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HISTORIA_E_GEOGRAFIA

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO TOCANTINS(CONCURSOS
E VESTIBULARES)
HISTÓRIA DO TOCANTINS
PROFESSOR: ALESSANDRO GORGULHO
1) DESBRAVAMENTO E POVOAMENTO DA REGIÃO
A partir das Grandes Navegações, iniciadas no século XV, começa a constituição de impérios
coloniais na América.
Os portugueses, pioneiros no processo das navegações, acabaram por garantir para seus domínios
parte das novas terras descobertas através da assinatura, em 1494, do Tratado de Tordesilhas, onde dividiu
com a Espanha não apenas as terras americanas, mas todo o mundo a ser ainda descoberto.
O tipo de colonização aqui implantado atendia aos interesses mercantilistas da época, ou seja,
cabia à colônia ser fornecedora de riquezas para sua metrópole através da exploração dos recursos
naturais coloniais, tais como madeiras, especiarias, ouro e pedras preciosas, além de ser uma área de
comércio restrito (Pacto Colonial).
Além da exploração econômica, cabe ressaltar a questão da catequese. A exploração se dava em
nome do lucro e de Deus.
Foram os franceses quem descobriram o rio Tocantins ao encontrarem sua foz, explorando-o entre
os anos de 1610 e 1613. Caminho natural em direção ao interior do Brasil, o rio Tocantins nasce no Planalto
Central e corta a região no sentido Sul-Norte. A catequese dos nativos foi deixada a cargo do padre
capuchinho frances Yves d'Evreus. Na área hoje compreendida pelos estados do Maranhão, Pará, Tocantins
e Amazonas e com a ajuda dos índios Tupinambás tiveram a pretensão de colonizar a Amazônia: foi a
chamada França Equinocial . Nessa época não havia nem a vila de Belém, nem as capitanias do Maranhão
e Pará. Eles subiram o Rio Tocantins pela foz, foram aprendendo a língua e os hábitos dos indígenas da
região e fundaram feitorias no Baixo e Médio Tocantins e Alto Araguaia.
Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os portugueses iniciaram a colonização da
região pela "decidida ação dos jesuítas". Eram as chamadas descidas , movimentos de penetração do
interior realizados pelos jesuítas e incluídos, por alguns autores, no contexto do movimento
bandeirante . E ainda no século XVII os padres da Companhia de Jesus fundaram as aldeias missionárias
da Palma (atual Paranã) e do Duro (atual Dianópolis).
Impossibilitado de penetrar no território pela vigência do Tratado de Tordesilhas, Portugal contratou
secretamente expedições particulares, as Bandeiras . Os bandeirantes eram mercenários que, saindo da
Capitania de São Paulo, iam em busca de riquezas, seja na forma de índios para a escravização, seja na
forma de ouro ou no pagamento por serviços prestados.
A primeira bandeira que se dirigiu para a região estava sob o comando de Antônio Macedo e
Domingos Luís Grau; ela partiu de São Paulo em 1590 e após três anos, provavelmente, chegou aos
sertões de Goiás, no leste do Tocantins.
Foi o bandeirante vicentino (saído da vila de São Vicente) Antônio Rodrigues Arzão o primeiro a
encontrar ouro em quantidade em Minas Gerais , no atual município de Cataguases, em 1693; mais tarde,
em 1718, encontrou-se ouro em Cuiabá , de forma que Goiás, geograficamente situado entre a s duas
capitanias, passou a ser considerado uma área que t ambém guardava o precioso metal em seu
subsolo .
Partindo dessa idéia o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva , chamado de Anhanguera (“diabo
que põe fogo na água”]) conseguiu licença do rei de Portugal para explorar a região. Daí vem o povoamento
da região de Goiás. Anhanguera não foi o primeiro a chegar à região, mas sim seu primeiro povoador, já
que os bandeirantes e jesuítas não se fixaram na região.
Anhanguera não foi o primeiro bandeirante a colocar “fogo na água”. Acredita-se que tal ardil era
comum entre os bandeirantes, e que o primeiro a fazer isso foi Francisco Pires Ribeiro.
A bandeira comandada por Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho do primeiro Anhanguera) saiu de
São Paulo em 3 de julho de 1722, seguindo a rota que já era conhecida até o Rio Grande. As dificuldades
climáticas e vegetacionais do cerrado fizeram muitos dos bandeirantes morrerem de fome, além de obrigar
os sobreviventes a comerem macacos, cachorros e até alguns dos próprios cavalos. Após várias mortes,
seja por causa da fome, doenças ou ataques de índios hostis, finalmenteAnhanguera encontrou ouro nas
cabeceiras do rio Vermelho, na região da atual cida de de Goiás . Estavam descobertas as Minas dos
Goyazes . Com a descoberta de ouro, a região logo tornou-se foco de grandes deslocamentos
populacionais. Bartolomeu Bueno da Silva foi declarado Superintendente das Minas de Goiás, ligada a São
Paulo na forma de uma Intendência. A capital era a Vila de Sant’Ana, mais tarde chamada de Vila Boa e,
depois, Cidade de Goyás. Vila Boa tinha uma densidade irregular e instável Cabia ao Intendente manter a
ordem legal e instaurar a os tributos. No seculo XVII toda a região que é o atual Estado do Tocantins era
hábitada por índios.
 Apenas três zonas povoaram-se com certa regularidad e, sendo elas: Centro-sul , que era
composta por Sta. Cruz, Sta. Luzia (Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila Boa e Arraias,
Pirenópolis chegou a disputar a categoria de Sede do Governo, dada sua importância como centro de
comunicações; A segunda zona era na região de Tocantins , composta por Alto do Tocantins ou
Maranhão, Traíras, Água Quente, São José (Niquelândia), Santa Rita, Muquém, etc. Enfim mais ao norte a
capitania atingia uma extensa zona entre o Tocantin s e os chapadões limitando-se com a Bahia .
Arraias, São Félix, Cavalcante, Natividade, São José do Duro (Dianópolis), e Porto Real (Porto Nacional) o
arraial mais setentrional.
 1730 e 1740 foram décadas importantes ocorrendo as descobertas de ouro no lado norte de
Goiás, formando os primeiros arraiais no território do hoje estado do Tocantins (Natividade e Almas -
1734, Arraias e Chapada - 1736, Porto Real e Pontal - 1738). Em 1740, Conceição, Carmo, Taboca e, mais
tarde, Príncipe, este último em 1770. Alguns como: Príncipe, Taboca e Pontal foram extintos. Outros
resistiram ao fim da mineração e no século XIX tornaram-se vilas e mais tarde cidades.
Norte de Goiás
 O Norte de Goiás foi visto de três formas distintas ao longo de sua evolução histórica. Esta região
(norte de Goiás) deu origem ao atual Estado do Tocantins. Segundo a historiadora Parente (1999), esta
região foi interpretada sob três versões. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo atrib uído
somente à localização geográfica dentro da região d as Minas dos Goyazes na época dos
descobrimentos auríferos no século XVIII . Com referência ao aspecto geográfico, essa denominação
perdurou por mais de dois séculos, até a divisão do Estado de Goiás, quando a região norte passa a ser o
Estado do Tocantins.
 Num segundo momento, com a descoberta de grandes mi nas na região, o norte de Goiás
passou a ser conhecido como uma das áreas que mais produziam ouro na capitania . Esta
constatação despertou o temor ao contrabando que acabou fomentando um arrocho fiscal maior que nas
outras áreas mineradoras.
 Por último, o norte de Goiás passou a ser visto, ap ós a queda da mineração, como sinônimo
de atraso econômico e involução social, gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da
população .
 Essa região foi palco primeiramente de uma fase épica vivida pelos seus exploradores, “que em
quinze anos abriam caminhos e estradas, vasculharam rios e montanhas, desviam correntes, desmatam
regiões inteiras, rechaçaram os índios, exploram, habitam e povoam uma área imensa....” (PALACIM,
Luis,1979, p.30)
 Descoberto o ouro, a região passa, de acordo com a política mercantilista do século XVIII, a ser
incorporada ao Brasil. O período aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência, quase sem transição,
sujeitou a região a um estado de abandono.Foi na economia de subsistência que a população encontrou mecanismos de resistência para se
integrar economicamente ao mercado nacional. Essa integração, embora lenta, foi se concretizando
baseada na produção agropecuária, que predomina até hoje e constitui a base econômica do Estado do
Tocantins (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.96)
2) Economia do ouro
 Em julho de 1722 a bandeira do Anhanguera (filho) saiu de São Paulo. Em 1725 volta com a notícia
da descoberta de córregos auríferos. A partir desse momento, Goiás entra na história como asMinas dos
Goyazes . Dentro da divisão do trabalho no império português, este é o título de existência e de identidade
de Goiás durante quase um século.
 Um grande contingente populacional deslocou-se para “a região do Araés, como a princípio se
chamou essa parte do Brasil, que diziam possuir montanhas de ouro, lagos encantados e os martírios de
Nosso Senhor de Jesus Cristo gravados nas pedras das montanhas. Era um novo Eldorado de histórias
romanescas e contos fabulosos” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 45).
 Diante dessas expectativas reinou, nos primeiros tempos, a anarquia, pois era a mineração “alvo de
todos os desejos. O proprietário, o industrialista, o aventureiro, todos convergiam seus esforços e seus
capitais para a mineração” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 18).
 Inicialmente, as minas de Goiás eram jurisdicionadas à capitania de São Paulo na condição de
intendência, com a capital em Vila Boa e sob a administração de Bueno, a quem foi atribuído o cargo de
superintendente das minas com o objetivo de “representar e manter a ordem legal e instaurar o arcabouço
tributário”. (PALACIM, Luís, 1979, p. 33)
3) Formação dos arraiais
 “Há ouro e água”. Isto basta. Depois da fundação solene do primeiro arraial de Goiás, o arraial de
Sant'Anna, esse foi o critério para o surgimento dos demais arraiais. Para as margens dos rios ou riachos
auríferos deslocaram-se populações da metrópole e de todas as partes da colônia, formando à proporção
em que se descobria ouro, um novo arraial “(...) que podia progredir ou ser abandonado, dependendo da
quantidade de riquezas existentes”. (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.58)
 Nas décadas de 1730 e 1740 ocorreram as descobertas auríferas no norte de Goiás e, por causa
delas, a formação dos primeiros arraiais no território onde hoje se situa o Estado do Tocantins. Natividade e
Almas (1734), Arraias e Chapada (1736), Pontal e Porto Real (1738). Nos anos 40 surgiram Conceição,
Carmo e Taboca, e mais tarde Príncipe (1770). Alguns foram extintos, como Pontal, Taboca e Príncipe. Os
outros resistiram à decadência da mineração e no século XIX se transformaram em vilas e posteriormente
em cidades.
 O grande fluxo de pessoas de todas as partes e de todos os tipos permitiu que a composição social
da população dos arraiais de ouro se tornasse bastante heterogênea. Trabalhar, enriquecer e regressar ao
lugar de origem eram os objetivos dos que se dirigiam para as minas. Em sua maioria eram homens
brancos, solteiros ou desacompanhados da família, que contribuíram para a mistura de raças com índias e
negras escravas. No final do século XVIII, os mestiços já eram grande parte da população que
posteriormente foram absorvidos no comércio e no serviço militar.
 A população branca era composta de mineiros e de pessoas pobres que não tinham nenhuma
ocupação e eram tratados, nos documentos oficiais, como vadios.
 Ser mineiro significava ser dono de lavras e escravos. Era o ideal de todos os habitantes das minas,
um título de honra e praticamente acessível a quase todos os brancos. O escravo podia ser comprado a
crédito, sua posse dava o direito de requerer uma data - um lote no terreno de mineração - e o ouro era de
fácil exploração, do tipo aluvional, acumulado no fundo e nas margens dos rios.
 Todos, uns com mais e outros com menos ações, participavam da bolsa do ouro. Grandes
comerciantes e contratadores que residiam em Lisboa ou Rio de Janeiro mantinham aqui seus
administradores. Escravos, mulatos e forros também praticavam a faiscagem - procura de faíscas de ouro
em terras já anteriormente lavradas. Alguns, pela própria legislação, tinham muito mais vantagens.
 O negro teve uma importância fundamental nas regiõe s mineiras . Além de ser a mão-de-obra
básica em todas as atividades, da extração do ouro ao carregamento nos portos, era também uma
mercadoria de grande valor. Primeiro, a quantidade de negros cativos foi condição determinante para se
conseguir concessões de lavras e, portanto, para um branco se tornar mineiro. Depois, com a instituição
da capitação (imposto cobrado em ouro sobre cada escravo empregado na lavra) no lugar do quinto, o
escravo tornou-se referência de valor para o pagamento do imposto. Neste, era a quantidade de escravos
matriculados que determinava o quanto o mineiro iria pagar em ouro para a Coroa. Mas a situação do negro
era desoladora. Os maus tratos e a dureza do trabalho nas minas resultavam em constantes fugas.
4) O controle das minas
 Desde quando ficou conhecida a riqueza aurífera das Minas de Goyazes, o governo português
tomou uma série de medidas para garantir para si o maior proveito da exploração das lavras. Foi proibida a
abertura de novas estradas em direção às minas. Os rios foram trancados à navegação. As
indústrias proibidas ou limitadas. A lavoura e a cr iação inviabilizadas por pesados tributos: braços
não podiam ser desviados da mineração. O comércio f oi fiscalizado. E o fisco, insaciável na
arrecadação .
 “Só havia uma indústria livre: a mineração, mas esta mesma sujeita à capitação e censo, à
venalidade dos empregados de registros e contagens, à falsificação na própria casa de fundição, ao quinto
(...), ao confisco por qualquer ligeira desconfiança de contrabando” (ALENCASTRE, José Martins Pereira,
1979, p. 18). À época do descobrimento das Minas dos Goyazes vigorava o método de quintamento nas
casas de fundição. A das minas de Goiás era em São Paulo. Era para lá que deveriam se dirigir os mineiros
para quintar seu ouro. Recebiam de volta, depois de descontado o quinto, o ouro fundido e selado com selo
real.
 O ouro em pó podia ser usado como moeda no território das minas, mas se saísse da capitania,
tinha que ser declarado ao passar pelo registro e depois quintado, o que praticamente ficava como
obrigação dos comerciantes. Estes, vendendo todas as coisas a crédito, prazo e preços altíssimos
acabavam ficando com o ouro dos mineiros e eram os que, na realidade, canalizavam o ouro das minas
para o exterior e deviam, por conseguinte, pagar o quinto correspondente.
 O método da casa de fundição para a cobrança do quinto seria ideal se não fosse um problema que
tomava de sobressalto o governo português: o contrabando do ouro, que oferecia alta rentabilidade.
 O grande contrabando era dos comerciantes que controlavam o comércio desde os portos,
praticado (...) “por meio da conivência dos guardas dos registros, ou de subornos de soldados, que
custodiavam o comboio dos quintos reais”. Contra si o governo tinha as dilatadas fronteiras, o escasso
policiamento, o costume inveterado e a inflexibilidade das leis econômicas. (PALACIM, 1979, p. 49). A seu
favor tinha o poder político, jurídico e econômico sobre toda a colônia. Assim, decreta como primeira
medida, em se tratando das minas, o isolamento destas.
 A partir de 1730 foram proibidas todas as outras vias de acesso a Goiás ficando um único caminho,
o iniciado pelas bandeiras paulistas que ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e Rio de
Janeiro. Com isso, ficava interditado o acesso pelas picadas vindas do Nordeste - Bahia e Piauí. Foi
proibidaa navegação fluvial pelo Tocantins, afastando a região de outras capitanias - Grão-Pará e
Maranhão.
 À proporção que crescia a importância das minas surgiram atritos com os governadores das
capitanias do Maranhão e Pará, “quando do descobrimento das minas de Natividade e São Félix e dos
boatos de suas grandes riquezas (...). Os governadores tomaram para si a incumbência de nomear
autoridades para os ditos arraiais e outras minas que pudessem surgir, a fim de tomarem posse e cobrarem
os quintos de ouro ali existentes” (PARENTE , 1999, p. 59). O resultado foi o afastamento dessa
interferência seguido da proibição, através de bandos, da entrada das populações das capitanias limítrofes
na região e a saída dos que estavam dentro sem autorização judicial.
5) Decadência da produção
 A produção do ouro goiano teve o seu apogeu nos pri meiros dez anos de estabelecimento
das minas, entre 1726 e 1735 . Foi nesse período que o ouro de aluvião aflorava por toda a região,
resultando numa produtividade absurda. Quando se iniciou a cobrança do imposto de capitação em todas
as regiões mineiras, a produção começou a cair, possivelmente mascarada pelo incremento do contrabando
na região, impossível de se medir.
 De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a um nível mais alto por ser o período da volta da cobrança
do quinto nas casas de fundição. Mas a produtividade continuou decrescendo. O motivo dessa contradição
era a própria extensão das áreas mineiras, que compensavam e excediam a redução de produtividade.
 A distância das minas do norte, os custos para levar o ouro e o risco de ataques indígenas aos
mineiros justificaram a criação de uma casa de fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi
transferida para Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas de sua manutenção”
(PARENTE, 1999, p. 51).
 A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da arrecadação da Casa de
Fundição de São Félix. Foram tomadas algumas providências como a instalação de um registro entre
Santa Maria (Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Outra tentativa para reverter o quadro da arrecadação
foi organizar bandeiras para tentar novos descobrimentos. Tem-se notícia do itinerário de apenas duas. Uma
dirigiu-se rumo ao Pontal (região de Porto Real), pela margem esquerda do Tocantins e entrou em conflito
com os Xerente, resultando na morte de seu comandante.
 A outra saiu de Traíras (nas proximidades de Niquelândia (GO)) para as margens do rio Araguaia
em busca dos Martírios, serra onde se acreditava existir imensas riquezas auríferas. Mas a expedição só
chegou até a ilha do Bananal onde sofreu ataques dos Xavante e Javaé, dali retornando.
 No período de 1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação do quinto com o fim das
descobertas do ouro de aluvião, predominando a faiscagem nas minas antigas. Quase sem transição,
chegou a súbita decadência.
6) A crise econômica
 O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo os outros setores a uma ruína parcial:
diminuição da importação e do comércio externo, menor arrecadação de impostos, diminuição da mão-de-
obra pelo estancamento na importação de escravos, estreitamento do comércio interno, com tendência à
formação de zonas de economia fechada e um consumo dirigido à pura subsistência, esvaziamento dos
centros de população, ruralização, empobrecimento e isolamento cultural” (PALACIN, 1979, p. 133). Toda a
capitania entrou em crise e nada foi feito para a sua revitalização. Endividados com os comerciantes, os
mineiros estavam descapitalizados.
 O desejo pelo lucro fácil, tanto das autoridades administrativas metropolitanas quanto dos mineiros
e comerciantes, não admitiu perseveranças. O local onde não se encontrava mais ouro era abandonado. Os
arraiais de ouro, que surgiam e desapareciam no Tocantins, contribuíram apenas para o expansionismo
geográfico. Cada vez se adentrava mais o interior em busca do ouro de aluvião, cada vez mais escasso..
 No norte da capitania a crise foi mais profunda. Isolada tanto propositadamente quanto
geograficamente, essa região sempre sofreu medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição da
navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira mais fácil e econômica de a região
atingir outros mercados consumidores das capitanias do norte da colônia. O caminho aberto que ligava
Cuiabá a Goiás não contribuiu em quase nada para interligar o comércio da região com outros centros
abastecedores, visto que o mercado interno estava voltado ao litoral nordestino. Esse isolamento, junto com
o fato de não se incentivar a produção agro-pecuária nas regiões mineiras, tornava abusivo o preço de
gêneros de consumo e favorecia a especulação. A carência de transportes, a falta de estradas e o risco
freqüente de ataques indígenas dificultavam o comércio.
 Além destas dificuldades, o contrabando e a cobrança de pesados tributos contribuíram para
drenagem do ouro para fora da região. Dos impostos, somente o quinto era remetido para Lisboa. Todos os
outros (entradas, dízimos, contagens etc.) eram destinados à manutenção da colônia e da própria capitania.
 Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico devido à falta de acumulação de
capital e ao atrofiamento do mercado interno após o fim do ciclo da mineração, a população se volta para a
economia de subsistência.
 Nas últimas décadas do século XVIII e início do séc ulo XIX, toda a capitania estava
mergulhada numa situação de crise, o que levou os g overnantes goianos a voltarem suas atenções
para as atividades econômicas que antes sofreram pr oibições, objetivando soerguer a região da
crise em que mergulhara.
7) Subsistência da população e a integração econômi ca
 Na segunda década do século XIX , com o fim da mineração, os aglomerados urbanos
estacionaram ou desapareceram e grande parte da população abandonou a região. Os que permaneceram
foram para zona rural e dedicaram-se à criação de gado e agricultura, produzindo apenas algum excedente
para aquisição de gêneros essenciais (PALACIN, 1989, p. 46).
 Toda a capitania entrou num processo de estagnação econômica. No norte, o quadro de abandono,
despovoamento, pobreza e miséria foi descrito por muitos viajantes e autoridades que passaram pela região
nas primeiras décadas do século XIX.
 Saint-Hilaire , na divisa norte/sul da capitania, revelou: "à exceção de uma casinha que me pareceu
abandonada, não encontrei durante todo o dia nenhuma propriedade, nenhum viajante, não vi o menor trato
de terra cultivada, nem mesmo um único boi".
 Johann Emanuel Pohl , anos depois, passando pelo povoado de Santa Rita constatou: "é um lugar
muito pequeno, em visível decadência (...). Por não haver negros, por falta de braços, as lavras de ouro
estão inteiramente descuradas e abandonadas".
 O desembargador Theotônio Segurado , que mais tarde se tornaria ouvidor da Comarca do Norte,
em relatório de 1806, deu conta das penúrias em que vivia a região em função tanto do abandono como da
falta de meios para contrapor esse quadro: "A capitania nada exportava; o seu comércio externo era
absolutamente passivo: os gêneros da Europa, vindos em bestas do Rio ou Bahia pelo espaço de 300
léguas, chegavam caríssimos; os negociantes vendiam tudo fiado: daí a falta de pagamentos, daí as
execuções, daí a total ruína da Capitania".
 Diante dessa situação, a Coroa Portuguesa tomou consciência de que só através do povoamento,
da agricultura, da pecuária e do comércio com outras regiões que a capitania poderia retomar o fluxo
comercial de antes. Como saída para a crise voltaram-se as atenções para as possibilidades de ligação
comercial como litoral, através da capitania do Pará, pela navegação dos rios Tocantins e Araguaia
(CAVALCANTE, 1999, p.39).
 As picadas, os caminhos e a navegação pelos rios Tocantins e Araguaia, todos interditados na
época da mineração para conter o contrabando, foram liberados desde 1782. Como efeito imediato o norte
começou a se relacionar com o Pará, ainda que de forma precária e inexpressiva.
 Nas primeiras décadas do século XIX, o desembargador Theotônio Segurado já apontava a
navegação dos rios Tocantins e Araguaia como uma alternativa para o desenvolvimento da região através
do estímulo à produção para um comércio mais vantajoso tanto no norte como em toda a Capitania,
diferente do tradicionalmente realizado com a Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Com esse fim propôs a
formação de companhias de comércio, o estímulo à agricultura, o povoamento das margens desses rios
oferecendo isenção por dez anos do pagamento de dízimos aos que ali se estabelecessem, e, aos
comerciantes, concessão de privilégios na exportação para o Pará (CAVALCANTE, 1999).
 Com estas propostas chamou a atenção das autoridades governamentais para a importância do
comércio de Goiás com o Pará, através dos rios Araguaia e Tocantins. Foi ele próprio realizador de viagens
para o Pará incentivando a navegação do Tocantins. Destacou-se como um grande defensor dos interesses
da região quando foi ouvidor da Comarca do norte. A criação dessa comarca visava promover o
povoamento no extremo norte para fomentar o comércio e a navegação dos rios Araguaia e Tocantins.
8) Criação da Comarca do Norte - 1809
 Para facilitar a administração, a aplicação da justiça e, principalmente, incentivar o povoamento e o
desenvolvimento da navegação dos rios Tocantins e Araguaia, o Alvará de 18 de março de 1809 dividiu a
Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões): a Co marca do Sul e a Comarca do Norte . Esta
recebeu o nome de Comarca de São João das Duas Barras, assim como chamaria a vila que, na
confluência do Araguaia no Tocantins se mandaria criar com este mesmo nome para ser sua sede. Para
nela servir foi nomeado o desembargador Joaquim Theotônio Segurado como seu ouvidor.
 A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real, Natividade, Conceição, Arraias, São Félix,
Cavalcante, Traíras e Flores. O arraial do Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado, perde essa condição,
que foi transferida para Porto Real, ponto que começava a prosperar com a navegação do Tocantins.
Enquanto não se fundava a vila de São João das Duas Barras, Natividade seria a sede da ouvidoria. A
função primeira de Theotônio Segurado era designar o local onde deveria ser fundada essa vila.
 Alegando a distância e a descentralização em relação aos julgados mais povoados, o ouvidor e o
povo do norte solicitaram a D. João autorização para a construção da sede da comarca em outro local. No
lugar escolhido por Segurado, o alvará de 25 de janeiro de 1814 autorizava a construção da sede na
confluência dos rios Palma e Paranã, a vila de Palma, hoje a cidade de Paranã .
 A vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas nunca chegou a ser
construída . Theotônio Segurado, administrador da Comarca do Norte, muito trabalhou para o
desenvolvimento da navegação do Tocantins e o incremento do comércio com o Pará. Assumiu posição de
liderança como grande defensor dos interesses regionais e, tão logo se mostrou oportuno, não hesitou em
reivindicar legalmente a autonomia político-administrativa da região.
 O 18 de março foi, oficialmente, considerado o Dia da Autonomia pela lei 960 de 17 de março
de 1998, por ser a data da criação da Comarca do No rte, estabelecida como marco inicial da luta pela
emancipação do Estado .
9) Movimento Separatista do Norte de Goiás - 1821 a 1824
 A Revolução do Porto no ano de 1820, em Portugal, exigindo a recolonização do Brasil, mobilizou
na colônia, especificamente no litoral, a elite intelectualizada em prol da emancipação do país. Em Goiás,
essas idéias liberais refletiram na tentativa de derrubar a própria personificação da dominação portuguesa: o
capitão-general Manoel Sampaio.
 Houve uma primeira investida nesse sentido em 1821, sob a liderança do capitão Felipe Antônio
Cardoso e do Padre Luiz Bartolomeu Marques . Coube ao primeiro mobilizar os quartéis e ao segundo
conclamar o povo e lideranças para a preparação de um golpe que iria depor Sampaio. Contudo, houve
uma denúncia sobre o golpe e, em seguida, foi ordenada a prisão dos principais líderes rebeldes. O Padre
Marques conseguiu fugir e novamente articulou contra o capitão-general. Sampaio impôs sua autoridade e
os rebeldes foram expulsos da capital Vila Boa. Alguns vieram para o norte, como o capitão Cardoso, que
teve ordem para se retirar para o distrito de Arraias, e o Padre José Cardoso de Mendonça, enviado para a
aldeia de Formiga e Duro.
 Mas os acontecimentos que ocorreram na capital não ficaram isolados. A idéia da nomeação de um
governo provisório, depois de fracassada na capital, foi aclamada no norte onde já havia anseios
separatistas. O desejo do padre Luiz Bartolomeu Marques não era outro senão a independência do Brasil. E
a deposição de Sampaio seria apenas o primeiro passo. Para este fim contavam com o vigário de
Cavalcante, Francisco Joaquim Coelho de Matos, que cedeu a direção das coisas ao desembargador
Joaquim Theotônio Segurado.
 No dia 14 de setembro, um mês após a frustrada tentativa de deposição de Sampaio, instalou-se o
governo independencista do norte, com capital provisória em Cavalcante. O ouvidor da Comarca do Norte,
Theotônio Segurado, presidiu e estabeleceu essa junta provisória até janeiro de 1822. No dia seguinte, o
governo provisório da Comarca da Palma fez circular uma proclamação em que declarou-se separado do
governo.( ALENCASTRE, 1979). As justificativas para a separação do norte em relação ao centro-sul de
Goiás eram, para Segurado, de natureza econômica, política, administrativa e geográfica.
 A instalação de um governo independente - não necessariamente em relação à Coroa Portuguesa,
mas sim ao governo do capitão-general da Comarca do Sul - parecia ser o único objetivo de Theotônio
Segurado. A sua posição não-independencista provocou a insatisfação de alguns dos seus correligionários
políticos e a retirada de apoio à causa separatista. Em outubro de 1821, transfere a capital para Arraias
provocando oposição e animosidade dos representantes de Cavalcante. Com o seu afastamento em janeiro
de 1822, quando partiu para Lisboa como deputado representante de Goiás na Corte, agravou a crise
interna.
 “A partir dessa data uma série de atritos parecem denunciar que a junta havia ficado acéfala. Na
ausência de Segurado, nenhuma liderança capaz de impor-se com a autoridade representativa da maioria
dos arraiais conseguiu se firmar. Pelo contrário, os interesses particulares dos líderes de Cavalcante,
Palmas, Arraias e Natividade se sobrepuseram à causa separatista regional” (CAVALCANTE, 1999, p.64).
10) Trajetória de luta pela criação do Tocantins
 No final do século XIX e no decorrer do século XX, a idéia de se criar o Tocantins, estado ou
território, esteve inserida no contexto das discussões apresentadas em torno da redivisão territorial do país,
no plano nacional. Mas, a concretização desta idéia só veio com a Constituição de 1988 que criou o Estado do Tocantins pelo
desmembramento do estado de Goiás.
 Ainda no Império, duas tentativas: a defesa de Visconde de Taunay, na condição de deputado pela Província de Goiás,
propondo a separação do norte goiano para a criação da Província da Boa Vista do Tocantins, com a vila capital em Boa Vista
(Tocantinópolis), em 1863; e, de modo mais concreto, em 1889, como projeto de Fausto de Souza para a redivisão do Império em 40
províncias, constando a do Tocantins na região que compreendia o norte goiano.
 Nas primeiras décadas da República o discurso separatista sobreviveu na imprensa regional, principalmente de Porto
Nacional - maior centro econômico e político da época - em periódicos como "Folha do Norte" e "Norte de Goiás". A partir da década de
1930 que o discurso retorna à esfera nacional.
 Após a criação pela Constituição de 1937 dos territórios do Amapá, Rio Branco, Guaporé - atual Rondônia - Itaguaçu e
Ponta Porã (extintos pela Constituição de 1946), houve também quem defendesse a criação do território do Tocantins.
11) A criação do Estado do Tocantins - 1988
 O ano era 1987. As lideranças souberam aproveitar o momento oportuno para mobilizar a população em torno de um
projeto de existência quase secular e pelo qual lutaram muitas gerações: a autonomia política do norte goiano, já batizado Tocantins.
 A Conorte apresentou à Assembléia Constituinte uma emenda popular com cerca de 80 mil assinaturas como reforço à
proposta de criação do Estado. Foi criada a União Tocantinense, organização supra-partidária com o objetivo de conscientização
política em toda a região norte para lutar pelo Tocantins também através de emenda popular. Com objetivo similar, nasceu o Comitê
Pró-Criação do Estado do Tocantins, que conquistou importantes adesões para a causa separatista. "O povo nortense quer o Estado
do Tocantins. E o povo é o juiz supremo. Não há como contestá-lo", reconhecia o governador de Goiás na época, Henrique Santilo
(SILVA, 1999, p. 237)
 Em junho, o deputado Siqueira Campos, relator da Subcomissão dos Estados da Assembléia Nacional Constituinte,
redige e entrega ao presidente da Assembléia, o deputado Ulisses Guimarães, a fusão de emendas criando o Estado do Tocantins que
foi votada e aprovada no mesmo dia.
 Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição, em 05 de outubro de 1988, nascia o
Estado do Tocantins.
 A eleição dos primeiros representantes tocantinenses foi realizada em 15 de novembro de 1988, pelo Tribunal Regional
Eleitoral de Goiás, junto com as eleições dos prefeitos municipais. Além do governador e seu vice, foram escolhidos os senadores e
deputados federais e estaduais.
 A cidade de Miracema do Norte, localizada na região central do novo Estado, foi escolhida como capital provisória. No dia
1º de janeiro de 1989 foi instalado o Estado do Tocantins e empossados o governador, José Wilson Siqueira Campos; seu vice, Darci
Martins Coelho; os senadores Moisés Abrão Neto, Carlos Patrocínio e Antônio Luiz Maya; juntamente com oito deputados federais e 24
deputados estaduais.
 Ato contínuo, o governador assinou decretos criando as Secretarias de Estado e viabilizando o funcionamento dos
poderes Legislativo e Judiciário e dos Tribunais de Justiça e de Contas. Foram nomeados o primeiro secretariado e os primeiros
desembargadores. Também foi assinado decreto mudando o nome das cidades do novo Estado que tinham a identificação "do Norte" e
passaram para "do Tocantins". Foram alterados, por exemplo, os nomes de Miracema do Norte, Paraíso do Norte e Aurora do Norte
para Miracema do Tocantins, Paraíso do Tocantins e Aurora do Tocantins.
 No dia 5 de outubro de 1989, foi promulgada a primeira Constituição do Estado, feita nos moldes da Constituição Federal.
Foram criados mais 44 municípios além dos 79 já existentes. Atualmente, o Estado possui 139 municípios.
 Foi construída, no centro geográfico do Estado, numa área de 1.024 Km2 desmembrada do município de Porto Nacional,
a cidade de Palmas, para ser a sede do governo estadual. Em 1º de janeiro de 1990, foi instalada a capital.
Bibliografia
• BARROS, Otávio. Breve História do Tocantins, 1º edição, FIETO, Araguaína, 1996
• BARROS, Otávio. Tocantins, Conhecendo e Fazendo História, 1º edição, SECOM, Palmas, 1998.
• PALACIN, Luís, MORAES, Maria Augusta Sant’anna. História de Goiás (1722-1972) 5º ed. Goiânia: Ed. Da UCG, 1989.
• O Século do Ouro em Goiás. 3º ed. Goiânia: Oriente, Brasília: INL, 1979.
• CAVALCANTE, Maria do Espírito Santo Rosa. Tocantins: O Movimento Separatista do Norte de Goiás, 1821-1988 - São
Paulo: A Garibaldi, Editora da UCG, 1999.
• SILVA, Francisco Ayres da. Caminhos de Ouhãra - 2° ED. Porto Nacional: Prefeitura Municipal, 1999.
• PARENTE, Temis Gomes- Fundamentos Históricos do Estado do Tocantins Goiânia: ED. da UFG, 1999.
• ALENCASTRE, José Martins Pereira de. Anais da Província de Goiás. Goiânia: SUDECO/Governo de Goiás, 1979.
PROVAS DOS VESTIBULARESDA UFT
2006
QUESTÃO 13
Durante, aproximadamente, quatro séculos, no alvorecer da Era Cristã, o Império Romano dominou a maior
parte da bacia do Mediterrâneo, governando povos e sociedades os mais diversos. No final do século V, a
hegemonia romana chegou ao fim e as estruturas de dominação erigidas por esse Império foram destruídas.
Entretanto, comprovando sua solidez, parte do legado romano persistiu durante séculos e ainda se faz
presente em sociedades contemporâneas.
Considerando-se essas informações, é INCORRETO afirmar que
A) as instituições, idéias, crenças e valores da sociedade romana se desenvolveram sob forte influência da
cultura grega, principalmente no campo da filosofia, da arte e da religião.
B) a vigorosa economia do Império, que abarcava todo o mundo conhecido então, tinha como pilares
centrais o trabalho assalariado e a pequena propriedade fundiária.
C) o Estado romano perseguiu os cristãos nos primeiros anos, mas, no período de decadência do Império, o
Cristianismo se tornou a religião predileta da elite política romana.
D) os romanos procuraram impor sua cultura nas regiões sob controle do Império, porém, devido a razões
pragmáticas, toleraram alguns costumes dos povos dominados.
QUESTÃO 14
A longa crise da economia e da sociedade européias durante os séculos XIV e XV marcou as dificuldades e
os limites do modo de produção feudal no último período da Idade Média. Qual foi o resultado político final
das convulsões continentais dessa época? No curso do século XVI, o Estado absolutista emergiu no
Ocidente. (ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 16).
Considerando-se as informações desse trecho, é INCORRETO afirmar que
A) as fronteiras dos Estados absolutistas foram definidas a partir de critérios de nacionalidade refletidos na
composição dos exércitos monárquicos, que só incorporavam membros da respectiva nação.
B) o contexto do Absolutismo favoreceu um notável desenvolvimento da burocracia estatal e data desse
período o estabelecimento de corpos diplomáticos regulares.
C) os Estados absolutistas baseavam sua ação econômica nas idéias mercantilistas, que defendiam o
estímulo às exportações de mercadorias.
D) os monarcas não possuíam poder ilimitado, já que se esperava deles respeito a alguns costumes e
tradições, além, sobretudo, da observância dos mandamentos religiosos.
QUESTÃO 15
Considerando-se a Inconfidência Mineira (1789), é CORRETO afirmar que esse movimento:
A) foi liderado, principalmente, por representantes da elite social e econômica da região das Minas.
B) foi reprimido com rigor pelas autoridades coloniais, que executaram todos os líderes do movimento.
C) propunha a abolição imediata da escravatura, simultaneamente ao processo de independência.
D) tinha por objetivo principal a diversificação da atividade econômica, visando a atender aos anseios de
uma classe média emergente.
QUESTÃO 16
No decorrer do século XIX, ocorreu um fenômeno social e político da maior importância: a afirmação da
classe trabalhadora como grupo social organizado em defesa de seus interesses, lutando contra o patronato
e o Estado.
Considerando-se esse contexto,é CORRETO afirmar que
A) a Igreja, para não perder sua hegemonia, organizou, na primeira metade do século XIX, sindicatos de
trabalhadores fundados na doutrina social católica.
B) diferentes projetos político-ideológicos surgiram para tentar conduzir os trabalhadores na luta pela
conquista do poder, a exemplo do owenismo e do positivismo.
C) o Cartismo, uma das iniciativas políticas da classe trabalhadora de maior repercussão no período, tinha
como meta principal o estabelecimento de uma Associação Internacional Operária.
D) os sindicatos e os partidos operários, instituições criadas nesse período, tiveram papel central nas ações
políticas dos trabalhadores no século XX.
QUESTÃO 17
Considerando-se as mudanças ocorridas no Brasil após a Revolução de 1930, é CORRETO afirmar que o
novo regime deu origem a uma nova realidade
A) econômica , marcada pela expansão da indústria de bens de consumo financiada por investimentos
estrangeiros.
B) política , com o paulatino estabelecimento de um aparato estatal cada vez mais intervencionista e
centralizador.
C) política e econômica , com a instituição de eleições diretas para Presidente da República, que abriram
caminho para a afirmação da política do café-com-leite..
D) social , marcada por fortes movimentos grevistas em todo o País e pela ascensão, pela primeira vez, da
classe operária ao poder.
QUESTÃO 18
É forçoso reconhecer que o fim dos impérios coloniais dos séculos XIX e XX não resultou de uma decisão
metropolitana ou do desejo de abdicação do poder, e sim da capacidade de revolta que é inerente ao
oprimido. Daí, a impropriedade do termo .descolonização., que reflete a visão eurocêntrica da História. A
liberalização do sistema colonial, sobretudo na década 1950-1960, resultou muito mais de uma necessidade
ou de uma imposição, do que propriamente de uma escolha unilateral por parte do poder metropolitano mais
ou menos democrático, mais ou menos esclarecido ou mais ou menos bondoso. (LINHARES, Maria
Yedda. A luta contra a Metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1986, p.109. (Coleção Tudo é
História).
A partir da leitura desse trecho, é CORRETO afirmar que
A) a criação da Liga das Nações, em 1945, deu origem a novos parâmetros nas relações internacionais,
uma vez que ela reconhecia a legitimidade dos movimentos de descolonização.
B) a emancipação dos povos colonizados foi impulsionada pela emergência dos EUA e da URSS como
superpotências, após a II Guerra Mundial, processo paralelo ao enfraquecimento das metrópoles coloniais.
C) o retrocesso no desenvolvimento da ciência e da técnica no período entre as duas Guerras Mundiais
provocou um grande abalo na ideologia da superioridade branca.
D) os movimentos de libertação na Ásia e na África, na sua maioria, assumiram um caráter de transição
política pacífica, tendo-se em vista que eles se apropriaram das ideologias dos colonizadores
2007
QUESTÃO 17
O feudalismo, formação social cujas origens remontam à crise do Império Romano e que teve um longo
processo de gestação e consolidação, viveu sua fase de apogeu entre os séculos XI e XIII.
É INCORRETO afirmar que essa fase de apogeu se caracterizou
A) pela criação de forças militares numerosas, controladas pelos monarcas.
B) por uma intensa ruralização, aliada à fragmentação do poder central.
C) por uma intrincada rede de relações de dependência pessoal.
D) por uma sociedade de ordens, com estratos sociais rigidamente definidos.
QUESTÃO 18
No início da Era Moderna, o processo de crise que gerou a chamada Reforma envolveu não apenas fé mas
também disputas políticas.
Considerando-se esse contexto, é CORRETO afirmar que
A) a Igreja Católica reagiu à Reforma convocando o Concílio de Trento, cujas medidas visaram a impedir o
crescimento do protestantismo.
B) as religiões protestantes não aceitavam inovações nos ritos sagrados – entre outras, a realização de
missas em outras línguas que não o latim.
C) Martinho Lutero, em seus ataques ao Papado, discordava principalmente do processo violento de
catequese dos aborígines americanos.
D) uma das iniciativas do Vaticano para aplacar as críticas dos protestantes consistiu em tornar mais branda
a ação do Tribunal do Santo Ofício.
QUESTÃO 19
Considerando-se as conseqüências da descoberta de metais preciosos no interior do Brasil, no período
colonial, é INCORRETO afirmar que:
A) a Derrama consistia na cobrança dos impostos atrasados quando não eram preenchidas as cotas anuais,
estabelecidas pelas autoridades portuguesas.
B) a escassez de alimentos, nos primeiros anos de ocupação da região mineira, se deveu ao rápido
crescimento populacional.
C) a mineração determinou uma ocupação do território marcadamente rural, o que impediu a formação de
cidades importantes.
D) o excesso de rigor fiscal da Coroa portuguesa, no decorrer do século XVIII, provocou várias revoltas –
como as de 1720 e 1789.
QUESTÃO 20
A Guerra da Cisplatina (1825-1828) marcou a política externa brasileira no momento inicial do Período
Imperial.
Considerando-se esse conflito, é INCORRETO afirmar que a Cisplatina:
A) correspondia ao território da Banda Oriental, atual Uruguai, e havia sido incorporada ao Império
português anteriormente à independência do Brasil.
B) era alvo do interesse de portugueses, brasileiros e argentinos, em razão de seu importante papel
comercial e estratégico na região platina.
C) se tornou, ao final da Guerra, parte integrante da Confederação das Províncias Unidas do Rio da Prata,
juntamente com a Argentina.
D) tinha a pecuária como principal atividade econômica, além de manter importante atividade mercantil na
cidade portuária de Montevidéu.
QUESTÃO 21
Entre as primeiras décadas do século XIX e meados do século XX, entraram no Brasil cerca de cinco
milhões de imigrantes europeus e asiáticos.
Considerando-se essa informação, é CORRETO afirmar que, nesse período, os imigrantes:
A) foram, com freqüência, segregados em bairros ou pequenas cidades, o que obstaculizou seu processo
de integração à sociedade brasileira.
B) foram impedidos de se dedicar ao comércio e à indústria, em razão do controle dessas atividades pelos
empresários nacionais.
C) participaram ativamente das mais diversas atividades produtivas, num período de crescimento da
inserção do Brasil na economia mundial.
D) se espalharam pelo território brasileiro de maneira relativamente uniforme, contribuindo para a ocupação
das áreas menos povoadas do País.
QUESTÃO 22
O nacional-socialismo, ou nazismo, fundamentou-se em uma doutrina cuidadosamente veiculada pelo
regime dirigido por Adolf Hitler, utilizando-se de técnicas sofisticadas de propaganda política.
Considerando-se os fundamentos ideológicos do nacional-socialismo, é INCORRETO afirmar que esse
regime defendia:
A) a desigualdade entre as raças, a pureza dos arianos e o anti-semitismo.
B) a preponderância dos interesses coletivos e nacionais sobre os direitos individuais.
C) o nacionalismo, o expansionismo e a unidade do povo alemão.
D) o respeito à ordem legal republicana herdada da década de 1920.
QUESTÃO 23
“Em 1o de outubro de 1949, de um palanque colocado em cima do Portão da Paz Celestial – outrora a
entrada principal para o palácio imperial dos Ming e dos Qing –, Mao Zedong anunciou formalmente a
fundação da República Popular da China.” (SPENCE, Jonathan. Em busca da China moderna. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995. p. 487).
Considerando-se o processo revolucionário chinês, é CORRETO afirmar que
A) a vitória dos comunistas na guerra civil chinesa foi favorecida pela Guerra da Coréia, que imobilizou
recursos e tropas norte-americanas.
B) o programa de governo de Mao se baseava em versões revisionistas do socialismo, que abriram caminho
à entrada do capital internacional.
C) os comunistas chineses chegaram ao poder graças à adoção rigorosa da estratégia revolucionária usada
pelos bolcheviques na Rússia, em 1917.
D) os nacionalistas, após a derrota na guerra civil, seguirampara a ilha de Taiwan, onde criaram um Estado
autônomo e rival da China comunista.
QUESTÃO 24
Entre 1964 e 1984, o Brasil viveu sob um regime militar, que implantou políticas baseadas em dois eixos,
interdependentes e complementares: repressão e modernização.
Considerando-se esse período da história brasileira, é INCORRETO afirmar que
A) a principal lei de exceção da ditadura foi o AI-5, editado em 1968, após a eclosão de uma onda de
protestos políticos.
B) o aparato repressivo, montado pelo regime militar para anular a oposição, teve como pilares centrais o
SNI e o sistema DOI-CODI.
C) os militares, após um momento inicial de ajuste recessivo da economia, lançaram o País numa fase
eufórica de crescimento acelerado.
D) os militares, embora tenham derrubado o Governo Goulart e implantado novas diretrizes, mantiveram a
política externa independente
2008
QUESTÃO 17
A organização dos Estados Nacionais, entre os séculos XV e XVIII, foi desencadeada por diversos
acontecimentos importantes, que fizeram parte do contexto histórico europeu na transição do sistema feudal
para uma sociedade de ordem burguesa.
Com base nessa informação é INCORRETO afirmar que:
(A) a organização dos Estados Nacionais na Europa se deu de forma homogênea e com o apoio dos
camponeses.
(B) a organização dos Estados Nacionais na Europa não se deu de forma homogênea.
(C) os Estados Nacionais foram consolidados com o objetivo de proporcionar a estabilidade política e
administrativa necessárias ao desenvolvimento das idéias burguesas de expansão e crescimento comercial.
(D) a centralização do poder nas mãos do monarca foi essencial à concretização dos ideais da burguesia.
QUESTÃO 18
Considerando-se a “retomada do discurso autonomista do Tocantins por lideranças que encaminharam os
projetos e as possibilidades de definir o estatuto jurídico/político do Norte de
Goiás, a partir da década de 1980” (CAVALCANTE, Maria do Espírito Santo. O Discurso
autonomista do Tocantins. Goiânia: Ed. da UCG, 2003, p. 109 - 112).
É INCORRETO afirmar que:
(A) foi a política adotada pelo Governo Federal para a liberação de grandes investimentos aos pequenos
produtores rurais do norte de Goiás.
(B) foi motivada pela criação do Estado de Mato Grosso do Sul, em 1977.
(C) foi a instalação do Projeto Carajás, do Governo Federal, com área de influência até o Paralelo 8 da
Amazônia goiana.
(D) foi a criação da CONORTE, que tinha como objetivo a conscientização da população norte goiana sobre
suas necessidades e potencial político-econômico.
QUESTÃO 19
“Afirmou-se com freqüência que o mercador medieval foi importunado em sua atividade profissional e
rebaixado em seu meio social devido à atitude da Igreja a seu respeito. Condenado por ela no próprio
exercício de sua profissão, teria sido uma espécie de pária da sociedade medieval dominada pela influência
cristã” (LE GOFF, Jacques. Mercadores e Banqueiros da Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p.
71).
Considerando-se as informações desse texto, é CORRETO afirmar que uma das ações condenadas pela
Igreja era:
(A) o celibato
(B) a usura
(C) a ordem mendicante
(D) a investidura
QUESTÃO 20
“No início da década de 1620, foi criado o Estado do Maranhão, separado do Estado do Brasil, com
jurisdição sobre o atual Maranhão, mas abrangendo todo o vale amazônico” (WEHLING, Arno.Formação do
Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994, p. 135).
Vários motivos determinaram essa decisão do governo metropolitano EXCETO:
(A) a facilidade de navegação entre a Europa e o litoral norte e, a quase impossibilidade de fazê-lo, com as
condições técnicas da época a partir da Bahia.
(B) a continuada presença de holandeses e ingleses, que chegaram a construir fortes em pontos ribeirinhos
do rio Amazonas.
(C) a facilidade de transporte marítimo das minas de Potosí ligando as jazidas auríferas de Minas Gerais.
(D) a esperança de encontrar uma saída fluvial para as minas de prata de Potosí.
QUESTÃO 21
No ano de 1840, coroava-se D. Pedro II, imperador do Brasil. Tinha início o II Reinado, assentado no
sistema parlamentarista, na economia agroexportadora e na mão de obra escrava. Todavia, o
parlamentarismo – forma de governo que se caracteriza pela independência dos poderes, com ligeira
superioridade do poder legislativo, exercido pelo Parlamento – apresentava algumas distorções no caso
brasileiro:
I. O Poder Legislativo, responsável pela elaboração de leis, compunha-se do Senado e da Câmara dos
Deputados, que se reuniam na Assembléia Geral. Como pré-requisito, o candidato precisava ser brasileiro
nato, católico, e possuir renda mínima de quatrocentos mil réis por ano. Para o senado exigia-se a renda de
oitocentos mil réis.
II. Pela Constituição do país, em 1824, cabia ao imperador exercer o Poder Moderador, que centralizava na
sua figura praticamente todas as decisões. Desta forma, as demais instâncias de poder – o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário – acabavam também por depender das inclinações do Imperador, uma vez que lhe
cabia a última palavra nas resoluções do governo.
III. Com a reforma constitucional de 1881, foi abolida a renda mínima anual, como pré-requisito, para
candidaturas no Senado e na Câmara dos Deputados.
IV. Esse arranjo ampliava a possibilidade da representação popular da sociedade como um todo, no âmbito
do poder central, mesmo que esses cargos eletivos fossem pleiteados pelos membros com renda elevada e
com mandato vitalício para Senadores.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A) II e III
(B) II e IV
(C) I e II
(D) I e IV
QUESTÃO 22
A era do populismo situou-se historicamente entre 1930 e meados dos anos 50 e, em alguns casos, até o
final dos anos 60. No Brasil, o representante máximo desse fenômeno foi Getúlio Vargas, que dominou a
cena política de 1930 a 1954. Derrubado em 1945, após 15 anos de presidência, oito anos dos quais de
ditadura, elegeu-se novamente presidente e governou de 1951 até sua morte.
Sobre o populismo é INCORRETO afirmar:
(A) que corresponde à uma conjuntura que presenciou a crise dos sistemas agro-exportadores e, por
conseqüência, do esquema de dominação oligárquico em vigor.
(B) que aparece como sistema de transição que se esforçava para integrar as classes populares na ordem
social e política por meio de uma ação do Estado.
(C) corresponde a um estilo de governo paternalista e, ao mesmo tempo autoritário, em que o clientelismo
das massas se mostrou fundamental para a manutenção deste tipo de Estado.
(D) que propôs reformas estruturais de interesse coletivo e efetuou-as na prática.
QUESTÃO 23
“Não é preciso mais escolher ser pró-Israel ou pró-Palestina, é preciso ser pró-paz.” (Escritor israelense
Amós Oz defende imaginação contra o fanatismo. Folha de S. Paulo , 24/05/2004).
Considerando a criação do Estado da Palestina, é INCORRETO afirmar:
(A) a recusa árabe à partilha da Palestina, imposta pela ONU, gerou uma declaração de guerra contra o
Estado de Israel, por alguns países da Liga Árabe, em 15 de maio de 1948. Esse conflito que terminou em
janeiro de 1949, envolveu Israel, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano,
Síria e a Arábia Saudita.
(B) a Guerra dos Seis Dias (1967) foi conseqüência da atuação da OLP (Organização para Libertação da
Palestina), da permanência das tropas da ONU na região e do bloqueio do golfo da Ácaba que prejudicava
interesses israelenses. O Egito, a Síria e a Jordânia foram atacados e os judeus dominaram toda a
Península do Sinai, a Cisjordânia e as colinas de Golan, na Síria.
(C) no século XIX, surgiu na Europa um movimento político e religioso que ficou conhecido como Al
fatah que visava o restabelecimento na Palestina, de um Estado judaico. Sediado em Viena, esse
movimento ganhou poder e influência com a atuação de Theodor Hertzl (1860-1904), um jornalista austríaco
que defendia a formação de uma nação judaica num território unificado.
(D) em 1993, Yitzhak Rabin, primeiro ministro de Israel, e Yasser Arafat,líder da OLP, firmam em
Washington, um acordo prevendo a criação de uma Autoridade Nacional Palestina, com autonomia
administrativa e policial, em alguns pontos do território palestino. Prevê-se também a progressiva retirada
das forças israelenses de Gaza e da Cisjordânia.
QUESTÃO 24
Fonte: Belmonte.Caricatura dos tempos.São Paulo:Melhoramentos, 1982. p.109.
A charge ilustra a bipolaridade mundial entre a União Soviética e os Estados Unidos, representada também
no seguinte texto: “Nenhum século foi mais ‘histórico’ do que o século passado [século XX ], no sentido de
que nenhum comportou mudanças e transformações tão radicais, em diferentes sentidos, do movimento
histórico, num espaço relativamente tão curto de tempo. Basta dizer que uma parte da humanidade rompeu
com o capitalismo, inaugurando uma época de polarização capitalismo/socialismo; posteriormente, uma
parte dessa parte resolveu voltar ao capitalismo”. (Sader, Emir. A vingança da história. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2003.)
I. Os Estados Unidos e a União Soviética lideravam respectivamente os dois blocos mais poderosos:
capitalista e socialista;
II. A Guerra Fria mostrou a descontinuidade das disputas imperialistas e das políticas salvacionistas das
grandes potências;
III. O mundo dividido em dois grandes blocos conseguia resolver seus graves problemas de injustiça social;
IV. Os Estados Unidos e a União Soviética exerciam forte controle sobre as outras nações, explorando
questões ideológicas que, na maioria das vezes, mascaravam interesses por áreas militar e
economicamente estratégicas.
Considerando as alternativas assinale a CORRETA:
(A) I e II
(B) I e IV
(C) II e III
(D) II e IV
2009
QUESTÃO 17
A construção da rodovia Belém-Brasília (BR-153), na década de 1950, apresentou implicações nos
processos de urbanização e modernização do antigo norte de Goiás, atual Estado do Tocantins. (Adaptado
de GIRALDIN, Odair (org). A (trans)formação histórica do Tocantins. 2. ed., Goiânia: Editora da UFG, 2004,
p. 315).
Dentre essas implicações é CORRETO afirmar que:
(A) houve um processo de urbanização equilibrado em todo o norte de Goiás (atual Estado do Tocantins).
(B) não houve impactos provocados com a abertura da rodovia, particularmente no aspecto da especulação
das terras, dada a perspectiva da sua desvalorização.
(C) houve uma concentração da população das novas áreas ocupadas pela construção da BR-153,
notadamente em núcleos urbanos às margens do Rio Tocantins.
(D) a população urbana, distante da BR-153, não acompanhou o processo de modernização e
desenvolvimento, então desencadeado pela construção da rodovia.
QUESTÃO 18
“O negro era cativo para que sua força de trabalho o fosse. Como conseqüência, o elemento predominante
na existência do negro era o trabalho” (PINSKI, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006,
p. 47).
Em relação ao trabalho escravo no Brasil, é INCORRETO afirmar que:
(A) os escravos não eram donos de suas ferramentas, mas usavam aquelas cedidas pelos seus
proprietários.
(B) os escravos, no Brasil, eram mantidos num regime de trabalho assalariado, frequentemente de sol a sol,
na época da colheita. A subserviência e a deferência eram essenciais para a sua sobrevivência.
(C) os escravos faziam todo o tipo de serviço. Eram vaqueiros, remeiros, mineiros, e lavradores; eram
artífices, marceneiros, ferreiros, pedreiros e oleiros; eram domésticos e pajens, guarda-costas, capangas e
capitães do mato; feitores e até carrascos.
(D) o trabalho começava antes do sol nascer, quando todos se apresentavam ao administrador da
propriedade. Após uma breve oração, iniciava-se o labor diário que constava geralmente da produção ou
beneficiamento de bens de consumo.
QUESTÃO 19
“O massacre de Canudos foi revelador da enorme distância entre as intenções do novo governo
republicano e a realidade em que vivia a imensa maioria dos brasileiros. Canudos, uma pequena vila no
interior da Bahia, tornara-se o refúgio de um pregador carismático, Antônio Conselheiro. Circulando desde a
década de 1870 pelo sertão do Nordeste, rezando, pregando e dirigindo mutirões para consertar igrejas e
cemitérios, atraiu uma multidão de fiéis
que, em 1893, se assentou no vilarejo, que logo tornou-se cidade, batizada de Belo Monte. Em pouco mais
de dois anos, cerca de 20 mil desafortunados de todo o tipo passaram a viver no local, cultivando terras
comunitárias e aguardando a nova vida anunciada pelo Conselheiro”. (CALDEIRA, Jorge. [et al.]História do
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 240).
A partir do texto é INCORRETO afirmar:
(A) Canudos foi a expressão de que o regime republicano brasileiro, em seu início, não foi compreendido
pela maioria da população brasileira.
(B) Os seguidores de Antônio Conselheiro, amparando-se em questões que remetem ao campo religioso,
constituíram uma teia de sociabilidade no interior nordestino.
(C) A questão religiosa serviu para apontar o descompasso entre a cultura sertaneja e o pensamento das
elites que conduziam o nascente regime republicano de governo.
(D) Poucos foram os sertanejos a aderirem às pregações de Antônio Conselheiro, justamente porque suas
idéias eram a favor do governo republicano.
QUESTÃO 20
No inicio do seu povoamento, no período colonial, o antigo norte de Goiás (atual estado do Tocantins), com
o ouro de aluvião aflorando em quase toda a região, o norte goiano logo passou a ser conhecido como uma
das áreas que mais produziam esse minério na capitania; daí a preocupação do governo central com o
contrabando, fomentando um arrocho fiscal maior que nas outras áreas mineiras. Mas, a partir do declínio
da mineração, o norte goiano passou a ser visto pela historiografia como sinônimo de atraso econômico e
involução social, gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da população. (Adaptado de
PARENTE, Temis Gomes. Fundamentos Históricos do Estado do Tocantins.Goiânia: Editora da UFG, 2007,
p. 23-24).
Considerando-se as informações deste texto, é CORRETO afirmar:
(A) A região do antigo norte de Goiás, apesar de ter produzido muito ouro, não acumulou capital
impossibilitando, portanto o desenvolvimento da mesma.
(B) A região não sofreu medidas fiscais por parte da metrópole, comparando com outras regiões mineiras.
(C) A região, após o período do apogeu das minas, foi considerada uma região exportadora de bens de
consumo para as outras capitanias.
(D) A região sofreu um processo de desenvolvimento social, ocasionada pela exportação de produto
agrícola.
QUESTÃO 21
“ (...) não se pode sequer aceitar uma tese tola ou doutrinária segundo a qual o ‘espírito do capitalismo’
(sempre no sentido provisório que aqui usamos) somente teria surgido como conseqüência de determinadas
influências da Reforma, ou que, o Capitalismo, como sistema econômico, seria um produto da Reforma. Já
o fato de algumas formas importantes do sistema comercial capitalista serem notoriamente anteriores à
Reforma, seria o bastante para sustar essa argumentação” (WEBER, Max. Aética protestante e o espírito
do capitalismo. 7 ed. São Paulo: Pioneira, 1992, p. 61).
Considere as afirmações abaixo:
I – O surgimento do capitalismo não deve estar atrelado à Reforma Protestante;
II – A Reforma protestante está na origem do sistema capitalista;
III – Não se deve procurar o espírito do capitalismo na Reforma Protestante, ocorrida no século XVI, pois
mudanças econômicas são anteriores a ela.
IV – Sem a Reforma Protestante, o capitalismo não se projetaria como um moderno sistema de produção, já
que o capitalismo condenava o lucro a base desse sistema.
A partir da afirmação de Weber, marque a alternativa CORRETA:
(A) I e IV;
(B) III e IV;
(C) I e III;
(D) II e III.
QUESTÃO 22
Afirma Maurice Crouzet que os contemporâneos de Péricles ter-se-iam escandalizado diante da revolução
do gênero de vida e dos costumes da burguesia, que escandalizou também, em sua própriaépoca, homens
que, sem serem moralistas profissionais, responsabilizaram-na por uma das desgraças da Grécia: o
despovoamento. (Adaptado de CROUZET, Maurice. História Geral da Civilização Brasileira: o Oriente e a
Grécia Antiga. O homem no Oriente Próximo. Vol. 2, Rio de Janeiro: 1993, p. 334).
Considerando o despovoamento como uma das causas do declínio da Grécia Clássica, é INCORRETO
afirmar:
(A) Segundo o pensador Políbio, que viveu no século II a. C. a causa do mal em questão, o despovoamento,
é motivado pela oligantropia (falta de homens).
(B) De acordo com o pensador Políbio, observou-se em toda a Grécia, uma ausência de crianças e uma
homofobia que torna as cidades desertas e improdutivas.
(C) Por vaidade, amor ao dinheiro e covardia, segundo Políbio, os homens não querem mais casar e se
casam, querem criar seus filhos, no máximo educar um ou dois, entre todos, a fim de deixá-los ricos.
(D) A Grécia foi o ponto de partida, em direção ao Oriente conquistado e administrado por soberanos
gregos, enquadrado e explorado por gregos, de uma emigração considerável, que a privou de elementos
jovens.
QUESTÃO 23
Em 1921, a Rússia conhece a mais terrível fome da sua História: “(...) há vários meses, 9/10 da população
não come mais pão. Primeiro, misturaram o que restava de farinha com todo tipo de ervas, depois comeram
as ervas puras e depois, quando não restava mais nada, cozinharam e engoliram argila. (...) A cada dia, até
a colheita, aumentará o âmbito das províncias e distritos onde não subsiste absolutamente mais nada que
um ser humano possa comer” (PASCAL, Pierre, Meu estado da alma. Meu diário da Rússia, tomo III, 1922-
1926. L’Age d’Homme, Lausanne, 1982. apud. SALOMONI, Antonella. Lênin e a Revolução Russa. São
Paulo: Ática, 1997, p. 133).
Sobre a crise do regime soviético é INCORRETO afirmar:
(A) Diante da degradação da economia agrícola, devastada pelo conflito bélico, Lênin impõe o abandono do
comunismo de guerra e a passagem para a fase de desenvolvimento da chamada Nova Política Econômica
(NEP).
(B) Na primavera de 1921, enquanto a degradação da produção agrícola, devastada pela guerra, e as
magras colheitas repercutiam de forma drástica na economia da Rússia, em contrapartida, assiste-se a
recuperação de seu parque industrial e sistema de transporte e prosperidade na zona rural.
(C) Na cúpula do partido comunista havia a consciência de uma “contra-revolução camponesa”; os
dirigentes procuram tirar lições do episódio de Kronstadt e inquietam-se com o esgotamento dos operários.
Ocorrendo um recuo econômico, que significou, acima de tudo, abandonar o “comunismo de guerra”.
(D) No mesmo momento em que o general Tukatchevski marcha sobre Kronstadt, abre-se em Moscou o
Décimo Congresso do Partido Comunista. Apelando para o fim do ‘estado de urgência’, Lênin impõe a
passagem para a Nova Política Econômica (NEP).
QUESTÃO 24
“A primeira guerra quente do mundo pós Guerra Fria começou pouco antes das 3 horas da madrugada de
quinta feira no Golfo Pérsico. Uma guerra pós-moderna, como nunca se viu antes fora das telas do cinema
e dos monitores de videogame. Uma guerra com nome de filme - Tempestade no Deserto -, assistida ao
vivo pela televisão e destinada a dobrar um ditador de opereta, mas sanguinário”. (Fonte: Reportagem
publicada na revista Veja em 16 de janeiro de 1991. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/iraque/capas/materias/iraq ue01.html>) Sobre a guerra do Golfo
Pérsico é INCORRETO afirmar:
(A) Em julho de 1990, Saddam Hussein acusou o Kuwait pela elevação nos preços de petróleo, vendendo
menos do que a cota estabelecida pela Opep. O Kuwait reivindicou indenizações e territórios Iraquianos. O
Iraque negou-se a ceder. Em represália, tropas Kuwaitianas invadiram o país.
(B) Em janeiro de 1991, os Estados Unidos, agindo em nome das Nações Unidas, comandaram um
fulminante ataque aéreo e de mísseis contra o Iraque, na chamada operação Tempestade no Deserto.
(C) Em 1993, o Iraque sofreu novos ataques dos Estados Unidos, depois que Saddam Hussein impediu a
entrada de inspetores da ONU no país.
(D) Em 1998, o Iraque deixou de colaborar com a comissão da ONU e, em dezembro do mesmo ano, em
outra operação militar conhecida como Raposa do Deserto. Mísseis norte-americanos causaram morte e
destruição entre a população iraquiana.
2010
QUESTÃO 17
A criança quando nascia era examinada pelos anciãos. Se fosse fraca ou apresentasse algum defeito físico
era lançada para a morte do alto do monte Taigeto. Caso fosse aprovada no exame ficava com a mãe até os
sete anos, quando era entregue ao Estado para receber uma educação cívica. Aos 17 anos os rapazes
passavam por um ritual de iniciação chamado de Kriptia para demonstrar suas habilidades. Espalhavam-se
pelos campos munidos de punhais, e teriam que degolar a maior quantidade de escravos possíveis. Os
aprovados recebiam um lote de terra. Aos trinta anos, o soldado tornava-se cidadão e aos 60 tomava parte
do Conselho de Anciãos. ARRUDA, J. Jobson de A; PILETTI, Nelson.Toda a História. São Paulo: Ática,
1999, p. 46.
A transcrição acima refere-se aos cidadãos que habitavam:
(A) Creta.
(B) Roma.
(C) Chipre.
(D) Babilônia.
(E) Esparta.
QUESTÃO 18
Finalmente, esse medo social que ardia permanentemente em fogo lento constituiu uma das mais
poderosas forças motrizes do controle social que todos os membros da classe superior exerciam sobre si
mesmos e sobre outros membros do círculo em que viviam. Expressava-se na intensa vigilância com que
observavam e poliam tudo o que os distinguia das pessoas de categoria mais baixa; não apenas nos sinais
externos de status , mas também na fala, nos gestos, nas distrações e maneiras. A pressão constantemente
exercida a partir de baixo e o medo que induzia em cima foram, em uma palavra, algumas das mais fortes
forças propulsoras – embora não as únicas – do refinamento especificamente civilizado que distinguiu os
membros dessa classe superior das outras e, finalmente, para eles se tornou como que uma segunda
natureza.
ELIAS, Norbet. O processo civilizador: formação do Estado e Civilização, vol. 2. Trad. Ruy Jungmann. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1993, p.251
O texto acima faz referência às mudanças sociais em curso na passagem do período medieval para o
moderno, envolvendo a nobreza, a burguesia e o campesinato. Com base nas considerações do autor é
CORRETO afirmar que:
(A) as guerras e o monopólio foram os únicos elementos que marcaram o domínio das classes superiores
em relação às demais.
(B) durante o período moderno, a ascensão econômica seria quesito único para garantir a aceitabilidade da
burguesia pela nobreza.
(C) a civilidade demonstrada nos gestos, na fala, nas maneiras e nas distrações era um indicador das
diferenças entre as camadas superiores e as demais.
(D) a vigilância de uma classe sobre as outras se restringia às ações comerciais e de segurança.
(E) para a classe superior, no século XVI, não havia necessidade de controlar as falas e os gestos de seus
membros. O que deveria ser controlado eram as falas e os gestos da burguesia e do campesinato.
QUESTÃO 19
O desembarque dos negros dava-se assim que o navio chegava a um dos portos de destino no Nordeste,
Norte ou no Rio de Janeiro, áreas de grande demanda de escravos nos séculos XVI e XVII. Mais tarde,
teriam outros destinos – mais ao sul, mais para o interior – porém, de início, ficavam nas zonas litorâneas.
PINSKY, Jaime.A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006, pp. 41,42
Considerando-se as informações do texto acima, é INCORRETO afirmar que:
(A) o tráfico se desenvolvia por importação direta pelos proprietários de terras ou por meio de alguém que
financiava e organizava a importação.
(B) o demanda de escravos nas chamadas Minas Gerais não provocou alterações significativas no tráfico,
uma vez que apenas deslocou o eixo da presença dessa mão-de-obra e diminuiu a quantidade de navios
encarregados do tráfico.
(C) a venda de escravos ocorriano próprio porto de desembarque, por meio de negociações diretas ou pela
realização de leilões.
(D) a presença de intermediários – os chamados tratantes – só se afirmou com o desenvolvimento da
atividade aurífera em Minas Gerais.
(E) esses comerciantes fariam o papel de ponte, a intermediação entre traficante que chega até o litoral e o
futuro proprietário dos escravos.
QUESTÃO 20
A partir de 1835, insatisfações em diferentes segmentos sociais nas províncias desencadearam as rebeliões
regenciais. Grande parte das tensões era resultante de desigualdades sociais, crise econômico-financeira e
descontentamentos políticos. Sobre as rebeliões regenciais é INCORRETO afirmar que:
(A) no Maranhão, a revolta conhecida como Balaiada começou em 1838, quando o escravo Raimundo
Gomes, que prestava serviços para um fazendeiro liberal, foi hostilizado por autoridades conservadoras da
Vila do Manga; durante a fuga ele atacou a cadeia e evadiu-se para o sertão. Incentivados pela ação de
Raimundo Gomes, bandos de escravos e sertanejos passaram a atacar fazendas da região, tomaram a
cidade de Caxias, instituíram o governo provisório, que exigiu a extinção da escravidão.
(B) a insatisfação das elites gaúchas atingiu o auge quando o presidente da província, Antonio Rodrigues
Braga, nomeado pela Regência, fixou um imposto sobre as propriedades rurais. Como consequência, em
setembro de 1835, o coronel farroupilha Bento Gonçalves e seus homens ocuparam Porto Alegre e
depuseram Braga. No ano seguinte, proclamaram a República Rio-Grandense, com sede na cidade de
Piratini.
(C) em novembro de 1837, na Bahia, tropas do forte de São Pedro e de outras unidades, contando com
apoio de oficiais e soldados do exército, sob a liderança de Sabino, sublevaram-se contra o despotismo do
poder central. Os rebeldes formaram um grupo autônomo, anunciando a separação da Bahia, até que o
príncipe D. Pedro II completasse a maioridade.
(D) em 1835, africanos e afro-brasileiros de religião muçulmana se levantaram em armas na Bahia contra a
escravidão e contra o predomínio da religião católica no Brasil. O movimento dos Males acabou sufocado
sob violenta repressão, sendo condenados a pena de morte 5 líderes negros.
(E) No ano de 1835 teve início a Cabanagem. Rebeldes ocuparam a cidade de Belém, em protesto ao
governador Bernardo Lobo de Sousa, em razão de ter prendido, em 1834, líderes oponentes ao seu
governo. Lobo de Sousa foi executado. O poder passou para as
mãos dos Cabanos, grupo formado na maioria por trabalhadores rurais. Felix Antonio Malcher, um dos
principais líderes foi deposto por Antonio Vinagre e Eduardo Angelim, que defendiam o rompimento da
província com o Poder Central.
QUESTÃO 21
Os índios nada ganharam com o amor e as providências de Sua Majestade, nem com o amor dos ministros
do Senhor. (...) A razão é que depois de haver feito (...) mitas e sofrido nos „obrajes‟, arrendados como
escravos, ou que por ficar sumamente desamparados dos Corregedores ou porque seus pais são pobres
pelas obrigações dos pueblos(...).
Trecho da defesa de Tupac Amaru no Tribunal de Cuzco – apud. AQUINO, Rubens Leão de et., al. História
das Sociedades Americanas. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1990, p. 139
Sobre o processo de emancipação política das colônias hispano-americana é CORRETO afirmar que:
(A) o movimento de independência ocorreu em torno de determinados líderes. Do ponto de vista ideológico,
as classes dominantes coloniais convergiam. Isto equivale dizer que tanto os venezuelanos Simon Bolívar,
Francisco de Miranda, quanto o argentino José de San Martin eram republicanos radicais.
(B) um autêntico movimento popular e camponês verificou-se no Peru liderado por Tupac Amaru,
descendente dos antigos chefes incas, considerado precursor dos movimentos de libertação colonial.
(C) pode-se considerar o movimento de independência na América Espanhola como resultado de uma
Revolução Burguesa, pois na maioria das colônias ele assumiu um caráter predominantemente burguês e
urbano. Apenas em algumas áreas na região (como no Prata) o movimento teve caráter aristocrático e rural.
(D) o elemento indígena, que formava o numeroso campesinato, ora lutou ao lado dos insurgentes (como no
México), ora apoiou os espanhóis (como no Chile). A insurreição das colônias espanholas, de caráter anti-
metropolitano significou, sobretudo, o fim da exploração dos povos indígenas.
(E) em 1780, reunidos índios e mestiços, a ação revolucionária estendeu-se pelas regiões do Vice-Reinado
do Peru. Entretanto, o movimento viu-se derrotado porque não contou com a participação doscriollos. No
ano de 1871, Tupac Amaru foi eleito representante dos indígenas no Conselho de Regências.
QUESTÃO 22
As formas de resistência podem ser elementares e espontâneas, como a reação dos dinamarqueses que
acabavam de tomar seu chope e iam embora do bar assim que entrava um oficial alemão. Entre os
exemplos mais elaborados contam-se a recusa dos religiosos e professores noruegueses de se alistarem,
ou as manifestações espontâneas de Praga, em 28 de outubro, data da independência, pelos estudantes
secundários. Também importante foi a constituição, na Polônia, de uma sociedade paralela, subterrânea,
que passa a educar os jovens desde que os alemães suprimiram as características nacionais do país para
poder germanizá-lo.
FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1995, p. 126
Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. A resistência, forma de luta contra o domínio alemão durante a Segunda Guerra Mundial, ocorreu tanto no
cotidiano dos envolvidos quanto nas organizações civis e militares armadas.
II. A resistência, ação exclusiva da Primeira Guerra Mundial, ocorria tanto no cotidiano dos civis quanto nas
ações armadas planejadas.
III. Além da conjugação de forças militares de americanos, ingleses e russos, os focos de resistência civil
foram importantes para o enfraquecimento do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial.
IV. Os líderes dos países considerados aliados condenaram as resistências dos civis dinamarqueses,
noruegueses e poloneses, ainda que essas manifestações fossem consideradas importantes para a
derrocada do nazismo.
V. A resistência espontânea entrou para a História como uma das mais eficazes formas de luta contra o
nazismo.
Assinale a alternativa contendo apenas as afirmações CORRETAS em relação ao texto de Marc Ferro:
(A) I, II, III, e IV.
(B) I, IV e V.
(C) II, III, IV e V
(D) I, III e V.
(E) I, II e V.
QUESTÃO 23
A charge ilustra as manobras políticas utilizadas por Getúlio Vargas para se manter no poder. Na
frase,Estou garantido pelas duas fortes “correntes....” há uma clara referência à ligação com as forças
armadas e as oligarquias. Vargas usou essas distintas correntes, que o acompanhava desde a revolução de
1930, para continuar no poder até meados de 1940.
Sobre a República Brasileira da era Vargas, leia atentamente as afirmativas abaixo:
I. No Brasil de Vargas, a economia de guerra viria afetar profunda e especialmente os operários industriais.
“Soldados, afinal somos todos, a serviço do Brasil”, proclamou Vargas no comício do 10 de maio de 1942.
A estratégia de militarização psicológica converteu toda uma classe de trabalhadores em soldados da
Pátria.
II. Dentre os estudiosos do Estado Novo há quem discuta, entre suas características bem acentuadas, o
caráter democrático e descentralizador, e o cunho empreendedor do Estado no que se refere ao impulso
industrializante.
III. Os supostos benefícios ofertados pelo Estado criavam a ilusão de que, cooperando, os trabalhadores
teriam finalmente atendidas as suas antigas aspirações de bem-estar social. A carteira profissional,
instituída em março de 1932, através da lei 21.175, era agora trunfo dos operários, insistentemente
lembrada pelos ideólogos do Estado Novo.
IV. Em 1937, enquanto o regime preparava nos seus porões o Plano Cohen, a Igreja