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Logística de serviços Entendendo Serviços Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profº. Ms. Jean Carlos Cavaleiro Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites 5 • Entendendo Serviços • Categorias do MIX de serviços Aqui vão algumas dicas para que você aproveite ao máximo a disciplina: • Leia atentamente o conteúdo; • Alguns conceitos exigirão que você pesquise sobre o tema para compreendê-los com profundidade; • Não deixe de participar do fórum de discussão e de todas as atividades propostas; • Veja os vídeos ilustrativos indicados na contextualização. A sua participação ativa nas atividades fará com que seu aprendizado se potencialize, organize-se e aproveite! Durante leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais importantes e as dúvidas que surgirem. · Estudaremos nesta unidade os conceitos, as características e os tipos de serviços. Você verá a proporção de serviços agregados em produtos e o quanto de produtos existem nos serviços. Aqui, vamos entender ainda as especificidades para a gestão dos serviços. E, também, atuar no sentido de compreender serviços como diferenciais competitivos. Entendendo Serviços 6 Unidade: Entendendo Serviços Contextualização Na atualidade, a competição é palavra de ordem e os fatores de competição vão muito além de qualidade e bons serviços. O cliente moderno quer tudo agregado aos produtos adquiridos: qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade, etc. Os serviços vêm tomando proporções cada vez maiores no PIB do país e, com isso, ganhando a atenção dos gestores no mundo inteiro. Os serviços agregados aos produtos são cada vez mais vistos como diferenciais competitivos, o fator qualidade é mais subjetivo do que na aquisição de produtos, pois possui características específicas. Na economia mundial, as empresas se diferenciam pela qualidade e variedade dos serviços prestados e, assim, criar técnicas de gestão das atividades de serviços é essencial para sobrevivência delas. Então, conhecer as técnicas de gestão e as operações necessárias para a prestação de serviços é o que esta unidade vai propor. Para que você aluno, compreenda melhor os impactos da boa gestão de serviços, veja os links abaixo: • Vídeo 1 - https://www.youtube.com/watch?v=A7sIM2XnVcc • Vídeo 2 - https://www.youtube.com/watch?v=lQxRJ-zqwvc • Vídeo 3 - https://www.youtube.com/watch?v=PjBMdv6YAnw • Vídeo 4 - https://www.youtube.com/watch?v=Y1QELc8JLHA https://www.youtube.com/watch?v=A7sIM2XnVcc https://www.youtube.com/watch?v=lQxRJ-zqwvc https://www.youtube.com/watch?v=PjBMdv6YAnw https://www.youtube.com/watch?v=Y1QELc8JLHA 7 Entendendo Serviços Inicialmente, abordaremos neste estudo o conceito de serviço e a prática das organizações de serviços para que possamos entender a logística de serviços. Estudaremos, também, alguns pontos que diferenciam os bens dos serviços. Partindo da definição de Kotler (2004, p. 37), para o qual serviço é toda atividade ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulta na posse de algum bem. A partir dessa visão bem tradicional, podemos entender que o serviço não é algo que possui corpo físico e sim uma ação ofertada a uma parte, tendo como resultado a satisfação ou a insatisfação. Se não possui corpo físico, então, é intangível – sendo esta a primeira característica de serviço. O mundo está caminhando cada vez mais para uma economia de serviços. Por conta disso, os gestores precisam de maiores informações sobre gestão de serviços e, em particular, sobre a logística de serviços. Você sabe o que é logística? A logística tem o papel de disponibilizar o produto certo, no local certo, na quantidade certa, nas condições certas e com os custos certos. Mas, no que diz respeito a serviços, como seria essa operação? Sem responder, vamos ver algumas situações: o Em uma lanchonete como McDonald’s, temos movimentos diferentes em horários diferentes, isso demanda mais caixas, apoio às filas para agilizar pedidos, sistema de reposição de lanches diferentes, etc; o Em um banco, no quinto dia útil de cada mês, são necessários mais funcionários nos caixas, reorganização dos horários de almoço, dinâmica de sangrias e reposição de dinheiro; o Em um supermercado, a disposição das mercadorias deve agilizar a localização de itens, facilitar movimentação dos clientes e ampliar o giro de pessoas no ambiente; o Uma consulta médica deve seguir um fluxo: marcação da consulta, recepção dos pacientes, a consulta em si, agendamento de retorno. E tudo isso deve ocorrer de modo facilitado e orgânico. Todas essas operações fazem parte da logística. Vamos agora entender o cenário de serviços e assim refletir sobre a aplicação dos conceitos de logística nessas áreas. 8 Unidade: Entendendo Serviços Uma boa definição para serviços é: serviços são quaisquer atos ou desempenhos, essencialmente intangíveis, que uma parte pode oferecer à outra e que não resultará na propriedade de nada – você não se apropria de uma consulta, de uma assessoria, de um atendimento qualquer. Os serviços são intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Cada uma dessas características causa problemas e requer estratégias de gestão. Os profissionais de gestão têm que descobrir maneiras de tornar o intangível tangível, aumentando a produtividade dos provedores de serviços – que são inseparáveis dos produtos –, padronizando a qualidade em função da variabilidade e reforçando os movimentos de demanda e a capacidade de fornecimento diante da perecibilidade do serviço. O peso dos serviços no PIB – Produto Interno Bruto de 1970 para os dias de hoje cresce muito. Na década de 70, a indústria representava 70% da economia do país, hoje a realidade é bem diferente, veja abaixo: Fonte: IBGE, Tabela III.2, 1995/2013. É um resumo das informações divulgadas pelo IBGE, dados de 1995 a 2013, você pode consultar esses dados completos em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/ imprensa/ppts/00000016613002162014305327739960.xls Conversando com o aluno O que esse crescimento significa para os gestores? A competição se dá cada vez mais pela diferenciação em serviços, você concorda com isso? Vejamos algumas situações: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000016613002162014305327739960.xls http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000016613002162014305327739960.xls 9 o As empresas fabricantes de aparelhos celulares não ganham dinheiro com o aparelho, mas sim com os serviços presentes nos aparelhos: aplicativos, sistemas operacionais, etc. Tanto que algumas operadoras dão o aparelho gratuito para alguns clientes, conforme o uso dos serviços adquiridos; o A Visa Vale quebrou o modelo antigo de venda de vale refeição por tickets, e os vende agora por cartão magnético. Acabando com o problema de contra vale, de perda, de logística de distribuição desses tickets para os funcionários em seus setores. Leia mais em: http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/3Es/3es_2007/2007_3ES511.pdf Pelo fato de os serviços serem intangíveis, os clientes os percebem como uma proposta mais arriscada e mais difícil de avaliar. Avaliar a qualidade ou nível de satisfação em serviços é mais complexo do que no caso de um produto. Sendo assim, a qualidade fica mais a critério da percepção do cliente, se está ou não ao alcance de suas expectativas, do que nas ações da empresa para atender especificações, descrições técnicas, etc. Como consequência, os clientes tendem a confiar mais em referências pessoais ou fontes de informação relacionadas à reputação (marca e imagem). Eles considerem o preço e/ou as instalações do provedor do serviço como indicadores de qualidade. Entre as maneiras pelas quais oprovedor do serviço pode reforçar esses elementos e eliminar as percepções do risco, podemos citar a redução da complexidade envolvida com o serviço (papelada e burocracia), enfatizando os elementos positivos de tangibilidade, fazendo com que a comunicação com o cliente seja muito clara, sem ambiguidades, privilegiando constantemente a qualidade do serviço. Apesar de as indústrias de serviços terem ficado para trás das empresas de manufatura na adoção e no uso de conceitos de gestão, a situação está mudando. Até mesmo empresas baseadas em produtos devem fornecer e gerenciar pacotes de serviços para seus clientes. Realidade: Todo produto é envolvido por aplicações de serviços, em maior ou menor grau, mas é. Exemplo da redução de burocracia em serviços: Bancos Na década de 90, só descontava-se cheque na agência em que se tinha conta. Pagamentos eram realizados diretamente no caixa. Extratos eram físicos, em papel, e 90% das transações eram realizadas em agências. Dez anos depois, com a evolução da tecnologia e ampliação da concorrência com bancos estrangeiros chegando ao país, fazemos a maioria das transações pela internet ou por telefone, e é quase que um serviço padrão as seguintes ações on-line: pagar contas, transferências, extratos, investimentos, etc. Sendo que, embora algumas empresas possibilitem essas ações ainda só pelos seus sites, outras já oferecem aplicativos específicos para smartphones, entre outras possibilidades – exemplos: Santander não possibilita pagamento por celular, Bradesco já possibilita. Isso é fator de competição? http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/3Es/3es_2007/2007_3ES511.pdf 10 Unidade: Entendendo Serviços Sim, até a própria oferta de caixas eletrônicos pode ser um diferencial. Em resumo, tudo ficou mais fácil nas operações em bancos. Outro exemplo, no passado, quando um aluno universitário tinha que realizar a matrícula, precisava ir à secretaria da universidade, nos períodos determinados por esta, com a documentação necessária e, só assim, oficializar a matrícula. Isso era feito a cada semestre. Hoje, contudo, isso ocorre pela internet de maneira bem menos burocrática e morosa. Para Pensar Como está hoje a solicitação de uma linha telefônica para sua residência? Compare com o período da TELESP. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ _ Veículo da TELESP na década de 80. flaviogomes.warmup.com.br Na década de 70, 80, comprava-se produtos. Hoje se compra mais do que isso, queremos serviços acoplados. Seja no setor automotivo, de eletrônicos, etc., as redes de assistência são cruciais, o chamado apoio pós-venda é quase que uma exigência. Na realidade, os pacotes de serviço adicionais aos produtos podem ser fatores fundamentais ao sucesso, até mais do que o próprio produto ofertado, na missão de ganhar clientes. O MIX inclui a pré-venda dos serviços, tais como: assessoria técnica, entrega confiável, além de serviços de pós-venda, reparo rápido e treinamento do cliente para o uso, quando necessário. Imagine comprar um carro: dois dias depois de retirá-lo da agência, você recebe uma ligação da empresa para saber se está tudo bem, se precisa de alguma coisa. Algum tempo depois, ligam novamente para agendar a primeira vistoria e, melhor do que isso, no endereço de seu interesse. Esses serviços vão ajudá-lo a determinar sua satisfação em relação a toda a experiência com o veículo, não é? Os profissionais de hoje têm de tomar decisões sobre o MIX (variedade), a qualidade e a procedência de vários dos produtos que apoiam os serviços aos clientes. Ideias-chave Para serem bem-sucedidos, esses profissionais da área de serviços devem criar diferenciação competitiva, oferecer alta qualidade e identificar maneiras para aumentar a produtividade do serviço, sem reduzir seu nível percebido. 11 Mas como pode ser feito isso? Alguns exemplos: McDonald’s O McDonald’s faz isso muito bem, tem lanches pré-prontos em quantidades definidas por dia, horário, etc. Assim, logo que o cliente solicita um lanche, paga de um lado e retira do outro. Essa atuação oferecia a rapidez que diferenciava essa rede de outras empresas. Hoje, contudo, isso é menos percebido, por dois motivos: um deles é a ampliação da demanda em produtos do gênero; outro é a necessidade de variedade exigida pelos clientes – por conta disso, por exemplo, o McDonald’s hoje vende até saladas. Nesse modelo proposto por essa rede de lanchonetes, os produtos começam a ser produzidos antes da chegada dos clientes, há um prazo determinado para que um lanche fique esperando – algo em torno de sete minutos –, se passar disso, deve ser descartado. Essas ações garantem rapidez e qualidade. Na concorrência, no entanto, quando um cliente pede um lanche qualquer, será quando a operação de produção do mesmo será iniciada: frita-se o hambúrguer, a batata, etc. Isso faz com que o tempo médio de espera seja superior ao tempo médio nas lojas da rede McDonald’s. Trocando Ideias Faça esse teste em qualquer grande shopping, verifique, na praça de alimentação, a fluidez da fila das lanchonetes. Se possível, faça isso com um acompanhante, você irá pedir um lanche no McDonald’s e o seu amigo ou amiga pedirá em alguma concorrente equivalente, então comparecem os tempos. Observação: A ideia é ampliar a capacidade de prestação de serviços, com qualidade e satisfação dos clientes, seja de uma consulta médica, seja de uma assistência técnica. Por que os serviços e sua importância vêm crescendo? Saímos de uma economia industrial e agrícola para uma economia de serviços, por que isso ocorreu? Não cresceram somente as atividades vistas como puramente de serviços, mas sim as de agregação de serviços à venda de produtos. Importância crescente dos serviços • Urbanização – a mudança das áreas rurais para as áreas urbanas determina um modelo de vida diferente, e esse modelo exige naturalmente novos serviços, que antes não existiam (ou, pelo menos, não no volume de demanda atual); 12 Unidade: Entendendo Serviços • Mudanças demográficas – hoje temos maior parte da população nas grandes cidades, isso exige novos serviços; • Mudanças socioeconômicas – poder de compra maior significa novos consumos. Para que tenha ideia, na década de 70, as contas de consumo de uma casa se resumiam à água e à luz. Hoje temos: água, luz, condomínio, gás, telefone, provedor de internet, televisão paga, internet 3G ou banda larga fixa, TV paga... Entre diversas outras. • Maior sofisticação dos consumidores – o consumidor que antes comprava um só produto está mais exigente, quer mais por menos; • Mudanças tecnológicas – esse sim é o grande responsável pelas mudanças em serviços, possibilitando que sejam possíveis ações que antes não existiam, como exemplo temos a internet e a telefonia. Podemos dizer então que serviços são vistos como estratégias de crescimento e de geração de receitas e lucros. Atualmente, são ainda uma forma de aumentar a rentabilidade e a lucratividade das empresas, ou seja, várias empresas estão implementando serviços a sua atividade operacional principal como forma de elevar receitas. Temos, como exemplo, empresas que vendem máquinas de solda passando a vender paralelamente o serviço de treinamento nessa respectiva máquina. Uma história bem interessante é a da pipoca. No passado, funcionava da seguinte maneira: Vender pipoca sempre foi um serviço tradicionalmente associado a um carrinho no meio da rua em algum lugar com muita movimentação. Descrevendo o profissional e a atividade: o pipoqueiro é umtrabalhador autônomo, empreendedor do seu próprio negócio. Durantes décadas, os pipoqueiros no mundo inteiro vendiam pipoca na porta dos cinemas, que eram nas ruas, ou em praças de muita movimentação; o que hoje quase não acontece. Acontecia por dois motivos principais: • Primeiro porque a quantidade de pessoas entrando no cinema permitia um fluxo de prováveis clientes para o pipoqueiro, era fácil vender e era quase que um ritual antes do filme comprar a pipoca com ele; • O segundo motivo é que os clientes do pipoqueiro podiam entrar no cinema carregando seus sacos de pipoca, não havia proibições. As atuações, enquanto negócio, eram bem delineadas: o cinema comercializa filmes, o pipoqueiro vende pipocas. E pronto. Não se passava a possibilidade de um ganhar dinheiro com a atividade do outro. Isso foi até um empresário americano do Texas, empreendedor de visão, resolver montar uma grande rede de cinemas e perceber que o lucro da pipoca era, e ainda é, muito maior do que o lucro com os ingressos do cinema. Vamos entender o cenário: 13 Na indústria do cinema, o dono da sala de exibição fica com metade do valor arrecadado pela bilheteria. O preço do ingresso, que no passado era fixo, hoje em dia varia conforme o horário e o dia da semana, isso para atrair clientes em dias com menos movimento. Então, o dono do cinema pode ficar com 50% da renda bruta do cinema, mas tem que pagar ainda todos os custos da sala, tais como: limpeza, equipamentos técnicos que necessitam de calibração, manutenção das cadeiras quebradas, os banheiros, etc. Então reflita: quando sobra de lucro? A Pipoca, por outro lado, apresenta outro cenário: num saco de pipoca o lucro é de 400%. Em outras palavras, se o custo de fazer um saco de pipoca é de R$ 2,00 (dois reais), o preço final que o cliente vai pagar é de R$ 8,00 (oito reais). Basta comparar quanto o dono do cinema ganha com a venda do ingresso e com a venda da pipoca para entendermos a mudança do paradigma. T hinkstock/G etty Im ages Caso o ingresso de cinema custe R$ 12,00, o proprietário ganhará R$ 6,00. Com a venda da pipoca, ele ganhará os mesmos R$ 6,00 em cada saco, que custa R$ 8,00. Então, esse empresário percebeu que o grande negócio era montar salas de cinema para vender pipocas e refrigerantes. O que você acha disso? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ Para que a fórmula desse certo, ele precisou organizar novas regras para o cinema. Vamos a elas: Regra 1 As liberdades existentes nas salas de cinema – de ver o mesmo filme duas vezes e de, caso você perdesse o início de um filme, poder assisti-lo na próxima sessão – não existem mais, passou-se a vender ingressos para sessões com hora marcada. Isso otimizou o uso das salas. Percebeu-se, ainda, que se o interesse era vender pipoca, os clientes comiam menos em uma sala suja, então, para que comessem mais, era necessário limpar muito bem as salas de cinema, pois isso estimulava os clientes a comerem cada vez mais pipocas. Regra 2 O consumidor passou a poder comer qualquer coisa dentro da sala, desde que fosse comprada dentro do cinema. 14 Unidade: Entendendo Serviços Para Pensar Essa foi a grande mudança para o dono dos cinemas. Mas e o pipoqueiro da porta do cinema, como fica? A nova realidade era que não se podia mais comprar pipoca do lado de fora do cinema e levar para dentro da sala. Com as novas regras, o lucro maior das salas de cinema passou a ser a venda de pipoca e não mais a venda de ingressos. Assim, com a ajuda da venda de pipocas, essa empresa de cinema cresceu em todo o mundo e hoje está presente em vários países, desde os Estados Unidos até a Argentina, incluindo o Brasil. Para Pensar O que você achou da evolução desse negócio? Percebeu que o serviço foi aperfeiçoado e tornou-se mais rentável? Veja que mudou toda a logística de venda de ingressos, de venda de produtos, de limpeza das salas, entre outros processos. Natureza dos serviços Como dito, serviços podem ser definidos como qualquer ação ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resultará na propriedade dessa ação. Mesmo sendo uma ação, a execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto concreto, e cada vez mais se associa um produto à um serviço. Reflita com a tabela abaixo o que é produto ou serviço. Pacotes de “valor” incluem produtos e serviços: 15 O que você verifica nessa tabela? Veja que quanto mais se desce no quadro, mais temos agregação de serviços. Sendo assim, temos produtos que apresentam pouco ou quase nada de serviços, outro que estão diretamente associados a serviços e, por fim, um grupo puramente baseado em serviços. Então, a logística de serviços e sua gestão como um todo devem levar essas questões em consideração, pois o MIX de serviços dará a direção da ação. Vejamos abaixo sobre o MIX de serviços. Categorias do MIX de serviços Podemos apontar cinco categorias com ofertas distintas de serviços: 1. Bens tangíveis a) Mercadorias de um supermercado Como cliente, você avalia a qualidade, o preço e a necessidade, mas leva em consideração o espaço disponível para a venda, o local em que ela está acontecendo, e se é de fácil acesso ou não. Considerar, ainda, a modalidade de pagamento e se faz entregas em casa ou não completam o rol para a escolha de um produto. 2. Bens tangíveis associado a serviços a) Oferecer entrega em domicílio; b) Funcionar 24 horas; c) Modalidades de pagamento. 3. Serviço principal associado a bens a) Delivery 4. Serviços secundários a) Onde o serviço é um adicional, mas não o principal, por exemplo: receber contas de consumo nas lojas; 5. Serviço puro Oferta de crédito próprio ou não, por exemplo. 16 Unidade: Entendendo Serviços Características dos serviços Mesmo tendo a visão de que produtos e serviços são inseparáveis, é necessário conhecer as características específicas desses serviços para que se entenda as especificidades de gestão. • Intangibilidade: os serviços não podem ser vistos, ouvidos, tocados, provados ou sentidos, pois são uma ação ou ato do prestador ao consumidor. Um elemento crítico na gestão é o sinal ou a evidência da qualidade do serviço para transformar serviços intangíveis em benefícios significativos; • Não estocável: por ser intangível, não podemos tocar nos serviços, eles são de natureza conceitual, e assim não podem ser estocados – isso no que se refere aos serviços prestados. Vamos ver exemplo em algumas áreas: Serviços O que se espera do serviço (essencial) Não estocável Serviços acessórios Não estocável Produtos associados aos serviços Estocável Estrutura associada aos serviços Tangível Companhia aérea Pontualidade, segurança, frequência. Ambiente, entretenimento, internet. Refeições, revistas, jogos infantis. Cabine, sala de espera, telefone. Médico Qualidade do tratamento, relacionamento. Conforto, pontualidade, entretenimento. Amostra grátis. Sala de espera, consultório, revistas. Hotel Limpeza, conforto, segurança. City tour, massagem, lojas de conveniência. Refeições, caneta, papel de carta. Quarto, instalações, aparelhos de ginástica. Livraria virtual Disponibilidade, velocidade, confiabilidade. Rastreabilidade, embalagem para presente. Livro, embalagem, lista de sugestões. Páginas da web. Veja que o quadro reforça a visão de que serviços, como o de passagens aéreas, possuem em seu processo a necessidade de itens que podemser tocados ou estocados, mas é relevante que o gestor conheça dois conceitos, definidos por Slack (1993) como fatores ganhadores de pedidos e fatores qualificadores de pedidos: o Fator ganhador: é o diferencial, o motivo da escolha da compra; o Fator qualificador: é o mínimo desejado pelo cliente, é a obrigação mínima para que a empresa seja considerada um fornecedor do serviço. Exemplo: Companhia aérea: o Fator ganhador de pedido: preço e frequência de voo; o Fator qualificador: segurança e refeições. 17 Essa opinião exemplifica a de alguns clientes, tendo como base suas escolhas de empresas aéreas, é importante salientar que outros clientes podem determinar outros fatores como ganhadores de pedido ou qualificadores na escolha das prestadoras de serviços aéreos. • Inseparabilidade: os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e a interação provedor/cliente é um aspecto importante no resultado. Mas é cada vez mais comum a padronização na prestação de serviços, com a ideia de serviços de massa se cria protocolos de serviços e, mesmo havendo variabilidades na atuação, no todo, temos um padrão de ser. • Variabilidade: a qualidade do serviço depende de quando, onde e por quem o serviço é fornecido, pois o treinamento das pessoas envolvidas é um fator diferenciador crucial. • Perecibilidade: os serviços não podem ser estocados para consumo posterior. Existem várias estratégias que podem ser usadas para estabelecer melhor equilíbrio entre demanda e oferta em uma empresa prestadora de serviços. Os serviços devem ser prestados quando ainda são úteis. Exemplos: um exame laboratorial pré-cirúrgico só é válido se realizado antes de uma cirurgia agendada, após isso é desnecessário; uma revisão de conteúdo para uma avaliação só faz sentido se ocorrer antes da avaliação. Ou seja, os serviços possuem um prazo para que sejam úteis. Em Síntese Esperamos que, com o fim do que aqui foi apresentado, você conheça as características dos serviços, suas especificidades e os tipos existentes. Vimos que produtos e serviços estão associados e a logística de serviços deve levar em consideração as necessidades dos clientes e as situações em que eles serão prestados. Esperamos, ainda, que tenha percebido a importância dos fatores qualificadores e ganhadores de pedidos, que são aquilo que os clientes consideram importante e relevante na escolha ou na aquisição dos serviços. 18 Unidade: Entendendo Serviços Material Complementar É muito importante que você acesse a conteúdos de qualidade, que tratem sobre os temos propostos. É uma forma de ver o mesmo assunto de uma forma diferente e ampliar seu conhecimento sobre ele. Então, contando com o seu compromisso em buscar outros meios de estudo, indicamos aqui alguns artigos: • http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/495_p20090334_enegep_nivel_de_ servico_logistico.pdf • http://pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/ebook/2009/CONGRESSOS/Nacionais/2009%20 -%20enegep/21.pdf • http://www.ilos.com.br/ilos_2014/publicacoes/artigos-2013/artigos-logistica-de-apoio-offshore- integracao-e-sincronizacao-da-cadeia-de-atendimento-as-unidades-maritimas-out-2013/ Os livros virtuais abaixo estão disponíveis na biblioteca virtual para seu estudo: • ARANTES, E. C. Marketing de serviços. Curitiba: IBPEX, 2011. (e-book). • BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de serviços. Porto Alegre: Grupo A, 2011. (e-book). • JACOBS, F. R; CHASE, R. B. Administração da produção e operações: o essencial. 13 ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. (e-book). • SILVA, F. S., VARVAKIS, G. D. L. Competitividade em segurança empresarial: gestão de processos, da qualidade dos serviços e da inovação. São Paulo: Atlas, 2009. (e-book). http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/495_p20090334_enegep_nivel_de_servico_logistico.pdf http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/495_p20090334_enegep_nivel_de_servico_logistico.pdf http://pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/ebook/2009/CONGRESSOS/Nacionais/2009%20-%20enegep/21.pdf http://pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/ebook/2009/CONGRESSOS/Nacionais/2009%20-%20enegep/21.pdf http://www.ilos.com.br/ilos_2014/publicacoes/artigos-2013/artigos-logistica-de-apoio-offshore-integracao-e-sincronizacao-da-cadeia-de-atendimento-as-unidades-maritimas-out-2013/ http://www.ilos.com.br/ilos_2014/publicacoes/artigos-2013/artigos-logistica-de-apoio-offshore-integracao-e-sincronizacao-da-cadeia-de-atendimento-as-unidades-maritimas-out-2013/ 19 Referências CORRÊA, H.L; CAON, M. Gestão de serviços. São Paulo: Atlas, 2004. GADREY, Jean. Emprego, produtividade e avaliação de desempenho de serviços. São Paulo: SNAC, 2001. SPILLER, E. S. et al. Gestão de serviços e marketing interno. São Paulo: FGV, 2004. Sites Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML): www.abml.org.br/ Associação Brasileira de Logística (ASLOG): www.aslog.org.br 20 Unidade: Entendendo Serviços Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br
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