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SENTIDOS E VALORES DA LITERATURA Professora: Ana Lúcia Trevisan Fonte: Istockphoto O que é literatura? Para que ela serve? Interação estética: encontro, espaço, prazer. Objeto social muito específico: alguém escreve e alguém lê. Autor – leitor Valor estético Literariedade OBRA LITERÁRIA – INTERAÇÃO ESTÉTICA AUTOR TEXTO LEITOR Dois sujeitos: autor & leitor. “Os livros que lemos (ou não lemos) e as opiniões que expressamos sobre eles (tendo lido ou não) compõem parte de nossa imagem social.” (ABREU, 2006,p. 19). “A escola ensina a ler e a gostar de literatura. Alguns aprendem e tornam-se leitores literários. Entretanto, o que quase todos aprendem é o que devem dizer sobre determinados livros e autores, independentemente de seu verdadeiro gosto pessoal.” (ABREU, 2006, p. 19). LITERATURA E IMAGEM SOCIAL “Estamos tão habituados a pensar na literariedade intrínseca de um texto que temos dificuldade em aceitar a ideia de que não é o valor interno à obra que o consagra.” (ABREU, 2006, p. 41). Mas os leitores que desejam entender um pouco de literatura devem aprender a reconhecer os elementos que formam a ‘literariedade’. LITERATURA E IMAGEM SOCIAL Canais competentes determinam: A LITERATURA É PROCLAMADA LITERATURA Intelectuais. Professores. Crítica. Merchandising de editoras. Cursos de letras. Juris. Concursos literários. Programas escolares. Vestibulares. Lista de obras mais vendidas. TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO “O modo de organizar o texto, o emprego de certa linguagem, a adesão a uma convenção contribuem para que algo seja considerado literário.” “Mas esses elementos não bastam. A literariedade vem também de elementos externos ao texto, como nome do autor, mercado editorial, grupo cultural, critérios críticos em vigor.” (ABREU, 2006, p. 41). O QUE É LITERATURA? “Alargar o conhecimento da própria cultura e o interesse pela cultura alheia pode ser um bom motivo para ler e para estudar literatura. A literatura erudita pode interessar a comunidades afastadas da elite intelectual, não porque devam conhecer a verdadeira literatura, a autêntica expressão do que de melhor se produziu no Brasil e no mundo, mas como forma de compreensão daquilo que setores intelectualizados elegeram como as obras imaginativas relevantes para sua cultura.” (ABREU, 2006, p. 112). “Do mesmo modo, pode-se estudar e analisar os textos não canonizados, o que para alguns significará refletir sobre sua própria cultura e para outros, o conhecimento das variadas formas de criação poética e ficcional” (ABREU, 2006, p. 112). AINDA... “A avaliação que se faz de uma obra depende de um conjunto de critérios e não unicamente da percepção da excelência do texto. Ler um livro não é apenas decifrar letra após letra, palavra após palavra. Ler um livro é cotejá-lo com nossas convicções sobre tendência literárias, sobre paradigmas estéticos e sobre valores culturais. É sentir o peso da posição do autor no campo literário (sua filiação intelectual, sua condição social e étnica, suas relações políticas, etc).” (ABREU, 2006, p. 99). Fonte: Istockphoto não diz tudo. não é o dono do sentido do texto. é peça fundamental no processo de leitura. ESTÉTICA DA RECEPÇÃO O texto O autor O leitor O que fazemos ao ler? Quais processos se desencadeiam quando lemos? LEITURA COMO LEMOS OS TEXTOS? Experiência de vida Leituras anteriores Momento histórico LEITOR instância fundamental no processo de significação desencadeado pela leitura (de textos literários ou não). LEITURA TEXTO – PURO FENÔMENO A essência se revela pela experiência do sujeito. A obra literária seria aquilo que é dado a consciência do leitor. O texto necessita ser experimentado fenômeno propiciado pelo leitor. Fonte: Istockphoto EU RECONHEÇO ESSES PERSONAGENS? Fonte: Wikipédia “John amava Mary, mas ela não queria casar com ele. Um dia, um dragão roubou Mary do castelo. John montou em seu cavalo e matou o dragão. Mary resolveu casar com ele. Depois disso os dois foram felizes para sempre”. (In apud, ECO, p. 11) ESTUDO ESTÉTICA DA RECEPÇÃO – ROGER SCHANK S. Por que John matou o dragão? M. Porque ele era ruim. S. Por que ele era ruim? M. Porque estava machucando John. S. Estava machucando de que jeito? M. Acho que ele estava jogando fogo em John. S. Por que Mary resolveu se casar com John? ESTUDO ESTÉTICA DA RECEPÇÃO – ROGER SCHANK M. Porque ela amava muito John, e o John queria muito se casar com ela. S. E como Mary decidiu se casar com John, quando no começo ela não queria? M. Essa pergunta é difícil. S. Tudo bem, mas qual você acha que é a resposta? M. Porque ela não queria, e aí ele falou bastante que queria casar com ela, e então ela ficou com vontade de casar com ela, quer dizer, com ele. “Numa determinada sociedade, é não apenas o indivíduo capaz de exprimir a sua originalidade (que o delimita e especifica entre todos), mas alguém desempenhando um papel social, ocupando uma posição relativa ao seu grupo profissional e correspondendo a certas expectativas dos leitores ou auditores. A matéria e a forma de sua obra dependerão em parte da tensão entre as veleidades profundas e a consonância ao meio, caracterizando um diálogo mais ou menos vivo entre criador e público.” (CÂNDIDO, 2012, p. 84). O ESCRITOR – A OBRA – O PÚBLICO “Se a obra é mediadora entre autor e o público, este é mediador entre o autor e a obra, na medida em que o autor só adquire plena consciência da obra quando ela lhe é mostrada através da reação de terceiros. Isto quer dizer que o público é condição para o autor conhecer a si próprio, pois esta revelação da obra é a sua revelação. Sem o público não haveria ponto de referência para o autor, cujo esforço se perderia caso não lhe correspondesse uma resposta, que é definição dele próprio.” (CÂNDIDO, 2012, p. 86).