonte eterna de poder e ordem. As pessoas entenderam que isso é physis, que governa tudo e dá poder a todos os fenômenos. Por meio de seu raciocínio e métodos dialéticos, Platão discerne o mundo transitório e em eterna mudança, suas ideias levam a mudanças permanentes na percepção das pessoas sobre o mundo, que persistem ao longo da vida, essa mudança é tão significativa que molda a maneira como é vista a vida cotidiana. 
O trabalho de Aristóteles aumenta ainda mais as contribuições do seu mestre, isso é alcançado por meio de sua lógica rigorosa e da adição de razão, fazer um trabalho sem direção adequada levaria a criação a se perder entre suas muitas facetas. 
A mentalidade dos antigos filósofos gregos anteriores a Sócrates leva à crença em um poder superior – Deus. É provavelmente daí que vem o conceito cristão de Deus, no cristianismo, Deus não cria nada; em vez disso, ele permite que tudo atinja seu pleno potencial. O primeiro trabalho filosófico de Sócrates o conduziu a uma teologia graças ao poder da razão nascente e ao uso de instrumentos lógicos, isso levou as pessoas a descobrir algo escondido atrás das aparências, o que as capacitou a pensar com autonomia, levando os gregos a acreditarem em uma nova autoimagem, uma vez que compreendem algo que antes não podiam ver. 
Os filósofos, devido estar bem guiados pelos subsídios lógicos, chegam a uma consciência de totalidade do universo este esforço, inaugurado com os gregos até o início da contemporaneidade, poderia ser nomeado como a Filosofia da Essência, e uma nova transformação ocorreria no início dos tempos modernos: o surgimento da Filosofia do sujeito, que possuía em Renê Descartes uma de suas bases. Anteriormente, apenas forças externas explicavam os fatos sem incorporar nenhum conhecimento próprio, hoje, a realidade quebra essa tradição construindo a partir de dentro, além do homem, existe apenas o irreal. Qualquer coisa que encontramos no mundo é simplesmente um fenômeno, a lógica fornece compreensão construindo o mundo de dentro para fora, utilizando a perspectiva de um indivíduo, a consciência sabe o que é necessário sem se voltar para o mundo, isso porque ela já faz parte de si mesma e possui uma nova revelação. Buscar os fundamentos do conhecimento é uma parte necessária de uma educação, uma vez que a compreensão do todo está além do escopo da percepção humana, ela deve ser evidente e inegável, tudo o que podemos captar são as impressões imediatas que recebemos por meio dos nossos sentidos, além do fenômeno não há nada além dele mesmo. 
Este novo estado de consciência está maduro para investigação, é transparente e expansivo, e quaisquer que sejam suas implicações, serão evidentes para qualquer pessoa disposta a estudá-lo, isso porque representa um estado de autoconsciência completa.
Foi optado destacar esse processo por acreditar que merecia destaque, até que alcance proeminência dentro do reino das mentes.
 A atividade filosófica de Freud é significativa porque serve de ponto focal para sua ação reflexiva, é por isso que a compreensão de sua relação com a filosofia ajuda a entender o significado de suas reivindicações sobre uma consciência confiante e as pretensões dos filósofos. O pai da psicanálise mostra às pessoas por que a filosofia e a razão devem ser suspeitas, isso ocorre porque existe um universo oculto sob os processos mentais conscientes que impulsiona a todos, é de difícil acesso e é uma fonte de dinamismo que impulsiona todas as ações, a filosofia atualmente disponível não pode discutir o assunto devido às ferramentas que tem à sua disposição.
Freud acreditava que a maioria dos filósofos estudava o inconsciente em relação à consciência, ele explicou isso como resultado de sua crença no poder mágico das palavras, uma centralidade da consciência e ideias com poderes onipotentes, consequentemente, ele acreditava que as pessoas subconscientemente eram obcecadas com a autoimportância, Freud considerava o amor-próprio escondido entre os pensamentos dos filósofos, e presumia que as palavras tinham poderes mágicos para criar mundos ordenados sem lacunas.
‘‘É nessas crenças que se funda, no entender de Freud o dogma narcísico da Filosofia. Em última instancia, quando os filósofos defendem o primado da consciência, estão racionalizando a defesa narcísica face do inconsciente. Donde a força e a ilusão da Filosofia: de um lado, ela conforta racionalmente a crença narcísica do Ego; do outro, faz com que o homem se sinta soberano em sua própria alma.’’ (Japiassu, 1989, p. 108) 
Conceitos filosóficos são representados por uma coleção de símbolos compartilhados.
O objetivo de proporcionar um mundo seguro e idealizado para a humanidade, livre de perigos,e que as tempestades do lago sejam compreendidas aparecem no fundo do lago e nas discussões da vida, as pessoas precisam dessa proteção porque oferece segurança e confiança, seu sofrimento autoinfligido que o expôs como sujeito de uma tragédia.
O pai da psicanálise também fez parte da existência humana, isso significa que ele impediu uma verdadeira reconciliação entre o homem e ele mesmo, o homem realizará sua verdadeira natureza por meio de ilusões filosóficas e o estudo científico de Freud torna-se um caminho de autocompreensão, acolhendo-o com responsabilidade e compromisso com o homem; Ele expõe sobre em Inibições, Sintomas e Ansiedade,
‘‘ Sou hostil a visões de mundo. Deixemos isso aos filósofos: são eles que professam abertamente que a viagem da vida é impossível sem tal visão do mundo para dar-lhes informações sobre todas as coisas. Quando aquele que anda na escuridão canta, nega a sua ansiedade, mas nem por isso deixa de ver mais claro”. E em Mal–estar na civilização, arrematará: “não tenho coragem de erigir-me em profeta diante de meus irmãos. Curvo-me à sua censura de não estar em condições de fornece-lhes nenhum consolo. Porque no fundo, é isto que todos desejam apaixonadamente, tantos os revolucionários mais arrebatados, quanto os mais bravos pietistas” (Apud Japiassu, 1989, p. 114). 
Como exposto, Freud conservará uma divisão severa entre a Psicanálise e a Filosofia. A primeira pertencerá ao universo da ciência e terá alvo o inconsciente e a segunda, unicamente um panorama geral do mundo, Weltanschauung, a primeira não necessita da segunda, pois ela não procura cosmovisão totalitária do mundo, uma norma universal; ela cogita fundamentar-se somente no saber proveniente do seu próprio recurso terapêutico, com suporte da metodologia científica manipulada pelas ciências da natureza. A Filosofia, para ele, constantemente se estabelecia em impedimentos as decisões científicas, com seus anseios excessivamente elevados, querendo instituir conhecimentos absolutos, desse modo, procurou se garantir longe da tradição filosófica. Em uma devida oportunidade, uma filósofa francesa, Favez–Boutonier, expôs o desejo de saber a opinião de Freud em relação a certas temáticas metafísicas presente no pensamento em Espinosa, na resumida carta que o fundador da Psicanálise lhe enviou datada de 11 de abril de 1930, entre outras coisas, lhe disse: “Os problemas filosóficos e suas formulações me são tão estranhos que não sei o que dizer sobre eles, nem sobre a Filosofia de Espinosa” (Apud Assoun, 1973, p. 23) 
Não importa para onde Freud vá, ele não pode escapar do fato de que suas teorias exigem uma explicação, como declara Hilton Japiassu, ainda existe uma disciplina acadêmica em vigor: a teoria do conhecimento da psicologia, como a Psicanálise descreve um objeto de estudo, ela deve explicar como suas conclusões foram derivadas.
A análise de Freud não pode evitar essa realidade, como observa Hilton Japiassu, ainda há uma teoria subjacente do conhecimento, isso porque a ideia de que a psicanálise fornece conhecimento sobre um objeto precisa ser derivada de um conjunto de princípios. Depois que o contexto histórico de Freud foi levado em consideração, sua obra tornou-se mais reflexiva e filosófica, ele teve que criar uma metapsicologia para orientar suas práticas, bem como separar os conceitos de sua ciência, isso pode ser visto como resultado do fato de que ele foi forçado a se envolver em atividades especulativas e filosóficas, apesar de sua relutância em relação à filosofia. De fato, o desenvolvimento de novas ideias e teorias além daquelas possuídas por Freud ocorreu depois de sua época, futuramente Jacque Lacan, um dos sucessores de Freud, buscará e fará um nova ligação entre filosofia e psicanálise. 
 Em contrapartida, Freud nunca deixou de apelar a certas organizações filosóficas que de algum modo prestou-lhe como pilar ao seu trabalho como um precedente do mesmo, aqui pode-se recordar de Platão (428–348 a.C.), Schopenhauer (1778–1880), Kant (1724–1804), e Nietzsche (1884–1990). Como relembra Japiassu, a menção a esses filósofos não se compõe apenas por citações imprevistas e sem conceito, mas sim uma identificação de Freud com precisas intuições presentes neles, que contribuirá na formação de suas constelações conceituais. O conceito de recalque presente no livro ’Mundo como vontade de representação’, de Schopenhauer, lhe será muito favorável, também a “metafísica do amor e da morte”, lhe permite ver a realidade de Eros e Thanatos, além é óbvio de estar indicado de certa maneira pelo negativismo do filósofo dinamarquês que é um de seus precursores. Quanto a Nietzsche, percebe nele,
‘‘uma antecipação de seu princípio pulsional fundamental: O Id. Toma-lhe de empréstimo considerações sobre o sonho, sobre a memória e a culpabilidade. Nesses filósofos “institualistas” encontramos uma valorização do instinto como principio autenticador, o que desemboca em uma teoria do sentido: do querer–viver schopenhauriano à vontade de potencia nietzschiana, é toda uma axiologia institucional que se promove. 
Ademais, nessas Filosofias se encontram relacionadas uma teoria do instinto e uma “psicologia” dos motivos morais; encontra-se antecipado os principio de uma ‘psicologia das profundezas’ ou ‘psicologia abissal’, como Freud define a Psicanálise” (Japiassu, 1989, p. 99) 
Freud tinha reservas significativas sobre o campo da filosofia - embora também estudasse suas teorias. As pessoas que estudam a sabedoria adquirida por grandes filósofos como Platão, Aristóteles e Descartes encontram nela informações úteis, eles sabem que esta informação também pode ajudar um cientista, Leibniz abriu novos caminhos para a investigação científica", segundo Japiassu.
Embora Gil defenda que a ciência está separada de suas outras atividades, ele observa que começou a trabalhar em um laboratório científico em 1989, isso é indicado pelo fato de que sua entrada na página 104 da publicação daquele ano diverge de seu formato usual, só merece o direito a verdade através da especulação filosófica que devem ser vigilantemente guardados a Filosofia, a arte e a
oposição religiosa perpétua à ciência porque suas falsas afirmações são hostis à verdade.
A compreensão das condições aliviadoras e a promessa de grande felicidade inspiram confiança em todos, requisitos adicionais devem ser atendidos ao aceitar a oferta. A oposição entre Filosofia e Psicanálise, nas concepções de Freud, são elucidadas de forma clara pelo psicanalista francês Paul–Laurent Assoun,
‘‘ à ambição especulativa de panconceituzaliza, opõe-se o empirismo científico; à universalidade sistematizante, opõe-se ‘particularismo’ cientifico, limitado imediatamente a uma região determinada de fenômeno; ao fechamento do sistema, opõe-se a abertura experimental. Por conseguinte, é demarcado-se em relação ao apriorismo filosófico, tal como ele o concebe, que Freud define da melhor maneira possível a identidade da ciência analítica ” (Assoun, 1978. p. 46). 
É conjecturado suficiente essas ponderações para as pretensões nesse momento de reflexão. Contudo é proposto algumas questões como forma de problematizar o que foi escrito até agora.
‘‘Como a consciência e razão foram situadas no contexto das atividades filosóficas? Qual a desconfiança que Freud tinha dos filósofos e da Filosofia? • Na construção de do saber psicanalítico qual metodologia o pai da Psicanálise empregou e defendeu? • Freud conseguiu prescindir da Filosofia em sua iniciativa? ”
Metodologia filosófica: os desafios da investigação filosófica 
Como afirmam alguns filósofos o homem é um ser que mora no símbolo, um dos instrumentos mais importantes criados pelo ser humano é a linguagem, enquanto ela é memória, que conserva o legado de antecedentes, também denomina novas realidades descendentes ao universo humano. A Filosofia enquanto tal, não escapa ao seu poder, esse saber que começa com os gregos é uma forma característica de utilizar a linguagem, por meio dela pode-se acessaras inúmeras formas como os homens do passado e do presente buscaram argumentar as exigências do seu tempo, expondo um sentido cabível para a existência humana e para o mundo, como foi visto anteriormente. A Filosofia encadeia-se assim a um modo específico de uso da linguagem que atravessa a história por séculos. 
A criação grega de novos conhecimentos era totalmente diferente da maneira científica atual de pensar, suas descobertas foram alteradas por meio de novas medições e instrumentos aprimorados, usados, em sua criação. Isso criava uma nova versão da teoria toda vez que alguém a mudava, novas teorias podem ser mais eficazes na previsão de eventos atuais porque não foram prejudicadas por paradigmas anteriores, isso também permitiu que as pessoas melhorassem sua compreensão do mundo devido a novas formas de pensar. Qualquer cientista pode reinterpretar os sucessos passados de seus predecessores devido às descobertas atuais, isso é verdade mesmo para figuras históricas que já faleceram e alguns filósofos e historiadores da ciência até encorajam essa abordagem de novas ideias.
 No que diz respeito a Filosofia, não deve-se considerar trabalhos anteriores devido à sua idade, escolas de pensamento desidratadas se juntam como um acúmulo de ideias mortas, filosofias antigas permanecem existentes devido alguns descuidos.
Como ideia, a filosofia tem a capacidade de transcender o tempo e o lugar, ela evoluiu de circunstâncias específicas e experiências culturais, mas tornou-se uma tradição universalmente aplicável, as pessoas começaram a filosofar em resposta a preocupações específicas de seu tempo, mas suas reflexões se transformaram em novas verdades. 
A cultura atual está em dívida com as tradições filosóficas que surgiram em épocas passadas, muitos dos avanços tecnológicos modernos derivam do trabalho de filósofos, as pessoas não possuem filosofia; pertence a toda a humanidade, ela não é particular de um país ou grupo de pessoas e sempre busca o universal. Não importa onde seu período de tempo ou cultura, os filósofos compartilham um ponto de partida comum: os problemas que motivaram sua contemplação, as questões de ontem podem não ser as de hoje, mas a Filosofia que delas nasceu permanecerá relevante nos próximos anos, o estudo da filosofia oferece a oportunidade de examinar criticamente o mundo atual, é por isso que a História da Filosofia é perigosa: ela permite contemplar passivamente conceitos e ideias do passado. Em vez de examinar criticamente e alterar as ideias que emprestam de outras culturas, as pessoas simplesmente as imitam, isso lhes permite regurgitar os conceitos que herdaram sem questionar, eles podem então usar essa criatividade para se apropriar do legado cultural e criar novas explicações para a realidade circundante. 
 A filosofia sempre começou com a vida e as questões que preocupavam seus colaboradores, os contribuidores do pensamento filosófico foram influenciados pelas preocupações de seu período de tempo que diferiam do mundo moderno, esses sistemas de crença foram criados por pessoas que vivem em locais históricos específicos, um filósofo não existe fora de sua comunidade, todo criador filosófico, do mais solitário ao maior coletivo, reflete sobre seu tempo e suas lutas através de sua escrita, seja escrevendo em grupo ou sozinho, um filósofo ajuda sua comunidade a entender e enfrentar questões significativas da vida.
 Muitas ideias filosóficas se originaram em tradições filosóficas de longa data, estes incluem as filosofias mais distintas do mundo, criar essas filosofias requer muito trabalho a portas fechadas, pois elas representam certos valores e preocupações, encontrar essas filosofias é difícil para qualquer um realizar, como a jornada está à frente no meio de uma floresta densa, deve-se utilizar o tempo com sabedoria, manobrando nas áreas mais desafiadoras, isso não significa que se procura comodidades; obstáculos sempre existirão, para explorar ideias filosóficas, é preciso um forte desejo de entender e acessar o lugar que se almeja, isso porque a motivação e a vontade de alcançar um objetivo são as forças mais importantes da vida. Além disso, outros meios serão utilizados para facilitar a chegada ao destino esperado, sem uma direção clara, é impossível atingir uma meta sem dar passos adicionais e isso se deve a metodologia necessária para atingir tal objetivo. Muitas pessoas se sentem derrotadas pela dificuldade de compreender conceitos filosóficos, eles acreditam que seus esforços são inúteis porque muitos sistemas filosóficos são obtusos.
Considerar a disciplina de filosofia como ocupação sempre existiu por acaso, aqueles que vivem desapegados do mundo em pensamentos bizarros têm dificuldade em entendê-lo, quem vive nas nuvens perdeu o contato com a realidade.
Um véu misterioso esconde a verdade dos esforços para alcançar este mundo, a filosofia se fechará uma vez que sua tradição seja apropriada, isso requer dedicação, esforço e disciplina, bem como disposição para entender os símbolos apresentados pela filosofia. À medida que as pessoas trabalham para entender esses símbolos e ajustar sua compreensão, elas lentamente entenderão algumas das filosofias apresentadas, embora isso ocorra em algumas áreas, muitas tradições filosóficas não serão acessíveis ao público em geral.
A citação adequada é vital para a eficácia deste trabalho, as limitações desta declaração devem ser compreendidas e reconhecidas permitindo uma investigação mais aprofundada.
O texto filosófico e seus desafios
A leitura adequada do texto filosófico torna-se ferramenta essencial e necessária para o estudo e conhecimento desse saber específico, pode-se assimilar a herança filosófica que foi transmitida, mas não quer dizer que a filosofia é apenas isso, é bom lembrar que a história da filosofia é fruto do trabalho filosófico da filosofia, onde o filósofo encontra alguns problemas durante sua busca por respostas dentro do cosmo do conhecimento. Na vanguarda do sistema filosófico está uma atividade contemplativa em que o filósofo lida com problemas graves que existem em seu tempo, tentando encontrar maneiras de orientar uma pessoa em seu mundo ou em sua vida, porém, para isso procurou também ouvir o que diziam seus antepassados, buscar elementos que pudessem ser reelaborados na construção de modelos explicativos, também significativos para os homens de seu momento histórico. Foi mencionado anteriormente, eles não apenas assimilam passivamente e assimilam a história da filosofia, eles não apenas fazem filosofia a partir da filosofia, eles constroem ferramentas conceituais que podem trazer luz ao cosmo ao qual pertencem. 
A atividade filosófica não é simplesmente repetir o que outros já disseram, significa ação criativa através da qual esculpe ideias e conceitos a fim de utilizá-los para dispor de ferramentas conceituais que permitem responder aos problemas e interpretar o mundo em que se encontra. A Filosofia tem como ponto de partida a vida, os problemas sempre específicos e próprio a cada época e tempo, assim podemos dizer que a Filosofia pragmática americana, expressa a maneira de ser e viver daquele povo. O empirismo, também surgiu em um contexto com características particulares, estudando sociedade inglesa podemos perceber as causas e origem de tal tendência filosófica. A Filosofia francesa também é possuidora de detalhes que emerge de condições existenciais concretas. Pode- se então, para concluir, dizer que a ação filosófica implica uma situação exisente histórica e coletiva, assim como, o diálogo com a tradição. Caso recorra-se as teorias feitas fora do contexto histórico, sem a devida atenção ao trabalho de recriação dos conceitos, pode-se ter um olhar desfocado da realidade, pois ela sempre será um pouco diferente daquela que originou as representações filosóficas em outros contextos. Dessa forma, tem-se uma visão distorcida do mundo mais próximo aos próprios olhos, pois sempre haverá particularidades do indivíduo que aquele universo externo não possui,isso não é tão fácil de ser percebido. Os filósofos continuam muitas vezes sendo meros repetidores das filosofias construídas do exterior, sem a devida atenção à vida que pulsa ao seu lado, das demandas que só ele poderá dar as respostas, pois elas pertencem ao solo no qual ele pisa. Com estas observações preliminares, é feita agora uma análise deste meio insubstituível para o filósofo que é o texto, aparentemente, o texto se apresenta de forma estática, com sua rede simbólica, tecida de forma rigorosa e muitas vezes de difícil entendimento, só aos poucos se nota um dinamismo próprio que se esconde por trás das palavras herméticas. Desta forma a paciência e a disciplina são fatores importantes para o domínio e entendimento de um texto, uma das coisas que pode-se perceber e distinguir são as multiplicidades de vozes que encontra-se no interior do texto, essas se apresentam através das perspectivas filosóficas, dos sistemas expostos, dos conceitos apresentados, é um espaço de conflito. Quem escreve, aquele que coloca o discurso em marcha, vai desfilando autores com os quais ele se idêntica e aprecia, por outro lado, também se posiciona de forma crítica diante daqueles com os quais não se identifica, as vezes convida um pensador da tradição para justificar suas posições, suas ideias, ao mesmo tempo, que indica os limites do alcance das ideias dos seus adversários filosóficos. Há uma trama que se desenvolve, e pode-se acompanhar este desenrolar; detectar as múltiplas matrizes de pensar é importante para compreender com clareza aonde aquele que dirige o texto quer chegar, muitas vezes ele se coloca de forma clara e transparente as suas posições e afirmações, as vezes ele desaparece, fica escondido, sua voz quase não aparece, colocando em cena as configurações filosóficas e conceituais daqueles que ele jogou no palco, buscado por vezes uma integração do mesmo, dentro de uma unidade de sentido. Contudo, cada filósofo busca um ponto de partida, na verdade sempre desenvolve suas reflexões a partir de uma avaliação crítica dos predecessores, tecendo uma rede simbólica que o insere no interior de um universo linguístico próprio, mas que também trás as marcas de uma redefinição, um recorte pessoal. É fato que cada filósofo pretende inaugurar um discurso novo, partir de uma origem radical, mas como lembra Frédéric Consutta, (1994: p. 33) todo começo é apenas um recomeçar, cada um apresenta uma variação nova em relação à tradição que lhe foi entregue, é importante nunca perder de vista aqueles objetivos que o locutor do texto explicitou no início de sua reflexão, coisa que também nem sempre aparece de forma explícita e clara. Muitas vezes é preciso aprender a intuição que está subjacente ao desenrolar do texto, é preciso lembrar-se da pluralidade de forma e estilos que os filósofos desenvolvem, desde suas experiências próprias e pessoais, cada um cria a sua forma pessoal de se expressar, é necessário estar sensíveis a esta diversidade de manifestações escritas, das maneiras como os enunciados filosóficos são expostos pelos vários personagens presentes no texto, e por aquele que o assume e chama para si a responsabilidade daquilo que se expõe. De qualquer forma é importante ressaltar, que o texto, “se apresenta como uma polifonia enunciativa organizada em torno de uma referencia constituída pelo nome próprio, pelo pronome pessoal em primeira pessoa ou pelas denominações de escola. Ele coloca o movimento da reflexão sob a dependência de um locutor que é tido como aquele que o produz e assume sua responsabilidade” (Cossutta, 1994. p. 11). 
Por outro lado, não deve-se deixar de notar, que o processo de construção do pensamento implica um destinatário, e sobre o mesmo se cria certa expectativa. Na vida diária entre os vários tipos de discursividade que emprega-se, existe aquele, cuja, preocupação é dar a conhecer ao outro suas posições, assim como, justificar a legitimidade da mesma. Desta forma, o que pretende-se é convencer o outro da coerência e pertinência daquilo que está a dizer, em outras palavras: pretende-se seduzir o outro. Este tipo de comportamento também se encontra nos textos filosóficos, de antemão sabe-se que o outro, aquele a quem o texto se dirige, não se apresenta de forma passiva, ele pode aceitar ou rejeitar as ideias expostas, a forma de se dirigir ao leitor pode ocorrer de várias maneiras, há dois aspectos importantes a considerar: um didático e outro pedagógico. O didático vincula-se ao esforço que o autor do texto faz para torná- lo compreensível, trabalha-se de tal maneira que todos os meios que favoreçam entendimento do leitor e a legibilidade do texto devem ser usados, neste sentido, também se leva em conta possíveis objeções que poderia ocorrer por parte do leitor, articulada à primeira, tem-se a função pedagógica, que visa uma identificação do leitor com as convicções que o autor expõe. O que se pretende é uma conversão do leitor, uma mudança em suas representações, com um discurso que para ele possa tornar-se significativo. Essas considerações não apenas devem ser levadas em conta no processo de leitura, mas também na atividade de escrita, é preciso desenvolver aquela sensibilidade que permite uma aproximação adequada ao leitor, muitas vezes isso não é pensado, pois antes mesmo, paralisa-se com medo das objeções que pode receber. Antes mesmo de pensar no que pode dizer, se torna preocupado com as possíveis críticas ou recusas daquilo que pretende dizer.
Recriando os conceitos, redefinindo os horizontes
Os filósofos trabalham com conceitos, em oposição à arte que usa imagens, a ciência também usa o conceito mas sempre se refere a um objeto, a procedimentos experimentais, a física estabelece conceitos muito precisos em torno de seu objeto de estudo. Assim como as humanidades também gera ideias sobre o intento do estudo. 
A filosofia edifica seus conceitos sem a necessidade de um objeto específico e atividade experimental, os homens os criam para edificar modelos explicativos para tornar seu mundo mais bonito e sua vida mais significante, seu objeto não existe, mas quem criou, assim, os humanos aprenderam a edificar sistemas simbólicos, articulando uma diversidade de princípios entre si, como forma de dar sentido à sua existência, não há ninguém no mundo que não faça sentido.
 Desde os gregos estuda-se como edificar representações logicamente articuladas e a atribuir-lhes significados que permitem explicações particulares do mundo. A palavra "essência" é um conceito que tem múltiplos significados, nos tempos antigos, a velhice Média continha um conteúdo semântico diferente, ao mesmo tempo, a filósofa Husserl, fundadora da Fenomenologia, deu-lhe outra conotação, muitas vezes é visto que mesmas palavras não têm o mesmo significado, mas tem muitos significados. Pode-se dizer que faz parte da atividade da filósofa brincar com os símbolos da tradição filosófica, criando novas versões dos significados presentes em conceitos previamente formados. Diante de um sistema de conceitos filosóficos, pode-se tomar duas colocações, ou repita o que foi dito, ou reproduza o sentido do conceito estabelecido pelo pensador. 
Certamente, quando os filósofos estabelecem seus modelos explicativos, o fazem como quem faz um par de lentes para olhar o mundo, no entanto, o mundo e o problema são muito diferentes. monóculos que servem à percepção adequada para uma pessoa podem não ser úteis para outras. Consequentemente, o filósofo tem um papel importante, que leva a diversidade da realidade e do mundo, ela tem a tarefa de criar as lentes adequadas para a interpretação do mundo ao seu redor, por exemplo, os monóculos fabricados na Alemanha podem não ser adequados para a visualização do universo latino-americano, pode-se dizer que uma lente consiste em um conjunto de conceitos que fazem aperceber-se o mundo. A história da filosofia é, portanto, um vasto arsenal de conceitos à disposição para edificar e inventar próprias formas de ler o mundo. É importante dizer que nenhum conceito é eterno, elessão sempre históricos, seu conteúdo semântico muda, mesmo que uma palavra possa ser estendida através da história, mas o significado da palavra não será constante. Assim, todo filósofo sempre diz algo diferente dos que o anteceder, quando sabe usar sua criatividade e cumprir sua função. Talvez possa se perguntar o que leva o filósofo a recriar seus conceitos e, com eles, sua maneira de interpretar o mundo, o fato de o mundo estar mudando impulsiona o filósofo a essa tarefa itinerante. 
As pessoas são animais históricos, explicações que eram suficientes no passado não são mais suficientes no presente, assim é visível que um de seus pés está na tradição filosófica, no que diziam os ancestrais, e o outro está enraizado na realidade, e a medida que muda, ele também deve criar novos conceitos ou redefinir os antigos para que sejam atualizados e a realidade se torne transparente. Isso circunda uma ação criadora, o filósofo Guatari e Gilles Deleuze, diz o seguinte: 
‘‘A Filosofia é, ao mesmo tempo criação de conceito e instauração de planos. O conceito é o começo da Filosofia, mas o plano é sua instauração. O plano não consiste obviamente num programa, num projeto, num fim, num meio; é um plano de imanência que constitui o solo absoluto da Filosofia, sua Terra ou sua desterritorialização , sua fundação, sobre as quais ela cria seus conceitos. Ambos são necessários, criar os conceitos e instaurar o plano, como duas asas ou duas nadadeiras” (Guatari; Deleuze, 1992, p. 58) 
Talvez uma simplificação das palavras do filósofo francês, que tanto admirou o nosso país, e que por diversas vezes o visitou, ajude o leitor, recorrendo a uma experiência que o habita. Quem não conheceu, em determinado momento de sua vida, uma intuição que descarrilou sua existência, onde todas as convicções que haviam defendido até então acabaram perdendo o sentido um acontecimento que não resulta de um processo reflexivo, mas emerge do fundo da existência, de um terreno pré-reflexivo, faz com que toda a vida necessita de um novo ponto de partida, não é uma voz de fora, mas uma nova visão perdida na eternidade, uma iluminação que nasce de dentro. 
A partir deste momento é preciso atualizar as representações e buscar novas explicações que façam sentido, as anteriores tendo perdido seu poder explicativo, foi esse evento que ele chamou de plano da impermanência, é algo que acontece que faz desviar o olhar e em outra direção, isso pode criar problemas para as pessoas que passam por isso, pois pertencem a um grupo ou comunidade, e todo aquele que começa a parecer diferente começa a ser cabido de forma diferente, começa a sofrer até perseguições e isso é o que acontece muitas vezes com os filósofos, cientistas e figuras religiosas, quando cada olho está acostumado a ver em uma direção ele carrega algo novo, incomoda aqueles que não conseguem aperceber-se a novidade. 
O novo existe principalmente em experiências, não é algo lógico, então procura novas palavras, conceitos, representações que possam expressar um pouco dessa nova intuição. Dado isso, disseram os filósofos referidos acima:
‘‘Se a Filosofia começa com a criação de conceito, o plano da imanência deve ser considerado como pré–filosófico”. E continua: “pré–filosófico não significa nada que preexista, mas algo que não exista fora da Filosofia, embora esta o suponha. O não filosófico esta talvez mais no coração da Filosofia que a própria Filosofia, e significa que a Filosofia não pode contentar-se em ser compreendida somente de maneira filosófica ou conceitual, mas que ela endereça também, em sua essência, ao não–filósofos” (Guatari; Deleuze, 1992 ,p, . 57) 
Muitos já devem ter tido essa experiência na vida, é algo em comum com o que os filósofos tiveram, porque são humanos. Para eles, essa experiência surgiu em meio às conversas que ele teve com tradições filosóficas e com eventos mundiais que afetaram sua compreensão de uma forma ou de outra. pode-se dizer que na filosofia é também o que chama-se de conversão na linguagem religiosa. Este é um acontecimento que “cancela” o passado e obriga a reconstruir tudo sobre novas bases, asim, a filosofia assume a tarefa permanente de desmantelar e reconstruir o mundo da expressão do significado e da tecnologia que orienta o homem através da filolofia.
Nenhuma filosofia se impõe absolutamente e é sempre criada, mas não basta a experiência da novidade a iluminação que vê um novo caminho, é preciso criar conceitos que expressem o que foi vivido anteriormente, muitas vezes as palavras existentes não são capazes de explicar o que se sente, daí a necessidade de pensar novas palavras para nomear novas realidades que se desenrolaram no deserto da existência daqueles que já não vivem e nem sequer notam as coisas como antes. Através disso, veja bem, por trás de toda atividade racional, por trás de toda atividade argumentativa, existe algo poderoso que move o filósofo e a todos, que brota de regiões insondáveis ​​do ser. Esse fato também ocorre na vida do cientista, suas intuições ou novas ideias emergem quando ele menos espera, porém, ao contrário dos filósofos que não abandonam o conceito que trabalham a partir de uma exigência lógica na busca de uma explanação para o inusitado, eles, os cientistas, devem recorrer aos experimentos e aos meios de que a ciência necessita para ser validada Em conclusão, deve-se dizer que a história da filosofia percorreu um longo caminho, com muitas explicações entremeadas de conceitos, baseadas em certas intuições, novas visões do sentido da vida e do mundo que certas pessoas tinham. momentos concretos de sua existência na vida de uma sociedade sempre influenciada pela leitura da filosofia do passado e dos problemas vivenciados pelas pessoas da época .Nesse sentido, o filósofo deve ser também um intérprete de seu tempo, contribuindo para a sociedade com seus sistemas explicativos, baseados em estruturas conceituais coerentemente articuladas. Pode-se dizer: a leitura de qualquer filósofo, no entanto, assume que o primeiro conhecimento é a intuição que permite-o formar seu sistema explicativo. Enquanto não dispõe-se comprender em cada pensador aquela ideia-força que o deslocava em suas explicações, não será capaz de compreender o que ele quer dizer. 
 É sempre preciso entender o fio invisível que leva a refletir o que se pensou. Não deve-se perder de vista, como comentado anteriormente, que a filosofia é o ponto de partida da própria vida, deve-se aprender a aperceber-se a relação entre conceitos e experiências que traspassaram a vida e mobilizaram o filósofo na resolução de sua própria vida, certos problemas que afetam a todos.
Epistemologia e metodologia psicanalítica 
A psicanálise também é apresentada como uma rede de conceitos e práticas criadas por Freud em um processo de constante mudança, em seu trabalho foi trabalhado incansavelmente no sentido de desenvolver conceitos para que as observações possam ser nomeadas com base na experiência clínica. 
Sob certos aspectos, a Psicanálise tem em comum com a Filosofia o fato de não prescindir de um sistema simbólico explicativo, ainda que de natureza diversa, mas está longe de ser filosófico na medida em que a investigação que aguente o conhecimento adquirido não está dissociada do processo de intervenção clínica. Consequentemente, alguns eruditos argumentam que tratamento e enquête andam de mãos dadas para definir a terminologia no contexto de uma nova linguagem que a psicanálise abre. Um dos problemas que Freud enfrenta é justamente o de definir a natureza dessa linguagem, e aqui entra o horizonte da reflexão epistemológica, e a questão é saber que conhecimento é esse, há uma variedade de manifestações de tentativa de encaixar esse conhecimento no quadro maior de outros conhecimentos, as respostas são dadas com base no que todos podem entender da ciência, as posições são muitas e muitas vezes conflitantes, não há consenso. Para Karl Popper, por exemplo, um importante pensador da filosofia da ciência embora consciente da importância da psicanálise, nos horizontesdo que a ciência compreende, em hipótese alguma deve aceitar o novo saber criado por Freud, no rol dos saberes considerados científicos, afirmações em psicanálise não podem ser falsificadas. Não há como esse filósofo falsificar as afirmações da psicanálise, ele violou alguns princípios básicos do que entendia por lógica da ciência. Pensadores, incluindo Althusser, Alan Badio, Habermas Delez e outros, assumem diferentes colocações sobre o conhecimento da psicanálise, também é necessário levar em conta a defesa de alguns pensadores sobre a maioria das razões que criam diferentes tipos de conhecimento, não há razões universais e únicas, por exemplo, é isso que o filósofo francês Gerard Lebrun defendeu no âmbito de sua epistemologia racional. Segundo ele, cada Ciência tem a liberdade de delinear seus próprios caminhos, com certa autonomia, portanto, cada uma de suas locuções não será sequestrada por menções científicas rigorosas e exatas. Essa é a perspectiva do conhecido psicanalista brasileiro Renato Mezan. 
Como já visto, Freud era um homem de ciência, muitas de suas atividades de enquête estão nas ciências naturais, e seria difícil imaginar uma psicanálise diferente daquela segundo a qual ele foi formado. 
Nesse período histórico duas colocações diferentes evoluíram na cosmologia epistemológica adequada, diante de uma epistemologia mais antiga voltada para a busca da natureza surge um grupo que defende a necessidade de encontrar procedimentos adequados para o estudo do próprio homem, estes postulavam uma ciência da mente com características particulares, pois acreditavam que o homem tinha características próprias e não podia ser estudado como objetos naturais. Ao mesmo tempo, foi criada uma metodologia para o estudo do homem chamada de ciência da alma. Eles apoiavam novas abordagens e métodos. ao examinar a experiência humana porque eles dirigir-se algumas reduções nos processos usados ​​nas ciências naturais, fenômenos humanos e sociais não podem ser compreendidos na história da epistemologia.O filósofo germânico Wilhelm Dilthey (1833-1911) é um dos mais importantes pensadores desta corrente, aliás seu iniciador, buscou explicar a importância do caminho interpretativo e não explicativo no conhecimento do homem. Freud se identificou com o modelo explicativo científico, ele não aceitou a divisão que Dilthey havia proposto entre a ciência do espírito e a ciência da natureza. Segundo Japiassu (1989), ela ainda estava associada ao pensamento alemão, a certo monismo epistemológico derivado da posição naturalista de Ernest Haeckel (1834-1919), que declarava uma unidade fundamental existente na realidade orgânica e inorgânica. É difícil fazer uma distinção clara entre o reino animal e o reino humano, o que se pensa como humanidades é, na verdade, apenas uma parte das ciências naturais. Nele, o conceito de inconsciente foi apresentado como parte da realidade a ser tratada objetivamente, juntamente com as forças naturais presentes no homem existe uma ciência do inconsciente. Embora se possa dizer que a atividade interpretativa também está presente no âmbito da ação clínica, ela ocorre como um momento de um modelo explicativo presente nos postulados definidos pela ciência em sua forma de concebê-la, ao fazê-lo, distanciou-se em parte dos cânones das ciências praticadas até então. Uma das primeiras tarefas de Freud é justamente defender o inconsciente, ou melhor, destacar sua real existência, para ele, isso já era demonstrado a partir das práticas hipnóticas anteriores à psicanálise. 
Para o pensador inovador, certos fenômenos inconscientes como lapsos, lapsos, sintomas, chistes são a revelação de uma dinâmica existente que obedece a suas próprias leis, além da consciência e não pode ser reduzida a ela, é no trabalho clínico que a revelação dessa importante realidade se manifesta em toda a sua potencia, e para o fundador da psicanálise não é uma construção especulativa, mas um trabalho inteiramente baseado em uma atividade empírica. 
Outro elemento essencial, a evidência do inconsciente, é o fenômeno da transferência e está presente no processo de tratamento analítico, quando as manifestações inconscientes são compreendidas pelo analista. 
‘‘Na situação analítica, pautada pela transferência, o analisante supõe que o analise detém o saber sobre si. Ao analista compete sustentar a transferência que lhe é dirigida, assumido uma posição de escuta perante o analisante, desenvolvendo-lhe como um espelho a mensagem que recebe deste. Dessa forma, permitira a emergência e o reconhecimento deste saber inconsciente por parte do sujeito” (Palombini, 1996, p. 41). 
 Para Freud a ambição, a saudade e o interesse invadem a consciência antes separada de seu território, isso reforça a hipótese freudiana de uma esfera existente que penetra até o nível da consciência. A ciência não cria conhecimento de forma exata e absoluta. É um paciente processo de elaboração, que se inicia sob o signo da precariedade conceitual.
A metapsicologia de Freud o distanciou de certas criações científicas enraizadas em seu tempo, criou um novo padrão para que ele possa continuar examinando os objetos que define. Por exemplo, para alguns mestres acadêmicos, é óbvio até onde vai a proposta de Ernest Mach, para ele, era uma referência ao ideal da prática científica. Assim sendo, dirá Analice Palombini:
‘‘Consideramos que esta tensão, necessário ao andamento ao projeto freudiano de uma nova disciplina cientifica, tem seu ponto de sustentação no cruzamento de três vértices: a experiência psicanalítica; a conceituação desta experiência; a conexão entre os conceitos e os fatos da experiência. Cada um destes vértices define-se a partir de um termo que, se por um lado, justifica a aproximação com o modelo cientificista, por outro vem justamente dar conta desde movimento de subversão interno à obra freudiana. Trata-se respectivamente, do conceito de transferência, que destitui a observação do campo psicanalítico; do dispositivo de ficção, que não se deixa reduzir a conceituação abstrata própria, por exemplo, às ciências físicas e matemáticas; da idéia de causalidade inconsciente como determinante do modelo explicativo que se sobrepõe à interpretação e encontra expressão no vocábulo alemão Deutung.” (Palombini, 1996, p. 66) 
Como disse o autor estas são razões para pensar a epistemologia da psicanálise. Em primeiro lugar, Freud precisava explicar suas atividades para a inovação teórica, reconfigurando a experiência clínica em relação às existentes, abandonando, inclusive, a perspectiva biológica que vincula o delírio à doença. Nesse sentido, a linguagem tem papel fundamental ao revelar a subjetividade do paciente, por meio do discurso do sujeito, ele consegue visualizar as raízes dos problemas do locutor. A cura pode ocorrer no processo da fala, no qual o sujeito é percebido e transformado, quando o sujeito alcança sua própria verdade no processo de análise, ele pode realizar o tratamento, consequentemente, o conhecimento analítico é o resultado desse processo. Essa experiência é desenvolvida com base em atividades de análise, no centro desta experiência está a transferência, nela, experiências passadas são revividas, rememoradas em situação analítica, no contexto de uma análise em que analista e analisando estão envolvidos no processo. O analisando projeta ou transferir para o analista seus sentimentos, emoções, apetites, vividos no passado em relação a outras pessoas em sua experiência anterior, com o analista, ele atualiza e revive essas experiências, se não houver transferência o processo analítico será impossível. Há também o fenômeno da resistência, o analista tenta escapar das experiências passadas, de situações de dor e sofrimento, das lembranças que provocaram seu entupimento e traumas, eventos que acontecem consciente ou inconscientemente, mas é também a chave que permeia o inconsciente através da presença do outro, que possibilita escapar do discurso consciente, superar esses obstáculos e obstáculos, alcançar o que é necessário, que é a causade o problema , memórias dolorosas que causam sofrimento. 
Daí a importância da habilidade do analista em lidar com essas situações e aproveitá-las no trabalho terapêutico, claro, esta atividade é separada dos protocolos de experimentos comumente conhecidos, não é uma inspeção ou observação direta, não há relação externa entre objeto e objeto que já tenha sido estabelecida no processo de investigação científica, o objeto examinado é o assunto da mente inconsciente, junto com apetites e sonhos. 
Nesse sentido, a livre associação do analista e a escuta do analista desempenham um papel importante, mas não é uma mera escuta, está ligada a um determinado ato de interpretação, que não pode ser realizado com base em outros critérios que não a relação transferencial (Palombini, 1996, p. 71). 
Assim, embora Freud, tenha permanecido leal ao espírito científico, teve de buscar flutuações ou novos procedimentos que se ajustassem à sua prática terapêutica inovadora. Além do conceito de metáfora que obrigou Freud, à inovação metodológica em suas pesquisas, o autor fala de outro conceito importante, que obrigou o criador da Psicanálise a romper com a prática tradicional aceita nas pesquisas: o conceito de ficção. A metapsicologia, como discurso freudiano que documenta a realidade clínica e conceitual, foi edificada como ficção, a ficção adquire positividade na medida em que é capaz de construir um discurso que cria significados e mudanças subjetivas, especialmente emocionais. Contém, então, uma realidade psíquica ficcional, o que não quer dizer que ela não possua uma concretude real, um instrumento heurístico, é algo semelhante à ficção literária, que se torna mais real quanto mais fantástica é, isso se distancia da causalidade do mundo real, mas não carece de uma lógica que articule conceitos, clareza e claridade, daí o interesse de Freud pela literatura e pela lógica literária. pois pode ser um elemento-chave no desenvolvimento de seu paradigma de dinâmica mental. 
Na ciência a conjectura científica desempenha um papel fundamental ao orientar a observação e a experimentação, com objetividade e rigor, mas a psicanálise tem a seu modo outra ordem de realidade, que exige um novo tipo de objetividade, um corpo teórico que ilumina a experiência terapêutica. 
O fato de ele trabalhar não é encontrado nas ciências naturais, mas é o último, o inconsciente é uma construção teórica, não o resultado da observação direta, o mesmo só pode ser realizado com base em certos conceitos. Essa estrutura teórica organizada não apenas orienta o ponto de vista do clínico, mas também define as condições de observação, isso implica uma atividade em que o fenômeno pode falar sua própria linguagem, sendo leal aos acontecimentos psíquicos, sua linguagem fictícia capaz de explicar problemas neuróticos no horizonte dos conceitos criados. Como foi dito, no final do século XIX havia um debate sobre a natureza do conhecimento científico. De um lado, havia aqueles que não apenas se identificavam com as ciências naturais, mas também estavam convencidos de que seus instrumentos eram suficientes para explicar os fenômenos da mente, por outro lado, existiam defensores concretos da ciência para o conhecimento humano. Nesse caso, a hermenêutica foi o método adequado para essa incursão, era uma posição que Freud se recusava a assumir, a psicanálise não deve usar métodos interpretativos, porque ele viu que isso estava longe de ser ciência. Para ele, o ideal de cientificidade persiste com as ciências naturais, ele permanece em dívida com o fisicalismo de Mach. No entanto, como essa metodologia foi utilizada, ela apresentou limites ao conhecimento psicanalítico, embora tenha aderido à prática de interpretar em terapia e decifrar sonhos, mas ele estava um tanto longínquo dos modelos explicativos do conhecimento científico. A interpretação, quando ocorre, não pode ser independente das razões por trás dos processos psíquicos: as razões seriam o ponto de apoio e segurança. 
‘‘A explicação em Psicanálise, portanto, não pode ser meramente uma explicação de motivos, uma vez que as relações de sentidos não se dão em linhas de continuidade, sendo atravessada por um deslocamento tópico (do sistema pré–consciente e consciente para o sistema inconsciente) que faz com que o inconsciente produza efeito semelhante aos de causa exterior. E, no entanto, ela também não é uma explicação causal em sentido estrito humeano, pois a relação entre seus termos não é uma relação de pura exterioridade, mas envolve um encadeamento significante” (Palombini, 1996, p. 88).
No âmbito desta reflexão, pode-se dizer que piadas e sonhos não devem ser interpretados, mas deve mostrar o significado naquele momento. O sujeito então toma consciência daquilo de que não tem consciência, ou seja, do que é suprimido em conexão com a expressão do inconsciente. Aqui, o conceito de indicação Deutung desempenha um papel importante, se de alguma forma, como mencionado anteriormente, for articulado aos oprimidos esclarecidos, há uma consciência por parte do sujeito, ele assume, esse conhecimento faz a diferença.
Conclusão
Chegado a este fim, as dificuldades são explicadas no início, incluindo o de explicar de forma clara e inequívoca os métodos do trabalho investigativo.Foi apresentado alguns diferentes cenários cognitivos na medida em que as articulações entre eles são possíveis. 
As discordâncias dentro da filosofia são infinitas, existem tantas filosofias quanto existem filósofos, não há consenso, nunca será garantido que seja assim e nenhuma filosofia é a melhor também, o melhor é aquele que é capaz de dizer algo em que encontra e me descobre. 
A abordagem filosófica, como dito, tem sido fundamental para permitir acessar muitas dessas vozes ou discursos filosóficos, a psicanálise também oferece vários pontos. 
Embora eles ainda estejam unidos por alguns conceitos-chave, quando a exclusão está muito longe deles, ocorre a "autoexclusão". Foi o que aconteceu com Jung e Adler, mas mesmo considerando uma estrutura conceitual mais ou menos fixa, novas variações dentro da psicanálise não cessaram de ocorrer. Sempre dinâmico e animado, o próprio Freud estava constantemente revisando sua posição e repensando a arquitetura de sua estrutura mental. No contexto específico da epistemologia da psicanálise a discussão está em andamento, sem consenso, alguns ainda se identificam com o antigo Mestre, outros em termos de controvérsias epistêmicos ulteriores buscando novos métodos, melhorando a posição de Freud e mesmo daqueles que pretendem situar a psicanálise no contexto da ciência da alma não da natureza, e assim, dando maior relevância à atividade integrada e interpretativa. Pode-se dizer que a filosofia e a psicanálise, apesar de suas diferenças e semelhanças, continuam existindo e sendo importantes para o homem e para a cultura, entre eles, o debate continuará por muito tempo, e todos são chamados a participar desses confrontos, no entanto, isso também inclui determinação e disciplina, alcançando assim a Independência Intelectual e a reflexão, e só o conseguirá se insistir apaixonado pelas escolhas que pode fazer ou pelos caminhos que nomeia seguir.

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