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AULA 2 GESTÃO DE EQUIPES DE MANUTENÇÃO Prof. Newton Nauro Tasso Faraco 2 TEMA 1 – GRUPOS E EQUIPES DE TRABALHO 1.1 Novas tendências da gestão de grupos de trabalhos Estudos atuais têm avançado e aprofundado cada vez mais na gestão de pessoas entre as principais organizações, pois os métodos aplicados até o momento já não garantem sua eficácia. Propõe-se a efetiva participação das pessoas, e, neste sentido, as organizações devem mudar suas posturas, assim como a dos administradores. O capital de maior valor nas organizações num contexto atual é o conhecimento de seus colaboradores. A soma da inteligência e interesse resulta em uma empresa que busca um bem comum. Assim, quando reunimos pessoas em grupo, desenvolvemos habilidades coletivas de uma equipe. Desse resultante, teremos uma equipe de qualidade, a qual dará propulsão ao crescimento da empresa. 1.2 Grupos e equipes de trabalho É preciso definir o que pode significar o termo equipe. Usualmente descreve uma ampla variedade de grupos de pessoas engajadas coletivamente em uma atividade ou outra. Podem ser citadas como exemplos as equipes esportivas, equipes administrativas, equipes de produção e assim por diante. Nas organizações, os funcionários individualmente são abordados como um membro da equipe, de modo que esta consiste em um número bastante grande de pessoas, sendo que muitas nunca se encontraram. Para Maximiano (2004), o grupo é considerado como uma reunião de pessoas que trabalham juntas com objetivos nem sempre comuns e, por vezes, em atividades nada semelhantes. Ele pode ser informal, reunindo pessoas por meio de valores, afinidades e escolhas, ou formal, como numa hierarquia organizacional, em que é designada pelos superiores a aproximação dos membros, em função de uma atividade de trabalho. Para Hardingham (2000), é um tanto arbitrário utilizar para essas instituições a expressão equipe de trabalho em vez de grupo de trabalho. Em nome da clareza, vamos optar por definir grupo de trabalho como o nome de uma classe ou gênero de grupos de pessoas, e considerar equipe de trabalho como o nome de uma subclasse ou espécie dentro de uma classe, conforme a Figura 1. 3 Figura 1 – Grupos de trabalho e equipes de trabalho Fonte: Hardingham, 2000. Assim sendo, a formação de um grupo parece muito grande para ser denominada equipe. Desenvolvidas as atividades na empresa, seus membros têm finalidades específicas em suas tarefas diárias, e muitos não sabem o que os demais estão fazendo. Algumas atividades são interdependentes em uma base diária ou semanal. Contudo, os funcionários e gestores têm um propósito comum, que é o de proporcionar atendimento aos seus clientes, e cada qual faz a sua parte para atender a este propósito. Eles colaboram em diferentes subgrupos e se identificam com a empresa em seus êxitos e dificuldades. Conforme Hardingham (2000), “no grupo, as pessoas interagem para compartilhar informações e tomar decisões, desempenhando melhor suas tarefas individuais”, sendo a aplicação uma simples soma das partes, permanecendo de forma individual a responsabilidade e as habilidades, que se juntam quase ao acaso. É, portanto, um trabalho mais individualizado. Pode-se dizer que nem todo grupo é uma equipe, mas toda equipe é um grupo. No grupo não há espírito de equipe, e um fator que o diferencia é justamente o seu comportamento. Para Maximiliano (1986), “o trabalho em equipe é muito mais que a união de pessoas em um setor ou departamento da organização. Conta com a execução de atividades em conjunto, ao compartilhamento de tarefas e dificuldades, à cooperação etc. Os componentes das equipes visam alcançar um objetivo comum”. 4 1.3 Diferenças entre grupos e equipes de trabalho Conforme Robbins (1997), equipes e grupos de trabalho têm as seguintes diferenças: Nos grupos, há esforço individual, responsabilidade por resultados individuais, objetivo individual e unidades de trabalho independente. Já nas equipes, o esforço é coletivo, a responsabilidade é compartilhada por resultados globais, objetivo de trabalho compartilhado e unidades de trabalho semiautônomas ou autônomas. Quando identificamos essas diferenças dentro da organização fica possível partir de um ponto para favorecer o desenvolvimento e a interação deles. Já Ribas e Salim (2016) sintetizam as diferenças entre o grupo e a equipe conforme a Figura 2. Figura 2 – Diferenças entre grupo e equipe de trabalho Fonte: Adaptado de Ribas e Salim, 2016, p. 388. TEMA 2 – GRUPOS DE TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES 2.1 Grupo de trabalho Catunda e Neto (1996, p. 8) exibem a seguinte definição de grupo de trabalho: 5 [...] é um conjunto de dois ou mais donos de trabalho que formam uma unidade organizacional identificável que é considerada como parte permanente ou não de uma organização. São pedras fundamentais da construção do desempenho da organização. Estas são unidades onde o trabalho dos indivíduos é reunido para gerar bens e serviços que são despachados para um usuário dentro ou fora da organização [...]. De acordo com Maximiano (2004), “o grupo é um conjunto de pessoas que têm um objetivo comum ou que compartilha alguma característica, como um objetivo, um interesse, um comportamento ou uma localização”. Nas empresas, os grupos são criados para caracterizarem as unidades de trabalho e podem ser classificados em duas categorias: formais e informais. Segundo Maximiano (2004), “os grupos formais são aqueles criados pela administração para equipar as unidades de trabalho, ou seja, são grupos que apresentam um grau de hierarquia previamente planejada e representada no organograma da organização”. Nos grupos formais de trabalho, a abordagem está direcionada para a tarefa. O que importa são as pessoas que o compõem o grupo e que elas se entendam satisfatoriamente no trabalho em conjunto. Já Oliveira (2006) afirma que “os grupos informais são aqueles que surgem das relações sociais entre os membros da organização de forma espontânea e, portanto, não possuem uma representação formal”. 2.2 Características dos grupos Segundo Maximiano (2009), “para que um grupo seja eficaz é necessário que haja sinergia, ou seja, os integrantes precisam trabalhar em conjunto visando um objetivo comum. Para que isto ocorra, os objetivos devem ser claros a todos os membros do grupo”. Caso contrário, o conceito permanece na sua origem; podem estar juntos, mas não controlam um único resultado. O famoso “eu fiz a minha parte, isso não tem haver comigo”. Pode-se citar como exemplo um estádio de futebol, onde as pessoas vão para gritar, para torcer para o time ou, ainda, para encontrar alguém, portanto, são vários os objetivos definidos, mas que não constroem um único resultado. TEMA 3 – EQUIPE DE TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES O trabalho em equipe é considerado de suma importância no desenvolvimento de uma atividade, sendo pouco provável sua realização por um indivíduo isolado. Hoje, aprofundam-se estudos sobre o comportamento de equipes no âmbito organizacional. 6 Terra (2001) enfatiza que, nas novas estruturas organizacionais, o trabalho deve ser baseado e desenvolvido com equipes multidisciplinares e com alto grau de autonomia. Para Fiorelli (2004), "uma equipe é o conjunto de pessoas com um senso de identidade, manifestado em comportamento desenvolvido e mantido para o bem comum e em busca de resultados de interesse comum a todos os seus integrantes, decorrentes da necessidade mútua de atingir objetivos mais especificados”. Ervilha (2008) cita seis tipos de equipes, com um objetivo específico que justifica sua criação segundo cada modelo, sendo elas: 1- Equipe de trabalho funcional: é constituída de um titular e seus subordinados, que quase sempre são da mesma área. 2- Equipe de trabalho interfuncional: neste caso a equipe é constituídapor pessoas de diferentes áreas de atuação, e seus membros costumam ter o mesmo nível hierárquico. 3- Equipe de solução de problemas: esta equipe tem seus objetivos na melhoria de processos, identificando e solucionando problemas que estão gerando resultados improdutivos. 4- Equipes autogeridas: os próprios membros são responsáveis pelo cumprimento dos objetivos e realizam os controles necessários para atingirem o proposto. Não existe uma figura de líder, mas essa função é dividida entre os integrantes, conforme o domínio de cada um em relação ao desenvolvimento do projeto que está sendo executado. 5- Equipe de projetos: são grupos de trabalho temporário para a implantação de um projeto específico até sua conclusão, quando atinge seus objetivos o grupo é dissolvido. Seus integrantes vêm de diversas áreas da empresa e, durante o projeto, também executam outras tarefas relacionadas ao seu departamento de origem. 6- Equipe virtuais: com os meios avançados de TI e a globalização fez surgir essa modalidade de equipe, tornando-se comum existirem organizações instaladas em diversos locais do planeta ou mesmo que funcionam sem escritórios físicos e que apenas alugam espaços quando precisam fazer reuniões ou se encontrar eventualmente. Como também está se tornando prática comum o conceito de home office, ou seja, pessoas que trabalham em casa, conectadas por computadores ou celulares de suas casas ou outros locais que considerarem pertinentes, sendo o que é mais importante para a empresa são os resultados e as entregas que esses profissionais conseguem alcançar. 3.1 Características de uma equipe de alta performance Para que uma equipe seja considerada de alta performance, é necessário que haja: liderança, autogerenciamento, diversidade e interdisciplinaridade, antecipação dos fatos, clima de segurança, ter um objetivo comum, uma comunicação assertiva e uma base indispensável de gestão de conhecimento. Uma equipe correta e proativa é aquela cujos integrantes trabalham unidos e coesos parar desenvolver produtos de valor. Nesse sentido, o comando da equipe deve ser revezado entre seus membros; com isso, o grupo adquire maior capacidade de liderança e o resultado é um alto desempenho. 7 TEMA 4 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS EQUIPES DE TRABALHO 4.1 Quais as vantagens de equipes no trabalho? Para Poso (2018), a principal vantagem da utilização de um trabalho em equipe é aumentar a criatividade e energia dos funcionários, tornando a comunicação eficaz e acrescentando novas perspectivas e ideias. Neste contexto, existe uma motivação maior quando os resultados são atingidos, deixando as pessoas mais felizes em pertencer à equipe, e, com isso, elas trabalham com maior satisfação em busca de suas necessidades básicas. Havendo cooperação e comunicação na realização de um conjunto de atividades, os funcionários são capazes de melhorar a organização, desenvolvendo o trabalho, a produção e novas ideias. Para que isso ocorra, serão necessários treinamentos e determinação de funções e de metas. Com sincronismo na estruturação das tarefas e dos objetivos a serem alcançados, a equipe será bem-sucedida. Para Hardingham (1995), “a equipe é o átomo da empresa, assim como o é na natureza. É o foco e o poder. E novamente, os seres humanos realizam-se e sentem satisfação ao participar de equipes sincronizadas; é a nossa natureza”. Quando os resultados são atingidos com sucesso e existe ajuda mútua dos membros da equipe, isso proporcionará o crescimento exitoso da organização. 4.2 Quais as desvantagens de equipes no trabalho? Para Poso (2018), algumas desvantagens comuns nas empresas quanto ao trabalho em equipe são: o gasto elevado de tempo e energia no desenvolvimento das habilidades a fim de atingir uma interação, comunicação e companheirismo; perde-se tempo até que as pessoas se adaptem às tarefas descritas e necessárias para função; algumas pessoas não gostam de trabalhar conjuntamente, não oportunizam novas experiências e se recusam a aprender novas atividades, atrapalhando a interação com a equipe; existe em algumas organizações a formação de várias equipes, o que gera competividade entre elas, por conta da busca pelo destaque individual, desfocando os resultados e os objetivos da empresa. 8 Portanto, os efeitos das desvantagens citadas comprometerão a competitividade da organização frente ao mercado de trabalho. Sem um correto diagnóstico e a busca por suas soluções, pode haver prejuízo nos resultados finais da organização. As equipes, então, apesar de serem benéficas às organizações, se mal administradas acabam gerando resultados negativos. A equipe é formada por pessoas e, assim, necessita de atenção. Robbins (1997) cita alguns problemas em uma matriz que ele chama de “Quando as equipes não funcionam” (Tabela 1), e é importante observar tais pontos a fim de identificar a provável solução da disfunção da equipe. Tabela 1 – Quando as equipes não funcionam Problema Sintomas Solução Necessidades mal combinadas Pessoas com agendas ocultas trabalhando com propósitos contraditórios Faça com que os planos particulares sejam revelados, perguntando às pessoas o que desejam pessoalmente da formação de equipes Metas confusas, objetivos embolados As pessoas não sabem o que esperar que façam, ou as metas não fazem sentido Esclareça a razão pela qual equipe existe; defina seu propósito e resultados esperados Papéis não resolvidos Os membros de uma equipe não sabem ao certo qual é seu trabalho Informe aos membros da equipe oque se espera deles Liderança ruim A liderança é tímida, incoerente ou obtusa O líder deve aprender a servir a equipe e manter sua visão viva ou deixar a liderança para outra pessoa Fonte: Robbins, 1997. Robbins (1997) afirma que, caso a equipe esteja em perfeita harmonia com todos os seus membros em movimento, terá um único problema com a matriz, que é mais provável que a equipe esteja abaixo das expectativas em pelo menos umas das categorias. TEMA 5 – COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 5.1 Fundamentos do comportamento individual Considerando que o indivíduo é a menor parte de uma organização, e nele existem valores, atitudes e personalidade, sua presença inclusa nesse ambiente de trabalho com as demais pessoas promoverá uma sinergia no nível de motivação. 9 O comportamento das pessoas influencia o ambiente em que trabalham e afetam os resultados das empresas, os quais podem ser positivos ou negativos, variando do relacionamento existente nos diversos setores. Conforme Chiavenato (2006), “o homem se caracteriza por um padrão dual de comportamento, tanto pode cooperar como pode competir com os outros”. Os relacionamentos interpessoais só dependerão do indivíduo quando se sentir realizado e satisfeito de forma individual, colaborando ante uma situação ou competindo, observando que os próprios objetivos deverão estar ameaçados por grupos diferentes. As pessoas ingressam nas organizações trazendo uma série de características individuais, as quais influenciam seu desempenho profissional. Portanto, as características pessoais que exercem maior influência no trabalho são: habilidade, aprendizagem, personalidade e inteligência emocional. 5.2 Habilidade Para Robbins (2005), a habilidade de um indivíduo é a sua capacidade de desempenhar as tarefas que contemplam sua função. As habilidades se dividem em intelectuais ou físicas. Nem todas as habilidades são importantes para todas as funções; porém, as habilidades verbais, numéricas, espaciais e de percepção estão relacionadas ao desempenho em geral. As habilidades influenciam diretamente o nível de desempenho e de satisfação do funcionário. Portanto, é indispensável desenvolver uma correta adequação entre habilidades e as demandas da função. O treinamento pode manter atualizadas as habilidades dos funcionáriosou ensinar novas práticas quando houver necessidade, em vista de mudanças nas condições de trabalho. As tabelas 2 e 3 abordam respectivamente as habilidades intelectuais e físicas. Tabela 2 – Dimensões da habilidade intelectual Dimensões da habilidade intelectual Dimensão Descrição Exemplo funcional Aptidão para números Habilidade para fazer cálculos aritméticos rápidos e precisos Contador: calcular o imposto sobre vendas de uma série de itens Compreensão verbal Habilidade para entender o que é lido/escutado e como é a relação das palavras entre si Gerente de fábrica: seguir as políticas da organização para contratação de pessoal 10 Rapidez de percepção Habilidade para identificar semelhanças e diferenças visuais de maneira rápida e precisa Investigador de incêndios: identificar pistas de um incêndio criminoso Raciocínio indutivo Habilidade para identificar uma sequência lógica em um problema e depois resolvê-lo Pesquisador de mercado: fazer a previsão da demanda de um produto para um período futuro Raciocínio dedutivo Habilidade para usar a lógica e avaliar as implicações de um argumento Supervisor: escolher entre duas sugestões feitas por funcionários Visualização espacial Habilidade para imaginar como um objeto ficaria se sua posição no espaço fosse modificada Decorador de interiores: remodelar um escritório Memória Habilidade para reter e evocar experiências passadas Vendedor: lembrar os nomes dos clientes Fonte: Robbins, 2005. Tabela 3 – Habilidades físicas básicas Nove habilidades físicas básicas Fatores de força Habilidades 1. Força dinâmica Habilidade para exercer força muscular repetidamente ou continuamente por um dado período 2. Força no tronco Habilidade para exercer força muscular usando os músculos do tronco (especificamente os abdominais) 3. Força estática Habilidade para exercer força muscular em relação a objetos externos 4. Força explosiva Habilidade para gastar um máximo de energia em uma ou mais série de ações explosivas Fatores de flexibilidade 5. Flexibilidade de extensão Habilidade para estender ao máximo os músculos do troco e das costas 6. Flexibilidade dinâmica Habilidade para realizar movimentos de flexão rápidos e repetitivos Outros fatores 7. Coordenação motora Habilidade para coordenar movimentos simultâneos de diferentes partes do corpo 8. Equilíbrio Habilidade para manter o equilíbrio em meio a forças desestabilizantes 9. Resistência Habilidade para manter o esforço máximo durante longos períodos de tempo Fonte: Robbins, 2005. Haverá uma evolução no desempenho dos funcionários e adequações em suas habilidades versus os requisitos das funções designadas. Quando se tem a atenção entre habilidades individuais ou somente para funções designadas, estará ignorando o fato de que a real necessidade do funcionário dependerá da junção desses dois aspectos. 11 5.3 Aprendizagem Para Weiss (1990), aprendizagem é “qualquer mudança permanente no comportamento em função de uma experiência”. A evidência de que ocorreu um aprendizado é uma mudança observável no comportamento. Segundo Robbins (2005), a mudança pode ser boa ou má do ponto de vista organizacional. As pessoas podem aprender comportamentos desfavoráveis, como apegar-se a preconceitos ou reduzir seu desempenho, bem como comportamentos favoráveis. Havendo alteração nos processos mentais, bem como nas atitudes do indivíduo, quando isso não venha a refletir em seu comportamento, pode-se afirmar que não é aprendizado. Quando abordada a teoria da aprendizagem, podemos considerar três métodos que esclarecerão como adquirir padrões de comportamento: condicionamento clássico que reforça o estímulo condicionado; condicionamento operante que trata do comportamento voluntário ou aprendido; teoria da aprendizagem social, com a visão de que a aprendizagem se dá tanto pela observação como pela experiência direta. Os processos que determinam a influência de um modelo sobre a pessoa são: processo de atenção, processo de retenção, processo de reprodução motora e processo de reforço. Já os métodos de modelagem do comportamento são: reforço positivo, reforço negativo, punição e extinção. As aplicações nas organizações buscam a substituição da remuneração da ausência por doença por um plano de recompensa por frequência, enquadramento de funcionários, desenvolvimento de programas de treinamento e autogestão. 5.4 Personalidade Fazemos parte de um mundo com bilhões de pessoas, com inúmeras diferenças em nossos costumes, modos de se comportar, pensar, valores e princípios. Somos seres únicos, dotados, cada um, de personalidade. Portando, podemos compreender personalidade como a soma do jeito como a pessoa reage e interage com o todo, sendo o resultado da influência mútua de fatores hereditários (predisposições genéticas) e do ambiente (todas as nossas experiências ao longo da vida), assim como fatores situacionais. 12 Sendo assim, a personalidade pode ser descrita pelas características que originam os comportamentos, gerados mais por uma percepção e interpretação do indivíduo do que está acontecendo em sua volta do que por uma situação causada pelo ambiente. O comportamento humano, quando avaliado pelas percepções da personalidade, pode ser descrito em função de cinco dimensões, sendo elas: 1. extroversão (sociável ou reservado); 2. amabilidade (cooperativo ou confrontador); 3. consciente (responsável ou distraído); 4. estável emocionalmente (calmo ou nervoso); 5. aberto às experiências (curioso ou convencional). Observando essas dimensões, não se deve buscar uma personalidade ideal, e sim a que tenha os traços de personalidade mais adaptados à função que a pessoa exercerá. Veja seus pontos e contrapontos na tabela a seguir. Tabela 4 – Dimensões da personalidade Dimensões Pontos Contrapontos Extroversão Características: sociabilidade, assertividade e expressividade emocional. A extroversão é caracterizada por emoções positivas e pela tendência para procurar estimulação no exterior e na companhia dos outros. Os extrovertidos gostam de estar com as pessoas, e muitas vezes são vistos como cheios de energia. Os introvertidos têm menos necessidade de socialização e de atividade. Tendem a ser calmos, discretos, reservados e solitários. A falta de envolvimento social não deve ser interpretada como timidez ou depressão, simplesmente têm menos necessidade de estimulação e precisam de mais tempo para estarem sós. Amabilidade Atributos: confiança, altruísmo, bondade e carinho. É a tendência a ser compassivo e cooperativo, a gerar harmonia social em detrimento de uma atitude antagônica e de suspeição em relação aos outros. As pessoas tendem a serem agradáveis, atenciosas, simpáticas, generosas e a ter uma visão optimista da natureza humana. Os indivíduos pouco afáveis colocam o interesse próprio acima do dos outros. Tendem a ser despreocupados com o bem-estar do outro e menos propensos a entender-se com os demais. O seu cepticismo sobre as pessoas em geral faz com que sejam desconfiados, hostis e pouco cooperativos. Consciência É a tendência para mostrar autodisciplina, para agir com sentido do dever e com vista a alcançar metas predefinidas. Há uma preferência pelo planejamento e reflexão, em detrimento de um agir baseado na espontaneidade. As pessoas tendem a serem organizadas, eficientes, conscientes dos detalhes e apresentam um bom controle de impulsos. As pessoas têm dificuldade em regular e dirigir os seus impulsos, tendendo a ser indisciplinadas, inconsistentes e pouco confiáveis. 13 Estabilidade emocional Tendência para experimentar emoções desagradáveis como ansiedade, raiva, irritabilidade, instabilidade emocional, tristeza e vulnerabilidade. São pessoas emocionalmente reativas e vulneráveis ao estresse e aestímulos aversivos. Têm tendência a interpretar situações normais como ameaças e vivenciam as pequenas frustrações como situações irremediavelmente difíceis. As suas reações emocionais negativas tendem a persistir por períodos longos de tempo. A dificuldade na regulação emocional diminui a capacidade da pessoa para pensar com clareza, tomar decisões e lidar de forma eficaz com o estresse. Na outra ponta da escala, os indivíduos que pontuam baixo nesta característica são menos reativos. Tendem a ser calmos, seguros e emocionalmente estáveis. Abertura às experiências São pessoas intelectualmente curiosas, criativas, imaginativas e mais propensas a manter ideias pouco comuns. Apreciam a arte, a aventura, a variedade de experiências e são sensíveis à beleza. Pessoas mais fechadas à experiência tendem a ter interesses mais convencionais e tradicionais. Privilegiam a familiaridade em detrimento da novidade, porque são cautelosas e resistentes à mudança. Fonte: Policarpo, 2013. Quanto melhor se conhece os indivíduos, mais fácil será trabalhar com eles e, assim, explorar seus talentos, auxiliando-os em sua evolução. Portanto, com isso, a produtividade deverá aumentar e melhorará o clima organizacional. 5.5 Inteligência emocional Para Goleman (1995), inteligência emocional é a combinação de dois pilares. O primeiro diz respeito às competências emocionais sociais: a capacidade de se conectar com o próximo e com a sociedade. O segundo se refere às competências emocionais pessoais: a capacidade de se conectar de forma harmônica e amorosa consigo mesmo. A inteligência emocional é necessária para gerar crescimento no ambiente de trabalho de forma harmônica. Ela diz respeito ao equilíbrio produtivo positivo, um equilíbrio que faz o indivíduo produzir de forma positiva, não desgastando sua vida como um todo. Sua essência acontece quando se consegue aliar o lado emocional e racional do cérebro, paralisando as emoções negativas – responsáveis pela produção de comportamentos destrutivos – e potencializando emoções positivas, que contribuirão para os resultados desejados. 14 Devemos ter a capacidade de controlar nossos impulsos, direcionar as emoções para situações adequadas, buscar a prática da gratidão e incentivar e encorajar as pessoas. Para Goleman, existem cinco pilares da inteligência emocional, conforme descritos na tabela 5. Tabela 5 – Pilares da inteligência emocional Pilares da inteligência emocional Conhecer as próprias emoções O primeiro passo é se conhecer, analisar suas emoções e as ações que você faz em resposta aos estímulos. É um processo gradual de aprendizagem. Controlar as emoções Todos já passaram por momentos de estresse na vida, ou ansiedade por algum motivo. Aprender a lidar com as emoções e controlá-las dará a direção certa conforme cada situação, e fará toda a diferença entre o equilíbrio e a disfunção. Evite pensar em um resultado negativo. Seja otimista, tente enxergar sempre o lado positivo das coisas e lembre-se que cada situação possui diversas saídas, basta procurá-las. Quando estiver sob pressão, a coisa mais importante é tentar manter a calma. Encontre uma distração, realize uma atividade prazerosa e canalize sua ansiedade. Automotivação Pensar antes de tomar as decisões trará diversos benefícios e evitará o conflito com os seus pares e o arrependimento de seus atos. Sabendo utilizar corretamente as emoções se chegará aos seus objetivos. Mantenha-se esperançoso, tudo é possível, desde que se corra atrás daquilo que se quer de maneira consciente e sem passar por cima de ninguém. Aprenda a responder aos seus estímulos, um processo consciente que envolve analisar como você se sente, para depois decidir como você quer se comportar para atingir suas metas. Em contrapartida, temos o processo inconsciente de reagir, no qual experimentamos um gatilho emocional, expressando essa emoção de maneira instantânea, o que gera arrependimentos e desvios de nossas metas. Empatia Aprender a se colocar no lugar do outro, de reconhecer as emoções dos outros e entender seus comportamentos, nos torna mais sensíveis e abertos. Saber se relacionar interpessoalmente Outro ponto-chave para o sucesso é saber ter boas relações, guiando as emoções dos outros. Isso criará um ambiente positivo à sua volta, melhorando não só a sua qualidade de vida, mas também contagiando aqueles ao seu redor. Fonte: Goleman, 1995. Levando em consideração os pilares da inteligência emocional será possível atingir nossos objetivos, sendo um dos principais segredos para o sucesso pessoal e profissional. 15 REFERÊNCIAS CARVALHO, A. V de; SERAFIM, O. C. G. Administração de recursos humanos. 2. ed. São Paulo: Pioneira,1995. CATUNDA, R.; CERQUEIRA NETO, E. P. de. Times de trabalho autodirigido. São Paulo: Pioneira, 1996. CHIAVENATO, I. Recursos humanos: o capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Administração nos novos tempos. São Paulo: Elsevier, 2006. ERVILHA, A. J. L. Liderando equipes para otimizar resultados. São Paulo: Nobel, 2008. GAYOTTO, L. Trabalho em grupo: ferramenta de mudança. Petrópolis/RJ: Vozes, 2001. GOLEMAN, D. Inteligência emocional – a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 57. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. HARDINGHAM, A. Trabalho em equipe. São Paulo: Nobel, 1995. MAXIMIANO, A. Introdução à administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1986. _____. Teoria geral da administração: da evolução urbana à revolução digital. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. MOTTA, P. R. Desempenho em equipes de saúde: manual. Rio de Janeiro: FGV, 2001. PARKER, G. M. O poder das equipes. Rio de Janeiro: Campus, 1995. POSSO, A. R. de M. Vantagens e desvantagens de um trabalho em equipe. Disponível em: <http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_22656/artigo_sobre_vantagens-e- desvantagens-de-um-trabalho-em-equipe->. Acesso em: 4 abr. 2019. RIBAS, A. L.; SALIM, C. R. Gestão de pessoas para concursos. Brasília: Alumns, 2016. ROBBINS, H. Por que as equipes não funcionam. O que não deu certo e como torná-las criativas e eficientes. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 16 ROBIBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
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