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Embargos a Execução

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____________________________________________________________________________
AO JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – RJ.
Distribuição por dependência ao processo n...
Carla (...), brasileira, estado civil (...), união estável (...), profissão (...), inscrito no Cadastro de Pessoa Física (CPF) sob o número (...), endereço eletrônico (...), residente e domiciliada à (...), vem, à presença deste d. Juízo, nos autos dessa EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL, com fundamento nos arts. 914 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC), opor os presentes
EMBARGOS À EXECUÇÃO
movida por BANCO SÓ DESCONTOS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrito com CNPJ ..., com endereço na Rua..., nº..., Bairro ..., Rio de Janeiro – RJ, com endereço eletrônico..., pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
I - DA TEMPESTIVIDADE
O mandado de citação cumprido da embargante fora juntado em 01/08/2019 aos autos do processo, data em que se inicia a contagem de prazo. Considerando que na contagem dos prazos se exclui o dia do começo e consideram-se dias úteis, nos termos dos arts. 219 e 224 do CPC, verifica-se que o prazo se encerraria em 22/08/2019, correspondendo aos 15 dias previstos no art. 915 do CPC. Dessa forma, a presente peça processual é tempestiva.
II - PRELIMINARMENTE
A) DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO
Conforme abordado nos autos, o contrato de empréstimo entre as partes é regido pelo Código de Defesa do Consumidor, uma vez que figuram consumidor e fornecedor na relação jurídica, nos termos dos arts. 2º e 3º do aludido diploma.
Nessa toada, há incompetência do juízo de execução em face da abusividade da clausula do foro de eleição inserida em contrato de adesão, haja vista implicar limitação do direito consumerista dificultando atuação no processo e desvantagem excessiva, nos termos do inciso V do art. 917 do CPC c/c com art. 52 do CDC.
III- DOS FATOS
A embargante celebrou contrato de empréstimo com o BANCO SÓ DESCONTO S/A, através do qual obteve R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para o pagamento de estudos acadêmicos, com vencimento das parcelas agendado para 05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018.
Domiciliada em Porto Alegre - RS, fora inserida uma cláusula de adesão de eleição de foro na comarca do Rio de Janeiro - RJ, comarca em que o embargado reside.
No primeiro vencimento, a embargante realizou o pagamento devido, sem anormalidade. Entretanto, no segundo vencimento, em face de dificuldades financeiras, a embargante não conseguiu realizar o pagamento, sendo notificada em junho de 2018 sobre o vencimento antecipado da dívida no montante de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), na justificativa de incidência de taxas contratuais e encargos moratórios, descontada a parcela paga pela embargante.
Em razão do não pagamento, em novembro de 2018, o embargado ajuizou a presente execução cobrando o valor atualizado em R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais), indicando o único imóvel da embargante como penhora, no qual reside seu esposo.
O juízo deferiu a citação da embargante, promovendo análise futura da penhora e constrição de bens. Sendo citada a embargante, o mandado cumprido fora juntado aos autos em 01/08/2019.
IV - DO DIREITO
A) DO EXCESSO DE EXECUÇÃO
A segunda parcela do contrato de empréstimo não fora pago pela embargante em razão de dificuldades financeiras, recebendo uma notificação do embargado sobre o vencimento antecipado, considerando os encargos remuneratórios, moratórios e demais tarifas, gerando o montante de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
O valor supracitado é excessivamente abusivo perante a embargante, configurando excesso de execução, nos termos do inciso I do § 2º do art. 917 do CPC, tendo em vista que houve cobranças indevidas de tarifas não previstas contratualmente, bem como parâmetros inadequados de atualizações tarifárias, caracterizando cláusulas desproporcionais, onerosas e nulas de pleno direito, incompatíveis com os princípios da boa-fé objetiva nos contratos, a luz dos arts. 6, IV e V e 51, IV, do CDC.
Após uma consulta com especialista, o valor que se presuma correto a ser pago pela embargante corresponde a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), conforme planilha que será comprovada através de delação probatória, nos termos do inciso III, § 3º, do art. 917 do CPC.
B) DA IMPENHORABILIDADE DO IMÓVEL
O embargado indicou como bem penhorável o único imóvel da embargante, ao qual reside com o seu esposo JOSÉ. De tal forma, o bem imóvel é impenhorável, configurado como bem de família, sendo imóvel residencial do casal, não podendo ser objeto de constrição, nos termos inciso II do art. 917 do CPC c/c 833 do CPC.
C) DO SEGURO DE GARANTIA E EFEITO SUSPENSIVO
A embargante relata que pretende contratar seguro garantia, nos termos dos arts. 919, 845 e 848 do CPC. Dessa forma, a penhora poderá ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao débito constante da exordial, acrescido de 30%, ao montante de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), nos termos do art. 848 do CPC.
Ademais, resta demonstrado o perigo de dano e perigo na demora para atribuição do efeito suspensivo ao presente embargos à execução, nos termos do art. 919 do CPC, no que tange a penhora do bem de família, ao qual a embargante reside com o seu esposo, bem como a negativação.
V - DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:
a) A CONCESSÃO dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que a embargante não possui meios para arcar com as custas do processo, juntando-se declaração de hipossuficiência, nos termos dos arts. 98 e seguintes do CPC c/c com o art. 5º, LXXIV, da CF;
b) A INTIMAÇÃO do embargado, na pessoa do seu advogado para que, querendo, apresente impugnação no prazo legal, nos termos do inciso I do art. 920 do CPC;
c) A CONCESSÃO do efeito suspensivo ao presente embargos à execução, nos termos do § 1º do art. 919 do CPC;
d) O RECONHECIMENTO da incompetência do juízo e imediata remessa dos autos ao juízo de Porto Alegre, nos termos do inciso V do art. 917 do CPC e 54 do CDC;
e) A IMPENHORABILIDADE do bem imóvel considerada como bem de família, nos termos do inciso II do art. 917 e 833 do CPC c/c art. 1º da Lei 8009/90;
f) O RECONHECIMENTO do excesso à execução dos cálculos apresentados pelo embargado e prosseguimento do processo ao valor atualizado de R$ 180.000,00, conforme planilha de cálculos acostada;
g) Em eventual não acolhimento, a concessão de seguro garantia ao montante de 30% de R$ 180.000,00;
h) A CONDENAÇÃO do embargado ao pagamento de custas e honorários advocatícios, conforme o artigo 85 do CPC/2015.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente mediante prova documental e testemunhal.
Dar se a causa o valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais).
Nesses termos, pede deferimento.
Porto Alegre, 22/08/2019
Advogado
OAB XXX.XXX

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